RESUMO- ANATOMIA

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA - CAMPUS I
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
ELLEN CRISTINA CORDEIRO LIMA
Resumo:
Sistemas Linfático e Urinário
CAMPINA GRANDE, PB
2022
ELLEN CRISTINA CORDEIRO LIMA
Resumo:
Sistemas Linfático e Urinário
Resumo apresentado ao curso de Enfermagem da Universidade Estadual da Paraíba, como requisito para obtenção de nota na Unidade II do 1º período da Graduação. 
Prof. Lauriston Emmanoel Barros Soares
CAMPINA GRANDE, PB
2022
1. SISTEMA URINÁRIO
O sistema urinário, ou excretor, é formado pelos rins, bexiga, ureteres e uretra, esses órgãos são utilizados na formação da urina e seu armazenamento até ser eliminada. Sua principal função é eliminar resíduos do corpo, além de regular os parâmetros metabólicos, como o volume do sangue, pressão sanguínea, pH do sangue, eliminar bases e ácidos, e equilíbrio eletrolítico, a parir da produção e eliminação da urina. 
Esse sistema é dividido em parte superior, que fica localizada no abdome e é constituída pelos rins e uma parte dos ureteres, e inferior, formada pelos órgãos pélvicos (outra parte dos ureteres, bexiga e uretra). 
Suas principais funções são o controle do volume e composição sanguínea; auxiliar na regulação do pH e pressão sanguínea; e armazenar, transportar e eliminar a urina.
Figura 1: Sistema Urinário
Fonte: FRANK H. , Netter. Netter: Atlas de Anatomia Humana. 7. ed. rev. e atual. [S. l.]: Elsevier, 2019. 1110p.
Seus componentes são: 
· Rins: são órgãos pares, que lembram o formato de um grão de feijão. Ficam localizados acima da cintura, entre o abdome e o peritônio. São formados por uma cápsula de tecido conjuntivo denso, dividida em duas regiões, cortical e medular. Os rins exercem a função de filtrar as substâncias tóxicas do sangue. Deste modo, eles fazem a manutenção dos níveis iônicos no sangue, além de produzir hormônios e excretar substâncias. 
As suas funções incluem a manutenção do volume e pH sanguíneos, da pressão arterial; manutenção da osmolaridade do sangue; liberar hormônios; faz a regulação do nível de glicose no sangue; e excreta os resíduos e substâncias estranhas. 
- Néfron: unidade que fica na região cortical do Rim. São responsáveis pela formação da urina a partir da filtração do plasma sanguíneo e eliminação de urina. É composto por um corpúsculo renal, formado por um glomérulo, a cápsula de Bowman e os túbulos renais. Em cada néfron, a urina se forma em três etapas: filtração, reabsorção e secreção. 
· Ureteres: são dois tubos que movimentam a urina dos rins em direção a bexiga. São capazes de fazer movimentos peristálticos, onde a urina se move respondendo ao peristaltismo e a gravidade. 
· Bexiga: é um músculo que lembra o formato de uma bolsa elástica, é responsável por armazenar a urina transportada pelos ureteres. Quando está vazia, fica localizada inferiormente ao peritônio e posteriormente a púbis, quando cheia, se eleva a cavidade abdominal.
· Uretra: é um canal fino e em forma de tubo, com a função de expelir a urina para fora do corpo humano. É responsável por conectar a bexiga ao meio externo. 
Figura 2: Órgãos de sistema Urinário
Fonte: https://assets.mundovestibular-homolog.quero.space/wp-content/uploadedfiles/interspire/aparelho_urinario.gif
1.1 Correlação Clínica:
· Nefrite: é a infecção dos néfrons. Pode ser causada pelas altas dosagens de medicamentos e presença de elementos tóxicos no organismo. Os sintomas são a redução de urina, mudança na aparência e aumento da pressão da urina, e dores. 
· Hipertensão: com o mal funcionamento dos rins, o excesso da água e sais aumentam a pressão sanguínea. 
· Infecção bacteriana: algumas bactérias conseguem entrar no sistema urinário e causar infecções nos órgãos. 
· Cálculo renal: também chamado de “pedra nos rins”, são formados devido à alta concentração de cálcio e outros tipos de sal. Os sintomas são cólicas renais fortes, náuseas e vômitos.
· Cistite: infecção na bexiga causado por microrganismos. Os principais sintomas são ardência ao urinar. 
2. SISTEMA LINFÁTICO
O sistema linfático é um sistema composto por vasos e órgãos especializados presentes no corpo humano, considerado parte dos sistemas circulatório e imune. Sua principal função é o transporte da linfa e outras substâncias importantes que saíram dos capilares e se acumularam nos tecidos, e trazê-las de volta para a corrente sanguínea, atuando como complemento dos vasos sanguíneos. Outra função importante do sistema linfático é a filtração dos patógenos presentes no sangue, atuando na defesa contra infecções, além de participar no transporte de grandes moléculas. Os órgãos linfoides compõem o sistema imunológico, e sua resposta imunológica, ou mecanismos de defesa, são muito importantes na proteção do corpo contra patógenos e antígenos. Por isso, o sistema se estende por todo o corpo. Além disso, também é responsável por absorver lipídios no intestino para a linfa intestinal.
O sistema linfático começa com a rede linfática capilar, coletando o excesso de fluido dos tecidos, a linfa corre então em direção aos vasos linfáticos maiores, até chegar à corrente sanguínea, seu último destino. Nesse trajeto, o liquido linfático passa pelos órgãos linfoides, que estão cheios de células imunes que controlam a presença de patógenos na linfa.
Figura 3: Sistema Linfático e seus componentes
Fonte: https://www.coladaweb.com/wp-content/uploads/2014/12/20210913-sistema-linfatico.png
Seus componentes são: 
· Linfa: É um líquido transparente e alcalino semelhante ao sangue, contudo não possui hemácias. Por isso, apresenta um aspecto esbranquiçado e leitoso. A linfa é responsável pela eliminação das impurezas, e nela há grande presença de leucócitos, que atuam na defesa do nosso corpo. É produzida pelo intestino delgado e fígado. Seu transporte é feito pelos vasos linfáticos num único sentido (unidirecional), filtrada pelos linfonodos e lançada no sangue.
· Capilares linfáticos: menores vasos condutores do sistema linfático. Se originam no tecido conjuntivo como microscópicos vasos de fundo cego, que se unem, formando vasos maiores, os vasos linfáticos. Apresentam uma única camada de células endoteliais.
· Vasos linfáticos: canais, distribuídos pelo organismo que transportam a linfa na corrente sanguínea. Possuem valvas que garantem o fluxo da linfa em um único sentido. A movimentação da linfa ocorre graças às forças externas que agem sobre as paredes dos vasos. Entre cada valva dos vasos linfáticos, é possível perceber uma dilatação.
· Plexos linfáticos: são redes de capilares linfáticos compostos por um fino endotélio que podem ser adentrados facilmente em conjunto com o excesso de líquido encontrado nos tecidos.
· Ductos linfáticos: São grandes canais linfáticos, conhecidos como duto linfático esquerdo e duto linfático direito, onde os vasos linfáticos esvaziam a linfa, já filtrada. Esses dutos se conectam ao coração, por onde a linfa passa antes de retornar para a corrente sanguínea.
· Linfócitos: são as células de defesa do sistema imune que resistem contra partículas estranhas. 
· Linfonodos: são órgãos linfoides secundários distribuídos por todo o corpo, agrupados de acordo com a região do corpo em que eles se encontram. Possuem linfócitos e outras células imunes. Servem como um ponto de filtração da linfa que vai ser drenada no sistema venoso.
· Órgãos linfoides: são responsáveis pela produção e armazenamento dos linfócitos (timo, medula óssea vermelha, baço, tonsilas).
O sistema linfático atua em conjunto com diversos órgãos e elementos do organismo. Por isso, ele consegue alcançar todas as partes do corpo para desempenhar seus papéis de filtração. Atuando tanto na defesa do organismo, pois nos linfonodos, micro-organismos e partículas estranhas são destruídos pela ação do sistema imunológico. Nesses locais há a ação de macrófagos, que fagocitam partículas estranhas e ativam linfócitos. Como na circulação da linfa e equilíbrio hídrico, onde a linfa se movimentade forma lenta e com baixa pressão, pois depende da compressão dos movimentos dos músculos para pressionar o líquido. O fluido é transportado para os vasos linfáticos e se acumulam no ducto linfático direito e no ducto torácico, que percorre para o resto do corpo.
Os capilares sanguíneos perdem para os tecidos circundantes uma grande quantidade de líquido e até uma pequena porção de proteínas. Geralmente, a saída de líquidos é maior do que sua absorção. Desse modo, a rede de canais interligados do sistema linfático é essencial para a retirada e devolução do líquido e das proteínas ao sangue, promovendo a manutenção da homeostase. Este também possui suma importância no sistema de defesa do organismo e na absorção dos ácidos graxos.
Os órgãos linfoides são divididos em dois grupos: primários e secundários, esta divisão leva em consideração suas funções e estrutura. Os órgãos linfoides primários é onde ocorre a formação e desenvolvimento dos linfócitos. Existem dois órgãos linfoides primários: 
· Medula óssea: é um órgão que contém as células-tronco que originam os linfócitos. As células B se desenvolvem na medula, já as células T, que também se originam neste órgão, no entanto vão para o timo, local onde terminam sua diferenciação.
· Timo: é um órgão linfo-epitelial situado no mediastino, atrás do esterno e na altura dos grandes vasos do coração. Ao contrário dos outros órgãos linfáticos, o timo não apresenta nódulos. Cada lóbulo é formado por uma parte periférica denominada zona cortical, que envolve a parte central mais clara, a zona medular.
Esse processo de desenvolvimento dos linfócitos é definido com “desenvolvimento antígeno-nativo”. Após isso, os linfócitos vão para a corrente sanguínea e seguem pra os tecidos e órgão secundários.
Os Órgãos linfoides secundários são os locais onde os linfócitos são mais encontrados, exercendo funções como reconhecimento de antígenos e respostas imunitárias. São eles: 
· Linfonodos: também chamados de gânglios linfáticos, são pequenos órgãos encapsulados constituídos de tecido linfoide que são encontrados pelo nosso organismo, sempre na direção dos vasos linfáticos. Podem ser encontrados nas axilas, pescoço, virilha, na região do torácica e abdominal, especialmente no mesentério. Sua principal função é filtrar a linfa, para remoção de partículas indesejadas antes que a linfa volte para o sistema circulatório do sangue, além da produção e manutenção dos linfócitos B e armazenação dos linfócitos T.
· Baço: é o maior órgão secundário do corpo, nele o tecido linfoide se concentra em maior quantidade. Além disso, é o único órgão linfático que participa da circulação sanguínea. Possui uma cápsula de tecido conjuntivo denso não modelado, que lança trabéculas divisoras do parênquima em seções incompletas. Essa zona tem papel na “filtragem” do sangue e no início da resposta imunitária. Quando observado a olho nu, vê-se pontos esbranquiçados, os nódulos linfáticos que formam a polpa branca (formada por alongadas estruturas, os cordões de Billroth, que entre elas se situam os sinusóides. É responsável por destruir hemácias senis, e armazena células de defesa, que são liberadas na circulação sanguínea quando preciso), entre esses nódulos se encontra um tecido vermelho rico em sangue, que confere à polpa vermelha (formada por tecido linfoide, nela os linfócitos são produzidos e armazenados. É o componente imunológico do baço, que inclui a bainha linfoide periarterial de linfócitos T e os nódulos linfoides, envolvidas por linfócitos B).
· Tecido Linfático Associado às Mucosas (MALT): ficam localizados no trato digestivo, respiratório e genito-urinário. Em certos pontos do corpo, esses tecidos se arranjam em órgãos bem estruturados, como as placas de Peyer do intestino delgado e as tonsilas.
· Tonsilas: formadas por tecido linfoide nodular sob o epitélio da cavidade oral e da faringe, que guardam o organismo contra antígenos. Como resposta imunitária, ocorre uma proliferação de linfócitos B e distinção em plasmócitos, que produzem imunoglobulinas. A distinção entre os tipos de tonsilas é feita de acordo com a sua localização: faríngeas, lingual e palatina. 
2.1 Correlação Clínica:
· Linfedema: é uma doença crônica que ocorre quando a fatores diversos. Se manifesta com um edema que atinge os braços ou pernas, mas pode acometer outras regiões do corpo. O linfedema é classificado em primário, quando se origina de algo desconhecido, e secundário, quando advém de algum trauma, cirurgias, infecção ou radioterapia.
· Elefantíase: é uma doença que tem como causa a picada do mosquito Cúlex, um parasita. A enfermidade acarreta uma inflamação dos vasos linfáticos, levando a linfa a ficar acumulada nos membros inferiores.
· Linfoma e leucemia: são dois tipos de câncer que são originados de células fluem pela circulação sanguínea e pelo sistema linfático.
· Metástase: esse termo significa que o tumor se espalhou para outros órgãos, e alguns cânceres (pulmão, mama, intestino) necessitam do sistema linfático para isso.
REFERÊNCIAS
FRANK H. , Netter. Netter: Atlas de Anatomia Humana. 7. ed. rev. e atual. [S. l.]: Elsevier, 2019. 1110 p.
I. Singh: Textbook of Human Histology, 5th edition, Jaypee (2004), p. 264 – 278.
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. 524 p.
Montanari, T. Histologia: texto, atlas e roteiro de aulas práticas. 3.ed. Porto Alegre: Ed. da autora, 2016. 229 p. Disponível em: http://www.ufrgs.br/livrodehisto ISBN: 978-85-915646-3-7
MOORE, K. L.; DALEY II, A. F. Anatomia orientada para a clínica. 8ª.ed. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2019. PORTO, Celmo Celeno. Semiologia Médica. 8.ed. Guanabara Koogan, 2019
S. Standring: Gray’s Anatomy: The Anatomical basis of clinical practice, 40th edition, (2008), p. 1225 -1255, 1305 – 1313.