Buscar

Psicologia da aprendizagem

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Psicologia da 
Aprendizagem
Aline Cristina Lofrese Mauricio
1º Ed. / Setembro / 2013
Impressão em São Paulo - SP
Editora
Psicologia da Aprendizagem
Coordenação Geral
Nelson Boni
Coordenador de Projetos
Leandro Lousada
Coordenadora Pedagógica de Cursos EaD
Profª. Me. Maria Rita Trombini Garcia
Professora Responsável
Aline Cristina Lofrese Mauricio
Projeto Gráfico, Diagramação e Capa
Priscila Wu Temer
Revisão Ortográfica
Nádia Fátima de Oliveira
1º Edição: Setembro de 2013
Impressão em São Paulo/SP
Copyright © EaD Know How 2013
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por 
qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353
M454p Mauricio, Aline Cristina Lofrese.
 Psicologia da aprendizagem / Aline Cristina 
 Lofrese Mauricio. – São Paulo : Know How, 2010.
 122 p. : 22 cm. : il.
 Inclui bibliografia
 ISBN : 978-85-63092-35-9
 1. Psicologia da aprendizagem. 2. Aprendizagem social e 
 emocional. I. Título. 
 CDD – 153.15 
APRESENTAÇÃO
 Parabéns!
 
 Você está recebendo o livro-texto da disciplina de 
Psicologia da Aprendizagem, construído especialmente para este 
curso, baseado no seu perfil e nas necessidades da sua formação. 
A finalidade deste livro é disponibilizar aos alunos de EAD 
conceitos e exercícios referentes aos principais temas da Psicologia 
da Aprendizagem.
 Estamos constantemente atualizando e melhorando este 
material, e você pode nos auxiliar, encaminhando sugestões e 
apontando melhorias, via monitor, tutor ou professor. Desde já, 
agradecemos a sua ajuda. 
 Lembre-se de que a sua passagem por esta disciplina será 
também acompanhada pelo Sistema de Ensino EaD Know How, 
seja por correio postal, fax, telefone, e-mail ou Ambiente Virtual 
de Aprendizagem. 
 Entre sempre em contato conosco quando surgir alguma 
dúvida ou dificuldade. Participe dos bate-papos (chats) marcados 
e envie suas dúvidas pelo Tira-Dúvidas.
 Toda equipe está à disposição para atendê-lo (a). Seu 
desenvolvimento intelectual e profissional é o nosso maior objetivo.
 Acredite no seu sucesso e tenha bons momentos de estudo!
Equipe EaD Know How
SUMÁRIO
CARTA DO PROFESSOR
UNIDADE 1
Psicologia enquanto ciência e a diferença entre 
Psicologia, senso comum e misticismo
UNIDADE 2
A Psicologia da aprendizagem e a natureza da 
inteligência emocional
UNIDADE 3
O ambiente familiar e a arte de viver em sociedade
UNIDADE 4
Resultados da aprendizagem social e emocional e 
percepção e o desenvolvimento da Assertividade 
e Empatia
UNIDADE 5
A interação Professor-aluno e Aluno-professor e 
o desenvolvimento de atitudes favoráveis ao ensino
UNIDADE 6
Formas típicas de comunicação e seus efeitos 
REFERÊNCIAS
7
9
33
55
75
95
109
118
7
CARTA DO PROFESSOR
 Caríssimo (a),
 A Psicologia é uma ciência que permeia todas as relações 
humanas.
 
 O desconhecimento dos processos envolvidos na 
aprendizagem faz com que educadores não explorem todo o 
potencial da relação estabelecida entre o professor, o educando 
e o conhecimento. Atualmente, com o avanço das pesquisas 
científicas sobre as relações humanas, a inteligência emocional e 
o desenvolvimento, temos um panorama mais rico e completo da 
psicologia da aprendizagem.
 Mas não podemos deixar de observar a realidade brasileira! 
Além da relação entre educador, educando e conhecimento, 
outros fatores influenciam o aprendizado: as condições das escolas 
brasileiras, a formação dos docentes, a estrutura da escola pública, 
enfim, vários fatores compõem este panorama.
 Convido você para, juntos, mudarmos esse Cenário!
 Seja bem-vindo!
UNIDADE 1
A Psicologia enquanto 
ciência e a diferença 
entre psicologia, senso 
comum e misticismo
11
 Caro (a) Aluno (a)
 Nesta unidade estudaremos os conceitos da Psicologia 
enquanto ciência e a diferença entre Psicologia, senso comum 
e misticismo. Você também entenderá que a psicologia é uma 
ciência com fortes bases empíricas e teóricas. 
 Bom Estudo!
 Objetivos da unidade 
 Ao final desta unidade, você deverá ter condições de:
— Identificar a importância do tema;
— Ter conhecimento do processo histórico da constituição e 
reconhecimento da Psicologia como ciência;
— Integrar os conhecimentos com a prática educativa.
— A compreensão do conceito de senso comum;
— A percepção das práticas ligadas ao misticismo;
— A diferenciação entre psicologia, senso comum e misticismo.
 Conteúdos da unidade 
— As bases científicas da Psicologia;
— O objeto da psicologia;
— As metodologias em psicologia;
— A psicologia aplicada. O que é psicologia do senso comum;
— O que é ciência;
— O objeto de estudo da Psicologia;
— A subjetividade como objeto da Psicologia;
— A Psicologia e o Misticismo;
— Diferenciando áreas do conhecimento.
13
1. Introdução
 A Psicologia é uma ciência que estuda os comportamentos 
e processos mentais, partindo da sua descrição para a explicação 
desses comportamentos de modo a poder prever e controlar as 
respostas comportamentais.
 Tradicionalmente a psicologia foi referida como o estudo 
da Alma [psiquê + logos = mente + conhecimento], mas tal 
levou a informações erradas baseadas na fé e crenças populares, 
bem como ao surgimento da parapsicologia.
 Como atingir o estatuto de ciência? 
 Esta foi a questão que se colocou nos finais do século XIX 
à Psicologia e que obteve respostas diferenciadas, levando diversos 
autores a definirem objetos e métodos específicos, consoante aos 
problemas estudados.
14
1.1 Conceito de educação
 Os caminhos possíveis para a Psicologia: 
— Estudar a consciência, os comportamentos ou ambos? 
— Os comportamentos são inatos ou adquiridos, ou 
possuímos comportamentos inatos e outros adquiridos? 
— Estudar os fatos isolados ou numa perspectiva de 
conjunto? 
1.2 O Objeto da Psicologia
Corrente Objeto
Métodos de 
investigação
População 
estudada
Autores
Associacionismo /
 Estruturalismo
Estados de 
consciência
Introspecção 
controlada
Observadores 
treinados
Wundt
Titchener
Reflexologia Reflexos
Método 
experimental
Animais e seres 
humanos
Pavlov
Behaviorismo/
Comportamentalismo
Comportamento 
observável do 
ser humano e do 
animal
Método 
experimental
Seres humanos 
e animais
Watson
Skinner
Tolman
Hull
Psicanálise
Inconsciente;
Estrutura 
psíquica;
Funcionamento 
psíquico
Método 
Psicanalítico
Pacientes 
humanos
Freud
Adler
Rank
Jung
Anna Freud
Melanie 
Klein
15
Gestaltismo /
Psicologia da Forma
Percepção e 
pensamento 
como totalidade
- Método 
experimental;
- Introspecção 
Informal
Seres humanos 
e primatas 
superiores
Wertheimer
Kohler
Kofka
Construtivismo
Estruturas da 
inteligência
- Método 
clínico; 
- Observação 
naturalista
Crianças e 
adolescentes
Piaget
Centro de 
Epistemologia
Genética
1.3 Metodologias em Psicologia
 
 Na afirmação da nova ciência, a Psicologia define o seu 
objeto, e estabelece o seu método de trabalho. Os diferentes ramos 
da psicologia resultam de diferentes modos de abordagem do 
comportamento humano. 
1.3.1 Método introspectivo
 A Introspecção no sentido restrito da palavra propõe 
o conhecimento das emoções através da observação interna e 
reflexão por parte do próprio sujeito. O indivíduo é, ao mesmo 
tempo, sujeito do conhecimento e objeto de estudo num processo 
de auto-observação.
 A Introspecção controlada implica a presença de 
observadores externos e estruturação da descrição das emoções. 
 É defendido pela corrente associacionista, de modo a 
permitir o estudo das emoções e estados da consciência de uma 
forma sistemática: orienta-se para o estudo do consciente.
16
1.3.2 Método da observação
 Na afirmação da nova ciência, a Psicologia define o seu 
objeto, e estabelece o seu método de trabalho. Os diferentes ramosda psicologia resultam de diferentes modos de abordagem do 
comportamento humano.
 Desde a Introspecção ao método clínico, o estudo da 
psicologia passa pela observação dos fenômenos psíquicos. A 
realização da observação isolada do método experimental sucede 
por, em determinadas ocasiões e por motivos práticos, não ser 
possível o recurso ao método experimental. Contudo é sempre 
possível estabelecer hipóteses e recorrer a técnicas de observação 
que permitam a verificação das hipóteses, sem passar pela 
experimentação.
 As condições em que essa observação é produzida levam a 
identificar diferentes formas:
— Laboratorial - Produzida em condições controladas;
— Naturalista - Elaborada no meio natural em que se 
desenrola a situação;
— Invocada - Realizada a partir de situações ocasionais e 
em que as condições não são controladas nem previstas. 
1.3.3 Método experimental
 O Método Experimental baseia-se no método científico 
comum à maioria das ciências. É defendido pelo Behaviorismo, 
17
mas utilizado por outras correntes de psicologia. O seu objetivo 
é permitir conhecimentos sobre comportamentos comuns a um 
grupo de pessoas.
Fases do método
 Hipótese prévia - Estabelecimento de uma relação causa-
efeito explicativa de uma situação. Pretende relacionar a presença de 
um fato (situação) com a modificação de outro (comportamento).
 Experimentação - Fase de verificação da hipótese. Nesta 
fase é determinante o rigor das observações e controle da situação 
experimental.
 Controle de variáveis - Elementos que constituem a 
situação de estudo relativamente à alteração ou manifestação de um 
comportamento cuja natureza se desconhece. O objetivo desta fase 
é comprovar se o efeito que a variáveis independentes provocam na 
variável dependente é aquele que se supusera na hipótese. 
 Registro de observações - Para garantir o rigor das 
observações e permitir a análise dos dados por investigadores 
independentes.
 Registros de ocorrências e duração de comportamento.
 Escalas de classificação - Níveis de frequência de um fato.
 Controle de condições - Validação da informação.
 Grupo experimental - Grupo de sujeitos onde é testada 
uma variável independente, sendo que as restantes condições e 
constituição devem ser iguais ao grupo de controle para permitirem 
a comparação de resultados. 
18
 Grupo de controle ou testemunha - Grupo de sujeitos em 
que as condições da experiência são mantidas inalteráveis, garantindo 
assim os dados resultantes da observação do grupo experimental.
 Amostra - Conjunto de indivíduos onde decorre a 
experimentação, sendo constituído a partir da segmentação do 
universo a estudar. A amostra deve ser significativa e representativa 
da população a estudar. 
 Amostragem simples (aleatória) - Quando a população a 
estudar é homogênea todos os seus membros possuem condições 
iguais para o estudo, pelo que são escolhidos ao acaso. 
 Amostragem estratificada - Quando a população a 
estudar é heterogênea os diversos grupos devem estar representados, 
pelo que é necessário selecionar a amostra, recorrendo-se aqui a 
técnicas da estatística. 
 Trabalho de campo - Verificação da hipótese em situação real.
 Generalização - Estabelecimento das conclusões pela 
generalização dos dados da amostra para o universo a estudar. 
 Apesar de toda a preocupação no controle da experiência 
determinados erros podem surgir nas diversas fases:
 Planificação - Possibilidade de erros na elaboração da 
amostra, na seleção das variáveis e no controle experimental. 
 Isolamento de variáveis - Determinados elementos terão 
uma reação diferente a um conjunto de variáveis presentes ao 
mesmo tempo e não a cada uma individualmente.
19
 Generalização - A amostra pode ser insuficiente ou 
demasiado seletiva. 
 A estes há ainda a acrescentar os problemas éticos na 
produção de condições experimentais (lesões físicas ou mentais por 
exemplo), o que leva ao recurso da experiência em animais (hoje 
igualmente alvo de contestação social) e da experiência invocada:
 A Experiência invocada é realizada aproveitando as 
circunstâncias acidentais de um fenômeno, constituindo um 
estudo paralelo de fatos que só costumam serem observados em 
laboratório pelo seu caráter excepcional. É assim que a existência 
de catástrofes ou guerras permitem o estudo real de situações daí 
resultantes. Por outro lado, questões éticas impedem a produção 
de determinadas experiências (separar gêmeos para analisar o 
seu desenvolvimento, provocar lesões cerebrais, etc.), restando, 
por isso, o aproveitamento de acontecimentos fortuitos. Esta foi 
a técnica mais utilizada para o estudo do cérebro, mesmo ainda 
antes da existência de aparelhos modernos.
1.3.4 Método clínico
 Não é um método de pesquisa nem pretende descobrir 
leis do comportamento, mas constitui-se como uma série de 
procedimentos de diagnóstico e tratamento de pessoas com 
problemas de comportamento e /ou emocionais.
 Deste modo o estudo desenvolve-se sobre um único 
indivíduo ao longo de determinadas fases:
20
— Anamnese - Levantamento da história individual do 
paciente, recorrendo a fontes externas e trazendo à memória 
informações perdidas. Esta fase permite elaborar algumas 
hipóteses de trabalho que vão condicionar a fase seguinte.
— Entrevista - Colocação de questões ao paciente na 
tentativa de selecionar hipóteses a partir das suas respostas 
verbais e não-verbais (gestos, reações, etc.)
— Observação - Estudo dos comportamentos do paciente 
no seu ambiente natural de modo a confirmar a hipótese 
selecionada. 
— Testes - Realização de testes de personalidade (do 
tipo projetivo) de modo a certificar as conclusões. Note-
se que estes testes podem ser igualmente utilizados no 
início do processo, de modo a fornecer informações. 
 A partir da confirmação da hipótese deduz-se qual o 
tratamento a desenvolver.
 Encontramos a aplicação deste método em Piaget e em 
Khöler.
1.3.5 Método psicanalítico
 Com o objetivo de conhecer o inconsciente, Freud 
estabelece um conjunto de procedimentos que nos podem fornecer 
informações sobre o inconsciente do paciente, responsável pelos 
seus distúrbios:
21
— Hipnose - Induzir o paciente, através de uma sugestão 
intensa, num estado semelhante ao sono, mas no qual é 
possível estabelecer a comunicação com o hipnotizador 
e ser sugestionado, podendo assim revelar memórias 
ocultas ou ser condicionado para determinada ação ou 
comportamento. 
— Interpretação dos sonhos - Os sonhos apresentam 
imagens figurativas de recalcamentos, ansiedades e 
medos, que depois de interpretados vão permitir ao 
psicanalista confirmar os resultados das suas investigações 
sobre problemas de comportamento apresentados 
pelo paciente. É o meio de exploração mais seguro dos 
processos psíquicos, pelo que acaba por abandonar a 
técnica da hipnose. 
— Atos falhos - fenômenos ligados a lapsos de linguagem, 
de escrita, esquecimentos momentâneos de palavras. São 
acidentes de caráter insignificante e de curta duração. 
— Transferência - Transferência inconsciente para a 
figura do psicanalista de sentimentos de ternura ou 
de hostilidade (transferência positivo ou negativo) 
atualizando situações reprimidas e esquecidas, de forma 
a que o psicanalista possa detectar as razões do conflito 
inconsciente. É um processo de catarse, descarga psíquica, 
restabelecendo a relação entre a emoção e o objeto que 
inicialmente a despertou. 
 Estas técnicas, indiretas, permitem que o próprio 
paciente tome consciência dos seus problemas, só assim sendo 
possível a sua cura.
 Por seu lado, a Hipnose, que não permitia a tomada de 
22
consciência do problema pelo paciente, vem a ser abandonada. 
[consultar - Freud]
1.4 Psicologia aplicada
Especializações Objetivos
Psicologia Biológica
Investigação dos mecanismos fisiológicos que 
estão subjacentes aos comportamentos e às 
desordens mentais.
Psicologia Cognitiva
Investigação dos processos mentais como o 
pensamento, a memória, a resolução de problemas 
e a tomadade decisões.
Psicologia do 
Desenvolvimento
Investigação dos processos que se alteram durante 
o curso da vida: na infância, na adolescência e na 
idade adulta.
Psicologia 
Educacional
Aplicação dos princípios psicológicos à prática 
educativa, incluindo métodos de ensino na sala de 
aula, concepção do currículo escolar.
Psicologia 
Experimental
Investigação dos processos que envolvem a 
aprendizagem, a percepção, a motivação, a 
emoção.
Psicologia Social
Investigação do comportamento de grupos, da 
dinâmica de grupos, das características de um líder.
Psicologia Clínica
Diagnóstico, investigação das causas e tratamento 
de comportamentos desajustados.
Psicologia da 
Personalidade
Investigação dos fatores que tornam cada 
indivíduo único.
Psicologia das 
Organizações
Investigação dos processos tendentes à otimização 
do rendimento no trabalho, motivação e formação 
dos trabalhadores.
23
 A diferença entre psicologia, 
senso comum e misticismo
 O que é psicologia do senso comum? 
 Usamos o termo psicologia, no nosso cotidiano, com 
vários sentidos, como por exemplo, quando falamos do poder de 
persuasão ou de compreensão de alguém, ou da capacidade que 
algumas pessoas têm de escutar os outros e darem bons conselhos. 
Essa psicologia, usada no dia a dia pelas pessoas, é chamada de 
psicologia do senso comum. 
 O senso comum: conhecimento 
da realidade
 Durante nossa vida cotidiana, vamos adquirindo várias 
aprendizagens pela via do hábito e da tradição, que passam de 
geração para geração. Assim, aprendemos com nossos pais a 
atravessar a rua, a fazer a televisão funcionar, a plantar alimentos 
na época e da maneira correta. Com nossos amigos e colegas, 
aprendemos a paquerar, a ficar ou a pedir para namorar a pessoa 
que desejamos, a nos comportarmos em sala de aula, no trabalho, 
e assim por diante. 
 Na vida cotidiana, as teorias científicas são simplificadas, 
quer seja para viabilizar seu uso no dia a dia, quer seja pela 
interpretação sempre singular dos fatos vividos, que muitas 
vezes parecem contradizer as considerações feitas pela ciência. É 
justamente o conhecimento que vamos acumulando no nosso dia 
a dia que é chamado de senso comum. O senso comum mistura e 
recicla saberes muito mais especializados e os reduz a um tipo de 
teoria simplificada, produzindo uma determinada visão de mundo.
24
 O senso comum vai integrando, ainda que de um modo 
precário, todo o conhecimento humano, produzindo para cada 
pessoa ou grupo social, um modo particular de interpretar os 
fatos e o mundo que o cerca. Sem esse conhecimento intuitivo, 
espontâneo, construído muitas vezes de tentativas e erros, a 
nossa vida no dia a dia seria muito complicada. E é na tentativa 
de facilitar o dia a dia que o senso comum produz suas próprias 
“teorias” médicas, físicas, psicológicas, etc.
 O que é ciência? 
 A ciência é uma atividade reflexiva, que procura 
compreender, elucidar e alterar o cotidiano a partir de um estudo 
sistemático e não simplesmente da adaptação à realidade. Quando 
fazemos ciência, afastamo-nos da realidade para compreendê-
la melhor, transformando-a em objeto de investigação - o que 
permite a construção do conhecimento científico sobre o real. 
 A ciência é composta de um conjunto de conhecimentos 
sobre fatos ou aspectos da realidade (objeto de estudo), expresso 
por meio de uma linguagem precisa e rigorosa. Esses conhecimentos 
devem ser obtidos de maneira programada, sistemática e 
controlada, para que se permita a verificação de sua validade. 
 A ciência tem ainda uma característica fundamental: 
ela aspira à objetividade. Suas conclusões devem ser passíveis 
de verificação e isentas de emoção (isto é, busca-se atingir a 
neutralidade), para, assim, tornarem-se válidas para todos, ou seja, 
poderem ser generalizadas em todas as situações. 
 Objeto específico, linguagem rigorosa, métodos e 
técnicas específicos, processo cumulativo do conhecimento e 
objetividade, fazem da ciência uma forma de conhecimento que 
25
supera em muito o conhecimento espontâneo do senso comum. 
Esse conjunto de características é o que permite denominarmos 
um conjunto de conhecimentos de científico. 
 O objeto de estudo da Psicologia 
 Como dissemos acima, para ser considerado científico, um 
conhecimento precisa ter um objeto específico de estudo. Assim, por 
exemplo, o objeto da astronomia são os astros e o da biologia são os 
seres vivos. Tal classificação aponta para a possibilidade de se isolar o 
objeto de estudo, tornando-o distante da nossa realidade cotidiana e 
estabelecendo com ele a neutralidade e objetividade desejadas. 
 Entretanto, o mesmo não ocorre com a Psicologia, que, 
como a Antropologia, a Economia, a Sociologia e outras ciências 
humanas, estuda o homem. Estamos diante, portanto, de uma 
dificuldade comum a todas as ciências humanas: separar o objeto 
de estudo e o sujeito que o examina. Por outro lado, dizer que a 
psicologia estuda o homem é conceituá-la de um modo abrangente 
demais e apenas coloca a Psicologia entre as outras ciências humanas. 
 Na verdade, estamos aqui diante de um problema 
fundamental para a psicologia: na psicologia, o homem é visto de 
maneiras bem diversas entre si. A diversidade de objetos da psicologia 
é explicada, principalmente, por dois fatores. Em primeiro lugar, este 
campo do conhecimento constituiu-se como área do conhecimento 
científico só muito recentemente. Até o fim do século XIX, apenas 
a Filosofia e a Teologia preocupavam-se com esse objeto.
 Um segundo motivo que contribui para dificultar a 
clara definição de objeto em Psicologia é o fato de o cientista - o 
pesquisador - confundir-se, nessa disciplina, com o objeto a ser 
pesquisado. No sentido mais amplo, o objeto de estudo da Psicologia
26
é o homem, e neste caso o pesquisador está inserido na categoria a 
ser estudada. Assim, a concepção de homem que o pesquisador traz 
consigo “contamina” inevitavelmente a sua pesquisa em Psicologia. 
Isso ocorre porque há diferentes concepções de homem entre os 
cientistas (na medida em que estudos filosóficos, teológicos e mesmo 
doutrinas políticas acabam definindo o homem à sua maneira, e o 
cientista acaba necessariamente se vinculando a uma destas crenças). 
 Na realidade, este é um “problema” enfrentado por todas 
as ciências humanas, muito discutido pelos cientistas de cada área 
e até agora sem perspectiva de solução. Assim, a Psicologia hoje se 
caracteriza por uma diversidade de objetos de estudo. Esta situação 
leva-nos a questionar a caracterização da Psicologia como ciência e a 
postular que no momento não existe uma psicologia, mas Ciências 
Psicológicas embrionárias e em desenvolvimento. 
 A subjetividade como objeto da Psicologia
 Considerando toda essa dificuldade na conceituação 
única do objeto de estudo da psicologia, preferimos apresentar a 
você uma definição que sirva como referência para nossas próximas 
aulas, uma vez que você irá se deparar com diversos enfoques – 
diversas escolas de psicologia - que trazem definições específicas 
desse objeto: o comportamento, o inconsciente, a consciência, etc. 
 A identidade da psicologia é o que a diferencia dos demais 
ramos das ciências humanas, e pode ser obtida considerando-se 
que cada um desses ramos enfoca o homem de maneira particular. 
Assim, cada especialidade - a economia, a política, a história etc. 
trabalha essa matéria-prima de maneira particular, construindo 
conhecimentos distintos e específicos a respeito dela. A psicologia 
colabora com o estudo da subjetividade: é essa a sua forma
27
particular específica de contribuição para a compreensão da 
totalidade da vida humana.
 A subjetividade é a síntese singular e individual que cada 
um de nós vai constituindo conforme vamos nos desenvolvendo 
e vivenciando as experiências da vida social e cultural; é uma 
síntese que nos singulariza, de um lado, por ser única, e nos iguala, 
de outro, na medida em que os elementos que a constituem são 
experienciados no campo comum da objetividadesocial. Esta 
síntese - a subjetividade - é o mundo de ideias, significados e 
emoções, construído internamente pelo sujeito, a partir de suas 
relações sociais, de suas vivências e de sua constituição biológica; é, 
também, fonte de suas manifestações afetivas e comportamentais. 
 Importa muito ressaltar aqui que a subjetividade não só 
é fabricada, produzida, moldada pelo campo da cultura, pelos 
pais, amigos, colegas e grupos. Vale dizer que ela é também 
automoldável, ou seja, o homem pode promover novas formas 
de subjetividade, recusando-se ao assujeitamento e à perda de 
memória imposta pela fugacidade da informação; recusando a 
massificação que exclui e estigmatiza o diferente, a aceitação social 
condicionada ao consumo, a medicalização do sofrimento. Nesse 
sentido, retomamos a utopia que cada homem pode participar da 
construção do seu destino e de sua coletividade. 
 A Psicologia e o misticismo
 A Psicologia, como área da Ciência, vem se desenvolvendo 
na história desde 1875, quando Wilhelm Wundt (1832-1926) 
criou o primeiro Laboratório de Experimentos em Psicofisiologia, 
em Leipzig, na Alemanha. Esse marco histórico significou o 
desligamento da Psicologia da Filosofia e da religião, com suas 
ideias abstratas e espiritualistas que defendiam a existência de 
28
uma alma nos homens, como a morada da vida psíquica. A partir 
deste marco histórico, a história da Psicologia fortalece seu 
vínculo com os princípios e métodos científicos. A ideia de um 
homem autônomo, capaz de se responsabilizar pelo seu próprio 
desenvolvimento e pela sua vida, também vai se fortalecendo a 
partir desse momento. 
 Hoje, a Psicologia ainda não consegue explicar muitas 
coisas sobre o homem. A invenção dos computadores, por exemplo, 
trouxe e trará mudanças em nossas formas de pensamento, em nossa 
inteligência, e a Psicologia precisará absorver essas transformações 
em seu quadro teórico. 
 Alguns dos “desconhecimentos” da Psicologia têm 
levado os psicólogos a buscarem respostas em outros campos do 
saber humano. Com isso, algumas práticas não-psicológicas têm 
sido associadas às práticas psicológicas. O tarô, a astrologia, a 
quiromancia, a numerologia, entre outras práticas adivinhatórias 
e/ou místicas, têm sido associadas ao fazer e ao saber psicológico. 
Vale, entretanto, ressaltar que estas não são práticas da Psicologia. 
São outras formas de saber sobre o humano que não podem ser 
confundidas com a Psicologia, pois não são construídas no campo 
da Ciência, a partir do método e dos princípios científicos, além de 
estarem em oposição aos princípios da Psicologia, que vê o homem 
como ser autônomo. As práticas místicas têm pressupostos 
opostos, pois nelas há a concepção de destino, da existência de 
forças que não estão no campo do humano e do mundo material. 
 A Psicologia, ao relacionar-se com esses saberes, deve 
ser capaz de enfrentá-los sem preconceitos, reconhecendo que o 
homem construiu muitos “saberes” em busca de sua felicidade. 
Mas é preciso demarcar nossos campos. Esses saberes não estão no 
campo da Psicologia, mas podem se tornar seu objeto de estudo.
29
 Diferenciando áreas do conhecimento
 Faz-se necessário também discernir com clareza as 
diferenças entre psiquiatria, psicologia e psicanálise, para clarificar 
o campo de ação das três disciplinas. 
 Psiquiatria - A psiquiatria é uma especialização da 
medicina voltada ao tratamento dos transtornos mentais causados 
por um funcionamento inadequado do cérebro. De fato, existem 
evidências exaustivas de que existem correlações entre diversos 
distúrbios de comportamento e afetações dos mecanismos 
cerebrais. O psiquiatra é, portanto, um médico que estará 
estudando as interrelações entre as funções orgânicas e psíquicas 
e buscará cessar os sintomas decorrentes das disfunções através do 
uso de medicamentos adequados a este fim. 
 Psicologia - A psicologia, como vimos, é o conjunto de 
ciências que estuda a pessoa através de seu comportamento ou 
dos processos mentais, relacionando-os a fatores sócioculturais e 
/ou estruturais. Ela foca, principalmente, o funcionamento dos 
indivíduos e grupos, visando sua melhor condição de interação 
com o mundo. Podemos dizer que sua ética se dirige para a busca 
do bem-estar ou da felicidade possível dos/entre os homens, 
vinculada à vontade do eu ou ao controle dos comportamentos. 
 Psicanálise - A psicanálise, fundada por Sigmund 
Freud, é um método de investigação do psiquismo humano que 
busca evidenciar o significado inconsciente das palavras, ações 
e produções imaginárias de um sujeito (Laplanche e Pontalis, 
57:384), bem como investigar os conflitos psíquicos resultantes 
das intensidades que atravessam o sujeito e que se opõem aos 
limites sócioculturais por ele internalizados. Ela dá um golpe no 
30
narcisismo da humanidade ao revelar que o eu – investido pela 
psicologia - não é o senhor em sua própria casa, além de enunciar 
uma sexualidade em ruptura com instintos e impulsos naturais. 
Através da escuta, o psicanalista pretende auxiliar o paciente na 
busca de um maior conhecimento dos desejos que o atravessam, 
de sua constituição como diferença e singularidade, através de um 
instrumento terapêutico essencial: a palavra.
31
Síntese da unidade
 Nesta unidade você pôde identificar a fundamentação da 
psicologia enquanto ciência. Tais conceitos são fundamentais para 
a sequência do nosso curso. A psicologia como campo do saber 
é bem definida, cada vez mais se distancia de qualquer tipo de 
confusão entre ciência, misticismo ou senso comum!
 O conhecimento da base conceitual da psicologia nos 
aproxima cada vez mais do nosso foco de estudos: A Psicologia da 
Aprendizagem.
 Fique ligado!
Exercício proposto
 
 Analise as tendências no seu meio social, as percepções 
das pessoas a respeito da psicologia. Registre também se encontrar 
preconceitos a respeito da área, pois embora estejamos em pleno 
século XXI, ainda esbarramos em preconceitos tais como: “Não 
preciso de psicólogo, isto é coisa para louco!’.
 
 Bom trabalho!
UNIDADE 2
A Psicologia da 
Aprendizagem e a natureza 
da inteligência emocional
35
 Caro (a) Aluno (a)
 Nesta unidade, iremos estudar a Psicologia da 
Aprendizagem. Será apresentada uma síntese do que autores e 
pesquisadores vêm escrevendo sobre o assunto. Para termos uma 
noção mais completa da natureza da inteligência emocional, 
iremos conhecer um pouco do pensamento de Daniel Goleman, 
pesquisador que se dedica aos estudos da inteligência emocional. 
Vamos então aprender sobre a inteligência emocional?
 
 Boa aula!
 Objetivos da unidade
 Ao final desta unidade, você deverá ter condições de:
— Conhecer o conceito de psicologia da aprendizagem;
— Identificar as principais teorias de psicologia da aprendizagem;
— Estabelecer correlações entre as teorias e seus autores.
— Perceber os principais aspectos da inteligência emocional;
— Identificar a importância da inteligência emocional
e sua relação com a expressão do conhecimento.
36
 Conteúdos da unidade 
 Acompanhe os assuntos desta unidade:
— Introdução às teorias da aprendizagem;
— As teorias da aprendizagem;
— As características das teorias da aprendizagem.
— A natureza da inteligência emocional
— Percepção e expressão da emoção;
— Facilidade emocional de pensamento;
— Compreender e analisar informação emocional; emprego 
do conhecimento emocional;
— Regulação da emoção.
37
2.1 Introdução às teorias de aprendizagem
 Neste tópico, serão apresentados alguns conceitos 
introdutórios das teorias de aprendizagem, que é um subconjunto da 
Ciência Cognitiva. Este estudo da evolução das teorias da psicologia 
da aprendizagem, chamada de ciência do comportamento humano, 
tem como objetivo principal mostrar a importância destas teorias na 
Ciência Cognitiva. 
 Segundo Gardner (1996, p.20), “Atualmente, a maioria 
dos cientistas cognitivistas é proveniente das fileiras de disciplinas 
específicas - em especial, da filosofia, da psicologia, da inteligênciaartificial, da linguística, da antropologia e da neurociência (Essas 
disciplinas conjuntamente serão referidas como ‘Ciências Cognitivas’).”
 É importante compreender o modo como as pessoas 
aprendem e as condições necessárias para a aprendizagem, bem 
como identificar o papel de um professor nesse processo. Estas 
teorias são importantes porque possibilitam a este mestre adquirir 
conhecimentos, atitudes e habilidades que lhe permitirão alcançar 
melhor os resultados no processo de aprendizagem ensino.
38
 Na aprendizagem escolar, existem os seguintes elementos 
que compõem o processo de aprendizagem: o aluno, o professor e 
a situação de aprendizagem. 
 As teorias de aprendizagem buscam reconhecer a 
dinâmica envolvida nos atos de ensinar e aprender, partindo do 
reconhecimento da evolução cognitiva do homem, e tentam 
explicar a relação entre o conhecimento pré-existente e o novo 
conhecimento. A aprendizagem não seria apenas inteligência 
e construção de conhecimento, mas, também composta pela 
identificação pessoal e relação através da interação entre as pessoas. 
 Os ambientes computacionais destinados ao ensino 
devem trazer à tona fatores pertinentes à mediação humana 
através da tecnologia. As teorias de aprendizagem têm em comum 
o fato de assumirem que indivíduos são agentes ativos na busca e 
construção de conhecimento, dentro de um contexto significativo. 
A seguir, encontram-se resumidas as características de algumas das 
principais teorias de aprendizagem.
Teorias de Aprendizagem
 Epistemologia genética de Piaget
 Características
 Ponto central: estrutura cognitiva do sujeito. As estruturas 
cognitivas mudam através dos processos de adaptação: assimilação 
e acomodação. A assimilação envolve a interpretação de eventos em 
termos de estruturas cognitivas existentes, enquanto que a acomodação 
se refere à mudança da estrutura cognitiva para compreender o meio. 
Níveis diferentes de desenvolvimento cognitivo.
39
 Teoria construtivista de Bruner
 Características
 O aprendizado é um processo ativo, baseado em seus 
conhecimentos prévios e os que estão sendo estudados. O aprendiz 
filtra e transforma a nova informação, infere hipóteses e toma 
decisões. Aprendiz é participante ativo no processo de aquisição de 
conhecimento. Instrução relacionada a contextos e experiências pessoais.
 Teoria sóciocultural de Vygotsky
 Características
 Desenvolvimento cognitivo é limitado a um determinado 
potencial para cada intervalo de idade (ZPD); o indivíduo deve 
estar inserido em um grupo social e aprende o que seu grupo 
produz; o conhecimento surge primeiro no grupo, para só depois 
ser interiorizado. A aprendizagem ocorre no relacionamento do 
aluno com o professor e com outros alunos.
 Aprendizagem baseada em Problemas/ Instrução 
ancorada (John Bransford & the CTGV) 
 Características
 Aprendizagem se inicia com um problema a ser 
resolvido. Aprendizado baseado em tecnologia. As atividades 
de aprendizado e ensino devem ser criadas em torno de uma 
“âncora”, que deve ser algum tipo de estudo de um caso ou uma 
situação envolvendo um problema.
40
 Teoria da flexibilidade cognitiva (R. Spiro, P. 
Feltovitch & R. Coulson)
 Características
 Trata da transferência do conhecimento e das habilidades. 
É especialmente formulada para dar suporte ao uso da tecnologia 
interativa. As atividades de aprendizado precisam fornecer 
diferentes representações de conteúdo.
 Aprendizado situado (J. Lave)
 Características
 Aprendizagem ocorre em função da atividade, contexto 
e cultura e ambiente social na qual está inserida. O aprendizado é 
fortemente relacionado com a prática e não pode ser dissociado dela.
 Gestaltismo
 Características
 Enfatiza a percepção ao invés da resposta. A resposta 
é considerada como o sinal de que a aprendizagem ocorreu e 
não como parte integral do processo. Não enfatiza a sequência 
estímulo-resposta, mas o contexto ou campo no qual o estímulo 
ocorre e o insight tem origem, quando a relação entre estímulo e o 
campo é percebida pelo aprendiz.
 Teoria da inclusão (D. Ausubel)
 Características
 O fator mais importante de aprendizagem é o que o
41
aluno já sabe. Para ocorrer a aprendizagem, conceitos relevantes e 
inclusivos devem estar claros e disponíveis na estrutura cognitiva do 
indivíduo. A aprendizagem ocorre quando uma nova informação 
ancora-se em conceitos ou proposições relevantes preexistentes.
 Aprendizado experimental (C. Rogers)
 Características
 Deve-se buscar sempre o aprendizado experimental, pois 
as pessoas aprendem melhor aquilo que é necessário. O interesse e a 
motivação são essenciais para o aprendizado bem sucedido. Enfatiza 
a importância do aspecto interacional do aprendizado. O professor 
e o aluno aparecem como os co-responsáveis pela aprendizagem.
 Inteligências múltiplas (Gardner)
 Características
 No processo de ensino, deve-se procurar identificar 
as inteligências mais marcantes em cada aprendiz e tentar 
explorá-las para atingir o objetivo final, que é o aprendizado de 
determinado conteúdo.
2.2 A natureza da inteligência emocional
 O que permite distinguir pessoas que com um QI 
elevado falham frequentemente, enquanto outras com um QI 
modesto se portam surpreendentemente, será aquilo a que se 
chama inteligência emocional, que inclui o autocontrole, o zelo, 
42
a persistência e a capacidade de nós próprios nos motivarmos. 
Através da inteligência emocional, tentamos compreender 
o que significa trazer inteligência à emoção e como fazê-lo 
(Goleman,1995).
 Durante a vida acadêmica, o fato de existirem muitas 
pessoas com um alto QI, não as impede de cometer atos irracionais, 
pelo simples fato de que a inteligência acadêmica tem pouco a ver 
com a vida emocional. As pessoas que possuem um QI elevado 
podem, no que diz respeito às suas vidas particulares, ter pouco 
repertório de comportamentos sociais bem sucedidos. No entanto, 
podemos verificar que muitas pessoas com um QI baixo acabam por 
desempenhar funções subalternas, enquanto que as que têm um QI 
elevado tendem a ser mais bem pagas, mas nem sempre.
 Para além disto, existem outras características, que se 
podem resumir na inteligência emocional, como a capacidade 
de a pessoa se motivar a si mesma, sendo persistente, apesar 
das frustrações; de controlar os impulsos e adiar a recompensa; 
de regular o seu próprio estado de espírito e impedir que o 
desânimo impeça a faculdade de pensar; de sentir empatia e de 
ter esperança.(Goleman, 1995)
 Segundo Arnold (1992, cit. Goleman, 1995) “... saber 
que alguém faz parte do grupo dos melhores alunos só nos diz 
que essa pessoa é excelente no desempenho de certas tarefas que 
são medidas por notas. Nada nos diz a respeito como reage às 
vicissitudes da vida”. (pág..56)
 Apesar de QI elevado não ser garantia de prosperidade, 
prestígio ou vencer na vida, o fato é que as escolas e a própria 
cultura fixam-se nas capacidades acadêmicas, ignorando 
assim a inteligência emocional, que engloba um conjunto de 
43
características fundamentais para o nosso destino pessoal. Várias 
provas testemunham que as pessoas que conhecem e controlam 
os seus próprios sentimentos e sabem também reconhecer e lidar 
perfeitamente com os sentimentos dos outros, levam vantagem 
em todos os domínios da vida, porém aqueles que não conseguem 
obter um determinado controle sobre as suas vidas emocionais 
travam constantemente batalhas íntimas que os impede de produzir 
trabalho continuado e pensamentos claros. (Goleman, 1995)
 Segundo Gardner (1986, cit. Goleman, 1995) “... 
a contribuição mais importante que a escola pode fazer para o 
desenvolvimento de uma criança, é ajudar a encaminhá-la para a 
área onde os seus talentos lhe sejam mais úteis, onde se sinta satisfeita 
e competente.” (pag.57)
 A educação deve alimentar em vez de ignorar ou até 
frustrar os talentos. Ao encorajar a criança a desenvolver todo o 
tipo de capacidades a que um dia recorrerá para ter sucesso, ou que 
utilizará para se realizar naquiloque fizer, a escola transforma-
se numa educação da arte de viver. Em 1983, Gardner publica 
“Frames of Mind”, onde tem visão de inteligência múltipla, 
cujo modelo vai para além do conceito padrão de QI como 
um fator único e imutável. Desta maneira, Gardner sustenta 
que possuímos 7 tipos de inteligência distintas, cada uma delas 
relativamente independentes das outras - Inteligência musical; 
Inteligência cinestésica – Inteligência corporal; Inteligência 
lógico-matemática; Inteligência linguística; Inteligência 
intrapessoal [1] e Inteligência Interpessoal [2]. (Goleman, 1995)
 A respeito das inteligências pessoais, segundo Gardner 
(1993, cit. Goleman, 1995) “A inteligência interpessoal é a 
capacidade de compreender as outras pessoas; o que é que as motiva,
44
como é que funcionam, como trabalhar cooperativamente com elas. 
Os vendedores, políticos, professores, clínicos e líderes religiosos bem 
sucedidos terão tendência para ser pessoas possuidoras de um elevado 
nível de inteligência interpessoal. A inteligência intrapessoal (...) é 
uma capacidade correlativa, voltada para dentro. É a capacidade de 
criarmos um modelo correto e verídico de nós mesmos e de usar esse 
modelo para funcionar eficazmente na vida”. (pag.59) 
 A visão de Gardner a respeito destas inteligências põe 
a tônica na cognição, isto é, a compreensão de nós mesmos e 
dos outros em termos de motivos, de hábitos de trabalho e na 
interiorização desse conhecimento na condução da nossa vida e 
das relações que temos com os outros. No seu trabalho Gardner 
concentra-se mais na cognição dos sentimentos, do que no papel 
das sensações nessas inteligências. Contudo, Gardner sabe bem a 
importância que as capacidades emocionais e de relacionamento 
têm nos altos e baixos da vida. (Goleman, 1995)
 Estas características nucleares da inteligência pessoal 
vêm a constituir-se afinal, como a essência em si do conceito de 
inteligência emocional tal como originalmente o definem Salovey 
e Mayer (1990, cit.Veríssimo,2000): “capacidade de reconhecer as 
emoções e os sentimentos pessoais e dos outros, de os discriminar, e 
de usar esta informação para orientar o seu modo de pensar e agir”. 
(pág.30)
 Salovey e Mayer (1990, cit. Veríssimo, 2000) referem que 
“os processos subjacentes à inteligência emocional são desencadeados 
quando informações impregnadas de afeto acedem inicialmente ao 
sistema perceptivo.” (pág.31)
45
 Segundo Salovey & Mayer, (1990, cit. Lewis, Havinland, 
Jones,2000) “as competências emocionais são fundamentais para 
uma inteligência social. Isto porque situações e dificuldades sociais 
estão muito ligadas a uma componente afetiva. Além disso as 
competências sociais não só se manifestam nas experiências sociais 
como também nas experiências com o indivíduo.” (pag. 504)
 A seguinte tabela apresenta um modelo por quatro 
campos, cada um representando um grupo de características 
ordenadas hierarquicamente segundo a sua complexidade.
Inteligência emocional
 Percepção e expressão da emoção
— Capacidade para identificar emoções tanto a nível 
físico como psicológico. 
— Capacidade para identificar emoções noutras pessoas 
e objetos. 
— Capacidade para exprimir emoções correspondentes e 
exprimir necessidades relacionadas com essas emoções. 
— Capacidade para discriminar expressões emocionais, 
honestidade e desonestidade.
 Facilidade emocional de pensamento
— Capacidade para redirecionar e analisar a prioridade dos 
seus pensamentos baseados em sentimentos associados a 
objetos, acontecimentos e a outras pessoas. 
— Capacidade de gerar emoções que facilitam julgamentos 
e recordações associadas a sentimentos.
46
— Capacidade para capitalizar mudanças de espirito 
para se poder integrar em múltiplos pontos de vista, 
assumindo diferentes perspectivas. 
— Capacidade para utilizar os estados emocionais para 
facilitar a resolução de problemas e na criatividade. 
 Compreender e analisar informação emocional; 
emprego do conhecimento emocional 
— Capacidade de compreender como diferentes emoções 
estão relacionadas. 
— Capacidade de perceber as causas e consequências das 
emoções. 
— Capacidade de interpretar emoções complexas tal 
como estados emocionais contraditórios. 
— Capacidade para compreender e prever transições 
entre emoções. 
 Regulação da emoção
— Capacidade de gerir tanto emoções agradáveis como 
também desagradáveis. 
— Capacidade de refletir sobre as emoções. 
— Capacidade de se envolver, prolongar ou desligar de um 
determinado estado emocional. 
— Capacidade de gerir as suas emoções.
Adaptado de Mayer & Salovey (1997, cit Lewis, Havinland, Jones,2000)
 Este conceito de inteligência emocional proposto por 
Salovey e Mayer inclui o fato de que são meta-habilidades que 
podem ser categorizadas em cinco competências ou dimensões:
47
1 - Conhecer as nossas próprias emoções. A autoconsciência 
é a pedra-base da inteligência emocional. As pessoas que têm 
uma maior certeza acerca dos seus sentimentos governam 
melhor as suas vidas, tendo uma maior certeza e segurança das 
decisões que tomam.
2- Gerir as emoções. Lidar com as sensações de 
modo apropriado é uma capacidade que nasce do auto-
conhecimento. As pessoas a quem falta esta capacidade 
estão em constante luta com sensações de angústia, 
enquanto que aquelas que a possuem, se recuperam mais 
facilmente dos tombos da vida.
3- Motivarmo-nos a nós mesmos. Mobilizar as emoções 
a serviço de um objetivo é essencial para concentrar a 
atenção, para a automotivação, para a competência e para 
a criatividade. O autocontrole emocional está subjacente 
a todo o tipo de realizações.
4-Reconhecer as emoções dos outros. A empatia, que 
também nasce da autoconsciência é a mais fundamental 
das “aptidões pessoais”. As pessoas empáticas são mais 
sensíveis àquilo que as outras pessoas necessitam ou 
desejam, tornado-as aptas em profissões que envolvam a 
prestação de cuidados, o ensino, as vendas e a gestão.
5- Gerir relacionamentos. A arte de nos relacionarmos é, 
em grande parte, a aptidão para gerir as emoções dos outros.
 Apesar de referidas estas cinco dimensões, as pessoas 
diferem nas suas capacidades em cada um deles, pois alguns de 
nós poderão ser particularmente hábeis em controlar a sua própria 
ansiedade, mas incapazes de acalmar as perturbações de terceiros. 
A base subjacente ao nosso nível de aptidão é neuronal, contudo 
48
o cérebro é notavelmente plástico, capaz de uma aprendizagem 
constante. (Goleman, 1995)
 A injunção de Sócrates “Conhece-te a ti mesmo” refere-
se à inteligência emocional: a consciência dos nossos próprios 
sentimentos no momento em que ocorrem. Geralmente os 
psicólogos usam a palavra metacognição para significarem a 
consciência das próprias emoções, contudo Goleman prefere o 
termo autoconsciência para refletir a atenção continuada dada 
aos nossos estados íntimos. É esta consciência das emoções a 
competência emocional básica sobre a qual todas as outras se 
constroem. (Goleman,1995)
 Autoconsciência é, segundo Mayer (1993, cit. Goleman, 
1995) “ter consciência tanto do nosso estado de espírito como dos nossos 
pensamentos a respeito desse estado de espírito”. Os pensamentos 
típicos que denunciam a autoconsciência emocional incluem “ 
Não devia sentir-me assim”, “Estou a pensar em coisas agradáveis 
para me animar”. (pag.67)
 Mayer (1995, cit. Goleman, 1995) pensa que as pessoas 
se distribuem por três grupos principais na maneira de enfrentar e 
lidar com as próprias emoções:
— Autoconscientes. Conscientes dos seus estados de 
espírito à medida que eles ocorrem
— Imersas. Deixam-se frequentemente avassalar pelas 
emoções e são incapazes de escapar-lhes, como se os seus 
estados de espírito assumissem o comando.
— Aceitantes. Embora as pessoas tenham consciência 
do que sentem, têm também tendência para aceitar os 
estados de espírito tais como lhe veem e nada fazendo 
para modificá-los. (pag. 68)
49
 A autoconsciência é fundamental para a introspecção 
psicológica, pois é estafaculdade que a maior parte da psicoterapia 
tem como objetivo reforçar. A autoconsciência emocional é o 
material de base para o próximo componente fundamental da 
inteligência emocional: ser capaz de se libertar de um estado de 
espírito negativo.
 O sentido do autodomínio, ser capaz de resistir às 
tempestades emocionais, em vez de ser “escravo das paixões”, é 
considerado uma virtude desde os tempos de Platão. Ser capaz de 
controlar as emoções que nos perturbam é a chave para o bem-
estar emocional.
 Os altos e baixos dão sabor à vida, porém precisam ser 
equilibrados. Nos cálculos do coração, é a relação entre emoções 
positivas e negativas que determina o sentimento de bem-estar. 
(Goleman, 1995)
 Tal como há na mente um constante murmúrio de fundo 
de pensamentos, também existe uma presença permanente de 
emoções. De qualquer forma, tentar gerir as nossas emoções é um 
trabalho de tempo inteiro, pois grande parte do que fazemos é 
uma tentativa para controlar o nosso estado de espírito.
 O design do cérebro significa que muitas vezes temos 
pouco ou nenhum controle sobre quando somos invadidos pela 
emoção ou sobre qual será essa emoção, contudo temos alguma 
coisa a dizer a respeito de quanto tempo essa emoção irá durar. 
Quando as emoções são muito intensas e perduram durante longo 
tempo, acabam por atingir os extremos, ou seja, ansiedade crônica, 
raiva incontrolável, depressão. De todos o estados de espírito a que 
procuramos escapar, a raiva parece ser o mais intransigente, pois ao 
contrário da tristeza, a raiva dá energia, é excitante.
50
 O estado de espírito de que as pessoas mais procuram 
se afastar é a tristeza. A melancolia é um tipo de abatimento que 
a pessoa pode enfrentar sozinha, mas apenas se tiver os recursos 
interiores. Aquilo que nos pode indicar se um estado de espírito 
deprimido irá persistir durante longo tempo é o grau a que a pessoa 
rumina as suas desgraças. Pensar naquilo que nos deprime torna a 
depressão mais intensa e prolongada. É comum numa depressão 
preocuparmo-nos com o fato de nos sentirmos cansados, de 
termos tão pouca energia ou motivação e de produzirmos tão 
pouco. (Goleman,1995) 
 Segundo Susan Nolen-Hocksma, psicóloga de Stanford 
e que estudou o remoer dos deprimidos, refere que existem duas 
estratégias eficazes na terapia, Uma é aprender a confrontar os 
pensamentos perturbadores, questionar-lhes a validade e pensar 
em alternativas mais positivas e a outra estratégia é programar 
acontecimentos agradáveis e que proporcionem distração, em 
que esta quebra a corrente dos pensamentos geradores de tristeza. 
As distrações mais eficazes são aquelas que alteram o estado de 
espírito, como um acontecimento desportivo excitante, um filme 
divertido, um livro emocionante.
 Segundo Diane Tice, uma psicóloga de Case Western 
Reserve University, outra maneira eficaz de combater a depressão é 
ajudar os outros, entregar-se a qualquer espécie de trabalho voluntário.
 No que diz respeito aos repressores, de início eram vistos 
como um bom exemplo da incapacidade para sentir emoções, mas 
o pensamento atual considera-os extremamente competentes na 
gestão das emoções. Tornaram-se de tal forma peritos em isolarem-
se dos pensamentos negativos, que até parece não tomarem 
consciência da negatividade. Assim, em vez do termo repressores, 
seria mais adequado o termo imperturbáveis.
51
 Daniel Weinberger, um psicólogo da Case Western 
Reserve University, mostra através de investigações, que embora 
estas pessoas possam parecer calmas e impassíveis, podem 
por vezes fervilhar de perturbações fisiológicas de que nem se 
apercebem. A implicação é que estas pessoas não fingem a sua falta 
de consciência; é o cérebro que lhes esconde essa informação.
 A imperturbabilidade é uma espécie de negação otimista, 
uma dissociação positiva e, possivelmente, uma pista para os 
mecanismos neuronais que intervêm nos mais graves estados 
dissociativos que podem ocorrer, por exemplo, nas desordens 
ligadas ao stress pós-traumático. (Goleman, 1995)
 Segundo Goleman (1995), ser capaz de gerir as emoções 
das outras pessoas é o melhor da arte de gerir relacionamentos. 
Para manifestar um poder interpessoal, a criança tem primeiro de 
ter um autocontrole, de ser capaz de dominar os seus sentimentos 
de ira ou desgosto, os seus impulsos e excitações. A sintonia 
com as exigências dos outros exige de nós próprios o mínimo de 
calma. Assim, gerir as emoções dos outros requer a maturação de 
outras duas habilidades emocionais, que são o auto-controle e a 
empatia. É nesta base que as “aptidões pessoais” amadurecem. São 
estas as competências sociais que explicam o sucesso das relações 
que mantemos com os outros. Qualquer déficit nesta área leva a 
pessoa a ter problemas com o mundo social, bem como desastres 
interpessoais. Sendo assim, estas aptidões sociais, permitem-
nos programar um encontro, ter bons relacionamentos íntimos, 
persuadir e influenciar, pôr os outros à vontade.
 Segundo Goleman (1995), o funcionamento da mente 
emocional é em larga medida determinado por estados específicos, 
ditado pelos sentimentos dominantes num dado momento. A 
forma como pensamos e agimos quando nos sentimos românticos
52
é totalmente diferente de quando estamos furiosos ou tristes, 
isto porque na mecânica da emoção, cada sentimento tem o seu 
repertório diferente de pensamentos, reações e até recordações.
 O que nos indica se um destes repertórios está a funcionar 
é a memória seletiva. Parte da resposta da mente a uma situação 
emocional é reorganizar as recordações e as opções de ação, de 
maneira que as mais relevantes fiquem em primeiro lugar. Cada 
emoção tem a sua parte biológica característica, um padrão de 
alterações que modificam o corpo sempre que essa emoção ocorre 
e um conjunto único de sinais que o corpo emite quando está sob 
o seu domínio.
53
Síntese da unidade
 Nesta unidade você pôde identificar as teorias da 
aprendizagem e suas principais características. 
 Conseguiu relacionar algumas das características com a 
forma que você aprende? 
 Após essa conceituação você conseguiu refletir a respeito 
de como sua memória e sua atenção estão envolvidas no processo 
de aprendizagem?
 Você percebeu a importância que a inteligência emocional 
exerce sobre a aprendizagem! 
 O conhecimento desta nova faceta nos aproxima cada vez 
mais do sucesso de nossa prática docente.
 É uma experiência e tanto! 
Exercício proposto
 
 Que tal analisar um pouco suas motivações, desejos, 
apreensões, enfim caminhar no sentido do autoconhecimento?. 
 A partir de agora registre seus sentimentos, um primeiro 
passo é tentar nomear o sentimento que percebe sentir. Quando 
nomeamos o sentimento nossa angústia já diminui. 
 É importante também atentar para a mudança de humor, 
quando ela acontecer anote-as reflita o motivo desta mudança e registre. 
 Boa jornada!

Outros materiais