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Diuréticos: Mecanismos e Usos Terapêuticos

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Por Breno C. Vizzoni 
São fármacos que aumentam o fluxo urinário e a 
excreção de sódio (natriurese). 
São utilizados para tratamento de HAS, 
insuficiência cardíaca (IC), insuficiência renal (IR), 
síndrome nefrótica e cirrose – Auxiliam no ajuste 
do volume e composição de líquidos corporais. 
Os diuréticos atuarão diretamente sobre as células 
do néfron ou indiretamente, por modificação do 
conteúdo do filtrado. 
SECREÇÃO E REABSORÇÃO TUBULAR 
Filtração 
glomerular 
Reabsorção 
de subst. 
úteis 
Eliminação 
ativa de 
excretas 
Reabsorção 
de água 
Glomérulo TCP TCD e Alça 
Ducto 
coletor e 
alça 
Túbulo Contorcido Proximal 
Ocorre principalmente reabsorção de bicarbonato, 
solutos orgânicos, K+, Na+, Cl- e água. O soluto 
reabsorvido mais expressivo é o sódio, cujo 
contingente de reabsorção é de 65 a 70%. 
Ácidos orgânicos são excretados aqui. 
Alça néfrica 
Na alça néfrica existe diferença de atividade 
absortiva nas suas porções ascendente e 
descendente. 
Na porção ascendente ocorre principalmente 
reabsorção de solutos iônicos como sódio, cloreto, 
potássio, cálcio e magnésio, enquanto na porção 
descendente ocorre reabsorção de água. 
Túbulo Contorcido Distal 
Ocorre principalmente reabsorção de sódio, cloreto 
e cálcio. 
Ducto coletor 
Reabsorção de água, cloreto e sódio, 
principalmente, além de excreção de potássio e 
próton H+. 
A urina formada e excretada aqui possui cerca de 
menos de 1% de Na+. 
Obs.: Eletrólitos secretados não obrigatoriamente 
serão excretados. 
CLASSIFICAÇÃO 
De acordo com seus locais de ação 
TCP – Inibidores da anidrase carbônica; osmóticos. 
Parte ascendente da AN – diuréticos de alça. 
TCD – tiazídicos. 
Ducto coletor – poupadores de potássio. 
DIURÉTICOS DE ALÇA 
Mecanismo de ação 
→ Inibem o cotransporte de sódio, potássio e 
cloreto no ramo ascendente da alça néfrica. 
→ Inibem a reabsorção de NaCl e K+. 
→ Aumenta a excreção de Ca2+ e Mg2+ e 
bloqueio da reabsorção de e potássio. 
O mecanismo de contracorrente existe para 
aumentar a osmolaridade urinária via reabsorção de 
solutos iônicos e água. 
Importante dizer que a alça néfrica se localiza na 
medula renal, portanto, é essa região do rim que 
apresentará a tonicidade adequada para formação 
de urina com devida osmolaridade. 
Portanto, se houver interferência no cotransporte de 
íons no ramo ascendente, haverá também 
interferência nesse mecanismo de contracorrente! 
 
Mecanismo adicional 
Aumento da síntese de prostaglandinas renais que 
aumentam a vasodilatação. 
Hiperglicemia por redução da quantidade de água. 
Farmacocinética 
Os diuréticos são ácidos orgânicos que se ligam 
extensamente às proteínas plasmáticas, por isso sua 
liberação nos túbulos é limitada. 
São secretados de maneira eficiente pelo sistema de 
transporte de ácidos orgânicos do TCP. 
Furosemida e Bumetanida são representantes 
dessa classe. 
Usos terapêuticos 
Edema pulmonar agudo, HAS, insuficiência 
cardíaca congestiva e insuficiência renal aguda. 
Efeitos adversos 
Hipoacusia, hiperuricemia, hipomagnesemia. 
Alcalose metabólica por conta de redução de 
cloreto (hipoclorêmica) – Redução de potássio leva 
à dor, câimbras, cefaleia e tonteira. 
Risco de arritmias e reações alérgicas 
(sulfonamidas). 
DIURÉDICOS TIAZÍDICOS 
Mecanismo de ação 
Inibem o cotransporte de Na+ e Cl- no TCD. 
Reduzem a reabsorção de Na+. 
Aumentam a troca de Na+/Ca2+ na membrana 
basal, que leva à ↓[Na+] intracelular. 
Aumento da reabsorção ativa de Ca2+ por ação de 
paratormônio em resposta à hipocalciúria. 
Aumento da troca de Na+ por K+ no ducto coletor 
⸫ maior liberação de K+ e hipocalemia. 
Farmacocinética 
Apresentam boa disponibilidade oral e meia vida 
relativa, com maior excreção renal. 
Não usar à noite porque aumenta diurese! Nictúria. 
Hidroclorotiazida, clortalidona e indapamida são 
os representantes dessa classe, sendo os dois 
últimos semelhantes às tiazidas. 
A via de excreção da indapamida é mais hepática 
que renal. 
 
Usos terapêuticos 
HAS – monoterapia é possível! 
Insuficiência cardíaca, osteoporose. 
Nefrolitíase resultante de hipercalciúria idiopática 
– cálculos de oxalato de cálcio no trato urinário. 
Diabetes insípido nefrogênica: redução do volume 
plasmático, redução de TFG, aumento de 
reabsorção tubular proximal de NaCl e menor 
aporte de água nos segmentos diluidores. 
Efeitos adversos 
Dependem da dose! 
Hipocalemia, alcalose metabólica hipoclorêmica. 
Hiperglicemia – menor liberação de insulina e 
aumento de resistência a ela, exceto em uso de 
indapamida – provavelmente por conta do 
metabolismo hepático (verificar informação). 
Hiperuricemia, disfunção erétil. 
Dislipidemia (aumento de LDL-c, de triglicerídeos 
e colesterol total). 
POUPADORES DE POTÁSSIO 
Mecanismo de ação 
Impedem a secreção de K+ na porção final do 
túbulo distal e no tubo coletor por meio de dois 
mecanismos distintos. 
 
 
-Antagonistas do receptor de aldosterona 
(espironolactona, eplenrenona) 
-Bloqueadores do canal de sódio (amilorida e 
trianteno) 
Atuam principalmente nos tubos coletores, onde há 
dois tipos de célula: 
1. Principais: transportam Na+, K+ e água. 
2. Intercaladas: secretam H+ e HCO3-. 
O bloqueio da entrada de Na+ também impede a 
saída de K+. 
Antagonistas do receptor de aldosterona 
Inibição por antagonismo farmacológico direto dos 
receptores de mineralocorticoides! 
Isso leva à menor expressão de EnaC e menor 
expressão do canal de K+, além da menor 
expressão de Na+/K+ ATPase! 
Isso inibe a ação da aldosterona. 
É o único diurético que acessa o sítio de ligação 
pelo interstício. 
 
Bloqueadores do canal de sódio 
Atua por inibição do influxo de Na+ através dos 
canais iônicos da membrana luminal! 
Não impede ação da aldosterona, somente impede 
a reabsorção de sódio. 
Quando o corpo reabsorve sódio, aumenta-se a 
quantidade de Na+ intracelular 
Dos círculos da imagem: espironolactona age nos 
receptores de mineralocorticoides (maior), 
enquanto amilorida age nos canais de sódio 
(menor). 
Usos terapêuticos 
HAS associada a hipocalemia e 
hperalderosteronismo. 
Insuficiência cardíaca congestiva – menor 
remodelagem cardíaca e menor mortalidade! Efeito 
cardioprotetor! 
Efeitos adversos 
Hipercalemia em pacientes com insuficiência 
renal. 
Acidose metabólica e hiponatremia em pacientes 
cirróticos. 
Distúrbios gastrintestinais (diarreia, gastrite, úlcera 
péptica). 
Ginecomastia, impotência sexual e hiperplasia 
prostática benigna (espironolactona). 
INIBIDORES DA ANIDRASE CARBÔNICA 
Inibem a anidrase carbônica intracelular e da 
membrana apical do epitélio do túbulo proximal. 
A anidrase cataboliza a dissociação do ácido 
carbônico em água e CO2, fisiologicamente. 
O medicamento bloqueia a reabsorção de 
bicarbonato, reduz a troca de Na+ por H+, retendo 
este íon e promovendo eliminação de Na+. 
O aumento da diurese é discreto, porque o 
bicarbonato permanece na urina! 
Uso terapêutico 
Glaucoma de ângulo aberto, alcalose metabólica e 
mal das montanhas! 
Efeitos adversos 
Acidose metabólica, cálculos renais. 
OSMÓTICOS 
Manitol, ureia e glicerina. 
São farmacologicamente inertes! Filtrados no 
glomérulo, sofrendo reabsorção limitada pelo 
túbulo renal. 
São moléculas altamente higroscópicas! 
Propriedades farmacocinéticas 
Absorção oral desprezível – exceto glicerina. 
Administração endovenosa leva à diurese 
osmótica. 
Mecanismo de ação 
Como os fármacos são solutos não reabsorvíveis, 
limitam a osmose da água no interstício. 
Isso leva à redução da concentração luminal de 
sódio a ponto de cessar sua reabsorção efetiva. 
Extração de água dos compartimentos 
intracelulares aumenta o volume de líquido 
extracelular, reduzindo a viscosidade e a renina. 
Aumento do fluxo sanguíneo renal – remove o 
NaCl e a ureia da medula, reduzindo sua 
tonicidade. 
Menor extração de água do ramo descendenteda 
alça e menor reabsorção passiva de NaCl no ramo 
ascendente da alça. 
 
Usos terapêuticos 
Edema cerebral ou hipertensão intracraniana – 
acelera a excreção de toxicantes. 
Glaucoma agudo severo – reduz a PIO antes dos 
procedimentos cirúrgicos. 
Insuficiência renal aguda. 
Laxantes. 
 
Efeitos adversos 
Hipernatremia, desidratação, expansão do volume 
extracelular (complica ICC e precipita edema 
pulmonar agudo). 
Hiperglicemia (glicerina). 
Cefaleia, náuseas e vômitos (hipernatremia).

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