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Pré-natal de alto risco


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1 PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO 
Gizelle Felinto 
INTRODUÇÃO 
➢ O Pré-natal de alto risco: 
• Abrange aquelas pacientes que têm alguma comorbidade 
pré-existente à gestação, chegando ao pré-natal com algum 
risco, ou que durante a gestação adquire alguma 
comorbidade, configurando alto risco à gravidez 
• É o cuidado da saúde da gestante e do concepto, atuando em 
caráter preventivo, assistencial e educacional, nas 
pacientes com comorbidade adquirida durante a gestação ou 
fora dela 
➢ Objetivos do pré-natal de alto risco: 
• Diagnosticar ou confirmar gravidez, quando ainda existem 
dúvidas 
• Proporcionar higidez ao organismo materno (orientar 
hábitos de vida, dieta e atividade física) 
• Amparar a gestante social e psicologicamente 
• Educar para o parto 
• Ensinar noções de puericultura 
• Pesquisar e tratar estados mórbidos pré-existentes que 
compliquem ou agravem a gestação e o parto 
• Prevenir, diagnosticar e tratar patologias próprias da 
gravidez 
• Reduzir a morbimortalidade materna, perinatal e neonatal 
➢ Epidemiologia: 
• As 3 principais causas de mortalidade materna no Brasil são: 
▪ Hipertensão → é a principal causa no Brasil 
▪ Hemorragia → principal causa no mundo 
▪ Aborto 
• Mortalidade materna → pacientes que vão ao óbito desde a 
gestação até o puerpério (42 dias após o parto) 
• A maioria das gestações de alto risco são “encerradas” 
antes do final da 40ª semana. Assim, a maioria dos bebês 
nascem prematuros 
INDICAÇÕES DE ALTO RISCO 
➢ FATORES INDIVIDUAIS E SOCIOECONÔMICOS DESFAVORÁVEIS: 
• Idade materna ≤ 15 anos ou ≥ 35 anos: 
▪ Gestante ≤ 15 anos → é considerada de alto risco 
porque não apresenta um psicológico bem 
estabelecido, ainda está na fase de crescimento e sua 
estrutura óssea ainda não está bem formada para 
suportar uma gestação 
▪ Gestante ≥ 35 anos → é de alto risco devido ao fato de 
que nessa idade as mulheres apresentam uma 
probabilidade maior de desenvolver, por exemplo 
hipertensão e diabetes (quando ela já não apresenta 
antes da gravidez) e algumas síndromes (Ex: a 
incidência da Síndrome de Down está mais relacionada 
a filhos de mães mais velhas) 
• Altura materna ≤ 1,45 metros: 
▪ Gestantes com menor de 1,45m têm uma facilidade 
maior de desenvolver uma Desproporção Cefalopélvica 
(DCP), fazendo com que o parto seja uma cesariana 
▪ Além disso, também apresentam uma maior 
probabilidade de desenvolver diabetes gestacional 
• Peso materno inadequado (< 45 kg ou > 75 kg): 
▪ Mulheres desnutridas (< 45 kg) → tem uma maior 
probabilidade de desenvolver o Crescimento 
Intrauterino Restrito (CIUR) 
▪ Mulheres Obesas (> 75 kg) → apresentam um maior 
risco de diabetes, hipertensão, doenças vasculares, 
(Ex: trombose venosa - pois realizam menos 
exercícios), aumento do colesterol, aumento dos 
triglicerídeos, esteatose hepática aguda... 
• Esforço físico excessivo, carga horária extensa: 
▪ Pois essas mulheres serão mais estressadas, terão 
uma má alimentação e não terão o repouso necessário 
para uma boa gestação 
• Exposição a agentes físico-químicos nocivos: 
▪ Exemplo → mulheres que trabalham com inseticidas 
• Intervalo entre os partos (interpartal) < 2 anos ou > 5 anos: 
▪ Intervalo < 2 anos → se deve ao fato de que o 
organismo dessa mulher ainda não está recuperado de 
uma gravidez anterior. Muitas vezes, a mulher 
engravida com menos de 2 anos de intervalo e ainda 
está amamentando seu filho 
▪ Intervalo > 5 anos → deve-se ao fato de que com esse 
intervalo, o organismo irá se comportar como se fosse 
a primeira gestação 
• Estresse: 
▪ É uma condição psicológica que tem grande 
interferência na gravidez, aumentando os riscos de 
depressão pós-parto 
• Má aceitação da gravidez: 
▪ Como a mulher não se encontrava psicologicamente 
preparada para engravidar, pode-se aumentar os 
riscos de depressão pós-parto 
• Situação conjugal insegura: 
▪ Risco de depressão pós-parto 
• Dependência de drogas lícitas e ilícitas: 
▪ Tem relação principalmente com o Crack e com a 
Cocaína: 
✓ Cocaína → diminui a produção do colágeno. 
Assim, mulheres usuárias de cocaína têm uma 
probabilidade maior de romper a membrana 
amniótica e, consequentemente, perder líquido 
antes do período gestacional ideal para dar a luz, 
fazendo com que ela desenvolva Amniorrexe 
prematura e, como consequência, infecção intra-
amniótica 
➢ HISTÓRIA REPRODUTIVA ANTERIOR: 
• Abortamento habitual: 
▪ Quando uma mulher tem abortamentos precoces no 
primeiro trimestre da gestação, deve-se pensar que 
ela tem uma insuficiência da progesterona 
(insuficiência Lútea) 
▪ Em pacientes com mais de 2 abortamentos pode-se 
pensar que ela é portadora de Trombofilia 
▪ Mulheres que apresentaram abortamentos tardios 
(depois de 15 a 16 semanas de gestação), deve-se 
 
2 PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO 
Gizelle Felinto 
pensar que talvez ela tenha uma insuficiência Istmo-
cervical 
• Morte perinatal explicada e inexplicada: 
▪ Exemplo → bebê que veio ao óbito ainda intraútero ou 
bebê que morreu pouco tempo após nascer 
▪ A principal causa de morte perinatal é a Diabetes 
Gestacional 
• História de recém-nascido (CIUR ou Malformação): 
▪ Nesses casos, deve-se pensar em uma insuficiência 
placentária ou em Diabetes Gestacional, por exemplo 
• Parto pré-termo anterior: 
▪ É a principal causa para que o próximo parto também 
seja pré-termo 
• Esterilidade/Infertilidade: 
▪ Mulheres com história de esterilidade/infertilidade que 
conseguiram engravidar por meio de reprodução 
assistida, por exemplo, já configuram uma gravidez de 
alto risco 
• Intervalo interpartal < 2 anos ou > 5 anos 
• Nuliparidade ou Multiparidade (≥ 5 partos): 
▪ Esse risco é ainda maior quando a gestante tem menos 
de 15 anos ou mais de 35 anos 
• Síndrome hemorrágica ou hipertensiva 
• Diabetes gestacional 
• Cirurgia uterina anterior (incluindo 3 ou mais cesáreas 
anteriores) 
➢ CONDIÇÕES CLÍNICAS PREEXISTENTES: 
• Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) 
• Cardiopatias 
• Pneumopatias (incluindo Asma Brônquica) 
• Nefropatias: 
▪ Exemplos: 
✓ Insuficiência Renal Crônica 
✓ Transplantados 
• Endocrinopatias: 
▪ Principalmente diabetes e tireoidopatias 
• Hemopatias: 
▪ Exemplos: 
✓ Anemia Falcifome 
✓ Talassemia 
• Doenças Neurológicas: 
▪ Exemplo → Epilepsia 
• Doenças Psiquiátricas: 
▪ Exemplos: 
✓ Depressão grave 
✓ Psicoses 
✓ Esquizofrenia 
• Doenças Infecciosas: 
▪ Deve-se considerar situação epidemiológica local 
• Doenças Autoimunes: 
▪ Exemplo → Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) ou 
outras colagenoses 
• Ginecopatias: 
▪ Exemplos: 
✓ Malformação uterina 
✓ Tumores anexiais 
✓ Miomatose 
• Neoplasias: 
▪ Exemplos: 
✓ Neoplasia Intraepitelial Cervical III (NIC III) 
✓ Câncer de colo uterino 
✓ Leucemia ou outras neoplasias 
➢ FATORES RELACIONADOS À GRAVIDEZ ATUAL: 
• Crescimento Intrauterino Restrito (CIUR): 
▪ Os bebês crescem pouco durante a gravidez, devido a 
algum problema durante a gestação → normalmente, 
isso ocorre quando a gestante é desnutrida, 
hipertensa, diabética, tabagista ou usuária de drogas, 
ou quando apresenta alguma arbovirose, toxoplasmose 
ou citomegalovírus 
• Prematuridade (Idade Gestacional de 22,1 semanas até 36,6 
semanas) 
• Polidrâmnio ou Oligodrâmnio 
• Gemelaridade 
• Malformações fetais ou arritmia fetal 
• Evidência laboratorial de proteinúria 
• Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) 
• Desnutrição materna severa 
• Obesidade mórbida 
• Neoplasia Intraepitelial Cervical III (NIC III) 
• Alta suspeita clínica de câncer de mama ou mamografia com 
Bi-Rads 3 ou mais 
• Distúrbios hipertensivos da gestação: 
▪ Exemplos: 
✓ Pré-Eclâmpsia 
✓ Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) Crônica 
• Infecção do Trato Urinário (ITU) de repetição ou Pielonefrite 
• Anemia grave 
• Doenças Infecciosas: 
▪ Exemplos: 
✓ Hepatite 
✓ Toxoplasmose 
✓ Síndrome da Imunodeficiência Adquirida(SIDA/AIDS) 
✓ Sífilis Terciária 
✓ Condiloma Genital 
• Rubéola e Citomegalovirose na gestação atual 
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 
➢ Quando a gestante apresenta alguma comorbidade que está 
alterando o seu estado geral, deve-se encaminhá-la para a 
urgência e emergência 
➢ Nos seguintes casos deve-se encaminhar as gestantes para a 
Urgência e Emergência, e não para o pré-natal de alto risco: 
• Síndromes Hemorrágicas, independentemente da idade 
gestacional: 
▪ Qualquer sangramento deve ser encaminhado! 
▪ Exemplos de Síndromes Hemorrágicas: 
✓ Placenta Prévia 
✓ Descolamento Prematuro da Placenta (DPP) 
 
3 PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO 
Gizelle Felinto 
• Suspeita de: 
▪ Pré-Eclâmpsia 
▪ Eclampsia 
▪ Síndrome HELLP → paciente com pré-eclâmpsia grave 
que apresenta Hemólise (H), níveis elevados de enzimas 
hepáticas (EL) e contagem baixa de plaquetas (LP) 
• Suspeita/diagnóstico de: 
▪ Pielonefrite → febre, dor lombar, queixas urinárias... 
▪ Infecção intra-amniótica 
▪ Ou de qualquer outra infecção que necessite de 
internação hospitalar 
• Suspeita de Trombose Venosa Profunda (TVP) em gestantes 
• Amniorrexe Prematura 
• Trabalho de parto prematuro/Ameaça de prematuridade: 
▪ Exemplo: paciente com 30 semanas de gestação 
apresentando dor, contrações uterinas, dilatação do 
colo do útero... → deve-se levar essa paciente para a 
urgência e emergência, para que seja feita a inibição do 
trabalho de parto prematuro 
• Pós-maturidade 
• Hipertermia 
• Suspeita/diagnóstico de Abdômen Agudo: 
▪ Exemplos: 
✓ Apendicite 
✓ Colecistite 
• Investigação de Prurido/Icterícia Gestacional 
• Vômitos Incoercíveis (Hiperêmese Gravídica): 
▪ Exemplo: são aquelas mulheres que vomitam mais de 5 
vezes em um episódio só → essas pacientes 
desidratam. Assim, na urgência elas devem ser 
hidratadas, fazendo-se a reposição de eletrólitos 
• Crescimento Intrauterino Restrito (CIUR): 
▪ Na urgência e emergência deve ser feito pelo menos 
um Dopplerfluxometria 
• Oligodramnio: 
▪ Essas mulheres devem ser levadas à urgência e 
emergência para que seja investigada a causa dessa 
menor produção de líquido amniótico 
• Óbito fetal 
CONSULTA PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO 
➢ A época de início do pré-natal deve ser o mais precoce possível! 
• Exemplo: mulher hipertensa grávida → é essencial que o 
pré-natal dessa gestante seja iniciado o mais cedo possível, 
pois a prevenção para que ela não desenvolva pré-eclâmpsia 
deve ser iniciada entre 12 e 16 semanas de gestação 
▪ O ideal seria que essa mulher hipertensa fosse 
acompanhada antes mesmo de engravidar, com a 
consulta pré-concepcional 
➢ CONSULTA PRÉ-CONCEPCIONAL: 
• É a consulta feita antes de a mulher engravidar, sendo 
essencial principalmente naquelas que já apresentam 
alguma patologia que colocaria a gestação em risco 
• Quando realizar → o ideal é que seja feita 3 meses antes de 
engravidar 
• Prescreve-se os seguintes: 
 ÁCIDO FÓLICO → ajuda no fechamento do tubo neural 
✓ Dosagem: 
o 0,4 a 0,8 mg/dia → na população de baixo 
risco ou se for dosado o ácido fólico e essa 
gestante estiver com boas taxas 
o 5 mg/dia → na população de alto risco ou 
na população em geral, caso não se consiga 
dosar o ácido fólico 
✓ Pode ser recomendado até o final da gestação 
para prevenir Anemia Megaloblástica 
✓ Normalmente, é usado apenas até a 12ª semana de 
gestação (ou, no máximo, à 14ª), para prevenir os 
defeitos do tubo neural (Ex: Anencefalia, Espinha 
bífida, Hidrocefalia, Mielomeningocele...) 
➢ NÚMERO DE CONSULTAS NO PRÉ-NATAL: 
• O Ministério da Saúde (MS) e a Federação Brasileira de 
Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) preconizam, no 
mínimo, 6 consultas: 
▪ 1ª consulta → até 16 semanas (avaliar o risco 
obstétrico) 
▪ 2 consultas no 2º trimestre 
▪ 3 consultas no 3º trimestre (avaliar o risco perinaral e 
as intercorrências dessa fase): 
✓ Baixo risco → consulta mensal até 36 semanas e 
depois quinzenal 
✓ Alto risco → depende da patologia 
• No pré-natal de alto risco, o número de consultas varia de 
acordo com a patologia da paciente 
• Exemplos: 
▪ Gestante hipertensa crônica → número de consultas: 
✓ Consultas mensais até a 32ª semana 
✓ Consultas quinzenais da 32ª até a 36ª semana 
✓ Consultas semanais até o final da gestação (38ª 
semana) 
▪ Gestante Diabética → número de consultas: 
✓ Consultas mensais até a 28ª semana 
✓ Consultas quinzenais da 28ª até a 34ª semana 
✓ Consultas semanais após a 34ª semana 
➢ NÃO existe alta do pré-natal de alto risco! → o acompanhamento 
da mulher só deve ser encerrado após o puerpério tardio (até o 
42º dia do pós-parto) 
➢ SOBRE AS CONSULTAS NO PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO: 
• A porta de entrada para o pré-natal de alto risco é a Unidade 
Básica de Saúde (UBS), onde vê-se a presença de algum 
fator de risco para a gestação e encaminha-se essa 
gestante para o pré-natal de alto risco 
• Tem uma Equipe Multidisciplinar, composta por: 
▪ Enfermeiro, técnico de enfermagem, psicóloga, 
nutricionista, fisioterapeuta, assistente social, dentista 
e médicos (obstetras e de outras especialidades) 
✓ Obstetra → as pacientes de alto risco serão 
acompanhadas pelo médico obstetra, que deve ter 
formação em alto risco para acompanhar essa 
paciente 
 
4 PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO 
Gizelle Felinto 
✓ Psicólogo → para pacientes com algum 
transtorno psiquiátrico (Ex: depressão, 
psicopatia, bipolaridade...), que não desejam a 
gravidez, que apresentam uma situação conjugal 
insegura, que tem medo de perder o bebê... 
✓ Nutricionista → para pacientes desnutridas, 
diabéticas, com ganho de peso exagerado... 
✓ Fisioterapeuta → para preparar a gestante para 
o parto 
✓ Dentista → é importante sua participação, pois, 
por exemplo, uma simples cárie dentária pode 
fazer com que a gestante desencadeie um 
trabalho de parto prematuro 
• Calendário de consultas → o número de consultas varia de 
acordo com a patologia que a gestante apresenta 
• A gestante não deve faltar às consultas 
• O pré-natal deve ser sempre compartilhado → como o 
número de obstetras é pequeno, é importante que essa 
gestante faça o seu acompanhamento pré-natal tanto na 
Unidade Básica quanto no pré-natal de alto risco. Além disso, 
esse pré-natal compartilhado também ajuda para que a 
gestante não se afaste do pré-natal e deixe de ir às 
consultas 
• Avaliação Clínica → deve ser completa e bem realizada, 
valorizando os agravos que possam estar presentes 
▪ É essencial que a gestante seja ouvida! → para que 
sejam ouvidas suas queixas e retiradas suas dúvidas 
▪ Orientações: 
✓ Sempre orientar o uso de repelentes, devido 
principalmente ao vírus Zika 
✓ Vacina contra a Covid-19 → deve ser feita em 
todas as gestantes (exceto naquelas que são 
menores de idade, caso ainda não seja indicada a 
vacinação de acordo com a sua idade) 
✓ Orientações gerais → evitar excesso de sal, de 
doce... 
• Pré-natal do parceiro → é essencial que seja realizado! 
Assim, o parceiro tem direito à: 
▪ Realização de exames 
▪ Consulta com o dentista 
▪ Atualização do cartão vacinal 
• Exame Físico Geral: 
▪ Geralmente, essas pacientes de alto risco têm alguma 
comorbidade, devendo-se direcionar o exame físico 
geral 
▪ Exemplo: 
✓ Gestante com cardiopatia → avaliação 
cardiovascular (pressão arterial, ausculta 
cardíaca...) 
✓ Gestante asmática → avaliação do aparelho 
respiratório (ausculta pulmonar, frequência 
respiratória...) 
• Avaliação Obstétrica → analisa-se os seguintes: 
▪ Idade Gestacional → pode ser calculada de 3 formas 
diferentes, sendo através de um dos seguintes: 
✓ Data da Última Menstruação (DUM): 
o Conta-se o número de dias desde a DUM até 
a data em que se está realizando a consulta 
e divide-se por 7, obtendo-se a idade 
gestacional 
✓ Ultrassonografia corrigida (preferencialmente a 
1ª ultrassonografia)→ assim, é essencial que a 
gestante tenha uma USG do1º trimestre, pois essa 
é a idade gestacional mais fidedigna da 
ultrassonografia 
o Conta-se o número de dias desde a 
realização do primeiro ultrassom até a data 
em que se está realizando a consulta e 
divide-se por 7. Depois, soma-se esse 
resultado ao número de semanas que a 
ultrassonografia acusou 
o Atenção → se a diferença entre a Idade 
Gestacional da DUM e da Ultrassonografia 
for maior que 10 dias, diz-se que houve um 
erro de data. Assim, essa paciente deve ser 
sempre corrigida pela idade gestacional da 
ultrassonografia 
✓ Altura de fundo de útero (Regra de McDonald’s): 
𝐼𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐺𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 (𝐼𝐺) =
𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑜 𝑑𝑒 ú𝑡𝑒𝑟𝑜 𝑥 7
8
 
o Mede-se o fundo de útero, multiplica-se por 
7 e depois divide-se por 8, obtendo-se a 
idade gestacional aproximada 
o Não é a mais fidedigna! → pois, por exemplo, 
se a paciente tem CIUR, com um bebê 
pequeno, ou oligodrâmnio, a idade 
gestacional sempre será menor do que 
aquilo que realmente é. O contrario também 
ocorre, pois, uma gestação múltipla, uma 
gestante com polidrâmnio ou uma gestação 
macrossômica, por exemplo, sempre darão 
uma idade gestacional maior do que aquele 
que realmente é 
▪ Ganho ponderal 
▪ Pressão arterial 
▪ Crescimento intrauterino 
▪ Condições de vitalidade fetal: 
✓ Auscultar o bebê (pelo sonar) → para saber os 
BCFs (Batimentos Cardíacos Fetais) 
o Pode-se contar em 15 segundos e multiplicar 
por 4, em 30 e multiplica-se por 2 ou em 1 
minuto 
✓ BCF → tanto a bradicardia quanto a taquicardia 
fetal são preocupantes 
o BCF < 110 bpm → Bradicardia fetal 
❖ Ex: paciente com pouco líquido 
amniótico ou bebê em sofrimento fetal 
podem causar a bradicardia fetal 
o BCF > 160 bpm → Taquicardia fetal 
❖ Ex: paciente com febre ou com 
taquicardia materna pode causar uma 
taquicardia fetal 
 
5 PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO 
Gizelle Felinto 
▪ Crescimento fetal 
• Exame Físico Obstétrico: 
▪ Manobras de Leopold → só se consegue realizá-las 
quando a gestante está com > 20 semanas de gestação 
✓ Até as 20 semanas, que é quando o fundo de útero 
estará abaixo da cicatriz umbilical, só se 
consegue fazer a medição da altura de fundo 
uterino e a ausculta fetal 
✓ Ou seja: 
o > 20 semanas → manobras de Leopold, 
altura do fundo de útero e ausculta fetal 
o < 20 semanas → altura do fundo de útero e 
ausculta fetal 
▪ Batimentos Cardíacos Fetais (pelo sonar) 
• Repercussões mútuas entre condições clínicas da gestante 
e a gravidez (fisiologia da gestação e fisiopatologia das 
doenças): 
▪ Na consulta pré-natal sempre se deve relacionar as 
queixas da paciente com a patologia que ela apresenta 
ou se essas queixas são apenas relacionadas a própria 
fisiologia da gestação 
▪ Exemplo: gestante com cefaleia e aura: 
✓ Quando uma mulher está gestante e queixa-se de 
cefaleia: 
o Paciente > 20 semanas de gestação → 
suspeitar de pré-eclâmpsia (> 140x90 
mmHg) 
o Paciente < 20 semanas de gestação → 
suspeitar de crise hipertensiva 
✓ Diante disso, verifica-se a Pressão Arterial (PA) 
da paciente: 
o Se PA 120x80 → não suspeitar mais de Pré-
eclâmpsia, devendo-se procurar outra 
causa para a cefaleia (Ex: enxaqueca, 
problema oftalmológico...) 
• Parto: 
▪ É muito frequente que nas consultas as gestantes 
procurem saber como será o parto 
▪ Assim, deve-se esclarecer à gestante e à família sobre 
o momento do parto e salientar que gravidez de alto 
risco não é sinônimo de cesárea 
▪ Só se pode dizer o tipo de parto da gestante quando ela 
chegar ao termo ou então na última consulta pré-natal, 
quando se tem quase certeza de como será o parto 
dessa paciente, principalmente se ela tiver alguma 
patologia 
• Aspectos emocionais e psicossociais: 
▪ É essencial que se tenha uma equipe multidisciplinar, 
para melhor acompanhar a ansiedade, as dificuldades 
de adaptação, a negação... 
DURAÇÃO DA GESTAÇÃO 
➢ Os 9 meses completos (como a duração da gestação é 
popularmente conhecida) → duram cerca de 40 semanas ou 280 
dias 
 
➢ Gestação a Termo: 
• Vai de 37 semanas até 42 semanas 
➢ Gestação Pré-Termo: 
• Vai de 22 semanas e 1 dia até 36 semanas e 6 dias 
➢ Gestação Pós-Termo (Gravidez Serotínia ou Pós-datismo): 
• A partir de 42 semanas 
➢ Abortamento: 
• Abaixo de 22 semanas 
EXAMES COMPLEMENTARES 
➢ ULTRASSONOGRAFIA (USG) OBSTÉTRICA: 
• Em relação ao pré-natal de risco habitual, o Ministério da 
Saúde não coloca a realização da ultrassonografia como 
obrigatória durante o pré-natal, podendo esse pré-natal ser 
feito sem a necessidade da USG. Porém, quando se fala em 
pré-natal de alto risco, é essencial que seja feita a USG, e a 
primeira ultrassonografia deve ser feita no primeiro 
trimestre da gestação 
• Primeiro Trimestre (até 13 semanas): 
▪ Essa Ultrassonografia é chamada de USG Morfológica 
do Primeiro Trimestre 
▪ Observa-se o desenvolvimento embrionário nesse 
período gestacional crítico 
▪ Serve para avaliar os seguintes aspectos: 
✓ Translucência Nucal (TN): 
o Trata-se de uma prega que existe na cabeça 
do feto, e serve para media a quantidade de 
líquido na região da nuca do feto, tendo uma 
medida padrão. 
o Assim, se essa medida da TN estiver 
alterada, significa que o bebê pode ter 
alguma síndrome (Ex: Down, Turner...) 
o Quando se está diante de uma TN alterada 
→ deve-se avisar a mãe sobre a 
possibilidade de o bebê apresentar alguma 
síndrome e perguntar se ela deseja 
continuar a investigação. Assim, se ela 
desejar continuar, deve-se fazer uma 
Biópsia de Vilo Corial (BVC). Porém, se ela 
não desejar continuar a investigação, deve-
se respeitar a decisão da paciente e 
aguardar o nascimento do bebê para 
confirmar ou não a presença de alguma 
síndrome 
o Atenção! → uma TN alterada não é indicação 
de interrupção da gravidez 
✓ Morfologia: 
o Consegue-se ver toda a morfologia do feto a 
partir das 12 semanas de gestação 
o Exemplo: Pode-se observar que o bebê tem 
anencefalia → nesse caso, deve-se falar 
para a mãe que, por lei, ela pode interromper 
a gravidez. Porém, se ela não desejar, pode-
se continuar com a gravidez 
• Segundo Trimestre (entre 14 e 27 semanas): 
▪ É a ultrassonografia morfológica propriamente dita 
 
6 PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO 
Gizelle Felinto 
▪ Geralmente, faz-se entre 20 e 24 semanas de gestação 
▪ Avalia os seguintes: 
✓ Crescimento fetal → analisa se o bebê está 
crescendo bem 
✓ Placenta → se está normal ou alterada 
✓ Líquido amniótico → avalia a quantidade de 
líquido amniótico 
✓ Malformação → analisa se há alguma 
malformação que não foi vista na USG do primeiro 
trimestre 
▪ Assim, nesse período, a USG ajuda no diagnóstico 
precoce de malformações e de alterações do 
desenvolvimento 
• Terceiro Trimestre (> 28 semanas): 
▪ Essa USG avalia a preparação para o parto e faz uma 
avaliação e controle da vitalidade fetal 
▪ Avalia os seguintes: 
✓ Peso e posição do bebê 
✓ Quantidade de líquido amniótico 
✓ Vitalidade fetal 
▪ Faz-se essa USG do terceiro trimestre para avaliar o 
perfil biofísico fetal 
➢ TIPAGEM SANGUÍNEA (ABO e Rh): 
• Importância de se saber a tipagem sanguínea da gestante 
→ existe uma patologia denominada Isoimunização Rh 
(Eritroblastose Fetal) que pode ocorrer durante a gestação, 
podendo fazer com que o bebê tenha, por exemplo, anemia 
ou insuficiência cardíaca, ou até mesmo levá-lo ao óbito 
fetal, devido à tipagem sanguínea da paciente e do seu 
parceiro, principalmente em relação ao fator Rh 
• Sistema ABO: 
▪ Se o pai e a mãe do bebê tiverem tipagem sanguínea 
diferente (Ex: mãe O e pai A) → essa criança pode ter 
icterícia por incompatibilidade ABO 
• Fator Rh: 
▪ Caso a mãe seja Rh negativo e o pai Rh positivo → na 
hora do parto, o bebê, caso seja Rh positivo, pode criar 
anticorpos contra o sangue da mãe. Assim, em uma 
próxima gestação, caso essa mulher não utilize a 
Imunoglobulina, pode ocorrera destruição das 
hemácias do próximo bebê que ela terá. Isso também 
pode ocorrer, por exemplo, nos seguintes casos: 
✓ Mulher Rh negativo que, durante a gestação, foi 
transfundida com sangue Rh positivo → deve-se 
fazer a imunoglobulina 
✓ Mulher que teve um abortamento ou algum 
sangramento durante a gestação → deve-se 
fazer a imunoglobulina 
▪ Se a mãe for Rh negativo: 
✓ Deve-se classificar a tipagem sanguínea do 
companheiro: 
o Pai Rh positivo ou fator Rh desconhecido → 
solicitar Coombs Indireto 
✓ Coombs Indireto: 
o É um teste feito na gestante para saber se 
ela está isoimunizada 
o Coombs Indireto negativo → deve-se repetir 
o coombs indireto a cada 4 semanas, a partir 
da 24ª semana 
o Coombs Indireto positivo → deve-se 
proceder de acordo com a titulagem: 
❖ < 1/16 → Repetir mensalmente o 
Coombs indireto 
❖ > 1/16 → Realizar Doppler da Artéria 
Cerebral Média para avaliar anemia 
fetal 
- Ou seja, se o Coombs começar a subir, 
deve-se avaliar o grau de anemia fetal 
pelo Doppler, vendo-se a necessidade 
ou não de transfusão intraútero, que é 
feito por meio da Cordocentese 
• Mãe Rh negativo + Pai Rh positivo + Coombs Indireto 
negativo: 
▪ Quando o bebê nasce, até 72 horas pós-parto deve-se 
fazer a Imunoglobulina, para que essa mãe não se 
sensibilize e possa engravidar novamente sem 
problemas, pois a Eritroblastose Fetal ocorre na 
segunda gravidez, depois que a mãe é sensibilizada 
➢ HEMOGRAMA: 
• Solicita-se, principalmente, para avaliar se há algum grau de 
anemia 
• Normalmente, gestantes são, por natureza, hemodiluídas. Ou 
seja, são pacientes que, geralmente, sempre terão uma 
hemoglobina um pouco mais baixa do que as mulheres não 
gestantes 
• Hemoglobina (Hb) → valores e condutas: 
▪ Hb ≥ 11 g/dL (valor normal) → faz-se profilaticamente: 
 SULFATO FERROSO – 1 vez ao dia 
o Deve ser prescrito da 12ª semana, que é 
quando, normalmente, interrompe-se o 
ácido Fólico, até o final da gestação 
o Pode ser iniciado desde o início da gestação, 
caso a gestante leve um hemograma 
acusando anemia 
▪ Hb de 9 a 11 g/dL: 
 SULFATO FERROSO – 2 vezes ao dia (ingerir antes 
das refeições) 
✓ Solicitar Parasitológico de Fezes: 
o Pois a principal causa de anemia é 
parasitose 
o Caso seja positivo, deve-se tratar a 
parasitose 
▪ Hb de 6 a 9 g/dL: 
 FERRO INJETÁVEL (Noripurum® endovenoso): 
o Deve-se fazer em dias alternados, durante 2 
semanas ou mais. Depois, deve-se repetir 
novamente o hemograma para ver a 
Hemoglobina 
▪ Hb < 6 g/dL: 
 HEMOTRANSFUSÃO 
✓ Deve-se pedir a análise do hematologista, para 
que seja investigada a causa dessa anemia grave 
 
7 PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO 
Gizelle Felinto 
• Leucócitos: 
▪ Valor normal → até 15.000 (sem desvio à esquerda) 
✓ Exemplo: Leucócitos de 12.000 com desvio à 
esquerda já significa que há alguma alteração 
• Plaquetas: 
▪ Valor normal → a partir de 150.000 
▪ Se for: 
✓ < 150.000 → deve-se investigar 
✓ < 100.000 com níveis pressóricos elevados → 
deve-se pensar na possibilidade de Síndrome 
HELLP 
➢ GLICEMIA DE JEJUM: 
• Glicemia < 92 mg/dL → Normal 
▪ Porém, uma glicemia de jejum < 92 mg/dL não afasta a 
possibilidade de diabetes, por isso que se deve solicitar 
Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG) entre a 24ª e 
a 28ª semana de gestação 
• Glicemia de 92 a 126 mg/dL → Diabetes Mellitus Gestacional 
• Glicemia > 126 mg/dL → Diabetes prévio 
➢ ANTI-HIV: 
• Deve ser voluntário! → assim, se a gestante se negar a 
realizar, deve-se respeitar sua decisão 
• HIV negativo → repetir o exame no 3º trimestre e no 
momento do parto 
• HIV positivo → iniciar Zidovudina (AZT) a partir da 14ª 
semana de gestação e encaminhar para serviço 
especializado 
➢ IMUNOFLUORESCÊNCIA PARA TOXOPLASMOSE (IgG e IgM): 
• A toxoplasmose é uma doença transmitida através do verme 
do gato. Esse verme entra na pele, cai na corrente 
sanguínea, atravessa a placenta e passa para o feto, caso 
não seja tratada. Esse feto contaminado pode nascer com: 
▪ Cegueira 
▪ Surdez 
▪ Malformações... 
• Resultados: 
▪ IgG - e IgM - → Gestante Suscetível 
✓ Condutas: 
o Deve-se repetir o exame no 3º trimestre da 
gestação, pois ela pode se contaminar 
durante a gestação 
o Orientações gerais para a gestante: 
❖ Caso a gestante tenha gato, deve-se 
orientá-la a ter todo o cuidado em 
relação ao local em que esse gato faz 
suas necessidades 
❖ Não manusear terra sem luva 
❖ Não andar descalça 
❖ Não comer alimentos crus 
▪ IgG + e IgM - → Gestante Imune (já teve contato) 
▪ IgG - e IgM + → Gestante Infectada recentemente 
✓ Gestante ≤ 16 semanas de gestação → solicitar 
Teste de Avidez: 
o Baixa avidez → significa que a infecção é 
aguda. Assim, a conduta é: 
 ESPIRAMICINA – 1g de 8 em 8 horas 
❖ Repetir sorologia para Toxoplasmose 
em 3 semanas 
o Alta Avidez → significa que a infecção é 
mais tardia, não havendo necessidade de 
tratamento 
▪ IgG + e IgM + → condutas: 
✓ Solicitar Teste de Avidez, independentemente da 
idade gestacional 
✓ Prescrever logo no início: 
 ESPIRAMICINA – 500mg, 2 comprimidos, via 
oral, de 8 em 8 horas 
✓ Realizar USG Fetal mensalmente → para saber 
como o bebê está se desenvolvendo, analisar a 
quantidade de líquido amniótico... 
o USG sempre normal → utilizar a 
Espiramicina até o parto 
o USG alterada → realizar investigação fetal 
através do PCR no líquido amniótico ou 
sangue fetal 
❖ PCR positivo → deve-se prescrever os 
seguintes após a 15ª semana até o 
parto: 
 SULFADIAZINA – 500mg, via oral, 2 
comprimidos de 8 em 8 horas 
 PIRIMETAMINA – 25mg, via oral, a 
cada 12 horas 
 ÁCIDO FOLÍNICO – 15mg/dia 
➢ VDRL (SÍFILIS): 
• VDRL Negativo → repetir o VDRL no 3º trimestre, no parto 
e em casos de abortamento 
• POSITIVO (a partir da titulação de 1/4): 
▪ Na gestante, geralmente trata-se como uma Sífilis 
Secundária ou Sífilis Latente: 
✓ 1ª opção de tratamento: 
 PENICILINA BENZATINA 2.400.000 UI – 
intramuscular 
❖ Durante 3 semanas a cada 7 dias 
❖ É a única droga que atravessa a 
barreira placentária e trata o feto 
✓ 2ª opção de tratamento: 
 CEFTRIAXONA 1g – endovenoso ou 
intramuscular 
❖ 1 vez ao dia, durante 8 a 10 dias 
❖ Não atravessa a barreira placentária. 
Assim, não trata o feto 
▪ Controle do Tratamento e Cura: 
✓ É feito com o VDRL mensal → assim, se após o 
tratamento, os títulos do VDRL forem: 
o Iguais ao VDRL de diagnóstico → esperar 
mais um pouco, pois o tratamento pode 
demorar para baixar os títulos 
o Menores que o VDRL de diagnóstico → 
significa que o tratamento está funcionando 
o Maiores que o VDRL de diagnóstico → fazer 
novo tratamento, pois o inicial não resolveu 
✓ Não se deve esquecer de tratar o parceiro! 
 
8 PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO 
Gizelle Felinto 
➢ HEPATITE B: 
• O ideal é que essa mulher já esteja vacinada com o esquema 
completo 
• Se a gestante não estiver completamente vacinada, deve-se 
orientar a vacinação durante a gestação → com as 3 doses 
• Se a gestante já for vacinada → solicitar Anti-HBs: 
▪ Anti-HBs positivo → paciente imune 
▪ Anti-HBs negativo → reiniciar a vacinação e solicitar 
HBsAg 
• HBsAg: 
▪ Positivo → encaminhar a gestante ao pré-natal de alto 
risco e ao especialista 
▪ Negativo: 
o Se gestante sem infecção → manter a vacinação 
o Se gestante com infecção → solicitar o Anti-HBC 
total e encaminhar para o especialista 
➢ SUMÁRIO DE URINA: 
• É solicitado principalmente para detectar infecção 
• O ideal é que se solicite o Sumário de Urina e a Urocultura 
com antibiograma 
• Bacteriúria Assintomática: 
▪ Paciente com infecção urinária acusada em exame e 
sem sintomas urinários 
▪ Pode desencadear um Trabalho de Parto Prematuro 
• Urocultura: 
▪ Quando se tem > 100.000 colônias é que se deve tratar 
▪ Porém, como o resultado da urocultura é demorado, 
deve-se tratar através do sumário de urina 
• Sumáriode Urina ≥ 8 piócitos por campo com ou sem 
sintomas → deve-se tratar essa paciente, devido ao risco 
de desencadear um Trabalho de Parto Prematuro (TPP) 
• Quando se tem uma Infecção do Trato Urinário (ITU): 
▪ Medicações sugeridas: 
 FOSFOMICINA – dose única 
 NITROFURANTOÍNA - 100mg 6/6h (a partir do 2º 
trimestre) 
 AMPICILINA - 500mg, via oral, 6/6h 
 AMOXICILINA – 500mg, via oral, 6/6h 
 CEFALEXINA – 500mg, via oral, 6/6h 
▪ Urocultura → deve ser solicitada antes do tratamento 
e uma semana após o tratamento 
• Nos casos de Infecção do Trato Urinário (ITU) for alta: 
▪ Solicitar Urocultura 
▪ Iniciar um dos seguintes antibióticos injetáveis: 
 CEFAZOLINA – 1g, endovenoso, 8/8h, por 72 horas 
 CEFALOTINA – 1g, endovenoso, 6/6h, por 72 horas 
✓ Depois, prescreve-se um antibiótico por via oral 
• Em casos de Pielonefrite: 
▪ Solicitar Urocultura e USG das vias urinárias (para 
avaliar se há alguma causa obstrutiva) 
▪ Iniciar antibiótico: 
 CEFTRIAXONA – 1g, endovenoso ou intramuscular, 
de 12/12h, por 7 a 10 dias 
 
➢ PARASITOLÓGICO DE FEZES: 
• Na gravidez, as verminoses devem ser tratadas quando 
houverem queixas 
• Tipos de Verminoses e respectivos tratamentos: 
▪ Ancilostomíase, Ascaridíase, Enterobíase e Tricuríase: 
 MEBENDAZOL – 100mg, 2 vezes ao dia, via oral, por 
3 dias 
▪ Teníase: 
 MEBENDAZOL – 200mg, 2 vezes ao dia, via oral, por 
4 dias 
▪ Estrongilodíase: 
 TIABENDAZOL – 50mg/kg/dia, via oral, 2 vezes ao 
dia, por 4 dias 
▪ Amebíase: 
 METRONIDAZOL – 250mg, via oral, 3 vezes ao dia, 
por 10 dias 
▪ Giardíase: 
 METRONIDAZOL – 250mg, via oral, 2 vezes ao dia, 
por 7 dias 
▪ Esquistossomose e Himenolepis Nana → devem ser 
tratadas apenas no Puerpério 
PARTO 
➢ O parto da paciente do pré-natal de alto risco depende 
diretamente da patologia que essa gestante apresenta 
➢ A família e a gestante devem ser esclarecidas, de uma maneira 
compreensível, quanto às opções de parto e aos seus riscos 
➢ Atenção → Gravidez de alto risco não é sinônimo de Cesárea! 
➢ A indicação da via de parto deve ser feita pelo profissional que for 
assistir ao parto