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VET 145 (parasitologia veterinária) - Introdução, conceitos gerais, helmintos (platelmintos)

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VET 145 - PROVA 1
INTERAÇÃO PARASITO-HOSPEDEIRO
CONCEITOS GERAIS
Doenças parasitárias: estudo das doenças causadas por ecto e endoparasitas, com ênfase para diagnóstico, tratamento e profilaxia.
Parasitologia: estudo dos parasitas – eles tiram do hospedeiro o alimento necessário para sua sobrevivência 
Endoparasitas: dentro do hospedeiro. Contato profundo com tecidos e órgãos dos hospedeiros
Ectoparasitas: superfície ou cavidade do hospedeiro. Tem contato com a pele do hospedeiro
Infecção: penetração, desenvolvimento e multiplicação (reprodução) do agente infeccioso – endoparasita – no hospedeiro. Ex: infecção por nematóides 
Infestação: alojamento, desenvolvimento e multiplicação de artrópodes na superfície do corpo. Ex: piolho
TIPOS DE PARASITOS
Quanto à relação com hospedeiro:
Obrigatório: precisa de um hospedeiro para sobreviver, não sobrevivem em vida livre
Facultativo: podem ou não viver parasitando. Tem fase de vida livre.
Ex: as larvas de moscas Sarcophagiae podem provocar miíases, desenvolver-se em cadáveres ou ainda fezes.
Acidental: entra em contato com o hospedeiro que não é o seu normal, mas não evolui nele. Ex: bicho geográfico nos humanos 
Quanto à permanência no hospedeiro:
Temporário: o parasita só procura o hospedeiro para retirar dele seu alimento.
Ex: parasitas hematófagos, como sanguessugas e pernilongos
Permanente: todas as suas fases de vida alimentam-se e se reproduzem no hospedeiro.
 Ex: sarna, piolho
Periódico: apenas em uma fase de sua vida alimenta-se do hospedeiro, ou seja, parasita-o
Ex: Dermatobia (mosca do berne) – somente na fase de larva que são parasitas
Quanto ao tipo de hospedeiro
Definitivo: hospedeiro no qual o parasito é encontrado na forma adulta, de maturidade sexual. É onde ocorre o ciclo sexuado do parasito.
 Ex: vermes
Intermediário: onde se encontra a forma imatura do parasito, onde ocorre o ciclo assexuado do parasito. 
Ex: Anopheles (HI do Plasmodium)
Paratênico: ser vivo que é hospedeiro temporário para o parasito, servindo como parasito de transporte ou forético. O parasita não se desenvolve nele, o hospedeiro definitivo ingere o paratênico e então o parasita se desenvolve no definitivo. Pode causar dano ao hospedeiro paratênico.
Quanto ao número de hospedeiros
Monóxeno: infesta ou infecta diretamente seu hospedeiro definitivo, sem precisar de um HI
Heteróxeno ou indireto: quando existem dois ou mais hospedeiros (HI e HD)
CONCEITO DE SAÚDE E DOENÇA
Saúde: estado de bem-estar físico, mental e social, não somente a ausência de doenças 
Doença: desvio/ alteração do estado de equilíbrio de um indivíduo com o meio 
MORFOLOGIA
Adaptação morfológica 
Degenerações: perdas ou atrofias de órgãos locomotores para se adaptar, aderir e conseguir parasitar
Hipertrofias: encontradas principalmente nos órgãos de fixação, ajudando para a aderência, resistência/proteção e reprodução (bolsa copuladora dos nematodas do sexo masculino?) 
BIOLOGIA
Adaptação biológica
- Capacidade reprodutiva: postura de grandes quantidades de ovos, cistos e outras formas infectantes para que escapem de predação externa
- diversos tipos de reprodução
- capacidade de resistência e adaptação às células hospedeiras
- tropismos (geotropismo: abrigar-se na terra ou acima da superfície da terra)
ECOLOGIA 
- estudo da interdependência funcional entre os organismos; as associações são importantes para a sobrevivência das espécies e para o equilíbrio.
A parasitologia é uma parte da ecologia que estuda um dos tipos de associações que se estabelecem entre seres vivos na qual existe unilateralidade. O parasita não provoca morte no hospedeiro, pois não é favorável ao parasito. Morte do hospedeiro = morte do parasita. 
AÇÃO DOS PARASITOS SOBRE O HOSPEDEIRO
 
CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE
Fatores físicos: temperatura, calor, umidade, topografia e solo influenciam no desenvolvimento das fases dos parasitos
Fatores biológicos: artrópodes, roedores, reservatórios, animais suscetíveis, hospedeiros intermediários, antagonistas (controladores biológicos): fatores que influenciam no desenvolvimento dos parasitos
Fatores socioeconômicos: nível cultural e econômico do criador, condições higiênico-sanitárias da propriedade, tamanho e distribuição das propriedades, manejo/tipo de sistema da produção animal, nível de tecnologia agropecuária, etc. 
 CARACTERÍSTICAS DO AGENTE
Infecciosidade: capacidade do agente etiológico de penetrar, se instalar e multiplicar-se no hospedeiro (alta ou baixa infecciosidade)
Patogenicidade: capacidade do agente etiologico produzir lesões especificas nos hospedeiros (patogenicidade alta ou baixa)
Virulência: capacidade de produzir uma doença mais grave ou menos grave (virulência alta ou baixa. Ideal: baixa)
Antigenicidade: capacidade do agente etiológico em induzir no hospedeiro uma resposta imunológica
Resistência: capacidade de resistir no meio ambiente em condições naturais e aos produtos químicos (alta ou baixa)
PORTAS DE ENTRADA DO PARASITO
Aparelho digestório (oral), cardiovascular, pele e anexos, sistema urinário, etc
VIAS DE ELIMINAÇÃO 
- Secreções – oronasais, urogenitais, láctea
- Excreções 
- Sangue
- Descamações cutâneas
- Tecidos animais
- Produtos animais para reprodução
CARACTERISTICAS DO HOSPEDEIRO
Espécie, raça, sexo, idade, estado fisiológico, densidade (lotação de animais/área) e resistência do hospedeiro: fatores que podem aumentar ou diminuir o parasitismo
AÇÃO DO PARASITA NO HOSPEDEIRO
Mecânica, traumática, tóxica, inflamatória, espoliativa (ingerindo sangue, pegando nutrientes), enzimática, anóxia, baixa resistência, anorexia
Animal menos nutrido: menos resistência à parasitose
Helmintologia
Filos:
Platyhelminthes: 
· Vermes achatados. 
· Classes: trematoda, cestoda
Asquelmintos / nemathelminthes: 
· Vermes cilíndricos, redondos.
· Classe nematoda – a mais importante
Acantocephala: 
· Cabeça em forma de espinho
· Poucos gêneros de importância 
Platyhelmintes 
- simetria bilateral
- corpo achatado dorsoventralmente
- tegumento formado por um sincício anucleado
- dupla membrana externa, contendo grande número de espinhos
- sob o sincício há uma camada de fibras musculares que asseguram a locomoção do helminto
TREMATÓIDES
- corpo não segmentado
- não possuem cavidade – são acelomados
- órgãos internos ficam mergulhados e sustentados por um parênquima formado de células estreladas que ocupam todo o interior desses helmintos
- entre as células encontra-se um líquido intersticial em que circulam os materiais nutritivos
- não dispõem de sistema esquelético, respiratório ou circulatório
- sistema digestório: simples ou ramificado, termina geralmente em fundo cego, sem ânus
- trocas metabólicas ocorrem através do tegumento
- sistema reprodutor feminino e masculino – hermafroditas
Trematóides digenéticos:
- considerável importância médico-veterinária
- achatados dorsoventralmente
- trato digestivo termina em fundo cego
- apresentam ventosas para fixação
- são hermafroditas – de um modo geral
- parasitam animais invertebrados
- ocorrem geralmente nos ductos biliares, no trato digestivo e no sistema vascular
- geralmente os ovos saem pelas fezes ou urina e os estágios larvais desenvolvem num hospedeiro intermediário (molusco)
 Fascíola hepática 
- taxonomia:
· Filo: Platyhelminthes
· Classe: Trematoda
· Subclasse: Digenea
· Família: Fasciolidae
· Gênero: Fascíola 
- zoonose – acidental
- parasita causador da fasciolose hepática
- acomete o fígado de mamíferos, sobretudo ruminantes
- distribuição cosmopolita – espalhado pelo mundo 
- trematódeo hepático – tem predileção pelo fígado
- há acometimento hepático e emagrecimento. Nas infecções agudas, causa anemia, diarréia sanguinolenta e até a morte
MORFOLOGIA
- possui aspecto foliáceo, medindo, em média, 3 x 1,5 cm – baratinha do fígado
- possuem ventosa oral, na extremidade anterior, e ventral, no terço anterior do parasita. 
· Oral: de onde parte o tubo digestivo incompleto
· Ventral: fixação e atividade sexual
- são hermafroditas, podendo realizar autofecundação
- possuem dois ramos intestinais
Ovo:- grande
- oval ou elíptico 
- casca fina
- operculado (opérculo: “porta” em que o miracídio sai quando adulto)
- castanho-amarelado
- não sobrevive a tempo seco e a temperaturas baixas. Só se desenvolvem em locais úmidos, alcançando o estágio de miracídio
Miracídio:
- forma infectante para o hospedeiro intermediário (HI): os moluscos do gênero Lymnaea
- necessita de água para penetrar no HI, uma vez que o verme possui um ciclo aquático 
- necessita infectar o HI dentro de 3 horas, e a penetração demora 30 minutos 
- possui aspecto ciliado
Cercárias:
- são eliminadas pelo caramujo – ativamente 
- cauda única, não bifurcada
- nadam por um tempo, perdem a cauda e se “aderem” na vegetação, passando para o estágio de metacercária.
Metacercária:
- podem sobreviver na vegetação por vários meses, por ser uma forma cística – forma infectante
- 1 miracídio no caramujo: + de 600 metacercárias
- forma de resistência ambiental
HOSPEDEIROS
Hospedeiro definitivo: mamíferos vertebrados.
· Refratários: nem sempre há desenvolvimento dos vermes; são pouco afetados
Ex: cães, gatos e suídeos
· Tardios: equídeos, bovinos e homens (zoonose, infecção acidental no homem) – ciclo mais prolongado, mas não desenvolve igual nos receptivos
· Receptivos: caprinos e ovinos – há o maior desenvolvimento da fascíola
Hospedeiro intermediário: invertebrados, onde ocorre o ciclo assexuado. Moluscos do gênero Lymnaea
- vivem em coleções de águas superficiais, margens dos lagos e represas, nos brejos e pastagens alagadiças.
- Lymnaea columella: principal no Brasil 
CICLO BIOLÓGICO
- tempo total: 17 a 18 semanas
- heteróxeno/digenético – precisa passar por pelo menos 2 hospedeiros para completar seu ciclo evolutivo
- PPP – período pré-patente: 10-12 semanas. É o período que decorre desde a infecção do animal até a saída dos ovos nas fezes.
1. O verme adulto põe os ovos, que são levados ao intestino por meio da bile
2. Os ovos são liberados nas fezes
3. Em contato com a água e sob luz solar, o ovo eclode, liberando o miracídio
4. O miracídio é atraído pelo molusco (por meio da quimiotaxia) e penetra-o
5. Ocorre um ciclo dentro do molusco e, quando completo, são liberadas aproximadamente 600 cercárias
6. Quando encistada na vegetação, as cercárias ficam sob a forma de metacercárias
7. O animal infecta-se ingerindo a vegetação contaminada
8. No intestino, as metacercárias desencistam-se devido às enzimas e perfuram a parede do intestino, caindo na cavidade abdominal
9. As metacercárias migram pelo parênquima hepático por 6-8 semanas até atingirem os ductos biliares, onde há o amadurecimento sexual
*essas migrações ocorrem por quimiotaxia - Reação de orientação de um organismo ou de uma célula na direção - ou na direção oposta - a um determinado estímulo químico
PATOGENIA
- as formas adultas estão presentes nos ductos biliares. Possuem atividade hematófaga e histiófaga. Causam lesões mecânicas devido aos seus espinhos.
· Colangite crônica, hiperplasia do epitélio tubular dos canais biliares
· Pode obstruir canais biliares e causar icterícia 
· Secreção de prolina (toxina), gerando fibrose hepática 
- as formas juvenis migram pelo parênquima hepático 
· Hepatite traumática e hemorragia
- ovos: reação granulomatosa – causa obliteração dos canais acometidos
- a forma imatura causa destruição de hepatócitos
- infecções secundárias por bactérias anaeróbias
SINAIS E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- Fasciolose Aguda: 2-6 semanas pós infecção. Ingestão de mais de 2000 metacercárias.
 Debilidade, anorexia, palidez das mucosas, dispinéia, dor abdominal e ascite. 
- Fasciolose subaguda: 6-10 semanas pós infecção. Ingestão de 500 a 1500 metacercárias.
- Fasciolose crônica: 4-5 meses após a infecção. Ingestão de 200 a 500 metacercárias. 
· Anemia hipocrômica e hipoalbuminemia.
 - Obs.: anemia e edema (‘’ edema de barbela’’ – edema submandibular em bovinos) 
- Obs.: diarreia não é uma característica da fasciolose bovina
EPIDEMIOLOGIA
A ocorrência da fasciolose depende:
- da fonte de infecção, se o animal é ou não suscetível 
- condições ambientais que permitem o desenvolvimento do ovo e do molusco Lymnea (temperatura e umidade)
· Grande ocorrência em regiões sujeitas a inundações periódicas 
· Na estação seca, os moluscos estão em estivação, logo não há liberação de cercárias.
· Chuvas: os moluscos reproduzem-se rapidamente as fezes dos animais são carregadas para as regiões mais baixas e úmidas eliminação de cercárias pelos moluscos
· Verão: período mais propício, a partir da primavera
A maioria dos casos encontra-se no sul, RJ, SP e MG
DIAGNÓSTICO
Epidemiológico: sazonalidade, ocorrência de habitats dos caramujos, livre acesso dos animais a áreas alagadas
Clínico: animais oriundos de áreas endêmicas que apresentam letargia, perda de peso e anemia
Laboratorial: exame de fezes, sangue, necropsia (lesões no parênquima hepático e nos ductos biliares, além da visualização de parasitas adultos)
TRATAMENTO
- Rafoxanida – formas imaturas
- Closantel – elimina formas adultas e parcialmente formas imaturas
- Nitroxinil - elimina formas adultas e parcialmente formas imaturas
- Albendazol – elimina somente formas adultas 
CONTROLE
- grande dificuldade
- evitar áreas de pastagens pantanosas e alagadiças, principalmente no início da primavera
- reduzir a população de caramujos – quase impossível. Não é recomendado o uso de molusquicidas
- tratamento dos doentes
- drenagem de áreas alagadiças
- miracídios e cercarias: eliminar condições favoráveis aos estágios aquáticos 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
- A fasciolose hepática é uma doença crônica debilitante e de elevada morbidade nas áreas de ocorrência, que está associada diretamente à presença do HI e a regiões alagadiças. 
- Sua transmissão é feita a partir da ingestão de água e/ou alimento contaminado. 
- Seu controle depende da eliminação de fontes de contaminação ambiental e dos fatores relacionados à prevalência do HI e a maturação dos ovos.
- surtos podem ocorrer em rebanhos ovinos e em criação de bezerros, com aparecimento de mortalidade
 Paramphistomum spp
- não é zoonótico
- o gênero inclui espécies que parasitam o rúmen e o reticulo de bovinos, ovinos e caprinos
- ciclo semelhante ao da Fascíola hepática, também tem formação de metacercárias
- As espécies mais importantes são P. cervi e P. microbothrium
MORFOLOGIA
- formato diferenciado: são cônicos, não achatados
- possui uma invaginação na região posterior
- possuem cerca de 1 cm de comprimento
- esbranquiçados
ESTÁGIOS
Adulto: rúmen e reticulo. Praticamente não causam danos aos animais
Imaturos: duodeno. Em infecções maciças eles causam uma enterite severa
CICLO BIOLÓGICO
- semelhante ao da Fasciola hepática e também culmina com a formação de metacercárias
HI: caramujos aquáticos (gênero Planorbis e Bulinus)
1. As metacercárias são ingeridas com a pastagem e seu desencapsulamento ocorre no duodeno
2. Os vermes jovens fixam-se e nutrem-se no duodeno por seis semanas antes de migrarem para o rúmen e retículo.
- em infecções maciças os parasitas jovens causam uma enterite severa
- os parasitas adultos praticamente não causam danos aos animais
EPIDEMIOLOGIA
A doença ocorre em locais onde há coleção permanente de águas, como lagos, que servem como fonte de caramujos para áreas alagadas durante as inundações. 
É uma doença de baixa incidência 
- bovinos: boa imunidade, abrigam um número pequeno de parasitas, atuando como reservatório para os bezerros. Surtos são mais comuns em animais jovens. 
- ovinos e caprinos: igualmente suscetíveis por toda a vida
DIAGNÓSTICO 
Clínico: sintomas no animal jovem associado a histórico de pastejo em áreas encharcadas
Laboratorial: exame de fezes. Presença de ovos de coloração clara, semelhantes ao da Fasciola hepatica
Necroscópico: confirmatório, encontra os trematóides no duodeno
TRATAMENTO 
- rafoxanida e niclofolan – formas imaturas
CONTROLE
- impedir o acesso dos animais a fontes naturais de água
- controle dos moluscosEurytrema coelomaticum
- zoonose – não acidental
- parasita canais pancreáticos de bovino, caprinos e ovinos
- HI: caramujos terrestres (1°) e gafanhotos (2°)
· Molusco do gênero Bradybaena
MORFOLOGIA
- o verme adulto mede de 8 a 16 x 5 a 8,5 mm
- cercária do tipo microcercária: forma oval e cauda curta
 
- ovo menor e casca mais grossa
 (
Ventosa oral
)
CICLO BIOLÓGICO
- terrestre; não há estágio aquático 
1. Moluscos ingerem os ovos eliminados nas fezes
2. Formação de esporocistos nas glândulas digestivas dos moluscos após 4 semanas
3. Formação de cercárias a partir dos esporocistos e sua liberação no ambiente pelas fezes (libera a cercária ainda dentro do esporocisto)
4. O gafanhoto ingere o esporocisto com as cercárias, que serão liberadas e se transformarão em metacercárias
5. Os hospedeiros definitivos (vertebrados) infectam-se ao ingerir o gafanhoto juntamente com as pastagens. Humanos que possuem o hábito de comer insetos contaminam-se também
LESÕES
- Lesões no pâncreas decorrentes do processo inflamatório crônico dos canais pancreáticos 
- Há pancreatite crônica, obstrução dos canais pancreáticos
- Parasitas são frequentes, mas não há relatos de mortalidade.
DIAGNÓSTICO
- Presença de ovos nas fezes
TRATAMENTO
- Não há tratamento eficaz
 
Schistosoma mansoni
- zoonótico
 - bovinos e bubalinos: não há desenvolvimento do verme
- parasita de plexos venosos da parede intestinal, fígado, baço ou bexiga, onde causa inflamação e fibrose
- S. mansoni: única que ocorre no Brasil, visto que não existem aqui os moluscos vetores das demais espécies 
- dimorfismo sexual. Geralmente a fêmea está acoplada ao macho no canal ginecóforo 
- causador da esquistossomose no Brasil
- HI: moluscos do gênero Biomphalaria
- HD: humanos, roedores e, em raras quantidades, bovinos e bubalinos (devido à refratariedade)
- nutrem-se do sangue (hematófago) por ingestão ou pinocitose através do tegumento
MORFOLOGIA
-macho:
· Corpo esbranquiçado, 1 cm de comprimento, recoberto de estruturas verrucosas no tegumento (tubérculos)
· Espesso
- fêmea:
· Coloração acinzentada, 1,5 cm, tegumento liso
· Comprida e fina
- ovo:
· Casca dupla, com espículo posterolateral e região anterior fina e alongada
- miracídio: 
· Forma evolutiva de vida livre, formato oval, revestido por cílios, estruturas para adesão, nadam e são atraídos por substâncias quimiotáticas para infectar o molusco
- esporocisto: 
· Formado no interior do molusco 
· Miracidio perde cílios e estruturas de adesão 
· Células germinativas multiplicam-se
· Fases de maturação – esporocisto primário, secundário e terciário
· Esporocisto 30 dias cercária
- cercária: 
· Forma evolutiva de vida livre
· Corpo cercariano e cauda bifurcada
· Possui estruturas de adesão e penetração (ventosa / glândulas)
· Ventosa oral e ventosa ventral ou acetábulo
· A eliminação das cercarias pelos moluscos é regulado pela luz liberadas quando está mais quente
CICLO BIOLÓGICO
1. Após fecundada, a fêmea forma os ovos nas veias do mesentério. 
2. O ovo migra para a luz intestinal, dura 8 dias. Nesse tempo, há atividade enzimática. As enzimas promovem a entrada no intestino por meio de uma danificação tecidual
3. O homem doente defeca, com ovo nas fezes contendo miracídio ciliado
4. Em contato com a água, o ovo rompe-se e libera o miracídio, que vai até o caramujo e o penetra (no dia da eclosão), fazendo ciclo assexuado
5. O HI libera cercárias
6. As cercarias penetram ativamente na pele do HD (provocando coceira), perdendo sua cauda
7. Cai na corrente circulatória, onde chega nos vasos mesentéricos e desenvolve-se para vermes adultos
PATOGENIA
- primeiro sinal: dermatite cercariana
 (
granuloma
) (
O 
granuloma
 consiste em estruturas encontradas em determinados estados patológicos específicos que evoluem para um processo inflamatório, também chamado de 
inflamação granulomatosa
.
 
O granuloma é responsável por isolar o agente ofensor, sendo, portanto, um mecanismo útil de defesa.
)- fase aguda: disseminação dos ovos na corrente sanguínea (parte dos ovos vai para a corrente sanguínea e a outra parte vai para o aparelho digestório), formação de granulomas, hepatomegalia. Os ovos não migraram e ficaram no meio interno
- fase crônica: granulomas (restos de ovo morto, envolvidos pela reação inflamatória granulotomatosa na parede intestinal ou fígado – provoca fibrose), diarréia sanguinolenta, esplenomegalia (aumento do baço), ascite (acúmulo de líquido na cavidade abdominal – barriga d’água)
- fibrose de órgãos, hepatoesplenomegalia, espessamento de vasos
- obstrução dos vasos mesentéricos pelos vermes adultos
- parasitismo pode durar anos (5, mais ou menos)
- se não tratada pode levar a óbito
PROFILAXIA
- educação populacional
- saneamento básico
- controle da população de moluscos – muito difícil
- tratamento dos doentes
- construção de privadas para evitar a contaminação do ambiente
DIAGNÓSTICO 
- coproscópicos: busca de ovos de helmintos nas fezes
- imunológicos: demonstração da presença de anticorpos ou antígenos de S. mansoni no soro, por técnicas sorológicas
- em casos mais extremos: exame histopatalógico mucosa retal
TRATAMENTO
Medicamentoso: praziquantel e oxamniquina
EPIDEMIOLOGIA
- 220 milhões de infecções por ano. No Brasil 2,5 a 6 milhões
- condições para haver focos:
· Coleções de água doce (rios, lagos, brejos, açudes)
· Presença de moluscos do gênero Biomphalaria
· Pessoas infectadas que eliminam ovos em suas fezes
· Pessoas suscetíveis a adquirir, uma vez que usam essa água 
· Pobreza e falta de saneamento básico
- dificuldades encontradas para controle:
· Caramujos estão largamente distribuídos por todo o país
· Saneamento básico deficiente, especialmente nas áreas onde a endemia apresenta altos índices de prevalência 
· Rede pública não está totalmente envolvida
· Eficácia do tratamento em torno de 50%
CESTODA
- não apresentam boca ou trato digestivo
- alimentação por pinocitose e difusão
- excreção por meio de células-flama – eliminam as excretas para a superfície corpórea
- hermafroditas
- fixação por ganchos nas extremidades anteriores
- heteroxenos: possuem HI e HD
- larvas parasitam hospedeiros vertebrados e invertebrados
- não se movem muito, têm ondulações musculares
- vermes de trato digestório 
- nenhum cestoda é hematófago, mas podem causar hemorragia
MORFOLOGIA
- corpo achatado dorsoventralmente, com aspecto de fita 
- podem atingir ate 8 metros de comprimento
- o corpo segmentado – em proglotes – é dividido em escólex (cabeça), colo (pescoço), estróbilo (corpo)
· Escólex – órgãos de adesão: 4 ventosas, com ou sem ganchos. É a parte que adere à mucosa – aderência pelas ventosas 
· É no pescoço que o parasita começa a crescer, de onde partem as proglotes. É uma região não segmentada. 
· Estróbilo: conjunto de proglotes
- desenvolvimento do verme adulto ocorre a partir do pescoço/estróbilo. 
- cada proglote tem multiplicação independente, uma vez que possuem aparelho reprodutor
· As proglotes variam em forma e tamanho. 
 Proglótides imaturas: mais largas do que compridas
 Proglótides maduras: já tem aparelho reprodutor feminino e masculino
 Na fecundação formam-se os ovos dos proglótides (grávidos) – útero
- apresentam crescimento contínuo 
- sistema excretor: células-flama
- sistema nervoso: gânglios no escólex dos quais se originam os troncos nervosos. Possuem troncos nervosos laterais
-poro genital: saída de ovos, fecundação cruzada
CICLO BIOLÓGICO DOS CESTOIDES 
1. Adultos parasitam o intestino delgado de vertebrados
2. Após a fertilização, há liberação de ovos. A proglote se rompe dentro do hospedeiro ou por desintegração no meio ambiente
3. Os ovos contêm um embrião hexacanto (6 ganchos)
4. Os ovos são ingeridos por HI
5. No tubo digestivo a casca é digerida liberando o embrião hexacanto
6. Formação de larvas que variam de acordo com a espécie do cestódeo
7. As larvaspodem invadir a mucosa intestinal, atingir a circulação linfática ou venosa e migrar para outros órgãos
TIPOS DE ESTAGIOS LARVAIS
Larva cisticerco: vesícula cheia de líquido contendo um único escólex invaginado fixado. É a forma larval encontrada no gênero Taenia e ocorre apenas em hospedeiros vertebrados.
Larva cenuro: semelhante a um cisticerco, mas com numerosos escolices invaginados. Ex: Taenia multiceps. Cada escólex forma um verme adulto – estratégia de multiplicação 
Cisco hidático: grande cisto cheio de liquido, revestido por epitélio germinativo, a partir do qual são produzidos escólices invaginados que ficam livres ou em cachos. O cisto é coberto por uma cápsula fibrosa. Ocorre em hospedeiros vertebrados, é a larva característica do Echinococcus granulosus
Cisticercoide: vesícula quase sem liquido, com um único escólex invaginado, é menor que o cisticerco. Ocorre em hospedeiros invertebrados, é a forma larval de Moniezia e Anoplocephala.
Obs.: Classe Cestoda tem 4 ordens: Ciclophyllidea (parasita homens e animais domésticos); Pseudophyllidea (parasita do homem e dos animais domésticos); Tetraplyllidea (parasito de peixes (mar), anfíbios e répteis); Trypanoryncha (parasita peixes do mar, principalmente)
Ordem Cyclophyllidea
- cestódeos com 4 ventosas
- parasita homem e animais domésticos
 Família Anoplocephalidae
 Anoplocephala perfoliata
- HD: eqüinos (válvula iliocecal – pode causar obstrução )
- HI: ácaros oribatídeos de vida livre
- ventosas laterais com 4 apêndices (dorsais e ventrais)
- escólex desprovido de rostelo e acúleos 
- 3 a 8 cm de comprimento
- causa ulceração da mucosa no local em que se fixa
- ciclo indireto 
 Anoplocephala magna
- HD: eqüinos
- HI: ácaros oribatídeos de vida livre
- maior tênia dos eqüinos, podendo chegar a 30 cm de comprimento
- escólex globoso
- ventosas em forma de cúpula
- ciclo indireto
 Paranoplocephala mamillana
- HD: eqüinos
- HI: ácaros oribatídeos de vida livre
- escólex tetrágono, com 4 ventosas com abertura em fenda longitudinal
- poros genitais unilaterais
- verme adulto no intestino delgado de equinos
- 1 a 5 cm de comprimento
CICLO DOS CESTODAS
1. Proglotes eliminadas nas fezes
2. Ovo sai da proglote, ela é destruída no meio ambiente
3. Na pastagem o ácaro ingere o ovo, formando o cisticercóide nele
4. O eqüino ingere o ácaro de pastagem
5. A forma de cisticercoide desenvolve no intestino sem migração tecidual
PATOGENIA
Anoplocephala perfoliata:
- adultos ficam próximos a junção iliocecal, podendo causar ulceração da mucosa
- ventosas: causa intensa congestão local, provocando um pouco de sangue nas fezes
- parasitoses maciças: obstrução intestinal e até perfuração da parede intestinal
A. magna:
- semelhante à perfoliata, mais comumente encontrada no jejuno, causando enterite catarral ou hemorrágica, alem de obstrução e perfuração intestinal
P. mamillana:
- inaparente
DIAGNÓSTICO
- clinico: sintomas, presença de proglotes nas fezes
- laboratorial: exame parasitológico (presença de proglotes e ovos)
TRATAMENTO E CONTROLE
- anti- helmínticos – niclosamida, pirantel, mebendazol
- diminuir a população de ácaros na vegetação: aragem e replantio – quase impossível 
 Moniezia
- cestoide mais comum de ruminantes – “tênia do boi”
- família Anoplocephalidae
- indicador do status sanitário da criação 
- M. expanza – ovinos, caprinos e ocasionalmente bovinos 
 M. benedeni – freqüente em bovinos e eventualmente ovinos
- HI: oribatideos – ácaros cryptostigmata
- local: forma adulta no intestino delgado
- forma larval: cisticercóide
M. expanza
-HD: ovinos e caprinos
- HI: ácaros oribatideos
- escolex globoso
- ventosas proeminentes, com abertura em fenda longitudinal
- comprimento: 1 a 5m
M. benedini
- HD: bovinos
- HI: ácaros oribatídeos
- 4 ventosas salientes e com aberturas circulares
- comprimento: 0,5 a 2,5m
PATOGENIA
- pouca importância patogênica e clinica 
- infecções maciças:
· Inflamação da mucosa intestinal e degeneração das vilosidades, anemia, diarréia
· Animais apresentam constipação alternada com diarréia, proglotes nas fezes. Pode ocorrer obstrução instestinal
· Ovinos: a lã torna-se falha/escassa
· Quadro final: diarréia persistente, dificuldades de locomoção, anemia intensa e óbito
EPIDEMIOLOGIA
- mais comum em animais durante o primeiro ano de vida do animal
- maior ocorrência quando há aumento da população de ácaros
DIAGNÓSTICO
- mesmos procedimentos utilizados com o gênero Anoplocephala
 Familia Davaneidea
 
 Daivanea proglotina
- HI: moluscos gastrópodes – larva cisticercóide 
- HD: galináceos – duodeno
- estróbilo com poucas proglotes
- colo curto – mesma largura do école
- proglote imaturo – jovem – adulto – grávido
- importância médica veterinária:
· Cestóide mais patogênico de aves
· Cestóides adultos penetram profundamente na mucosa e submucosa intestinal
· Sintomas: enterite hemorrágica grave, diarréia sanguinolenta, emagrecimento, aves com asas caídas, prostração, penas arrepiadas e podem vir a óbito
· Queda na produção -> prejuízo econômico 
 
 Raillietina tetragona
- HI: coleópteros coprófagos (besouros) e terrícolas, formigas e moscas
- HD: galináceos – duodeno 
- proglotides anteriores em forma de trapézio e posteriores mais longas do que largas
- orifícios genitais unilaterais 
- importância médica veterinária: menor produtividade, pois há menor ganho de peso, levando a perdas econômicas 
PATOGENIA
- penetra profundamente na mucosa e submucosa intestinal e provoca a formação de nódulos caseosos que podem ser confundidos com os de origem tuberculosa
*cestóides de aves:
DIAGNÓSTICO
- clínico: sintomas, verificação de proglotes nas fezes
- laboratorial: pesquisa de ovos pelo exame parasitológico
TRATAMENTO E CONTROLE
- anti-helmínticos
- combate aos hospedeiros intermediários 
 
 Família Dilepididae
 
 Dipylidium caninum
- zoonótico
- HD: cão, gato e eventualmente humanos, principalmente crianças 
- HI: pulgas (Ctenocephalides felis, C. canis, Pulex irritans) e piolhos mastigadores (Trichodectes canis) 
- localização:
· Forma adulta: duodeno (intestino delgado)
· Forma larvar: cisticercóide pulgas, piolhos
- larvas cisticercóides na cavidade celomática de insetos
MORFOLOGIA
- possuem poros genitais duplos (2 ap. reprodutores masculinos e femininos), com um poro abrindo em cada margem. 
- embrião hexacanto 
- comprimento de 20 a 60 cm
- proglótides com movimento próprio (ativas) e forma característica (‘’ grão de arroz’’, ‘’ semente de pepino’’) 
CICLO DE VIDA
Os segmentos recém-eliminados são ativos e podem rastejar em torno da região da cauda do animal. Os ovos estão contidos nas cápsulas ovígeras, que são expelidos. Após a ingestão pelo HI, forma-se na cavidade abdominal, os cisticercóides. O hospedeiro definitivo infecta-se ao ingerir a pulga ou o piolho contendo cisticercóides.
PATOGENIA
- sintomatologia geralmente ocorre somente em infecções maciças. Há inflamação na mucosa intestinal, diarréia, cólica, alteração no apetite, emagrecimento e até mesmo obstrução intestinal
- como as proglotes grávidas saem ativamente pelo ânus, essa migração pode causar prurido, e o cão passa a esfregar o ânus no chão 
DIAGNÓSTICO
- clínico: sintomas, presença de proglotesna região perineal / nas fezes
- laboratorial: exame parasitológico buscando a identificação das proglotes e cápsulas ovígeras
TRATAMENTO E CONTROLE
- anti-helmínticos
- controle de pulgas e piolhos
ambiente
hospedeiro
agente

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