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Isabella Vilaronga - 6ºP UniFTC Introdução ● DHEG é um conjunto de doenças relacionadas à hipertensão na gravidez ● Ela pode ter surgido na gravidez, surgido antes da gravidez e ter piorado com a gravidez ● Ou só ter surgido mesmo antes da gravidez e passou a gravidez toda sem piora De�nição ● Na gravidez a gente ainda considera alteração na pressão se a pressão sistólica for acima de 140 OU a pressão diastólica for acima de 90 (hipertensão leve). ● Hipertensão grave: a sistólica está acima de 160 OU a diastólica acima de 110. Diagnóstico ● Primeiro passo é dar o diagnóstico de hipertensão antes de classi�car. ● É preciso 2 medidas para diagnóstico. Diagnóstico de hipertensão leve eu faço a medida, deu 140 x 90, aguardo 4 horas e faço uma nova medida. Duas medidas alteradas eu fecho diagnóstico. ● Se for hipertensão grave acima de 160 eu não vou esperar 4 horas porque pode ter repercussão negativa então depois de 15 minutos eu vou medir. Duas alteradas eu fecho diagnóstico. Fisiologia ● Na gravidez normal, as células do citotrofoblasto invadem a parede das artérias espiraladas que têm os seus componentes muscular e elásticos substituídos por uma substância semelhante à �brina, apresentando aumento da sua luz, se convertendo em artérias útero-placentárias. ● Esta invasão trofoblástica ocorre em dois tempos: (1) a primeira fase acontece até o �nal do primeiro trimestre e envolve esta conversão/transformação dos segmentos deciduais das artérias espiraladas (primeira onda de invasão trofoblástica); (2) e a segunda, em que há a invasão miometrial e ocorre durante o segundo trimestre de gestação – 16 a 20 semanas (segunda onda de invasão trofoblástica). Fisiopatologia da pré-eclâmpsia Teoria da placentação anormal ● Na mulher que tem pré-eclâmpsia, por algum motivo, o citotrofoblasto não consegue fazer a segunda onda de invasão, então não consegue invadir o vaso, e com isso, a luz desse vaso, ao invés de �car mais alargada, �ca com a resistência aumentada por não ter esse alargamento. ● Se ele �ca com a resistência aumentada ela faz hipertensão, o bebê recebe menos oxigênio e cresce menos. ● Pode também fazer isquemia placentária. ● Então na mulher que tem pré-eclâmpsia, por algum motivo a célula, o citotrofoblasto, não consegue fazer a segunda onda de invasão trofoblástica. ● Não consegue invadir o vaso, que �ca com a resistência aumentada, e a mulher faz hipertensão. ● Por esse motivo o bebê recebe menos oxigênio e cresce menos. A mulher só pode ter o diagnóstico de pré-eclâmpsia a partir de 20 semanas. Fatores de risco ● Sobrepeso/obesidade ● Mulheres que têm uma artéria uterina mais resistente ● Gravidez gemelar ● Primigesta ● Gravidez na adolescência ou idade > 40 ● HAS crônica ● Histórico familiar ● Doença renal crônica ● SAF 1 Isabella Vilaronga - 6ºP UniFTC Repercussões sistêmicas ● O principal fator de risco para a DPP é a hipertensão, porque faz trombos na placenta. ● Endoteliose capilar é uma inflamação capilar renal do vaso. Classi�cação ● Pré-eclâmpsia: doença hipertensiva descoberta após 20 semanas de gestação que cursa com proteinúria, edema e/ou sinais de disfunção de órgãos-alvo ● HAS gestacional: hipertensão gestacional, a mulher desenvolveu na gravidez, e é transitória ● HAS crônica: presente antes da gestação e diagnosticada antes de 20 semanas de gravidez ou 6 semanas após o parto ● HAS sobreposta: foi agravada pela gravidez. Pré-eclâmpsia Pré-eclâmpsia SEM critérios de gravidade É a hipertensão com surgimento após 20 semanas de gestação + COM proteinúria. ● Proteinúria de 24h ≥ 300 mg ● Relação proteína-creatinina urinária ≥ 0,3 mg/dL ● Se a paciente não consegue ir ao lab: ≥ 300 mg/L (2+ dipstick) em duas ocasiões Manejo da pré-eclâmpsia SEM critérios de gravidade ● ROTINA DHEG: hemograma (plaquetas), LDH (hemólise), AST, ALT (função hepática), ácido úrico, creatinina (rins), proteinúria de 24h (rins). ● AVALIAÇÃO FETAL: USG com doppler (avalia o fluxo de oxigênio) e cardiotocogra�a. ● IG ≥ 37 semanas = PARTO. Deve ser parto normal, só se ela não puder por outro motivo, mas pela pré-eclâmpsia não tem problema nenhum. ● IG ≤ 37 semanas: fazer consulta semanal no pré-natal, se ela apresentar algum critério de gravidade eu interno. ● IG ≤ 34 semanas: Faz corticoide. E segue fazendo exame semanalmente para ver se aparece algum critério de gravidade. Pré-eclâmpsia COM critérios de gravidade Qualquer um desses critérios coloca a mulher como pré-eclâmpsia grave. Manejo da pré-eclâmpsia COM critérios de gravidade Inserir anti-hipertensivo Pressão acima de 160 x 110 mmHg na gravidez se tiver no pré-natal eu vou mandar para a emergência, para fazer Hidralazina. 2 Isabella Vilaronga - 6ºP UniFTC Hidralazina, 5 mg IV, a cada 20 min até o máximo de 20 mg (máximo 4 doses). Saiu da crise, colocar um anti-hipertensivo oral, que na gravidez não pode utilizar qualquer um. 1. Metildopa (sempre 1ª escolha) 2. Nifedipino 3. Hidralazina 4. Metoprolol Magnesioterapia Usar em toda grávida com critério de gravidade, para evitar crise convulsiva. Iniciar uso assim que der o diagnóstico OU 1h antes do parto até 24h no pós-parto Esquema Zuspan Ataque: 4-6g IV lento Manutenção: 1-2g/h IV em bomba de infusão contínua Preferencial Esquema Pritchard Ataque: 4g IV lento + 10g IM Manutenção: 5g IM em cada nádega 4/4h Alternativo ⚠ Atenção aos sinais de intoxicação por sulfato de magnésio (MgSO4) ⚠ ● Reflexos profundos ausentes (aquele reflexo patelar ausente) ● Diurese < 30 mL — você pode sondar a paciente ● FR < 16 ipm Se ela tiver qualquer um desses sinais você para o Sulfato de Magnésio e inicia o Gluconato de Cálcio (uma ampola). Tem em qualquer lugar, ela vai reverter imediatamente, vai �car ótima e não vai ter nenhum problema. Se toxicidade por MgSO4: 10 mL de Glutamato de Cálcio a 10% 1g, infundido lentamente em 5 minutos. Observar idade gestacional ● IG ≥ 34 semanas = PARTO. Pensando em parto: Sulfato de Magnésio, avalio se o bebê está bem e faço o exame da minha paciente para saber se ela tem alguma gravidade maior – se precisa de reserva de sangue, ou de plaqueta, etc. ● IG de 24 a 34 semanas: Ela só precisa �car internada, e a cada 2 dias fazer USG e exame de sangue (rotina DHEG) Qualquer sinal de gravidade maior, a gente vai para o parto. Se ela estiver bem, não teve queda muito grande de plaquetas, não convulsionou, função renal está ok: então eu deixo ela até 34 semanas (para aguardar maturação pulmonar do feto. E se piorar você faz o corticoide (48h). ● IG ≤ 24 semanas: Discutir com a família a possibilidade de interromper a gravidez, porque de 24 a 34 semanas é muito tempo, e tem um grande risco da mãe evoluir para óbito. Então discutir com a família a gravidade e a possibilidade de interrupção, de um aborto terapêutico, para salvar a vida da mãe. Eclâmpsia ● Desenvolvimento de convulsões tônico-clônicas em pacientes com o diagnóstico de pré-eclâmpsia. ● Pode ser precedida por sinais de iminência de eclâmpsia, são autolimitadas (ela convulsiona 60 segundos e para, convulsiona de novo 60 segundos e para... várias vezes). ● Depois que ela convulsiona o bebê faz bradicardia, isso é da convulsão, pode aguardar que ele vai melhorar. ● Diagnóstico diferencial: Epilepsia, Ataque isquêmico transitório, Uso de drogas, Hemorragia/isquemia do SNC Manejo da eclâmpsia 3 Isabella Vilaronga - 6ºP UniFTC ● Diazepam se der o bebê nasce rebaixado e vai para o tubo. Então não é para usar Diazepam, só se não tiver jeito! (Pensar em DD) ● Teve eclâmpsia, interromper a gravidez. Independente da idade gestacional. Faço um parto para ele nascer. Estou pensando na vida materna. Síndrome HELLP Critérios: hemólise, alteração hepática e plaquetopenia Teve diagnóstico de Síndrome HELLP em laboratório, tem que fazer o parto. Síndrome HELLP é igual a parto independente da idade gestacional. Classi�cação de Mississippi: Classes 1, 2 e 3 ● Quanto mais baixa a plaqueta, mais grave está a paciente. ● Classe 1 mais grave >classe 2 > classe 3. ● Só para saber a gravidade, não vai mudar a conduta (parto)! Manejo ● Eu faço laboratório a cada 6 a 12 horas, por quê? Porque a meia vida da plaqueta é de 6 horas. ● Se tiver menos de 34 semanas e a mãe estiver estável, aguardo corticoide. Só corticoide. 48h de corticoide = parto. HAS gestacional É desenvolvida na gravidez ( > 20 semanas). A diferença hipertensão gestacional para pré-eclâmpsia sem critério de gravidade é a proteinúria. Fico acompanhando ela no pré-natal e levo a gravidez até 39 semanas e 6 dias. Em alguns locais se considera a interrupção acima de 37 semanas, mas o Ministério da saúde atualizou para 39 e 6 dias (mas pode ser qualquer uma das duas). Pressão de 140x90mmHg, ela não vai precisar de anti-hipertensivo. Na gravidez a gente tolera uma pressão mais alta. HAS crônica ● Tem diagnóstico antes de 20 semanas de gravidez. Se eu tenho duas medidas de pressão alteradas abaixo de 20 semanas de gestação, eu considero ela hipertensa crônica. ● Se ela já usava remédio para hipertensão, ela já entra na gravidez como hipertensa crônica. E mesmo ela não sabendo antes, se entrou na gravidez, fez uma pressão alterada antes de 20 semanas, já considero ela hipertensa crônica. ● Essa geralmente é aquela situação em que a pressão elevada vai perdurar após o parto. Então eu vou fazer o parto e não vai resolver. ● Geralmente tem o ácido úrico normal, pois quem altera ácido úrico é pré-eclâmpsia. ● Mulher hipertensa crônica que já usava remédio, ela já tinha lesão renal, então ela já tinha proteinúria pela lesão renal. 4 Isabella Vilaronga - 6ºP UniFTC ● Paciente que é hipertensa crônica que chegou antes de 20 semanas. Pedir proteinúria para ela, para ter uma proteinúria basal. Se depois de 20 semanas essa proteinúria piorar, eu já sei que ela piorou a pressão. Virou uma hipertensa crônica superajuntada com pré-eclâmpsia. Manejo Evitar anti-hipertensivos IECA e BRA Drogas utilizadas: 1. Metildopa 2. Nifedipino retard 3. Hidroclorotiazida 4. Hidralazina 5. Metoprolol Pacientes hipertensas crônicas, às vezes não respondem bem a Metildopa, então é permitido introduzir Hidroclorotiazida (é o único diurético que pode na gravidez). Pode se associar um com o outro (Metildopa já chegou na dose máxima, acrescento Nifedipino e vou associando, até controlar a PA dela). Se a PA estiver acima de 150 x 100 mmHg, introduzo ou ajusto a medicação dela. O alvo é a PAD < 85 mmHg, então ir introduzindo a medicação até alcançar. Manejo pós-parto HAS superajuntada ● Já tinha pressão alta e depois de 20 semanas, piorou. ● Aumento súbito da pressão + aumento da proteinúria ● Geralmente é mais agressiva, vai ter uma maior chance de feto restrito (crescimento intrauterino restrito) e DPP e, nesses casos, avaliar o parto com 34 semanas. DHEG: quando interromper? ● HAS gestacional interrompe com 39 semanas e 6 dias. ● Pré-eclâmpsia SEM critérios interrompe com 37 semanas ● Pré-eclâmpsia COM critérios interrompe com 34 semanas ● Via de parto obstétrica, quer dizer que pode ser normal ou cesariana. Exceto pré-eclâmpsia ou síndrome HELLP, que o parto vai ser imediato. Prevenção 2 critérios moderados = grave Se tiver 2 critérios moderados ou 1 grave = introduzir AAS + Carbonato de Cálcio (de 16 semanas até 36 semanas) 5
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