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2 Estudo dirigido - Analise Histórica

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA - CAMPUS I
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
ADMILLA ROANA CABRAL OLIVEIRA
ELLEN CRISTINA CORDEIRO LIMA
HELLEN ANAÍDH DE OLIVEIRA
NALENKIA EMANUELLY G FERREIRA
2º Exercício:
Questões Respondidas
CAMPINA GRANDE, PB
2022
Estudo dirigido: Guerras, epidemias e Enfermagem; Enfermagem pré-profissional; e Anna Justina Ferreira Nery.
1. Diante do exposto, responda:
a) Qual o perfil de atuação das mulheres no contexto da Guerra do Paraguai?
Esposas, prostitutas, companheiras e mães lavavam, cozinhavam, cuidavam dos feridos e eram até maltratadas por seus maridos. As mulheres eram separadas em duas categorias: as destinadas e as residentas. As primeiras foram condenadas por serem parentes de réus políticos ou acusados de traição. As residentas acompanharam os homens durante toda a guerra, foram transformadas em soldadas, combatiam duramente e ainda atendiam feridos e recolhiam mortos, algumas chegaram a receber a patente de sargento e exerciam todas as funções de um soldado: cavando trincheiras, cortando lenha, fabricando pólvora e abastecendo o acampamento. Dionísio Cerqueira (1948, p.3) relata em “Reminiscências da campanha do Paraguai”, as mulheres que seguiam a tropa não tinham quaisquer direitos: remédios, alimentação, abrigo, muitas perecendo em virtude dessa situação de carência total. Em “Escenas de la Guerra Del Paraguay y los Caminhos de la Muerte” de Manuel Galvez, o autor comentou o hábito dos brasileiros de levarem suas mulheres e companheiras para a guerra, dizendo que os argentinos e uruguaios riam de seus aliados que se entorpeciam com seus exércitos femininos e uma multidão de carretas para transportá-lo. No Paraguai, já na fase final da luta, a situação das mulheres e crianças era muito pior do que a dos homens combatentes. Viviam praticamente como reféns, responsáveis pelos homens. A fome era brutal, os soldados recebiam uma ração mínima, as mulheres nada recebiam. Cerca de cem mil mulheres e crianças morreram nos últimos seis meses de conflito. Estes fatos são lembrados por Max Von Versem em sua obra “Histórias da Guerra do Paraguai”. As mulheres símbolo eram Anna Nery e Elisa Lynche.
b) O quê pode-se atribuir a omissão da atuação de Anna Nery na Guerra do Paraguai, em evidencias com base nos registros do Corpo de Saúde do Exército?
A omissão da atuação de Anna Nery na Guerra do Paraguai pode estar associada ao fato de seu sexo e posição, como quando ela pediu para participar da Guerra e esses eram os dois possíveis empecilhos. Apesar de voluntária e de ter sido um marco importante, ela não possuía formação profissional e não era enfermeira profissional. Isso pode ter contribuído para essa omissão, pelo menos relacionado ao Corpo de Saúde do Exército, onde foram evidenciados médicos, farmacêuticos da marinha e exército. 
c) Qual o diferencial que fez Anna Nery ter sido reconhecida e homenageada?
Os relatos sobre seus feitos incluem a prestação de socorro aos soldados e a organização de uma enfermaria em sua casa na Campanha, para o atendimento de saúde, com relatos de atendimento de soldado de ambos os lados da guerra. Além disso, ela foi vista muitas vezes no front, onde ela se mostrava com grande aptidão para incentivar e elevar a disposição e atitude moral das tropas. Em 1870, retornou ao Brasil, sendo recebida com homenagens por toda a contribuição humanitária disponibilizada pela sua atuação como enfermeira no conflito paraguaio. Cognominada "Mãe dos Brasileiros", "Grande irmã de caridade leiga" e "Heroína da caridade", recebeu medalhas de honra das mãos do imperador do Brasil, além de outras homenagens no Rio de Janeiro e na Bahia.
2. Para pensar e refletir sobre condições sanitárias na Guerra do Paraguai:
a) Com quais condições sanitárias se depararam Anna Nery e o Corpo de Saúde do Exército Brasileiro, nesta guerra?
A guerra do Paraguai foi uma “guerra epidêmica”, com doenças infecciosas que persistiram no conflito desde seu início até o seu fim. Além das muitas enfermidades que se propagavam entre os militares, havia também o problema com os insetos (moscas e mosquitos) e as condições climáticas, marcadas pelo inverno intenso. As condições sanitárias adversas em que ocorriam a prática do cuidado, marcada pelas bandagens produzidas a partir dos rasgos das saias das mulheres para estancar o sangue, além do uso da coca tanto de forma medicinal como nutricional, já que esta guerra também foi marcada pela fome, e as folhas de coca eram utilizadas para saciar a fome e sede. O conflito foi marcado pela escassez de alimentos, água, remédios, entre outros elementos indispensáveis para a vida humana.
b) Quais eram as principais causas de morbidade e mortalidade entre os soldados e
devido à quais fatores?
A guerra do Paraguai foi marcada pela alta taxa de mortalidade por doenças infecciosas, principalmente varíola, disenteria, cólera, malária e pneumonia. De acordo com relatos, essas doenças mataram até mesmo mais que os ferimentos em batalha. Diante das condições ambientais e dos cadáveres deixados a céu aberto, ocorria a proliferação de mosquitos, moscas e ratos, o que agrava ainda mais as epidemias e doenças. Essas infecções mataram tanto os soldados quanto os civis. As trincheiras usadas para abrigar as tropas também propiciavam a disseminação destas enfermidades, devido à falta de higiene, inundações e a grande quantidade de roedores.
3. Sobre a Enfermagem pré-profissional no Brasil, responda:
a) Qual era o contexto (quadro sanitário) para atuação das práticas de cuidado e cura?
As práticas de cuidado e cura no período colonial eram exercidas por parteiras, barbeiro e curandeiros, onde as práticas de cura, na maioria das vezes, tinham embasamento religioso ou cultural (como o uso de plantas no cuidado ou técnicas passadas de geração em geração). O policiamento da profissão era realizado pela junta do protomedicato. Com a chegada do ensino médico brasileiro, os físicos começaram a ser substituídos por cirurgiões e médicos que estudavam na escola anatômica, cirúrgica e médica do Rio de Janeiro e na escola de cirurgia da Bahia, foi a partir daí que as normas de cuidado passaram a ser mais profissionais. 
b) Quem eram os agentes ou exercentes das práticas de cuidado no Brasil Colonial?
Inicialmente, as práticas de cuidado no Brasil eram aplicadas por escravas, ou seja, mulheres negras e indígenas. Estas exerciam funções de amas de leite, parteiras e cuidadoras. Posteriormente, a população colonial passou a buscar tratamentos e cuidados com curandeiros, parteiras e barbeiros.
c) Quem foram os primeiros agentes que implantaram uma prática de cuidado organizada e em qual cenário estes foram inseridos?
Os primeiros agentes que implantaram uma prática de cuidado organizada foram os jesuítas, com a fundação da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Neste sentido, estas foram inseridas no cenário social, econômico e político brasileiro que se passava na segunda metade do século 19. As enfermeiras eram responsáveis pelo funcionamento cotidiano da Santa Casa e dominadas pela ordem médica. Contudo, as Irmãs de Caridade da Companhia de São Vicente de Paulo chegaram em 1852 para assumir os trabalhos de enfermagem, administrativos, assistenciais e religiosos. Desta forma, as Irmãs assumiram a responsabilidade pelo cuidado de enfermagem, e passou a haver a dominação religiosa e médica.
4. Com base nas informações presentes no texto, assinale a alternativa correta.
a) O período de 12 a 20 de maio foi escolhido como a Semana da Enfermagem por relembrar dois marcos históricos nos quais a enfermagem teve atuação decisiva.
b) A baiana Ana Néri foi responsável por alicerçar a profissão da enfermagem durante a Guerra do Paraguai.
c) A britânica Florence Nightingale teve atuação significativa para a enfermagem moderna, contribuindo, inclusive, para a profissionalização da própria área de atuação.
d) O dia 12 de maio foi escolhido para se homenagear todos os profissionais que desempenham papéis decisivosna área da saúde.
e) Florence Nightingale e Ana Néri se destacaram, na respectiva época, por terem sido as primeiras enfermeiras a lutarem voluntariamente em guerras.
RESPOSTA - QUESTÃO 4: Alternativa “C”
5. Quanto à história da enfermagem no Brasil é INCORRETO afirmar:
a) No Brasil, a organização da enfermagem começou no período colonial estendendo-se até o século XIX, onde os cuidados aos doentes eram exercidos principalmente pelos escravos auxiliados pelos jesuítas.
b) As ervas medicinais eram a base do tratamento terapêutico.
c) A primeira casa de misericórdia foi inaugurada, dentro dos padrões de Portugal, em 1543.
d) Wanda Horta foi nome de destaque no período do império.
RESPOSTA - QUESTÃO 5: Alternativa “D”
REFERÊNCIAS 
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Passos, C. C., & de Alencar Barreira, I. (2020). A pedra angular da enfermagem militar-(segunda parte). A Defesa Nacional, 89(797). Recuperado de http://www.ebrevistas.eb.mil.br/ADN/article/view/5924
Moura, Aureliano Pinto de. A atuação do Corpo de Saúde do Exército na Guerra da Tríplice Aliança. v. 11 n. 21 (2015): Revista Navigator - Dossiê 150 anos da Batalha Naval doRiachuelo: reflexões e abordagens sobre a Guerra da Tríplice Aliança – I. http://187.29.162.44/index.php/navigator/article/view/567?fbclid=IwAR1DGxWRHEnlFHmO_8VBKkgSnDOJxJFQvtimRFdInkCobbZjfO24sUZVah0
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Palhano, Hadylse Maria Lourdes; Souza, Rosilene Aparecida Oliveira de; Marin, Jérri Roberto. A atuação das mulheres na guerra do Paraguai: entre mitos e História, muitas personagens importantes. III Encontro Regional de História. História e democracia: possibilidades do saber histórico. Coxim-MS. 08 a 11 de novembro de 2016. http://www.encontro2016.ms.anpuh.org/resources/anais/47/1478226042_ARQUIVO_AatuacaodasmulheresnaGuerradoParaguaiCOXIM.pdf
Fioravanti, Carlos. O terror das doenças na guerra do Paraguai. Revista Pesquisa Fapesp, nov.2021. https://revistapesquisa.fapesp.br/o-terror-das-doencas-na-guerra-do-paraguai/
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