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Unidade básica formadora de urina do rim: néfron (glomérulo filtrante + túbulos). A cada 120 ml/minuto de ultrafiltrado, forma cerca de 1 ml/ minuto de urina. Rins consomem 7% de todo oxigênio que absorvemos pelos pulmões, apesar de terem pouco peso corporal. Isso acontece devido a quantidade de bombas nas membranas nos néfrons, que dependem de ATP (energia). TÚBULO PROXIMAL Primeira porção depois da cápsula de Bowman, dividido em S1, S2 e S3, termina na medula renal, sendo 65% do filtrado de sódio (maior controle de sódio) reabsorvido ali, isotônica (água acompanha o sódio). ALÇA DE HENLE Porção descendente delgada, ângulo, ascendente delgada e espessa. RAMO DESCENDENTE DELGADO: muito permeável a água, pouco permeável a NaCl e ureia. RAMO ASCENDENTE DELGADO: permeável a NaCl e ureia e impermeável a água. RAMO ASCENDENTE ESPESSO: reabsorve ativamente NaCl, impermeável a água e ureia. RETROALIMENTAÇÃO TUBULOGLOMERULAR: ascendente espesso passa entre as arteríolas aferente e eferente -> mácula densa -> sente as concentrações dos íons e pressão -> controla tonicidade e osmolaridade: aumenta taxa de fluxo glomerular ou não, ajuda na regulação da liberação da renina pelas células justaglomerulares. TÚBULO CONTORCIDO DISTAL Aproximadamente 0,2 mm após a mácula densa, o túbulo muda sua morfologia mais uma vez para se tornar o túbulo contorcido distal. Semelhante ao ramo ascendente espesso da AH, transporta de forma ativa NaCl e é impermeável à água. DUCTOS COLETORES Área de controle da composição e volume do ultrafiltrado • Composição dos eletrólitos: processo modulado pela aldosterona (esteroide suprarrenal). • Volume da água: modulada pelo hormônio antidiurético. TRANSPORTE PELO EPITÉLIO RENAL • Osmose • Difusão simples (passiva) • Canais mediados por difusão, canal iônico • Uniporte: proteína que facilita passagem • Transporte dependente de ATP ativo • Cotransporte/ simporte: ativo, leva duas substâncias para a mesma direção • Contra transporte/ antiporte: ativo, duas substâncias com inversão de posição D I U R E T I C O S Fármacos que aumentam taxa de fluxo da urina, entretanto eles não alteram apenas a excreção de sódio, mas também podem modificar o controle renal de outros cátions (K+, H+, cálcio, magnésio), ânions (bicarbonato, cloro, íon fosfato) e ácido úrico. Há dois tipos de diuréticos: • NaTRIURÉTIOS: promovem o aumento da excreção renal de sódio • AQUARÉTICOS: aumentam a excreção renal de água livre, com pouca ou nenhuma alteração na excreção de eletrólitos. CLÍNICA Os diuréticos são utilizados no tratamento de quadros edematosos e na hipertensão arterial, pois além do efeito diurético, alguns também tem ação vasodilatadora. Do ponto de vista clínico, os diuréticos úteis são aqueles que promovem a natriurese, ou seja, aumento da excreção renal de sódio e do íon acompanhante (normalmente é o cloreto), com objetivo de diminuir o volume de líquido extracelular. Quando alguém começa tomar diurético, tem um déficit de sódio em comparação a quem não toma, mas se seguir tomando o rim equilibra a excreção de sódio (renina, bombas) -> mecanismos compensatórios renais, ou seja, freio compensatório para não sair cada vez mais sódio. MECANISMOS OU FREIOS COMPENSATÓRIOS: • ativação do sistema nervoso simpático (aumento da diurese, diminuição de volume e pressão arterial e, por isso, ativação do SNS, no fim, aumento da liberação da aldosterona) • ativação renina-angiotensina-aldosterona • hipertrofia da célula epitelial renal (diminui a secreção de sódio para o lumen do nefron) • aumento da expressão do transportador do epitélio renal • alterações nos hormônios natriuréticos (para fazer manutenção do sistema renal) • Faixa azul escura: período que faz o uso de diurético Gráfico 1: Pessoa começa perder peso, e quando para de tomar o diurético ela volta ao peso normal. Nesse caso, não estava emagrecendo e, sim, desidratando (perdendo sódio e água). O gráfico 2 correlaciona excreção (verde) e ingesta de sódio (roxo): se a ingesta se mantem, com o uso de diur éticos, aumenta a excreção de sódio até o pico máximo, onde começa o freio compensatório ainda estão agindo, então diminui a excreção de sódio até o rim regular ao normal novamente. LOCAIS DE AÇÃO A acetozolamida é o protótipo de uma classe de agentes com limitado uso como diuréticos. QUÍMICA • Não são utilizados como diuréticos. • Fazem acidose metabólica (por perda de bicarbonato, pH urinário fica alcalino – 8). • Efeito adverso VO: acetozolamida, diclofenamida e metazolamida. ANIDRASE CARBÔNICA: esta enzima tem importante papel na reabsorção de bicarbonato de sódio (NaHCO3) e secreção ácida. As células epiteliais do TCP tem grande quantidade dessa enzima. FISIOLOGIA NORMAL IMAGEM: A Na+/K+/ATPase dita o gradiente de sódio. O sódio e o gradiente vão ter utilizados pela bomba de contra transporte NHE3 (na imagem: trocador A) na membrana luminal. Esse trocador, troca sódio por prótons (H+). O próton, agora no espaço luminal, vai reagir com bicarbonato filtrado (HCO3-), dando origem ao ácido carbônico (H2CO3). O ácido carbônico, por sua vez, vai sofrer ação da enzima anidrase carbônica (CA), presente na membrana luminal (CA tipo 4). A anidrase carbônica vai catalisar a desidratação do ácido carbônico, produzindo água (H20) e dióxido de carbono (CO2). O CO2, por ser lipofílico (solúvel em lipídeos), se difunde para o citoplasma (difusão). No citoplasma, reage com a água, sendo catalisada pela anidrase carbônica (CA tipo 2), gerando ácido carbônico (H2CO3). O ácido carbônico é dissociado em prótons (H+ - reutilizado pelo trocador A) e em bicarbonato (HCO3-), que junto com o sódio sai para o espaço intersticial em cotransporte, formando bicarbonato de sódio. Tem por objetivo reabsorver sódio. INIBIDORES DA ANIDRASE CARBÔNICA Ao inibir a CA, não tem mais a transformação no lúmen, há diminuição da biodisponibilidade de CO2 para entrar na célula, que não é reidratado e, além disso, não terá bicarbonato liberado (fica preso no lúmen) para ser reabsorvido com sódio, nem é formado íon H+, então sódio não tem como entrar na célula, permanecendo no lúmen com a água. Com a diminuição do bicarbonato de sódio reabsorvido, há também uma queda do pH sanguíneo (acidose metabólica). Além disso, também diminui a reabsorção de água, que impede a reabsorção de cloretos. Como há diminuição grande de sódio a nível do TCP, essa diminuição vai ser percebida pela alça de Henle, que vai compensar essa perda. A diminuição do pH é limitante para eficácia diurética dos inibidores da anidrase carbônica, então ao passo que há diminuição do pH sanguíneo, a diminuição do bicarbonato de sódio é interrompida -> por isso, esses fármacos apresentam baixa eficácia diurética a nível renal, indicados + para funções extrarrenais. EFEITO NA EXCREÇÃO RENAL Aumenta excreção urinária de bicarbonato em 35% da carga filtrada. Junto com inibição do ácido titulável e secreção de NH4+ nos ductos coletores, leva ao aumento do pH da urina (cerca de 8) e acidose metabólica. Ocorre pequeno aumento na excreção de cloro, sendo bicarbonato o principal ânion excretado, junto com cátions Na+ e K+. EFEITO NA HEMODINÂMICA RENAL Ao inibir a reabsorção proximal, os inibidores da anidrase carbônica aumentam a liberação de solutos na mácula densa, este efeito aumenta a resistência da arteríola aferente e reduz fluxo sanguíneo renal e taxa de filtração glomerular, evitando perder muito mais água e sódio. EFEITO ADVERSOS • supressão da medula óssea (derivado de sulfonamida) • sonolência e parestesias • desvio da amônia (paciente cirrótico pode piorar encefalopatia hepática) • cálculos porprecipitação de sais de fosfato • piora acidose metabólica ou respiratória • diminui taxa de excreção urinaria de bases orgânicas fracas, perda renal de K+ USO TERAPÊUTICO • em associação com outros diuréticos (cuida com efeito da acidose metabólica) • glaucoma (anidrase carbônica presente nos processos ciliares, envolvida na produção de bicarbonato de sódio para produção do humor aquoso. Reduzir o bicarbonato, reduz a produção de humor aquoso e diminui a pressão intraocular). • hipertensão intracraniana idiopática • epilepsia (SNC e diminuição do pH) • correção da alcalose metabólica. • Doença da altitude elevada (indivíduos que estão em lugares de alta atitude, que apresentam tontura, cefaleia e outros sintomas. A acidose metabólica produzida pelo fármaco aumenta a ventilação, reduzindo os sintomas). Diuréticos osmóticos funcionam como solutos: agentes livremente filtrados no glomérulo e não tem reabsorção, são administrados em doses altas o suficiente para aumentar a osmolaridade de plasma e do fluido tubular. Ou seja, são filtrados, são osmoticamente ativos, mas não sofrem secreção tubular, aumentando o volume de urina. Atuam no TCP e AH (principalmente), também é provável que atuem através de um efeito osmótico nos túbulos e na redução da tonicidade medular. MECANISMOS DE AÇÃO Atuam nos segmentos permeáveis a água, ou seja, no túbulo contorcido proximal (TCP) e no ramo descendente delgado da alça de Henle (AH). Também é provável que atuem através de um efeito osmótico nos túbulos e na redução da tonicidade medular. É livremente filtrado pelo glomérulo, osmoticamente ativo, e, como não sofre secreção, ele retem água, promovendo aumento do fluxo urinário. O aumento do fluxo urinário promovido é basicamente de água, então, normalmente, a excreção de sódio não acompanha. Por isso, pode haver casos de hipernatremia com o uso de diuréticos osmóticos. Atuam no TCP como solutos não reabsorvíveis que limitam a osmose da água no espaço intersticial e, desta forma, reduzem a concentração de Na+ luminal a tal ponto que a reabsorção global de Na+ para. Ao extrair a água dos compartimentos intracelulares, eles expandem o volume do fluído extracelular, reduzem a viscosidade do sangue e inibem a liberação de renina (aumenta liberação de sódio na urina) Esses efeitos levam à um aumento de fluxo sanguíneo na medula renal removendo NaCl e a ureia da medula, reduzindo a tonicidade medular. Redução da tonicidade medular: • Reduz a extração de água no ramo ascendente delgado da alça (deixa mais água no lúmen). • Que, por sua vez, limita a concentração de NaCl no fluído tubular que entra no ramo ascendente da alça. • Este último efeito reduz a reabsorção passiva do NaCl no ramo ascendente delgado (se tem muita água o sódio tem que ficar junto: faz a diurese). EFEITOS NA EXCREÇÃO URINÁRIA Além da excreção de sódio, cloro e água, aumenta também de potássio, cálcio, magnésio, bicarbonato e fosfato: praticamente todos os eletrólitos. AGENTES DISPONÍVEIS GLICERINA: ativo pela via oral (VO), T1/2 curta: 0,5 - 0,75h, eliminação: 80% metabolizada, eliminação desconhecida. ISOSSORBIDA: ativo pela via oral (VO), T1/2: 5 – 9,5h, eliminação renal. MANITOL: disponibilidade oral desprezível, mais utilizado via endovenosa, T1/2: 0,25 – 1,7 h, eliminação: 80% renal, 20% bile. É o protótipo da classe e o fármaco mais utilizado como diurético osmótico. Por via oral causa diarreia. UREIA: disponibilidade oral desprezível, utilizado via endovenosa, T1/2 indeterminada (não se sabe ainda), eliminação renal, não utilizado no Brasil ainda, disponível no EUA. EFEITOS ADVERSOS São distribuídos no fluído extracelular e contribuem para a osmolaridade dele. A água é extraída dos compartimentes intracelulares para o extracelular. • Na ICC não é bom utilizar: edema pulmonar!!! • Hiperpotassemia e hiponatremia em casos de lesão renal • Desidratação (perda excessiva de líquidos) • Expansão do volume • Contraindicação em pacientes anúricos (ausência de produção e eliminação de urina) • Manitol e ureia contraindicados em sangramento craniano grave USOS TERAPÊUTICOS • controlar aumento de pressão intraocular durante ataques agudos de glaucoma. • Para reduzir edema cerebral e pressão intracraniana em casos específicos: contusão; traumatismo; tumor cerebral; meningite que não responde a outros medicamentos. • Síndrome De desequilíbrio de diálise: pacientes submetidos a diálise, dependendo da infusão, podem ter um desequilíbrio eletrolítico. • Realização de exames (por via oral), como, por exemplo, a colonoscopia -> efeito laxante. Conhecidos como diuréticos de alta eficácia. Inibidores do simporte de Na/ K/ 2Cl agem no ramo ascendente espesso da AH, tem alta potência: • furosemida (mais utilizado dessa classe - protótipo) • bumetanida • ácido etacrínico • torsemida MECANISMO DE AÇÃO Atuam no ramo ascendente espesso da alça de Henle, porção praticamente impermeável a água, chamado também de segmento diluidor. 25% do NaCl vai ser reabsorvido ali. Os diuréticos de alça vão atuar inibindo o cotransportador Na+/K+/2Cl-. Não se sabe como bloqueia o simporte, mas acham que é pelo ataque no local de ligação do Cl do simporte. Lúmen do néfron e espaço intersticial quando bloqueia transportador impede reabsorção de sódio. Então, há diminuição da reabsorção de cloreto de sódio (NaCl), diminuição no potencial positivo devido a diminuição da retrodifusão de potássio, inibindo a reabsorção de cátions (valentes, como magnésio e cálcio). Esses íons ficam aumentados na urina, paciente cursa com hipomagnesemia e hipocalcemia. Há também perda de potássio, levando a uma hipopotassemia. São diuréticos altamente eficazes, uma vez que influenciam diretamente na reabsorção de cloreto de sódio e não sofrem influência do pH, como os diuréticos inibidores da CA. Parecem ter relação com a COX-2 (ciclo- oxigenase 2), principalmente relacionado a prostaglandinas (PGE2), porque elas diminuem a inibição renal de NaCl. Por isso, os AINEs diminuem a eficácia dos diuréticos de alça, porque inibem a COX-2 e, além disso, assim como a probenecida, competem pelo transporte ácidos orgânicos, pois são secretados a nível tubular. EFEITOS NA EXCREÇÃO URINÁRIA • excreção aumentada de sódio e potássio • excreção de Ca e Mg • Pode levar a desidratação (principalmente em idosos e crianças, pessoas com diarreia/vômitos – principalmente concomitante com outras doenças) • Furosemida: ação fraca de inibição da anidrase carbônica, podendo aumentar a excreção de bicarbonato e fosfato • Uso agudo: pode aumentar excreção de ácido úrico, mas quando uso crônico diminui excreção • Usa diuréticos quando tem depleção de volume muito grande, faz expansão de volume (soro, corrige desidratação) e junto usa furosemida: força rim a filtrar a expansão que fez: geralmente aumentam fluxo sanguíneo renal: pelo visto pelas prostaglandinas -> pode levar a uma lesão renal aguda • Bloqueia TFG, pela inibição de transporte de NaCl na macula densa, então a macula não consegue mais detectar concentrações de NaCl no líquido tubular. MEDICAMENTOS FUROSEMIDA: VO e EV, T1/2, 1,5 h (curto, melhor tempo de ação), metabolizado (glucorinidação), dupla dosagem, eliminação renal 65%, metabolização de 35%. Comercializado como “lasix”. É o protótipo dos diuréticos de alça. BUMETANIDA: EV e VO, potência 40 x furosemida, T1/2:0,8h. mais utilizado em UTI, por causa da alta potência e a chance maior de desidratação (precisa ser usada com cuidado). Via de eliminação: 62% renal, 38% metabolizada. ÁCIDO ETACRÍNICO: VO e EV, potência 0,7 (30% menos potente) da furosemida, T1/2: 1 h. via de eliminação: 67% renal,33% metabolizada. TORSEMIDA: EV, potência 3 x da furosemida, T1/2: 3,5h. via de eliminação: 80% metabolizada, 20% excreção renal. EFEITOS ADVERSOS Além da depleção de água e eletrólitos (hiponatremia, hipocalcemia, hipomagnesia), há: • OTOTOXICIDADE: quase sempre reversível. Furosemida EV e ácido etacrínico levam a perda auditiva. Em prematuros, há risco de congestão pulmonar. Pode ser por alterações do líquido da cóclea. • GOTA: uso crônico faz aumento do ácido úrico -> líquido sinovial -> processo inflamatório. • HIPERGLICEMIA • HIPOMAGNESEMIA, HIPOPOTASSEMIA E HIPOCALCEMIA • DESIDRATAÇÃO • ALCALOSE METABÓLICA, devido a perda de potássio e prótons • AUMENTO LDL e TAG, REDUÇÃO HDL OBS: diurético de alça é ruim para diabéticos, dislipidêmicos... para esses pacientes usarem, é preciso aumentar a dose do remédio de colesterol e diabetes. USOS TERAPÊUTICOS • Tratamento de quadros edematosos, principalmente no tratamento do edema pulmonar agudo, porque aumentam a capacitância venosa, diminuindo a pressão de enchimento do ventrículo esquerdo, diminuindo o quadro edematoso. • Insuficiência cardíaca, devido a retenção renal de sódio e água. • Cirrose hepática e ascite. • Hipercalcemia e hiperpotassemia • Injuria renal aguda (OBS: apenas aumentam o fluxo renal de sódio e água, mas não impedem/ atenuam a IRA). • Superdosagem de ânions, pois esses íons serão eliminados na urina. Inibidores do simporte Na/Cl (nem todos são tiazídicos): são Sulfonamidas, análogos do 1,2,4- benzotiadiazina-1,1 dioxido. MECANISMO DE AÇÃO Atuam no túbulo contorcido distal (foco de ação), o túbulo proximal é o segundo local de ação (muito menos, não influencia muito, se influenciasse ia ter uma ação de diurético bem mais potente). Atuam no trocador NCC (trocador sódio/cloreto). Apresentam alta potência, pois com baixa dose conseguem atingir metade do seu efeito máximo. DIURÉTICOS DE ALÇA: ALTA EFICÁCIA DIURÉTICOS TIAZÍDICOS: ALTA POTÊNCIA inibem transporte de NaCl (trocador NCC) e, com isso, diminuem a atividade do trocar sódio/cálcio da membrana basolateral, aumentando a reabsorção de cálcio. A nível de TCP, aumentam a reabsorção de cálcio e de sódio. Sódio permanece no lúmen e acaba levando a água junto. Esses fármacos também sofrem influência das prostaglandinas, importantes para vasodilatação (uteis num contexto cardiovascular). AINEs diminuem a eficácia dos diuréticos tiazídicos. EFEITOS NA EXCREÇÃO URINÁRIA • aumenta excreção de Na e Cl • não muito eficazes, pois a maioria (90%) da carga de Na+ já é reabsorvido no proximal. • Alguns tiazídicos tem ação nos inibidores da anidrase carbônica, porém são fracos (talvez seja a ação do proximal) • Aumentam a excreção de K e ácido titulavel. • Diminui excreção de cálcio se usado crônico: diferença importante da furosemida. MEDICAMENTOS HIDROCLOROTIAZIDA: disponibilidade oral ~70%, T1/2= 2,5h, eliminação renal. A ação diurética dura até 8 horas, depois só ação anti-hipertensiva. Não recomendado usar a noite -> atrapalha o sono. OBS: Não aumentar mais a dose de 25 para 50, pois quando aumentava acima de 25 não aumentava benefício no controle arterial (não baixava mais a pressão), mas ela tinha mais efeitos colaterais. CLORTALIDONA (não é um tiazídico, mas tem ação idêntica): disponibilidade oral 65%, T1/2= 47h, eliminação renal e biliar (25% desconhecida). EFEITOS ADVERSOS • SNC: raro -> vertigem, parestesias, astenia. • TGI: anorexia, náuseas, vomito, colicistite e pancreatite. • HEMATOLÓGICAS: discrasias (alterações de produção na medula). • DERMATOLOGICAS: fotossensibilidade e exantema (manchas avermelhadas em: exposição ao sol + uso de hidroclorotiazida) • Disfunção erétil (usado em pacientes que, antes do uso, não apresentavam nenhuma dificuldade. Se apresentar disfunção erétil e incomodo do paciente, trocar diurético) • Redução da tolerância a glicose • DESEQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO: hipotensão, desidratação, hipopotassemia, hiponatremia, hipocalemia, hipocloremia, alcalose metabólica, hipomagnesia, hipercalcemia, hiperuricemia. USOS TERAPÊUTICOS • Hipertensão arterial devido a ação diurética e promoção da vasodilatação e diminuição da pré-carga • Insuficiência cardíaca, sozinhos ou associados • Nefrolitíase por hipercalciuria • Diabetes insípidos nefrogênico Vão atuar no túbulo coletor, fisiologicamente, o local mais sensível à reabsorções de sódio e potássio e a secreção de potássio. Responsável pela reabsorção de 2 a 5% de cloreto de sódio (NaCl) e responsável pela concentração de sódio na urina final (ajuste final). A célula principal sofre ação dos mineralocorticoides, como a aldosterona, e a célula intercalada, onde ocorre a secreção de prótons e bicarbonato. INIBIDORES DOS CANAIS DE SÓDIO Inibidores dos canais de Na do tecido epitelial renal: aumentam excreção de NaCl: para reter potássio. Usados pela ação anticaliurética (retem K) para compensar outros diuréticos que aumentam excreção de potássio (triantereno e amilorida, ambos provocam pequenos aumentos na excreção de NaCl). EFEITOS NA EXCREÇÃO URINÁRIA Ação fraca como diurético. • Porção final do TCD e ducto coletor possuem limitada capacidade de reabsorver solutos, o bloqueio dos canais de Na+ nesta parte aumenta levemente as taxas de NaCl. • Bloqueio dos canais de Na+ hiperpolariza a membrana luminal, reduzindo a voltagem transepitelial negativa do lúmen. • Atenuação da voltagem negativa do lúmen reduz a excreção de K+, H+, Ca+2, Mg+2 (todos os cátions ficam preservados). MEDICAMENTOS AMILORIDA: potência relativa 1, disponibilidade oral 15-25 %, T1/2 longo :21 h, eliminação renal. TRIANTERENO: potência relativa 0,1 (10X menor), disponibilidade oral ~50%, T1/2: 4 h, metabolizado em sulfato de 4-hidroxitriantereno (ativo), eliminado na forma do metabólito ativo. ANTAGONISTAS DA ALDOSTERONA Uma subclasse dentro dos poupadores de potássio. Os mineralocorticoides provocam retenção de sal e água e aumentam a excreção de K+ e H+ ao se ligarem a receptores mineralocorticoides específicos. Estudos indicam que espironolactona bloqueia os efeitos dos mineralocorticoides. MECANISMO E LOCAL DE AÇÃO As células epiteliais no final do túbulo distam e ducto coletor contêm receptores mineralocorticoides (RMs) citosódicos com alta afinidade pela aldosterona. A aldosterona liga-se ao RMs, formando um complexo que se desloca até o núcleo, onde se liga a sequencias específicas do DNA e, portanto, regulando a expressão de múltiplos produtos de genes chamados de proteínas induzidas da aldosterona (PIAs). ESPIRONOLACTONA Inibe de forma competitiva a ligação da aldosterona ao receptor mineralocorticoide (RM). O complexo RM-espironolactona não é capaz de induzir a síntese de PIAs. Os antagonistas do RM são os únicos diuréticos que não exigem acesso ao lúmen tubular para induzir a diurese. 1. Ativação canais de Na+ ligados a membrana 2. Remoção dos canais Na+ da membrana é inibida 3. Síntese de novo dos canais de Na+ 4. Ativação Na+/K+/ATPase ligada a membrana 5. Redistribuição da Na+/K+/ATPase do citosol para a membrana 6. Síntese de novo Na+/K+/ATPase 7. Mudanças da permeabilidade das junções compactas 8. Produção mitocondrial de ATP aumentada Espironolactona bloqueia tudo! OBS: único diurético que não age no lúmen. MEDICAMENTOS ESPIRONOLACTONA: análogo sintético da aldosterona. Disponibilidade oral de ~65%. É metabolizada no fígado formando 7α-tiometil espironolactona, metabólito ativo, com maior meia-vida. Liga-se intensamente a proteínas. T1/2 curta ~1,6h, nos pacientes com cirrose chega 9h. Ação diurética curta e fraca usada para poupar potássio, e não para diurese. EFEITOS ADVERSOS hiperpotassemia.Espironolactona (afinidade pelos receptores de progesterona e androgênio) pode causar: • Ginecomastia (aumento de tecido mamário no homem -> ação androgênica e liberação de estradiol) • Impotência • irregularidades menstruais: pela associação dela com receptores de progesterona e androgênio. USOS TERAPÊUTICOS • hiperaldosteronismo, tanto primário quanto secundário. • Insuficiência cardíaca leve a moderada • Hipertensão arterial • Síndrome de Liddle • Acne (espironolactona)
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