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Aula 04
PC-GO - Realidade Étnica, Social,
Histórica, Geográfica, Cultural, Política e
Econômica do Estado de Goiás - 2022
(Pós-Edital)
Autor:
Leandro Signori
17 de Setembro de 2022
61158489382 - Matheus Ramos
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Sumário 
Aspectos da História Política de Goiás: a independência em Goiás, o coronelismo na República Velha, as 
oligarquias, a Revolução de 1930, a administração política de 1930 até os dias atuais. ................................. 2 
1 – A independência em Goiás .................................................................................................................... 2 
2 - O movimento separatista do norte de Goiás (1821-1823) ..................................................................... 3 
3 - Um Movimento Nacionalista ................................................................................................................. 6 
4 - O coronelismo e as oligarquias na República Velha ............................................................................... 6 
5 - A Revolução de 1930 .............................................................................................................................. 9 
6 - A administração política de 1930 até os dias atuais ............................................................................. 10 
6.2 Era de Pedro Ludovico (Ludoviquismo/1930-1945)......................................................................... 11 
6.2.1 - Processo Histórico da Formação de Goiânia ............................................................................. 11 
6.3 República Populista (1945-1964) ..................................................................................................... 18 
6.4 República Militar (1964-1985) ......................................................................................................... 21 
6.5 A redemocratização e o período democrático (1983 até os dias atuais) ......................................... 22 
Questões Comentadas ................................................................................................................................. 28 
Lista de Questões ......................................................................................................................................... 40 
Gabarito ........................................................................................................................................................ 47 
Resumo ......................................................................................................................................................... 48 
 
 
Leandro Signori
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ASPECTOS DA HISTÓRIA POLÍTICA DE GOIÁS: A 
INDEPENDÊNCIA EM GOIÁS, O CORONELISMO NA REPÚBLICA 
VELHA, AS OLIGARQUIAS, A REVOLUÇÃO DE 1930, A 
ADMINISTRAÇÃO POLÍTICA DE 1930 ATÉ OS DIAS ATUAIS. 
1 – A independência em Goiás 
O Brasil declarou a sua independência de Portugal no dia 07 de setembro de 1822. Assim como no Brasil, o 
processo de independência em Goiás se deu gradativamente. A formação das juntas administrativas, que 
representam um dos primeiros passos neste sentido, deram oportunidade às disputas pelo poder entre os 
grupos locais. 
Especialmente sensível em Goiás foi a reação do Norte que, se julgando injustiçado pela falta de assistência 
governamental, proclamou sua separação do sul. 
O Processo da Independência do Brasil e seus reflexos em Goiás 
Após as invasões napoleônicas em Portugal, a corte portuguesa se transferiu para o Brasil, que foi elevado e 
fez parte do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, que existiu de 1815 a 1822. A capital deste país foi o 
Rio de Janeiro. Em 1821 Dom João VI retorna para Portugal, os franceses já tinham sido derrotados e 
expulsos, passando, o Brasil, a viver um período de profunda crise política, pois suas conquistas econômicas 
e administrativas estavam sendo ameaçadas pelas Cortes Portuguesas. 
Em Goiás a população rural permaneceu alheia a essas crises. Mas, elementos ligados à administração 
pública, ao exército, ao clero e a algumas famílias ricas e poderosas, insatisfeitos com a administração, 
fizeram germinar no rincão goiano o reflexo das crises nacionais. Os capitães-generais governavam as 
capitanias, sendo os representantes diretos da Coroa Portuguesa no Brasil. A atuação desses capitães 
generais em Goiás, às vezes prepotentes e arbitrários, fez nascer na capitania a ojeriza pelos administradores 
locais. A causa maior dos descontentamentos encontrava-se na estrutura administrativa. Os empregados 
públicos eram os mais descontentes: a receita não saldava as despesas e os seus vencimentos estavam 
sempre em atraso. Entre os descontentes havia também elementos do clero, os mais intelectualizados da 
Capitania de Goiás. 
Primeiras Manifestações contra a Administração Colonial 
As insatisfações administrativas existiam, mas raramente se manifestavam. Foram as Câmaras locais que se 
manifestavam em primeira linha contra os Capitães Generais. Em 1770, por ocasião da morte do Capitão 
General João Manoel de Melo, a Câmara local elegeu uma junta governativa para substitui-lo. Em 1803, essa 
desentendeu-se com o Capitão General e pretendeu destituí-lo do poder. Nos dois casos, a Coroa Portuguesa 
repreendeu severamente estas atitudes. 
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Por ocasião da escolha dos representantes goianos à Constituinte Portuguesa, apareceram nas esquinas da 
cidade de Goiás proclamações insubordinativas contra a ordem constituída, sob a liderança do Padre Luiz 
Bartolomeu Márquez. 
 
No Brasil colonial existiam as Capitanias Reais que eram governadas por um Governador 
ou um Capitão-General, indicados pela Coroa portuguesa. A Capitania de Goiás foi criada 
em 1749, desmembrando-se da Capitania de São Paulo. Com o Brasil independente, no 
Império, as Capitanias Reais passaram a se chamar de Províncias. Eram governadas pelo 
Presidente da Província. Com a República, as províncias passaram a ser denominadas de 
Estados, passando a ser administradas por Governadores. 
Constituição das Juntas Governativas e a Proclamação da Independência 
Apesar da ação repressora do governador Manuel Inácio Sampaio, que se colocou contra a ideia de criação 
de uma junta Governativa, foi esse mesmo Governador obrigado pelas pressões de grupos políticos locais a 
ordenar à Câmara a eleição de uma junta Governativa, em cumprimento ao decreto de 18 de abril de 1820. 
Nesta primeira eleição, Sampaio trabalhou para ser eleito presidente da junta, o que de fato conseguiu: 
grupos políticos locais, insatisfeitos com a sua administração, desejavam, afastá-lo. Surgiram 
desentendimentos, brigas, que culminaram com sua renúncia e retirada da Província. 
Elegeu-se nova junta Governativa. Foram seus integrantes: Álvaro José Xavier, Presidente, José Rodrigues 
Jardim, Secretário, e os membros Joaquim Alves de Oliveira, João José do Couto Guimarães e Raimundo 
Nonato Hyacinto, Padre Luiz Gonzaga de Camargo Fleury e Inácio Soares de Bulhões. 
Processada a Independência do Brasil em 1822, esta não trouxe transformações sociais e econômicas para 
Goiás. Operou-se teoricamente a descolonização. No dia 16 de dezembro, fez-se juramento solene à 
aclamação do Imperador do Brasil Dom Pedro I. O primeiro Presidente de Goiás, nomeado pelo Imperador, 
foi Caetano Maria Lopes Gama, que assumiu o cargo a 14 de setembro de 1824. 
 
2 - O movimento separatista do norte de Goiás (1821-1823) 
Em 1821, houve a primeira tentativa oficial de criação do que hoje é o Estado do Tocantins.O movimento 
iniciou-se na cidade de Cavalcante. O mais proeminente líder do movimento separatista foi o Ouvidor-Mor 
Joaquim Teotônio Segurado, que já manifestara preocupação com o desenvolvimento do norte goiano antes 
mesmo de se instalar na região. 
Teotônio Segurado, entre 1804 e 1809, fora Ouvidor-Mor de toda a Capitania de Goiás. Em 1809, o território 
goiano foi dividido em duas comarcas por D. João VI: Comarca do Norte e Comarca do Sul. Teotônio Segurado 
foi nomeado Ouvidor-Mor da Comarca do Norte. 
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O movimento separatista do Norte representou uma continuidade da fracassada tentativa de derrubada 
do Governador de Goiás, o português capitão-general Manuel Inácio de Sampaio, ocorrida na capital, Vila 
Boa de Goiás. Esse movimento foi liderado pelo padre Luiz Bartolomeu Marques e pelo capitão Felipe 
Antônio Cardoso, dois entusiastas defensores da independência do Brasil. Ambos lideraram em 14 de agosto 
de 1821 o movimento golpista que pretendia derrubar o Governador de Goiás. 
Descoberta a conspiração, o governador Manuel Inácio Sampaio mandou prender todos os líderes. O capitão 
Felipe Antônio foi aprisionado em Arraias, o padre Luiz Bartolomeu Marques foi banido de Vila Boa e ficou 
proibido de se aproximar de uma distância de 50 léguas (300 km) da capital. 
No município de Cavalcante, o padre Francisco Joaquim Coelho de Matos assumiu a liderança do movimento 
que buscava a independência do Brasil e refugiou-se no interior da capitania. Esse padre soube catalisar o 
sentimento de abandono da população local e procurou apoio da elite pecuarista da região. 
O movimento separatista do norte goiano começou em Cavalcante, no dia 14 de setembro de 1821. Nesse 
dia, o Ouvidor da Comarca do Norte, Joaquim Teotônio Segurado, foi designado presidente da junta de 
governo provisório. 
O fracasso do movimento 
Desde o seu início, o movimento separatista mostrou-se dividido. De um lado estava Teotônio Segurado e 
seus correligionários, a maioria portugueses de nascimento, que defendiam um governo independente para 
a Comarca do Norte, mas, queriam manter o Brasil unido a Portugal. Do outro lado, estava o grupo do padre 
Luiz Bartolomeu Marques e do capitão Felipe Antônio, formado por brasileiros natos, que além de 
advogarem a divisão da capitania de Goiás, defendiam a independência do Brasil em relação a Portugal. 
Em outubro de 1821, atendendo à maioria das lideranças regionais, Teotônio Segurado transferiu o novo 
governo para Arraias, fazendo surgir forte oposição dos representantes de Cavalcante. Nesse mesmo ano, 
deixou a presidência da junta do governo provisório e embarcou para Lisboa. Ele havia sido eleito como 
deputado constituinte para participar da elaboração da Constituição portuguesa, que pôs fim à monarquia 
absolutista em Portugal. 
A saída de Teotônio Segurado gerou o fortalecimento do grupo dos brasileiros natos, liderados pelo padre 
Luiz Bartolomeu Marques e o capitão Felipe Antônio, o que desagradou bastante Dom Pedro I, e seu Ministro 
Plenipotenciário José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência. 
Com a saída de Segurado, o movimento se dividiu ainda mais. Em Cavalcante, Febrônio José Vieira Sodré 
governava como sucessor de Teotônio Segurado. Em Natividade, o tenente-coronel Pio Pinto Cerqueira 
passou a governar com o apoio de vários militares, inclusive do capitão Felipe Antônio. 
Observa-se que o governo independente se instalou primeiramente em Cavalcante, passando por Arraias e, 
depois, por Natividade/Cavalcante, com a duplicidade de governadores. Tal fato revela graves divergências 
entre as lideranças dos arraiais que encamparam a causa separatista, todos disputando a hegemonia política 
na região. As divisões internas facilitaram sobremaneira a ação repressora do governo do sul de Goiás. 
Em 07 de setembro de 1822, Dom Pedro I declarou a independência do Brasil. O capitão Felipe Antônio e o 
tenente coronel Pio Pinto Cerqueira ficaram eufóricos e acreditaram que o movimento separatista seria 
fortalecido. Chegaram a enviar à capital o deputado provincial goiano tenente Bernardino de Sena, para 
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tentar oficializar a separação de Goiás e a criação da Província da Palma, mas, o capitão-general Manuel 
Inácio Sampaio, governador de Goiás, fez valer o seu prestígio político junto a José Bonifácio de Andrada e 
Silva, Ministro e principal conselheiro de Dom Pedro I, para impedir que a separação se concretizasse. 
Dom Pedro I, acatando pedido de seu ministro e conselheiro José Bonifácio, desaprovou o movimento 
separatista e ordenou a reunificação. O padre Luiz Gonzaga de Camargo Fleury, representante do governo 
do sul, foi enviado à região com o propósito de promover a reunificação da província. Camargo Fleury 
conseguiu, pois, em 24 de abril de 1823, dissolver o governo de Natividade, o que lhe valeu o título de 
“Pacificador do Norte”. 
Um ofício de José Bonifácio, em nome do imperador Dom Pedro I, datado de 23 de junho de 1823, sepultou 
definitivamente o movimento ao condenar a instalação de um governo ao norte, uma vez que considerava 
“a dita instalação contrária às Leis que proíbem multiplicidade de governos em uma só província”. O mesmo 
ofício recomendava o restabelecimento da unidade provincial, no que foi atendido. 
Encerrava-se, naquele momento, o movimento separatista do norte de Goiás. Contudo, apesar de vencido 
nos primeiros tempos do Brasil independente, a causa separatista permaneceu no espírito do povo nortense, 
revelando-se duradoura e persistente, o que resultou na Criação do estado do Tocantins, pela Constituição 
Federal promulgada em 1988. 
As causas do separatismo 
MOREIRA (1989) e POLONIAL (2001) apontam como causas motivadoras do movimento separatista do Norte: 
✓ Descontentamento da classe dominante do Norte com a administração da capitania e, mais 
especificamente, contra a sua sujeição a um governo regional instalado no Sul, do qual estavam 
desvinculados, tanto pelas articulações socioeconômicas quanto pelos condicionamentos ecológicos 
que os aproximavam mais do Oeste baiano, do Pará e do Maranhão. 
✓ O Norte era muito onerado pelo Sul nos impostos, sem o devido retorno nos investimentos; 
✓ Não possuíam uma assistência administrativa adequada; 
✓ Não possuíam uma representação política na administração provincial. 
 
Teotônio Segurado não era propriamente um defensor da causa da independência 
brasileira, diferenciando-se, portanto, do “grupo de radicais”, liderados pelo Padre Luíz 
Bartolomeu Marques, originário de Vila Boa. Segurado defendia a manutenção do vínculo 
com as Cortes de Lisboa, sendo inclusive, eleito representante goiano para aquela 
assembleia, cuja função seria elaborar uma Constituição comum para todos os territórios 
ligados à Coroa Portuguesa. 
 
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3 - Um Movimento Nacionalista 
Após a independência política do Brasil, processou-se uma luta surda entre brasileiros e portugueses pelo 
poder político e econômico do Brasil. Dom Pedro I, como era português de nascimento, começou a ser 
favorável aos portugueses, inclusive colocando-os nos melhores cargos públicos e postos de confiança de 
seu governo. 
Em Goiás, não houve mudanças marcantes da Colônia para o Império. No aspecto econômico continuou o 
mesmo marasmo já registrado com a decadência damineração; somente mais tarde vai a pecuária oferecer 
ligeiras modificações. No aspecto político, as transformações foram pequenas. Os goianos identificavam os 
presidentes da província com os detestáveis Capitães Generais de um passado próximo, que não se apagara. 
O segundo presidente de Goiás, foi o português Miguel Lino de Moraes (1827-1831), considerado um homem 
inteligente e que fez uma boa administração. 
Com a abdicação de D. Pedro I, eclodiu em Goiás, em 13 de agosto de 1831, um movimento de caráter 
nitidamente nacionalista, com o objetivo de depor todos os portugueses que ocupavam cargos públicos em 
Goiás. Os líderes deste movimento foram o Bispo cego, Dom Fernando Ferreira, Padre Luís Bartolomeu 
Márquez e Coronel Felipe Antônio Cardoso. 
Recebendo adesão e apoio das tropas, o movimento alcançou vitória pelas condições da política geral do 
Brasil. A consequência deste movimento de rebeldia foi a nomeação de três goianos para a presidência de 
Goiás, embora o governo imperial, de início, oficialmente o desaprovasse. 
 
4 - O coronelismo e as oligarquias na República Velha 
O período de 1889 a 1930 corresponde aos primeiros anos do regime republicano no Brasil, denominado de 
Primeira República ou República Velha, dominado por oligarquias, as elites que comandavam as relações 
políticas da sociedade brasileira, que presenciou em sua história um fenômeno social chamado coronelismo. 
Quando se fala em coronelismo, não se refere à patente do Exército. Esse fenômeno teve início durante o 
Período Regencial (1831-1842). Como o Império do Brasil encontrava sem um Exército forte e centralizado, 
o governo apela para os dirigentes locais a fim de constituir milícias regionais e assim, combater as rebeliões 
que aconteciam no país. 
Nesse momento, foram colocados à venda postos militares como o de tenente, capitão, major, tenente-
coronel e coronel da Guarda Nacional. Assim, para ingressar nesta elite, era preciso deter amplos recursos. 
O coronel deveria assumir os custos de uniformes e das armas no valor de 200 mil réis de renda anual nas 
cidades e 100 mil réis no campo. 
Mesmo depois da extinção da Guarda Nacional, o título de coronel continuou sendo usado para se referir 
aos grandes proprietários de terras da República Velha. 
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O coronelismo constituiu-se ao longo da República Velha como uma prática de dominação da população 
brasileira nas zonas rurais. No final do século XIX, mais da metade das pessoas moravam na área rural, sendo 
a maioria analfabeta. Esse cenário foi perfeitamente utilizado pelas relações de poder que os coronéis 
exerciam nas fazendas e nas cidades do interior. Os indivíduos eram reféns da influência política dos grandes 
fazendeiros e precisavam de sua ajuda para conseguir, por exemplo, remédios, alimentos ou empregos. 
Com a proclamação da república, em 1889, quando o voto se tornou primordial para eleger presidentes da 
república, governadores e parlamentares, as eleições se tornaram alvos dos coronéis para que seu poder 
local se fortalecesse a cada votação. 
O poder dos coronéis interferia no poder público das pequenas cidades que eram controladas por eles. 
Prefeitos, governadores e até mesmo os presidentes venciam as eleições com ajuda desses grandes 
fazendeiros, que interferiam no resultado através do voto de cabresto, símbolo da prática do coronelismo. 
Assim, cada coronel possuía seu curral eleitoral, que era composto pelos eleitores influenciados por ele 
durante a escolha dos candidatos. Alguns cidadãos votavam nos candidatos pela troca de “favores” 
prometida pelos coronéis, ao passo que outros eram obrigados a votar no político indicado sob ameaças de 
morte. 
Dessa forma, quando o eleitor votava por fidelidade ao coronel, ele praticava o clientelismo, pois ganharia 
algo em troca como prêmio por ter sido fiel ao pedido. Muitos empregos eram concedidos pelos coronéis 
para premiar os eleitores pertencentes ao seu curral eleitoral, pois as escolas, a delegacia, o cartório público 
e outras atividades econômicas eram controlados diretamente ou indiretamente por eles. 
As pessoas que resistiam em obedecer às ordens do coronel eram obrigadas a marcar na cédula de votação 
o nome do candidato indicado por ele. Para isso, o coronel ordenava que os seus jagunços armados 
acompanhassem os eleitores até as urnas para conferir a votação, pois durante a República Velha o voto não 
era secreto, o que tornava pública a opção do eleitor. O voto sob pressão foi bastante praticado pelo 
coronelismo no Brasil e representou por vários anos o controle político de fazendeiros (oligarquias) em 
diversas regiões do país. 
Apesar de toda hegemonia durante a República Velha, o coronelismo perdeu espaço com a modernização 
dos centros urbanos, bem como pela ascensão de novos grupos sociais. Igualmente, a Revolução de 1930, 
liderada por Getúlio Vargas, pôs fim a esta maneira de fazer política. 
O coronelismo em Goiás 
Com o fim da monarquia no Brasil, alguns grupos políticos formaram um governo em Goiás constituído por: 
Joaquim Xavier Guimarães Natal, que era o seu Presidente; José Joaquim de Souza e Major Eugênio Augusto 
de Melo. 
Na República Velha, não haviam partidos políticos nacionais, os partidos eram estaduais. Como ocorreu nos 
outros estados brasileiros, esses partidos eram controlados por oligarquias regionais, refletindo a disputa 
pelo poder entre as grandes famílias e o poder dos coronéis em Goiás. 
Com o decorrer do tempo, consolidou-se a seguinte composição política em Goiás. 
✓ Partido Republicano de Goiás, liderado pelos Bulhões; 
✓ Partido Católico de Goiás, controlado pelo Cônego Ignácio Xavier da Silva. 
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✓ Partido Republicano Federal, liderado por Sebastião Fleury Curado. 
✓ Partido Republicano Federal de Goiás, criado por José Xavier de Almeida. 
✓ Partido Democrático, comandado pelos Bulhões e Caiado. 
Vejamos a seguir, as oligarquias Dominantes em Goiás: 
Família Bulhões (Bulhonismo/1878-1901 e 1909-1912) 
José Leopoldo de Bulhões foi o principal articulador da oligarquia, tendo ocupado os cargos de Ministro da 
República, Presidente do Banco do Brasil e Presidente de Goiás. Outra personalidade proeminente foi Félix 
de Bulhões, que antes mesmo do fim da escravidão negra no Brasil, defendia a sua abolição, pois Goiás não 
dependia mais da mão-de-obra escrava. A elite apoiava a abolição, pois, no século XIX, o número de escravos 
era pequeno e a pecuária já estava consolidada como principal atividade econômica goiana. 
A oligarquia dos Bulhões destacou-se por sua intelectualidade, pois eram conhecidos na esfera nacional por 
seu alto nível de instrução, com bacharéis em Direito que se tornaram figuras nacionais. 
Pontos Importantes: 
✓ José Leopoldo de Bulhões Jardim era seu principal líder; 
✓ Félix de Bulhões foi chamado de Castro Alves goiano, pois queria a abolição da escravatura. 
✓ A lei Áurea não encontrou nenhum negro cativo na cidade de Goiás. 
✓ Foram libertados em Goiás 4.000 escravos, segundo o historiador Luís Palacin. 
Crise das Constituições 
Constâncio Ribeiro da Maya (do clã Fleury) desenvolveu a política anti-bulhônica e adiava sucessivamente a 
reunião da Constituinte estadual. Leopoldo de Bulhões promoveu a reunião da constituinte, onde é 
promulgada a “Constituição dos Bulhões” em 01/06/1891. A constituinte é dissolvida pelo 20º Batalhão, 
nova Constituinte é instalada e é promulgada nova Constituição em 01/12/1891. Após a queda do Presidente 
do Brasil, Deodoro da Fonseca, a “Constituição dosBulhões foi oficializada, assumindo o poder em Goiás, o 
Interventor Braz Abrantes. 
Família Xavier Almeida (1901-1909) 
Em 1901, José Xavier de Almeida foi eleito Presidente do Estado de Goiás com o apoio de Leopoldo de 
Bulhões, com o qual rompeu logo em seguida, ensaiando a criação do que alguns historiadores goianos 
chegaram a chamar de “Xavierismo”, já que Xavier de Almeida conseguiu eleger seu sucessor, Miguel da 
Rocha Lima, nas eleições de 1905, derrotando o candidato dos Bulhões. 
Rocha Lima, do grupo político “xavierista” adotou uma política de tolerância mínima com a sonegação fiscal, 
prática comum à elite pecuarista goiana daquela época, o que provocou a fúria de inúmeros e poderosos 
criadores de gado. 
Em 1909, catalisando a insatisfação desses pecuaristas que sentiam perseguidos pelo fisco goiano, Leopoldo 
de Bulhões aliou-se a Antônio Ramos Caiado, dentre outros, e desfecharam um golpe, derrubando o 
governador Rocha Lima. Este episódio passou à história com o nome de Revolução de 1909. 
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Os Bulhões retomam o poder por pouco tempo, pois, em 1912, foram defenestrados do poder pela “Política 
de Salvações” do Presidente da República Hermes da Fonseca (1910-1914) e substituídos pela oligarquia dos 
Caiados, seus antigos aliados. 
Os Caiado (Caiadismo/1912-1930) 
A família Caiado governou Goiás de 1912-1930, período da República Velha, sendo um tempo marcado pela 
violência e fraude do voto de cabresto. Em Goiás, na disputa do poder político, o Coronel reformado Eugênio 
Jardim, que por ser cunhado dos Caiados, dividiu com eles o mandonismo estadual. Após a sua morte, 
Antônio Ramos Caiado (Totó Caiado) tornou-se o verdadeiro chefe político de Goiás. 
Seus contemporâneos afirmam que dirigiu Goiás como se fora uma grande fazenda de sua propriedade. 
Somente foi afastado do poder quando o movimento renovador de 1930 tornou-se vitorioso. Em Goiás, seu 
grande opositor foi o médico Pedro Ludovico Teixeira. 
 
5 - A Revolução de 1930 
Os primeiros anos da República Velha ficaram conhecidos como República da Espada. Esse período durou 
de 1889 a 1894 e recebeu essa denominação devido ao país ter sido governado por dois representantes 
militares: O primeiro foi Marechal Deodoro da Fonseca e o segundo seu vice Marechal Floriano Peixoto. 
O período seguinte, de 1895 a 1930 foi denominado de República Oligárquica ou das Oligarquias. O período 
durou de 1895 a 1930. Recebeu esse nome porque, na época, os grandes coronéis e donos de fazenda eram 
tidos como “chefes políticos”, exercendo grande influência nas decisões políticas do país. Com isso, as 
oligarquias dos estados de São Paulo e Minas Gerais comandaram as eleições durante muitos anos, no que 
ficou conhecido como a “Política do café com leite”. Os presidentes da República eram escolhidos entre os 
políticos desses dois estados. Portanto, ora o presidente seria paulista, ora mineiro. Quando não era de um 
desses dois estados, ambos tinham participação decisiva na escolha do presidente da República. 
O nome desse acordo era uma alusão à economia de São Paulo e Minas Gerais, grandes produtores, 
respectivamente, de café e leite. Além disso, eram estados bastante populosos, fortes politicamente e berços 
dos dois principais partidos republicanos: o Partido Republicano Paulista (PRP) e o Partido Republicano 
Mineiro (PRM). 
Essa política foi quebrada quando o então presidente da República, Washington Luís, paulista, apoiou a 
candidatura do presidente de São Paulo, Júlio Prestes, o que desagradou à elite mineira. Em contrapartida, 
o presidente de Minas Gerais, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, apoiou a candidatura oposicionista do 
gaúcho Getúlio Vargas. 
Em março de 1930, foram realizadas as eleições para presidente da República, eleição esta, que deu a vitória 
ao candidato governista, Júlio Prestes. No entanto, não chegou a tomar posse, devido ao golpe de Estado 
que depôs o presidente Washington Luís, no dia 24 de outubro de 1930, conhecido como Revolução de 1930. 
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O movimento foi articulado pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul e alegou que Júlio 
Prestes havia sido eleito sob fraude eleitoral. Também contribuíram a favor do movimento, o desgosto 
popular em função da crise econômica de 1929 e o assassinato do político paraibano João Pessoa. 
Com o golpe de Estado, Getúlio Vargas assume a chefia do "Governo Provisório" em 3 de novembro de 1930, 
data que marca o fim da República Velha. 
O movimento não foi uma revolução popular, tampouco uma revolução de minorias com objetivos sociais. 
A consciência social não havia atingido tal ponto e faltava organização de classe. Foi feita por grupos 
heterogêneas da classe dominante descontente (Minas Gerais e Rio Grande do Sul), de militares (grupo 
tenentista) e das classes médias, sem uma ideologia determinada e coerente. O que aglutinava esses grupos 
era a repulsa à ordem política estabelecida pelas oligarquias na República Velha. 
A Revolução de 1930 não teve raízes próprias em Goiás, mas teve uma significação profunda para o Estado. 
É o marco de uma nova etapa histórica para Goiás. Esta transformação não se operou, imediatamente, no 
campo social, mas abalou o campo político drasticamente (fim do caiadismo e início do ludoviquismo). 
A Revolução não provocou nenhuma mudança social. Mas sem dúvida, trouxe uma renovação política, com 
transformações profundas e decisivas no estilo de governar. Getúlio Vargas nomeou Pedro Ludovico Teixeira 
como interventor de Goiás. O seu governo passou a propor como objetivo primordial o desenvolvimento do 
Estado de Goiás, que foi marcado pela construção de Goiânia. 
 
6 - A administração política de 1930 até os dias atuais 
Um dos principais projetos do governo de Getúlio Vargas, após a vitoriosa Revolução de 1930, foi o da 
Marcha para Oeste, que tinha como objetivo promover o desenvolvimento populacional e a integração 
econômica de áreas pouco povoadas e desenvolvidas das regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil. No entanto, 
os resultados do projeto foram modestos. 
Goiás teve papel central nesse momento histórico, já que o primeiro passo da Marcha para o Oeste foi a 
construção de Goiânia. A nova capital era um símbolo do novo em contraposição ao velho (a oligarquia e o 
coronelismo típico da era do café-com-leite). Era o Brasil deixando de ser rural e oligárquico para se inserir 
no contexto urbano-industrial. 
A "Marcha para o Oeste" definiu-se assim como uma das faces da política econômica de Vargas, necessária 
para a consolidação global dos planos presidenciais. Foi dentro desta política federal de "Marcha para o 
Oeste" que se deu a construção de Goiânia, marco fundamental deste primeiro ciclo de expansão de Goiás 
sob novos moldes. 
Goiânia não representou apenas uma cidade a mais no Brasil. Foi o ponto de partida de um ciclo de expansão 
do Oeste, fator de desenvolvimento nacional, fator de unificação política. Goiânia seria uma nova forma de 
bandeirantismo. 
 
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6.2 Era de Pedro Ludovico (Ludoviquismo/1930-1945) 
Vitorioso o movimento revolucionário de 1930, Pedro Ludovico passou a representante de uma “nova” 
ordem política no Estado. Se, por um lado, os novos donos do poder não representavam interesse de uma 
burguesia ou de um proletariado, também não representavam,literalmente, os interesses dos novos grupos 
políticos em ascensão, principalmente do sul e do sudoeste do Estado. 
A construção da nação brasileira foi uma proposta de Getúlio Vargas. Ocupar o interior do país, seus espaços 
vazios, povoar para melhor defender o território. Tanto era uma necessidade da expansão do capitalismo, 
que buscava novas áreas para vender seus produtos e comprar alimentos, quanto uma necessidade de 
segurança nacional para melhor controlar as riquezas do país. É nesse contexto histórico e político que deve 
ser entendida a grande obra de Pedro Ludovico: a construção de Goiânia. 
As Colônias Agrícolas 
A par do estímulo à fundação de Goiânia, centro dinamizador da região, o Governo Federal prosseguiu a sua 
política de interiorização através da fundação de várias colônias agrícolas espalhadas pelas áreas mais frágeis 
do País. Em Goiás, esta política foi concretizada na criação da Colônia Agrícola Nacional de Goiás (CANG), 
em 1941, e na ação da Fundação Brasil Central. 
Estes empreendimentos deram um novo impulso na expansão rumo ao Oeste. A cidade de Ceres e Carmo 
do Rio Verde são representantes deste momento de ocupação. Esta ocupação pode também ser chamada 
de ocupação planejada. 
A Era Vargas se estendeu de 1930 a 1945. O Estado Novo, a ditadura de Getúlio Vargas, entre 1937 a 1945. 
6.2.1 - Processo Histórico da Formação de Goiânia 
A história de Goiânia começa com as primeiras ideias de mudança da Capital em 1753, proposta pelo, então 
governador da Capitania de Goiás, Dom Marcos de Noronha, Conde dos Arcos, que ambicionava transferir 
a capital de Vila Boa para Meia Ponte, atual Pirenópolis. 
Em 1830, Miguel Lino de Morais, segundo presidente da Província de Goiás, no Período Imperial, propôs 
que a capital fosse transferida para a região do Tocantins, próximo ao atual município de Niquelândia. 
Segundo ele, "a mudança da Capital para uma região mais povoada e de comércio mais fraco, é uma medida 
a ser tomada com urgência". Àquela altura, Vila Boa sofria com a estagnação econômica provocada pelo fim 
do ciclo do ouro na região. Na cidade de Vila Boa, já não se construía mais do que uma casa por ano. 
O tema vai ser retomado por outro presidente da província de Goiás, José Vieira Couto de Magalhães, em 
1863, no seu livro Primeira Viagem ao Rio Araguaia, onde descreveu a situação decadente de Vila Boa: 
“Temos decaído desde que a indústria do ouro desapareceu. Ora, a situação de Goiás era aurífera. Hoje, 
porém, está demonstrado que a criação do gado e agricultura valem mais do que quanta mina de ouro há. 
Continuar a capital aqui, é condenar-nos a morrer de inanição, assim como morreu a indústria que indicou a 
escolha deste lugar “. 
A discussão sobre a necessidade de mudança da capital prosseguiu. A primeira constituição do Estado de 
Goiás, promulgada em 1° de junho de 1891, inclusive as reformas de 1898 e 1918, previa a transferência da 
sede do governo em seu artigo 5°: A cidade de Goiás continuará a ser a capital do Estado, enquanto outra 
coisa não deliberar a Câmara dos Deputados. 
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A Câmara dos Deputados era como se chamava o Poder Legislativo à época. Atualmente denomina-se 
Assembleia Legislativa. 
Em 1919, o Governador Dr. João Alves de Castro inicia um movimento que propõe a necessidade da 
mudança da capital, mas a população da cidade de Goiás manifestou-se contrariamente. 
É fato que com o fim do ciclo do ouro, a cidade de Goiás foi perdendo importância econômica ao longo das 
décadas subsequentes. As cidades envolvidas com a criação de gado e agricultura, localizadas mais ao Sul 
do estado, passaram a ter mais importância do que a capital. 
Com a Revolução de 1930, movimento armado, liderado pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande 
do Sul, Getúlio Vargas tornou-se chefe do Governo Provisório, revogou a Constituição de 1891 e passou a 
governar por decretos. Getúlio nomeou interventores para todos os governos estaduais. Em Goiás, foi 
nomeado o médico Pedro Ludovico Teixeira, que havia lutado na revolução de 1930. 
Pedro Ludovico era um membro da elite política e econômica de Goiás, mas representava a elite do sul 
goiano que prosperou economicamente com a construção da estrada de ferro pela região. 
O interventor buscou romper com tudo o que representava a "velha" capital de Goiás, local onde estavam 
arraigados os antigos oligarcas com suas condenáveis práticas políticas. Os objetivos do seu governo estavam 
em conformidade com a Marcha para o Oeste, movimento criado pelo governo de Getúlio Vargas para 
acelerar o progresso e a ocupação do Centro-Oeste incentivando as pessoas a migrarem para o centro do 
país, onde havia muitas terras desocupadas. A implantação de tal projeto só seria possível com a garantia de 
uma infraestrutura básica ligando o Centro-Oeste ao Sul do País. As medidas adotadas pelo interventor 
foram: a mudança da capital, construção de estradas internas e a reforma agrária. 
Motivações para a mudança da capital 
A Cidade de Goiás estava situada entre serras, em meio a uma bacia, castigada pela 
temperatura muito alta, devido à baixa latitude. O clima era considerado insalubre, a água 
potável, consumida pela população, era transportada na cabeça, em potes, fornecida pelas 
poucas fontes existentes e o terreno rochoso dificultava a criação de uma rede de esgoto. 
Faltavam estradas para uma melhor comunicação com o Centro-Sul e a capital estava 
distante dos trilhos da estrada de ferro. 
Vargas e Ludovico atribuíram ao empreendimento um significado político, ou seja, a 
derrota da oligarquia Caiado, deposta pela Revolução de 1930, que tinha na Cidade de 
Goiás seu principal núcleo de poder. 
Planejamento, construção e inauguração de Goiânia 
O decreto estadual nº 2737, de 20 de dezembro de 1932, criou uma comissão encarregada de escolher o 
local no qual seria construída a nova capital, presidida por Dom Emanuel Gomes de Oliveira, então bispo 
de Goiás. Os trabalhos da comissão foram instalados em 3 de janeiro de 1933. 
Um dos membros da comissão, o coronel Antônio Pireneus de Souza, sugeriu a escolha de três técnicos (os 
engenheiros João Argenta e Jerônimo Fleury Curado e o médico Laudelino Gomes de Almeida) para 
realizarem os estudos das condições topográficas, hidrológicas e climáticas das localidades de Bonfim 
(atual Silvânia), Pires do Rio de Ubatan (atual vila de Egerineu Teixeira, em Orizona) e o povoado do então 
município de Campinas (atual bairro de Goiânia). O relatório final da comissão apontou uma região de 
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fazendas localizada nas proximidades do povoado de Campinas como local ideal para a edificação da 
futura capital. O relatório da comissão, após ser submetido ao parecer dos engenheiros Armando de Godoy, 
Benedito Neto de Velasco e Américo de Carvalho Ramos, foi encaminhado a Pedro Ludovico. 
A preferência governamental era por alguma região com desenvolvimento econômico já avançado. Por isso, 
a escolha da comissão foi o município de Campinas, que possuía forte atividade pecuária. Com o crescimento 
acelerado de Goiânia, Campinas que deu início à então futura capital foi absorvida pela metrópole que surgia 
e tornou-se um bairro: o primeiro e, consequentemente, o mais antigo. 
Houve forte resistência e campanha antimudancista. Os críticos consideravam dispendiosa e desnecessária 
a mudança da capital. Porém, o interventor e a cúpula dos revolucionários de 1930, consideravam a 
construção de uma nova cidade como investimento e não gastos desnecessários. 
Em 6 de julho de 1933,Pedro Ludovico baixou um decreto, encarregando o engenheiro-arquiteto, urbanista 
e paisagista Atílio Corrêa Lima da elaboração do projeto da nova capital. Outro arquiteto-urbanista, 
Armando de Godói, formado na Suíça e na França de onde acabara de voltar, reformula o antigo projeto, 
inserindo o parcelamento do Setor Oeste e fortes mudanças no arruamento do Setor Sul. Em 1935, Armando 
de Godói assina o plano diretor da cidade. 
A pedra fundamental da cidade de Goiânia foi lançada em 24 de outubro de 1933 por Pedro Ludovico 
Teixeira, como homenagem aos 3 anos do início da Revolução de 1930, em pleno altiplano, onde se 
encontra atualmente o Palácio das Esmeraldas, na Praça Cívica. O local foi determinado por Attilio Corrêa 
Lima. 
De acordo com relatos históricos, o nome sugerido para a nova capital de Goiás teria sido “Petrônia”, em 
homenagem ao seu fundador Pedro Ludovico. O jornal O Social havia realizado um concurso cultural com 
seus leitores para o batismo da nova cidade. Dois nomes concorreram: Petrônia e Goiânia. O primeiro foi 
escolhido. Pedro Ludovico, no entanto, por razões que ele nunca revelou a ninguém, preferiu Goiânia. 
Em 02 de agosto de 1935, foi criado, por meio do Decreto Estadual 327, o município da nova capital, Goiânia, 
onde Pedro Ludovico passou a residir. A partir daí, órgãos públicos foram paulatinamente sendo transferidos 
para a nova capital. A efetiva transferência da Capital do estado para Goiânia foi oficializada em 1937 pelo 
Decreto Estadual 1816. 
Antes de ser criado, o município de Goiânia era referido nos documentos oficiais como "futura capital", "nova 
capital" ou simplesmente "nova cidade", o que significa que o município permaneceu, no âmbito legal, 
inominado por dois anos. 
O Batismo Cultural de Goiânia, inauguração oficial de Goiânia, aconteceu somente em 5 de julho de 1942. 
Estava implantada a mais nova Capital do Brasil. Do dia 1º a 11 de julho, a cidade viveu em clima de 
euforia, festas, discursos, sessões solenes, bailes e de inúmeras inaugurações de obras. 
De olho no tempo 
• 1753 - Dom Marcos de Noronha, Conde dos Arcos, governador da Capitania de Goiás apresenta as 
primeiras ideias de mudança da Capital propondo a sua transferência de Vila Boa para Meia Ponte, 
atual Pirenópolis. 
• 1830 - Miguel Lino de Morais, segundo presidente da Província de Goiás, no Período Imperial, propôs 
que a capital fosse transferida para a região do Tocantins, próximo ao atual município de Niquelândia. 
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• 1863 - José Vieira Couto de Magalhães, presidente da província de Goiás, escreveu sobre a situação 
decadente de Vila Boa, no seu livro Primeira Viagem ao Rio Araguaia. 
• 1891 - Primeira constituição do Estado de Goiás, promulgada em 1° de junho, previu a transferência 
da capital do estado. 
• 1919 - João Alves de Castro, governador de Goiás inicia um movimento que propõe a necessidade da 
mudança da capital, mas a população da cidade de Goiás manifestou-se contrariamente. 
• 23/11/1930 - Pedro Ludovico Teixeira é indicado Interventor Federal em Goiás. 
• 20/12/1932 - Decreto Estadual nº 2737 criou uma comissão encarregada de escolher o local no qual 
seria construída a nova capital, presidida por Dom Emanuel Gomes de Oliveira, então bispo de Goiás. 
• 03/01/1933 - Instalada a Comissão para escolha da nova capital de Goiás. 
• 24/10/ 1933 - Lançamento da Pedra Fundamental de Goiânia, por Pedro Ludovico Teixeira. 
• 27/05/1933 - Celebrada a primeira missa na nova Capital, na Praça do Cruzeiro. 
• 2/08/1935 – Decreto Estadual nº 327 cria o município de Goiânia. 
• 07/11/1935 - Decreto Estadual nº 510 nomeia Venerando de Freitas Borges o primeiro prefeito de 
Goiânia. 
• 23/03/1937 – Decreto Estadual nº 1.816 transfere da cidade de Goiás para Goiânia a capital do 
estado. 
• 05/07/1942 - Inaugurada a nova capital de Goiás, Goiânia, por Pedro Ludovico Teixeira, com o seu 
Batismo Cultural. 
A Urbanização de Goiânia 
Como já dissemos, Pedro Ludovico encarregou o arquiteto-urbanista Attilio Corrêa Lima para a elaboração 
do projeto da nova capital em estilo Art Déco. Inclusive, a Pedra Fundamental de Goiânia, lançada em 24 de 
outubro de 1933, teve a sua localização definida por Corrêa Lima. 
O Art Déco expressa a praticidade e a geometria do mundo da máquina, da indústria, da ferrovia. 
Apresentava-se como um estilo que contava com novos materiais, novas técnicas e com uma forte tendência 
à horizontalidade, que procurava provocar, sobretudo, a sensação de monumentalidade. 
Suas fachadas são sobreas, sem excessos e curvas como no neoclássico e do Art Noveau. Sem muita 
decoração, as fachadas são rígidas, com linhas retas, com uma aparência sólida e fria. Com tudo no seu 
devido lugar, organizado, estruturado e limpo. Goiânia é o maior sítio arquitetônico Art Déco da América 
Latina. 
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Antiga Estação Ferroviária de Goiânia, inaugurada em 1950 – estilo Art Déco 
Fonte: Especial: Goiânia 86 anos - Portal Mais Goiás (maisgoias.com.br) 
O traçado de Goiânia se estruturou em três pilares: o sistema viário, o zoneamento e a topografia 
(configuração do terreno). Conforme o plano das cidades francesas, o traçado deveria conter a qualidade 
mais importante: a funcionalidade. 
Posteriormente, o arquiteto-urbanista Armando de Godói reformula o projeto original, mantendo as suas 
referências. A cidade foi dividida em quatro Setores. 
No Setor Central foi dado destaque para a Praça Cívica, sede do Centro Administrativo, de onde se irradiam 
as três principais avenidas (Goiás, Araguaia e Tocantins). Foi aberta a Avenida Paranaíba perpendicularmente 
às três avenidas mencionadas, conectando o Parque Botafogo ao antigo aeroporto (localizado no atual setor 
Aeroporto). 
Foi inserido o parcelamento do Oeste e fortes mudanças no arruamento do bairro Sul, concebendo tal área 
sob forte inspiração do movimento das cidades-jardim, teoria fundada pelo urbanista Ebenezer Howard. No 
Norte, surgiram as primeiras casas do bairro popular. 
Em 1935, Armando de Godói assinou o plano diretor de Goiânia. A execução das obras do plano ficou ao 
encargo dos engenheiros Jerônimo e Abelardo Coimbra Bueno. 
Nas figuras A e B, a seguir, pode-se observar o plano inicial de Goiânia, elaborado por Atílio Correia de 
Lima em 1933 (A) e reformulado por Armando Augusto de Godoy, em 1938 (B). 
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Fonte: https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/13715 com base em Corrêa (1981) 
Nesta outra figura observamos uma imagem da área da Praça Cívica de Goiânia, nos primeiros anos da sua 
construção. 
 
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Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1657128 e Karinne Machado Silva e Geisa Daise Gumiero Cleps - 
https://www.revista.ueg.br/index.php/revistanos/article/view/8453 
A cidade foi planejada para cinquenta mil habitantes. Na época de sua construção, nem Anápolis, a maior 
cidade goiana daquela época contava com tal população. Goiânia gerou muitos negócios e muitas obras 
públicas e de infraestrutura que foram feitas durante sua construção e durante o desenvolvimento noeixo 
Goiânia-Brasília, bem como a construção da ferrovia de Anápolis até a nova capital. 
Os funcionários públicos, servidores efetivos receberam a doação de lotes de terras, mas a regra geral é que 
não foram doadas para iniciativa privada. Veja a propaganda da época para atrair moradores. O principal 
argumento é a especulação imobiliária. 
 
Cartaz incentivando a população brasileira a se mudar para Goiânia, a nova cidade. 
Fonte: Museu Zoroastro Artiaga 
Em 1950, o centro de Goiânia já contava com vários prédios públicos, construídos no estilo Art Déco e 
constituintes de um significativo acervo da arquitetura brasileira. Por esta razão, em 18 de novembro de 
2003, um conjunto de 22 prédios e monumentos públicos localizados no núcleo central de Goiânia e do 
antigo bairro de Campinas foram tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 
(Iphan) como patrimônio histórico e artístico nacional. 
Com o passar dos anos, o planejamento e os anseios do projeto original são abandonados ou modificados 
por interesses diversos. Até a década de 1950, o plano original foi respeitado. 
Entre as décadas de 1940 e de 1950, a nova capital de Goiás já registrava um crescimento superior ao 
planejamento inicial, que era de 50 mil habitantes. Da população de mais de 53 mil pessoas em 1950, cerca 
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de 40 mil (cerca de 75%) viviam em território urbano, formado basicamente pelos bairros Centro, Norte, Sul, 
Oeste e cidade satélite. 
Até 1955 Goiânia experimentou um crescimento considerado moderado para uma cidade recém-
implantada. No entanto, vários fatores levaram a um considerável aumento do crescimento demográfico da 
capital: 
• A retomada da política de interiorização do governo de Getúlio Vargas entre 1951 e 1954, com o 
estímulo a ocupação a ao povoamento do Centro-Oeste brasileiro; 
• A chegada da ferrovia à Goiânia, em 1951; 
• A construção das usinas hidrelétricas do Rochedo (1955) e Cachoeira Dourada (1959), que ampliaram 
a oferta de energia para Goiás; 
• A construção de Brasília entre 1956 a 1960; e 
• As obras viárias, como a BR-153 (Belém-Brasília) que promoveram a ligação do Planalto Central com 
o resto do País. 
Em 1960, Goiânia já contava com mais de 150 mil habitantes. Nos anos de 1970 ocorreu o processo de 
expansão urbana de Goiânia através de três grandes vetores simultâneo: 
• O avanço sobre as zonas rural e de expansão urbana, fazendo surgir os primeiros fatores de 
segregação socioespacial (bolsões de miséria); 
• Proliferação de loteamentos clandestinos e de loteamentos irregulares; 
• Ocorreram também as ocupações irregulares de grandes áreas ociosas tanto na zona rural quanto na 
zona de expansão urbana, a partir de ações organizadas pela população. 
Nos anos de 1980/1990, houve o avanço de novos loteamentos sobre o que ainda restava de área rural e a 
remoção da população de baixa renda que se encontrava no caminho das imobiliárias, revalorizando e 
potencializando o mercado imobiliário. 
Na década de 1990, Goiânia consolidou-se como o núcleo de uma metrópole, uma metrópole regional, que 
alcançou uma população com mais de 1,5 milhões de habitantes no ano de 2000. Atualmente, a capital 
engloba mais de 1,5 milhões de moradores em seu município e mais de 2,6 milhões em sua região 
metropolitana. 
 
6.3 República Populista (1945-1964) 
De acordo com o cientista político Francisco Weffort, o populismo “é fenômeno das regiões atingidas pela 
intensificação do processo de urbanização. Estabelece suas raízes mais fortes em São Paulo, região de mais 
intenso desenvolvimento industrial no país (...) É, no essencial, a exaltação do poder público, é o próprio 
Estado colocando-se, através do líder, em contato direto com os indivíduos reunidos na massa (...) A massa 
se volta para o Estado e espera o sol ou a chuva, ou seja, entrega-se de mão dadas aos interesses 
dominantes”. 
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Embora iniciada já na Era Vargas, foi no período que se estende de 1945 a 1964 que a política populista mais 
se desenvolveu, em consonância com os fenômenos da urbanização e da industrialização. Foi o período em 
que a população urbana ultrapassou a rural e em que o produto industrial predominou sobre o agrícola. 
Brasil e Goiás: destinos do Executivo 
A queda de Getúlio Vargas implicou também na queda de Pedro Ludovico Teixeira. Mas nem um, nem outro 
perderam o seu prestígio. Ambos voltaram nos braços do povo nas eleições de 1950. 
Em 1946, no plano nacional, foi eleito para a presidência da República, o General Eurico Gaspar Dutra e no 
plano regional, Jerônimo Coimbra Bueno. 
Governadores de Goiás na República Populista (1945-1964) 
✓ Eládio de Amorim (1945-1946) 
✓ Felipe Antônio Xavier de Barros (1946) 
✓ Belarmindo Cruvinel (1946-1947) 
✓ Jerônimo Coimbra Bueno (1947-1950) 
✓ Hosanah de Campos Guimarães (1950-1951) 
✓ Pedro Ludovico Teixeira (1951-1954) 
✓ Jonas Ferreira Alves Duarte (1954-1955) 
✓ José Ludovico de Almeida (1955-1959) 
✓ José Feliciano Teixeira (1959-1961) 
✓ Mauro Borges Teixeira (1961-1964) 
O governo de Jerônimo Coimbra Bueno (1947-1950) 
Jerônimo Coimbra Bueno foi um dos engenheiros que dirigiu a execução de obras civis da construção de 
Goiânia. Foi o primeiro governador a ser eleito pelo voto universal (masculino e feminino) direto em Goiás. 
No seu governo houve uma importante melhoria genética do rebanho bovino goiano, graças à importação 
de tourinhos indianos pelo Estado. Estimulou, também, a abertura de campos de aviação. 
O governo de Pedro Ludovico Teixeira (1951-1954) 
Investiu no setor energético e de transportes e reprimiu os camponeses na luta pelo arrendamento de terras 
na região da estrada de ferro. 
O Governo de José Ludovico de Almeida (1955‐1959) 
Também conhecido como Juca Ludovico. Criou o Conselho Superior de Planejamento Administrativo e a 
Centrais Elétricas de Goiás S/A, em 1955. Apoiou Juscelino Kubitschek (JK) na construção de Brasília. 
Combateu a grilagem de terras. 
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O governo de José Feliciano Ferreira (1959-1961) 
As preocupações centrais do seu governo foram os setores de energia e de transporte. Também combateu 
a grilagem de terras e desenvolveu uma política agrária, com extensão rural de ajuda aos camponeses. Criou, 
em 1959, a ACAR-GO (Associação de Crédito e Assistência Rural de Goiás). 
O governo de Mauro Borges Teixeira (1961-1964) 
A década de 1960 teve início sob um clima de grande expectativa de progresso em todo o Brasil. Afinal, o 
período do governo de Juscelino Kubitschek chegou a ser considerado o período dos “anos dourados”. Em 
Goiás, foi eleito para o governo do estado o filho de Pedro Ludovico Teixeira, o militar Mauro Borges Teixeira. 
Era um político que representava, de certa forma, a ideia de continuidade do desenvolvimentismo. 
Entre seus planos incluía-se a elaboração de um pioneiro projeto de desenvolvimento para Goiás, que seria 
sustentado pela mineração, cujo potencial viria a ser explorado pela empresa Metais de Goiás S.A. 
(METAGO). Além das atividades da mineração, estava previsto o incremento da produtividade agropecuária, 
porém o mandato de Mauro Borges acabou encerrando-se de forma prematura. 
O Governo de Mauro Borges foi o primeiro em Goiás planejado tecnicamente, com base em um estudo da 
Fundação Getúlio Vargas sobreo potencial do estado e de suas carências, “O Plano MB”. No seu governo 
foram criadas várias empresas estatais para suprir carência de investimento da iniciativa privada nesses 
setores: 
* Cotelgo (telefones, Companhia Telefônica de Goiás); 
* Metago (minérios, Metais de Goiás); 
* lquego (medicamentos, Indústria Química do Estado de Goiás); 
* Casego (armazenamento agrícola, Companhia de Armazéns e Silos do Estado de Goiás); 
* Crisa (rodovias e estradas); 
* Osego (saúde, Organização de Saúde do Estado de Goiás); 
* Caixego (finanças, Caixa Econômica do Estado de Goiás); 
* Cosego (seguros); 
* Saneago (saneamento básico); 
* ldago (política agrária) 
* Ciago (Companhia de Abastecimento do Estado de Goiás); 
* Superam (Superintendência do Plano de Obras); 
* Cepaigo (Centro Penitenciário Agrícola e Industrial do Estado de Goiás); 
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O ldago (Instituto de Desenvolvimento Agrário de Goiás) foi responsável pela implantação em Goiás dos 
combinados agrourbanos inspirados no modelo de colonização agrícola de Israel, os Kibutz. 
A liderança de Mauro Borges, segundo destaca o jornalista Hélio Rocha no livro “Os Inquilinos da Casa Verde 
– Governos de Goiás de Pedro Ludovico a Maguito Vilela”, fortaleceu-se a partir de 1961, quando ele aliou-
se ao governador do Rio Grande do Sul na Campanha da Legalidade, isso fez com que os militares o 
derrubassem. Em 01/04/64, um movimento golpista militar é vitorioso e uma junta militar assume o poder, 
depondo João Goulart, que assumira com a renúncia de Jânio Quadros. 
Em princípio, Mauro Borges foi a favor do movimento militar. O apoio durou pouco. Enfrentou resistência 
interna de políticos opositores, que apoiavam o golpe de Estado. Esses adversários municiavam os militares 
com acusações contra Mauro Borges até outubro de 1964, quando o confronto parecia inevitável. O 
rompimento final foi em 26 de novembro de 1964, quando o Palácio das Esmeraldas foi cercado e Mauro 
Borges deposto. 
Segue-se o período dos interventores até a nova eleição, marcada para 1965. Após a queda de Mauro, e por 
dois meses, assume o oficial do Exército Carlos de Meira Mattos. De janeiro de 1965 a janeiro de 1966, 
comanda o estado o oficial do Exército Emílio Rodrigues Ribas Júnior. 
 
6.4 República Militar (1964-1985) 
O governo de Ribas Junior (1965-1966) 
O General Emilio Rodrigues Ribas Junior exerceu em Goiás um mandato-tampão até a realização das eleições 
de 1965. O governo do general não se preocupou em criar novos programas, apenas deu continuidade às 
obras iniciadas e paralisadas com o brusco afastamento de Mauro Borges. 
O governo Otávio Lage (1966-1971) 
Otávio Lage de Siqueira governou Goiás entre 31 de janeiro de 1966 até março de 1971, quando o país já 
vivia sob os anos de chumbo da ditadura. O seu governo enfrentou várias crises políticas (a Assembleia 
Legislativa tinha maioria oposicionista), mas do ponto de vista administrativo conseguiu realizar várias obras, 
como: pavimentação de rodovias, postos de saúde no interior, construção de dezenas escolas, início da 
construção do Hospital Materno-infantil e conclusão da segunda etapa da usina hidrelétrica de Cachoeira 
Dourada. 
O governo de Leonino Caiado (1971-9175) 
Leonino Di Ramos Caiado assumiu a prefeitura de Goiânia em 1969, quando o então prefeito Íris Rezende 
teve os direitos políticos cassados pela ditadura militar. Em 1971, assumiu o governo do estado em eleição 
indireta realizada pela Assembleia Legislativa. 
Suas principais realizações administrativas foram a construção do Estádio Serra Dourada e do Autódromo 
Internacional de Goiânia, que acabaram por projetar positivamente a capital. Deu atenção ao campo, criando 
o Goiás rural e expandindo as áreas de produção agropecuária em Goiás. 
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O governo de Irapuã Costa Júnior (1975-1979) 
Irapuã Costa Júnior iniciou sua carreira como prefeito indicado de Anápolis, considerado pelos militares 
como município de segurança nacional, por causa da base aérea. Assumiu o governo do estado em 1975 sob 
protesto da bancada do MDB (oposição), que discordava das eleições indiretas. Deu atenção ao norte do 
estado (hoje Tocantins) e, dentre outras obras, construiu a ponte sobre o Rio Tocantins em Porto Nacional. 
Iniciou a implantação do DAIA (Distrito Agroindustrial de Anápolis). 
O governo Ary Valadão (1979-1983) 
Apadrinhado pelo poderoso General Golbery do Couto e Silva, eminência parda do regime militar, Ary Ribeiro 
Valadão assume o poder, eleito indiretamente pela Assembleia Legislativa. 
Devido à anistia decretada por Figueiredo, enfrentou forte oposição ao seu governo, pois várias lideranças 
que estavam com direitos políticos cassados voltaram à atividade. Deu especial atenção ao norte do estado, 
hoje Tocantins, inclusive, devido a esse respaldo político, chegou a exercer um mandato de Deputado Federal 
naquela recém-criada unidade da federação. Sua maior realização administrativa foi o Projeto Rio Formoso, 
de agricultura irrigada. 
 
6.5 A redemocratização e o período democrático (1983 até os dias atuais) 
O governo Íris Rezende (1983‐1986) 
As pressões pelo fim da ditadura e da crise econômica causaram muitas manifestações populares e de 
setores da sociedade, destacando-se as greves dos metalúrgicos do ABC Paulista e as ações promovidas por 
outras organizações, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Conferência Nacional dos Bispos do 
Brasil (CNBB), Conselho Indigenista Missionário (CIMI) etc. O processo de abertura política teve um início 
“lento, seguro e gradual” a partir do governo do Presidente Geisel, mas, concretizou-se somente no mandato 
de seu sucessor, o General João Baptista de Oliveira Figueiredo. 
Com a recuperação dos seus direitos políticos, em 1982, e com o apoio de uma “frente” de oposição ao 
oficialismo, Íris Rezende consegue se eleger governador de Goiás, o primeiro eleito pelo povo (voto direto) 
após o regime militar. Em Goiás, o governo de Íris transcorreu em sincronismo com as medidas de transição 
política para a redemocratização do País. 
Íris adotou um governo de estilo populista, “Governador dos Mutirões”, dando ênfase à construção de 
moradias em sistema de mutirão mobilizando estado/prefeitura/povo. Nesse primeiro mandato como 
governador, Íris aumentaria em 2,5 vezes a quantidade de rodovias pavimentadas e faria 14.000 kms de 
redes de energia, investindo pesado em infraestrutura. A grande crítica que se faz a esse seu governo seria 
a de que o social teria ficado relegado a um segundo plano. 
Administrativamente, o governo baixa o chamado “Decretão”, visando coibir os abusos empreguistas do 
governo anterior. Foi uma medida extrema. Com maior critério, o Estado voltou a absorver os funcionários, 
reforçando a função do “Estado de Obras”, numa estrutura social que era incapaz de absorção da mão-de-
obra por outras vias. Seu governo cria o Estatuto do Magistério, antiga solicitação dos professores. 
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De maneira geral foi um governo de caráter reformista que tentou recolocar o estado nas vias de crescimento 
econômico. A partir desse momento, Íris Rezende vai se tornar uma das principais lideranças políticas de 
Goiás e vai projetar-se nacionalmente, assumindo inclusive o Ministério da Agricultura e depois o Ministérioda Justiça. Dará, dessa forma, início a um ciclo político conhecido por lrismo. 
O governador Íris Rezende Machado foi nomeado Ministro da Agricultura do governo José Sarney e seu 
mandato foi completado pelo vice-governador Onofre Quinan (1986/87), que deu grande ênfase ao setor de 
transportes, pavimentando estradas escoadoras da produção rural. 
O governo de Henrique Santillo (1987-1991) 
Henrique Antônio Santillo foi um dos governadores eleitos pelo PMDB na esteira de sucessão do Plano 
Cruzado, que depois foi taxado de estelionato eleitoral. Possuía um ousado programa desenvolvimentista, 
mas acabou dando prioridade às áreas de saúde e saneamento. 
Seu governo enfrentou uma catástrofe de proporções mundiais, o acidente com o Césio 137, logo no sexto 
mês, o que demandou vultosa soma de recursos e projetou negativamente a imagem de Goiânia e de Goiás. 
 
Criação do Estado do Tocantins 
Outro acontecimento importante e marcante dessa época foi a criação do Estado do Tocantins, previsto no 
capítulo sobre Ato das Disposições Constitucionais, da Constituição da República de 1988. A nova unidade 
federativa nascia com um território de 277.322 quilômetros quadrados, área que foi desmembrada da região 
norte de Goiás e passava a integrar a Região Norte do País. 
O movimento separatista era antigo, surgido em 1821. Embora naquela ocasião o movimento tivesse sido 
reprimido por D. Pedro I, a questão continuou a provocar debates acalorados durante as sessões do 
Legislativo Provincial/Estadual e no Legislativo Federal, gerando focos de rivalidade política entre as 
oligarquias goianas, que se dividiam em “favoráveis” e “francamente contrárias” ao desmembramento do 
território. No Período Republicano, com maior autonomia para os Legislativos Estaduais, sempre, o grupo 
que defendia a manutenção da integridade territorial do estado obtinha vitória na Assembleia Legislativa 
Estadual. 
Veja a íntegra do artigo 13 do Ato das Disposições Constitucionais e Transitórias, da Constituição Federal 
que criou o Tocantins: 
Art. 13. É criado o Estado do Tocantins, pelo desmembramento da área descrita neste 
artigo, dando-se sua instalação no quadragésimo sexto dia após a eleição prevista no § 3º, 
mas não antes de 1º de janeiro de 1989. 
§ 1º - O Estado do Tocantins integra a Região Norte e limita-se com o Estado de Goiás pelas 
divisas norte dos Municípios de São Miguel do Araguaia, Porangatu, Formoso, Minaçu, 
Cavalcante, Monte Alegre de Goiás e Campos Belos, conservando a leste, norte e oeste as 
divisas atuais de Goiás com os Estados da Bahia, Piauí, Maranhão, Pará e Mato Grosso. 
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§ 2º - O Poder Executivo designará uma das cidades do Estado para sua Capital provisória 
até a aprovação da sede definitiva do governo pela Assembleia Constituinte. 
§ 3º - O Governador, o Vice-Governador, os Senadores, os Deputados Federais e os 
Deputados Estaduais serão eleitos, em um único turno, até setenta e cinco dias após a 
promulgação da Constituição, mas não antes de 15 de novembro de 1988, a critério do 
Tribunal Superior Eleitoral, obedecidas, entre outras, as seguintes normas: 
I - o prazo de filiação partidária dos candidatos será encerrado setenta e cinco dias antes 
da data das eleições; 
II - as datas das convenções regionais partidárias destinadas a deliberar sobre coligações e 
escolha de candidatos, de apresentação de requerimento de registro dos candidatos 
escolhidos e dos demais procedimentos legais serão fixadas, em calendário especial, pela 
Justiça Eleitoral; 
III - são inelegíveis os ocupantes de cargos estaduais ou municipais que não se tenham 
deles afastado, em caráter definitivo, setenta e cinco dias antes da data das eleições 
previstas neste parágrafo; 
IV - ficam mantidos os atuais diretórios regionais dos partidos políticos do Estado de Goiás, 
cabendo às comissões executivas nacionais designar comissões provisórias no Estado do 
Tocantins, nos termos e para os fins previstos na lei. 
§ 4º - Os mandatos do Governador, do Vice-Governador, dos Deputados Federais e 
Estaduais eleitos na forma do parágrafo anterior extinguir-se-ão concomitantemente aos 
das demais unidades da Federação; o mandato do Senador eleito menos votado extinguir-
se-á nessa mesma oportunidade, e os dos outros dois, juntamente com os dos Senadores 
eleitos em 1986 nos demais Estados. 
§ 5º - A Assembleia Estadual Constituinte será instalada no quadragésimo sexto dia da 
eleição de seus integrantes, mas não antes de 1º de janeiro de 1989, sob a presidência do 
Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Goiás, e dará posse, na mesma data, 
ao Governador e ao Vice-Governador eleitos. 
§ 6º - Aplicam-se à criação e instalação do Estado do Tocantins, no que couber, as normas 
legais disciplinadoras da divisão do Estado de Mato Grosso, observado o disposto no art. 
234 da Constituição. 
§ 7º - Fica o Estado de Goiás liberado dos débitos e encargos decorrentes de 
empreendimentos no território do novo Estado, e autorizada a União, a seu critério, a 
assumir os referidos débitos. 
O acidente com o Césio 137 
Em 13 de setembro de 1987, dois catadores de sucata encontraram nas ruínas do prédio onde funcionava a 
antiga Santa Casa – nela ficava o Instituto Goiano de Radiologia – um aparelho abandonado de raios-X. 
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Roberto dos Santos e Wagner Mota invadiram o prédio abandonado e observaram um volume muito pesado, 
constatando ser um bloco de chumbo, venderam para o dono de um pequeno ferro-velho, Devair Alves 
Ferreira, que morreu sete anos depois. Este, vendo a luminosidade estranha e bonita da pedra, fez um anel 
para a sua esposa, Maria Gabriela Ferreira, com fragmentos do Césio-137. Maria teve o seu braço amputado 
no dia seguinte, devido à alta intensidade dos raios gama (morreu em 23/10/1987 – primeira vítima) 
Outra vítima, considerada o retrato da tragédia, Leide das Neves Ferreira, depois de brincar com o pó azul, 
ingeriu involuntariamente pequenas quantidades de Césio. A menina de seis anos foi a vítima com a maior 
dose de radiação do acidente. Não conseguiu sobreviver e morreu no dia 23 de outubro de 1987, duas horas 
depois da tia. 
Mais de mil pessoas foram contaminadas por radiação de Césio-137. Na ocasião, quatro morreram. Mas, 
estima-se que dezenas de pessoas faleceram em consequência de complicações desenvolvidas a partir da 
contaminação pelo césio 137. 
A tragédia causou uma comoção nacional, mas também gerou, na época, uma discriminação contra os 
goianos. Ainda hoje, uma associação de vítimas luta para resgatar a cidadania dessas pessoas que foram 
contaminadas. 
O segundo governo de Íris Rezende (1991-1994) 
Íris Rezende assume o segundo mandato encontrando o Estado completamente sucateado. São suas essas 
palavras: "Recebo um governo literalmente arrasado. O funcionalismo público desmotivado e desmobilizado 
porque não recebe seus vencimentos há cinco meses. Hospitais e postos de saúde funcionando 
precariamente por falta de equipamentos, remédios e condições mínimas de trabalho. Rodovias 
intransitáveis. Calendário escolar comprometido. Instituições financeiras falidas. E a receita com níveis 
baixíssimos". 
Houve uma intensificação maciça na fiscalização dos impostos e um esforço concentrado de arrecadação. A 
receita elevou-se 18% já nos primeiros meses. Com isso, o pagamento do funcionalismo foi normalizado. O 
governo voltou a investir novamente em pavimentação e iniciou a quarta etapa de Cachoeira Dourada. 
Expandiram-se os distritos agroindustriais através do programa FOMENTAR.Mais uma vez, o social foi 
relegado a um segundo plano. 
O endividamento do Estado cresceu de maneira preocupante. Íris e o seu vice, Maguito Vilela, 
desincompatibilizaram-se seis meses antes do término do mandato para concorrerem, respectivamente, aos 
cargos de senador e governador. Assume o poder, dessa forma, o Presidente da Assembleia Legislativa, 
Agenor Rezende, que vai exercer um mandato-tampão até a posse do próximo governador. 
O governo Maguito Vilela (1995-1998) 
Luís Alberto Vilela, mais conhecido como Maguito Vilela, realizou um governo pautado na atenção às classes 
menos favorecidas. Criou a Secretaria de Solidariedade Humana que, segundo seu governo era um 
compromisso de resgate da cidadania, contra a fome e a miséria. Duzentos e cinquenta mil famílias passaram 
a desfrutar isenção do pagamento de taxas de água e luz e oitocentas mil pessoas foram beneficiadas com o 
acesso a cestas básicas distribuídas pelo governo. Lotes foram distribuídos à população mais pobre. Seus 
programas sociais o colocaram no topo das pesquisas de opinião pública como o governador mais popular 
do Brasil e recebeu elogios do sociólogo Betinho e do Unicef. 
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Houve avanço nas áreas de saneamento básico e na educação. Algumas rodovias foram pavimentadas e 
outras duplicadas. Mas, todo esse investimento esgotou a capacidade de endividamento do estado e 
transformou Goiás num polo de atração de miseráveis do Brasil inteiro, superlotando a periferia de Goiânia 
e o entorno do Distrito Federal, que se transformou numa das regiões mais violentas do Brasil. 
No governo Maguito, a Usina Hidrelétrica de Cachoeira Dourada foi privatizada. Maguito era o candidato 
natural à reeleição em Goiás, mas Íris Rezende temendo ver o seu brilho político ofuscado pela meteórica 
ascensão do seu apadrinhado político, convenceu-o a disputar o Senado e candidatou-se pela terceira vez a 
governador do Estado. Íris foi derrotado por Marconi Perillo. 
O primeiro e o segundo governo de Marconi Perillo (1999-2002/2003-2006) 
Eleito governador de Goiás com apenas 35 anos de idade, tornando-se então o mais jovem governador do 
Brasil. Nessas eleições, as pesquisas indicavam um grande favoritismo do ex-governador e então senador Íris 
Rezende, ex-colega de legenda de Perillo e a principal liderança política do Estado à época. 
Com o mote de um "tempo novo" para a política e para o governo do Estado, Perillo inesperadamente 
derrotou Rezende no segundo turno e assumiu o governo de Goiás. 
Marconi Perillo faz uma administração pautada no incentivo fiscal para as empresas que quisessem se 
instalar em Goiás, desagradando os interesses dos estados centrais (estados mais ricos), como São Paulo. O 
Estado se industrializou com a chamada “guerra fiscal”. Marconi fez, em seu governo, várias viagens com a 
finalidade de abrir os mercados nacionais e internacionais aos produtos goianos. 
Características: 
- Foi o primeiro governador reeleito na história de Goiás; 
- Melhorou a administração pública de Goiás (governo planejado); 
- Criou e ampliou a Universidade Estadual de Goiás (UEG); 
- Desenvolveu a agroindústria; 
- Melhorou a infraestrutura de Goiás. 
Marconi fez um governo histórico em termos de realizações, porém, esgotou a capacidade de endividamento 
do Estado e criou um plano de cargos e salários escalonado que comprometeu as receitas futuras de Goiás. 
Como usou e abusou de incentivos fiscais, entregou o Estado ao seu vice, desincompatibilizando-se seis 
meses antes das eleições, as quais disputou como candidato ao Senado, completamente endividado. 
O governo de Alcides Rodrigues (2006-2010) 
O governo de Alcides Rodrigues enfrentou enormes dificuldades financeiras e uma apatia administrativa. 
Com a estrutura estatal inchada, realizou uma reforma administrativa, com a extinção de vários órgãos 
públicos, fusões e incorporações de vários outros. Reduziu o número de cargos e salários comissionados e 
extinguiu gratificações para vários cargos efetivos. 
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Alcides teve um final de governo melancólico, acusado pelos opositores de ter terceirizado o seu mandato 
para o seu “Supersecretário da Fazenda”, Jorcelino Braga, que agia como uma espécie de “primeiro-ministro” 
e era quem governava de fato. 
Terminou o seu mandato politicamente abandonado, sem conseguir sequer emplacar o seu candidato ao 
segundo turno. Deixou o estado com os cofres completamente vazios, a CELG, estatal de emergia elétrica, 
em situação pré-falimentar, dívidas astronômicas e não quitou a última folha de pagamento do seu mandato, 
o que causou revolta entre o funcionalismo público. Muitos analistas políticos o apelidaram de “o pior 
governador da História de Goiás”. 
Os governantes de 2011 até o presente 
A eleição de 2006 foi uma espécie de revanche: Marconi Perillo x Íris Rezende. Mais uma vez, Marconi levou 
a melhor, elegendo-se para o seu terceiro mandato. Governou de 2011 a 2014. Foi reeleito para um quarto 
mandato, governando de 1º de janeiro de 2015 a 7 de abril de 2018, quando renunciou para concorrer ao 
Senado Federal. 
Com a renúncia de Marconi Perillo, assumiu o vice-governador José Eliton Júnior que governou até o final de 
2018. 
Ronaldo Caiado foi eleito governador de Goiás em 2018, com mandato de 1º de janeiro de 2019 ao final do 
ano de 2022. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
 
1. (UFG-CS/PREFEITURA DE GOIÂNIA/2022) Analise a imagem a seguir. 
 
Disponível em: <https://www.segueviagem.com.br/museu-goiano-crdito-dafoto-goiania-ws/>. Acesso em: 8 mar. 2020. 
O Museu Zoroastro Artiaga é um exemplo do estilo arquitetônico adotado na construção dos primeiros 
edifícios da Praça Cívica, em Goiânia. Esse estilo arquitetônico, que foi inovador em Goiás, é chamado de: 
(A) estilo modernista. 
(B) estilo revivalista. 
(C) estilo Art nouveau. 
(D) estilo Art déco. 
COMENTÁRIOS: 
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O Museu Zoroastro Artiaga foi fundado em 1946, com o nome de Museu Estadual de Goiás. Em 1965, passou 
a ser chamado pelo nome atual, em homenagem ao pesquisador e professor Zoroastro Artiaga, que foi o seu 
primeiro diretor. 
O edifício em que está sediado foi construído em 1942, originalmente para sediar o Departamento de 
Imprensa e Propaganda - DIP. Foi projetado em estilo art déco pelo arquiteto polonês Cazimier Bartochyks. 
Art déco foi um estilo que marcou as construções da sua época, caracterizando-se por suas linhas retas, 
fachadas limpas e sóbrias, provocando uma sensação de monumentalidade. 
Gabarito: D 
2. (UFG-CS/PREFEITURA DE GOIÂNIA/2022) Em 24 de outubro de 1933, houve o lançamento da pedra 
fundamental de Goiânia, a nova capital de Goiás. A 7 de novembro de 1935, realizou-se a “mudança 
provisória”, quando o governador Pedro Ludovico Teixeira deixou Goiás, passando a residir em Goiânia. 
Em 18 de março de 1937, por meio do Decreto n. 1.816, determinou-se a mudança definitiva da sede 
administrativa do estado, da Cidade de Goiás para Goiânia. Porém, a inauguração da cidade e sua 
apresentação para o país se daria

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