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Parto Prematuro e Amniorrexe Prematura

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PARTO
Parto prematuro
● Conceito: trabalho de parto antes de 37 semanas
o Considerar trabalho de parto quando: 2-3cm de dilatação, com 2-3 contrações em 10 minutos →
nesses valores ninguém tem dúvida que está em trabalho de parto
● Fatores de risco:
o Filho prematuro anterior → principal fator de risco (se 2 anteriores, a chance de ter 1 novo é de
40%)
o Fator cervical: incompetência istmo cervical
o Anemia
o Desnutrição
o Polidrâmnio/ gemelaridade (sobredistensão uterina)
o Infecção (em qualquer sítio)
o Drogas (tabagismo)
● Predição:
o Fibronectina fetal (↑VPN):
▪ Fibronectina “Cola” o trofoblasto no endométrio (↑nível na secreção vaginal = trofoblasto
descolando) → ajuda a decidir se interna ou não a gestante <37 semanas com contrações,
mas sem franco trabalho de parto
o Medida do colo uterino: USG (20 a 24 semanas)
▪ Se < 2,5 / 2,0 cm (há divergência nesse valor) → FAZER PREVENÇÃO DE PARTO PREMATURO
→ dar progesterona vaginal até 34-36 semanas
▪ Obs: a progesterona vaginal é indicada quando ambos estão alterados (ou seja, parto
prematuro anterior e colo curto) ou quando um deles está presente isoladamente.
Portanto, não precisa das duas alterações para indicar a progesterona. A progesterona tem
ação miorrelaxante, inibindo as contrações uterinas e um possível expulsão do embrião
● Conduta no trabalho de parto:
o > 34 semanas: acompanhar trabalho de parto, internar, realizar assistência ao trabalho de parto e
profilaxia para GBS
o 24 – 34 semanas:
▪ Corticóide: 2 doses de Betametasona 12mg IM 24/24h ou Dexametasona IM 2 doses de 6
mg 12/12h (o corticóide pode descompensar DM materno)
● Benefícios do corticoide: reduz risco de síndrome do desconforto respiratório
(membrana hialina), de enterocolite necrotizante, de hemorragia periventricular
▪ Tocólise:
● Medicamento para interromper/atrasar as contrações uterinas em paciente com
BOLSA ÍNTEGRA
● Função de ganhar tempo para o corticóide fazer efeito antes do parto, já que o
ideal é nascer 24 horas após a última dose de Betametasona. Ou seja, não faz
sentido continuar tocolítico depois de 24-48 horas de uso do corticóide, pois a
função da tocólise era dar tempo do corticoide agir, depois que ele atua não precisa
mais continuar.
● Não fazer tocólise:
o Quando tiver mais de 34 semanas
o Em situações em que o parto já está indicado (sofrimento fetal agudo ou
corioamnionite)
o Situações que já houve amniorrexe
Tocolítico: Contra-indicação:
Nifedipina (bloq. canal de cálcio → muito
usado atualmente)
Mais usada atualmente
Cardiopata
Hipotensão
Atosiban
(antagonista da ocitocina)
Alto custo
Não tem contraindicação específica
É o tocolítico que menos afeta a função
cardiovascular
Indometacina (anti-inflamatório inibidor
da COX)
Não usar com < 32 semanas devido ao
risco de fechamento precoce do ducto
arterioso→ hipertensão pulmonar
β-agonista: Terbutalina Cardiopata
DM (pode alterar glicemia)
Menos usado atualmente, pois tem muito
efeitos colaterais
Sulfato de magnésio NÃO É BOM TOCOLÍTICO
MAS SEMPRE INDICAR QUANDO
TRABALHO DE PARTO COM MENOS DE 32
SEMANAS PARA NEUROPROTEÇÃO
Amniorrexe prematura ou Rotura prematura de Membrana Ovulares (RPMO)
● Definição: rotura espontânea das membranas amnióticas antes do início do trabalho de parto.
● Causas:
o Infecção: produção de enzimas proteolíticas pelas bactérias promove enfraquecimento das
membranas
o Inflamação
● Fatores de risco: obs → são semelhantes aos para prematuridade
o Exames invasivos (amniocentese e cordocentese)
o Incompetência istmocervical
o Inserção baixa de placenta
o Macrossomia
o Polidramnia
o Trabalho de parto prematuro
o Infecções: produção de enzimas proteolíticas pelas bactérias promove enfraquecimento das
membranas
o Gestação múltipla
o Deficiências nutricionais
o Atividade sexual
o Traumatismo
o Passado de parto prematuro
● Diagnóstico:
o Exame especular (padrão-ouro): visualização de saída de líquido do orifício cervical
o Outros exames: solicitar quando houver uma história típica e o exame especular der negativo
▪ Teste de nitrazina (↑pH na fita reagente) → falso-positivo na vaginose
● Sabe-se que o pH vaginal normalmente se situa entre 4,5 e 5,5; já o líquido
amniótico tem pH alcalino (6,5 a 7,5)
● Falsos positivos: sangue, esperma e vulvovaginites
▪ Teste da cristalização: na gestação predomina progesterona, então não cristaliza o muco,
porém, se rompe a bolsa vai cristalizar pois o líquido amniótico e rico em estrogênio, que
faz o muco cristalizar
▪ Pesquisa de elementos fetais: células orangiófilas após corar
▪ Testes imunocromatográficos:
● Amnisure (identifica α-microglobulina placentária, que só tem no líquido amniótico
e não tem no canal vaginal): custo alto
▪ Teste do fenol: coloração muda de laranja para vermelho
▪ Alfafetoproteína na secreção vaginal
▪ USG
● Oligoidrâmnio é indicativo de amniorrexe prematura, mas não é específica, pois
podem ter outras causas de oligoidrâmnio
● Normodramnio não exclui amniorrexe!
● Prognóstico
o 15-25% dos casos pode desenvolver corioamnionite e/ou endometrite
o A maior parte evolui para parto antes do termo e em menos de uma semana de rotura
o Complicações:
▪ Infecção (pode ser causa ou consequência da RPMO). A corioamnionite e o parto
prematuro podem ocorrer, principalmente, nas primeiras 72 horas após a rotura
▪ Prematuridade: poucas gestações RPPMO atingem o termo
▪ Acidentes de parto: maior frequência de apresentações distócicas como pélvica e córmicas
▪ Compressão de cordão: devido a oligodramnia → sofrimento fetal
● Oligodramnia → malformação → pode levar a síndrome de Potter: redução dos
movimento fetais, desenvolvimento de fácies anômalas, hipoplasia pulmonar,
achatamento da ponte nasal, dobra anormal na orelha, posição anormal de pés e
mãos
● Conduta na RPMO:
o COM corioamnionite → CONDUTA É SEMPRE PARTO - independente da IG
▪ Conceito: Febre + 2 desses critérios → leucocitose OU Taquicardia materna ou fetal OU dor
uterina OU líquido fétido
▪ A corioamnionite pode ser causa ou consequência da RPMO
▪ Conduta: é obrigatória a interrupção da gestação, independente da idade gestacional
→INTERRUPÇÃO DA GESTAÇÃO
● Via preferencial: vaginal → menor risco de infecção intra-abdominal. Se houver
sofrimento fetal agudo é pela via mais rápida
● Antibioticoterapia imediata:
o Ampicilina (2 g IV 6/6 horas) e Gentamicina (5 mg/kg por dia ou 1,5 mg/kg
8/8 horas), que deverá ser mantida até 48 horas após o último episódio
febril, não sendo necessária a administração de manutenção oral
o É possível a adição de Clindamicina 900 mg IV 8/8h ou Metronidazol 500
mg IV 8/8h para ampliar a cobertura anaeróbia, caso seja realizada
cesariana.
o SEM corioamnionite: descartado o processo infeccioso a conduta se baseia na idade gestacional
▪ > 34 semanas (varia de acordo com a referência bibliográfica) → INTERRUPÇÃO DA
GESTAÇÃO
● Via vaginal é de preferência
● Não está indicado o uso de tocolíticos neste período ou de corticoides. Não faz
sentido dar corticoide depois de 34 semanas, já que já passou o tempo de
maturação pulmonar
● Em gestações a termo com amniorrexe, sem sinais de infecção, o uso de
antibióticos não está recomendado rotineiramente, pela falta de evidências
estatisticamente significativas, exceto nos casos com indicação de profilaxia para
Streptococcus do grupo B (GBS).
▪ 24 – 34 semanas: conduta conservadora, visando o amadurecimento pulmonar
● Pesquisa de infecção, sofrimento fetal e pesquisa de GBS
● Corticoterapia + ATB (↑ tempo de latência e ↓corioamnionite → funciona como
tocólise → tocolítico não é usado pois não há contração)
o Corticoterapia (somente beta ou dexametasona): seus melhores resultados
são vistos a partir de 24-48 horas de tratamento, por isso a importância de
segurar um pouco o parto depois dessa medida
o Antibioticoterapia para aumentar tempo de latência: Ampicilina 2 g IV a
cada seis horas por 48 horas (cobertura de Streptococcus do Grupo B,
muitos bacilos anaeróbios Gram-negativos e alguns anaeróbios) +
Azitromicina 1 g VO doseúnica (cobertura de micoplasma e Chlamydia
trachomatis) + Amoxicilina 500 mg 8/8 horas por mais cinco dias (cobertura
de bacilos Gram Positivos e Gram-negativos, principalmente E. coli).
o NÃO É RECOMENDADO TOCÓLISE NOS CASOS DE RPMO
Indução do parto: parto vaginal
● Indicação:
o > 42 semanas
o Corioamnionite
o RPMO > 34 semanas
o Feto morto
● Avaliar Bishop: escala de avaliação de maturação cervical
o Ocitocina: usado em índice de Bishop favorável: > 9 (“Padrão A”- bom)
▪ Padrão A: Apagado Amolecido Anterior Aberto Altura > 0
o Misoprostol: se Bishop desfavorável (< 6)→ prepara com misoprostol (melhora o Bishop; 25 mcg de
4/4 ou 6/6h) e depois faz ocitocina
▪ Não fazer misoprostol se houver cicatriz uterina, pois pode romper (ex: cesárea anterior,
miomectomia) → nesses casos usar o “Método de Krause”: preparo do colo com sonda de
Foley e distende o balonete dentro do útero, acelerando produção de prostaglandinas e
favorecendo dilatação → depois que melhorar o Bishop faz a ocitocina
o Bishop 7 e 8 a conduta não é bem estabelecida
ESTÁTICA FETAL: relação do feto com a bacia materna e o útero
1. Atitude: comunicação de diversas partes fetais entre si. Geralmente, o feto está em flexão (ovoide)
2. Situação: relação maior eixo fetal e maior eixo uterino
3. Posição: lateralidade do dorso
4. Apresentação: relação do polo fetal com o estreito superior materno
5. Variedade de posição: relação de pontos de referências fetais e materno
Atitude fetal: comunicação das partes fetais entre si: “feto ovóide” (flexão generalizada)
Situação: maior eixo fetal com maior eixo uterino
● Longitudinal (+ comum)
● Transversa (indica cesárea se mantém essa posição) → a situação transversa tem apresentação córmica
● Oblíqua (transitória)
Posição: relação do dorso fetal com o abdome da mãe → determina melhor foco de ausculta. Direita e esquerda
em relação a mãe
Apresentação: parte fetal que está se apresentando na pelve materna (parte fetal mais baixa)
● Cefálica: apresentação mais comum no bebe a termo
APRESENTAÇÃO - Variedade de flexão
VARIEDADE DE FLEXÃO PONTO DE REFERÊNCIA DIÂMETRO
FLETIDA Lambda ou Lambda e Bregma Subocciptobregmático - 9,5cm
Menor diâmetro
DEFLETIDA DE 1O GRAU Bregma Occiptofrontal - 12,0cm
DEFLETIDA DE 2O GRAU / NASO Glabela Occipitomentoniano - 13,5 (maior
diâmetro do polo cefálico fetal)
Pior prognóstico
Indicação de cesariana
DEFLETIDA DE 3O GRAU Mento Submentobregmático - 9,5cm
Se o mento estiver anterior pode ser
parto vaginal, se for posterior tem que
ser cedariana
▪ Variação de simetria:
● Sinclitismo (normal): linha sagital está equidistante entre o sacro e o pube → sem
inclinação lateral - pequenas lateralizações não fixas durante o parte são normais
● Assintclitismo: assimetria entre a distância da linha sagital até o sacro e a distância
até o pube. Quem dá o nome é o parietal que desce primeiro
o Assinclitismo posterior (obliquidade de Litzmann) → menor distância da
linha sagital até o pubis do que até o sacro
o Assinclitismo anterior (obliquidade de Nagele) → menor distância da linha
sagital até o sacro do que até o pubis
● OBS: o fórceps que pode corrigir assinclitismo é o Kielland
o Pélvica
▪ Situação longitudinal, porém bebe sentado na pelve materna
▪ Manobras usadas na cabeça derradeira no parto pélvico:
● Manobra de Bracht: mais usada. Usada para liberar tanto a cabeça derradeira
quanto ombros em um parto pélvico. Eleva-se o dorso fetal em direção ao abdome
da mãe, sendo a primeira manobra feita.
● Manobra de Mauriceau: manobra utilizada no parto pélvico para auxiliar o parto da
cabeça derradeira. Consiste na introdução dos dedos médio e indicador do obstetra
na boca do feto para se obter a flexão do polo cefálico, enquanto a outra mão é
colocada ao redor do pescoço do RN
● Manobra de McRoberts: usada em associação a outras manobras. Hiperflexão das
coxas maternas sob o abdome
o Córmica
▪ Quando a situação é transversa a apresentação é córmica → ombro do bebe se
apresentando na pelve materna → indicação absoluta de cesariana
Variedade de posição fetal: pontos de referência entre apresentação fetal e pelve
● Símbolo e linha de referência (imagem de variedade de posição fetal):
o A: Cefálica fletida → Lambda (O) e sutura sagital
o B: Defletida de 1o grau: Bregma (B) e linha sagito metópica
o C: Defletida de 2o grau: Nariz (N) e linha metópica
o D: Defletida de 3o grau: Mento (M) e linha facial
o E: Pélvica: Sacro (S) e linha sulco interglúteo
● Nomenclatura das variedades de posição: ATENÇÃO
o Nos casos de variedades diretas (orientadas para o sacro ou pube), a nomenclatura utiliza apenas o
símbolo referente ao ponto de referência fetal e o símbolo P (Pube) ou S (Sacro). Como o ponto P
(Pube) é obrigatoriamente anterior, quando se utiliza a sigla OP não há necessidade de escrever a
letra A (Anterior). Da mesma forma, como o sacro é obrigatoriamente posterior, não há
necessidade de escrever P (Posterior) para a variedade OS. Toda vez que aparecer a letra P
isoladamente, estamos nos referindo a uma variedade occipitopúbica (que por definição é
ANTERIOR e não POSTERIOR). Da mesma forma, toda vez que aparecer a letra S isoladamente,
estamos nos referindo a uma variedade occipitossacra (que por definição é POSTERIOR e não
ANTERIOR).
o As variedades de posição nomeiam-se pelo emprego de letras. A primeira refere-se ao feto, e as
demais ao ponto de referência materno. Assim, a variedade de posição OEA significa que a
apresentação é cefálica fletida (de Occipital – O), o ponto de referência é lambda (que define o
ponto de encontro entre os dois parietais e o occipital), que está em correspondência com o
estreito superior da bacia à Esquerda (E) e Anteriormente (A). MDP significa que a apresentação é
de face e o ponto de referência (Mento – M) está em relação ao estreito superior à Direita (D) e
Posteriormente (P).
● Manobras de Leopold: de cima para baixo (em prova prática, falar o que for fazendo) → SPAi
o 1º Tempo: avalia situação fetal (longitudinal / transversal)
o 2º Tempo: posição fetal (esquerda / direita)
o 3º Tempo: apresentação fetal (cefálica / pélvica)
o 4º Tempo: altura da apresentação (“insinuação fetal”)
TRAJETO
● Tipos de bacia:
o Ginecóide:
▪ Mais comum
▪ Mais favorável ao parto
▪ Formato arredondado
▪ Seu maior diâmetro é transverso
o Androide:
▪ Bacia que mais causa distócia
▪ Formato triangular ou em coração → formato masculino
▪ Seu maior diâmetro é transverso
o Platipelóide:
▪ Menos comum
▪ Formato achatado
▪ Maior diâmetro é o transverso, e esse é muito grande → acaba aumentando a chance de
variedade de posição transversal
o Antropóide:
▪ Diâmetro anteroposterior é o maior → única variação da bacia que o diâmetro
anteroposterior é o maior, em todas as outras o maior diâmetro é o transverso, sendo que
na platipeloide o transverso é muito grande
● Trajeto mole: segmento inferior do útero, colo do útero, vagina, bexiga
● Trajeto duro: dois ossos ilíacos, sacro, cóccix, pube
o ESTREITO SUPERIOR:
▪ Conjugada anatômica
▪ Conjugada diagonal
▪ Conjugada obstétrica: passagem por onde passa o feto → tem que medir no mínimo 10.5
cm cm → é a referência ântero-posterior
● Borda/face interna da sínfise púbica até o promontório
● Não dá pra medir a conjugada obstétrica diretamente, por isso usamos a diagonal
para fazer o cálculo
o Medida indireta: medir a conjugata diagonalis → borda inferior da sínfise
púbica até promontório (feita no toque) e subtrair 1,5cm
o Obstétrica é 1,5 cm menor que a diagonal
o O tamanho da conjugada obstétrica é a menor medida do estreito
superior, e geralmente mede 10,5cm
o ESTREITO MÉDIO: corresponde ao níveis das espinhas isquiáticas, menor diâmetro da bacia
materna
▪ Espinhas isquiáticas: ideal é medir no mínimo 10 cm (ideal) → referência latero-lateral → é
o plano 0 de De-Lee
● Serve de ponto de referência para insinuação fetal
● Se na parte mais baixa da apresentação chegar no plano 0 de DeLee (espinhas
isquiáticas), houve insinuação
o Éo ponto de referência para bloqueio do nervo pudendo
o ESTREITO INFERIOR: borda inferior do pubis até o coccix
▪ Conjugada Exitus: tem 9,5 cm mas aumenta com a retropulsão coccígea (passagem da
criança), podendo chegar até 11cm, por isso não costuma dar problema. A criança ao
descer vai empurrando o coccix
▪ Ângulo subpúbico: ideal >90o
Trabalho de parto:
● Fases clínicas do parto:
o Fase latente: é uma fase de de dilatação muito lenta, que dura em média 8 horas, com progressão
com menos de 1 cm por hora
o 1º: Dilatação: fase ativa
o 2º: Expulsivo
o 3º: Secundamento ou Dequitação
o 4º: 1ª hora após a saída da placenta (vigilância ativa)→ risco de sangramentos
1. Dilatação: inicia com o trabalho de parto → fase ativa do trabalho de parto
o Fase ativa:
▪ Colo do útero: 3-4 cm com dilatação progressiva
▪ Contração: 2-3 em 10’, rítmicas e regulares
▪ A fase ativa/dilatação termina com a dilatação total
o Conduta:
▪ Dieta: líquido claro, sem resíduos (água, chás), gelatina → não precisa deixar em dieta zero
se baixo risco
▪ Deambular: não é proibido, é livre
▪ Decúbito: evitar decúbito dorsal
● Melhor é o decúbito lateral esquerdo, devido a dextrorrotação uterina →
descomprime a VCI
▪ Tricotomia: não é de rotina
▪ Enteróclise: não fazer
▪ Amniotomia: tendência a não fazer de rotina, mas se necessário pode fazer
▪ Nº de toques: a cada 1 ou 2 horas (intervalos menores geram risco de infecção)
▪ Ausculta BCF:
● Baixo risco: antes, durante e após cada contração → 30 em 30 minutos na
dilatação
● Alto risco: 15 em 15 minutos e antes, durante e após contração, sempre
▪ Hidroterapia (banheira com água mais quente): é uma boa opção nessa fase como opção
analgésica não farmacológica
2. Expulsivo: após dilatação total até expulsão completa do feto
o Conduta:
▪ Posição: semi-verticalizada (varia muito)
▪ Hidroterapia: induz relaxamento e analgesia materna não-farmacológica
▪ Ausculta BCF:
● Baixo risco: 15 em 15’ e antes, durante e após contração, sempre
● Alto risco: 5 em 5’ e antes, durante e após contração, sempre
▪ Episiotomia: não fazer de rotina! Avaliar → feto grande, parto fórcipe
● OBS: vácuo-extrator não precisa fazer episiotomia
● Tipos de episiotomia:
Mediana (perineotomia) Médio-lateral
● Lesa menos e dói menos
● Menos lesão de musculatura
(sutura mais estética)
● Maior risco de lesão do reto
● Mais dor e mais sangramento
● Mais lesão de musculatura
● Menos lesão de reto
▪ Proteção perineal:
● Manobra de Ritgen modificada → comprime parte posterior do períneo
▪ “Hands off” → deixa a expulsão fetal acontecer naturalmente
▪ O mecanismo de parto pode ser dividido em 3 tempos:
MECANISMOS DE PARTO
Tempos principais Tempos acessórios (nem sempre vão acontecer todos,
depende da apresentação)
● Insinuação →
● Descida →
● Desprendimento →
● Alguns autores acrescentam um quarto tempo,
que é a RESTITUIÇÃO (rotação externa) →
Flexão
Rotação interna
Deflexão
Alguns autores acrescentam um quarto tempo,
que é o DESPRENDIMENTO DE OMBROS
● E na apresentação mais comum o normal é: INSINUA fletido, DESCE rodando e
DESPRENDE defletindo
● O normal é que o período expulsivo dure em até 1 hora em multíparas (se realizada
anestesia até 2 horas) e até 2 horas em primíparas (se realizada anestesia até 3
horas)
3. Secundamento ou Dequitação:
o Saída da placenta: geralmente ocorre de 5-10 minutos após o nascimento, porém é fisiológico até
30 minutos. Ou seja, até 30 minutos a gente aguarda
▪ Após 30 minutos do nascimento após o nascimento podemos fazer anestesia por bloqueio
espinhal e fazer extração manual da placenta
o Mecanismos de expulsão:
▪ Schultze: desprendimento pela face membranosa (Fetal) → hemorragia maciça mais tardia
▪ Duncan: face cruenta -materna- (cotilédons) → sangramento imediato e intenso junto com
a saída da placenta
o Manobras auxiliares (antes de clampear o codão 1-3’ → imediatamente após a expulsão → previne
sangramentos):
▪ 10 UI de ocitocina IM: imediatamente pós-expulsão fetal → evita hemorragia puerperal
▪ Tração controlada do cordão: deixar cordão esticado
▪ Manobra de Fabre (ou do pescador): avalia se placenta já descolou → leve tração do
cordão com a outra mão no fundo do útero → se propagar, ainda não descolou
▪ Manobra de Jacob-Dublin: leve tração controlada e torção axial do cordão
4. Período: 1ª hora após secundamento
o Hemostasia:
o Miotamponagem (contração uterina) ou Trombotamponagem
o Vigilância ativa desse período para avaliar sangramentos
OBS: CUIDADO! O mecanismo de parto é diferente das fases clínicas do parto. Fases clínicas do parto: dilatação,
período expulsivo, secundamento e observação/4o período. Mecanismo de parto: insinuação, descida e
desprendimento
Partograma:
● = apresentação
● = dilatação
● = contração fraca
● = contração moderada
● = contração forte
● Cada quadrado representa 1 hora → a cada hora espera-se a dilatação de 1 cm
● Só se preocupe com a apresentação após dilatação total!
● Só dar ocitocina se contração fraca ou moderada
● Linha de alerta: se atravessar = problema na dilatação!
o A linha de ação são 4 quadradinhos depois
● Anormalidades:
o Fase ativa prolongada: dilatação progride, mas < 1cm/hora ou a dilatação passa 2h a direita da linha
de alerta→ espera 2h para dar este diagnóstico
o Parada secundária da dilatação: dilatação mantida em 2h
▪ Desproporção céfalo-pélvica? indicar cesariana (há contração)
▪ Falha na contração? → avaliar metrossístole → prescrever Ocitocina para aumentar
frequência e força das contrações
o Parada secundária da descida: altura mantida por 1h em período expulsivo (já teve dilatação
completa)
▪ Desproporção céfalo-pélvica? Cesareana
o Período pélvico prolongado: descida é lenta, mas não para (dilatação completa do colo uterino)
▪ Contração uterina insuficiente
o Parto precipitado (taquitócico, “em avalanche”): dilatação, descida e expulsão < 4 horas → risco de
laceração de canal e atonia uterina
▪ Causas: excesso de ocitocina, descolamento de placenta
▪ Conduta:
● Amniotomia tardia, analgesia precoce, revisão cuidadosa do canal de parto e
observação rigorosa do recém-nascido
ALEATÓRIO
● HIPERÊMESE GRAVÍDICA
○ A síndrome de Wernick é uma das complicações da hiperêmese gravídica, secundária à espoliação
de tiamina (vitamina B1). Essa cursa com diminuição do nível de consciência e memória,
oftalmoplegia, nistagmo, ataxia e frequentemente neuropatia periférica. Por isso é importante
repor essa vitamina para profilaxia de encefalopatia nas pacientes com hiperÊmese
● INDICAÇÃO ABSOLUTA DE CESARIANA
○ Desproporção cefalopélvica absoluta
○ Placenta prévia total
○ Herpes genital ativo
○ Apresentação córmica e defletida de 2o grau (Fronte)
○ Cesariana clássica (incisão corporal → mediana): alto risco de rotura em parto vaginal. A incisão
mais realizada é a segmentar acirfome (transversal)
○ Condiloma com obstrução do canal vaginal
● CESÁREA A PEDIDO:
○ É um direito da mulher
○ Permitido a partir de 39 semanas

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