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CONTABILIDADE DE 
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Paula Pontes de Campos Rasera 
 
 
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CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, vamos discutir o papel dos instrumentos financeiros nas 
instituições financeiras, principalmente com as normas contábeis, e a 
repercussão da nova norma (CPC 48) no processo de contabilização. Crises 
econômicas e financeiras, comportamento do mercado e relacionamento das 
instituições financeiras com empresas de mercados tradicionais e seus usuários 
certamente repercutem nos padrões de normas contábeis. Trata-se de situações 
emergentes que podem expor as instituições financeiras a riscos financeiros 
graves. 
Assim, a harmonização das normas contábeis internacionais e a 
integração destas com o Sistema Financeiro Nacional do Brasil evidenciam a 
necessidade de adaptação em critérios como reconhecimento, mensuração, 
classificação e impairment, vinculados aos instrumentos financeiros. Entender o 
comportamento do mercado e como as instituições financeiras integram os 
princípios contábeis a esse cenário é o objetivo desta aula. 
Nessa linha, o primeiro tema se refere a normas contábeis relativas aos 
instrumentos financeiros, principalmente para instituições financeiras que 
negociam tais produtos no mercado financeiro. Em seguida, trazemos a 
classificação de instrumentos financeiros, conforme a intenção e o modelo de 
negócios da entidade. Vamos abordar a mensuração de instrumentos financeiros 
e a sua respectiva contabilização. Por fim, apresentaremos as novas 
perspectivas relacionadas a instrumentos financeiros: o IFRS 9. 
CONTEXTUALIZANDO 
Frequentemente considerados bastante complexos e não se ajustando 
realmente aos modelos reais de negócios, os padrões contábeis que tratam dos 
instrumentos financeiros suscitaram, ao longo dos anos, muitas preocupações e 
críticas, tanto dos elaboradores quanto dos usuários das demonstrações 
financeiras, especialmente dos participantes nos mercados financeiros. 
Os emissores argumentam que a complexidade atribuída à contabilização 
de instrumentos financeiros inerente se deve à crescente sofisticação dos 
investidores e ao desenvolvimento sem precedentes da engenharia financeira. 
Os oponentes exigem melhoria e simplificação. 
 
 
3 
Ademais, a contabilidade de instrumentos financeiros tem sido o centro 
de um forte debate desenvolvido em torno do assunto de normas baseadas em 
regras versus normas baseadas em princípios que logo se estenderam às 
normas internacionais (IAS/IFRS). Embora exista essa opinião de que o sistema 
de relatório financeiro com base em regras seja inadequado, também se 
considera, por outro lado, que as normas internacionais, fundamentadas em 
princípios, contêm regras extensas e métodos contábeis opcionais 
profundamente criticados. Esse debate chamou a atenção dos usuários pela 
perturbação dos mercados financeiros causada pela crise econômica. 
Em consequência, o International Accounting Standards Board (IASB) e o 
Financial Accounting Standards Board (FASB) iniciaram vários projetos com o 
objetivo de revisar as questões contábeis que surgiram da crise. Os primeiros 
projetos visavam simplesmente melhorar ou introduzir novas orientações para 
as normas anteriores. No entanto, o principal objetivo é a substituição dos 
padrões existentes por instrumentos financeiros por novos, menos complexos, 
mais relevantes e úteis. 
Nesta aula, analisaremos as disposições do novo IFRS 9 (CPC 48) para 
instrumentos financeiros, com relação à classificação e à mensuração de ativos 
e passivos financeiros. Com isso, pretendemos verificar as instruções do 
Conselho Monetário Nacional, por meio das resoluções e circulares emitidas 
pelo Banco Central do Brasil (BCB), e assim examinar o fluxo atual de literatura 
que trata do processo de substituição dos padrões contábeis e de relatórios 
existentes sobre instrumentos financeiros nas instituições financeiras. 
TEMA 1 – NORMAS CONTÁBEIS RELATIVAS A INSTRUMENTOS 
FINANCEIROS 
Importantes mudanças ocorreram na contabilidade de instrumentos 
financeiros e derivativos em relação ao arcabouço normativo anterior. O 
processo de reconhecimento, mensuração e evidenciação passou do método de 
avaliação por custo histórico em tais operações ao conceito de valor justo. Assim, 
com a perda da relevância do custo histórico para a mensuração desse tipo de 
operação, a avaliação de tais instrumentos é efetuada pela aplicação do valor 
justo, tanto em negociação de títulos em curto prazo como no caso dos 
derivativos (Lopes; Galdi; Lima, 2011). 
 
 
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Nesse contexto, as normas contábeis brasileiras – CPC 38, CPC 39, CPC 
40 e CPC 48 – referentes aos instrumentos financeiros, derivativos e operações 
de hedge são baseadas nas seguintes normas internacionais (IFRS): 
a) IAS 32 (CPC 39) – Instrumentos financeiros: apresentação – 
prescreve os princípios para apresentação e classificação dos 
instrumentos financeiros. 
b) IAS 39 (CPC 38) – Instrumentos financeiros: reconhecimento e 
mensuração – determina os princípios para o reconhecimento e a 
mensuração dos ativos e passivos financeiros, de derivativos e de alguns 
contratos de compra e venda de itens não financeiros que podem se 
encontrar como derivativos (revogada desde 1° janeiro de 2018). 
c) IFRS 7 (CPC 40) – Instrumentos financeiros: divulgações – estabelece 
como devem ser apresentadas as notas explicativas sobre instrumentos 
financeiros nas demonstrações financeiras. 
d) IFRS 9 (CPC 48) – Instrumentos financeiros: reconhecimento, 
classificação, mensuração e contabilidade de hedge – substitui IAS 39 
(CPC 38), revogada a partir de 1° de janeiro, 2018, estabelecendo 
princípios para os relatórios financeiros de ativos financeiros e passivos 
financeiros que devem apresentar informações pertinentes e úteis aos 
usuários de demonstrações contábeis para sua avaliação dos valores, 
época e incerteza dos fluxos de caixa futuros da entidade. 
A origem das normas internacionais provém da tradição jurídica 
denominada common law, ou seja, fundamentada em princípios gerais para 
orientação, e não em regras pormenorizadas. Dessa maneira, é possível 
evidenciar a essência econômica das operações, dado que tais princípios estão 
alicerçados na teoria econômica, contábil e financeira. Já no Brasil, adota-se a 
tradição code law, isto é, o cumprimento estrito das normas. 
Portanto, entende-se que o julgamento realizado por meio das normas 
internacionais considera a essência econômica da operação. Assim, o 
instrumento financeiro é classificado de acordo com a intenção da operação, 
avaliado pelo valor justo e definido pela finalidade da operação – hedge versus 
trading. Para tanto, é fundamental avaliar os efeitos contábeis ex-ante da 
execução da operação (Galdi; Lopes, 2017). 
Os CPCs 39, 40 e 48 compreendem todos os instrumentos financeiros, 
com exceção em abordagem específica em outra norma, tais como: 
 
 
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participações em controladas, coligadas ou empreendimentos controlados em 
conjunto; operações de arrendamento mercantil (exceto quaisquer derivativos 
embutidos e dispositivos sobre desreconhecimento e de redução ao valor 
recuperável); ativos e passivos originados de planos de benefícios a 
funcionários; instrumentos patrimoniais; direitos e obrigações decorrentes de 
contratos de seguro; compromissos de empréstimos; contratos para 
contraprestação contingente em combinação de negócios; transações de 
pagamentos baseadas em ações; direitos a pagamentos de reembolso à 
entidade por gastos incorridos para liquidar um passivo reconhecido como 
provisão (CPC 25); e direitos e obrigações, dentro do alcance do CPC 47, que 
são instrumentos financeiros (Galdi; Lopes, 2017). 
Consideram-se também os dispositivos emitidos pelo BCB por meio da 
Circular n. 3.068/2001, a qual define critérios para registro e avaliação contábil 
de títulos e valores mobiliários;da Circular n. 3.082/2002, que estabelece e 
consolida critérios para registro e avaliação contábil de instrumentos financeiros 
derivativos; da Resolução n. 3.533/2008, que indica procedimentos para 
classificação, registro contábil e divulgação de operações de venda ou de 
transferência de ativos financeiros; e da Resolução n. 3.534/2008, que define 
termos relacionados aos instrumentos financeiros, para fins de registro contábil 
(Lopes; Galdi; Lima, 2011). 
De forma complementar, cabe ressaltar a alteração Lei n. 6.404/1976 pela 
Lei n. 11.638/2007 e pela Lei n. 11.941/2009, segundo a qual as empresas 
brasileiras devem observar a aplicação dos novos conceitos quanto ao método 
de reconhecimento, mensuração e evidenciação dos instrumentos financeiros, 
incluindo derivativos. 
TEMA 2 – CLASSIFICAÇÃO DE INSTRUMENTOS FINANCEIROS 
Os instrumentos financeiros são essenciais na economia de mercado de 
capitais, pois estimulam o fluxo de recursos, ou seja, são mecanismos 
operacionais que auxiliam a transferência de recursos entre poupadores e 
investidores. Distinguem-se em dois tipos: não derivativos e derivativos. 
Define-se instrumento financeiro como um contrato que impõe uma 
obrigação contratual a uma entidade (passivo financeiro ou título patrimonial) e 
que transmite um direito contratual a outra entidade (ativo financeiro). Exemplos 
de ativo financeiro incluem dinheiro, aplicações bancárias, recebíveis, 
 
 
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empréstimos, debêntures, bonds, notes e títulos patrimoniais (equity). No caso 
de passivo financeiro, podemos elencar contas a pagar, duplicatas a pagar, 
depósitos recebidos, empréstimos obtidos e títulos de dívida emitidos. 
Consideram-se títulos patrimoniais: ações, quotas de empresas limitadas, bônus 
de subscrição e opções de ações emitidas pela própria empresa (Lopes; Galdi; 
Lima, 2011). 
Os instrumentos financeiros não derivativos se dividem em: (i) títulos 
públicos federais – LTN, LFT e NTN – emitidos com o objetivo de financiar 
atividade da União (saúde, educação e investimentos em infraestrutura): (ii) 
títulos de dívida privados – debêntures, notas promissórias, Eurobonds e CDB – 
emitidos pelas entidades para captação de recursos; (iii) ações (menor parcela 
do capital social de uma sociedade anônima); e (iv) fundos de investimento que 
corresponde à aplicação em conjunto de recursos oriundos de pessoas 
físicas/jurídicas com objetivos em comum. 
Especificamente, as letras do tesouro nacional (LTN) são títulos públicos 
federais prefixados negociados com deságio sobre o nominal, pelo qual o 
investidor paga uma quantia inferior a seu valor de face; as letras financeiras do 
tesouro (LFT) são títulos públicos federais pós-fixados vinculado à Selic (taxa de 
juros básica); e, as notas do tesouro nacional (NTN) são títulos públicos federais 
para alongar prazo de financiamento da dívida do Tesouro (NTN-B, NTN-B 
Principal, NTN-C, NTN-D e NTN-F). 
Adicionalmente, debêntures são títulos de dívida privados que conferem 
direitos aos seus detentores contra a companhia e podem ser conversíveis ou 
não conversíveis em ações. Notas promissórias são instrumentos de dívida 
emitidos por uma companhia no mercado nacional ou internacional para o 
financiamento de curto prazo; Eurobonds são captações de recursos no exterior, 
emissões de títulos de renda fixa de longo prazo no mercado internacional 
(Bonds longo prazo ou Notes médio prazo); e os Certificados de Depósito 
Bancário (CDB) são títulos nominativos emitidos pelos bancos comerciais e 
vendidos ao público como forma de captação de recursos (CDB-prefixado, CDB-
pós-fixado, CDB com swap). 
Derivativos são instrumentos financeiros que têm o valor alterado devido 
às mudanças nas taxas de juros, de câmbio, de índices de preço, de crédito. Não 
exigem investimento inicial ou apenas menor do necessário e são liquidados em 
 
 
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data futura. Como exemplos, citam-se: contratos a termo, contratos futuros, 
opções e swaps (Pereira; Mello, 2019). 
O objetivo fundamental dos derivativos é a proteção oferecida aos 
agentes econômicos contra os riscos de oscilações de preços, taxas de juros, 
variações cambiais, em suma, qualquer variação que possa impactar os fluxos 
de caixa futuros ou o valor presente de seus ativos. A seguir, analisaremos os 
tipos e características dos principais produtos negociados no mercado de 
derivativos brasileiro. 
Contratos a termo (forward) são acordos de compra e venda de um ativo 
em determinada data futura, por um preço previamente estabelecido. Efetuam a 
proteção de riscos aos produtores/compradores sobre variações de preços e 
taxas. Identifica-se como short position aquele que assume a venda e long 
position aquele que assume a compra. O objetivo desse contrato é a redução da 
incerteza sobre o preço futuro das mercadorias negociadas. Normalmente, as 
partes do contrato são instituições financeiras e clientes ou entre instituições 
financeiras. O contrato é liquidado no vencimento, quando o short entrega o ativo 
e recebe do long o valor ao preço estabelecido. A variável determinante nesse 
contrato é o preço do ativo no mercado, e seu objeto, a movimentação do preço 
que torna o contrato positivo ou negativo. São instrumentos de proteção contra 
oscilação de preços, e não de oferta do ativo. A relevância desse instrumento é 
o resultado financeiro obtido com a compra/venda do contrato, e não o 
recebimento/entrega física do ativo (Galdi; Lopes, 2017; Lopes; Galdi; Lima, 
2011). 
Segue um exemplo para análise: em janeiro de 2017, a empresa, Airflex 
S. A. negociou um contrato a termo de compra de 100 sacas de café para janeiro 
de 2019. A realização do contrato seguiu as condições do mercado, não houve 
custo para a Airflex entrar no contrato e também não foi qualificado como 
instrumento de hedge. O valor justo do contrato termo no final de 2017 aumentou 
para R$ 400/saca, total contrato a termo R$ 40.000. Ao final de 2018, o valor 
justo do contrato a termo diminuiu para R$ 350/saca (total R$ 35.000). Como 
podemos efetuar as contabilizações? A seguir, as demonstrações desse 
exemplo. 
Em janeiro de 2017: o valor justo de um contrato a termo de compra é 𝑓 =
(𝐹0 − 𝐾)𝑒
−𝑟𝑇, em que 𝑓 = valor justo do termo; 𝐾 = preço de entrega do termo 
 
 
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original; 𝐹0 = preço a termo hoje; 𝑟 = taxa de desconto; e 𝑇 = prazo até o 
vencimento do contrato. 
Logo, na data em que a operação é realizada, em condições de mercado, 
𝐹0 = 𝐾, assim o valor justo do contrato a termo é zero. Portanto, nenhum 
lançamento é efetuado. Efetuam-se tão somente os seguintes registros 
contábeis: 
Em dezembro de 2017: 
D – Derivativos: contratos a termo ........................... 40.000 
C – Ganho com derivativos (DRE) ........................... 40.000 
Em dezembro de 2018: 
D – Perda com derivativos (DRE) ............................ 5.000 
C – Derivativos: contratos a termo ........................... 5.000 
Contratos futuros são acordos de compra e venda de um ativo em 
determinada data futura, por um preço previamente estabelecido. 
Diferentemente do contrato a termo, os parâmetros (condições preestabelecidas 
como quantidade, qualidade, vencimento e local de entrega) dos contratos 
futuros são padronizados, tornando-os ativos mais negociáveis em bolsa. 
Apenas um item a ser negociado, o preço. Têm função de proteção de riscos aos 
produtores/compradores sobre variações de preços e taxas. A posição short 
corresponde ao vendedor, e a long, ao comprador. Como objetivo, o contrato 
futuro reduz a incerteza sobre o preço futuro das mercadorias negociadas e 
também elimina limitações, como a dificuldade de encontrar compradores e 
vendedores com necessidades opostas e o risco de inadimplência das partes 
(Galdi; Lopes, 2017; Lopes; Galdi; Lima, 2011). 
Normalmente, as partes do contrato são instituições financeiras e clientes 
ou entre instituições financeiras. As vantagens desse contratosão a 
intercambialidade de posições e ajustes diários para minimização de riscos. A 
intercambialidade é possível devido à padronização dos contratos, trazendo 
agilidade aos negócios do mercado futuro. Pode ser liquidado antes do 
vencimento. A liquidação do contrato é feita na câmara de compensação, e as 
partes envolvidas não se conhecem, reconhecendo assim maior credibilidade ao 
negócio. A padronização dos contratos trouxe liquidez ao mercado e os ajustes 
diários refletem os preços praticados no mercado (market to market). Esses 
 
 
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ajustes propiciam a implementação de garantias eficientes na bolsa (Galdi; 
Lopes, 2017; Lopes; Galdi; Lima, 2011). 
Em contratos futuros, a variável determinante é o preço do ativo no 
mercado e seu objeto se refere à movimentação do preço torna o contrato 
positivo ou negativo. São instrumentos de proteção contra a oscilação de preços, 
e não de oferta do ativo. A relevância desse instrumento é o resultado financeiro 
obtido com a compra/venda do contrato, e não o recebimento/entrega física do 
ativo (Galdi; Lopes, 2017; Lopes; Galdi; Lima, 2011). 
Exemplo: Os principais contratos futuros negociados na B[3] são: DI1 (DI 
de um dia); DOL (dólar comercial); DDI e FRA (cupom cambial sujo e cupom 
cambial limpo); e IND (Ibovespa). Os contratos DI1 comercializam a taxa de juros 
efetiva dos depósitos interfinanceiros definida pela acumulação das taxas diárias 
de DI1; os contratos DOL negociam a taxa cambial de reais por dólar americano 
para entrega no último dia de negociação do contrato; os contratos futuros de 
cupom cambial negociam a diferença entre a taxa de juros e a variação cambial 
para determinado período – no DDI (cupom cambial sujo); a variação cambial é 
mensurada no dólar PTAX do dia anterior, no FRA (cupom cambial limpo), a 
variação cambial é mensurada no dólar à vista do dia; por fim, os contratos IND 
têm por objeto a negociação do índice de ações do segmento Bovespa para o 
último dia de negociação do contrato. 
Swaps são contratos para troca futura de fluxo de caixa ou rentabilidades, 
nos quais as partes se comprometem a trocar, em data futura, os resultados dos 
fluxos concordados. No Brasil, a regulação para swaps é recente. A primeira, 
Resolução n. 2.138/1994, autoriza a realização no mercado balcão de operações 
de swap e opções sobre swap, referenciadas em ouro, taxas de câmbio, taxas 
de juros e índices de preços. São operações de balcão efetuadas geralmente 
para operações de hedge e realizadas entre empresas e bancos (Galdi; Lopes, 
2017; Lopes; Galdi; Lima, 2011). 
Muitos confundem swap com hedge, porém swap é um derivativo que 
pode ser empregado tanto em operação hedge como para especulação. A 
análise de swaps é uma prolongação natural do conhecimento sobre contratos 
futuro e a termo (Hull, 2016). Permite a troca de posições entre agentes, segundo 
certos índices. Representa um acordo privado de intercâmbio futuro de fluxos de 
caixa com base em métodos preestabelecidos e possibilita a proteção aos 
investidores pelos ativos e passivos reais no mercado. 
 
 
10 
Em relação à liquidação financeira do swap, esta equivale ao saldo entre 
dois fluxos de caixa no vencimento. Uma vez publicamente divulgados, os 
indexadores utilizados nos fluxos de caixa dos swaps podem ser: IPCA (Índice 
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) mais cupom, dólar mais cupom, ou 
até mesmo preço de commodities (Galdi; Lopes, 2017; Lopes; Galdi; Lima, 
2011). 
No mercado existem: 
a) Swap de taxas de juros: o mais comum é conhecido por plain vanilla: 
contrato em que a parte Y concorda em pagar à parte X fluxos de caixa 
indexados a juros prefixados sobre um valor principal por determinado 
período, e X concorda pagar Y a taxa flutuante sobre o mesmo valor e 
período. O uso do swap tem efeito de transformar um empréstimo em taxa 
fixa ou flutuante em um empréstimo em taxa flutuante ou fixa. 
b) Swap de moedas: envolve a troca do principal e pagamentos a uma taxa 
prefixada em uma moeda por outro contrato de características 
semelhantes em outra moeda. Ou seja, uma das funções desse swap é 
alterar o empréstimo feito em certa moeda por um empréstimo em 
outra. Na marcação a mercado de pontas do swap, como regra geral, a 
operação é reprecificada, substituindo a taxa contratada originalmente 
pela taxa atual de mercado, considerando o prazo restante a partir da data 
de apuração do valor a mercado (data-base). 
O contrato de Swap cambial com ajuste periódico baseado em Operações 
Compromissadas de um Dia (SCS) é um instrumento que possibilita a redução 
da volatilidade da taxa de câmbio ao BCB. Também atende às demandas do 
mercado local por produtos referenciados à taxa Selic, ao mesmo tempo que 
permite a proteção contra a variação do dólar. Nesse instrumento, uma das 
pontas do swap é remunerada pela taxa Selic, ao passo que a outra é atrelada 
à variação cambial mais o cupom. Denominada de Swap Cambial tradicional, na 
compra pelo BCB de contratos de SCS do mercado. A posição comprada em 
contratos SCS será ativa na taxa Selic e passiva em variação cambial mais 
cupom cambial. Ao vender contratos de SCS ao mercado, a operação é 
denominada Swap Cambial reverso (Galdi; Lopes, 2017; Lopes; Galdi; Lima, 
2011). 
Opções são instrumentos financeiros representados por um contrato que 
concede o direito de negociar a compra ou a venda de um ativo a um preço futuro 
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determinado; por esse direito, o investidor reconhece antecipadamente um 
prêmio ao vendedor. O comprador da opção, titular do contrato, tem uma posição 
“comprada”, ao passo que o vendedor da opção, lançador da opção, tem uma 
posição “vendida”. Ativos-objetos são os produtos negociados pelas opções: 
ações, índices de preços, ouro, dólar, taxas de juros, e assim por diante. O 
detentor de uma opção tem o direito de comprar ou vender determinado ativo a 
um preço predefinido em certa data futura. Esse direito é exercido se as 
condições econômicas forem atraentes para o titular da opção; caso contrário, o 
direito não é exercido, perdendo o prêmio pago (Galdi; Lopes, 2017; Lopes; 
Galdi; Lima, 2011). 
Os produtos e instrumentos financeiros negociados como opções são: 
taxas de juros, taxas de câmbio, produtos agropecuários, índice Bovespa, ouro 
etc. As opções podem ser de dois tipos: europeias ou americanas. Nas opções 
americanas, o direito de compra e venda pode ser exercido pelo titular em 
qualquer momento do prazo da operação; nas europeias, esse direito é válido 
somente na data de vencimento do contrato. Dois tipos de contrato: calls (opções 
de compra) – concessão do direito de compra ao titular de um ativo no futuro a 
um preço determinado, e, ao vendedor, uma obrigação futura em entregar os 
ativos ao preço negociado; puts (opções de venda) – concessão do direito 
de venda ao titular de um ativo no futuro a um preço determinado, e, ao 
vendedor, uma obrigação futura em entregar os ativos-objetos ao preço 
negociado (Galdi; Lopes, 2017; Lopes; Galdi; Lima, 2011). 
A diferença entre contrato futuro e contrato de opção está no fato de que 
o primeiro representa a obrigação de compra ou venda no futuro, e o segundo
corresponde tão somente ao direito do exercício, sem obrigatoriedade. No 
contrato futuro, o risco é maior para o investidor em caso de desvalorização do 
ativo; já no contrato de opção, a perda se limita ao prêmio pago pela opção. 
Também utilizado para proteção (hedge). Exemplo: compra de opções de venda 
de ações a um preço determinado para proteção a uma possível desvalorização 
destas no mercado. O exercício do direito do contrato de opção se relaciona 
diretamente às variações do preço de mercado. Na alta de preços, espera-se 
realizar a opção de compra, e na queda, a opção de venda (Galdi; Lopes, 2017; 
Lopes; Galdi; Lima, 2011). 
Após a exposição sobre os tipos de instrumentos financeiros, podemos 
agora analisar a necessidade da classificaçãodestes em categorias específicas. 
 
 
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Tal classificação resulta da intenção da empresa relacionada ao instrumento 
financeiro e da relevância da informação para sua utilização. A Circular 
3.068/2001, publicada pelo BCB, estabelece critérios para registro e avaliação 
contábil de títulos e valores mobiliários. Assim, por meio do Plano Contábil das 
Instituições do Sistema Financeiro Nacional (Cosif), em seu item 4.1.1, os títulos 
e valores mobiliários se classificam em: 
a) Títulos para negociação – são aqueles adquiridos com o propósito de 
serem ativa e frequentemente negociados. 
b) Títulos disponíveis para venda – são aqueles que não se enquadram na 
classificação de títulos para negociação e tampouco títulos mantidos até 
o vencimento. 
c) Títulos mantidos até o vencimento – são aqueles que a instituição 
financeira tem intenção e capacidade financeira de mantê-los em carteira 
até o vencimento (BCB, [s.d.]a). 
Ademais, conforme prescreve o item 4.1.11 do Cosif, a reavaliação dos 
títulos e valores mobiliários quanto à sua classificação, de acordo com os 
critérios previstos no item 4.1.1, somente poderá ser efetuada por ocasião da 
elaboração dos balanços semestrais (BCB, [s.d.]a). 
Em relação aos instrumentos financeiros derivativos, a classificação 
decorre da intenção da entidade em utilizá-los como proteção (hedge) ou para 
especulação. Entretanto, para comprovar a finalidade de proteção (hedge), a 
empresa deve apresentar uma documentação minuciosa com o intuito de 
demonstrar a efetividade da operação. Uma vez que isso tenha sido 
comprovado, o tratamento contábil será diferenciado aos itens que compõem tal 
operação. Nesse caso, ocorrem três tipos de relações de proteção: (i) hedge de 
valor justo – proteção para exposição a alterações no valor justo de ativo ou 
passivo reconhecido que possa afetar o resultado; (ii) hedge de fluxo de caixa – 
proteção para exposição à variabilidade nos fluxos de caixa que possa afetar o 
resultado; e (iii) hedge de investimento líquido em operação no exterior. 
Na primeira relação de proteção, as variações são contabilizadas no 
resultado juntamente com as variações do item protegido; na segunda, as 
variações são contabilizadas em conta de patrimônio e reclassificadas 
posteriormente para o resultado quando da realização contábil da transação 
protegida; e no terceiro tipo de proteção, os ganhos e perdas são contabilizados 
no patrimônio para equilibrar os ganhos e perdas no investimento, considerando 
 
 
13 
que a parte ineficaz do hedge seja contabilizada no resultado e que tais ganhos 
e perdas serão somente baixados do patrimônio no ato da venda, 
descontinuidade ou perda do valor recuperável do investimento no exterior. 
Esses procedimentos são denominados contabilidade de operações de hedge 
(hedge accounting). 
Por outro lado, se o instrumento financeiro derivativo for utilizado com 
propósito de obtenção de lucros ou mesmo na situação em que a empresa não 
consiga demonstrar a operação de proteção (hedge), o item necessariamente 
deverá ser classificado como valor justo por meio do resultado (VJPR)1 ativo ou 
passivo. Assim, todas as alterações no valor justo do derivativo devem ser 
consideradas no resultado da entidade, e o valor justo do derivativo apresentado 
no Balanço Patrimonial, como ativo ou passivo (Lopes; Galdi; Lima, 2011). 
Ao momento da transação, o ativo será classificado como valor justo por 
meio do resultado (VJPR), quando for de curto prazo a intenção da negociação 
do título, ou derivativo (exceto aqueles designados às operações de hedge) ou 
quando reduzir ou excluir alguma inconsistência de mensuração. 
Para a classificação mantidos até o vencimento (MAV), consideram-se 
os instrumentos financeiros não derivativos com pagamentos fixos ou 
determináveis e com vencimento fixo (conhecido), os quais a empresa possui a 
intenção e a capacidade em mantê-los até o vencimento (exceto aqueles 
qualificados como VJPR, disponíveis para venda ou empréstimos e recebíveis). 
Também são classificados como Empréstimos e Recebíveis (E&R) os 
ativos financeiros não derivativos com pagamentos fixos ou determináveis que 
não sejam cotados em um mercado ativo, como: (i) empréstimos concedidos – 
operações de crédito e financiamento em instituições financeiras; (ii) contas a 
receber; e (iii) mútuos. 
Por fim, a classificação de Disponíveis para venda (DPV) se refere aos 
ativos financeiros não derivativos inicialmente qualificados nessa categoria ou 
aqueles que não se incluem nas categorias acima mencionadas. São ativos 
financeiros cujas condições e momento em que serão negociados ainda não 
 
1 Para aplicar o método da mensuração a valor justo por meio do resultado (VJPR), utiliza-se a 
técnica de valor presente esperado, ou seja, descontam-se dos fluxos de caixa esperados as 
taxas livre de risco (TJLP), utilizando-se a curva de títulos de dívida do governo mais o spread 
corrente de mercado de títulos de dívida corporativos AA observáveis para títulos de dívida do 
governo. Se o instrumento financeiro for designado para mensuração a VJPR, a diferença no 
momento da designação entre o valor contábil, se houver, e o valor justo deve ser imediatamente 
reconhecida no resultado. 
 
 
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foram definidos pela empresa. A Tabela 3 apresenta um breve resumo das 
classificações. 
Tabela 3 – Resumo classificações de Instrumentos Financeiros 
Tipo de instrumento financeiro Classificação 
Investimento em títulos de dívida E&R – MAV – DPV 
Investimento em títulos patrimoniais Disponíveis para Venda (DPV) 
Derivativos 
Valor Justo por meio do Resultado 
(VJPR) 
Empréstimos concedidos e 
recebíveis gerados internamente 
Empréstimos e Recebíveis (E&R) 
Fonte: adaptado de Lopes; Galdi; Lima, 2011. 
Do mesmo modo que o ativo financeiro, os passivos financeiros são 
classificados como valor justo por meio do resultado (VJPR) no reconhecimento 
inicial, quando os títulos forem emitidos com a intenção de negociação 
(recompra) ou derivativos passivos (exceto para aqueles qualificados como 
instrumentos de hedge). Para os passivos financeiros não derivativos que não 
foram classificados como VJPR, são classificados como passivos mensurados 
pelo custo amortizado (PMCA). 
Os contratos híbridos que incluem derivativo embutido2 e um componente 
principal não derivativo seguirão a classificação de ativos financeiros quando 
este for o componente principal. Caso o ativo não seja o componente principal, 
o derivativo embutido deverá ser separado do contrato e classificado como 
derivativo mediante o CPC 48, e o contrato principal deverá ser contabilizado 
conforme pronunciamentos apropriados. Se o contrato híbrido contiver um ou 
mais derivativos embutidos e o componente principal não for um ativo dentro do 
alcance desse pronunciamento, a entidade pode designar todo o contrato híbrido 
como ao valor justo por meio do resultado. 
 
 
2 Derivativo embutido faz com que a totalidade ou parte dos fluxos de caixa, exigido pelo contrato, seja 
modificada de acordo com determinada taxa de juros, preço de instrumento financeiro, preço de commodity, 
taxa de câmbio, índice de preços ou taxas, classificação ou índice de crédito ou outra variável, desde que, 
no caso de variável não financeira, essa variável não seja específica a uma das partes do contrato. 
 
 
15 
TEMA 3 – MENSURAÇÃO DE INSTRUMENTOS FINANCEIROS 
Na mensuração inicial de instrumentos financeiros, exceção feita para o 
contas a receber, que deverão ser reconhecidas no relatório contábil a seu preço 
de transação caso não haja parcela significativa de componente de 
financiamento (CPC, 2016), conforme CPC 47, a entidade deve mensurar o ativo 
financeiro ou o passivo financeiro ao seu valor justo3, mais ou menos, no caso 
de ativo financeiro ou passivo financeiroque não seja ao valor justo pelo 
resultado, os custos de transação diretamente atribuíveis à aquisição ou à 
emissão do ativo financeiro ou passivo financeiro (CPC, 2016). 
Nessa circunstância, observa-se, como regra geral para a mensuração 
inicial de um instrumento financeiro, a adoção do método de mensuração a valor 
justo acrescido dos seus custos de transação. Assim, o preço da transação mais 
recente será considerado a melhor evidência do valor justo corrente, à diferença 
do valor justo por meio do resultado (VJPR) que, na sua apuração do valor justo, 
calcula-se o valor presente esperado, e as variações são contabilizadas no 
resultado. 
Contudo, se o valor justo do ativo financeiro ou passivo financeiro no 
reconhecimento inicial diferir do preço da transação, a entidade deve: 
a) mensurar pelo valor justo, quando comprovado por preço cotado em 
mercado ativo para ativo ou passivo idêntico ou com base na técnica de 
avaliação que utiliza somente dados de mercados observáveis. A 
entidade deve reconhecer a diferença entre o valor justo no 
reconhecimento inicial e o preço da transação como ganho ou perda. 
b) Em todos os demais casos, pela mensuração do valor justo ajustada para 
diferir a diferença entre o valor justo no reconhecimento inicial e o preço 
da transação. Essa diferença diferida como ganho ou perda deve ser 
reconhecida na medida em que resultar de alteração em fator (incluindo o 
tempo) levado em consideração ao precificar o ativo ou o passivo. 
Após o reconhecimento inicial, na mensuração subsequente do ativo 
financeiro, a entidade deve mensurá-lo de acordo com o custo amortizado4; o 
 
3 Valor justo define-se como o “preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela 
transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado na data de 
mensuração” (CPC, 2012). 
4 O custo amortizado de um ativo ou passivo financeiro corresponde ao cálculo do valor contábil bruto. Este 
é o custo amortizado sem deduções para o reconhecimento da provisão para a redução no valor 
recuperável. Exemplo: Valor reconhecido inicialmente do Ativo Financeiro (-) pagamentos do principal (-) 
 
 
16 
valor justo por meio de outros resultados abrangentes5; ou o valor justo por meio 
do resultado (CPC, 2016). Já na mensuração subsequente do passivo 
financeiro, a entidade deve igualmente mensurá-lo ao custo amortizado, 
porém com as seguintes exceções: passivos financeiros ao valor justo por meio 
do resultado; passivos financeiros da transferência do ativo financeiro não 
qualificada para desreconhecimento; contratos de garantia financeira; 
empréstimos com taxa de juros abaixo do mercado; contraprestação em 
combinação de negócios; ao eliminar ou reduzir significativamente 
inconsistência de mensuração ou reconhecimento em virtude da mensuração ou 
do reconhecimento de seus ganhos e perdas em bases diferentes; ou, um grupo 
de passivos financeiros ou ativos financeiros e passivos financeiros administrado 
e seu desempenho é avaliado de acordo com uma estratégia documentada de 
gerenciamento de risco ou de investimento (CPC, 2010 ). 
Para receita de juros, deve ser utilizado o método de juros efetivos. Isso 
é calculado aplicando-se a taxa de juros efetiva ao valor contábil bruto do ativo 
financeiro, exceto por: (a) ativos financeiros comprados ou concedidos com 
problemas de recuperação de crédito. Para esses ativos financeiros, aplica-se a 
taxa de juros efetiva ajustada ao crédito ao custo amortizado do ativo financeiro 
desde o reconhecimento inicial; e (b) ativos financeiros que não são comprados 
ou concedidos com problemas de recuperação de crédito, mas que, 
posteriormente, se tornaram ativos financeiros com problemas de recuperação 
de crédito. Para estes, aplica-se a taxa de juros efetiva ao custo amortizado do 
ativo financeiro em períodos de relatório contábil subsequentes. 
Vamos lembrar um pouco sobre a taxa de juro efetiva? Trata-se de uma 
taxa de juros que corresponde a igual período da formação e incorporação de 
juros ao capital. Ela difere da taxa nominal porque esta usa um prazo de 
referência diferente do prazo de capitalização. 
𝑟 = (1 +
𝑖
𝑛
)
𝑛
− 1 
 
ou (+) amortização acumulada utilizando a taxa de juros efetiva (TJE) = Valor contábil bruto (-) provisão 
para perdas = custo amortizado. 
5 Valor justo por meio de outros resultados abrangentes (VJORA) significa que, ao mensurar o ativo 
financeiro, deverão ser reconhecidas as informações no resultado, e os custos de transação devem ser 
amortizados no resultado, utilizando o método de juros efetivos. Com relação a ativos mensurados ao 
VJORA, a receita de juros, as perdas de crédito esperadas e os ganhos ou perdas cambiais são 
reconhecidos no resultado. Outros ganhos e perdas da mensuração ao valor justo são reconhecidos em 
ORA (outros resultados abrangentes). No momento do desreconhecimento, os ganhos e perdas 
acumulados, anteriormente reconhecidos em ORA, são reclassificados do patrimônio líquido para o 
resultado. 
 
 
17 
Em que, 
𝑟 = taxa de juros efetiva 
𝑛 = periodos 
𝑖 = taxa de juros nominal 
Assim, o método da taxa efetiva de juros é utilizado para calcular o custo 
amortizado de ativo ou de passivo financeiro e alocar a receita ou a despesa de 
juros no período relevante. A taxa efetiva de juros (taxa interna de retorno) é a 
taxa de desconto que, aplicada sobre os pagamentos ou recebimentos futuros 
estimados ao longo da expectativa de vigência do instrumento financeiro ou, 
quando apropriado, por um período mais curto, resulta no valor contábil líquido 
do ativo ou passivo financeiro. Ao calculá-la, a entidade deve estimar os fluxos 
de caixa, considerando todos os termos contratuais do instrumento financeiro 
(por exemplo, liquidação antecipada, opções de compra e derivativos 
semelhantes), mas não deve considerar perdas de crédito futuras. O cálculo 
deve incluir todas as comissões pagas ou recebidas entre as partes do contrato, 
os custos de transação e todos os outros prêmios ou descontos. 
Há a premissa de que os fluxos de caixa e a vida esperada de um grupo 
de instrumentos financeiros semelhantes podem ser confiavelmente estimados. 
Contudo, naqueles raros casos em que isso não é possível, a entidade deve 
utilizar os fluxos de caixa do contrato ao longo de todo o prazo do contrato do 
instrumento financeiro ou grupo de instrumentos financeiros (IFRS, [s.d.]). 
TEMA 4 – CONTABILIZAÇÃO DE INSTRUMENTOS FINANCEIROS 
Para as instituições financeiras, em 2002 houve uma significativa 
alteração nos procedimentos contábeis, por intermédio da Circular n. 3082 do 
BCB em relação às operações com instrumentos financeiros, conforme as 
normas internacionais contábeis. Até aquele momento, o procedimento contábil 
para registro era pelo valor de custo inicial (Ferreira, 2013). 
Assim, desde abril de 2002, a contabilização do resultado apurado em tais 
operações deve ser realizada individualmente, e é vedada a compensação de 
receitas com despesas em contratos distintos. Já na apuração do resultado 
mensal, deve ser realizada a compensação de receitas com despesas 
anteriormente registradas, desde que dentro do próprio semestre e relativas ao 
mesmo contrato. 
 
 
18 
Os instrumentos financeiros devem ser avaliados pelo valor de mercado, 
no mínimo, por ocasião dos balancetes mensais e balanços, computando-se a 
valorização ou a desvalorização, em contrapartida à adequada a conta de receita 
ou despesa, no resultado do período, observadas as particularidades para 
aquelas contratadas com o objetivo de hedge. 
Nesse contexto, seguem exemplos de contabilização referentes às 
operações com instrumentos financeiros derivativos realizadas pelas instituições 
financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BCB. 
Conforme dispositivo4.1, “a”, do Cosif, nas operações a termo, deve ser 
registrado, na data da operação, o valor final contratado, deduzido da diferença 
entre esse valor e o preço à vista do bem ou direito em subtítulo retificador de 
uso interno da adequada conta de ativo ou passivo, reconhecendo as receitas e 
despesas em razão do prazo de fluência dos contratos, no mínimo, por ocasião 
dos balancetes mensais e balanços (BCB, [s.d.]). 
Vejamos: na data de 1° de março de 201X, a instituição financeira efetua 
a compra de R$ 2.000 em ações, com revenda a termo delas por R$ 2.200 para 
31 de março. 
Em 01/03/1X – Registro da compra de ações 
D – Títulos de Renda Variável (Ativo Circulante e RLP6) 2.000 
C – Caixa ou outra disponibilidade (Ativo Circulante e RLP) 2.000 
Registro da venda de contrato a termo 
D – Vendas a Termo a Receber (Ativo Circulante e RLP) 2.200 
C – Títulos de Renda Variável (Ativo Circulante e RLP) 2.000 
C – Rendas a Apropriar por Vendas a Termo (Ativo Circulante e RLP) 200 
 Em 31/03/1X – Reconhecimento dos juros 
D – Rendas a Apropriar por Vendas a Termo (Ativo Circulante e 
RLP) 
200 
C – Outras Rendas Operacionais (Receitas Operacionais) 200 
Registro simplificado da liquidação / recebimento do contrato 
D – Caixa ou outra disponibilidade (Ativo Circulante e RLP) 2.200 
C – Vendas a Termo a Receber (Ativo Circulante e RLP) 2.200 
Conforme dispositivo 4.1, “b”, do Cosif, nas operações com opções, 
deve ser registrado, na data da operação, o valor dos prêmios pagos ou 
 
6 Realizável em longo prazo. 
 
 
19 
recebidos na adequada conta de ativo ou passivo, respectivamente, nela 
permanecendo até o efetivo exercício da opção, se for o caso, quando então 
deve ser baixado como redução ou aumento do custo do bem ou direito, pelo 
efetivo exercício, ou como receita ou despesa, no caso de não exercício, 
conforme o caso (BCB, [s.d.]). 
Incialmente, efetua-se o registro em contas de compensação na 
instituição lançadora da opção de compra de ações: 
D – Contrato de Ações, Ativos Financeiros e Mercadorias (Conta 
de Compensação – Ativo) 
2.300 
C – Ações, Ativos Financeiros e Mercadorias Contratadas (Conta 
de Compensação – Passivo) 
2.300 
Registro do recebimento do prêmio 
 
D – Caixa ou outra disponibilidade (Ativo Circulante e RLP) 200 
C – Prêmios de Opções Lançadas (Passivo Circulante e ELP7) 200 
Procede-se com o registro do lucro na transação, caso o titular não exerça 
seu direito na opção: 
D – Prêmios de Opções Lançadas (Passivo Circulante e ELP) 200 
C – Lucros em Operações com Ativos Financeiros e Mercadorias 
(Receitas Operacionais) 
200 
Registro da baixa nas contas de compensação: 
D – Ações, Ativos Financeiros e Mercadorias Contratadas (Conta de 
Compensação – Passivo) 
2.300 
C – Contrato de Ações, Ativos Financeiros e Mercadorias (Conta de 
Compensação – Ativo) 
2.300 
Conforme dispositivo 4.1, “c”, do Cosif, nas operações de futuro, deve 
ser registrado o valor dos ajustes diários na adequada conta de ativo ou passivo, 
que devem ser apropriados como receita ou despesa, no mínimo, por ocasião 
dos balancetes mensais e balanços (BCB, [s.d.]). 
Registro em contas de compensação 
D – Contrato de Ações, Ativos Financeiros e Mercadorias (Conta 
de compensação – Ativo) 
2.500 
 
7 Exigível em longo prazo. 
 
 
20 
C – Ações, Ativos Financeiros e Mercadorias Contratadas (Conta 
de Compensação – Passivo) 
2.500 
Registro do ajuste diário 
1 – Em contas de compensação 
D – Contrato de Ações, Ativos Financeiros e Mercadorias (Conta 
de compensação – Ativo) 
150 
C – Ações, Ativos Financeiros e Mercadorias Contratadas (Conta 
de compensação – Passivo) 
150 
2 – Em contas patrimoniais 
D – Mercado Futuro – Ajuste Diário (Passivo Circulante e ELP) 150 
C – Rendas de Operações com Derivativos (Receitas 
Operacionais) 
150 
Registro do recebimento do ajuste diário 
D – Caixa ou outra disponibilidade (Ativo Circulante e RLP) 150 
C – Mercado Futuro – Ajuste Diário (Passivo Circulante e ELP) 150 
Registro da baixa nas contas de compensação 
D – Ações, Ativos Financeiros e Mercadorias Contratadas (Conta 
de compensação – Passivo) 
2.650 
C – Contrato de Ações, Ativos Financeiros e Mercadorias (Conta 
de compensação – Ativo) 
2.650 
Conforme dispositivo 4.1, “d”, do Cosif, nas operações de swap, deve ser 
registrado o diferencial a receber ou a pagar na adequada conta de ativo ou 
passivo, devendo ser apropriado como receita ou despesa, no mínimo, por 
ocasião dos balancetes mensais e balanços (BCB, [s.d.]). 
Efetua-se o registro em contas de compensação no banco que pagará o 
diferencial entre as taxas. 
D – Contrato de Ações, Ativos Financeiros e Mercadorias (Conta 
de compensação – Ativo) 
2.000 
C – Ações, Ativos Financeiros e Mercadorias Contratadas (Conta 
de compensação – Passivo) 
2.000 
 
 
 
21 
Registro do pagamento do diferencial 
D – Despesas com Operações com Derivativos (Despesa 
Operacional) 
40 
C – Caixa ou outra disponibilidade 40 
Registro da baixa nas contas de compensação 
D – Ações, Ativos Financeiros e Mercadorias Contratadas (Conta 
de compensação – Passivo) 
2.000 
C – Contrato de Ações, Ativos Financeiros e Mercadorias (Conta 
de compensação – Ativo) 
2.000 
Contabilização pelo método das partidas dobradas conforme exemplo para 
operações de swap 
 
Contas de compensação 
 
ATIVO PASSIVO 
Contrato de ações, 
ativos financeiros e 
mercadorias 
 Ações, ativos 
financeiros e 
mercadorias 
contratadas 
2000 2000 2000 2000 
 
 
2000 2000 2000 2000 
 0 0 
 
CONTAS DE 
RESULTADO 
DEVEDORAS 
 ATIVO 
CIRCULANTE E 
REALIZÁVEL A 
LONGO PRAZO 
Despesas com 
Operações com 
Derivativos 
 Caixa ou 
Disponibilidade 
40 40 
 
 
 
22 
 
 
40 0 0 40 
 
Nas operações com outros instrumentos financeiros derivativos, 
segundo o item 4.1, “e”, do Cosif, deve ser realizado registro em contas de ativo 
ou passivo de acordo com as características do contrato, incluindo aqueles 
embutidos, que devem ser registrados separadamente em relação ao contrato a 
que estejam vinculados (BCB, [s.d.]). 
TEMA 5 – NOVAS PERSPECTIVAS RELACIONADAS A INSTRUMENTOS 
FINANCEIROS – O IFRS 9 
A crise econômica que emergiu em 2008 provocou mudanças 
significativas no cenário global, envolvendo também os padrões internacionais 
de relatórios financeiros (IFRS). O International Accounting Standards Board 
(IASB) elaborou uma nova norma, IFRS 9 (CPC 48), para instrumentos 
financeiros, estabelecendo principalmente novos critérios de reconhecimento, 
mensuração e divulgação de informações e critérios de consolidação. O IFRS 9 
modifica a estratégia do enfoque dos dados contábeis nas demonstrações 
financeiras e organizações, especialmente bancos e instituições financeiras. Os 
preços históricos são substituídos pela expectativa no futuro, que não é mais 
uma decisão dos administradores, mas que se baseia nos modelos de negócios 
(IFRS, [s.d.]). 
De fato, a norma IAS 39 se mostrou inadequada durante a crise de 2008, 
reconhecendo tardiamente as perdas decorrentes da elevação do risco de 
crédito das carteiras de empréstimo e em volume insuficiente. O reconhecimento 
posterior de perdas de crédito sobre empréstimos e outros instrumentos 
financeiros foi identificado como uma fraqueza nas normas contábeis existentes. 
Desse modo, o padrão IAS 39, fundamentado em perdas incorridas, se 
mostrou frágil perante um cenário adverso, e, assim, o mercado reivindicou um 
modelo de provisionamento baseado não somente em informações do passado, 
mas igualmente em expectativas futuras. Nesse sentido, adota-se o novo modelo 
de impairment de ativos financeiros em perdas esperados, abandonando o 
modelo de perdas incorridas. Especificamente, nesse novo padrão, as entidades 
 
 
23reconhecem as perdas de crédito previstas a partir do reconhecimento inicial dos 
instrumentos financeiros (Gornjak, 2017). 
O IFRS 9 apresenta a contabilidade fundamentado em princípios, ao 
passo que o modelo IAS 39 é baseado em regras, apesar de esse modelo 
permitir que os gestores tomem decisões mais estáveis e previsíveis em um 
ambiente instável. Críticas reservadas à abordagem com base em regras 
ocorrem por não se adaptarem em ambientes inovadores; já aquelas feitas aos 
padrões fundamentados em princípios se referem à falta de orientação 
operacional (Benston; Bromwich; Wagenhofer, 2006). 
A Tabela 4 apresenta uma comparação entre as principais alterações 
entre IAS 39 e IFRS 9. 
Tabela 4 – Comparação das principais categorias entre a IAS 39 e a IFRS 9 
Categoria IAS 39 IFRS 9 
Objetivo da 
norma 
Aplica-se a todos ativos 
financeiros (algumas 
exceções) 
Idem 
Reconhecimento 
inicial do Ativo 
Quando a entidade se 
torna parte das provisões 
contratuais 
Idem 
Mensuração 
inicial 
Valor justo, incluindo 
custos de transação (ativos 
financeiros sem intenção 
de comercialização) 
Idem 
Mensuração 
subsequente 
Valor justo 
 
Custo reduzido 
Custo (ações sem 
mensuração confiável) 
Valor justo por meio do 
resultado (VJPR) 
Custo amortizado (CA) 
Valor justo por outros 
resultados abrangentes 
(VJOPRA) 
Tipos de 
classificação 
Disponível para venda 
(DPV) 
Mantidos até vencimento 
(MAV) 
Empréstimos e recebíveis 
(E&R) 
Valor justo por meio do 
resultado (VJPR) 
Valor justo por meio do 
resultado (VJPR) 
Custo amortizado (CA) 
 
 
 
Valor justo por outros 
resultados abrangentes 
(VJOPRA) 
 
 
24 
Categoria IAS 39 IFRS 9 
Reclassificação Não há reclassificação por 
meio do resultado após o 
reconhecimento inicial 
Alteração do modelo 
negócios 
Instrumentos 
patrimoniais 
Instrumentos patrimoniais 
disponíveis para venda são 
mensurados pelo VJOPRA 
Escolha irrevogável ao 
qualificar como VJOPRA, 
VJPR se mantido para 
negociação 
Ganhos e 
Perdas 
Normalmente por meio de 
lucros ou perdas 
Normalmente por meio de 
lucros ou perdas 
Impairment Vários modelos de 
impairment 
Modelo de perdas 
incorridas 
Modelo unificado de 
impairment 
Modelo de perda esperada 
Fonte: adaptado de Huian, 2012. 
 Cabe ressaltar que relevante alteração decorrente do IFRS 9 (CPC 48) é 
o modelo de perdas de crédito esperadas, pois requer um reconhecimento 
oportuno de perdas inevitáveis nos relatórios financeiros, particularmente nas 
instituições financeiras (Hoogervorst, 2016). 
Ademais, a nova norma internacional sobre a contabilização dos 
instrumentos financeiros, IFRS 9, favorece a qualidade da informação contábil 
nos relatórios financeiros, principalmente na esfera dos instrumentos da dívida. 
A redução do valor recuperável de ativos financeiros conduz diversas e 
significativas mudanças nas políticas contábeis, amparadas no modelo de 
perdas futuras (esperadas). Ao mesmo tempo, as partes interessadas se 
beneficiam de uma visão mais favorável dos instrumentos com maior risco de 
crédito (Marshall, 2015). 
TROCANDO IDEIAS 
Durante a exposição dos temas sobre os instrumentos financeiros, 
citamos crises financeiras e econômicas que ocorreram em 2008 e 
mencionamos como essas situações influenciaram mudanças nas normas 
contábeis internacionais e em nosso sistema financeiro nacional. Também 
verificamos relevantes transformações que direcionaram novas premissas às 
normas contábeis de instituições financeiras. Em 2008, a crise econômica 
 
 
25 
eclodiu fortemente nos Estados Unidos, conduzindo às mudanças ocorridas nos 
padrões contábeis internacionais. 
Diante dessa exposição, quais instituições financeiras americanas 
sofreram com essa crise? Quais instrumentos financeiros estavam envolvidos? 
NA PRÁTICA 
Com base nas premissas de instrumentos financeiros derivativos, 
suponha que você seja um produtor de café e deseja eliminar as incertezas de 
preço da sua produção. Como o uso de derivativos poderia proteger sua safra 
das oscilações de preços? 
(A resposta se encontra ao final deste documento.) 
FINALIZANDO 
Nesta aula, abordamos o tema dos instrumentos financeiros e seu 
reconhecimento, classificação, mensuração e contabilização, especificamente 
das instituições financeiras com o mercado de capitais e usuários. Vimos como 
as instituições financeiras e empresas se adequaram aos padrões das normas 
contábeis internacionais. Assim, nos três primeiros temas foram apresentadas 
as normas contábeis relativas aos instrumentos financeiros e as respectivas 
classificações e mensurações inerentes. Comentamos, também, a 
contabilização de tais instrumentos nas instituições financeiras, além da 
exposição e argumentação sobre as perspectivas relacionadas ao IFRS 9 (CPC 
48), vigente desde 1° de janeiro de 2018. 
O IFRS 9 introduz uma nova contabilidade por meio da seleção do modelo 
de negócios, no qual os ativos são administrados para gerar fluxos de caixa – 
coletando fluxos de caixa contratuais, vendendo ativos financeiros ou ambos. 
Como objetivo final, a intenção da nova norma é melhorar a capacidade de 
diferentes usuários das demonstrações financeiras, ao entenderem a 
contabilização de instrumentos financeiros e, portanto, torná-los hábeis em 
tomar melhores decisões de negócios. Logo, o objetivo dos novos projetos é o 
aprimoramento da utilidade da decisão e a relevância das informações relatadas 
sobre instrumentos financeiros e, eventualmente, o aumento da confiança dos 
investidores nos mercados. 
 
 
 
26 
REFERÊNCIAS 
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Financeiro. [S.d.]a. Disponível em: <https://www3.bcb.gov.br/aplica/cosif>. 
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<https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/legado?url=https:%2F%2Fwww.bcb
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14 out. 2019. 
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based accounting standards: The FASB’s standard-setting strategy. Abacus, v. 
42, n. 2, p. 165-188, 2006. 
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partes relacionadas. 2010. Disponível em: 
<http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/159_CPC_05_R1_rev%2006.pdf>. 
Acesso em: 15 out. 2019. 
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<http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-
Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=106>. Acesso em: 14 out. 2019. 
______. CPC 46 – Mensuração do Valor Justo. 2012. Disponível em: 
<http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/395_CPC_46_rev%2012.pdf>. 
Acesso em: 15 out. 2019. 
FERREIRA, R. J. Contabilidade de instituições financeiras: teoria e questões 
comentadas. São Paulo: Ed. Ferreira, 2013. 
GALDI, F. C.; LOPES, A. B. Derivativos. In: LIMA, I. S.; LIMA, G. A. S. F.; 
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GORNJAK, M. Comparison of IAS 39 and IFRS 9: The Analysis of Replacement. 
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27 
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https://doi.org/10.2478/v10316-012-0002-0
 
 
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RESPOSTAS 
Para se proteger das oscilações de preço da safra de café, o 
produtor pode utilizar o instrumento financeiro de derivativo e negociar um 
contrato futuro, o qual estabelece um compromisso de comprar/vender 
determinado ativo numa data futura por um preço previamente 
estabelecido. Esses contratos têm por objetivo garantir a segurança de 
preços aos produtores e demais interessados em sua utilização. 
Pode-se igualmente escolher os contratos a termo com origem nos 
contratos to arrive, e seu objetivo é reduzir a incerteza sobre o preço futuro 
das mercadorias negociadas. Tais contratos não necessitam ser 
negociados na bolsa de valores, e as partes relacionadas determinam 
suas características. Como não há necessidade de padronização nesses 
contratos, os negócios realizam-se por meio de um contrato comercial 
comum, o qual determina as condições e características da entrega futura 
das mercadorias em questão.

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