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Analgésicos Opioides: Conceitos e Classificação

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Analgésicos opioides 
CONCEITOS 
• Opioides - são considerados opioides todas as 
drogas, naturais e sintéticas, com propriedades 
semelhantes às da morfina, incluindo peptídios 
endógenos. Esse termo pode ser utilizado para 
agonistas, agonistas parciais, agonistas-
antagonistas e antagonistas competitivos. 
• Opiáceos- são as substâncias (alcaloides) derivadas 
do ópio, como a morfina, e as semissintéticas, como 
a codeína. 
• Peptidios opioides endógenos = são os ligandos 
naturais para os receptores opioides, ex: endorfina 
• Ópio-é derivado de opos, palavra grega para suco. 
A droga ópio é obtida do exsudato de sementes da 
planta Papaver somniferum. 
• Narcótico - é um termo inespecífico, derivado do 
grego narkotikos, e foi utilizado para descrever a 
morfina e analgésicos semelhantes. O uso no 
contexto legal, contudo, se refere a qualquer droga 
não opioide, incluindo a cocaína, que produz 
dependência. Desse modo, o termo narcótico não 
deve ser utilizado na prática clínica ou 
farmacológica. 
• Tolerância - é um estado em que doses cada vez 
maiores de opioides são necessárias para a 
obtenção de um efeito. Ocorre mais para analgesia, 
euforia e depressão respiratória que para miose, 
efeito convulsivante e constipação. Existe 
tolerância cruzada entre opioides; contudo, a 
frequência e a intensidade com que esse fenômeno 
aparece e desaparece diferem entre os diversos 
fármacos. A tolerância se inicia com a primeira dose 
de um opioide, mas se manifesta clinicamente após 
a 2ª ou 3ª semana do tratamento. A tolerância pode 
ser provocada por um agonista-antagonista e 
persiste para a euforia e efeitos respiratórios por 
alguns dias e, para vômitos, por alguns meses. 
• Tolerância cruzada - morfina, meperidina e 
metadona e semelhantes apresentam tolerância 
cruzada para ação sedativa, analgésica, euforizante 
e respiratória. 
• Dependência física - é caracterizada pela 
necessidade contínua de tomar a droga para evitar 
a síndrome de abstinência. A síndrome de 
abstinência acontece alguns dias após a última dose 
e é caracterizada por rinorreia, Iacrimejamento, 
diaforese, bocejos, calafrios, contrações 
abdominais, náusea e vômito, aumento de 
temperatura, dores generalizadas, rigidez nos 
membros, ansiedade, irritabilidade, insônia e 
agressividade. O início, a intensidade e a duração 
dos sintomas dependem da meia-vida da droga e do 
grau de dependência física. Para morfina e heroína, 
os sintomas se iniciam após 6 a 10 horas, atingem o 
pico com 36 horas e podem persistir por 5 dias ou 
até meses. Para metadona, os sintomas de 
abstinência ocorrem após vários dias ou em 2 
semanas. A síndrome pode ser precipitada por 
antagonistas e após uso repetido de um agonista-
antagonista. 
• Dependência - é a necessidade compulsiva de obter 
a droga para satisfazer um desejo individual de 
bem-estar (euforia, indiferença ao estímulo externo 
e sedação). Houve, também, relato de sensações 
abdominais associadas a orgasmo sexual intenso. 
Em inglês, usa-se a palara addiction para indicar 
esse fenômeno. 
As ações nos neurônios locais e circuitos intrinsecos 
envolvidos na modulação da dor causam analgesia, outros 
efeitos terapeuticos e lambem efeitos colaterais 
indesejaveis. 
CLASSIFICAÇÃO 
AGONISTA 
NATURAIS (agonistas) 
• Morfina 
• Codeína 
• Tebaína 
• Ópio 
SEMISSINTETICO (agonistas) 
• Oxicodona 
• Heroína 
• Hidroxicodona 
• Oximorfona 
• Hidroximorfona 
SINTETICOS (agonistas) 
• Metadona 
• Meperidina 
• Fentanila 
• Proproxifeno 
• Dextrometorfano 
• Difenoxilato 
• Sufentanil 
A droga agonista pura é aquela que não possui efeito teto 
para analgesia, ou seja, o aumento da dose do agente 
produzirá alívio da dor em uma função linear tipo log. O fato 
que pode limitar a eficácia dessas drogas é o aparecimento 
de efeitos colaterais. 
Por outro lado, é importante diferenciar eficácia de 
potência. Potência é a dose necessária para produzir um 
efeito e está relacionada à afinidade da droga com o 
receptor. 
 
ANTAGONISTA PARCIAL 
Possuem baixa eficácia, ou seja, sua curva dose-resposta 
produz um efeito teto menor que o máximo obtido com o 
agonista puro. Assim, o aumento da dose de um agonista 
parcial acima da dose teto não resultará em aumento da 
resposta analgésica. 
AGONISTA-ANTAGONISTA 
AGONISTAS/ANTAGONISTAS 
• Buprenorfina, nalbufina, pentazocina 
Produz um efeito agonista em um tipo de receptor e uma 
ação antagonista em outro tipo de receptor. 
ANTAGONISTA 
ANTAGONISTAS 
• Naltrexona 
• Naloxona 
Não possui atividade farmacológica intrínseca, mas pode 
interferir na ação de um agonista. Os antagonistas podem 
ser competitivos (agem no receptor para opioides) e não 
competitivos (através de outro mecanismo de ação). 
 
POTENCIA RELATIVA E DOSE EQUIANALGESICA 
É a relação entre a dose de dois analgésicos para produzir o 
mesmo efeito. Por convenção, a potência relativa entre dois 
opioides comumente utilizados é comparada a 10 mg de 
morfina. 
 
FARMACOCINETICA 
ABSORÇÃO 
Os opioides podem ser absorvidos por via subcutânea, 
transdérmica, intramuscular, mucosa do nariz, boca e trato 
gastrointestinal. A biodisponibilidade dos fármacos 
utilizados por via oral, contudo, sofre uma redução devido 
ao metabolismo de primeira passagem no fígado; a dose 
utilizada por essa via deve ser maior que a por via parenteral 
para que se atinja uma concentração terapêutica eficaz. Ao 
convertermos a dose total empregada por via parenteral 
para o uso oral, é importante lembrar que o número de 
enzimas hepáticas varia entre indivíduos, interferindo, 
então, na quantidade de droga proposta por tabelas de 
conversão, para mais ou menos. 
Existem duas formas de apresentação para comprimidos de 
opioides: os de liberação imediata e os de liberação lenta. Os 
comprimidos de liberação imediata permitem a absorção 
mais rápida da droga para a circulação sanguínea, com picos 
plasmáticos mais elevados e riscos de ultrapassar 
concentração limite para toxicidade; consequentemente, 
essa apresentação está associada a maior incidência de 
efeitos colaterais. Essa via, contudo, atinge as concentrações 
de equilíbrio (steady-state) entre sangue e tecido-alvo nas 
primeiras 24 horas. 
Os comprimidos de liberação lenta utilizam matriz de 
controle dual com dois tipos diferentes de polímero de 
retardo (um hidrofóbico, outro hidrofílico), cuja proporção 
assegura a liberação controlada da substância ativa. Os 
fluidos gastrointestinais dissolvem a superfície do 
comprimido, expondo a matriz hidrofóbica. A substância 
ativa da droga começa a difundir-se atravessando o 
comprimido e tomando-se disponível para absorção. Esses 
comprimidos possuem a vantagem de oferecer 
concentrações analgésicas eficazes por tempo prolongado (8 
a 12 horas) e sem picos plasmáticos acima da dose tóxica. A 
desvantagem, todavia, é que são necessárias 48 a 72 horas 
para que o indivíduo atinja a concentração de equilíbrio no 
sangue, retardando o tempo para alívio adequado da dor. 
Também, o pH baixo do estômago aumenta a taxa de 
absorção da droga, podendo interferir no tempo de ação do 
opioide. 
DISTRIBUIÇÃO 
A captação de opioides por vários órgãos e tecidos está 
relacionada a fatores químicos ou fisiológicos. 
Essas drogas se ligam a proteínas plasmáticas (albumina e 
alfa-! glicoproteína ácida) ou aos eritrócitos e se distribuem 
inicialmente para tecidos altamente vascularizados (pulmão, 
fígado, baço e rim) e depois para os de vascularização 
moderada e baixa. Nesses tecidos, especialmente em 
músculo e gordura, os opioides podem acumular-se e 
provocar um novo pico plasmático horas após a 
administração da última dose ou a suspensão da infusão do 
medicamento. 
A barreira hematoencefálica dificulta a passagem de 
opioides com alto grau de ionização, como a morfina, e 
facilita a entrada, no sistema nervoso central, dedrogas com 
radical hidroxil no anel aromático. 
A ligação dos opioides a proteínas é altamente dependente 
do pH, de modo que em pH ácido existe um aumento da 
proporção da fração livre da droga. 
METABOLISMO 
Os compostos com grupamento hidroxil são conjugados com 
ácido glicurônico (morfina) e os ésteres (meperidina e 
heroína) são hidrolisados pelas esterases hepáticas. 
Também, pode haver 0-desmetilação ou N-desacilação. Os 
opioides possuem extração hepática elevada, e o 
metabolismo depende do fluxo sanguíneo do fígado. 
Acúmulos de metabólitos ativos dos opioides, como a 
morfina-glicuronídio e a normeperidina, podem prolongar a 
analgesia ou causar hiperexcitabilidade de neurônios e fibras 
nervosas, com hiperalgesia e alodinia. 
EXCREÇÃO 
Os opioides podem ser excretados em forma inalterada ou 
em compostos polares pela urina. Os conjugados com 
glicuronídio são excretados na bile, mas a circulação entero-
hepática representa apenas uma pequena porção do 
processo de eliminação dessas drogas. 
 
 
FARMACODINÂMICA 
OPIOIDES ENDOGENOS 
• Encefalinas = ampla distribuição 
o Obtida a partir da clivagem da POMC (pro-
opiomelanocortina 
• Endorfinas = SNC 
• Dinorfinas = ampla distribuição 
• Interagem com os receptores opioides (mi, delta, 
kappa, ORL1) 
• Analgesia = agonistas de receptores µ 
RECEPTORES OPIOIDES 
Vários tipos de receptores opioides foram identificados no 
sistema nervoso e em outros tecidos. Foram descritas 
substâncias endógenas e exógenas que se ligam a esses 
receptores em graus variados. A predominância e a natureza 
dessa combinação caracterizam um determinado perfil 
farmacológico. 
Os receptores para opioides são classificados em cinco tipos: 
11 (mi), K (kappa), õ (delta), (}"(sigma), e e (épsilon). 
Uma elevada concentração de receptores está localizada no 
corno dorsal da medula espinhal (lâminas I e II), núcleo 
trigêmeo medular, tálamo, hipotálamo, substância 
periaquedutal cinzenta, núcleos da rafe, na região ventral 
superior do bulbo e da ponte e locus coeruleus. Algumas 
dessas regiões estão relacionadas às vias inibitórias 
descendentes que modulam a transmissão do estímulo 
doloroso. Observa-se, também, presença de receptores nas 
amídalas e córtex cerebrais, no hipocampo, no núcleo 
caudado e globo pálido, na medula suprarrenal, nos plexos 
nervosos e glândulas exócrinas de estômago e intestino, 
sugerindo a participação dos opioides na regulação do 
comportamento motor, afetivo, neurovegetativo e 
neuroendócrino. 
 
 
 
Localização dos circuitos neurais da dor: 
 
Distribuição dos receptores opioides no SNC: 
 
(coincide com os locais encefálicos envolvidos na dor) 
MECANISMO ANALGESICO 
Ao nível molecular, os receptores opioides estão acoplados 
à proteína G e, uma vez acionados, provocam uma alteração 
dos canais iônicos, da disposição do cálcio intracelular e da 
fosforilação de proteínas. 
Os opioides podem inibir a passagem do estímulo nervoso, 
hiperpolarizando as membranas celulares pré ou pós-
sinápticas. Isso está relacionado ao aumento da saída de 
potássio do compartimento intracelular, ou à redução da 
entrada de cálcio nas terminações pré-sinápticas e a uma 
menor liberação de neurotransmissores excitatórios 
(acetilcolina, noradrenalina, dopamina, serotonina e 
substância P) na fenda sináptica. 
A ligação dos opioides ao receptor ativa outras moléculas 
celulares, denominadas segundos mensageiros. Dessa 
forma, ocorre uma sequência de eventos complexos no 
interior da célula. O segundo mensageiro mais conhecido é 
o mono fosfato de adenosina ciclíco (cAMP), que é 
sintetizado pela adenilil ciclase. O cAMP modifica a ação de 
outras enzimas envolvidas na fosforilação de proteínas. 
Também, os compostos alfa e beta-adrenérgicos, 
colinérgicos muscarínicos e serotoninérgicos estão 
acoplados à adenilil ciclase, cuja atividade é modulada pela 
guanosina trifosfato (GTP) da proteína G. As proteínas G são 
formadas por três subunidades (alfa, beta e gama) e inibem 
ou estimulam a adenilil ciclase. Os receptores opioides estão 
associados à adenilil ciclase através da proteína G inibitória, 
provocando assim uma diminuição nos níveis de AMP cíclico. 
EFEITOS EM ÓRGAOS E SISTEMAS 
Analgesia (SNC) 
Nos seres humanos, os fármacos relacionados com a morfina 
induzem analgesia, sonolência, alterações do humor e 
obnubilação mental. Um aspecto significativo dessa 
analgesia é que ela ocorre sem perda da consciência. 
É comum ocorrerem náuseas e também pode haver 
vômitos. Alguns pacientes queixam-se de sensação de 
sonolência, dificuldade de raciocinar, apneia e redução da 
atividade física. A medida que a dose aumenta, os efeitos 
subjetivos, analgésicos e tóxicos (incluindo depressão 
respiratória) ficam mais pronunciados. 
Alguns estudos demonstraram de forma clara que os efeitos 
analgésicos dos opioides devem-se à sua capacidade de 
inibir diretamente a transmissão ascendente das 
informações nociceptivas provenientes do corno dorsal da 
medula espinhal e aliviar os circuitos de controle da dor, que 
descem do mesencéfalo pelo bulbo ventromedial rostral e 
chegam ao corno dorsal da medula espinhal. Os peptídios 
opióides e seus receptores são encontrados em todos esses 
circuitos descendentes de controle da dor. Os opioides 
diminuem a percepção da dor e as respostas fisiopatológicas 
decorrentes do estímulo agressivo em estudos clínicos e 
experimentais. 
Alterações de humor e efeitos recompensadores 
As evidências farmacoiógicas e comportamentais apontam 
para a participação das vias dopaminérgicas, envolvendo 
principalmente o núcleo acumbente (NAcc) na gralificação 
induzida pelo fármaco. Existem evidências amplas quanto às 
interações entre os opióides e a dopamina na geração da 
gratificação induzida pelos opióides. 
Outros efeitos no SNC 
• Hipotálamo = alteram o ponto de equilíbrio dos 
mecanismos hipotalâmicos que controlam 
temperatura, diminuindo-a. A administração 
crônica dessas drogas pode aumenta-la 
• Efeito neuroendócrinos = morfina atua no 
hipotálamo = ↓ GNHR, CRF = ↓ LH, FSH, ACTH = ↓ 
cortisol, testosterona 
Após dose de morfina, um paciente com dor pode 
apresentar uma sensação agradável de estar flutuando, 
diminuição da ansiedade e da angústia. Outros pacientes, 
entretanto, relatam inquietação, mal-estar, nervosismo, 
tristeza, desorientação, alucinações e delírio. 
Os opioides podem afetar o eixo hipotálamo-hipofisário, 
alterando a regulação da temperatura (hipo- ou 
hipertermia), inibindo a alteração do CRH (hormônio 
liberador da corticotropina) e diminuindo as concentrações 
sanguíneas do hormônio adrencorticotrópico (ACTH), da [3-
endorfina, do hormônio folículo-estimulante (FSH) e do 
hormônio luteinizante (LH). 
Depressão respiratória (SNC) 
Os opioides podem provocar depressão respiratória por 
ação no tronco cerebral. Todas as fases da respiração estão 
alteradas: 
• frequência respiratória; 
• volume-minuto; 
• volume corrente. 
Os opioides também modificam a curva-resposta decorrente 
da estimulação dos centros respiratórios pelo aumento do 
gás carbônico. O mecanismo principal da depressão 
respiratória envolve a redução da capacidade de resposta 
dos centros respiratórios do tronco cerebral ao dióxido de 
carbono. 
Há diminuição da inclinação e desvio da curva-resposta para 
a direita, provocando retenção de PC02• 
Por outro lado, existem relatos de depressão respiratória 
tardia provocada por um novo pico plasmático da droga. 
A literatura também relata broncoespasmo, laringoespasmo 
e edema pulmonar relacionados à terapia por tempo 
prolongado e ao uso de altas doses de opioides. Os 
mecanismos propostos para explicar esses efeitos são: 
liberação de histamina, ativação do sistema imune, lesão 
hipóxica do endotélio e aumento da permeabilidade 
vascular. 
Supressão da tosse (SNC) 
O efeito antitussígeno é decorrente da açãodireta dos 
opioides no centro da tosse no tronco cerebral ou em 
receptores J..l. e K localizados na via respiratória. Essas drogas 
podem tratar tosse persistente no curso de alguma patologia 
ou reduzir a resposta da irritação mecânica causada pelo 
tubo endotraqueal em pacientes ventilando artificialmente. 
*não é um efeito colateral 
Miose (SNC) 
A miose é uma ação farmacológica de pouca tolerância, 
dose-dependente, e pode ser, mesmo em usuários habituais 
de opioides, de valor diagnóstico na depressão respiratória 
e na superdose. A morfina causa constrição da pupila devido 
ação excitatória dos nervos parassimpáticos que inervam a 
pupila. 
Rigidez 
A rigidez de tronco é um efeito adverso frequente em 20% a 
30% dos pacientes que recebem opioides antes ou durante 
a cirurgia. O mecanismo é desconhecido, mas pode estar 
relacionado com a ativação de receptores para ácido -y-
aminobutírico, serotonina e opioides no locus coeruleus e 
núcleos da rafe 
A rigidez muscular interfere com a complacência e a 
ventilação pulmonares, resultando em hipoventilação, 
retenção de gás carbônico, acidose respiratória e aumento 
da pressão venosa central. Esse efeito é frequentemente 
descrito para doses elevadas de fentanil, sufentanil e 
alfentanil. Quanto maiores a velocidade de administração e 
a lipossolubilidade do fármaco utilizado, maior a rigidez 
muscular. Observa-se também rigidez muscular tardia que 
deve ser diferenciada de convulsões 
náusea e vomito (SNC) 
É efeito colateral comum e pouco tolerado pelos pacientes. 
Os opioides ativam a zona de gatilho quimiorreceptora para 
náusea e vômitos no tronco cerebral. 
A profilaxia e o tratamento desses sintomas incluem o 
emprego de drogas antagonistas de sítios receptores para 
essas substâncias na zona de gatilho e outras, como o 
propofol e os benzodiazepínicos 
EFEITOS PERIFERICOS 
Cardiovasculares 
Pode ocorrer vasodilatação arterial e venosa com 
hipotensão arterial. Esse efeito é atribuído à liberação de 
histamina ou depressão central do sistema vasomotor, 
principalmente se houver o uso associado de 
benzodiazepínicos. 
A ação dos opioides em receptores J..l. provoca estimulação 
do nervo vago, com bradicardia. 
TGI 
Os opioides afetam a motilidade gastrointestinal, a secreção 
gástrica e pancreática através da estimulação de receptores 
opioides no cérebro, na medula espinhal e na musculatura 
lisa entérica. 
Há diminuição da secreção ácida no estômago, aumento do 
tônus gástrico, do intestino delgado e grosso, com espasmos 
periódicos, retardo das ondas de peristaltismo com redução 
da absorção de água e, consequentemente, constipação. 
A morfina diminui o tônus do esfíncter esofagiano inferior e 
produz sintomas de refluxo gastrointestinal em pacientes e 
voluntários sadios. Isso pode aumentar o risco de 
regurgitação e aspiração do conteúdo gástrico em indivíduos 
anestesiados e sedados. 
Os efeitos adversos no trato gastrointestinal podem ser 
minimizados com o uso de laxativos e emolientes para 
constipação e com drogas que estimulem o trânsito 
gastrointestinal como metoclopromida, atropina e 
antagonistas opioides. 
trato genitourinario 
Existem diminuição do fluxo plasmático renal e aumento da 
secreção do hormônio antidiurético, reduzindo o débito 
urinário. Há elevação do tônus muscular ureteral, do 
esfíncter uretra( e da bexiga, ocasionando retenção urinária. 
Quanto ao útero, pode haver redução do tônus muscular, 
com prolongamento da gravidez. Também, há aumento da 
secreção de prolactina e inibição de LH. 
Outros 
• morfina libera histamina de mastócitos = causa 
prurido 
• imunossupressor 
TOLERANCIA E DEPENDENCIA FISICA 
O desenvolvimento de tolerância e dependência física com o 
uso repetido é um elemento característico de todos os 
fármacos opioides. 
Tolerância ao efeito dos opioides ou outros fármacos 
significa simplesmente que com o tempo, a substância perde 
sua eficácia e é necessário aumentar sua dose para se obter 
a mesma resposta fisiológica. Surge em poucos dias. 
• Ocorre tolerância tbm para os efeitos colaterais p/ 
êmese, euforia, depressão respiratória 
O termo dependência refere-se a um conjunto complexo e 
mal definido de alterações da homeostasia de um 
organismo, que causa um distúrbio do ajuste homeostático, 
caso a administração do fármaco seja interrompida. Em 
geral, esse distúrbio fica evidente quando a administração 
de um opioide é interrompida repentinamente, resultando 
na síndrome da abstinência. Pode durar dias ou semanas. 
• Irritação, perda de peso, coriza, tremores, 
agressividade, diarreia, piloereção 
 
 
 
ESCADA ANALGESICA DA DOR – OMS 
 
USO CLINICO 
O emprego de opioides por longo período em dor crônica 
raramente resulta em tolerância. Os opioides podem 
beneficiar pacientes com: 
• dor somática- proveniente de pele, músculo e 
ossos. Exemplos: osteoartrite, anemia falciforme, 
cefaleia, dor de coluna; 
• dor visceral- envolve as vísceras. Exemplos: dor 
pélvica crônica e cistite intersticial; 
• dor neuropática - resulta de lesão de nervo. 
Exemplos: neuropatia diabética, neuralgia pós-
herpética e síndromes complexas regionais 
mediadas pelo simpático. 
PRESCRIÇÃO DE OPIOIDES 
• empregar a via oral 
• prescrever os fármacos a intervalos regulares (de 
horário); 
• acatar a sugestão da OMS (Organização Mundial de 
Saúde) de utilizar opioides de acordo com a 
intensidade da dor. 
Opioides são fármacos analgésicos potentes e de boa 
eficácia no tratamento prolongado de pacientes com dor 
oncológica, mista ou neuropática, sendo superiores a 
antidepressivos tricíclicos e a AINES. 
O uso de opioides, independentemente da potência, por 
tempo prolongado não é recomendado para pacientes com 
dor nociceptiva (osteoartrose, artrite reumatoide e 
lombalgia entre outros), pois, além dos efeitos adversos 
limitantes, tais como retenção urinária, constipação e 
sonolência, não existem evidências convincentes de seus 
benefícios nessa população. 
Nas dores nociceptivas, o uso de opioides deve ser 
reservado apenas para os casos de agudização, por curto 
período, e que sejam refratários aos demais medicamentos 
previstos nos Degraus do Tratamento da Dor da OMS. De 
todos os opioides disponíveis, a melhor evidência de eficácia 
na dor é a da morfina, tanto nas dores oncológicas (80) 
quanto nas neuropáticas. 
Opioides fracos 
• codeína 
• tramadol 
Opioides fortes 
• morfina 
• oxicodona 
• metadona 
• fentanila 
• hidromorfona 
USO DE HORARIO 
Existe uma faixa terapêutica de concentração analgésica 
mínima eficaz (CAME) para opioides no sangue que deve ser 
mantida para obtenção de analgesia. As doses maiores que 
a CAME podem levar à toxicidade e as menores, a controle 
inadequado da dor. O uso de medicamento de horário 
impede que as concentrações plasmáticas declinem ao 
ponto de prejudicar a qualidade da analgesia. A 
administração de opioides em regime de demanda pelo 
paciente (se necessário) é uma prática frequente, contudo, 
não é compatível com o padrão farmacocinético desses 
fármacos. O paciente solicita medicamento quando existe 
uma concentração da droga no sangue menor que a CAME; 
até que aconteça o preparo, a aplicação de analgésico e a 
recuperação dos níveis sanguíneos terapêuticos, o paciente 
sentirá dor por um período prolongado. 
AGONISTAS OPIOIDES 
MORFINA 
• absorção = absorção rápida pelo TGI = mucosa 
retal, mucosa nasal, mucosa oral, injeção 
subcutânea, intramuscular, adm epidural ou 
intratectal 
o o efeito é menor depois da adm oral do 
que parenteral devido metabolismo 
hepatico durante a primeira circulação 
o via intravenosa = ação imediata 
o morfina = atravessa a BHE mais 
lentamente 
• distribuição/metabolismo 
o 33% esta ligado a proteínas plasmáticas 
o Via metabólica = conjugação com acido 
glicuronico 
• Excreção 
o Podem ser eliminadas sem alterações(pouco) 
o Principal = renal 
o Após alguns dias = eliminação fecal e 
urinaria 
CODEÍNA 
• Absorção 
o Mais eficaz por via oral = metabolismo 
hepatico menor durante a primeira 
circulação 
• Metabolização 
o Fígado 
• Excreção 
o Urinaria 
• Meia vida = 2-4 horas 
TRAMADOL 
• Análogo da codeína 
• Agonista fraco dos receptores opioides 
• Analgesia = inibição da captação de norepinefrina e 
serotonina 
• Eficaz apenas na dor branda a moderada 
• absorção 
• distribuição 
o dose oral = 68% biodisponibilidade 
o intramuscular = 100% biodisponibilidade 
• metabolização 
o hepática 
• excreção 
o renal 
• meia vida = 6h p/ tramadol = 7,5h p/ metabolito 
ativo 
• analgesia = começa em 1h = pico máximo em 2-3h 
= duração 6h 
HEROINA 
• rapidamente hidrolisada 
• mais lipossolúvel que a morfina = atravessa mais 
rapido BHE 
MEPERIDINA 
• analgesia 
o 15 após adm oral 
o Pico = em 1-2h 
o Inicio em 10min 
o Duração = 1,5-3h 
• Absorção 
o Todas as vias de adm 
• Metabolização 
o Hepática 
o Apenas 50% escapa da metabolização 
FENTANIL 
• Potencia 100x maior que a morfina 
• Muto usado na pratica anestésica = pico mais 
rapido + termino de efeito rapido + estabilidade 
cardiovascular 
• Analgesia 
o Adm via intradural e intratecal 
o Pico = 5min 
o Duração rápida 
• Absorção 
o Lipossolúveis = atravessao BHE 
o Meia vida = 3-4h 
• Metabolização 
o Hepática 
• Indicação = coadjuvantes anestésicos 
METADONA 
• Agonista de ação prolongada 
• Eficacia por via oral 
• Ação prolongada na supressão 
• Absorção 
o Bem absorvida pelo TGI 
o Detectada após 30min da adm por via oral 
o Concent máxima = 4h 
• Distribuição 
o 90% ligada a proteína plasmática 
• Metabolização 
o Hepática 
• Excreção 
o Urinaria 
• Indicação = dores crônicas, síndromes de 
abstinência, dependentes de heroína 
PROPOXIFENO 
• 50-75% potencia em comparação á codeína 
• Induz efeitos semelhantes aos da morfina 
• Absorção 
o TGI 
• Meia vida = 6-12h 
• Metabolização 
o Hepática 
• Indicação = dores brandas a moderadas 
AGONISTAS/ANTAGONISTAS E AGONISTAS 
PARCIAIS DOS OPIOIDES 
O estímulo que levou ao desenvolvimento dos fármacos 
agonistas/antagonistas mistos foi a necessidade de dispor de 
analgésicos que causassem menos depressão respiratória e 
tivessem menos potencial de causar dependência. Hoje, o 
uso clinico desses fármacos é limitado pelos efeitos 
colaterais indesejáveis e efeitos analgésicos fracos. 
PENTAZOCINA 
• Analgesia, sedação e depressão respiratória 
• Ação agonista nos receptores opioides 
• Absorção 
o Boa absorção pelo TGI, subcutânea e 
intramuscular 
o Pico em 15min-1h (intramuscular) ou 1-3h 
(oral) 
o Meia vida = 4-5h 
• Metabolismo 
o Hepatico 
o 20% chega á circulação sistêmica 
• Excreção 
o Renal 
• Efeitos adversos 
o Sudorese, sedação, vertigem, doses altas 
causam depressão respiratória, aumento 
da PA e taquicardia 
• Após utilização frequente, paciente desenvolve 
tolerância aos efeitos analgésicos 
• Indicação = analgésico 
ANTAGONISTAS OPIOIDES 
Pq usar um antagonista opioide? INTOXICAÇÃO 
INTOXICAÇÃO POR OPIOIDES 
• “Tríade de sinais” 
o Letargia/coma 
o Depressão respiratória 
o Pupilas puntiformes; pupilas dilatadas 
(hipoxico) 
• Naloxona = IV, IM, SC = meia vida mais curta = 
reverte intoxicação 
• Naltrexona VO 
Em condições normais os fármacos que serão analisados 
nesta seção causam poucos efeitos. a menos que opióides 
com ações agonistas lenham sido administrados 
previamente. Entretanto, quando os sistemas opióides 
endógenos estão ativados (como ocorre no choque ou em 
alguns tipos de estresse). a administração de um Único 
antagonista opióide pode resultar em consequências 
detectáveis 
Se os sistemas opióides endógenos não tiverem sido 
ativados, as ações farmacológicas dos antagonistas opioides 
dependem da administração prévia de um agonista opióide, 
do perfil farmacológico deste opióide e do grau de 
dependência física do opióide desenvolvida. 
Os antagonistas opioides pode agir nos diferentes 
receptores, mas tem afinidade maior pelos receptores µ. 
 
 
NALOXONA 
• Doses pequenas invertem os efeitos agonistas do 
receptor µ 
• Paciente com depressão respiratória = ↑ FR 
• PA se reduzida = volta ao normal 
• Reversão de efeitos psicoticomimeticos e disfóricos 
• Duração do efeitos = 1-4h 
• Fenômenos de exagero 
o Ex: a FR deprimida pelos opioides torna-se 
mais alta do que estava antes do período 
de depressão 
o Ex: a liberação reflexão de catecolaminas 
pode causar hipertensão, taquicardia, 
arritmia 
• Em pacientes dependentes do grupo de opioides 
da morfina = pode causar síndrome de abstinência 
moderada a grave 
o Titulação de dose = iniciar com doses 
menores 
• Absorção 
o TGI 
• Metabolização 
o Fígado, praticamente 100% antes de 
chegar á circulação sistêmica = por isso 
deve ser adm por via parenteral 
• Meia vida = 1h 
• Indicação = tratamento da toxicidade induzida por 
opioides, diagnostico de dependência física dos 
opioides e agentes terapêuticos para o tratamento 
de usuários compulsivos de opioides 
INDICAÇÕES TERAPEUTICAS 
Indicação terapêutica: 
• em dores moderadas a intensas/refratarias 
• supressão da tosse (codeína) 
• analgesia 
o agente pre-anestesico 
o coadjuvante de outros agentes 
o agente anestésico primário 
• diarreia 
o com doses menoresque as necessárias p/ 
analgesia 
• tratamento da dependência de opioides 
o metadona 
o buprenorfina 
o clonidina 
o heroína 
o naltrexona 
Recomenda-se que os opioides sempre sejam combinados 
com outros analgésicos, como os AINEs ou paracetamol. 
• Aproveita os efeitos analgésicos aditivos e reduz a 
dose dos opioides, reduzindos os efeitos colaterais 
Os opioides devem ser administrados de forma continua ou 
ininterrupta, em vez de serem usados de acordo com a 
necessidade para tratar a dor grave e crônica 
Fatores de escolha dos opioides: 
• Potencia 
o Um opioide mais potente pode ser útil 
quando for necessário doses altas de 
opioide, de forma que o fármaco possa ser 
adm num volume menor 
• Perfil farmacocinético (duração da ação) 
o Opioides de ação longa (metadona) pode 
ser útil quando for necessário adm doses 
menos frequentes 
o Já para procedimentos dolorosos de curta 
duração, um fármaco de ação e efeito 
rapido (ramifentanil) seria mais útil 
• Via de adm disponíveis 
o Oral 
o Parenteral 
o Analgesia controlada pelo paciente (ACP) 
▪ Paciente tem controle limitado da 
dose do opioide 
▪ Intravenosa/epidural 
o Infusão continua controlada pelo 
computador (ICCC) 
o Infusão intra-espinhal 
▪ Tem acesso direto á primeira 
sina´pse de processamento da 
dor na coluna dorsal da medula = 
isso permite doses menores e 
menos efeitos colaterais 
▪ Dor pós operatório e trabalho de 
parto 
o Analgesia periférica 
▪ Aplicação tópica 
o Administração retal 
▪ Pacientes com dificuldade de 
deglutir ou doenças da cavidade 
oral 
o Administração por inalação 
o Adm mucosa oral 
▪ Podem ser absorvidos em menos 
tempo do que pela mucosa 
gástrica = evita metabolismo de 
primeira circulação 
o Adm transdermica 
▪ Tratamento da dor associada ao 
câncer = facilidade de aplicação, 
duração de ação estabilidade dos 
níveis sanguíneos 
.

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