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Carolina Ferreira FARMACOLOGIA OPIOIDES -Controlar a dor é um dos > desafios da clínica médica -A dor é definida como uma sensação desagradável, que pode ser aguda ou crônica, e é consequência de processos neuroquímicos complexos nos sistemas nervoso central e periférico -O alívio da dor depende do seu tipo específico: nociceptiva ou neuropática. Por exemplo, na dor artrítica leve ou moderada (dor nociceptiva), os analgésicos ñ opioides, como os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), em geral são eficazes. A dor neuropática pode ser tratada c/ opioide mas respondem melhor a anticonvulsivantes, antidepressivos tricíclicos ou inibidores da captação de serotonina e norepinefrina -P/ a dor grave ou crônica maligna ou ñ maligna os opioides são considerados parte do plano de tratamento em pacientes selecionados -Opioides são fármacos naturais, semissintéticos ou sintéticos que produzem efeitos tipo morfina -Esses fármacos são divididos em classes químicas c/ base na sua estrutura química -Opióides: são todas as drogas, naturais e sintéticas, com propriedades semelhantes à morfina, incluindo peptídeos endógenos. -Opiáceos: são substâncias (alcalóides) derivadas do ópio, como a morfina e algumas semi-sintéticas como a codeína. -Todos os opioides agem ligando-se a receptores opioides específicos no SNC p/ produzir efeitos que imitam a ação de neurotransmissores peptídeos endógenos (endorfinas, encefalinas e dinorfinas) -Embora os opioides apresentem um amplo espectro de efeitos, sua utilização principal é p/ aliviar a dor intensa, independentemente de ela resultar de cirurgia, lesão ou doença crônica. -Os antagonistas que revertem as ações dos opioides também são importantes clinicamente para uso em casos de dosagem excessiva -Efeitos no cérebro: diminuem a atividade do SNC,deprimem os centros da dor, da tosse e da vigília, deprimem controle da respiração, dos batimentos cardíacos e a pressão sanguínea -Combinações analgésicas: • Codeína/acetaminofeno • Codeína/ aspirina • Hidrocodona/acetaminofeno • Oxicodona/acetaminofeno • Oxicodona/aspirina • Propoxifeno/aspirina RECEPTORES OPIOIDES -Os efeitos + importantes dos opioides são mediados por 3 famílias de receptores, designadas comumente µ (mi), κ (capa) e δ (delta) -Os receptores são: • µ: analgesia supra-espinhal, depressão respiratória, euforia e dependência física • κ: analgesia espinhal, miose, sedação e disforia • δ: alterações no comportamento afetivo • σ(sigma):disforia, alucinações, estimulação vasomotora -Cada família de receptores apresenta uma especificidade diferente p/ os fármacos c/os quais ela se liga -A propriedade analgésica dos opioides é mediada primariamente pelos receptores µ, que modulam respostas nociceptivas térmicas, mecânicas e químicas -Os receptores κ no corno dorsal também contribuem p/ a analgesia modulando a resposta à nocicepção química e térmica -As encefalinas interagem mais seletivamente c/ os receptores δ na periferia -Os 3 receptores opioides são membros da família de receptores acoplados à proteína G e inibem a adenililciclase, eles também estão associados a canais iônicos, aumentando o efluxo pós-sináptico de K+ (hiperpolarização) ou reduzindo o influxo pré- sináptico de Ca2+, impedindo, assim, o disparo neuronal e a liberação do transmissor AGONISTAS OPIOIDES -A morfina é o principal fármaco analgésico presente no ópio bruto, sendo o protótipo do agonista µ potente - A codeína também está presente no ópio bruto, em <[ ] , e é menos potente, o que a torna protótipo dos agonistas opioides fracos -Os opioides atualmente disponíveis têm várias diferenças na afinidade pelo receptor, no perfil farmacocinético, nas vias de administração disponíveis e nos efeitos adversos 1. MORFINA Carolina Ferreira FARMACOLOGIA -Mecanismo de ação: a morfina e outros opioides exercem seus efeitos principais interagindo c/ os receptores opioides nas membranas de certas células no SNC e em outras estruturas, como o trato gastrintestinal (TGI) e a bexiga. A morfina atua também em receptores κ na lâmina I e II do corno dorsal da medula espinal. Ela diminui a liberação de substância P que modula a percepção da dor na medula espinal. A morfina também parece inibir a liberação de vários transmissores excitatórios dos terminais nervosos que levam a estímulos nociceptivos -Ações: →Analgesia: a morfina e outros opioides causam analgesia (alívio da dor sem perda de consciência) e aumentam o seu limiar no nível da medula espinal e, de forma + importante, alterando a percepção da dor no cérebro. Os pacientes tratados c/opioides continuam conscientes da presença da dor, mas a sensação ñ é desagradável →Euforia: produz uma forte sensação de contentamento e bem-estar. A euforia pode ser causada pela desinibição dos neurônios que contêm dopamina da área tegmento ventral. →Respiração: causa depressão respiratória pela dessensibilização ao CO2 dos neurônios do centro respiratório. Esse efeito pode ocorrer c/ doses normais de morfina em pacientes virgens p/ esse fármaco e acentuar-se à medida que a dose aumenta até que, por fim, a respiração cessa. A depressão respiratória é a causa + comum de morte nos casos de superdose aguda de opioides →Depressão do reflexo da tosse: morfina e codeína possuem propriedades antitussígenas →Miose: a pupila puntiforme característica do uso da morfina, resulta do estímulo dos receptores µ e κ. Há pouca tolerância ao efeito, e todos os viciados em morfina apresentam pupilas puntiformes →Êmese: estimula diretamente a zona quimiorreceptora disparadora na área postrema que causa êmese. →TGI: alivia a diarreia ao ↓a motilidade e ↑o tônus do músculo liso circular intestinal, também ↑o tônus do esfincter anal. No geral, a morfina também pode ↑ a pressão no trato biliar, devido à contração da vesícula biliar e à constrição do esfincter biliar. →Sistema cardiovascular: em dosagens baixas ñ tem efeito significativo na PA ou na FC. C/ doses altas pode ocorrer hipotensão e bradicardia. Devido à depressão respiratória e à retenção de CO2 , os vasos cerebrais dilatam e ↑ a pressão do líquido cerebrospinal. Assim, a morfina está contraindicada em indivíduos c/ lesão grave na cabeça ou no cérebro. →Liberação de histamina: libera histamina dos mastócitos, causando urticária, sudoração e vasodilatação. Como pode causar broncodilatação, a morfina deve ser usada c/ cautela em pacientes c/ asma. →Ações hormonais: ↑ a liberação de hormônio do crescimento e ↑ a secreção de prolactina. Ela ↑o hormônio antidiurético, causando retenção urinária. →Parto: pode prolongar o 2º estágio do trabalho de parto, diminuindo temporariamente a força, a duração e a frequência das contrações uterinas. -Farmacocinética: devido a significativa biotransformação de 1º passagem da morfina no fígado, as injeções intramuscular (IM), subcutânea (SC) ou intravenosa (IV) produzem as respostas + confiáveis. A absorção da morfina no TGI após administração oral é lenta e errática. Quando a morfina é usada por VO, em geral é administrada em uma forma de liberação lenta, p/ obter níveis plasmáticos + consistentes -Distribuição: a morfina entra rapidamente nos tecidos corporais, incluindo o feto da gestante, ñ deve ser usada p/ analgesia durante o parto. Apenas uma pequena fração de morfina atravessa a barreira hematencefálica, porque a morfina é o fármaco menos lipofílico dos opioides comuns -Destino: a morfina é conjugada com ácido glicurônico no fígado, formando 2 metabólitos principais. A morfina-6-glicuronídeos é um analgésico muito potente, e a morfina-3-glicuronídeo ñ tem atividade analgésica. A duração de ação da morfina é de 4 a 5 horas quandoé administrada sistemicamente em indivíduos nunca expostos -Efeitos adversos: pode ocorrer grave depressão respiratória, e a dosagem excessiva pode resultar em óbito. O impulso respiratório pode ser suprimido em pacientes c/ enfisema ou cor pulmonale. A morfina deve ser utilizada c/ cautela em pacientes com asma, doença hepática ou disfunção renal. -Tolerância e dependência física: o uso repetido da morfina causa tolerância aos seus efeitos depressor respiratório, analgésico, eufórico e sedativo. No entanto, normalmente ñ se desenvolve tolerância aos efeitos de constrição pupilar e de constipação. Pode ocorrer dependência física e psicológica c/ a morfina. A retirada produz uma série de respostas autônomas, motoras e psicológicas que incapacitam o indivíduo e causam sintomas graves, mas raramente causam morte. -Interações farmacológicas: são raras contudo, as suas ações depressivas são potenciadas pelos fenotiazínicos, pelos inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) e pelos antidepressivos tricíclicos 2. CODEÍNA -A codeína é um opioide de ocorrência natural que é um analgésico fraco em comparação c/ a morfina -Deve ser usada apenas p/ dor moderada -A ação analgésica da codeína é derivada da sua conversão à morfina pelo sistema enzimático CYP2D6 -Interações de fármacos associadas com o sistema CYP2D6 podem alterar a eficácia da codeína ou potencialmente causar toxicidade -Os fármacos inibidores da CYP2D6 impedem a conversão da codeína em morfina impedindo o controle da dor -A codeína é usada comumente c/ paracetamol p/ combate da dor -É pró-fármaco: biotransformado pela CYP2D6 ao fármaco ativo, morfina Carolina Ferreira FARMACOLOGIA -Não usar em pacientes com disfunção renal -Usar somente p/dores leves a moderadas -Ela exibe boa atividade antitussígena em doses que ñ causam analgesia 3. OXICODONA -A oxicodona é um derivado semissintético da morfina -Ela é ativa por via oral e, algumas vezes, formulada c/ ASS ou com paracetamol -O efeito analgésico oral é aproximadamente o dobro da morfina -A oxicodona é biotransformada pelo sistema enzimático CYP2D6 e CYP3A4 e excretada pelos rins -O abuso das preparações de liberação lenta (ingestão dos comprimidos pulverizados) é associado a muitos óbitos -É importante que as formas com maior dose desse tipo de preparação sejam utilizadas apenas por pacientes com tolerância a opioides -Menos náuseas e liberação de histamina em comparação com morfina 4. OXIMORFONA - A oximorfona é um analgésico opioide semissintético -Por via parenteral, é cerca de dez vezes mais potente que a morfina -A formulação oral tem potência relativamente menor e é cerca de 3 vezes + potente que a morfina oral. - Esse fármaco ñ tem interações c/ outros fármacos clinicamente associados c/ o sistema enzimático CYP450 -A liberação imediata tem duração de ação e meia-vida de eliminação (8h) + longa comparado c/ outros opioides de liberação imediata -A biodisponibilidade oral aumenta com alimentação -Deve ser administrado 1 a 2 h depois da refeição -A biodisponibilidade aumenta com coadministração de álcool 5. HIDROMORFONA E HIDROCODONA -Hidromorfona e hidrocodona são análogos semissintéticos da morfina e da codeína, respectivamente, e ativas por via oral -A hidromorfona oral é cerca de 9 a 10 vezes + potente do que a morfina, ela é preferida em pacientes c/ disfunção renal devido ao < acúmulo de metabólitos ativos -A hidrocodona é a hidromorfona-metil-éter, um analgésico + fraco que a hidromorfona, com eficácia analgésica por VO comparável à morfina, esse fármaco c/ frequência é associado c/ paracetamol ou ibuprofeno p/ combater dor intensa. Também é usado como antitussígeno -A hidrocodona é biotransformada no fígado a vários metabólitos, um dos quais é a hidromorfona por ação da CYP2D6 -A biotransformação à hidromorfona pode ser afetada por interações com outros fármacos 6. FENTANILA -A fentanila tem 100 vezes a potência analgésica da morfina, sendo utilizada na anestesia -Ela é altamente lipofílica e apresenta rápido início de ação e curta duração (15-30 min) -Normalmente, é administrada por via IV, epidural ou intratecal - A fentanila é combinada c/ anestésicos locais p/ obter analgesia epidural p/ o parto e a dor pós-cirúrgica -Fentanila por via IV é usada na anestesia por seu efeito analgésico e sedativo. -O uso é contraindicado em pacientes virgens aos opioides, e os adesivos ñ devem ser usados no manejo da dor aguda e pós- cirúrgica -É biotransformada em metabólitos inativos pelo sistema CYP3A4, e os fármacos que inibem essa isoenzima podem potencializar os seus efeitos -A fentanila e seus metabólitos são excretados na urina. -Opção p/ pacientes com insuficiência renal, mas deve ser usado com cautela -< liberação de histamina, sedação e constipação em comparação com morfina 7. SUFENTANILA, ALFENTANILA E REMIFENTANILA -Sufentanila, alfentanila e remifentanila são 3 agonistas opioides relacionados à fentanila -Eles diferem em potência e destino metabólico -A sufentanila é + potente do que a fentanila, e os outros 2 são menos potentes e têm ação + curta -Esses fármacos são usados principalmente pelas propriedades analgésicas e sedativas durante procedimentos cirúrgicos que requerem anestesia. 8. METADONA Carolina Ferreira FARMACOLOGIA -A metadona é um opioide sintético, eficaz por via oral causa menos euforia e tem duração de ação um pouco + longa. -As ações da metadona são mediadas pelos receptores µ -Além disso a metadona é antagonista no receptor N-metil-D-aspartato (NMDA) e inibidora da captação de norepinefrina e serotonina. Assim, tem eficácia no tratamento de dor nociceptiva e neuropática -É usada na retirada controlada de adictos de opioides e heroína -Metadona por VO é administrada como substituto do abuso de opioides e depois é retirada lentamente do paciente - A síndrome de abstinência c/ metadona é + suave, mas + longa (dias a semanas) do que c/ outros opioides -É bem absorvida após a administração por via oral, ela ↑ a pressão biliar e causa também constipação, mas menos do que a morfina -Ela é prontamente absorvida após administração oral, é biotransformada no fígado e excretada quase exclusivamente nas fezes -A metadona é muito lipossolúvel, levando ao acúmulo nos tecidos gordurosos -A meia-vida da metadona varia de 12 a 40 horas -A biotransformação é variável, pois depende de múltiplas isoenzimas CYP450, algumas das quais são afetadas por polimorfismo genético e são suscetíveis a várias interações por fármaco - A metadona pode produzir dependência física similar à da morfina, mas causa menos neurotoxicidade, porque ñ tem metabólitos ativos -Pode prolongar o intervalo QT e causar torsades de pointes, possivelmente por interagir com canais de potássio no coração -Deve ser usada c/ cautela em pacientes c/ história pessoal ou familiar de prolongamento do intervalo QT e naqueles que usam outras medicações que podem prolongar esse intervalo. 9. MEPERIDINA -A meperidina é um opioide sintético de < potência estruturalmente ñ relacionado à morfina -É usado contra dor aguda e atua primariamente como agonista κ com alguma atividade µ -É muito lipofílica e tem efeitos anticolinérgicos, resultando em incidência elevada de delírio, comparada c/ outros opioides -A duração de ação é ligeiramente < que a da morfina e outros opioides -Tem um metabólito ativo (normeperidina) excretado por via renal -A normeperidina tem ação neurotóxica significativa e pode causar delírio, hiperreflexia, mioclonia e possivelmente convulsões -Devido à ação breve e ao potencial de toxicidade, a meperidina ñ deve ser usada contra a dor por períodos curtos (menos de 48 horas)-Ñ deve ser usada em pacientes idosos ou naqueles com insuficiência renal, insuficiência hepática, comprometimento respiratório preexistente ou de modo concomitante ao IMAO, ou após sua administração recente -Quando administrada junto c/ inibidor seletivo da captação serotonina(ISCS) provoca a síndrome da serotonina -Ñ recomendado como opioide de 1º escolha AGONISTAS PARCIAIS E AGONISTA-ANTAGONISTAS MISTOS -Os agonistas parciais se ligam ao receptor opioide, mas têm atividade intrínseca < que a dos agonistas totais -Os fármacos que estimulam um receptor e bloqueiam outro são denominados agonistas-antagonistas. -Os efeitos desses fármacos dependem da exposição prévia a opioides -Em indivíduos que ñ receberam opioides (pacientes virgens), os agonistas-antagonistas possuem atividade agonista e são utilizados no alívio da dor -Em pacientes dependentes de opioides, os fármacos agonistas-antagonistas podem apresentar principalmente efeitos bloqueadores (produzem sintomas de abstinência). 1. BUPRENORFINA -A buprenorfina é classificada como agonista parcial e atua no receptor µ -Ela atua como a morfina em pacientes virgens, mas também pode provocar abstinência em usuários de morfina ou outros agonistas opioides totais -O uso principal é na desintoxicação opioide, pois tem sintomas de retirada menos graves e + curtos em comparação c/ a metadona -Ela causa pouca sedação, depressão respiratória ou hipotensão, mesmo em doses elevadas -É administrada por via sublingual, parenteral ou transdérmica e tem longa duração de ação, devido à sua forte ligação ao receptor µ -É biotransformada pelo fígado e excretada na bile e na urina -Os efeitos adversos incluem depressão respiratória, redução ou aumento da PA, náuseas e tontura. 2. PENTAZOCINA - A pentazocina age como agonista nos receptores κ e é um antagonista fraco nos receptores µ e δ -Ela promove analgesia ativando receptores na medula espinal e é usada no alívio da dor moderada Carolina Ferreira FARMACOLOGIA -Pode ser administrada por via oral ou parenteral -Em doses + altas provoca depressão respiratória, reduz a atividade do TGI,↑ PA e pode causar alucinações, pesadelos, disforia, taquicardia e tontura -Deve ser usada c/ cautela em pacientes c/ angina ou doença coronariana, pois pode ↑ a pressão arterial pulmonar e sistêmica e, assim, aumentar o trabalho cardíaco. 3. NALBUFINA E BUTORFANOL -Nalbufina e butorfanol são agonistas-antagonistas opioides misto -Eles têm papel limitado no tratamento da dor crônica -O butorfanol é usado p/ cefaleias intensas -A nalbufina não afeta o coração nem aumenta a pressão arterial, em contraste com pentazocina e butorfanol OUTROS ANALGÉSICOS 1. TAPENTADOL - O tapentadol é um analgésico de ação central, é agonista µ opioide e inibidor da captação de norepinefrina -Tem sido usado p/ combater dor moderada e intensa, crônica e aguda -O tapentadol é biotransformado principalmente a metabólitos inativos por glicuronidação e ñ inibe nem induz o sistema isoenzima CYP450 -Ñ produz metabólitos ativos o que ñ faz necessário o reajuste de dosagem em insuficiências renais leves ou moderadas -Deve ser evitado em pacientes que receberam IMAO nos últimos 14 dias 2. TRAMADOL -O tramadol é um analgésico de ação central que se liga ao receptor opioide µ -O fármaco sofre extensa biotransformação via CYP2D6, resultando em um metabólito ativo c/ afinidade muito > pelo receptor µ do que o composto original -Ele inibe fracamente a captação de norepinefrina e serotonina -É utilizado no manejo da dor moderada ou moderadamente intensa -Sua atividade depressora respiratória é < do que a da morfina ANTAGONISTAS OPIOIDES -Os antagonistas opioides se ligam c/ alta afinidade aos receptores opioides, mas ñ ativam a resposta mediada pelo receptor -A administração de antagonistas opioides ñ produz efeitos significativos em indivíduos normais -No entanto, em pacientes dependentes de opioides, os antagonistas revertem rapidamente o efeito dos agonistas, como a morfina e outros agonistas µ totais, e precipitam os sintomas de abstinência de opioides 1. NALOXONA -A naloxona é utilizada p/ reverter o coma e a depressão respiratória causados pela dose excessiva de opioides -Mecanismo de ação: ela rapidamente desloca todas as moléculas opioides ligadas ao receptor e, assim, é capaz de reverter o efeito da dose excessiva de morfina, dentro de 30 segundos após a injeção IV de naloxona, a depressão respiratória e o coma são revertidos, reanimando o paciente e tornando-o alerta. -Farmacocinética: tem meia-vida de 30 a 81 minutos; por isso, o paciente que foi tratado e se recuperou pode recair na depressão respiratória -É um antagonista competitivo nos receptores µ, κ e δ, c/ afinidade 10 vezes > pelos receptores µ do que pelos κ 2. NALTREXONA -A naltrexona tem ações similares às da naloxona -Tem duração de ação + longa do que a naloxona, e uma única dose oral de naltrexona bloqueia o efeito da heroína injetada por até 24 horas -A naltrexona associada à clonidina é usada na desintoxicação rápida de opioides -É hepatotóxica.
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