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@atamarapimentel FURTO Conceito Crime simples: Furto = subtração, para si ou para outrem, de coisa alheia móvel. Bem jurídico tutelado Posse, propriedade e detenção de coisa alheia móvel Sujeitos ativo e passivo SUJEITOS ATIVO: qualquer pessoa física ou jurídica - exceto proprietário, detentor ou possuidor ● Se proprietário: pratica exercício arbitrário das próprias razões ● Se possuidor ou detentor: pratica apropriação indébita SUJEITOS PASSIVO: qualquer pessoa física ou jurídica que tenha posse, propriedade ou detenção sobre o bem Tipo objetivo: adequação típica Coisa: substância material, corpórea, passível de subtração e com valor econômico. Alheia: patrimônio na posse de outrem, proprietário ou possuidor. Móvel: tudo que pode ser transportado, inclusive animais, partes de um imóvel removidas (e.g. porta, janela, etc). Imóveis não. Não há furto de coisa: 1. própria; 2. abandonada (res derelicta); 3. de ninguém (res nullius); 4. comum a todos (res comune omnium); 5. perdida (res desperdicta). Equipara-se à coisa móvel: 1. a energia elétrica 2. qualquer outra coisa que tenha valor econômico Furtar sinal de TV a cabo ou internet é fato atípico. Tipo subjetivo: adequação típica Dolo específico de assenhoreamento definitivo: Dolo + Animus furandi Ou seja, consciência e vontade de subtrair o bem para si ou para outrem FURTO DE USO: subtração de bem alheio para uso momentâneo, com intenção de devolver. Não há ânimo de assenhoreamento definitivo, motivo pelo qual não há crime de furto. Figura Culposa Não há modalidade culposa. Erro de tipo Quando se apodera de objeto alheio supondo ser próprio. Como não há dolo e não sabia que se tratava de “coisa alheia”, fato é atípico. Consumação e tentativa Consumação: ocorre com a inversão da posse O Brasil adota a teoria da amotio (ou teoria da aprrehensio): Basta a inversão da posse do bem, ainda que momentaneamente ou vigiada, para que se consumem os delitos de furto e roubo. Por isso, há consumação (e não tentativa) na hipótese do agente subtrair, por exemplo, o celular de outrem e, durante a fuga, ser impedido por terceiros. Tentativa: Ocorre quando o agente tem o animus de fazer uso permanente da res furtiva, mas não alcança tal objetivo por circunstâncias alheias à sua vontade. https://www.instagram.com/atamarapimentel/ @atamarapimentel É o que ocorre, por exemplo, quando o agente tenta subtrair o celular de outrem, mas este, atento ao movimento do criminoso, impede segurando mão do criminoso. Classificação doutrinária Crime comum, doloso (não admite a modalidade culposa), material, admite tentativa, unissubjetivo, plurissubsistente, instantâneo e de forma livre. Pena e ação penal Reclusão, de um a quatro anos, e multa. Ação Penal Pública Incondicionada Figuras majoradas A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. Figura qualificada 1. Se houver ANIMAL: Subtração animal de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração. Reclusão de 2 a 5 anos 2. Se houver CADÊ: ● C oncurso de duas ou mais pessoas. ● A buso de confiança, fraude, escalada ou destreza; ● D estruição ou rompimento de obstáculo (violência contra a coisa) ● E mprego de chave falsa; Reclusão de 2 a 8 anos. 3. Se houver VEÍCULO: Subtração de veículo transportado para outro Estado ou para o exterior. Reclusão de 3 a 8 anos 4. Se houver INFORMÁTICA: Furto mediante fraude cometido por meio de dispositivo eletrônico ou informático, conectado ou não à rede de computadores, com ou sem a violação de mecanismo de segurança ou a utilização de programa malicioso, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo. Reclusão de 4 a 8 anos, e multa. Se utilizado servidor FORA do território nacional: aumenta pena de ⅓ a ⅔. Se praticado contra idoso ou vulnerável: aumenta pena de ⅓ ao dobro. 5. Se houver EXPLOSIVO: Emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. Subtração de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. Reclusão de 4 a 10 anos e multa RESUMO DA ORDEM DAS PENAS (menor para maior) 1. ANIMAL 25 2. CADÊ 28 3. VEÍCULO 38 4. INFORMÁTICA 48 a. FORA + 13 ou 23 b. IDOSO VULNERÁVEL + 13 ou DOBRO 5. EXPLOSIVO 410 Figuras privilegiadas Deve ocorrer cumulativamente: Réu primário (requisito subjetivo); + Pequeno valor da coisa furtada (requisito objetivo). O pequeno valor NÃO se confunde com o valor insignificante: (pequeno valor = até 1 salario mínimo) Pequeno valor: reduz pena ≠ Valor insignificante: atipicidade O juiz pode: 1. Substituir pena de reclusão para de detenção; 2. Diminuir a pena de 1/3 a 2/3; 3. Aplicar apenas a pena de multa. https://www.instagram.com/atamarapimentel/ @atamarapimentel Furto de coisa comum Furto de coisa própria, mas que possui mais de um dono. Crime próprio, pois o sujeito passivo e ativo devem ser: 1. Condôminos; 2. Coerdeiros; 3. Sócios. Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. Crime de ação penal pública condicionada a representação. O crime NÃO é punível se, cumulativamente: 1. For bem fungível; 2. Valor não excede a quota a que tem direito o agente. https://www.instagram.com/atamarapimentel/
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