Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Parasitologia Básica Protozoários: Organismos unicelulares (uma única célula) e eucarióticos (com carioteca); Heterotróficos, necessitam de macro/micronutrientes (parasitam); Passam uma fase do ciclo de vida obrigatoriamente dentro da célula (parasitam); Apresentam forma de cisto (forma de resistência) e trofozoíto (forma adulta); Podem ser móveis (flagelo - cílios - pseudópodes) ou imóveis; Possuem parede celular (quitina); Dignóstico pode ocorrer pela busca de cistos e/ou antígenos. Protozoários de maior relevância: Protozoários de menor relevância: Giardíase - Giardia sp. (G. duodenalis = G. lamblia = G. intestinalis) Causada por um parasita intestinal. Esse protozoário flagelado unicelular afeta o ser humano a partir do momento em que são ingeridos cistos maduros. Agente etiológico: Giardia sp. Vetor: cistos e trofozoítos (estágio adulto do protozoário). Veículo: via fecal-oral. Qualquer situação em que os cistos de Giárdia liberados nas fezes alcancem a boca de outras pessoas, causará a contaminação. Alguns exemplos: Beber ou banhar-se em águas contaminadas; Contaminação de alimentos por mãos mal lavadas; Relação sexual anal. Ciclo de vida: ciclo monoxêmico, ou seja, é mais difícil de conter. Só desenvolve o ciclo biológico completo em um hospedeiro, os humanos. Hospedeiro Definitivo e intermediário: homem e animais selvagens ou domésticos porém, os cistos encontrados nas fezes dos animais não são tão infectantes quanto nos humanos. Forma infecciosa: A estrutura infecciosa é representada pela forma cística. Porta de entrada: O ser humano ingere água ou alimento contaminado com material fecal infestado por cistos de Giardia lamblia. Posteriormente, o parasita começa a se desfazer no estômago. Fase aguda: geralmente se manifestam 1 a 14 dias (média de 7 dias) depois da infecção. São normalmente leves e incluem diarreia aquosa fétida, cólicas (dores abdominais), náuseas e gases. Fase crônica: distensão abdominal, falta de apetite, cansaço, emagrecimento e diarreia bem líquida com odor fétido. *Outro sinal da infecção por giárdia é a anemia causada pela má absorção de ferro. Zoonose: causada pelo protozoário Giárdia lamblia. Endo ou ectoparasita? Endoparasita. *Características Especiais: - Eucarioto dos mais primitivos (Fóssil vivo); -> Características de: -Eucarioto – membrana nuclear, citoesqueleto; -Procarioto - ausência de nucléolo e de mitocôndria. Possui uma organela parecida com uma mitocôndria chamada mitossoma; - Metabolismo – anaeróbio; - Utiliza glicose e armazena glicogênio. Amebíase - Entamoeba histolytica É adquirida por transmissão fecal-oral. A infecção costuma ser assintomática. Também chamada de disenteria amébica, a amebíase é uma infecção causada por um parasita que se aloja no cólon do paciente e que é capaz de causar uma série de sintomas. Trofozoítas: 1 núcleo pequeno e central. Móvel (pseudópodes) se alimenta de bactérias e tecidos. Agente etiológico: Entamoeba histolytica Vetor: não tem, sua contaminação é direta logo, não utiliza nenhum vetor. Veículo: ingestão dos cistos da amebaencontrados na água ou em alimentos contaminados. Geralmente, os cistos causadores da amebíase são encontrados nas fezes dos infectados e no solo. *Ainda que seja raro, a doença pode ser transmitida pelo contato sexual sem proteção devida. Ciclo de vida: trata-se de um ciclo monoxênico. Hospedeiro Definitivo: seres humanos e animais. H. intermediário: essa doença não possui hospedeiro intermediário, já que o cisto que foi ingerido irá se transformar em trofozoíto dentro do indivíduo que consumiu o cisto. Fase aguda: diarreia leve e disenteria grave podem ocorrer. Infecções extraintestinais incluem abscessos no fígado. Fase crônica: A maioria das pessoas com amebíase é assintomática, mas transmite os cistos nas fezes de forma crônica. Zoonose: causada por um protozoário da espécie Entamoeba histolytica. Endo ou ectoparasita? Endoparasita. Tricomoníase É uma infecção do trato vaginal inferior feminino ou trato genital masculino causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis. Pode ser assintomática ou causar sintomas. Transmissão: mulher-homem; mulher-mulher. Sobrevive algumas horas no meio ambiente (3h na urina e 6h no sêmen); Não apresenta forma cística, apenas trofozoítica; É desprovido de mitocôndrias, mas apresenta grânulos densos chamados de hidrogenossomos; A adesão ao eptélio vaginal ocorre via adenosinas de superfície (proteínas altamente imunogênicas); Medidas terapeuticas: metronidazol, tinidazol, flunidazol... Agente etiológico: Trichomonas vaginalis. Vetor: Homem. Veículo: homem-mulher/mulher-homem. Ciclo de vida: Monoxênico. Hospedeiro Definitivo e intermediário: o único hospedeiro é a espécie humana. Forma infecciosa: através da relação sexual apresenta forma trofozoítica. Porta de entrada: Presença de múltiplos parceiros sexuais; Relações sexuais desprotegidas; Histórico de outras doenças sexualmente transmissíveis. Fase aguda: corrimento (diferentes colorações e espessuras), odor e prurido. Fase crônica: De 25 a 50% são assintomáticas (continuam apresentando pH e microbiota vaginal equilibrados). Zoonose: causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis. Endo ou ectoparasita? Endoparasitas. OBS: anaeróbio facultativo; alta prevalência em mulheres de idade fértil; Zinco, presente no fluido prostático, é altamente tóxico para T. vaginalis; Infecção no homem é alto limitada (pequena parcela vai ser sintomática/ queimação após relação sexual; Taxoplasmose É uma doença infecciosa provocada pelo parasita Toxoplasma gondii, ou T. gondii, que pode ser encontrado nas fezes do gato, na água ou em carne mal cozida como porco ou cordeiro, contaminados com o parasita. Na maioria das vezes, a toxoplasmose não causa sintomas, porém no caso de pessoas com o sistema imunológico mais frágil, é possível que sejam notados sintomas como ínguas, febre e dor muscular, por exemplo. Agente etiológico: Taxoplasma gondii Vetor: ingestão de água e/ou alimentos contaminados com os oocistos esporulados, presentes nas fezes de gatos e outros felídeos, por carnes cruas ou mal passadas, principalmente de porco e de carneiro, que abriguem os cistos do protozoário Toxoplasma gondii. Veículo: Contato com fezes/alimentos contaminados. Ciclo de vida: Heteroxêmico. Hospedeiro Definitivo e intermediário: o hospedeiro intermediário é o rato e o hospedeiro definitivo é o felino (gato). Forma infecciosa: Através do contato com as fezes contaminadas do felino, no consumo da água contaminada e alimentos mal lavados ou/e mal cozidos. Porta de entrada: Via fecal/oral. Fase aguda: Oocistos se desenvolvem em taquizoítos no tecido neural e muscular. Fase crônica: Bradizoítos são mais resistentes ao ambiente celular. Zoonose: ingestão de alimentos com oocistos ou bradizoítos. Endo ou ectoparasita? Endoparasita. OBS: endemica no Brasil. Malária Doença infeciosa - aguda, não contagiosa (classe de risco 2). Terapêutica: drogas antimaláricas; tratável/ cura. Agente etiológico: Plasmodium sp. 1. Plasmodium falciparumi (maioria dos casos fatais) 2. Plasmodium vivax (mais frequente no Brasil) 3. Plasmodium malarie 4. Plasmodium ovale (menos frequente no Brasil) Vetor: Fêmea do mosquito Anopheles sp. (endêmico) Veículo: Ciclo de vida: Hospedeiro Definitivo e intermediário: Forma infecciosa: Transmitida por meio da picada de fêmeas do mosquito Anopheles. Porta de entrada: Fase aguda: Fase crônica: Zoonose: Causada pelo parasita do gênero Plasmodium sp. Endo ou ectoparasita? Quadro clínico: episódios de calafrios, febre e sudorese; anemia e rupturado baço; cefaleia, nauseas e vômito. Doença de chagas Agente etiológico: Trypanosoma cruzi. Transmissão vertical e horizontal. - Via picada e liberação de fezes do vetor, prurido facilita a entrada do agente. - Percevejo barbeiro: Triatoma brasiliensis, T. pseudomaculata, T. infestans, Panstrongylus megistus. - Mucosas de entrada: olho, nariz, boca, feridas, cortes. - Via transfusão sanguínea ou ingestão de carne contaminada. - Presença no sangue periférico e nas fibras musculares (cardíacas) - Via placenta. Profilaxia - Combate ao vetor. Medidas terapêuticas - Fármacos mais eficientes na fase aguda. - Benznidazol ou Nifurtimox (60 a 90 dias) Quadro clínico - Febre, aparecimento de gânglios, crescimento do baço e do figado, alterações elétricas do coração e/ou inflamação das meninges. 1. Tripomastigota (infectante para o homem) 2. Amastigota (homem - reprodução) 3. Epimastigota (intestino do inseto - reprodução) 4. Tripomastigota (glândula salivar do inseto) Leishmaniose Agente etiológico: Leishmania sp. Zoonose: se não tratada, pode levar a óbito até 90% dos casos. Quadro clínico - Leishmaniose visceral: febre irregular e prolongada; anemia; indisposição; palidez da pele e ou das mucosas; falta de apetite; perda de peso; inchaço do abdômen devido ao aumento do figado e do baço. - Leishmaniose cutânea: duas a três semanas após a picada pelo flebótomo aparece uma pequena pápula. (elevação da pele) avermelhada que vai aumentando de tamanho até formar uma ferida recoberta por crosta ou secreção purulenta. A doença também pode se manifestar como lesões inflamatórias nas mucosas do nariz ou da boca. Profilaxia - Controle de vetores, reservatórios, proteção individual, manejo ambiental e educação em saúde. Medidas terapêuticas - Disponível na rede de serviços do SUS. - Nota Técnica n° 11/2016: tratamento da leishmaniose visceral de cães (eutanásia pode ser considerada) - Existem vacinas contra a leishmaniose visceral canina. Doença do sono ou Tripanossomíase Humana Africana Agente etiológico: Trypanosoma brucei. Vetor: mosca tsé-tsé (a doença é transmitida através da picada da mosca). Zoonose: Se não tratada, pode levar a óbito até 90% dos casos. Helmintos (vermes): Constituem um grupo numeroso de espécies animais invertebrados, tanto de vida livre como vida parasitária, sendo subdividido em: platelmintos e nematelmintos. A infecção por helmintos é causada por meio do contato com ovos embrionados ou larvas, sendo mais comum em regiões sem acesso à água potável ou saneamento básico. 1. Platelminto Schistosoma mansoni – Esquistossomose (barriga d’água) - Caramujo gênero Biomphalaria como hospedeiro intermediário (vivem em água doce ou salobra) - Contato com água coutaminada gera contato com larvas e penetração cutânea - Larvas atingem a circulação sanguinea e migram para o figado e intestino - Apresenta dimorfismo sexual (dioico) - Provoca prurido, vermelhidão, febre, dor abdominal, aumento do figado e baço - Tratamento com antiparasitário - praziquantel/ oxamniquina - administrado por um, dois ou três dias 2. Platelminto Taenia Saginata e Taenia solium (Taenia sp.) - Teníase - Boi como hospedeiro intermediário da I: saginata. - Porco como hosp. intermediário da I. solium (responsável pela maioria dos casos de teníase no Brasil). - Contato com cisticercos (forma larvária) presente em carne crua ou mal cozida. - Larvas atingem o tubo digestivo, absorvendo nutrientes do hospedeiro e causando deficiência nutricional. - É comum o hospedeiro definitivo apresenta apenas um verme adulto ("solitária") - hermafroditas. - Elimina proglotes grávidas nas fezes, no ambiente estas se rompem liberando ovos (viáveis por meses). - Provoca alterações do apetite (muito ou pouco fome), enjoos e diarreias frequentes (ou assintomática). - Tratamento com antiparasitário - praziquantel/ niclosamida. 3. Nematelminto Ascaris lumbricoides - Ascaridíase (lombriga) - Ciclo de vida monoxênico - apresenta apenas um único hospedeiro (homem). - Contato com ovos e larvas presentes em água e alimentos contaminados. - Parasita se aloja no intestino. - Apresentam dimorfismo sexual. - Elimina diariamente, nas fezes, milhares de ovos (sem saneamento básico contaminam o solo). - Provoca manifestações gastrointestinais (ou assintomática). - Tratamento com antiparasitário - albendazol/mebendazol/levamisol. 4. Nematelminto Ancylostoma duodenal e Necator americanos - Amarelão *Ciclo semelhante a Ascaris lumbricoides Ancylostoma braziliense e 1. caninum. - provocam ancilostomose em gatos e cães/ larva migrans no homem (dermatite também conhecida como bicho geográfico) Ocorrência no verão em praias frequentadas por animais Em apenas 5 minutos a larva consegue penetrar a barreira cutânea, gerando intenso prurido Parasita aderido a mucosa intestinal passa a ingerir cerca de 0,3 a 0,5 ml de sangue por dia 5. Nematelminto Enterobius vermicularis (Oxiurus vermicularis) - Oxiurose (oxiuriase ou enterobiase) Ciclo de vida monoxênico. Contato com ovos na região perianal (intenso prurido anal noturna - contaminação de unhas e mãos) Autoinfecção e/ou heteroinfecção. Frequente em crianças entre 5 e 10 anos. Apresenta dimorfismo sexual (reprodução sexuada) Após o acasalamento, o macho morre, sendo eliminado nas fezes. Fêmeas grávidas, à noite, se locomovem do intestino em direção ao ânus para depositar seus ovos. Cada fêmea pode colocar até 10.000 ovos. Provoca intenso prurido, principalmente no periodo noturno. Tratamento com antiparasitário - albendazol/mebendazol/pamoato de pirantel. 6. Nematelminto Trichuris trichiura - Tricuríase 3ª infecção parasitária mais comum (pode estar associado ao Ascaris lumbricoides) Ciclo semelhante a Enterobius vermicularis (infecção via fecal-oral, frequente em crianças) Provoca anemia, dor abdominal, diarreia (ou assintomática) Tratamento com antiparasitário - mebendazol/albendazol/ivermectina. 7. Nematelminto Strongyloides stercoralis - Estrongiloidíase Infecção endêmica (regiões rurais) Ciclo semelhante a Ascaris lumbricoides. Strongyloides fulleborni - infecta chimpanzés e babuinos. Larva currens é uma forma de larva migrans específica da estrongiloidiase (bicho geográfico) Procova exantema (erupção cutânea avermelhada), sintomas pulmonares (tosse e sibilos), dor abdominal. Tratamento com antiparasitário - albendazol/ ivermectina. Outros helmintos não entéricos: 8. Nematelminto Wuchereria bancrofti - Elefantiase - Causa filariose linfática. - Mosquito fêmea (pernilongo/ muriçoca) Culex quiquefasciatus como hospedeiro intermediário. - Mosquito é cosmopolita e antropofílico. - Mosquito (apresenta três estágios larvais) pica liberando as larvas (microfilárias) - Larvas migram para circulação sanguínea e linfática. Provoca obstrução dos vasos linfáticos, processo inflamatório, derramamento linfático. edema, febre. - Diagnóstico é obtido através do esfregaço do sangue. - Tratamento com dietilcarbamazina. - Profilaxia combate ao vetor. 9. Nematelminto Onchocerca volvulus - Oncocercose (cegueira dos rios ou doença do garimpeiro) - Mosca fêmea (borrachudo) Simulium spp. como hospedeiro intermediário (encontrada na beira dos rios) - Mosca pica liberando as larvas. Provoca nódulos na pele e lesões oculares que podem levar a cegueira. Antiparasitário destinado ao tratamento de: - Strongyloides stercoralis (estrongiloidiase). - Onchocerca volvulus (oncocercose). - Wuchereria bancrofti (filariose). - Ascaris lumbricoides (ascaridiase). - Sarcoptes scabiei (escabiose - doença do ácaro). - Pediculus humanus capitis (pediculose - doença do piolho). OBS: O ideal sempre é habitantes de uma mesma residênciatornarem antiparasitário de forma simultânea. Artrópodes (ectoparasitas): Constituem um grupo numeroso de espécies animais invertebrados com patas articuladas, simetria bilateral, segmentados e exoesqueleto de quitina. São capazes de realizarem mudas ou ecdises, sendo o maior filo dos seres vivos (tanto em número de espécies como na quantidade de indivíduos). Os grupos mais comuns de artrópodes são os insetos, os quelicerados e os crustáceos. Mosca varejeira - mosca de bicheira - mosca da carne - mosca berneira *É comum em lugares de lixo, carne... Dermatobia homini (geralmente um colorido metálico intenso verde e azul) De modo geral, as moscas apresentam interesse agrícola, ecológico, veterinário e médico. Formas de vida da mosca: ovo - larva - pupa – adulto. Ciclo larval se desenvolve na pele de alguns animais. Pode estar associada à infecções bacterianas secundárias. Mosca fêmea faz ovipostura na pele de amimais de sangue quente (mamíferos e aves) Ovos na epiderme: liberação das larvas (35 a 45 dias) Larvas caem no solo: pupa (30 a 40 dias) - adulto (vive no máximo 12 dias) As fêmeas copulam com machos uma única vez. Quando ferida, as larvas penetram na epiderme provocando inflamação/ pus. Utilizam o tecido saudável como recurso alimentar para seu desenvolvimento Quadro clínico: prurido, dor, sensação de movimento sob a pele, queimação, fisgada Diagnóstico clínico: é possivel enxergar a larva quando ela aflora para respirar. Profilaxia: combate à mosca. Medidas terapêuticas: fechar local onde as larvas respiram, ivermectina, atrair a larva, retirada mecânica. Tunga penetrans (família de pulgas separadas pelo tipo de hospedeiro que parasitam) Insetos minúsculos (1 mm) que não voam e se alimentam majoritariamente do sangue de mamíferos. Formas de vida da pulga: ovo - larva - pupa – adulto. Adultos (machos e fêmeas virgens) vivem em lugares de solo arenoso, quente e seco. A fêmea grávida penetra na pele do animal através da cabeça. Apenas a extremidade posterior fica em contato com a atmosfera. Ovos são liberados no meio ambiente. Quadro clínico: pequena pápula marrom escura com um halo fino e claro ao seu redor, prurido, dor. Diagnóstico: clínico. Profilaxia: evitar contato com solo contaminado e usar calçados Medidas terapêuticas: retirada manual. Pode estar associada à infecções bacterianas secundárias e presença de abscesso. Pediculus capitis - Piolho da cabeça Insetos sem asas que se alimentam exclusivamente de sangue por toda sua vida Formas de vida do piolho: ovo - ninfa – adulto. Ficam na base do cabelo para facilitar alimentação e manter temperatura adequada (36 a 37,5°C) Alimentação: morde o couro cabeludo e suga o sangue "Saliva" evita a coagulação sanguínea, facilitando a alimentação "Saliva" causa comichão (prurido da pediculose) Infestação média pode encontrar de 50 a 70 parasitas Quadro clínico: prurido. Diagnóstico: clínico. Profilaxia: evitar contato direto (encosta cabeças) e indireto (compartilhamento de acessórios) Medidas terapêuticas: retirada mecânica (ar quente mata adultos não lêndeas), shampoos, ivermectina. Pediculus humanus - Piolho do corpo Morfologicamente idêntico com Piolho de cabeça. Vive no corpo humano, fêmea deposita os ovos nas dobras de roupas. Comum em moradores de rua que não trocam roupas. Pthirus pubis - Piolho do púbis - É mais comum nos pelos pubianos, mas pode ser encontrado na barba nos cílios, nas das axilas, etc. - Quando presente nos pelos pubianos, pode ser considerada uma DST (doença sexualmente transmissível) Carrapatos Artrópodes da família da aranha e escorpião. Existe uma infinidade de espécies de carrapato, todas hematófagas. Formas de vida do carrapato: ovo - larva - ninfa – adulto. Alimentação: sangue de animais vertebrados, podendo transmitir doenças para o homem e animais. Hospedam/ transmitem diversos agentes (virus, bactérias, riquétsias e protozoários) aos hospedeiros. Agentes são transmitidos através da saliva dos carrapatos liberada no local da picada. Salive apresenta toxinas, substâncias anestésicas e anticoagulantes. Algumas doenças transmitidas: febre maculosa brasileira e borreliose de Lyme. Febre maculosa Inoculação da bactéria Rickettsia rickettsii. Quadro clínico: febre alta e súbita, cefaleia, dor muscular e articular, exantema. Doença de Lyme Causada por espiroquetas Borrelia burgdorferi e transmitida, mais frequentemente, por carrapatos do gênero Ixodes e Amblyomma. A doença apresenta quadro clínico variado, podendo desencadear manifestações cutâneas, articulares, neurológicas e cardíacas. É a patologia mais comum transmitida por carrapatos. Erliquiose e babesiose (doença do carrapato) Inoculação da bactéria Erlichia canis (tropismo com leucócitos) ou do protozoário Babesia canis (tropismo por eritrócitos) Quadro clinico: prurido no local e lesões na pele. Diagnóstico clínico: sorológico, molecular. Profilaxia: vistoriar o corpo após frequentar áreas de mata ou conhecidamente infestadas por carrapatos. Animais devem ser vistoriados semanalmente e, quando apresentarem carrapatos, devem ser tratados com indicação de médico veterinário e mantidos em local restrito Medidas terapêuticas: retirada mecânica, antibióticos. Após retirada mecânica, deve-se girar levemente o corpo do carrapato até que se desprenda. Não puxar ou pressionar o carrapato. Ácaros Artrópodes da mesma família que o carrapato (porém são cegos e não picam) Podem habitar ambientes terrestres e aquáticos, inclusive o mar. Ácaros da poeira: Dermatophagoides pteroryssinus, D. farinae, Blomia tropicalis. Se alimentam de descamações da pele humana, presentes em estofados e afins. Causadores de alergias (inalação de particulas desse alérgeno) Cerca de 84% dos lares nos Estados Unidos têm níveis detectáveis de ácaros. Sarcoptes scabiei Formas devida do ácaro: ovo - larva - ninfa – adulto. Escava tuneis na epiderme, liberando secreções. ovos e fezes. Fêmea deposita seus ovos que eclodirão em cerca de 7 a 10 dias, gerando novos parasitas. Provoca grande prurido e irritação. Controle da doença se faz através do uso de medicamentos, geralmente tópicos, sobre a lesão. Sanguessugas (Anelídeos) Invertebrados de corpo alongado e cilíndrico da mesma família que a minhoca. São triblásticos (ectoderme, mesoderme e endoderme) Celomados (cavidade revestida pela mesoderme, onde estão alojados os órgãos internos do animal) Na ausência de exoesqueleto, o celoma fornece a sustentação do corpo e auxilia na locomoção. Corpo composto por segmentos (metameria), sendo cada segmento chamado de metâmero (independente) Viver em ambiente aquático e terrestre. São hermafroditas. Movimento por ventosas. Mal de cadeiras Inoculação do protozoário Trypanosoma evansi. Parasita de cavalos com grande prejuízo à pecuária na região do Pantanal mato grossense. Diagnosticada no ser humano em 2005. Notificação obrigatória desde 2009, definido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Ameaça à saúde ou ferramenta de cura? - Evita que o sangue se acumule nas regiões tratadas. - Reduz pressão sobre veias, permitindo novas conexões sanguíneas. - Jejum de meses, administração nos locais desejados, uso de linhas para evitar que entram por orifícios, descarte após utilização (semelhante à seringa). ESTUDO DIRIGIDO: 1. Defina e cite um exemplo: - Agente etiológico > Parasita vivo que irá causar a doença Trypanosoma cruzi - Vetor mecânico > É quando o agente etiológico não se desenvolve no vetor, sendo este só servindo de transporte Ratos (Toxosplamose) - Vetor biológico > É quando o agente etiológico se multiplica ou se desenvolve no vetor Barbeiro Triatoma infestans (Doença de Chagas) - Veículo > Meio de transmissãoSaliva do mosquito infectado - Ciclo monoxênico > Doença/parasita que infecta somente um hospedeiro Schistosoma mansoni - Ciclo heteroxênico > Parasita que infecta mais de um hospedeiro por ciclo Ascaris lumbricoides - Hospedeiro intermediário > Aquele que apresenta o parasita em sua forma larvária ou assexuada Caramujo Biomphalaria - Hospedeiro definitivo > Aquele que apresenta o parasita em sua fase de maturidade ou em fase de reprodução sexuada Homo sapiens - Fase aguda > É a fase da doença que surge após a infecção onde os sintomas clínicos são mais nítidos Febre alta - Fase crônica > É a fase que se segue à fase aguda, na qual o paciente apresenta sintomas clínicos mais discretos, havendo um certo equilíbrio entre os hospedeiros e o agente etiológico Assintomático - Zoonose > Vetores que infectam animais, porém podem infectar humanos Trypanosoma evansi - Endoparasita > Parasitas que se alojam dentro de tecidos; Ascaris lumbricoides. - Ectoparasita > Parasitas que se alojam na superfície de tecidos; Sanguessuga. 2. Cite dois parasitas que: - Podem ser transmitidos por água e/ou alimentos contaminados: Taenia sp. Teníases e Ascaris Lumbricoides - Ascaridíase. - Podem ser transmitidos por relação sexual: Trichomonas Vaginalis - Tricomoníase e Candida albicanis - Candidíase. - Podem ser transmitidos via transfusão sanguínea: Parasitas do gêenero plasmodium - Malária e Leishmania sp. - Leishmaniose. - Podem ser transmitidos via placentária: Taxoplasma gondii - Toxoplasmose e Trypanosoma cruzi - Doença de Chagas - São flagelados: Plasmodium falsiparo - malária e Giardia sp - Giardiase. - São endêmicos: Trypanosoma cruzi - Doença de Chagas e Ancylostoma duodenale - Ancilostomíase. - Causam prurido cutâneo: Enterobius vermiculares - Oxiurose e Ancylostoma duodenale ou Necator americanus - Ancilostomose - Podem ser tratados com ivermectina: Wuchereria bancrofti-- Filariose linfática (elefantíase) e Ascaris lumbricoides - Ascaridíase. - Necessitam de temperatura corporal em alguma etapa do ciclo de vida: Miíase e Sarcoptes scabiei - Escabiose. - São hematófagos: Sanguessuga e pulga. - Necessitam de retirada mecânica: Miíase e Tunga penetrans - Tungíase. 3. Mulher, 33 anos. Mucosa intestinal íntegra, sem doenças de base. Ingestão de água filtrada (em casa e no trabalho) e comida cozida (em casa e em restaurante). Filtro doméstico com inspeção recente. Consumo constante de água mineral na rua (com e sem canudo). Consumo constante de açaí. Não consome caldo de cana. Consumo constante de frutas e verduras. Sem animais domésticos. Quadro clínico de diarreia por 7 dias, gases, cólicas e dores abdominais. Se febre. Sem fraqueza. Perda de peso e falta de apetite. a. Qual a suspeita do agente etiológico? Justifique sua resposta. Entamoeba histolytica. Por conta de que, além dos sintomas serem compatíveis, o consumo de água constante na rua aumenta as probabilidades da contaminação deste agente. b. Qual a suspeita de fonte de transmissão? Justifique sua resposta. Água mineral. Dentre os que foi descrito, a água é a principal probabilidade de estar contaminada. c. Qual a terapêutica recomendada? Justifique sua resposta. Hidratação, pois a diarreia prolongada causaria uma desidratação. Além da introdução de fármacos para controlar a doença e os sintomas. 4. Criança, 2 anos. Quadro clínico de prurido, urticária, descamação e lesões líquidas por grande extensão cutânea. Eventualmente apresenta quadro clínico de nariz entupido, coriza e espirros. Sinais percebidos desde 1 ano de idade. Residência com cômodos de umidade. Mãe e avó apresentam alergias cutâneas. Irmão da mãe apresenta alergias respiratórias. Presença de estofados como cortina, tapete, sofá, mantas e almofadas. Exame de sangue e sorologias demonstram aumento de eosinófilos e IgE. Pediatra trata lesões cutâneas como dermatite atópica e sinais respiratórios como rinite alérgica decorrente da umidade. Qual a sua opinião sobre a decisão médica? Incompleto, com o quadro clínico e tendo a presença de estofados, a principal possibilidade deveria ser a Escabiose, também conhecida como sarna. 5. Homem, agente de viagens em constante deslocamento no Brasil, 35 anos, doador voluntário de sangue em campanha do Hemorio. Última doação efetuada com sucesso há 4 meses. Em triagem atual, apresenta-se favorável a coleta, sendo aprovado como doador. Após coleta, ensaios de imunohematológica detectam fatores desfavoráveis ao aproveitamento da bolsa de sangue coletada. Levante duas possibilidades e justificativa para a situação descrita: Toxosplamose pode ser uma possibilidade, por ele não ser imunossuprimido e por ser uma doença endêmica, aumentando as suspeitas de infecção. Outra possibilidade seria a Malária, por ter um prazo em que o infectado não teria nenhum sintoma, que seria o tempo da infecção até a incubação do parasita, além de que o vetor é de uma espécie endêmica. 6. Mulher, 25 anos, quadro clínico de corrimento vaginal fétido e prurido nos últimos 15 dias. Relata que o odor é pior após as relações sexuais e que o corrimento é esbranquiçado. A paciente está em uma relação monogâmica estável e nunca engravidou. Relata que esta é a primeira vez que apresentou esses sintomas e está preocupada com infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), porém relata que seu companheiro não apresenta nenhum sintoma parecido ou lesão em órgão genital. No exame ginecológico apresenta vulva levemente hiperemiada, corrimento amarelado, bolhoso e colpite. a. Qual a principal hipótese para relato em consultório? Tricomoníase. b. Quais exames laboratoriais devem ser feitos para diagnóstico da doença? Papanicolau. c. Por que o parceiro sexual aparentemente não apresentou nenhum sintoma? Pois o órgão genital masculino não apresenta um sistema favorável para a proliferação do agente, sendo autolimitado. Manual: Agente etiológico: Agente que causa a doença (não é a doença; ex: Taenia sp.) Vetor: Quem vai transmitir (normalmente são insetos, caramujos... por exemplo: malária - mosquito – vetor) Veículo: Forma como o vetor vai ser transmitido (ex: saliva do mosquito) Ciclo de vida: Ciclo monoxêmico e heteroxêmico; Monoxenos ou monogenéticos são os parasitas que realizam o seu ciclo evolutivo em um único hospedeiro (ex: o Ascaris lumbricoides (lombriga), Necator americanus e o Enterobius vermicularis - oxiúrio). Heteroxenos ou digenéticos são os parasitas que só completam o seu ciclo evolutivo passando pelo menos em dois hospedeiros. (ex: Entamoeba histolytica (monoxeno)RizópodeamebíaseTrypanosoma cruzi (heteroxeno)Flageladodoença de ChagasTrypanosoma gambiensi (heteroxeno)Flageladodoença do sonoLeishmania brasiliensis (heteroxeno)Flageladoleishmaniose tegumentar americana - úlcera de Bauru). Hospedeiro Definitivo e intermediário: Hospedeiro é um organismo que abriga um outro no seu interior ou o carrega sobre si. -Um hospedeiro definitivo – que é o que apresenta o parasita em sua fase de maturidade ou na sua forma sexuada. Exemplo: Schistosoma mansoni (que causa a esquistossomose) e o Trypanosoma cruzi (que causa a Doença de chagas), tem no homem o seu hospedeiro definitivo, pois a sua fase sexuada ocorre no ser humano. -Um hospedeiro intermediário é aquele que carrega um parasita na sua fase larvária ou assexuada. Como exemplo, o caramujo é o hospedeiro intermediário do Schistosoma mansoni, causador da esquistossomose. Forma infecciosa: Forma de infecção (como ocorreu/ pegou/ adquiriu?) Porta de entrada: É a via pela qual o agente infeccioso atinge o hospedeiro susceptível. Exemplos: Trato respiratório, Trato gastrointestinal, Trato urinário, Pele não íntegra, Mucosas. Fase aguda e crônica: As doenças agudas são geralmente isoladas a apenas uma parte da área do corpo, ao passo que, no caso de doenças crônicas, esse estágio se eleva como o estágio inicial e, lentamente, ainfecção se espalha para os outros órgãos do corpo. As doenças crônicas geralmente requerem mais cuidados e recursos do que as doenças agudas. Zoonose: doenças ou infecções naturalmente transmissíveis entre animais vertebrados e seres humanos. Endo ou ectoparasita? • Ectoparasitas vivem na superfície do corpo de seus hospedeiros, enquanto os endoparásitos vivem dentro ou dentro do corpo de seus hospedeiros. • Geralmente, os endoparasitas são extremamente especializados e têm muitas adaptações do que ectoparasitas. • Os endoparásitos normalmente causam danos severos aos hospedeiros do que os ectoparasitos. Os parasitas que vivem dentro do corpo de um organismo ou um hospedeiro são chamados de endoparasitas ou parasitas internos. Eles ocorrem em vários phyla diferentes de animais e protistas. Estes parasitas podem viver em ambientes intracelulares ou extracelulares dentro de um hospedeiro. Os parasitas intracelulares vivem dentro dos corpos celulares (por exemplo: parasita da malária em glóbulos vermelhos humanos). Os parasitas extracelulares podem viver em alguns tecidos do corpo (por exemplo: Trichinella vive dentro do tecido muscular) ou em fluidos corporais (por exemplo: Schistosoma vive no plasma sanguíneo) ou no alimento canal (e. g: Taenia e Ascaris). Normalmente, parasitas intracelulares, como protozoários, bactérias ou vírus, precisam de um terceiro organismo, que geralmente é chamado de veículo ou vetor. Os parasitas que vivem na superfície corporal de um organismo são conhecidos como ectoparasitas ou parasitas externos. Estes parasitas podem ser encontrados muitas vezes em plantas e animais. Os ectoparasitas sugam sangue (parasitas animais) ou sucos (parasitas vegetais) ou se alimentam de tecidos vivos. Alguns dos exemplos mais comuns para ectoparasitas humanos são piolhos, pulgas de ratos, carrapatos e picadas de ácaros.
Compartilhar