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Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech
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Diagnóstico Diferencial - Sistema Único de
Saúde
CAPs, IAPs, INPS, INAMPS, SUDS, SUS… NOBs, NOAS, UBS, PSF,
NASF, CAPS, leis, leis, leis, leis, UPA!
Caso 1
Depois de dois anos, sem sucesso, estudando para passar na
residência para dermatologia, já sem muito estímulo para
mais um ano de estudo e com dúvida sobre a escolha da
especialidade, você dá uma guinada na vida e resolve se
especializar em Medicina de Família e Comunidade. Agora
você irá trabalhar na Estratégia de Saúde da Família. A ideia
de ajudar uma população tão carente de assistência médica
vira um novo, e prazeroso, desafio para você!
Animada, você se propõe a elevar o nível de saúde do seu
território, assim como a avaliação de sua unidade no PMAQ-
AB. Com um presente de boas-vindas, você rapidamente
conquista a simpatia dos outros profissionais que logo te
entregam informações detalhadas daquele território. Sua
área de abrangência é de 2.800 pessoas. O município que
trabalha possui uma população de 10.000 habitantes, tem
mais duas equipes de saúde da família e não há atenção
secundária ou terciária.
De acordo com a situação acima, responda:
1) Você passou o fim de semana se atualizando e resolveu
aplicar o método clínico centrado na pessoa nos seus
atendimentos. Quais são as vantagens desse método e
quais são seus seis componentes?
As consultas não exigem mais tempo; melhora do controle da
hipertensão e da diabetes, bem como nos pacientes com
sintomas inespecíficos; diminuição das queixas de má prática
médica; redução dos sintomas em doenças mentais; menor
prescrição de neurolépticos; menor solicitação de exames
complementares; médicos mais satisfeitos; melhor relação
médico-paciente; melhora na adesão ao tratamento; melhora
nos desfechos neonatais; maior uso dos serviços preventivos;
melhora nos cuidados paliativos.
1) Explorando a doença e a experiência da pessoa com a
doença;
2) Entendendo a pessoa como um todo, inteira;
3) Elaborando um projeto comum de manejo;
4) Incorporando a prevenção e a promoção de saúde;
5) Fortalecendo a relação médico-pessoa; e
6) Sendo realista.
2) Seu supervisor indica que os prontuários devem seguir o
Registro Clínico Orientado por Problemas e orienta o uso
das Notas de Evolução. Que Notas você deve utilizar e qual
é o seu significado?
Notas de evolução "SOAP"
O termo SOAP é um acrônimo que indica:
"Subjetivo" (S) – motivo da consulta;
"Objetivo" (O) – dados do exame físico e exames
complementares;
"Avaliação" (A) – diagnóstico;
"Plano" (P) – condutas que serão tomadas em relação ao
problema ou necessidade avaliada.
Depois de duas semanas de serviço, a enfermeira do posto,
ainda desconfiada da sua capacidade, te entrega o gráfico
abaixo para ver a sua reação.
3) Como está a relação do paciente-índice com seus
familiares?
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Divórcio com LS, muito próxima de TVR, conflituosa com
PFG, distante de JMO.
Diagnóstico Diferencial - Sistema Único de
Saúde
Caso 2
A emoção de resolver 80-90% dos problemas de saúde e a
necessidade de seguir à risca os princípios da atenção básica
transformaram aquele ano desiludido em um novo objetivo
de vida. E assim, depois de cinco anos longe dos amigos de
faculdade e dos familiares, você resolve passar o fim de
semana prolongado na sua cidade natal. A ansiedade para
encontrar os amigos de faculdade era imensa: será que estão
bem de vida? Será que fizeram residência? Será que
engordaram, casaram? No encontro foram quase todos, tinha
o pessoal do futebol, as pegadoras, os pegadores, os NERDs, os
comunistas e até o grupo da erva.
Ao ouvir as histórias dos amigos, você ficava triste; os
dermatologistas todos bem de vida, só mexendo com
medicina estética; o pessoal da cirurgia plástica, chegando de
carro impor tado; e você caladinha, envergonhada de estar
em um fim de mundo, dirigindo o seu Chevette hatch, ano 87,
com três calotas e namorando Creisom, o motorista da
ambulância do seu município... "Ai que vontade de esganar
meu professor de preventiva" – pensava você.
Na segunda-feira, ao retornar atrasada para o trabalho,
observa o enfermeiro realizando uma consulta de uma
paciente em surto psicótico. Sem muito conhecimento no
assunto e arrependida de ter faltado as aulas de psiquiatria,
você finge que não vê e vai direto para a sua sala atender
uma queixa de "bicho-de-pé"...
1) Qual diretriz da Política Nacional de Humanização foi
respeitada quando a paciente recebeu o atendimento pelo
enfermeiro?
O princípio do acolhimento. Esse princípio não tem local nem
hora certa para acontecer, nem um profissional específico
para fazê-lo: faz parte de todos os encontros do serviço de
saúde. O acolhimento é uma postura ética que implica na
escuta do usuário em suas queixas, no reconhecimento do
seu protagonismo no processo de saúde e adoecimento, e na
responsabilização pela resolução, com ativação de redes de
compartilhamento de saberes. Acolher é um compromisso de
resposta às necessidades dos cidadãos que procuram os
serviços de saúde.
2) Essa paciente poderia ser levada diretamente para o CAPS
sem passar pela estratégia de saúde da família?
Sim, pois o CAPS é um serviço de acesso aberto, ou seja, porta
de entrada.
3) Devido ao pequeno porte desse município, ele faz parte de
uma Região de Saúde. Segundo o decreto no 7.508 de 12
junho de 2011, quem deve ser o responsável pela sua
instituição?
Os estados, através do cronograma pactuado nas Comissões
Intergestoras.
Diagnóstico Diferencial - Sistema Único de
Saúde
Caso 3
Apesar do trabalho gratificante, a rotina, a enxurrada de
pacientes, a falta de perspectiva de crescimento e a
dependência "política" do cargo começaram a pesar mais... A
necessidade por novos desafios começou a te estimular.
Chegou a pensar em um concurso para uma outra
especialidade, mas, apesar da experiência prática maior, o
conhecimento teórico se esvaía... Seus olhos brilhavam
quando pensava na possibilidade de receber a cada consulta,
cobrando o que quisesse, em vez de um fixo no mês.
Tentando conciliar a gratidão pelo SUS e seus novos anseios,
passou a frequentar as reuniões mensais do Conselho
Municipal de Saúde, estudou a fundo a política de saúde do
Brasil, vendeu seu Chevette e suas economias e par tiu para a
medicina privada. Chegou a pensar em montar uma clínica
com outros profissionais de saúde, mas não quis competir
com o NASF-AB. Assim, com mais três colegas de profissão,
montou um bonito hospital no bairro onde começara a
trabalhar. Sua fachada de vidro refletia ao longe a fila de
pacientes no posto de saúde. Entre uma consulta, um café e
uma massagem nos pés em seu consultório chique na cober
tura do hospital, lia, sonolenta, na Lei 8.080, a
complementaridade do serviço privado no SUS.
1) Esse hospital que você pretende construir pode realizar
atendimento para o SUS? Justifique.
Sim, quando as disponibilidades de atendimento à população
forem insuficientes para garantir a cobertura assistencial à
população de uma determinada área, o Sistema Único de
Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços ofertados pela
iniciativa privada. Lembrando que as entidades filantrópicas
e as sem fins lucrativos terão preferência para participar do
Sistema Único de Saúde (SUS).
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2) Durante uma das reuniões do Conselho, discutiu-se muito
sobre o quanto (%) o município deveria aplicar na saúde…
Cite a lei específica e as obrigações de cada esfera de
governo.
EC nº 29 (2.000) - LEI COMPLEMENTAR 141 (2012), que diz o
seguinte:
UNIÃO: investimento financeiro do ano anterior + correção
do PIB;
ESTADOS: 12% das receitas vão para a Saúde;
MUNICÍPIOS: 15% das receitas vão para a Saúde.
Agora, para União, temos um ponto de modificação em
relação à Lei 141. Em 15 de dezembro de 2016 foi publicada a
EC número 95, que diz o seguinte:
I - Para o exercício de 2017, à despesa primária paga no
exercício de 2016, incluídos os restos a pagar pagos e demais
operações que afetam o resultadoprimário, corrigida em
7,2% (sete inteiros e dois décimos por cento); e
II - Para os exercícios posteriores, ao valor do limite referente
ao exercício imediatamente anterior, corrigido pela variação
do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA,
publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,
ou de outro índice que vier a substituí-lo, para o período de
doze meses encerrado em junho do exercício anterior a que
se refere a lei orçamentária.
Portanto, teremos o seguinte:
Investimentos em saúde pelo Município: 15% das suas
receitas;
Investimentos em saúde pelo Estado: 12% das suas receitas;
Investimentos em saúde pela União: valor aplicado no ano
anterior corrigido pela variação do Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo - IPCA.
OBS.: o Distrito Federal pode aplicar 12% ou 15% das suas
receitas.
Desafio Diagnóstico
DESAFIO_DIAGNOSTICO_MEDPRE01
Situação 1
Você acabou de ser contratado por um grande e luxuoso
hospital da sua cidade. O diretor clínico fez questão de te
contratar pessoalmente para trabalhar no pronto-socorro da
unidade , em virtude do seu excelente currículo. Hoje é o
primeiro plantão e ao chegar à entrada da emergência, um
SUSTO: tinha mais pacientes esperando do que você achava.
Crianças chorando, pacientes reclamando da demora com a
recepcionista. De sete da manhã ao meio-dia, você só atendeu
"besteirinhas". Porém, quando recolhia seus pertences do
ambulatório para o almoço, você é chamado para
atendimento de urgência. Sr. A.H., 72 anos, sexo masculino,
portador de coronariopatia crônica há aproximadamente dez
anos, apresentava quadro clínico, "elétrico" e laboratorial de
IAM. Sem hesitar, você solicitou internação na unidade
coronariana para tratamento adequado. Enquanto escrevia a
história no prontuário, a atendente do setor de internação
informou que o paciente não poderia ser internado, pois é
conveniado da operadora de saúde há cinco meses e nunca
foi conveniado a uma operadora de saúde anteriormente. Ele
possui um plano individual de cobertura parcial temporária
na modalidade cobertura hospitalar sem obstetrícia. Depois
de longa discussão entre o hospital e os familiares, foi
acordado que a família faria um cheque-caução e o paciente
seria encaminhado para a unidade coronariana.
Pergunta-se:
1) Está certo afirmar que o paciente não teria direito à
internação? Justifique.
Sim, pois o motivo da internação atual é a lesão preexistente,
que ainda está em carência. A cobertura parcial temporária
caracteriza-se por um período de até 24 meses, estabelecido
em contrato, durante o qual o consumidor não terá cobertura
para aquelas doenças e lesões preexistentes declaradas. Neste
período, pode haver exclusão da cobertura de eventos
cirúrgicos, leitos de alta tecnologia e procedimentos de alta
complexidade relacionados diretamente às doenças ou lesões
preexistentes. Os demais procedimentos para as doenças ou
lesões preexistentes (consultas e diversos exames) serão
cobertos pela operadora, de acordo com o tipo de plano
contratado, após o cumprimento dos prazos de carência.
Após os 24 meses, será integral a cobertura prevista na
legislação e no contrato.
2) Nesta situação, qual seria a melhor conduta?
Encaminhar o paciente para um serviço público, após o
atendimento inicial. Plano paga transporte.
3) O que é a carência? E por que a atendente afirmou que o
paciente teria que cumpri-la?
Carência é o período em que o consumidor não tem direito a
algumas coberturas após a contratação do plano. Porque o
mesmo é portador de lesões preexistentes. São doenças que o
consumidor ou seu responsável saiba ser portador, na época
da contratação do plano de saúde.
4) Como evitar o cumprimento da carência?
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É só adquirir como opção AGRAVO durante a contratação. É
um acréscimo no valor da mensalidade do plano de saúde do
portador de doença ou lesão preexistente. Este acréscimo
será proporcional à cobertura de eventos cirúrgicos, leitos de
alta tecnologia e procedimentos de alta complexidade
relacionados à doença ou à lesão preexistente. Para os
consumidores que tenham feito a opção de agravo, sua
cobertura médica será irrestrita. Uma outra maneira é
avaliar se o paciente possui critérios para portabilidade da
carência.
5) Qual é a cober tura do tipo de plano do senhor A.H.?
Compreende os procedimentos realizados durante a
internação hospitalar, não tendo cobertura ambulatorial.
6) A atitude de fazer o cheque-caução foi correta? Justifique.
Foi totalmente errada. É proibida a exigência de cheque-
caução ou equivalente dos consumidores de planos de saúde,
por parte dos prestadores de serviços credenciados,
cooperados ou referenciados às operadoras. O prestador que
condicionar o atendimento ao recebimento de cheque-caução
poderá ser responsabilizado criminalmente pelo seu ato, e as
denúncias recebidas pela ANS serão encaminhadas ao
Ministério Público.
Desafio Diagnóstico
Situação 2
Você continua a atender sem descansar nesse novo plantão
do hospital par ticular. No fim da tarde, chega Juninho, uma
criança de oito anos, por tador de transtorno do deficit de
atenção com hiperatividade. Ele acaba de cair de uma
mangueira e queixa-se de muita dor no braço esquerdo.
Entendendo mais sobre os planos de saúde, você pergunta à
atendente se o plano dele cobre este tipo de consulta de
urgência e a radiografia que irá solicitar. A atendente
responde que a criança possui o plano de referência de
contrato familiar há três anos. Você balança a cabeça como se
tivesse entendido o que ela disse e interpreta que não vai ter
problema em atendê-lo. Ao voltar ao atendimento, observa
uma fratura em úmero direito. Solicita a imobilização do
membro com calha gessada e marca o retorno em 30 dias.
Pergunta-se:
1) O plano de Juninho permite este tipo de atendimento?
Sim, pois trata-se de atendimento de urgência fora do período
de carência. URGÊNCIA = 24h de carência.
2) Após o retorno, você indica fisioterapia para melhor
recuperação. A operadora de saúde é obrigada a cobrir
este procedimento?
Sim, pois se trata de plano novo (contratado após 1998).
Quando indicado pelo médico assistente do consumidor, o
tratamento com fisioterapia é de cobertura obrigatória e em
número ilimitado.
Desafio Diagnóstico
Situação 3
Dona Gertrudes, 45 anos, sexo feminino, do lar, diabética,
hipertensa, com IMC de 42, vai ao seu consultório para
marcação da cirurgia para redução do estômago. Afirma que
só dieta, exercício e medicamento não adiantam para ela. Diz
que tem conseguido controlar seu apetite nos últimos meses,
e está disposta a participar do que for necessário para
conseguir a cirurgia. Possui o plano de saúde referência
individual há três anos e diz não querer gastar nada com o
procedimento.
1) O plano que ela apresenta é capaz de cobrir a cirurgia?
Sim, ela já ultrapassou a carência de 24 meses, e este
procedimento é coberto pelo plano, desde que o IMC da
paciente seja igual ou acima de 40 (sem comorbidades), ou
não importando o IMC com comorbidade que leve a risco de
vida em pacientes obesos.
2) Após seis meses da cirurgia, D. Gertrudes retorna ao
consultório. Visivelmente mais magra e mais feliz, reclama
que agora a pele do abdome está flácida, parecendo um
avental. Ela deseja retirar o excesso de pele, e mais uma
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vez não quer gastar dinheiro e pergunta se o plano
cobriria este procedimento.
Sim, no dia 2 de abril de 2008, entrou em vigor a nova versão
do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, que amplia a
cobertura mínima para os beneficiários de planos de saúde. A
partir desta data, todos os planos novos (contratados após 1º
de janeiro de 1999) devem estar adaptados à Resolução
Normativa nº 167, publicada em 10 de janeiro de 2008. Entre
os novos procedimentos se encontra a dermolipectomia
(correção de abdome em avental após tratamento de
obesidade mórbida).
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
E ste é um dos temas mais importantes para a prova de
residência, com certeza estará presente em TODAS AS PROVASque você fizer pelo Brasil. Para entendê-lo, é importante
conhecer a história da saúde no Brasil, pois foi a partir de sua
mudança e evolução que chegamos na formação do SUS...
DEFINIÇÃO
Novo modelo de atenção. Integra atividades de promoção,
proteção e recuperação da saúde.
PRINCÍPIOS ÉTICOS/DOUTRINÁRIOS
● Universalização: é a garantia de atenção à saúde por
parte do sistema, a todo e qualquer cidadão.
● Integralidade: o homem é um ser integral e deverá ser
atendido com esta visão integral por um sistema de saúde
também integral, voltado a promover, proteger e
recuperar sua saúde.
● Equidade: situações diferentes merecem abordagens
diferentes.
PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS/OPERATIVOS
● Descentralização: redistribuição das responsabilidades
(município, estado, união), com maior responsabilidade
aos municípios.
● Regionalização: serviços dispostos numa área geográfica
delimitada e com a definição da população a ser atendida.
● Hierarquização: os serviços devem ser organizados em
níveis de complexidade tecnológica crescente.
● Participação social: a população participará do processo
de formulação das políticas de saúde e do controle da sua
execução, em todos os níveis, desde o federal até o local.
● Resolubilidade: o serviço tem que estar capacitado para
enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível da sua competência.
● Complementariedade do setor privado: quando o setor
público não for suficiente, é necessária a contratação de
serviços privados.
Lei 8.080/90 – Determina os princípios, objetivos e
atribuições do SUS: vigilância sanitária; vigilância
epidemiológica; saúde do trabalhador; assistência
farmacêutica; atribuições; financiamento; participação da
iniciativa privada no SUS...
● Direção Nacional: define;
● Direção Estadual: coordena;
● Direção Municipal: executa.
● Atenção: a vigilância de portos, aeroportos e fronteiras é
feita pelo governo FEDERAL.
Lei 8.142/90 – Determina a participação popular e as
transferências intergovernamentais de recursos financeiros
na área da saúde. Cria os Conselhos e as Conferências de
Saúde.
● Conselhos de Saúde: 50% dos membros são usuários. São
permanentes e deliberativos. São realizados mensalmente.
● Conferências de Saúde: 50% dos membros são usuários.
São realizadas de quatro em quatro anos.
NOB 91 – Centraliza a gestão na esfera federal.
NOB 93 – Tem como objetivo organizar o processo de
descentralização. Cria as Comissões Intergestores
BIPARTITE e TRIPARTITE.
NOB 96 – Promove e consolida a municipalização. Cria o
Piso da Atenção Básica.
NOAS 2001 – Promove maior equidade na alocação de
recursos e no acesso da população às ações e serviços de
saúde em todos os níveis de atenção.
NOAS 2002 – Amplia as responsabilidades dos municípios
na Atenção Básica. Cria o PAB ampliado.
PACTO DA SAÚDE (2006)
● Pacto pela Vida: saúde do idoso; câncer de colo uterino e
mama; mortalidade infantil e materna; doenças
emergentes e endemias; promoção à saúde; atenção básica
à saúde (principalmente PSF).
● Pacto em Defesa do SUS: defesa e fortalecimento dos
princípios do SUS.
● Pacto de Gestão do SUS: fortalecer as responsabilidades
de cada município, estado e do governo federal.
PACTO PELA VIDA (2008) – Acrescenta as seguintes
prioridades ao pacto pela vida 2006: saúde do trabalhador;
saúde mental; fortalecimento da capacidade de resposta do
sistema de saúde às pessoas com deficiência; atenção
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integral às pessoas em situação ou risco de violência; e
saúde do homem. Em 2011 foi acrescentada a saúde bucal.
Financiamento – Maior fonte de recursos ao SUS são a
contribuição sobre o faturamento (COFINS), os recursos da
seguridade social e a Contribuição Sobre o Lucro Líquido
(CSLL).
Lei Complementar 141 (antiga EC nº 29/2000) –
Determinou a vinculação e estabeleceu a base de cálculo e
os percentuais mínimos de recursos orçamentários que a
União (de acordo com o PIB), os estados (12% da receita),
Distrito Federal e municípios (15% da receita) são obrigados
a aplicar em ações e serviços públicos de saúde. Depois de
quase 12 anos, em 13 de janeiro de 2012, foi aprovada pela
presidente Dilma através da lei complementar número 141.
Emenda Constitucional nº 95, de 15 de dezembro de 2016
(a famosa PEC do teto dos gastos públicos) – Modificou o
percentual mínimo de investimento em saúde pela União da
seguinte maneira:
I - Para o exercício de 2017, à despesa primária paga no
exercício de 2016, incluídos os restos a pagar pagos e
demais operações que afetam o resultado primário,
corrigida em 7,2% (sete inteiros e dois décimos por
cento); e
II - Para os exercícios posteriores, ao valor do limite
referente ao exercício imediatamente anterior, corrigido
pela variação do Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo – IPCA, publicado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, ou de outro índice
que vier a substituí-lo, para o período de doze meses
encerrado em junho do exercício anterior a que se refere
a lei orçamentária.
REDES E PROGRAMAS
● Rede de Atenção às Urgências e Emergências (SAMU e
UPA);
● Programa Farmácia Popular do Brasil (gratuitamente
medicamentos para asma, HAS e diabetes);
● Rede Cegonha (quatro componentes: Pré-Natal, Parto e
Nascimento, Puerpério e Atenção Integral à Saúde da
Criança, e Sistema Logístico – Transporte Sanitário e
Regulação.);
● Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) tem os seguintes
serviços: CAPS, SRT, PVC, Leitos de Atenção Integral em
Álcool e Outras Drogas, e ERD;
● Saúde Mais Perto de Você (programa da atenção básica
com os seguintes componentes: Brasil Sorridente, ESF
Academia da Saúde, Melhor em Casa, Consultório na Rua,
PMAQ, Programa Saúde na Hora);
● Programa Telessaúde Brasil Redes, HumanizaSUS,
Programa Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares.
INTRODUÇÃO
Entendendo a História...
Há décadas, o atendimento em serviços médicos era bem
diferente do atual. Os serviços de saúde tinham que ser
comprados, ou seja, quem tinha dinheiro era atendido por
médicos particulares e quem não tinha era atendido em
entidades filantrópicas, como as Santas Casas. Não existia o
sistema público que temos hoje, ao qual toda a população tem
acesso.
CAPS (Caixas de Aposentadorias e Pensões: 1923-1933)
A partir da década de 20, os funcionários de empresas
começaram a depositar parte de seu salário (3%) em fundos,
para que um dia, caso precisassem de recursos financeiros para
cuidar de sua saúde, tivessem de onde tirar. Além disso, esse
dinheiro também serviria para o pagamento de suas
aposentadorias. Esses fundos eram chamados de CAIXAS DE
APOSENTADORIAS E PENSÕES (CAPS), financiadas de forma
tripartite, pelos empregados, empresas e Governo. Eram
organizadas por empresas ou categorias profissionais e
acabavam excluindo muitos segmentos da população. Embora
fossem reguladas pelo Estado, o rápido crescimento do sistema
de caixas não permitiu ao Governo controlar o seu
funcionamento, especialmente ao longo do fim da República
Velha (anos 20). Neste momento, o Estado quase não possuía
fiscalização das ações da sociedade civil.
VIDEO_01_MEDPRE01
IAPS (Institutos de Aposentadorias e Pensões: 1933-1966)
Na década seguinte (1930), ocorreram muitas mudanças, como a
crise dos anos 30 e a revolução de Getúlio Vargas. Essas
mudanças provocaram o aumento do centralismo estatal. Os
setores de saúde e da previdência não ficaram de fora. A
estrutura das CAPs foi então acrescida dos Institutos de
Aposentadorias e Pensões (IAPs), autarquias centralizadas no
Governo Federal e supervisionadas pelo Ministério do Trabalho,
Indústria e Comércio. Os IAPs, organizados por ramos de
atividade, acabaram absorvendo a maioria das CAPs, restando
poucas até os anos 60. Foram criados os institutos marítimos
(IAPM), comerciários (IAPC), bancários (IAPB), de estiva e
transporte de cargas (IAPTEC) e de industriários (IAPI). Nos anos
40, o último desses institutos foi criado – o dos servidores do
Estado. Como os IAPs tinham muito dinheiro em caixa (ninguém
estava se aposentando...), foi permitido que eles usassemparte
deste dinheiro com a ajuda federal para a construção de
grandes hospitais. Houve, então, a criação dos hospitais dos
bancários, dos comerciários, dos industriários...
Durante os anos 40 e 50, a assistência médica prestada pelas
CAPs e IAPs aos trabalhadores formais era a única disponível.
Os Estados e Municípios não dispunham de serviços de
assistência médica adequados às necessidades de sua
população, salvo raras exceções. Estabelecimentos filantrópicos
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davam assistência às famílias pobres e indigentes, e a Saúde
Pública (que na época focava no combate às doenças
transmissíveis, endemias e programas específicos) ficava a
cargo do Ministério da Educação e Saúde (MESP) e,
posteriormente, do Ministério da Saúde (MS).
A assistência médica prestada pelos IAPs apresentava alguns
problemas, como a excludência. Muitos trabalhadores formais,
bem como os rurais e os do setor informal urbano, não
pertenciam aos ramos de atividade ou de categorias
profissionais cobertos pelos IAPs e pela estrutura remanescente
das CAPs.
A excludência e outras deficiências levaram à unificação das
estruturas de assistência médica dos IAPs.
INPS (Instituto Nacional de Previdência Social: 1966-1977)
O golpe militar de 1964 e o Governo autoritário que se instituiu
criaram condições propícias para alterar o sistema de
previdência social e de assistência médica. Em 1967 foi feita a
reforma previdenciária, unificando cinco dos seis IAPs num
único instituto – o Instituto Nacional de Previdência Social
(INPS). O sobrevivente instituto de aposentadorias e pensões dos
servidores do estado (Ipase) foi extinto nos anos 80 e suas
estruturas de assistência médica foram incorporadas ao INPS.
O INPS passou a ser responsável pela assistência médica de
todos os trabalhadores formais, que contribuíam com 8% de
seus salários, adicionados dos 8% da folha de salário das
empresas, independentemente do ramo de atividade ou da
categoria profissional. Também estavam cobertos os
trabalhadores autônomos ou empregadores que contribuíssem
em dobro para o INPS (16% de sua renda básica). Essa
ampliação na cobertura causou problemas para as instituições
de assistência médica da previdência. Os estabelecimentos
antigos (dos IAPs) não comportavam essa nova clientela (do
INPS). Foi necessário não apenas aumentar as instalações, como
também contratar uma rede de estabelecimentos privados que,
através de processos de compra e venda de serviços médicos,
passariam a integrar a rede de assistência do INPS.
O setor privado não tinha rede de atendimento suficientemente
grande. Seria necessário ampliá-la para dar conta da nova
demanda. Boa parte da expansão da rede foi financiada com
recursos públicos, ou seja, o Governo militar financiou a criação
de novos hospitais para a iniciativa privada com intuito
posterior de compra de serviços médicos (o que causou
inúmeras fraudes, pois os hospitais cobravam do Governo
serviços não praticados...). Também nesta época, os militares
começaram a usar o dinheiro do INPS para outros objetivos, que
não a saúde e a previdência. Começaram a ser realizadas
grandes obras, como a ponte Rio-Niterói, a hidrelétrica de Itaipu
e a rodovia Transamazônica. E chegávamos à seguinte situação:
fraudes contra o INPS, pessoas se aposentando e obras
faraônicas. Conclusão: o dinheiro acabou!!! E o INPS faliu...
INAMPS (Instituto Nacional da Assistência Médica e
Previdência Social: 1977-1993)
Para tentar enfrentar o problema que se instalou, o Governo
cria o INAMPS ou INSTITUTO NACIONAL DA ASSISTÊNCIA
MÉDICA E PREVIDÊNCIA SOCIAL. Uma de suas ações foi criar
um teto para pagamento de serviços médicos prestados pelos
hospitais. Por exemplo: "a partir de agora, para o seu hospital,
só pagaremos 30 radiografias de tórax por mês, 20
apendicectomias, 100 curativos..." O que aconteceu depois? Os
hospitais começaram a diminuir a margem de lucro, em uma
medicina cada vez mais cara. O que fizeram eles? Quando batia
a cota de radiografias, para não perder dinheiro, inventavam
outros procedimentos que ainda não tinham batido a cota, para
poder custear procedimentos que não seriam pagos, ou seja,
criavam estratégias para continuar recebendo dinheiro e
contribuíam para a situação de falência da previdência.
Mas por que o INAMPS acabou? Seguindo a mesma lógica
adotada no período do autoritarismo do INPS, o setor privado
continuou sendo privilegiado. Nesse sentido, o INAMPS
patrocinou de forma substancial a expansão desse setor, através
de empréstimos e recursos da população. Foi uma "festa" com o
dinheiro público, culminando na sua falência.
E o Ministério da Saúde?
De tudo que foi dito, você notou que o Ministério da Saúde
praticamente não foi citado? Nesta época não existia
Ministério da Saúde? Existia (foi criado em 1953), mas estava
restrito a algumas medidas preventivas, como vacinação,
controle de epidemias e saneamento básico (Modelo Sanitário).
A parte curativa (hospitais) estava com o Ministério da
Previdência Social (Modelo Privatista).
VIDEO_02_MEDPRE01
Portanto, neste momento da história, tínhamos os seguintes
problemas:
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Percebendo esses problemas, uma mudança se fazia necessária.
Sendo assim, a sociedade, composta por médicos, estudantes e
demais profissionais de saúde, resolveu propor uma reforma, a
chamada REFORMA SANITÁRIA.
REFORMA SANITÁRIA
Iniciada na década de 1970, a Reforma Sanitária Brasileira teve
grande participação popular e de movimentos sindicais. Teve,
também, amplo apoio político.
● Propostas:
● Universalizar o direito à saúde;
● Integrar as ações curativas e preventivas;
● Descentralização administrativa;
● Promover a participação e o controle social.
Como começaram a colocar as propostas em ação?
● Plano CONASP e as Ações Integradas de Saúde:
● Estratégia importante rumo à universalização, integração e
racionalização dos serviços públicos de saúde.
● VIII Conferência Nacional de Saúde (1986):
● LEMA: Saúde, direito de todos, dever do Estado;
● Reforçaram as propostas de universalização, unificação do
sistema, integralidade das ações, descentralização e
participação popular. Tinha como objetivo final a criação do
Sistema Único de Saúde.
● Criação do SUDS (1987
● Serviço Único e Descentralizado de Saúde → retirar o poder
centralizador do Governo Federal. Foi a última etapa para a
formação do SUS.
Veja algumas questões:
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2018
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP-SP
O Sistema de Saúde brasileiro está organizado no Sistema
Único de Saúde (SUS) desde 1988, fruto de um movimento
denominado Reforma Sanitária. Qual das alternativas abaixo
está CORRETA com relação à Reforma Sanitária brasileira e
suas implicações para o SUS?
a) Na Reforma Sanitária brasileira, os partidos políticos e suas
disputas monopolizaram o movimento
b) A criação do SUS foi fruto de pressões de organizações
internacionais, como a OMS, devido à sua estratégia "Saúde
para todos no ano 2000".
c) Uma característica fundamental da Reforma Sanitária
brasileira é o fato de ela ter sido conduzida pela sociedade
civil.
d) O subfinanciamento do SUS é consequência da condução da
Reforma Sanitária brasileira por organizações externas ao
setor saúde.
R. Letra A: o movimento de Reforma Sanitária foi conduzido
pela sociedade civil, muito embora tenha tido amplo apoio
político e de movimentos sindicais. INCORRETA. Letra B: a
criação do SUS foi fruto das discussões presentes na 8ª
Conferência Nacional de Saúde. E, esta última, foi
consequência direta da Reforma. INCORRETA. Letra C: como
dito na letra A, CORRETA. Letra D: item para confundir. O
financiamento do SUS não tem qualquer relação com a
Reforma Sanitária. INCORRETA.
Resposta: letra C.
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RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015
HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA DO PARANÁ – HCV-PR
Aponte entre as alternativas abaixo aquela que corresponde
ao INPS – Instituto Nacional de Previdência Social:
a) Essa estrutura, ao atuar em saúde, foi uma grande
compradora de serviços privadosde saúde e, dessa forma,
um estímulo a um padrão de organização da prática médica
orientada pelo lucro.
b) O INPS, ao ofertar serviços de saúde, atuou no sentido da
desaceleração do crescimento do atualmente chamado setor
suplementar em saúde.
c) As ações em saúde promovidas por esse instituto
permitiram a organização da prática médica em moldes
mais equitativos, na medida em que priorizou a clientela
trabalhadora.
d) A criação do Inamps – Instituto Nacional de Assistência
Médica da Previdência Social – representou um passo
importante na separação da saúde da previdência social.
e) A ampliação da cobertura da assistência médica no âmbito
do INPS teve como consequência o fortalecimento do
Ministério da Saúde e a passagem do Inamps para esse
ministério após a redemocratização do país.
R. Vamos pelas alternativas:
Letra A: correta. Você acabou de ver isso no texto anterior
sobre o INPS;
Letra B: incorreta, pois sua maneira de agir, "vendendo"
serviços médicos para o SUS, é muito semelhante a como o
setor suplementar vende seus produtos para a população
segurada pelos planos;
Letra C: incorreta, pois justamente por priorizar só uma parte
da população (os trabalhadores) deixava de fora todo o resto...;
Letra D: incorreta, pois o INAMPS continuava sob controle da
previdência social. Olha o nome dele: Instituto Nacional de
Assistência Médica da Previdência Social;
Letra E: incorreta, pois o Ministério da Saúde ainda tinha
pouca importância e o INAMPS pertencia a Previdência Social.
Resposta: letra A.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2012
FACULDADE DE MEDICINA DO ABC – ABC – SP
Antes da implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), havia
dois Ministérios que eram responsáveis pelos serviços de
saúde no Brasil. Os serviços hospitalares que atendiam os
trabalhadores do mercado formal eram administrados pelo:
a) Ministério da Saúde.
b) Ministério do Trabalho.
c) Ministério da Previdência e Assistência Social.
d) Ministério da Educação.
R. Lembrando do que acabou de ser dito...
O Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que surgiu
em 1966, após a unificação dos Institutos de Aposentadorias e
Pensões (IAPs), caracterizou-se pela maior participação do
Estado, através do Ministério da Previdência e Assistência
Social, na assistência à saúde e previdência dos trabalhadores
do mercado formal, o que antes era proporcionado pela
empresa na qual trabalhavam, situação na qual os
trabalhadores possuíam maior participação nas decisões.
Ou seja, no período anterior à implementação do Sistema
Único de Saúde, as ações da previdência e da saúde eram
unificadas e administradas pelo Ministério da Previdência e
Assistência Social. A assistência médico-hospitalar era
prestada pelo Instituto Nacional de Assistência Médica da
Previdência Social (INAMPS).
O Movimento da Reforma Sanitária, ocorrido no final dos anos
70, veio antecipar essas mudanças, e propor uma reforma na
saúde, o que constitui o próprio SUS. Resposta certa: letra C.
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RESIDÊNCIA MÉDICA – 2011
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE – SES-RJ
"Muitas foram as conquistas nestes mais de 20 anos de criação
do Sistema Único de Saúde (SUS). Saímos de uma estrutura que
atendia apenas 30 milhões de filiados à Previdência Social
para outra, de recorte universal, que atende 190 milhões de
brasileiros."
Esta afirmativa do Ministro José Gomes Temporão, em
editorial publicado em 29 de setembro de 2009, fala de
mudanças significativas na Política de Saúde. A estrutura
extinta corresponde a:
a) Distritos sanitários.
b) Institutos dos trabalhadores.
c) Postos de assistência médica.
d) Unidades de pronto atendimento.
R. Depois do texto contando a história do SUS, fica muito fácil
essa questão. A estrutura extinta foi a dos institutos dos
trabalhadores. Acabou com a assistência médica
previdenciária restrita aos trabalhadores com carteira
assinada, e foi criado o atendimento universal e gratuito.
Resposta: letra B.
Observe a questão abaixo, também do SES-RJ 2011 (continuação
da questão anterior), que confundiu muita gente boa:
A criação do SUS foi definida, inicialmente, por:
a) Decreto-lei.
b) Medida provisória.
c) Norma operacional.
d) Texto constitucional.
R. Essa questão quer saber quem definiu a criação do SUS.
Medida provisória e norma operacional são rapidamente
excluídas. A grande dúvida ficou entre decreto-lei ou texto
constitucional. O SUS foi definido pela Constituição Federal,
TÍTULO VIII – DA ORDEM SOCIAL; CAPÍTULO II – SEÇÃO II, DA
SAÚDE – ARTIGOS 196; 197; 198. A Lei 8.080 de 1990 (Lei
Orgânica da Saúde – que você verá mais a frente) não define a
criação do SUS e sim regula as ações e serviços de saúde.
Portanto, resposta: letra D.
O SUS
O que é o SUS?
Em 1988, a nova Constituição Brasileira cria o Sistema Único de
Saúde (SUS). Trata-se de "uma nova formulação política e
organizacional para o reordenamento dos serviços e ações de
saúde.
ATENÇÃO: o SUS não é um sucessor do INAMPS ou do SUDS. Ele
é um novo sistema de saúde!!!
Muito cuidado! O movimento da Reforma Sanitária Brasileira
impulsionou e facilitou a criação do SUS, mas o mesmo foi
estabelecido pela Constituição Federal de 1988, e regulamentado
pelas Leis Orgânicas de Saúde 8.080/90 e 8.142/90, além de
outras Leis que o mantêm atualizado com os novos problemas
que surgem.
Por que sistema único?
Porque ele segue a mesma doutrina e os mesmos princípios
organizativos em todo o território nacional, sob a
responsabilidade das três esferas autônomas de Governo
(federal, estadual e municipal). Assim, o SUS não é um serviço
ou uma instituição, mas um sistema que significa um conjunto
de unidades, de serviços e de ações que interagem para uma
mesma finalidade. Esses elementos integrantes do sistema
referem-se, ao mesmo tempo, a: atividades de promoção,
proteção e recuperação da saúde.
Problemas e soluções para implantação do SUS:
● Termina com o acesso restrito → todos os cidadãos brasileiros
têm direito a acesso à saúde pública → UNIVERSALIZAÇÃO;
● Ênfase na cura, onde todos os municípios eram tratados da
mesma maneira, independentemente dos seus problemas →
agora a cura e a prevenção têm que estar juntas, as ações têm
que ser integradas e de acordo com os problemas de cada
município → INTEGRALIDADE;
● O Brasil era visto como um bloco, ninguém se importava com
as diferenças individuais e regionais → mas o país tem
grandes diferenças, essa visão precisava ser mudada → "cada
um é diferente de cada um", cada região necessita de cuidados
diferenciados e o objetivo final é que o Brasil fique mais
equilibrado, mais igualitário, diminuindo a heterogeneidade
→ EQUIDADE;
● Saúde centralizada → agora o município é que deve ditar as
regras, pois é ele que melhor conhece os seus problemas →
DESCENTRALIZAÇÃO;
● Os indivíduos procuravam os hospitais para atendimento
básico → agora, primeiro, vamos ao posto de saúde (90% dos
problemas são resolvidos nele); se houver necessidade de
maior complexidade, iremos ao hospital →
HIERARQUIZAÇÃO;
● O povo não palpitava, poucos decidiam → o povo tem direito
de participar, pois ele é o maior interessado, é ele que "sofre"
→ PARTICIPAÇÃO SOCIAL.
Você percebeu que, pelas soluções propostas do SUS, entram os
conceitos básicos que sempre caem em provas. Portanto, vamos
repetir a seguir de maneira direta e simplificada esses
conceitos:
Princípios éticos/doutrinários
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Princípios organizacionais/operativos
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Veja as questões que todo ano aparecem nos concursos..
RESIDÊNCIA MÉDICA - 2019
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – UNESP
A Secretaria de Saúde de um município estabelece que no
acesso a consultas e exames especializados deva ser dada
prioridade a usuários de menor renda e que não disponham
de plano de saúde privado. Tal determinação está em
desacordo ao seguinte princípio do SUS, disposto na Lei
Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080, de 1990):
a) Igualdade.
b) Universalidade.
c) Integralidade.
d) Impessoalidade.
R. Reparem que maldade! O princípio visto aquié o da
equidade! Mas repare como nessa situação esse princípio vai
de encontro ao princípio da IGUALDADE presente na Lei 8.080.
Vai ver foi por isso que os documentos posteriores passaram a
desconsiderar o princípio da igualdade e passaram a incluir a
EQUIDADE como princípio do SUS.
Resposta: letra A.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2018
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP UNICAMP –
SP
Em uma cidade constatou-se que determinados tipos de câncer
eram diagnosticados precocemente, porém o tempo para o
acesso à atenção especializada era longo demais para
possibilitar a sobrevida possível para a doença. O princípio do
SUS desrespeitado é o da:
a) Equidade.
b) Regionalização.
c) Integralidade
d) Universalidade.
R. Em uma suposta cidade, alguns tipos de câncer eram
diagnosticados precocemente. Entretanto, o acesso a um nível
secundário ou terciário de assistência é tão lento que o
paciente evolui a óbito antes.
Ou seja, o diagnóstico consegue ser feito, mas o tratamento
não! Em resumo, é fato que estes pacientes não estão sendo
atendidos de maneira integral.
Resposta: letra C.
SAIBA MAIS
Cuidado para não confundir equidade com igualdade. Existe o
princípio do SUS da igualdade, que inclusive está citado na Lei
8.080/90. Ele afirma que deve existir igualdade da assistência à
saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie, ou
seja, não diferenciar por classe social, sexo, cor da pele...
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RESIDÊNCIA MÉDICA – 2017
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP-SP
Qual princípio do Sistema Único de Saúde (SUS) possibilita que
o atendimento à paciente idosa seja priorizado em relação à
paciente jovem adulta?
a) Universalidade.
b) Nenhum.
c) Hierarquização.
d) Equidade.
R. Questão direta. Se estamos priorizando um grupo por ser
mais vulnerável, estamos utilizando o princípio da equidade,
no qual situações diferentes merecem abordagens diferentes.
Resposta: letra D.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015
UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO – UNAERP – SP
O Princípio do SUS, que rompeu com o modelo de saúde
excludente, em que somente os contribuintes da previdência
social tinham direito à assistência à saúde, foi o da:
a) Universalidade
b) Equidade.
c) Integralidade.
d) Resolubilidade.
e) Hierarquização
R. Rompeu com a saúde excludente, ou seja, todos têm acesso
agora. Só pode ser a UNIVERSALIDADE. Resposta: letra A.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2013
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO – UERJ
A Constituição da República Federal do Brasil promulgada em
1988 estabeleceu o Sistema Único de Saúde (SUS) com o
objetivo de melhorar a atenção à saúde no país. Sua
construção foi baseada em um conjunto de princípios
doutrinários e organizativos. São diretrizes ou princípios que
regem a organização do SUS:
a) Universalidade e equidade.
b) Modelo assistencial e integralidade.
c) Descentralização e participação popular.
d) Desospitalização e reordenação pela APS.
R. Questão sem problemas. Os princípios organizacionais do
SUS estão na alternativa C.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2012
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – UFRJ
Dados dos Suplementos Saúde da Pesquisa Nacional de
Amostra por Domicílio (PNAD) indicam que as desigualdades
sociais no acesso aos serviços de saúde foram reduzidas. Este
resultado reflete melhorias relacionadas ao princípio do SUS
de:
a) Universalidade.
b) Equidade.
c) Regionalização.
d) Descentralização.
R. Sem problemas, não é? Se estamos diminuindo
desigualdades, estamos tratando com equidade. Resposta: letra
B.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2011
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP-SP
Segundo o Ministério da Saúde, em 2003, mais da metade das
mulheres com 50 anos ou mais de idade não tinha sido
submetida à mamografia nos dois últimos anos. Qual princípio
básico do SUS está sendo negligenciado nesta situação?
a) Primeiro contato.
b) Integralidade.
c) Descentralização do atendimento.
d) Hierarquização.
R. Quando mais da metade das mulheres brasileiras deixam de
fazer a mamografia, a visão INTEGRAL à saúde, com ênfase no
diagnóstico precoce, é prejudicada. Portanto, resposta: letra B.
EVOLUÇÃO DO SUS
Como foi a evolução do SUS?
Boa pergunta! Imagine só, o MUNICÍPIO até então recebia
ordens e agora passa a ser o GESTOR PRINCIPAL. Como é ele
quem manda, ele deve receber dinheiro para realizar os
pagamentos, pois é ele quem vai realizar a compra de materiais
e contratar profissionais.
Agora, será que os mais de 5.000 municípios brasileiros estavam
preparados para isso? É claro que não. Então, nesse momento,
foram criadas leis para estabelecer exatamente como o SUS
deveria funcionar.
LEI 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990
VIDEO_04_MEDPRE01
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"Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos
serviços correspondentes e dá outras providências."
● Em outras palavras, determina os princípios, objetivos e
atribuições do SUS: princípios; vigilância sanitária; vigilância
epidemiológica; saúde do trabalhador; assistência
farmacêutica...
A Lei é enorme (na versão digital desta apostila ela foi colocada
na íntegra).
"Eu tenho que decorar tudo??" Calma!!! Essa lei determina
quase tudo do SUS, e você já sabe bastante coisa. Seguem abaixo
os principais pontos para a memorização (observe bem os
comentários das questões)... Mas se quiser memorizar tudo,
melhor para você...
Obs.: ela não foi colocada na íntegra, na versão digital, para
ocupar espaço. Dê pelo menos uma lida para se situar melhor
no tema. Agora iremos colocar várias questões para você ter
ideia do que eles mais cobram em provas.
● A Lei 8.080 estabelece o seguinte:
Cabe à direção:
A Direção Nacional pode EXECUTAR?
O setor privado pode participar?
E ainda acrescenta algumas definições importantes, como:
Vigilância Sanitária
● É um conjunto de ações capaz de ELIMINAR, DIMINUIR ou
PREVENIR riscos à saúde e de intervir nos problemas
SANITÁRIOS decorrentes do meio ambiente, da produção e da
circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da
saúde, controlando:
● Os bens de consumo que direta ou indiretamente se
relacionam com a saúde, compreendidas todas as etapas e
processos, da produção ao consumo;
● A prestação de serviços que se relacionam direta ou
indiretamente com a saúde.
Vigilância Epidemiológica
● É um conjunto de ações que proporcionam o CONHECIMENTO,
a DETECÇÃO ou a PREVENÇÃO de qualquer mudança nos
fatores determinantes e condicionantes da saúde individual ou
coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas
de prevenção e controle das doenças ou agravos.
Saúde do Trabalhador
● É um conjunto de atividades que se destina, através das áreas
de vigilância epidemiológica e da vigilância sanitária, a
promover e a proteger a saúde dos trabalhadores, assim como
visa à recuperação e à reabilitação da saúde daqueles que se
encontram submetidos aos riscos e agravos advindos das
condições de trabalho.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015
HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA DO PARANÁ – HCV-PR
Segundo a Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, é atribuição
da direção nacional do Sistema Único de Saúde:
a) Gerir hemocentros e laboratórios públicos.
b) Executar serviços de saúde do trabalhador.
c) Gerir os serviços de saúde do Distrito Federal.
d) Formar consórcios administrativos intermunicipais.
e) Controlar e fiscalizar produtos de interesse para a saúde.
R. Pelas alternativas:
Letra A: atribuição municipal;
Letra B: atribuição municipal;
Letra C: atribuição do DF (que são as atribuições dos estados e
municípios);
Letra D: atribuição municipal;
Letra E: correta. Resposta: letra E.
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RESIDÊNCIA MÉDICA – 2013
FACULDADE DE MEDICINA DE CAMPOS – FMC – RJ
Conforme a Lei Orgânica da Saúde, Lei 8.080, relacione as
competências da coluna da direita aos níveis de governo da
coluna da esquerda.
1. Direção nacional do SUS.
2. Direção estadual do SUS.
3. Direção municipal do SUS.
( ) Define e coordena o sistema de vigilância epidemiológica.
( ) Promove a descentralização,para os municípios, dos
serviços e ações de saúde.
( ) Estabelece normas e executa a vigilância sanitária de
portos, aeroportos e fronteiras.
( ) Controla e fiscaliza os serviços privados de saúde. Assinale a
alternativa que apresenta a numeração CORRETA da coluna
da direita, de cima para baixo.
a) 1 - 2 - 3 - 2.
b) 1 - 2 - 1 - 3.
c) 2 - 1 - 3 - 3.
d) 3 - 2 - 1 - 2.
e) 2 - 3 - 1 - 3.
R. Vamos lá:
Quem DEFINE e coordena o sistema de vigilância
epidemiológica é a direção NACIONAL;
Quem promove a DESCENTRALIZAÇÃO, para os MUNICÍPIOS,
dos serviços e ações de saúde é a direção ESTADUAL;
Quem estabelece normas e executa a vigilância sanitária de
PORTOS, AEROPORTOS E FRONTEIRAS é a direção NACIONAL;
Quem controla e fiscaliza os serviços privados de saúde é a
direção MUNICIPAL.
Portanto, resposta: letra B.
Lei 8.142, de 28 de Dezembro de 1990
"Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do
Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências
intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e
dá outras providências."
Lei complementar à Lei 8.080.
VIDEO_05_MEDPRE01
● É a lei que fala sobre a participação popular e os gastos do SUS.
● Determina a participação popular e as transferências
intergovernamentais de recursos financeiros na área da
saúde.
Quanto à participação popular:
● Cria os Conselhos e as Conferências de Saúde.
Quanto a transferências intergovernamentais de recursos
financeiros:
● Cria a transferência REGULAR e AUTOMÁTICA do Fundo
Nacional para os Fundos de Saúde correspondentes (ver
abaixo), de acordo com o número de habitantes (até então os
municípios, que eram apenas servidores, recebiam de acordo
com a produção).
Para receberem os recursos, os Municípios, os Estados e o
Distrito Federal deverão contar com:
I - Fundo de Saúde;
II - Conselho de Saúde, com composição paritária;
III - Plano de saúde;
IV - Relatórios de gestão que permitam o controle;
V - Contrapartida de recursos para a saúde no respectivo
orçamento;
VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e
Salários (PCCS).
Atenção para estes dois conceitos que vêm a seguir, pois são
exaustivamente cobrados em provas!!!!
O que são Conselhos de Saúde?
São formados por representantes do Governo, prestadores de
serviços, profissionais de saúde e usuários, sendo que estes
últimos detêm 50% dos membros (representação dos usuários
paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos). Atuam
no controle da execução da política de saúde, inclusive nos
aspectos econômicos e financeiros. São PERMANENTES E
DELIBERATIVOS e se reúnem uma vez por mês. Indicam e
nomeiam gestores dos serviços de saúde pertencentes ao SUS.
O que são as Conferências de Saúde?
As Conferências de Saúde são realizadas de quatro em quatro
anos (podendo haver convocações extraordinárias pelos
conselhos ou pelo poder executivo), com representantes dos
vários segmentos sociais, com o objetivo de avaliar a situação da
saúde e propor as diretrizes para a formulação das políticas de
saúde. Assim como os Conselhos, a representação dos usuários
será paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos.
ATENÇÃO
Os conselhos se reúnem uma vez por mês!!
50% dos membros são os usuários!!
ATENÇÃO
Realizadas de quatro em quatro anos!!
50% dos membros são os usuários!!
Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech
Obs.: junto com a Lei 8.080/90 são consideradas as Leis
Orgânicas da Saúde.
Obs.: o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e o
Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
(CONASEMS) terão representação no Conselho Nacional de
Saúde.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2018
ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO PARANÁ – AMP – PR
A participação social no Sistema Único de Saúde, prevista na
Constituição Federal de 1988, foi regulamentada pela Lei nº
8.142/90, com a obrigatoriedade dos Conselhos de Saúde, cuja
composição foi melhor definida pela Resolução 333 do
Conselho Nacional de Saúde em 2003. Em uma cidade de
médio porte o Conselho de Saúde composto por 24 membros,
deve ter a seguinte composição por setor representado:
a) Governo – 6; prestador de serviço privado – 6; profissionais
de saúde – 6 e usuários – 6.
b) Governo – 12; prestador de serviço privado – 3; profissionais
de saúde – 3 e usuários – 6.
c) Governo – 3; prestador de serviço privado – 3; profissionais
de saúde – 6 e usuários – 12.
d) Prestador de serviço público – 6; prestador de serviço
privado – 6; profissionais de saúde – 6 e usuários – 6.
e) Prestador de serviço público – 6; prestador de serviço
privado – 3; profissionais de saúde – 3 e usuários – 12.
R. Muito bem, a resposta só pode ser a letra C ou E, pois
contêm metade usuário e metade o resto. Mas agora, qual
marcar? Como visto anteriormente, segundo a resolução 333,
têm-se: 25% de trabalhadores e 25% de representação de
governo e prestadores de serviços privados conveniados, ou
sem fins lucrativos. Portanto, 12 que devem ser divididos
metade trabalhadores e metade governo e prestadores
privados, ou seja: governo – 3; prestador de serviço privado –
3; profissionais de saúde – 6.
Resposta: letra C.
SAIBA MAIS
1 - Cuidado com a Resolução 333/2003 do Conselho Nacional de
Saúde!!! Ela diz que para manter o equilíbrio dos interesses
envolvidos, a distribuição das vagas é paritária, ou seja, 50%
de usuários (entidades e movimentos representativos de
usuários) e 50% do "resto". Só que esses outros participantes
("o resto") devem ser o seguinte: 25% de trabalhadores e 25%
de representação de governo e prestadores de serviços
privados conveniados, ou sem fins lucrativos.
2 - Em 10 de maio de 2012, foi aprovada a Resolução No 453. Ela
serviu para a instituição, reformulação, reestruturação e
funcionamento dos Conselhos de Saúde. Seus pontos
principais são:
● A participação de órgãos, entidades e movimentos sociais
terá como critério a representatividade, a abrangência e a
complementaridade do conjunto da sociedade, no âmbito
de atuação do Conselho de Saúde. De acordo com as
especificidades locais, aplicando o princípio da paridade,
serão contempladas, dentre outras, as seguintes
representações:
a) Associações de pessoas com patologias;
b) Associações de pessoas com deficiências;
c) Entidades indígenas;
d) Movimentos sociais e populares, organizados (movimento
negro, LGBT...);
e) Movimentos organizados de mulheres, em saúde;
f) Entidades de aposentados e pensionistas;
g) Entidades congregadas de sindicatos, centrais sindicais,
confederações e federações de trabalhadores urbanos e
rurais;
h) Entidades de defesa do consumidor;
i) Organizações de moradores;
j) Entidades ambientalistas;
k) Organizações religiosas;
l) Trabalhadores da área de saúde: associações,
confederações, conselhos de profissões regulamentadas,
federações e sindicatos, obedecendo as instâncias
federativas;
m) Comunidade científica;
n) Entidades públicas, de hospitais universitários e hospitais
campo de estágio, de pesquisa e desenvolvimento;
o) Entidades patronais;
p) Entidades dos prestadores de serviço de saúde; e
q) Governo.
● Quando não houver Conselho de Saúde constituído ou em
atividade no Município, caberá ao Conselho Estadual de
Saúde assumir, junto ao executivo municipal, a convocação
e a realização da Conferência Municipal de Saúde, que terá
como um de seus objetivos a estruturação e composição do
Conselho Municipal. O mesmo será atribuído ao Conselho
Nacional de Saúde, quando não houver Conselho Estadual
de Saúde constituído ou em funcionamento;
● As funções, como membro do Conselho de Saúde, não serão
remuneradas;
● A participação dos membros eleitos do Poder Legislativo,
representação do Poder Judiciário e do Ministério Público,
como conselheiros, não é permitida nos Conselhos de
Saúde;
● O presidente do Conselho deve ser eleito entre os seus
membros, em reunião plenária.
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RESIDÊNCIA MÉDICA – 2016
UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO – UNAERP – SP
Em relação às Conferências de Saúde, podemos afirmar que:
a) Devem ser realizadas a cada dois anos.
b) Devemser convocadas pelo poder executivo.
c) Foram regulamentadas pela Lei 8.080.
d) Sua organização e normas devem ser aprovadas pelo
CONASS.
e) Têm caráter deliberativo.
R. A Lei 8.142 de 1990 determinou a participação popular no
SUS através dos Conselhos e Conferências de Saúde. A questão
versa sobre as Conferências que avaliam a situação da saúde,
propondo diretrizes. São realizadas de quatro em quatro anos
com 50% de usuários, 25% de trabalhadores e 25% de
prestadores. Podem ser convocadas pelos Conselhos de Saúde
ou pelo Poder Executivo. Melhor resposta, portanto: letra B.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIO VARGAS – HUGV – AM
A participação social faz parte da trajetória de construção do
sistema de saúde brasileiro. Referente aos Conselhos de Saúde
(CS) assinale a CORRETA:
a) O CS é uma instância colegiada, consultiva e permanente do
Sistema Único de Saúde (SUS) em cada esfera de Governo.
b) Na composição do CS, o segmento de usuários não
necessariamente precisa ser paritário em relação ao
conjunto dos demais segmentos representados.
c) Referente ao seu funcionamento, o CS deverá acompanhar e
controlar a atuação do setor credenciado mediante contrato
ou convênio na área de saúde.
d) Nos CS os trabalhadores da área da saúde terão
representatividade de 30%.
R. Pelas alternativas:
Letra A: errada, pois são deliberativos e não consultivos;
Letra B: errada, pois a participação do usuário deve ser
obrigatoriamente paritária;
Letra C: correta, o setor credenciado ao SUS também deve ser
controlado e acompanhado pelo CS;
Letra D: incorreta, pois terão representatividade de 25%.
Portanto, resposta: letra C.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2011
PROCESSO SELETIVO UNIFICADO – PSU-MG
Constituem instâncias de participação da comunidade na
gestão do Sistema Único de Saúde:
a) Conferências Estaduais de Saúde e Consórcios
Intermunicipais de Saúde.
b) Conselhos Municipais de Saúde e Conferências Estaduais de
Saúde.
c) Conselhos Municipais de Saúde e Consórcios
Intermunicipais de Saúde.
d) Programa de Saúde da Família e Conferências Municipais de
Saúde.
R. Questão sem maiores dificuldades. É só achar os conselhos e
conferências de saúde. Portanto, resposta: letra B.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2010
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE – HCPA – RS
O Conselho Nacional de Saúde:
a) É composto por representantes de cada Secretaria Estadual
de Saúde.
b) Reúne-se ordinariamente a cada 4 anos para formular a
política de saúde.
c) É composto majoritariamente por representantes dos
profissionais de saúde e dos prestadores de serviços da
saúde.
d) Atua no controle da execução da política de saúde, exceto
nos aspectos econômicos e financeiros.
e) Pode convocar extraordinariamente a Conferência Nacional
de Saúde.
R. Letra A: incorreta, pois é por um representante,
representando o Conselho Nacional de Secretários de Saúde
(CONASS). Observe que a questão fala sobre o Conselho
Nacional de Saúde.
Letra B: incorreta, quem se reúne de quatro em quatro anos
são as conferências de saúde.
Letra C: incorreta, são formados por representantes do
Governo, prestadores de serviços, profissionais de saúde e
usuários, sendo que estes últimos detêm 50% dos membros
(representação dos usuários paritária em relação ao conjunto
dos demais segmentos).
Letra D: incorreta, inclusive nos aspectos econômicos e
financeiros.
Letra E: correta.
Portanto, resposta: letra E.
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RESIDÊNCIA MÉDICA – 2010
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO EVANGÉLICO DE CURITIBA – HUEC –
PR
Sobre os Conselhos de Saúde, assinale a alternativa
INCORRETA:
a) Os conselhos estão estruturados nos três níveis de governo:
municipal, estadual e federal.
b) São órgãos ou instâncias colegiadas de caráter permanente
e deliberativo, integrante da estrutura básica da secretaria
ou departamento de saúde.
c) A legislação estabelece composição paritária entre os
membros, assim o Conselho é composto de profissionais de
saúde (25%), prestadores de serviço (25%) e usuários (50%).
d) A formação dos Conselhos de Saúde não é obrigatória,
ficando a cargo do gestor a criação deles.
e) Nenhum conselheiro poderá ser remunerado por suas
atividades.
R. Questão maldosa! A única alternativa incorreta é a letra D,
pois a formação do conselho é obrigatória. Se o município, por
exemplo, não tiver conselho, perde o repasse financeiro.
Observe a maldade: quando observamos a Lei 8.142/90, ela diz
o seguinte: "A representação dos usuários nos Conselhos de
Saúde e Conferências será paritária em relação ao conjunto
dos demais segmentos." Ou seja, 50% usuários e 50% o resto
(Trabalhadores de Saúde e Prestadores de Serviços de Saúde:
públicos [do governo] e privados). Só que a Resolução
333/2003 da 11ª conferência nacional de saúde estipulou que
as vagas dos conselheiros devem ser:
50% de entidades de usuários;
25% de entidades dos trabalhadores de Saúde;
25% de representação de governo, de prestadores de serviços
privados conveniados, ou sem fins lucrativos. Portanto,
resposta: letra D.
A partir de 1991, foram criadas novas leis para acertar e
adequar o funcionamento do SUS, só que não foram
chamadas de Leis, e sim Normas. São elas: NOB – Norma
Operacional Básica e NOAS – Norma Operacional da
Assistência Social. Vamos estudá-las com mais detalhes
agora.
NOB 91 (NORMA OPERACIONAL BÁSICA DE 1991)
O que diz essa lei?
VIDEO_06_MEDPRE01
● Centraliza a gestão na esfera federal.
● Municípios se comportam como prestadores de serviços (não
como gestores).
● Prestadores públicos e privados recebem dinheiro do
Ministério da Saúde de acordo com a produção.
● Responsável pela criação da AIH (Autorização de Internação
Hospitalar); da SIH (Sistema de Informação Hospitalar) e da
FEM (Fator de Estímulo a Municipalização).
● Instituiu, também, a Unidade de Cobertura Ambulatorial
(UCA), que determinou o reajuste dos valores a serem
repassados aos Estados, Distrito Federal e Municípios.
Opa, não estamos regredindo com o que vinha sendo
proposto? Os municípios não estavam recebendo o dinheiro
de acordo com o número de habitantes?
Exatamente. Mas analisando bem a situação, vamos lembrar
que o município era um empregado do Governo Federal, e que
de um dia para o outro vira o gestor, vira o "patrão". Será que
ele estava preparado para isso?
É claro que não!!! Para dar tempo à adequação municipal é que
foi criada essa NOB.
NOB 93 (NORMA OPERACIONAL BÁSICA DE 1993)
O que diz essa lei?
Tem como objetivo organizar o processo de descentralização da
gestão das ações e serviços de saúde. INICIA O PROCESSO DE
DESCENTRALIZAÇÃO.
● O município passa a ser gestor → ocorre a municipalização
(em consonância com a 9º Conferência Nacional de Saúde, que
teve como tema central exatamente a "municipalização").
● A transferência de recursos passa ser automática e regular
(fundo a fundo).
● São criadas as Comissões Intergestores Bipartite (de âmbito
estadual) e Tripartite (nacional), para negociação, pactuação,
articulação e integração entre gestores.
Quem faz parte das Comissões de Intergestores Bipartite?
É composta de forma paritária, por representantes da Secretaria
Estadual de Saúde (SES) e do Conselho Estadual de Secretários
Municipais de Saúde (COSEMS) ou órgão equivalente. Um dos
representantes dos municípios é o Secretário de Saúde da
Capital.
Quem faz parte das Comissões de Intergestores Tripartite?
É composta, também paritariamente, por representantes do
Ministério da Saúde (MS), do Conselho Nacional de Secretários
de Saúde (CONASS) e do Conselho Nacional de Secretarias
Municipais de Saúde (CONASEMS).
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RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015
ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO PARANÁ – AMP – PR
Tem representação na Comissão Intergestores Tripartite (CIT):
a) Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretários de
Saúde e Conselho Nacional de Secretários Municipais de
Saúde.
b) Ministério da Saúde, Ministério da Educação e Ministério da
Ciência e Tecnologia.
c) Governo Federal, governos estaduais e governos municipais.
d) Conselho Nacionalde Saúde, Conselhos Estaduais de Saúde
e Conselhos Municipais de Saúde.
e) Conselho Nacional de Saúde, Agência Nacional de Saúde
Suplementar e Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
R. Como visto anteriormente, resposta: letra A.
NOB 96 (NORMA OPERACIONAL BÁSICA DE 1996)
O que diz essa lei?
Tem a finalidade principal de colocar e consolidar como gestor
da Saúde os municípios e o Distrito Federal. Além disso,
reorganizou a gestão dos procedimentos de média e alta
complexidade, promoveu a ampliação de cobertura do PSF e
definiu a Programação Pactuada e Integrada (PPI).
PROMOVER E CONSOLIDAR A MUNICIPALIZAÇÃO – GESTÃO
PLENA.
● O município passa a ter poderes plenos. Dois tipos de gestão
são criadas:
● Gestão Plena da Atenção Básica
O município toma conta de toda a atenção básica (consulta
médica odontológica).
● Gestão Plena do Sistema Municipal
O município toma conta de toda a atenção básica e também
dos maiores níveis de complexidade (média e alta).
E se o município não aderir a nenhum tipo de gestão citada
acima?
Os municípios que não aderirem ao processo de habilitação
ficam na condição de prestadores de serviços e a gestão do SUS
no seu território será feita pelo estado.
● É criado o Piso de Atenção Básica (PAB):
● São recursos destinados aos procedimentos da atenção
básica;
● Esse piso é definido pela multiplicação de um valor per capita
nacional pela população de cada município (fornecida pelo
IBGE), e é transferido regular e automaticamente ao fundo de
saúde ou conta especial dos municípios. O município
precisa de um plano municipal de saúde para receber o
PAB;
● Tem uma parte fixa calculada por habitantes, que era de 10
reais por habitante/ano na época da sua criação. Atualmente
os valores se baseiam na portaria 3.947, de 28 de dezembro
de 2017, dependendo do "tipo" de município, classificado em
quatro faixas, de acordo com pontuação que varia de 0 a 10,
com base em indicadores selecionados segundo critérios
determinados pelo Departamento de Atenção Básica (DAB):
PIB Per Capita, Percentual da População com Plano de Saúde,
Percentual da População com Bolsa Família, Percentual da
População em Extrema Pobreza e Densidade Demográfica. Os
valores são:
I – O valor mínimo para os Municípios integrantes do Grupo I
passa para R$ 28,00 (vinte e oito reais) por habitante ao
ano;
II – O valor mínimo para os Municípios do Grupo II passa
para R$ 26,00 (vinte e seis reais) por habitante ao ano;
III – O valor mínimo para os Municípios do Grupo III passa
para R$ 24,00 (vinte e quatro reais) por habitante ao
ano;
IV – O valor mínimo para o Distrito Federal e os municípios
integrantes do Grupo IV passa para R$ 23,00 (vinte e três
reais) por habitante ao ano.
● E uma parte variável, que reunia incentivos a mais para quem
aderisse aos seguintes programas:
1. Saúde da Família;
2. Agentes Comunitários de Saúde;
3. Saúde Bucal;
4. Compensação de Especificidades Regionais;
5. Fator de Incentivo de Atenção Básica aos Povos Indígenas;
6. Incentivo à Saúde no Sistema Penitenciário;
7. Política de Atenção Integral à Saúde do Adolescente em
conflito com a lei em regime de internação e internação
provisória;
8. Outros que venham a ser instituídos por meio de ato
normativo específico;
9. Aquisição de medicamentos e insumos de assistência
farmacêutica dos Programas de Hipertensão e Diabetes,
Asma e Rinite;
10. Saúde Mental;
11. Saúde da Mulher;
12. Alimentação e Nutrição;
13. Combate ao Tabagismo.
Os recursos do PAB Variável eram transferidos mediante à
implementação das ações específicas, desde que estivessem
presentes no respectivo Plano de Saúde Municipal ou do Distrito
Federal. Ou seja, o município deveria se planejar e realizar
ações específicas na atenção básica. Exemplos de ações:
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1. Saúde da Família;
2. Agentes Comunitários de Saúde;
3. Saúde Bucal;
4. Fator de Incentivo de Atenção Básica aos Povos Indígenas;
5. Incentivo à Saúde no Sistema Penitenciário;
6. Política de Atenção Integral à Saúde do Adolescente em
conflito com a lei, em regime de internação e internação
provisória;
7. Outros que venham a ser instituídos por meio de ato
normativo específico;
8. Programa Academia da Saúde...
● A remuneração de procedimentos ambulatoriais de alto custo/
complexidade são pagos com base na Autorização de
Procedimentos de Alto Custo (APAC), e precisa de autorização
prévia e registro adequado dos serviços que lhe foram
prestados. Continua como produtividade.
● Principal estratégia do município → Criar o Programa de
Saúde da Família e o Programa dos Agentes Comunitários de
Saúde.
● Define as relações entre os sistemas municipais:
Se um município não possuir um serviço de saúde requerido
para o atendimento da população, este pode negociar com
outro município que contenha esse serviço. Os acordos são
feitos exclusivamente entre os gestores municipais.
● Define o papel dos gestores:
● Municipal: é responsável pelo controle, pela avaliação e pela
auditoria dos prestadores de serviços de saúde (estatais ou
privados) situados em seu município;
● Estadual: exercer a gestão do SUS (no âmbito estadual);
promover as condições e incentivar o poder municipal para
que assuma a gestão da atenção à saúde de seus municípios;
assumir, em caráter transitório (o que não significa caráter
complementar ou concorrente), a gestão da atenção à saúde
em municípios que ainda não tomaram para si esta
responsabilidade; ser o promotor da harmonização, da
integração e da modernização dos sistemas municipais;
● Federal: exercer a gestão do SUS no âmbito nacional;
promover as condições e incentivar o gestor estadual com
vistas ao desenvolvimento dos sistemas municipais;
harmonizar a integração e a modernização dos sistemas
estaduais; exercer as funções de normalização e de
coordenação no que se refere à gestão nacional do SUS.
Aproveitando que estamos falando de gestores, vamos tirar
algumas dúvidas.
1a – O que são os gestores?
São as entidades encarregadas de fazer com que o SUS funcione
corretamente, que o gerenciam e administram.
2a – Quem são os gestores?
Nos municípios, os gestores são as secretarias municipais de
saúde ou as prefeituras, sendo responsáveis pelas mesmas os
respectivos secretários municipais e prefeitos. Nos estados, os
gestores são os secretários estaduais de saúde. No nível federal,
o Ministério da Saúde.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE TAUBATÉ – UNITAU – SP
Qual Norma Operacional Básica (NOB) define o Piso da
Atenção Básica – fixo e variável –, assim como a possibilidade
de habilitação dos municípios brasileiros à Gestão Plena do
Sistema Municipal?
a) NOB 01/91.
b) NOB 01/92.
c) NOB 01/93.
d) NOB 01/96.
e) NOB 01/2002.
R. Questão muito tranquila agora, não é? Resposta: letra D.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2019
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE GOIÁS – SES-GO
No processo de implantação do Sistema Único de Saúde no
Brasil, as Comissões Intergestoras Bipartite e Tripartite foram
criadas pela:
a) NOB 91.
b) NOB 93.
c) NOB 96.
d) NOAS 2001/2002.
R. Questão direta! As Comissões Intergestoras Bipartite e
Tripartite foram criadas pela NOB 93. Resposta: letra B.
NOAS 2001
Quais são os objetivos desta lei?
● "Promover maior EQUIDADE na alocação de RECURSOS e NO
ACESSO da população às ações e serviços de saúde em todos os
níveis de atenção".
● Definir a divisão de responsabilidades entre estados e
SAIBA MAIS
Existe mais uma NOB, muito pouco comentada, que é a NOB 92.
Ela teve como objetivos fundamentais normalizar, estimular,
implementar e desenvolver o funcionamento do SUS. Ou seja,
veio dar força aos princípios do SUS, visto que a NOB anterior a
ela (91) se afastava desses princípios...
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municípios na gestão do SUS.
● Concluir a habilitação de 100% dos municípios à gestão
descentralizada do SUS.
● Agilizar a habilitação dos estados à Gestão Plena do Sistema
Estadual (GPSE).
● Reverter a lógica do financiamento centrada na oferta de
serviços.
● Elaborar o PlanoDiretor de Regionalização (vide mais sobre
ele na NOAS 2002).
● Definir como será o financiamento dos serviços de média e
alta complexidade.
NOAS 2002
O que diz esta lei?
● Amplia as responsabilidades dos municípios na Atenção
Básica.
● Institui o Plano Diretor de Regionalização (PDR) como
instrumento de ordenamento do processo de regionalização
da assistência em cada Estado e no Distrito Federal, baseado
nos objetivos de definição de prioridades de intervenção,
coerentes com a necessidade da população e garantia de
acesso dos cidadãos a todos os níveis de atenção à saúde.
VIDEO_07_MEDPRE01
Quem elabora o PDR?
Cabe às Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal a
elaboração do PDR, em consonância com o Plano Estadual de
Saúde.
Quem aprova o PDR?
A Comissão Intergestores Bipartite e o Conselho Estadual de
Saúde.
Deve garantir o acesso dos cidadãos, o mais próximo possível de
sua residência, a um conjunto de ações e serviços vinculados a:
(a) Assistência pré-natal, parto e puerpério;
(b) Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento
infantil;
(c) Cobertura universal do esquema preconizado pelo PNI para
todas as faixas etárias;
(d) Ações de promoção da saúde e prevenção de doenças;
(e) Tratamento de intercorrências mais comuns na infância;
(f) Atendimento de afecções agudas de maior incidência;
(g) Acompanhamento de pessoas com doenças crônicas de alta
prevalência;
(h) Tratamento clínico e cirúrgico de casos de pequenas
urgências ambulatoriais;
(i) Tratamento dos distúrbios mentais e psicossociais mais
frequentes;
(j) Controle de doenças bucais mais comuns;
(k) Suprimento e dispensação dos medicamentos da farmácia
básica.
E se na minha cidade não houver o serviço citado acima, por
exemplo?
Uma outra cidade perto da sua tem que ter, e ela será obrigada a
receber você.
E como essa cidade irá receber o recurso do meu tratamento,
já que estou vindo de fora?
Esse município será de referência e ganhará recursos a mais,
recursos para a média ou alta complexidade.
Quem organizará a união desses municípios?
Municípios do mesmo estado → Comissão BIPARTITE.
Municípios de estados diferentes → Comissão TRIPARTITE.
● A NOAS 2002 também institui a Gestão Plena da Atenção
Básica Ampliada (GPAB-A) como uma das condições de
gestão dos sistemas municipais de saúde, que tem como áreas
de atuação estratégicas MÍNIMAS: o controle da tuberculose, a
eliminação da hanseníase, o controle da hipertensão arterial, o
controle da diabetes mellitus, a saúde da criança, a saúde da
mulher e a saúde bucal; e
● Cria o PAB Ampliado.
O que é o PAB Ampliado?
Se, além de fazer o mínimo (o controle da tuberculose, a
eliminação da hanseníase, o controle da hipertensão arterial, o
controle da diabetes mellitus, a saúde da criança, a saúde da
mulher e a saúde bucal), o município realizar:
● Atendimento médico de urgência com observação (até oito
horas);
● Assistência domiciliar em atenção básica por profissional de
nível superior do Programa Saúde da Família;
● Procedimentos especializados por profissionais médicos,
outros de nível superior e nível médio (glicemia capilar,
glicosúria, cetonúria, coleta de material para exame
citopatológico);
● Cirurgias ambulatoriais especializadas (desbridamento e
curativo de escara ou ulceração; sutura de ferida de cavidade
bucal e face; exérese de calo; curativo com desbridamento em
pé diabético; redução manual de procidência de reto; remoção
manual de fecaloma; primeiro atendimento a paciente com
pequena queimadura);
● Ações especializadas em odontologia;
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● Teste de gravidez e teste imunológico (látex);
● Eletrocardiograma.
O município receberá mais recursos, sendo chamado de PAB
ampliado.
Obs.: o PAB ampliado foi revogado em setembro de 2004 pela
PORTARIA Nº 2.023, DE 23 DE SETEMBRO DE 2004. Já o PAB
fixo e o PAB variável deixaram de existir após decisão da
Comissão Intergestores Tripartite em 31 de outubro de 2019!
Vamos aproveitar a próxima questão e fazer um resumo sobre as
NOBs e NOAS?
RESIDÊNCIA MÉDICA
HOSPITAL REGIONAL DE MS – ROSA PEDROSSIAN – HRMS
A partir de 1991 foram criadas normas para adequar o
financiamento do SUS (NOB – Norma Operacional Básica e
NOAS – Norma Operacional de Assistência à Saúde). Em
relação a essas normas, marque a alternativa CORRETA:
a) Na NOB 91 os municípios se comportam como gestores.
b) Na NOB 93 ocorre a municipalização e a transferência de
recursos passa a ser automática e regular.
c) Na NOB 96 são criadas as comissões intergestores Bipartite e
Tripartite.
d) Na NOAS 2001 o município passa a ter poderes plenos e são
criadas a Gestão Plena da Atenção Básica e a Gestão Plena
do Sistema Municipal.
e) Na NOAS 2002 é criado o piso de atenção básica (PAB).
R. Letra A: incorreta, pois passaram a ser prestadores de
serviços.
Letra B: correta.
Letra C: incorreta, pois foi a NOB 93.
Letra D: incorreta, pois foi a NOB 96.
Letra E: incorreta, pois foi a NOB 96.
Resposta: letra B.
PACTO DA SAÚDE – 2006
Foi pactuado pelos gestores federais, estaduais e municipais do
SUS, na reunião da Comissão Intergestores Tripartite do dia 26
de janeiro de 2006, com o objetivo de melhorar a oferta de
saúde à população. Veja resumidamente o que diz (o pacto na
íntegra está presente no último capítulo):
PACTO PELA VIDA → Teve como prioridades:
● SAÚDE DO IDOSO:
Implantar a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa,
buscando a atenção integral.
● CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E DE MAMA:
Foco na redução da mortalidade por câncer de colo do útero e
de mama.
● MORTALIDADE INFANTIL E MATERNA:
Foco na redução da mortalidade materna, infantil neonatal,
infantil por doença diarreica e por pneumonias.
● DOENÇAS EMERGENTES E ENDEMIAS, COM ÊNFASE NA
DENGUE, HANSENÍASE, TUBERCULOSE, MALÁRIA E
INFLUENZA:
Fortalecer a capacidade de resposta do sistema de saúde às
doenças emergentes e endemias.
● PROMOÇÃO DA SAÚDE:
SAIBA MAIS
Na verdade, a NOAS 2002 é uma revisão da NOAS 2001. Como
assim? Durante o processo de implantação da NOAS 2001,
alguns Estados não conseguiram operacionalizar vários itens
determinados por ela. Tiveram dificuldades para estabelecer o
comando único sobre os prestadores de serviços do SUS, não
conseguiram implementar a gestão municipal de forma
completa, e existia fragilidade de explicação dos novos
mecanismos de implantação de procedimentos no texto. Por
esse motivo, o ano de 2001 foi um ano de grandes discussões
para a reformulação e melhora da NOAS. Em 2002 ela acabou
sendo revisada, recebendo o nome de NOAS 2002. Com isso, a
NOAS 2002 incorporou várias definições que já tinham sido
aprovadas e acordadas da NOAS 2001. Um exemplo disso é a
criação do PAB ampliado, que é citado como instituído nas duas
NOAS.
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Elaborar e implantar a Política Nacional de Promoção da
Saúde, com ênfase na adoção de hábitos saudáveis por parte
da população brasileira, de forma a internalizar a
responsabilidade individual da prática de atividade física
regular, alimentação saudável e combate ao tabagismo.
● ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE:
Consolidar e qualificar a estratégia de Saúde da Família como
modelo de atenção básica à saúde e como centro ordenador
das redes de atenção à saúde do SUS.
Como você percebeu, confirmando os princípios do SUS já
citados anteriormente...
PACTO EM DEFESA DO SUS → Defesa e fortalecimento dos
princípios do SUS.
As suas prioridades são:
● IMPLEMENTAR UM PROJETO PERMANENTE DE MOBILIZAÇÃO
SOCIAL COM A FINALIDADE DE:
● Mostrar a saúde como direito de cidadania e o SUS como
sistema público universal garantidor desses direitos;
● Alcançar, em curto prazo, a regulamentação da Emenda
Constitucional nº 29, pelo Congresso Nacional;
● Garantir, em longo prazo, o incremento dos recursos
orçamentários e financeiros para a saúde;
● Aprovar o orçamento do SUS, composto pelos orçamentos
das três esferas de gestão, explicitando o compromisso de
cada uma delas.
● ELABORAR E DIVULGAR A CARTA DOS DIREITOS DOS
USUÁRIOS DO SUS.
PACTO DEGESTÃO DO SUS → Fortalecer as responsabilidades
de cada Município, Estado e do Governo Federal.
As prioridades do Pacto de Gestão são:
1) DEFINIR DE FORMA INEQUÍVOCA A RESPONSABILIDADE
SANITÁRIA DE CADA INSTÂNCIA GESTORA DO SUS: federal,
estadual e municipal, superando o atual processo de
habilitação;
2) ESTABELECER AS DIRETRIZES PARA A GESTÃO DO SUS, com
ênfase na Descentralização; Regionalização; Financiamento;
Programação Pactuada e Integrada; Regulação; Participação e
Controle Social; Planejamento; Gestão do Trabalho e
Educação na Saúde.
PACTO PELA VIDA – 2008
Esse Pacto tem o objetivo de acrescentar prioridades para o
Pacto Pela Vida (do Pacto Pela Saúde 2006) e cria mecanismos
para monitorar e avaliar esse mesmo Pacto. As prioridades
acrescentadas são: SAÚDE DO TRABALHADOR; SAÚDE
MENTAL; FORTALECIMENTO DA CAPACIDADE DE RESPOSTA
DO SISTEMA DE SAÚDE ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA;
ATENÇÃO INTEGRAL ÀS PESSOAS EM SITUAÇÃO OU EM
RISCO DE VIOLÊNCIA; SAÚDE DO HOMEM; E HEPATITE E
AIDS. Em 2011, foi acrescentada a SAÚDE BUCAL.
Vamos ver agora algumas questões sobre os Pactos:
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE GOIÁS – HCG – GO
Em 2006, na perspectiva de superar a dificuldade de imporem-
se normas gerais a um país tão grande e desigual, os gestores
do SUS assumem de público o compromisso de construção do
Pacto Pela Saúde, que se divide em três componentes. Um
desses componentes é o Pacto em Defesa do SUS, cujas
prioridades se vinculam:
a) À saúde do idoso, ao câncer de colo de útero e mama, à
mortalidade infantil e materna.
b) À promoção da saúde, à atenção básica à saúde e às doenças
emergentes e endemias.
c) À articulação e ao apoio à mobilização social pelo
desenvolvimento da cidadania e estabelecimento de diálogo
com a sociedade, além dos limites institucionais do SUS.
d) Às diretrizes para a gestão do sistema nos aspectos da
descentralização, da regionalização, do financiamento, do
planejamento, da participação social e da gestão do trabalho
e da educação à saúde.
R. Apesar da lei completa estar no final da apostila, não tem
problema, dá para responder assim mesmo: as letras A e B
correspondem ao pacto pela vida; a letra D pelo pacto de
gestão; sobrou então a letra C, que corresponde ao gabarito
correto.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2011
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – BAHIA – SUS-BA
O Pacto pela Saúde, publicado através da Portaria 399/2006,
propõe integração das Políticas de Saúde e é composto pelo:
a) Pacto de Gestão e pelo Pacto pela Vida.
b) Pacto em Defesa do SUS e pelo Pacto de Gestão..
c) Pacto em Defesa do SUS, pelo Pacto pela Vida e pela
Programação Pactuada Integrada (PPI).
d) Pacto pela Vida, pelo Pacto de Gestão e pelo Pacto em Defesa
do SUS.
e) Pacto de Gestão, pela Programação Pactuada Integrada (PPI)
e pelo NOAS.
R. Depois do que foi visto acima, sem maiores comentários...
Resposta: letra D.
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RESIDÊNCIA MÉDICA – 2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – UFPR
O PACTO PELA SAÚDE 2006 é um compromisso que foi
assumido pelos gestores brasileiros de saúde das três esferas
de governo, visando qualificar a gestão do SUS e implementar
definitivamente seus princípios e diretrizes. É composto por 3
dimensões: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de
Gestão. Este último mudou ou reafirmou algumas diretrizes e
regras que vigoravam desde a Norma Operacional Básica de
1996. Com base nessas informações e em seus conhecimentos,
identifique, entre as seguintes afirmativas, as características
do Pacto de Gestão:
1. Propõe maior autonomia para o Ministério da Saúde.
2. Representa um choque de descentralização.
3. Retoma a regionalização como premissa básica.
4. Desloca a responsabilidade sobre a saúde para a esfera
estadual.
5. Reorganiza a transferência orçamentária fundo a fundo.
Assinale a alternativa CORRETA.
a) Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
b) Somente as afirmativas 2, 4 e 5 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 2, 3 e 5 são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas 1, 3 e 5 são verdadeiras.
R. A introdução do enunciado apresenta o Pacto pela Saúde e
procura cobrar especificamente o Pacto de Gestão, cujo
objetivo principal é fortalecer as responsabilidades de cada
Município, Estado e do Governo Federal. Vamos analisar as
assertivas, então. Item 1 incorreto: a ideia é descentralizar e
regionalizar, por isso, a maior autonomia é para os municípios
e não central. Item 2 e 3 corretos: todos conceituais. Vamos
lembrar que o Pacto pela Saúde, a todo momento, procura
reforçar os princípios do SUS. Item 4 incorreto: é o município
quem deve assumir as responsabilidades, apoiado pelos
Estados e a União. Item 5: esse é um aspecto do Pacto, no seu
item 3, financiamento da saúde, quando coloca o repasse
fundo a fundo como modalidade preferencial de transferência
de recursos entre os gestores. Resposta: letra D.
RESIDÊNCIA MÉDICA - 2019
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE PIRACICABA – SMS –
PIRACICABA
A Portaria do Ministério da Saúde que divulga o Pacto pela
Saúde, estabelece as prioridades do Pacto pela Vida, a fim de
privilegiar alguns segmentos, EXCETO:
a) Câncer de colo de útero e de mama.
b) Promoção da saúde com índices hospitalares como meta.
c) Mortalidade infantil e materna.
d) Doenças emergentes e endemias como a dengue.
e) Atenção básica à saúde, qualificando a Saúde da Família.
R. A única alternativa incorreta é a letra B, pois a promoção da
saúde com índices hospitalares como meta não faz parte do
Pacto.
DECRETO NO 7.508, DE 12 JUNHO DE 2011
É um decreto que ajuda a regulamentar a Lei 8.080/90. Os
pontos importantes desse decreto são: o regulamento das
Regiões de Saúde, das Portas de Entradas, da Relação Nacional
de Ações e Serviços de Saúde – RENASES –, da Relação Nacional
de Medicamentos Essenciais – RENAME –, das Comissões
Intergestores e define o Contrato Organizativo da Ação Pública
da Saúde.
Agora vamos a alguns conceitos importantes desse decreto:
Regiões de Saúde
O que são? É o espaço geográfico contínuo constituído por
agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de
identidades culturais, econômicas e sociais, e de redes de
comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados,
com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a
execução de ações e serviços de saúde. Serão referência para as
transferências de recursos entre os entes federativos.
Quem é responsável pela sua instituição? Os Estados, através
do cronograma pactuado nas Comissões Intergestores
E para serem instituídas, deverão contar, no mínimo, com
ações e serviços de:
I - Atenção primária;
II - Urgência e emergência;
III - Atenção psicossocial;
IV - Atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e
V - Vigilância em saúde.
Mapa da Saúde
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É a descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e
de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa
privada, considerando-se a capacidade instalada existente, os
investimentos e o desempenho aferido a partir dos indicadores
de saúde do sistema; ou seja, SUS + privado.
Rede de Atenção à Saúde
Conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de
complexidade crescente, com a finalidade de garantir a
integralidade da assistência à saúde.
Portas de Entradas
O que são? São os serviços de atendimento inicial à saúde do
usuário no SUS.
Quem são?
I Os serviços de atenção primária;
II - Os serviços de atenção de urgência e emergência;
III - Os serviços de atenção psicossocial; e
IV - Os serviços especiais de acesso aberto.
Serviços Especiais de Acesso Aberto
São serviços de saúde específicos para o atendimento da pessoa
que, em razão de agravo ou de situação laboral, necessita de
atendimento especial.
Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde – RENASES
Compreende todas as ações e serviços que o SUS oferece ao
usuário para atendimento da integralidade da assistência à
saúde.
Relação Nacional de Medicamentos Essenciais– RENAME
Compreende a seleção e a padronização de medicamentos
indicados para atendimento de doenças ou de agravos no
âmbito do SUS.
Contrato Organizativo de Acesso Aberto
Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde – acordo de
colaboração firmado entre entes federativos com a finalidade de
organizar e integrar as ações e serviços de saúde na rede
regionalizada e hierarquizada, com definição de
responsabilidades, indicadores e metas de saúde, critérios de
avaliação de desempenho, recursos financeiros que serão
disponibilizados, forma de controle e fiscalização de sua
execução e demais elementos necessários à implementação
integrada das ações e serviços de saúde.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – UFRJ
O Decreto-Lei 7.508, de 2011, preenche lacuna há muito
existente, que prejudicava cumprir o princípio de:
a) Regionalização
b) Humanização.
c) Comando único.
d) Integralidade.
R. Vamos lembrar então que no seu 3º artigo, que fala sobre a
organização do SUS, temos o seguinte trecho: "O SUS é
constituído pela conjugação das ações e serviços de promoção,
proteção e recuperação da saúde executados pelos entes
federativos, de forma direta ou indireta, mediante a
participação complementar da iniciativa privada, sendo
organizado de forma regionalizada e hierarquizada".
E, ao longo do decreto, percebemos que ele ajuda a cumprir o
princípio da regionalização do SUS, que diz que os serviços
devem ser dispostos numa área geográfica delimitada e com a
definição da população a ser atendida.
Resposta: letra A.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – UFRJ
O decreto 7.508 de 2011 regulamenta a Lei Orgânica da Saúde
nº 8.080, de 1990. Este decreto importantíssimo para o SUS,
estabelece:
a) As Ações integradas da Saúde.
b) O Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde.
c) O Pacto pela Saúde.
d) A Norma Operacional de Assistência à Saúde.
R. Sem problemas, depois do que foi visto anteriormente, a
resposta só pode ser a alternativa B.
Mas, só para recordar:
- As ações integradas da saúde foram instituídas antes da
criação do SUDS. Foram um esboço do início da
descentralização e regionalização;
- O pacto pela Saúde foi instituído pela Portaria 399 de 2006;
- E a letra D se refere às NOAS, as quais existem a 2001 e a
2002.
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RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015
HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN – HIAE – SP
O Decreto n° 7.508, de 28 de junho de 2011, define Região de
Saúde como: o espaço geográfico contínuo, constituído por
agrupamentos de municípios limítrofes, delimitado a partir de
identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de
comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados,
com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a
execução de ações e serviços de saúde. Em relação às regiões
de saúde: I. Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter,
no mínimo, ações e serviços de atenção primária e de urgência
e emergência. II. A instituição das Regiões de Saúde observará
cronograma pactuado pelos Conselhos de Saúde. III. As Regiões
de Saúde serão referência para as transferências de recursos
entre os entes federativos. A partir das afirmativas propostas,
estão CORRETAS apenas:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e III.
R. Afirmativa I: incorreta, pois precisa de, no mínimo, atenção
primária; urgência e emergência; atenção psicossocial;
atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e vigilância
em saúde. Afirmativa II: incorreta, pois será pelas Comissões
Intergestores. Afirmativa III: correta. Resposta: letra C.
FINANCIAMENTO DO SUS
De onde vêm os recursos do SUS?
Segundo a Constituição Federal, em seu Art. 198, "O SUS será
financiado (...) com recursos do orçamento da seguridade social
da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios". Ou
seja, o financiamento das ações e serviços públicos de saúde é
de responsabilidade das três esferas de gestão do SUS: União,
Estados e Municípios.
De onde vêm os recursos da seguridade social?
A maioria dos seus recursos é proveniente de desconto
compulsório sobre a folha de salários das empresas. Mas
também possui recursos provenientes da contribuição sobre o
faturamento (COFINS) e sobre a Contribuição Sobre o Lucro
Líquido (CSLL). Lembrando que a CPMF até o ano de 2007
contribuía com os recursos para o SUS, mas esse imposto foi
extinto no dia 31 de dezembro de 2007...
Então, são essas as fontes de recursos para o SUS?
Atualmente, as fontes que asseguram o maior aporte de
recursos ao Ministério da Saúde (ou seja, SUS) são a
contribuição sobre o faturamento (COFINS), os recursos da
Seguridade Social e a Contribuição Sobre o Lucro Líquido
(CSLL).
Os recursos provenientes de fontes fiscais são destinados
praticamente à cobertura de despesas com pessoal e encargos
sociais.
E como o recurso recebido pela União deve ser aplicado
pelos Estados, Distrito Federal e Municípios?
VIDEO_08_MEDPRE01
De acordo com a Portaria 3.992, de 28 de dezembro de 2017, os
recursos serão organizados e distribuídos através dos seguintes
blocos de financiamento:
I – Bloco de Custeio das Ações e Serviços Públicos de Saúde; e
II – Bloco de Investimento na Rede de Serviços Públicos de
Saúde.
Esses blocos deverão seguir as seguintes regras:Esses blocos
deverão seguir as seguintes regras:
● Os recursos que compõem cada Bloco de Financiamento serão
transferidos, fundo a fundo, de forma regular e automática,
em conta corrente específica e única para cada bloco;
● Os recursos que compõem cada Bloco de Financiamento
devem ser aplicados em ações e serviços públicos de saúde
relacionados ao próprio bloco;
● Os recursos financeiros referentes ao Bloco de Custeio terão o
seguinte destino: manutenção da prestação das ações e
serviços públicos de saúde e para o funcionamento dos órgãos
e estabelecimentos responsáveis pela implementação das
ações e serviços públicos de saúde, ficando vedada a utilização
de recursos financeiros deste bloco para o pagamento de:
servidores inativos; servidores ativos, exceto aqueles
contratados exclusivamente para desempenhar funções
relacionadas aos serviços previstos no respectivo Plano de
Saúde; gratificação de função de cargos comissionados, exceto
aqueles diretamente ligados às funções relacionadas aos
serviços previstos no respectivo Plano de Saúde; pagamento de
assessorias ou consultorias prestadas por servidores públicos
pertencentes ao quadro do próprio Município ou do Estado; e
obras de construções novas, bem como de ampliações e
adequações de imóveis já existentes, ainda que utilizados para
a realização de ações e/ou serviços de saúde;
● Os recursos financeiros referentes ao Bloco de Investimento
na Rede de Serviços de Saúde terão o seguinte destino:
aquisição de equipamentos voltados para a realização de ações
e serviços públicos de saúde; obras de construções novas
utilizadas para a realização de ações e serviços públicos de
saúde; e obras de reforma e/ou adequações de imóveis já
ATENÇÃO
A contribuição sobre folha de salários (INSS), embora entre no
orçamento da Seguridade Social, não tem mais qualquer parcela
destinada à saúde.
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existentes utilizados para a realização de ações e serviços
públicos de saúde, ficando vedada a utilização de recursos
financeiros desse Bloco em órgãos e unidades voltados,
exclusivamente, à realização de atividades administrativas.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2018
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTÔNIO PEDRO – UFF – RJ
A COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade
Social), uma das principais fontes de recursos do Orçamento
da União para a Saúde, tem origem na:
a) Receita das pessoas jurídicas.
b) Alíquota da renda declarada das pessoas físicas.
c) Movimentação de valores de natureza financeira.
d) Transmissão de créditos de natureza financeira.
e) Alíquota de lucros presumidos.
R. A Contribuição para Financiamento da Seguridade Social
destina-se ao financiamento da seguridade social.
E, para que exista, conta com contribuição de7% sobre a
receita de pessoas jurídicas.
Resposta: letra A.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE JUNDIAÍ – FMJ – SP
O Ministério da Saúde lançou, em 2011, o Programa Nacional
de Melhoria do Acesso e da Qualidade – PMAQ, com o objetivo
de melhorar o acesso e a qualidade do cuidado na Atenção
Básica, e prevê etapas: adesão, contratualização,
desenvolvimento, avaliação externa e recontratualização. O
financiamento desse programa se dá com recursos:
a) De Termo Aditivo parlamentar.
b) Do Piso de Atenção Básica Variável.
c) Do Banco Nacional de Desenvolvimento – BNDES.
d) Do Piso de Atenção Básica Fixo.
e) Do rateio proporcional entre as três esferas de governo.
R. Questão tranquila agora. Resposta: letra B.
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 29/2000 (EC
29)
Determinou a vinculação e estabeleceu a base de cálculo e os
percentuais mínimos de recursos orçamentários que a União, os
estados, Distrito Federal e municípios são obrigados a aplicar
em ações e serviços públicos de saúde.
Recursos mínimos a serem aplicados em saúde.
Segundo a EC nº 29, no caso da União, os recursos mínimos a
serem aplicados em ações e serviços públicos de saúde, no
período do ano de 2001 até 2004, correspondem ao valor
efetivamente empenhado pela União em ações e serviços
públicos de saúde no ano imediatamente anterior, corrigido
pela variação nominal do Produto Interno Bruto – PIB – do ano
em que se elabora a proposta orçamentária.
E se a variação do PIB for negativa? Nesses casos, o repasse
nunca será inferior ao fornecido no ano anterior, devendo
apenas se manter inalterado!
Para os estados e os municípios, até o exercício financeiro de
2004, deve ser observada a seguinte regra:
a) Os estados e municípios cujo percentual aplicado em 2000
tiver sido inferior a 7% deverão aumentá-lo
progressivamente de modo a atingir o mínimo previsto para
os anos subsequentes, conforme o quadro a seguir;
b) O caso do Distrito Federal é especial. As receitas
orçamentárias dessa instância da Federação possuem
componentes que são não só típicos das receitas estaduais,
mas também das municipais. Assim, segundo a
correspondência desses componentes, aplica-se o percentual
mínimo de vinculação dos estados ou dos municípios.
SAIBA MAIS
Até a publicação dessa nova portaria, que define somente dois
blocos de financiamento, existia uma outra que definia seis
blocos de financiamento (para atenção básica, para atenção de
média e alta complexidade, para vigilância em saúde, para
assistência farmacêutica, para a gestão do SUS e para
investimento em saúde). Nessa antiga, o dinheiro recebido pelos
municípios, estados e Distrito Federal da União para financiar a
atenção básica deveria ser usado somente para atenção básica,
da assistência farmacêutica, só para assistência farmacêutica, e
assim por diante... E qual é o problema detectado com isso?
Estava engessando a liberdade dos municípios, estados e
Distrito Federal na aplicação dos recursos, pois às vezes faltava
para atenção básica e sobrava no bloco de investimento, sem a
possibilidade de manejo, ou seja, não podia pegar a sobra de um
bloco e passar para o outro. Então, o objetivo de somente dois
blocos é acabar com esse problema, deixando os municípios,
estados e Distrito Federal livres para readequação de recursos
conforme a necessidade local.
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Percentuais mínimos de vinculação da receita própria em
ações e serviços de saúde – Emenda Constitucional nº 29.
Veja as questões:
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2011
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE – HCPA – RS
O vínculo de percentuais dos orçamentos municipais e
estaduais para ações e serviços públicos de saúde foi
estabelecido:
a) Em decorrência da ampliação da Estratégia de Saúde da
Família.
b) Através da Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080/1990) e das
Normas Operacionais Básicas (NOBs).
c) Por emenda constitucional ainda não regulamentada.
d) Por meio do Pacto pela Saúde.
e) Através da Programação e Pactuação Integrada.
R. Como você acabou de ver, esses percentuais foram
estabelecidos pela EC Nº 29, que, como você verá abaixo, só foi
regulamentada no ano seguinte à elaboração da questão.
Portanto, resposta: assertiva C.
Agora veja essa questão da Universidade Federal de Goiás:
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, no
ano 2000, o País gastou com saúde 8,3% do Produto Interno
Bruto (PIB), dos quais o setor público participou com quase 34
bilhões de reais, incluídas as participações federais, estaduais
e municipais. Conforme os dados armazenados no Sistema de
Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS),
com base nos Balanços dos Governos Estaduais e Ministério da
Saúde/SIOPS (dados informados até 12 de Abril de 2004), os
estados deixaram de aplicar R$1.789.048.849, neste mesmo
ano, e os municípios participaram com 0,89% do PIB. É certo
que a aplicação da Emenda Constitucional 29 (EC-29)
representou um acréscimo dos recursos públicos aplicados em
ações e serviços de saúde. A previsão constitucional de
responsabilidade compartilhada no financiamento prescreve a
correção dos recursos M destinados à saúde pela União
segundo a variação nominal do Produto Interno Bruto – PIB.
Para os Estados, Distrito Federal e Municípios, o montante
mínimo de recursos aplicados em saúde deve corresponder a
um percentual da receita de impostos e transferências
constitucionais e legais.
Para o ano de 2004, esses percentuais foram de:
a) 12% para os municípios e 15% para os estados e Distrito
Federal.
b) 10% para os municípios e 12% para os estados e Distrito
Federal.
c) 15% para os municípios e 12% para os estados e Distrito
Federal.
d) 15% para os municípios e 15% para os estados e Distrito
Federal.
e) 12% para os municípios e 12% para os estados e Distrito
Federal.
R. Pela primeira parte das alternativas, já excluímos as letras
A, B e E, pois para o ano de 2004 o percentual mínimo
municipal é de 15%. Ficamos então entre as letras C e D. Qual
marcar? A letra D você exclui, pois para os estados o
percentual mínimo deve ser 12%. Sobrou então a letra C, mas
ela está correta? Não, pois o caso do Distrito Federal é especial.
As receitas orçamentárias dessa instância da Federação
possuem componentes que são não só típicos das receitas
estaduais, mas também das municipais. Assim, segundo a
correspondência desses componentes, aplica-se o percentual
mínimo de vinculação dos Estados ou dos Municípios. Questão
sem resposta e que foi anulada pela banca do concurso.
LEI COMPLEMENTAR 141
Depois de quase 12 anos de muita discussão, a EC 29 foi
finalmente aprovada e sancionada pela presidente Dilma no dia
13 de Janeiro de 2012 pela Lei Complementar 141. Após a sua
promulgação e modificação da Constituição Federal em 13 de
janeiro de 2012, os valores ficaram, portanto, fixados em 15% da
receita dos municípios, 12% dos estados e o valor do ano
anterior adicionado das variações do PIB para a União.
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Segundo essa Lei, serão consideradas despesas com ações e
serviços de saúde:
I - Vigilância em saúde, incluindo a epidemiológica e a sanitária;
II - Atenção integral e universal à saúde em todos os níveis de
complexidade, incluindo assistência terapêutica e
recuperação de deficiências nutricionais;
III - Capacitação do pessoal de saúde do Sistema Único de Saúde
(SUS);
IV - Desenvolvimento científico e tecnológico e controle de
qualidade promovidos por instituições do SUS;
V - Produção, aquisição e distribuição de insumos específicos
dos serviços de saúde do SUS, tais como: imunobiológicos,
sangue e hemoderivados, medicamentos e equipamentos
médico-odontológicos;
VI - Saneamento básico de domicílios ou de pequenas
comunidades, desde que seja aprovado pelo Conselho de
Saúde do ente da Federação financiador da ação e esteja de
acordo com as diretrizes das demais determinações
previstas nesta Lei Complementar;
VII - Saneamento básico dos distritos sanitários especiais
indígenas e de comunidades remanescentes de quilombos;
VIII - Manejo ambientalvinculado diretamente ao controle de
vetores de doenças;
IX - Investimento na rede física do SUS, incluindo a execução de
obras de recuperação, reforma, ampliação e construção de
estabelecimentos públicos de saúde;
X - Remuneração do pessoal ativo da área de saúde em
atividade nas ações de que trata este artigo, incluindo os
encargos sociais;
XI - Ações de apoio administrativo realizadas pelas instituições
públicas do SUS e imprescindíveis à execução das ações e
serviços públicos de saúde; e
XII - Gestão do sistema público de saúde e operação de unidades
prestadoras de serviços públicos de saúde.
Não serão mais consideradas despesas com ações e
serviços de saúde:
I - Pagamento de aposentadorias e pensões, inclusive dos
servidores da saúde;
II - Pessoal ativo da área de saúde quando em atividade alheia à
referida área;
III - Assistência à saúde que não atenda ao princípio de acesso
universal;
IV - Merenda escolar e outros programas de alimentação, ainda
que executados em unidades do SUS, ressalvando-se o
disposto no inciso II do art. 3°;
V - Saneamento básico, inclusive quanto às ações financiadas e
mantidas com recursos provenientes de taxas, tarifas ou
preços públicos instituídos para essa finalidade;
VI - Limpeza urbana e remoção de resíduos;
VII - Preservação e correção do meio ambiente, realizadas pelos
órgãos de meio ambiente dos entes da Federação ou por
entidades não governamentais;
VIII - Ações de assistência social;
IX - Obras de infraestrutura, ainda que realizadas para
beneficiar direta ou indiretamente a rede de saúde; e
X - Ações e serviços públicos de saúde custeados com recursos
distintos dos especificados na base de cálculo definida nesta
Lei Complementar ou vinculados a fundos específicos
distintos daqueles da saúde.
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 95
No final de 2016 (mais precisamente em 15 de dezembro de
2016), surgiu a EMENDA CONSTITUCIONAL nº 95. "Oh não...
Mais dados para decorar" – você pensa. Calma! A mudança
ocorreu apenas em relação ao repasse feito pela União.
Ela determina o seguinte:
I - Para o exercício de 2017, à despesa primária paga no
exercício de 2016, incluídos os restos a pagar pagos e demais
operações que afetam o resultado primário, corrigida em
7,2% (sete inteiros e dois décimos por cento); e
II - Para os exercícios posteriores, ao valor do limite referente
ao exercício imediatamente anterior, corrigido pela variação
do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA,
publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,
ou de outro índice que vier a substituí-lo, para o período de
doze meses encerrado em junho do exercício anterior a que
se refere a lei orçamentária.
SAIBA MAIS
Anteriormente a essa nova Emenda, quem determinava o
investimento mínimo em saúde pela União era a Emenda
Constitucional número 86, que dizia o seguinte:
A partir de sua promulgação, a União deverá investir
progressivamente até chegar a um mínimo de 15% de sua
receita em saúde. Da seguinte maneira:
I - 13,2% (treze inteiros e dois décimos por cento) da receita
corrente líquida no primeiro exercício financeiro
subsequente ao da promulgação desta Emenda
Constitucional;
II - 13,7% (treze inteiros e sete décimos por cento) da receita
corrente líquida no segundo exercício financeiro
subsequente ao da promulgação desta Emenda
Constitucional;
III - 14,1% (quatorze inteiros e um décimo por cento) da receita
corrente líquida no terceiro exercício financeiro
subsequente ao da promulgação desta Emenda
Constitucional;
IV - 14,5% (quatorze inteiros e cinco décimos por cento) da
receita corrente líquida no quarto exercício financeiro
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REDES E PROGRAMAS
Vamos discutir agora e mostrar para vocês algumas redes e
programas do SUS:
REDE DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E
EMERGÊNCIAS
Leva em consideração que todos os usuários com quadros
agudos devem ser atendidos por todas as portas de entrada dos
serviços de saúde do SUS.
É composta pelos seguintes componentes:
● Promoção, Prevenção e Vigilância à Saúde: objetiva
estimular e fomentar o desenvolvimento de ações de saúde e
educação permanentes voltadas para a vigilância e prevenção
das violências e acidentes, das lesões e mortes no trânsito e
das doenças crônicas não transmissíveis, além de ações
intersetoriais, de participação e mobilização da sociedade,
visando à promoção da saúde, prevenção de agravos e
vigilância à saúde;
● Atenção Básica em Saúde: objetiva a ampliação do acesso,
fortalecimento do vínculo e responsabilização e o primeiro
cuidado às urgências e emergências, em ambiente adequado,
até a transferência/ encaminhamento a outros pontos de
atenção, quando necessário, com a implantação de
acolhimento com avaliação de riscos e vulnerabilidades;
● Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e
suas Centrais de Regulação Médica das Urgências: objetiva
chegar precocemente à vítima após ter ocorrido um agravo à
sua saúde (de natureza clínica, cirúrgica, traumática,
obstétrica, pediátrica, psiquiátrica, entre outras) que possa
levar a sofrimento, sequelas ou mesmo à morte, sendo
necessário garantir atendimento e/ou transporte adequado
para um serviço de saúde devidamente hierarquizado e
integrado ao SUS;
● Sala de Estabilização: objetiva funcionar como local de
assistência temporária para estabilização de pacientes
críticos/graves, vinculado a um equipamento de saúde,
articulado e conectado aos outros níveis de atenção, para
posterior encaminhamento à Rede de Atenção à Saúde pela
Central de Regulação das Urgências;
● Força Nacional de Saúde do SUS: objetiva aglutinar esforços
para garantir a integralidade na assistência em situações de
risco ou emergenciais para populações com vulnerabilidades
específicas e/ou em regiões de difícil acesso, pautando-se pela
equidade na atenção, considerando-se seus riscos;
● Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h) e o Conjunto
de Serviços de Urgência 24 horas: objetiva prestar
atendimento resolutivo e qualificado aos pacientes acometidos
por quadros agudos ou agudizados de natureza clínica e
prestar primeiro atendimento aos casos de natureza cirúrgica
ou de trauma, estabilizando os pacientes e realizando a
investigação diagnóstica inicial, definindo, em todos os casos, a
necessidade ou não de encaminhamento a serviços
hospitalares de maior complexidade;
● Atenção Hospitalar: objetiva organizar a atenção às
urgências nos hospitais, atendendo à demanda espontânea
e/ou referenciada, e funcionar como retaguarda para os outros
pontos de atenção às urgências de menor complexidade. É
constituído pelas Portas Hospitalares de Urgência, pelas
enfermarias de retaguarda clínicas e de longa permanência,
pelos leitos de cuidados intensivos e pela reorganização das
linhas de cuidados prioritárias: Cardiologia – Infarto Agudo do
Miocárdio – IAM, Neurologia e Neurocirurgia – Acidente
Vascular Cerebral – AVC e Traumatologia;
● Atenção Domiciliar: objetiva a reorganização do processo de
trabalho das equipes que prestam cuidado domiciliar na
atenção básica, ambulatorial e hospitalar, com vistas à
redução da demanda por atendimento hospitalar e/ou redução
do período de permanência de pacientes internados, a
humanização da atenção, a desinstitucionalização e a
ampliação da autonomia dos usuários.
Um pouquinho mais sobre alguns componentes...
→ SAMU
É um programa com a função de prestar o socorro à população
em casos de emergência. Atende às urgências e emergências
traumáticas, clínicas, pediátricas, cirúrgicas, gineco-obstétricas,
psiquiátricas, entre outras. Funciona 24 horas por dia e é
constituído por médicos, enfermeiros, auxiliares de
enfermagem e condutores socorristas. Atualmente, atende 75%
da população brasileira.
Onde ele presta assistência?
Em qualquer lugar: residências, locais de trabalho, ruas.
Como acionar o serviço?
É acionado por chamada telefônica gratuita (192). A ligação é
atendida por técnicos na Central de Regulação, que identificam
o caso e transferem para o médico regulador. O Médico
regulador faz o diagnóstico dasituação e inicia o atendimento
no mesmo instante, orientando o paciente, ou a pessoa que fez a
chamada, sobre as primeiras ações. Ele avalia se tem que ser
encaminhado para um posto de saúde ou aos hospitais públicos,
subsequente ao da promulgação desta Emenda
Constitucional;
V - 15% (quinze por cento) da receita corrente líquida no quinto
exercício financeiro subsequente ao da promulgação desta
Emenda Constitucional.
Porém, essa EC nº 86 foi revogada, sendo substituída pela EC nº
95.
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nesse caso reservando leitos para que o atendimento tenha
continuidade.
O SAMU 192 é o principal componente da Política Nacional de
Atenção às Urgências.
As Unidades Móveis para atendimento de urgência podem ser
classificadas da seguinte maneira:
I - Unidade de Suporte Básico de Vida Terrestre: tripulada por
no mínimo 2 (dois) profissionais, sendo um condutor de
veículo de urgência e um técnico ou auxiliar de enfermagem;
II - Unidade de Suporte Avançado de Vida Terrestre: tripulada
por no mínimo três profissionais, sendo um condutor de
veículo de urgência, um enfermeiro e um médico;
III - Equipe de Aeromédico: composta por no mínimo um
médico e um enfermeiro;
IV - Equipe de Embarcação: composta por 2 (dois) ou 3 (três)
profissionais, de acordo com o tipo de atendimento a ser
realizado, contando com o condutor da embarcação e um
auxiliar/ técnico de enfermagem, em casos de suporte
básico de vida, e um médico e um enfermeiro, em casos de
suporte avançado de vida;
V - Motolância: conduzida por um profissional de nível técnico
ou superior em enfermagem com treinamento para
condução de motolância; e
VI - Veículo de Intervenção Rápida (VIR): tripulado por um
condutor de veículo de urgência, um médico e um
enfermeiro.
→ UPA
São unidades de complexidade intermediária entre as
Unidades Básicas de Saúde e as portas de urgência
hospitalares
Faz parte do atendimento pré-hospitalar fixo (diferente do
SAMU, que é móvel – ambulância). Seu funcionamento está
diretamente relacionado ao SAMU, pois este último organiza o
fluxo de atendimento pré-hospitalar de urgência e emergência e
encaminha o paciente ao serviço de saúde adequado à situação.
Funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana. Ela deve
manter os pacientes em observação, por até 24 horas (se
necessário), para investigação diagnóstica ou estabilização
clínica, e encaminham aqueles que não conseguiram resolver
para internação hospitalar via regulação.
PROGRAMA FARMÁCIA POPULAR DO BRASIL
Funciona atualmente com a modalidade "Aqui Tem Farmácia
Popular" em parceria com farmácias particulares e drogarias
comerciais. São disponibilizados gratuitamente medicamentos
para o tratamento de hipertensão arterial, diabetes e asma.
Além destes, são disponibilizados, com até 90% de desconto,
medicamentos para: rinite, dislipidemia, doença de Parkinson,
osteoporose, glaucoma, anticoncepcionais e fraldas geriátricas.
REDE CEGONHA
É uma estratégia onde mulheres, recém-nascidos e crianças têm
direito a:
● Ampliação do acesso, acolhimento e melhoria da qualidade do
pré-natal;
● Transporte tanto para o pré-natal quanto para o parto;
● Vinculação da gestante à unidade de referência para
assistência ao parto – "Gestante não peregrina!" e "Vaga
sempre para gestantes e bebês!";
● Realização de parto e nascimento seguros, através de boas
práticas de atenção;
● Acompanhante no parto, de livre escolha da gestante;
● Atenção à saúde da criança de 0 a 24 meses com qualidade e
resolutividade;
● Acesso ao planejamento reprodutivo.
Apresenta quatro componentes: (1) Pré-Natal; (2) Parto e
Nascimento; (3) Puerpério e Atenção Integral à Saúde da
Criança; (4) Sistema Logístico – Transporte Sanitário e
Regulação
SAIBA MAIS
Central de regulação médica das urgências
Representa a estrutura física constituída por profissionais
(médicos, Telefonistas Auxiliares de Regulação Médica – TARM –
e Rádio-Operadores – RO) capacitados em regulação dos
chamados telefônicos que demandam orientação e/ ou
atendimento de urgência, por meio de uma classificação e
priorização das necessidades de assistência em urgência, além
de ordenar o fluxo efetivo das referências e contrarreferências
dentro de uma Rede de Atenção.
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RESIDÊNCIA MÉDICA – 2016
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE TERESÓPOLIS COSTANTINO
OTTAVIANO – FESO – RJ
A rede Cegonha representa um conjunto de iniciativas que
envolvem mudanças relacionadas à todas as assertivas abaixo,
com EXCEÇÃO de:
a) Relaciona-se fundamentalmente ao processo de cuidado da
gestação, uma vez que é, sem dúvida, o ponto de maior
vulnerabilidade na atenção ao pré-natal de baixo risco.
b) Promove a articulação dos pontos de atenção em rede e
regulação obstétrica no momento do parto.
c) Estimula a qualificação técnica das equipes de atenção
primária e no âmbito das maternidades.
d) Melhoria da ambiência dos serviços de saúde (UBS e
maternidades).
e) Ampliação de serviços profissionais, para estimular a
prática do parto fisiológico.
R. Antes de respondermos a questão, vamos fazer mais uma
pequena revisão sobre o tema. De acordo com o Ministério da
Saúde, trata-se de uma estratégia que visa implementar uma
rede de cuidados para assegurar às mulheres o direito ao
planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez,
ao parto e ao puerpério, bem como assegurar às crianças o
direito ao nascimento seguro e ao crescimento e
desenvolvimento saudáveis. Esta estratégia tem a finalidade de
estruturar e organizar a atenção à saúde materno-infantil no
País e será implantada, gradativamente, em todo o território
nacional, iniciando sua implantação respeitando o critério
epidemiológico, taxa de mortalidade infantil e razão
mortalidade materna e densidade populacional. Suas
estratégias são: atuação no processo de cuidado à gravidez, ao
parto e ao nascimento; na articulação dos pontos de atenção
em rede e regulação obstétrica no momento do parto; na
qualificação técnica das equipes de atenção primária e no
âmbito das maternidades; na melhoria da ambiência dos
serviços de saúde (UBS e maternidades); na ampliação de
serviços e profissionais, para estimular a prática do parto
fisiológico; e na humanização do parto e do nascimento (Casa
de Parto Normal, enfermeira obstétrica, parteiras, Casa da Mãe
e do Bebê). Dito isso, vamos analisar cada alternativa: letra A –
os quatro componentes da Rede Cegonha são: pré-natal, parto
e nascimento, puerpério e atenção integral à saúde da criança
e sistema logístico. Ou seja, está relacionado ao processo
completo de atenção à gestante e não só à gestação em si.
INCORRETA.
Letras B, C, D e E: corretas, como dito acima. Resposta: letra A.
→ Caderneta da Gestante
É um instrumento fundamental para o registro das informações
do acompanhamento da gestação, devendo ser utilizada em
todas as consultas do pré-natal do SUS.
As informações da caderneta ajudam a gestante a registrar e
esclarecer dúvidas, se preparar para o parto e a amamentação,
conhecer sinais de alerta e seus direitos, entre outros.
A caderneta é distribuída para todo Brasil e periodicamente ela
é revista. Sua última atualização foi em 2016, quando a
Caderneta ganhou novos campos para registro de ocorrência de
exantema, visando melhor identificar sinais de alerta
relacionados à possível ocorrência de infecção por Zika.
REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAPS)
A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) propõe um novo modelo
de atenção em saúde mental, a partir do acesso e da promoção
de direitos das pessoas, baseado na convivência dentro da
sociedade. Além de mais acessível, a rede ainda tem como
objetivo articular ações e serviços de saúde em diferentes níveis
de complexidade.
Serviços disponíveis:
→ Centro de Atenção Psicossocial – CAPS
São instituições para acolher os pacientes com transtornos
mentais, estimular sua integração social e familiar, apoiá-los em
suas iniciativas de busca da autonomia, oferecer-lhes
atendimento médico e psicológico. Sua característica principal é
buscar integrá-los a um ambientesocial e cultural concreto,
designado como seu território, o espaço da cidade onde se
desenvolve a vida quotidiana de usuários e familiares.
Representam um programa com valor estratégico para a
Reforma Psiquiátrica Brasileira. São serviços que entram para
SUBSTITUIR os hospitais psiquiátricos. Tem como funções:
● Prestar atendimento clínico em regime de atenção diária,
evitando as internações em hospitais psiquiátricos;
● Promover a inserção social das pessoas com transtornos
mentais através de ações intersetoriais;
● Regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde
mental na sua área de atuação e dar suporte à atenção à saúde
mental na rede básica. São serviços abertos.
● Atuar em situações de crise ou nos processos de reabilitação
psicossocial, incluindo álcool e outras drogas.
Ou seja, é função primordial do CAPS organizar a rede de
atenção às pessoas com transtornos mentais nos municípios.
Modalidades:
● CAPS I: atendimento a todas as faixas etárias, para transtornos
mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso de
substâncias psicoativas, atende cidades e/ou regiões com pelo
menos 15 mil habitantes;
● CAPS II: atendimento a todas as faixas etárias, para
transtornos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso
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de substâncias psicoativas, atende cidades e/ou regiões com
pelo menos 70 mil habitantes;
● CAPS i: atendimento a crianças e adolescentes, para
transtornos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso
de substâncias psicoativas, atende cidades e/ou regiões com
pelo menos 70 mil habitantes;
● CAPS ad Álcool e Drogas: atendimento a todas faixas etárias,
especializado em transtornos pelo uso de álcool e outras
drogas, atende cidades e/ou regiões com pelo menos 70 mil
habitantes;
● CAPS III: atendimento com até 5 vagas de acolhimento
noturno e observação, para todas faixas etárias, para
transtornos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso
de substâncias psicoativas, atende cidades e/ou regiões com
pelo menos 150 mil habitantes
● CAPS ad III Álcool e Drogas: atendimento de 8 a 12 vagas de
acolhimento noturno e observação, funcionamento 24h, para
todas faixas etárias, para transtornos pelo uso de álcool e
outras drogas, atende cidades e/ou regiões com pelo menos
150 mil habitantes.
→ Serviços Residenciais Terapêuticos – SRT
São casas localizadas no espaço urbano, constituídas para
responder as necessidades de moradia de pessoas com
transtornos mentais graves egressas de hospitais psiquiátricos
ou hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico, que
perderam os vínculos familiares e sociais; moradores de rua
com transtornos mentais severos, quando inseridos em projetos
terapêuticos acompanhados nos CAPS.
→ Programa de Volta para Casa – PVC
Tem por objetivo garantir a assistência, o acompanhamento e a
integração social, fora da unidade hospitalar, de pessoas
acometidas de transtornos mentais, com história de longa
internação psiquiátrica (dois anos ou mais de internação
ininterruptos). É parte integrante deste programa o auxílio-
reabilitação, pago ao próprio beneficiário durante um ano,
podendo ser renovado, caso necessário.
→ Leitos de Atenção Integral em Álcool e Outras Drogas
São leitos de retaguarda em hospital geral com metas de
implantação por todo o Brasil.
→ Escola de Redutores de Danos – ERD
As Escolas de Redutores de Danos do SUS têm como objetivo a
qualificação da rede de serviços, por meio da capacitação
teórica e prática de segmentos profissionais e populacionais da
comunidade.
Vamos observar a questão abaixo para ajudar a resumir mais
ainda o tema:
SAIBA MAIS
A Portaria nº 130 de 26 de janeiro de 2012 instituiu o primeiro
CAPS com funcionamento 24 horas, o CAPS AD III, que
corresponde ao Ponto de Atenção do Componente da Atenção
Especializada da Rede de Atenção Psicossocial destinado a
proporcionar a atenção integral e contínua a pessoas com
necessidades relacionadas ao consumo de álcool, crack e outras
drogas, com funcionamento nas 24 horas do dia e em todos os
dias da semana, inclusive finais de semana e feriados. Poderá se
destinar ao atendimento tanto de adultos, como de crianças e
adolescentes.
SAIBA MAIS
Embora fosse um movimento contemporâneo com o movimento
sanitário nos anos 70, tem uma história própria. Ocorreu dentro
de um contexto internacional contra a violência nos asilos
psiquiátricos.
Foi iniciada no final dos anos 70, mais especificamente em 1978,
com a crise do modelo centrado no hospital psiquiátrico. Nesse
ano foi criado o Movimento dos Trabalhadores em Saúde
Mental (formado por trabalhadores da saúde, familiares,
sindicalistas, pacientes psiquiátricos, entre outros), que começa
a denunciar a violência dos manicômios, a mercantilização da
loucura e a hegemonia de uma rede privada de assistência.
Nesse momento o movimento começa a se inspirar na
experiência italiana de desinstitucionalização em psiquiatria e
sua crítica brutal ao manicômio. Em 1987 é realizada a I
Conferência Nacional de Saúde Mental (Rio de Janeiro), e nesse
período surge o primeiro CAPS do Brasil em São Paulo. Em 1989,
a Secretaria Municipal de Saúde de Santos inicia uma
intervenção na Casa de Saúde Anchieta (hospital psiquiátrico,
local de maus tratos e mortes de pacientes). Essa intervenção
teve repercussão nacional e mostrou que o modelo
hospitalocêntrico não estava de acordo com a atenção
adequada. Essa experiência passa a ser marco na Reforma
Psiquiátrica.
A partir do ano de 1992, os movimentos sociais conseguem
aprovar em vários estados brasileiros as primeiras leis que
determinam a substituição progressiva dos leitos psiquiátricos
por uma rede integrada de atenção à saúde mental. É a partir
deste momento que a política do Ministério da Saúde para a
saúde mental começa a ficar mais definida. É na década de 90,
marcada pelo compromisso firmado pelo Brasil na assinatura
da Declaração de Caracas e pela realização da II Conferência
Nacional de Saúde Mental, que passam a entrar em vigor no
país as primeiras normas federais regulamentando a
implantação de serviços de atenção diária, fundadas nas
experiências dos primeiros CAPS, NAPS (Núcleos de Atenção
Psicossocial) e Hospitais-dia, e as primeiras normas para
fiscalização e classificação dos hospitais psiquiátricos.
Atualmente, existem em funcionamento no país mais de 1.000
Centros de Atenção Psicossocial.
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RESIDÊNCIA MÉDICA – 2016
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – UFPR
Sobre a Lei 10.216 e o processo de reforma psiquiátrica,
assinale a alternativa INCORRETA.
a) Algumas estratégias de tratamento para dependência
química, a partir dos preceitos da reforma psiquiátrica
brasileira, são: o respeito ao usuário de substâncias
psicoativas e a abordagem da questão como problema de
saúde pública.
b) A Lei 10.216, a lei da reforma psiquiátrica, é aprovada e
começa a ser implantada no governo FHC, configurando-se
como uma política de Estado e não de governo.
c) Os Centros de Atenção Psicossocial foram os serviços
territoriais de saúde mental que mais aumentaram nos
últimos anos e trabalham em rede com outros
equipamentos de saúde.
d) A partir da Lei 10.216 foi vedada a internação de pacientes
portadores de transtornos mentais em instituições
hospitalares, preconizando-se o tratamento em liberdade.
e) Unidades Básicas de Saúde, Unidades de Pronto
Atendimento e Núcleos de Atenção à Saúde da Família
também compõem a RAPS (Rede de Atenção Psicossocial).
R. Questão sobre a Lei nº 10.216 de 6 de abril de 2001.
Lembrando que esta dispôs sobre a proteção e os direitos das
pessoas portadoras de transtornos mentais; redirecionando o
modelo assistencial em saúde mental.
Dito isso, vamos analisar cada letra:
Letra A: excelente. O respeito ao dependente químico e a
abordagem da questão de forma mais ampla são essenciais
para sua resolução. Correta;
Letra B: conceitual e correta. A ideia da Reforma psiquiátrica
foi mudar completamente a forma de "ver" e de tratar o
paciente psiquiátrico e o dependente químico.Correta;
Letra C: os famosos CAPS saíram do papel e se tornaram o
melhor caminho para o paciente psiquiátrico. Vamos
relembrar os modelos:
● CAPS I – são serviços para cidades de pequeno porte, que
devem dar cobertura para toda clientela com transtornos
mentais severos durante o dia (adultos, crianças e
adolescentes e pessoas com problemas devido ao uso de
álcool e outras drogas);
● CAPS II – são serviços para cidades de médio porte e atendem
durante o dia clientela adulta;
● CAPS III – são serviços 24h, geralmente disponíveis em
grandes cidades, que atendem clientela adulta;
● CAPS i – são serviços para crianças e adolescentes, em
cidades de médio porte, que funcionam durante o dia;
● CAPS ad – são serviços para pessoas com problemas pelo uso
de álcool ou outras drogas, geralmente disponíveis em
cidades de médio porte;
● CAPS AD III – similar ao CAPS AD, mas com portas abertas
por 24h. Correta.
Letra D: negativo, pois a internação continua ocorrendo, mas
com alguns adendos. Vamos relembrar, portanto, o trecho da
lei que aborda o assunto: "Art. 4o A internação, em qualquer
de suas modalidades, só será indicada quando os recursos
extra-hospitalares se mostrarem insuficientes." INCORRETA;
Letra E: conceitual e correta.
Resposta: letra D.
SAÚDE MAIS PERTO DE VOCÊ
É o programa da Atenção Básica da Saúde. Será comentado mais
profundamente no próximo capítulo.
Por ora, observe algumas ações e programas da Atenção Básica:
→ Brasil Sorridente
É o programa de tratamento odontológico da atenção básica.
Tem como representante as equipes de saúde bucal da
estratégia de saúde da família.
Também atua fora da atenção básica. Tem também a função da
ampliação e qualificação da Atenção Especializada, em especial
com a implantação de Centros de Especialidades Odontológicas
e Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias.
→ Estratégia de Saúde da Família
É uma estratégia de reorientação do modelo assistencial.
Trabalha com a implantação de equipes multiprofissionais em
unidades básicas de saúde. Estas equipes são responsáveis pelo
acompanhamento de um número definido de famílias,
localizadas em uma área geográfica delimitada. As equipes
atuam com ações de promoção da saúde, prevenção,
recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes,
e na manutenção da saúde desta comunidade. Veja mais no
próximo capítulo.
→ Academia da Saúde
Tem como objetivo contribuir para a promoção da saúde da
população a partir da implantação de polos com infraestrutura,
equipamentos e quadro de pessoal qualificado para a
orientação de práticas corporais e atividade física e de lazer e
modos de vida saudáveis.
→ Melhor em Casa
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É o programa de assistência multiprofissional (médicos,
enfermeiros, técnicos em enfermagem, fisioterapeuta,
fonoaudiólogo, nutricionista, odontólogo, psicólogo e
farmacêutico) gratuita para pacientes em seus lares, com
cuidados mais próximos da família. É para pessoas com
necessidade de reabilitação motora, idosos, pacientes crônicos
sem agravamento ou em situação pós-cirúrgica, por exemplo.
O programa também ajudará a reduzir as filas nos hospitais de
emergência, já que a assistência, quando houver a indicação
médica, passará a ser feita na própria residência do paciente,
desde que haja o consentimento da família.
→ Consultório na Rua
É uma proposta para ampliar o acesso da população de rua e
ofertar, de maneira mais oportuna, atenção integral à saúde,
por meio das equipes e serviços da atenção básica.
As equipes de Consultórios na Rua (eCR) devem realizar as
atividades de forma itinerante e, quando necessário, utilizar as
instalações das Unidades Básicas de Saúde (UBS) do território,
desenvolvendo ações em parceria com as equipes dessas
unidades, e devem cumprir carga horária mínima semanal de
30 horas. O horário de funcionamento deve se adequar às
demandas das pessoas em situação de rua, podendo ocorrer em
período diurno e/ou noturno, em todos os dias da semana.
São formados por equipes multiprofissionais, podendo fazer
parte delas as seguintes profissões:
● A: enfermeiro, psicólogo, assistente social ou terapeuta
ocupacional;
● B: agente social, técnico ou auxiliar de enfermagem, técnico
em saúde bucal, cirurgião-dentista, profissional/professor de
educação física ou profissional com formação em arte e
educação.
→ Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade
da Atenção Básica (PMAQ)
O PMAQ-AB tem como objetivo incentivar os gestores e as
equipes a melhorar a qualidade dos serviços de saúde
oferecidos aos cidadãos do território. Para isso, propõe um
conjunto de estratégias de qualificação, acompanhamento e
avaliação do trabalho das equipes de saúde.
O programa eleva o repasse de recursos do incentivo federal
para os municípios participantes que atingirem melhora no
padrão de qualidade no atendimento. O programa foi lançado
em 2011 e, em 2015, iniciou seu 3º ciclo com a participação de
todas as equipes de saúde da Atenção Básica (Saúde da Família
e Parametrizada), incluindo as equipes de Saúde Bucal, Núcleos
de Apoio à Saúde da Família e Centros de Especialidades
Odontológicas que se encontrem em conformidade com a PNAB.
→ Programa Saúde na Hora (Portaria nº 930, de 15 de maio
de 2019)
Com o intuito de facilitar o acesso da população aos serviços de
saúde na Atenção Básica, o programa prevê que as unidades
que aderirem à proposta ampliem seus horários de atendimento
para funcionamento entre 60 e 75h semanais. Assim, os
municípios que ampliarem o horário de atendimento à
população nas Unidades de Saúde da Família (USF) passam a
receber mais recursos do Governo Federal.
Como Funciona o Programa
As secretarias municipais enviam proposta ao Ministério da
Saúde, por meio do sistema E-Gestor, indicando quais são as
USF que desejam se adaptar para o modelo de horário
estendido. Após análise e aprovação do pedido, o Ministério da
Saúde repassa incentivo no momento de início do horário
estendido: R$ 22,8 mil para USF que optar pela carga de 60h sem
atendimento odontológico e R$ 31,7 mil para USF que conta com
equipes de saúde bucal. Para as que optarem pelo turno de 75h
semanais, serão repassados cerca de R$ 60 mil de incentivo.
Esses recursos devem ser usados para preparar as unidades que
vão funcionar no novo formato.
No final do primeiro mês de funcionamento no novo horário, as
unidades já passam a receber mais recursos para custeio das
equipes. As unidades que recebiam R$ 21,3 mil para custeio de
até três equipes de Saúde da Família receberão cerca de R$ 44,2
mil e, caso optem pela carga horária de 60h semanais,
receberão um incremento de 106,7% ao incentivo de custeio.
Caso a unidade possua atendimento em saúde bucal, o aumento
pode chegar a 122%, passando de R$ 25,8 mil para R$ 57,6 mil.
Já as unidades que recebem atualmente cerca de R$ 49,4 mil
para custeio de seis equipes de Saúde da Família e três de Saúde
Bucal e optarem pelo turno de 75h, receberão R$ 109,3 mil se
aderirem à nova estratégia – um aumento de 121% no custeio
mensal.
Critérios para Adesão
Para aderir ao Saúde na Hora, as unidades deverão atender a
alguns requisitos, como manter a composição mínima das
equipes de Saúde da Família - com médico, enfermeiro,
odontologista e auxiliar de enfermagem - sem reduzir o número
de equipes que já atuam no município. A USF também deve
funcionar sem intervalo de almoço, de segunda a sexta,
podendo complementar as horas aos sábados ou domingos.
Além disso, a unidade também deve ter o prontuário eletrônico
implantado e atualizado.
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Cada unidade participante da iniciativa deve ainda contar com
um gerente da USF – profissional escolhido pelo gestor para
administrar a unidade – e terá assegurado incentivo financeiro
do Governo Federal para este Gerente. Este profissional deve se
dedicar exclusivamente ao gerenciamento, desenvolvendo
atividades como planejamento, gestão e organização do
processo de trabalho, coordenação e integração da USF com
outros serviços de saúde.Após início da participação no Saúde na Hora, os gestores
municipais terão até 4 meses para adequar as unidades, caso
contrário, podem ter suspensos os recursos adicionais
referentes à participação no formato de atendimento ampliado.
Os gestores locais de saúde terão autonomia para indicar quais
as unidades terão o horário de atendimento ampliado, dentro
de critérios estabelecidos e de acordo com a demanda e
realidade local. A medida também permite mais flexibilidade na
organização da Atenção Primária à Saúde, como carga horária
de profissionais da Estratégia Saúde da Família e Saúde Bucal,
que poderão trabalhar em escala, intercalando equipes no
atendimento à população. A carga horária mínima individual
deve ser de 20h semanais para médicos, enfermeiros e
cirurgiões-dentistas (essa carga horária só é válida para
médicos, dentistas e enfermeiros que participarem desse
programa. Você verá no próximo capítulo que a carga horária
deve ser de 40h semanais para os profissionais da Estratégia de
Saúde da Família).
PROGRAMA TELESSAÚDE BRASIL REDES
Saúde Digital e Telessaúde
É o componente da Estratégia e-Saúde (Saúde Digital) para o
Brasil, tem como finalidade a expansão e melhoria da rede de
serviços de saúde, sobretudo da Atenção Primária à Saúde
(APS), e a sua interação com os demais níveis de atenção,
fortalecendo as Redes de Atenção à Saúde (RAS) do SUS.
Terá as seguintes diretrizes:
● Transpor barreiras socioeconômicas, culturais e, sobretudo,
geográficas, para que os serviços e as informações em saúde
cheguem a toda população;
● Maior satisfação do usuário, maior qualidade do cuidado e
menor custo para o SUS;
● Atender aos princípios básicos de qualidade dos cuidados de
saúde: segura, oportuna, efetiva, eficiente, equitativa e
centrada no paciente;
● Reduzir filas de espera;
● Reduzir tempo para atendimentos ou diagnósticos
especializados;
● Evitar os deslocamentos desnecessários de pacientes e
profissionais de saúde.
Campos de atuação da Telessaúde
→ Inovação em Saúde Digital e Telessaúde
Busca nas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs),
explorar novas ideias para a resolução de problemas crônicos,
de difícil solução pelos métodos usuais, e deve partir de
necessidades em saúde da população.
→ Teleconsultoria
Consultoria registrada e realizada entre trabalhadores,
profissionais e gestores da área de saúde, por meio de
instrumentos de telecomunicação bidirecional, com o fim de
esclarecer dúvidas sobre procedimentos clínicos, ações de saúde
e questões relativas ao processo de trabalho em saúde, podendo
ser em tempo real ou por meio de mensagens o�ine.
A linha de atendimento, 0800 644 6543, oferece consultorias
gratuitas por telefone para profissionais da APS/AB,
esclarecendo dúvidas, baseadas nas melhores evidências
científicas, em todo o Brasil.
→ Telediagnóstico
Consiste em serviço autônomo que utiliza as TICs para a
realização de serviços de Apoio ao Diagnóstico, como a
avaliação de exames à distância, facilitando o acesso à serviços
especializados.
Busca reduzir o tempo de diagnóstico, possibilitando tratamento
para complicações previsíveis por meio do diagnóstico precoce.
→ Telemonitoramento
Monitoramento à distância de parâmetros de saúde e/ou doença
de pacientes por meio das TICs. O monitoramento pode incluir a
coleta de dados clínicos, a transmissão, o processamento e o
manejo por um profissional de saúde utilizando sistema
eletrônico.
→ Telerregulação
Conjunto de ações em sistemas de regulação com intuito de
equacionar respostas adequadas às demandas existentes,
promovendo acesso e equidade aos serviços, possibilitando a
assistência à saúde. Inclui também a avaliação e o planejamento
das ações, fornecendo à gestão uma inteligência reguladora
operacional.
A telerregulação visa fortalecer o atendimento na Atenção
Primária em Saúde, permitindo qualificar e reduzir as filas de
espera no atendimento especializado.
→ Teleducação
Disponibilização de objetos de aprendizagem interativos sobre
temas relacionados à saúde, ministrados à distância por meio de
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TICs, com foco na aprendizagem no trabalho, que, por sua vez,
ocorre transversalmente em seus campos de atuação.
HUMANIZASUS (POLÍTICA NACIONAL DE
HUMANIZAÇÃO DA ATENÇÃO E GESTÃO DO
SUS)
Criada pelo Ministério da Saúde em 2003 foi formulada a partir
da sistematização de experiências do chamado "SUS que dá
certo". Tem como objetivo utilizar os princípios do SUS nas
práticas de atenção e de gestão, estimulando trocas solidárias
entre gestores, trabalhadores e usuários para a produção de
saúde e a produção de sujeitos. O Ministério da Saúde entende
humanização do SUS como:
● Valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de
produção de saúde: usuários, trabalhadores e gestores;
● Fomento da autonomia e do protagonismo desses sujeitos e
dos coletivos;
● Aumento do grau de corresponsabilidade na produção de
saúde e de sujeitos;
● Estabelecimento de vínculos solidários e de participação
coletiva no processo de gestão;
● Mapeamento e interação com as demandas sociais, coletivas e
subjetivas de saúde;
● Defesa de um SUS que reconhece a diversidade do povo
brasileiro e a todos oferece a mesma atenção à saúde, sem
distinção de idade, etnia, origem, gênero e orientação sexual;
● Mudança nos modelos de atenção e gestão em sua
indissociabilidade, tendo como foco as necessidades dos
cidadãos, a produção de saúde e o próprio processo de
trabalho em saúde, valorizando os trabalhadores e as relações
sociais no trabalho;
● Proposta de um trabalho coletivo para que o SUS seja mais
acolhedor, mais ágil e mais resolutivo;
● Compromisso com a qualificação da ambiência, melhorando
as condições de trabalho e de atendimento;
● Compromisso com a articulação dos processos de formação
com os serviços e práticas de saúde
● Luta por um SUS mais humano, construído com a participação
de todos e comprometido com a qualidade dos seus serviços e
com a saúde integral para todos e qualquer um.
Quais são os seus princípios?
● Inseparabilidade entre a atenção e a gestão dos processos
de produção de saúde: refere-se a práticas interdependentes
e complementares. A incorporação da humanização deve
ocorrer considerando-se tal entendimento.
● Transversalidade: trata-se de concepções e práticas que
atravessam as diferentes ações e instâncias, que aumentam o
grau de abertura da comunicação intra e intergrupos e
ampliam as grupalidades, o que se reflete em mudanças nas
práticas de saúde.
● Autonomia e protagonismo dos sujeitos: têm relação com a
corresponsabilidade entre gestores, usuários e a participação
coletiva nos processos e na gestão.
Na prática, os resultados desejados são:
● Redução de filas e do tempo de espera, com ampliação do
acesso;
● Atendimento acolhedor e resolutivo baseado em critérios de
risco;
● Implantação de modelo de atenção com responsabilização e
vínculo;
● Garantia dos direitos dos usuários;
● Valorização do trabalho na saúde;
● Gestão participativa nos serviços.
Conceitos que orientam o trabalho da política de
humanização:
● Acolhimento: é a garantia que todos sejam atendidos quando
comparecem nos serviços do SUS, mas levando em
consideração as prioridades a partir da avaliação de
vulnerabilidade, gravidade e risco. Exemplo: um paciente que
chega procurando consulta no posto de saúde às dez horas da
manhã, não pode ser mandado embora com o motivo de não
estar agendado ou a agenda estar cheia... Esse paciente vai ser
acolhido por alguém do serviço que deve orientá-lo e, de
acordo com a necessidade, ter a sua consulta marcada ou ser
atendido naquele momento. Serve para facilitar o acesso dos
usuários ao SUS;
● Ambiência: criação de espaços saudáveis, acolhedores e
confortáveis, que respeitem a privacidade, para se adequar a
necessidade dos usuários e dos trabalhadores;
● Clínica Ampliada e Compartilhada: é uma ferramenta
teórica e prática cuja finalidade é contribuir para uma
abordagem clínica do adoecimento e do sofrimento, que
considere a individualidadedo paciente e a complexidade do
processo saúde/ doença. Em outras palavras, representa a
discussão daquele caso/situação com uma equipe
multiprofissional para melhora do atendimento;
● Projeto Terapêutico Singular: é o tratamento (cuidado) de
indivíduos ou populações que foi programado por uma equipe
multidisciplinar para que agora seja posto em prática.
POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS
INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES (PNPIC)
O campo das práticas integrativas e complementares contempla
os sistemas médicos complexos e os recursos terapêuticos,
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também chamado de medicina tradicional e
complementar/alternativa (MT/MCA) pela Organização Mundial
da Saúde (OMS). Tais sistemas e recursos envolvem abordagens
que buscam estimular os mecanismos naturais de prevenção de
agravos e recuperação da saúde por meio de tecnologias
eficazes e seguras, com ênfase na escuta acolhedora, no
desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser
humano com o meio ambiente e a sociedade. Com a publicação
da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares
(PNPIC), a homeopatia, as plantas medicinais e fitoterápicas, a
medicina tradicional chinesa/acupuntura, a medicina
antroposófica e o termalismo social/crenoterapia foram
institucionalizados no Sistema Único de Saúde (SUS).
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2017
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP
A finalidade do acolhimento nos serviços de atenção primária
à saúde (APS), na experiência brasileira, é:
a) Classificar riscos e triar para nível secundário.
b) Oferecer suporte emocional e acesso à rede de saúde
mental.
c) Facilitar o acesso à saúde utilizando tecnologias leves.
d) Responder à demanda aguda e estabelecer plano de
cuidado.
R. O grande objetivo do acolhimento é facilitar o acesso aos
serviços de saúde para que os pacientes não fiquem "batendo
com a cara na porta". Tecnologias leves, pois o mais
importante para isso são pessoas treinadas, e não material de
alta complexidade. Portanto, resposta: letra C.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP – UNICAMP –
SP
A Política Nacional de Humanização (PNH) do Ministério da
Saúde tem como um dos seus dispositivos a proposta de
Projeto Terapêutico Singular (PTS). Assinale a alternativa
CORRETA:
a) O PTS é destinado a orientar o trabalho dos profissionais de
enfermagem.
b) A afirmação da hierarquia entre os profissionais da equipe
é um fundamento importante para a elaboração do PTS.
c) Na elaboração do PTS, deve-se considerar a hipótese de
transferências na relação entre pacientes e profissionais.
d) É uma função exclusiva do coordenador da equipe escolher
os casos prioritários para a elaboração do PTS.
R. Bom, como você observou, as letras A, B e D não podem ser
a resposta. Já a alternativa C está corretíssima, pois claro que a
transferência na relação deve ser levada em consideração
como é feita em toda a consulta médica.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2010
INSTITUTO FERNANDES FIGUEIRA – IFF
No Brasil, o trauma ocupa, desde 2005, o segundo lugar entre
as causas de morte. Naquele ano, pouco mais de 47 mil pessoas
foram assassinadas e 35 mil sofreram acidente de trânsito.
Considerando a organização do SUS para o atendimento a
estas vítimas, a estratégia criada com este objetivo é
reconhecida pela sigla:
a) P.S.F.
b) U.P.A.
c) C.A.P.S.
d) S.A.M.U.
R. A questão quer um serviço de atendimento de urgência/
emergência. Depois do que você acabou de observar acima, a
resposta fica muito fácil. Só pode ser a letra D.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2010
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SES-PE
A Política Nacional de Humanização tem como um dos
princípios norteadores:
a) Valorização da dimensão biológica em detrimento da
subjetiva e social em todas as práticas de atenção e gestão.
b) Estímulo a processos comprometidos, apenas com a
produção de saúde.
c) Atuação em rede com alta conectividade, de modo
cooperativo e solidário, em conformidade com as diretrizes
do SUS.
d) Utilização da informação, da comunicação, da educação
permanente e dos espaços da gestão na produção da saúde
individual.
e) Fortalecimento de trabalho individual em detrimento do
coletivo, estimulando a transdisciplinaridade e a
grupalidade.
R. Letra A: incorreta, pois é a valorização da dimensão da
subjetiva e social em todas as práticas de atenção e gestão.
Letra B: incorreta, pois está comprometida com determinantes
sociais também.
Letra C: correta.
Letra D: incorreta, pois envolve a produção da saúde coletiva.
Letra E: incorreta, pois é o fortalecimento do trabalho coletivo.
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RESIDÊNCIA MÉDICA – 2010
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS-SP
As seguintes alternativas estão de acordo com a
regulamentação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(SAMU-192), EXCETO:
a) Quando um paciente menor de 18 anos é atendido e se
encontra desacompanhado o conselho tutelar deve ser
comunicado.
b) No caso de óbito no local da ocorrência e havendo suspeita
de crime, a equipe deverá preservar as evidências, não
removendo o corpo e mantendo intacta a cena.
c) O médico do SAMU, presente no local da ocorrência, pode
liberar uma vítima no próprio local, independentemente do
aval do médico regulador.
d) Caso ocorra um óbito durante o transporte de uma vítima, o
destino do corpo será determinado pelo médico regulador.
e) Quando um paciente recusa atendimento a equipe deverá
identificar situações de risco de vida imediato como
comprometimento de vias aéreas, respiração ou
sangramento abundante.
R. Questão baseada na regulação médica das urgências. Boa
para fazermos uma rápida revisão do tema. A única
alternativa incorreta é a opção C, pois a liberação da vítima
depende do aval do médico regulador. Esse fato pode ser
resumido pelo seguinte trecho do manual: "A liberação de
pacientes/vítimas no próprio local da ocorrência é de
competência exclusiva do médico regulador, após tomar
conhecimento de suas lesões e sinais vitais. Caso o médico do
SAMU presente no local decida por esta conduta, deve contar
com o aval e a concordância do médico regulador".
ATENÇÃO BÁSICA
(SAÚDE MAIS PERTO DE VOCÊ)
V ocê reparou que até esse momento do texto, várias vezes
citamos Atenção Básica e Saúde da Família. Mas, afinal de
contas, qual é o papel delas no SUS? A partir desse momento,
vamos discutir especificamente sobre elas. É importante
lembrar que até aqui discutimos as normas de funcionamento
(leis, NOBs, NOAS...), discutimos o financiamento, mas ainda não
discutimos como pôr a "mão na massa", como atender a
população... Então, mãos à obra.
ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
É a estratégia prioritária para sua organização da atenção
básica de acordo com os preceitos do Sistema Único de
Saúde. Trabalha com ADSCRIÇÃO DE CLIENTELA E
TERRITORIALIZAÇÃO.
COMPOSIÇÃO MÍNIMA
Médico, preferencialmente da especialidade medicina de
família e comunidade; enfermeiro, preferencialmente
especialista em saúde da família; auxiliar e/ou técnico de
enfermagem e Agente Comunitário de Saúde (ACS). Podendo
fazer parte da equipe o Agente de Combate às Endemias
(ACE) e os profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista,
preferencialmente especialista em saúde da família, e
auxiliar ou técnico em saúde bucal.
PROESF
Projeto de Expansão e Consolidação Saúde da Família – Visa
contribuir para a implantação e consolidação da Estratégia
de Saúde da Família em municípios com população acima
de 100 mil habitantes.
NASF-AB
Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica.
Formado por equipes de profissionais de diferentes áreas de
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atuação, para agirem em parceria com os profissionais da
Atenção Básica.
ATENÇÃO BÁSICA
É o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e
coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção,
diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos,
cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por
meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada,
realizada com equipe multiprofissional e dirigida à
população emterritório definido, sobre as quais as equipes
assumem responsabilidade sanitária.
CARACTERÍSTICAS DA ATENÇÃO BÁSICA
● Princípios: universalidade, equidade e integralidade.
● Diretrizes: regionalização e hierarquização,
territorialização, população adscrita, cuidado centrado na
pessoa, resolutividade, longitudinalidade do cuidado,
coordenação do cuidado, ordenação da rede e participação
da comunidade.
FINANCIAMENTO
Veja mais detalhes no texto.
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA (PNAB)
Veja mais detalhe no texto.
CARACTERÍSTICAS DA ATENÇÃO BÁSICA
● Porta de entrada: primeiro recurso para saúde da
população.
● Longitudinalidade: forma contínua de atenção.
● Integralidade: lidar com todos os problemas.
● Coordenação: "saber de tudo".
● Outros: centralização na família, valorização da cultura
local...
MÉDICOS PELO BRASIL
● Prova de conhecimentos eliminatória e classificatória.
● Contrato CLT, carreira com progressão salarial,
gratificação por desempenho e bônus para locais remotos
e DSEIs.
● 13 mil vagas em áreas prioritárias: 7 mil vagas a mais,
sendo 4 mil no Norte e Nordeste.
● Acompanhamento do tutor presencial e semipresencial.
● Gratificação por desempenho.
INSTRUMENTOS DE ABORDAGEM FAMILIAR E SUAS
ESPECIFICAÇÕES
● Genograma: representação gráfica das interações
familiares.
● Ecomapa: representação gráfica da família com a
comunidade (escola, igreja...).
● O Ciclo de Vida: fases do processo evolutivo ao longo da
vida.
● APAGAR: avaliação da satisfação familiar.
● PRACTICE: avaliação funcional da família.
● FIRO: orientações fundamentais nas relações
interpessoais.
MÉTODO CLÍNICO CENTRADO NA PESSOA
Seis componentes: explorar a experiência pessoal com a
doença, entender a pessoa como um todo, elaborar plano
em conjunto, incorporação da prevenção e promoção da
saúde, intensificação do relacionamento entre pessoa e
médico, e ser realista.
ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA –
ESF
Iniciada em 1994, é uma das principais estratégias da Atenção
Básica da saúde. Tem como objetivo reorganizar a Atenção
Básica no País, SUBSTITUINDO a rede de Atenção Básica
tradicional, por essa nova proposta. DEVE SER A PORTA DE
ENTRADA DO SISTEMA!!!
As equipes são multiprofissionais compostas por, no mínimo,
médico, preferencialmente da especialidade medicina de
família e comunidade; enfermeiro, preferencialmente
especialista em saúde da família; auxiliar e/ou técnico de
enfermagem e Agente Comunitário de Saúde (ACS). Podendo
fazer parte da equipe o Agente de Combate às Endemias (ACE) e
os profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista,
preferencialmente especialista em saúde da família, e auxiliar
ou técnico em saúde bucal.
VIDEO_09_MEDPRE01
A população sob o cuidado da equipe de Saúde da Família (e
também da Atenção Básica) deve ser de 2.000 a 3.500 pessoas.
Mas cabe a observação que podem existir outros arranjos da
quantidade de pessoas adscritas, facultando aos gestores locais,
conjuntamente com as equipes que atuam na Atenção Básica e
Conselho Municipal ou Local de Saúde, a possibilidade de
definir outro parâmetro populacional de responsabilidade da
equipe, podendo ser maior ou menor do que o parâmetro
recomendado, levando em consideração as vulnerabilidades, os
riscos e a dinâmica comunitária.
As equipes atuam com ações de: promoção da saúde,
prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos
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mais frequentes, e na manutenção da saúde desta comunidade.
Age sobre uma área determinada (TERRITORIALIZAÇÃO) com
essa população cadastrada (ADSCRIÇÃO DE CLIENTELA).
Inclusive, sua primeira atividade deve ser a territorialização e
diagnóstico de saúde da comunidade. Primeiramente, saber
quem é a população que devo atender e, além disso, qual é o
maior problema de saúde dessa comunidade para maior
intervenção (seguir o princípio da equidade).
É um modelo que privilegia o SER HUMANO EM RELAÇÃO À
DOENÇA E A COMUNIDADE EM RELAÇÃO AO INDIVIDUAL.
Utiliza tecnologia de ALTA COMPLEXIDADE (muito
conhecimento) e BAIXA DENSIDADE (equipamentos reduzidos
com máxima resolutibilidade). Como faz parte do SUS, tem que
seguir TODOS os seus princípios (universalidade, equidade,
resolubilidade...).
Para a equipe de Saúde da Família, a carga horária deve ser
de 40 (quarenta) horas semanais para todos os profissionais
de saúde membros da ESF. Dessa forma, os profissionais da
ESF poderão estar vinculados a apenas uma equipe de Saúde da
Família. Embora essa carga horária e vínculo a equipe possam
ter flexibilidade na dependência da aderência ao Programa
Saúde na Hora, como visto no capítulo anterior.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2018
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP UNICAMP –
SP
A Secretaria Municipal de Saúde está debatendo duas
possibilidades de arranjo para a Atenção Básica. Proposta 1:
uma equipe ficaria com quatro médicos e teria quatro mil
pessoas na população adscrita. Proposta 2: haveria quatro
equipes, cada uma com um médico e mil pessoas adscritas. A
carga horária total dos médicos seria a mesma nas duas
propostas. Considerando os atributos da atenção básica,
assinale a alternativa CORRETA:
a) A Proposta 1 é mais adequada à "continuidade da atenção".
b) A Proposta 2 é mais adequada à "coordenação da atenção".
c) A Proposta 1 é mais adequada à "abordagem comunitária".
d) A Proposta 2 é mais adequada à "programação em saúde".
R. Pelas alternativas:
A - Quando nos deparamos com quatro médicos para uma
mesma equipe, teremos uma redução do vínculo dos
profissionais com seus pacientes, uma vez que todos os
pacientes terão acesso aos quatro profissionais. Com a redução
do vínculo, a longitudinalidade, ou continuidade da atenção,
fica comprometida. INCORRETA;
B - Na proposta 2, a coordenação do cuidado fica bem mais
tangível. Isso porque a população adscrita em cada equipe é
menor, facilitando o "controle" sobre os pacientes. Fica mais
fácil, por exemplo, saber se um indivíduo foi bem atendido em
um nível secundário ou terciário. CORRETA;
C - A divisão de uma mesma equipe por quatro médicos é
contrária à orientação comunitária (ou abordagem) uma vez
que o conhecimento sobre as condições relacionadas aos
quatro mil pacientes ficará reduzida pela divisão entre os
quatro médicos. INCORRETA;
D - Essa é uma opção fácil de excluir, pois programação em
saúde não é um atributo da atenção primária (ou básica).
INCORRETA.
Resposta: letra B.
SAIBA MAIS
Equipe de Atenção Primária (Básica) – eAP
A eAP difere da equipe de Saúde da Família (eSF) em sua
composição, de modo a atender às características e
necessidades de cada município. Elas deverão ser compostas,
minimamente, por médicos preferencialmente especialistas em
medicina de família e comunidade, e enfermeiros
preferencialmente especialistas em saúde da família
cadastrados em uma mesma Unidade de Saúde.
As eAP poderão ser de duas modalidades, de acordo com a carga
horária:
Modalidade I: a carga horária mínima individual dos
profissionais deverá ser de 20 (vinte) horas semanais, com
população adscrita correspondente a 50% (cinquenta por cento)
da população adscrita para uma eSF; ou
Modalidade II: a carga horária mínima individual dos
profissionais deverá ser de 30 (trinta) horas semanais, com
população adscrita correspondente a 75% (setenta e cinco por
cento) da população adscrita para uma eSF.
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RESIDÊNCIA MÉDICA – 2018
SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE – SES-RJ
Em relação ao manejo e acompanhamento de pacientes com
doenças crônicas, é necessário:
a) Iniciar o tratamento precoce e encaminhar o caso para uma
clínica especializada.
b) Intervir de maneira agressiva, mas com o envolvimento dos
familiares no cuidado.
c) Solicitar exames para avaliação das complicações e garantir
a coordenação do cuidado.
d) Garantir o acesso, o acompanhamento longitudinal e
integral e estimular o autocuidado.
R. Pelas afirmativas:
Letra A: na grande maioria das vezes uma médico generalista
de atenção básica consegue atender sem problemas casos de
doenças crônicas, como HAS ou DM.O encaminhamento para
um especialista focal (cardiologista ou endocrinologista) só
deve ser feito em casos particulares. INCORRETA; INCORRETA;
Letra B: a intervenção agressiva não deve ser feita em todos os
casos, mas sim em alguns poucos. INCORRETA;
Letra C: a solicitação de exames para avaliar complicações é
algo feito caso a caso. Sendo assim, não é uma determinação
para todos os casos de indivíduos com doenças crônicas.
INCORRETA;
Letra D: item que comentou 3 dos 4 atributos essenciais da
Atenção Primária (porta de entrada, longitudinalidade e
integralidade) e ainda citou o autocuidado… CORRETA.
Resposta: letra D.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE
RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP-RP
Médico de família e comunidade foi contratado para trabalhar
em um pequeno município que está implantando a Estratégia
de Saúde da Família (ESF). Ele vai trabalhar juntamente com
uma enfermeira, uma auxiliar de enfermagem e 5 agentes
comunitários de saúde em uma unidade de saúde da família
(USF). Como primeira ação a equipe discutiu a necessidade de
conhecer a população da área que ficará sob a
responsabilidade da USF. O médico chamou a atenção da
equipe para a importância desta ação visto que ela permitirá a
compreensão das condições de vida das pessoas daquele
bairro, ou seja, identificar as relações existentes entre
ambiente, trabalho, lazer, moradia, transporte, situação de
saúde, o acesso aos serviços de saúde, entre outros. Os demais
membros da equipe concordaram com ele e, então, passaram a
definir a estratégia para organizar a primeira atividade da USF.
De acordo com o processo de trabalho da estratégia de saúde
da família como é denominada esta ação?
a) Territorialização.
b) Cadastramento.
c) Controle social.
d) Mapeamento.
R. A primeira atividade da equipe deve ser a territorialização.
Tem que saber em que área a equipe vai atuar primeiro.
Resposta: letra A.
SOBRE OS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE
(ACS)
O número de ACS por equipe deverá ser definido de acordo com
base populacional, critérios demográficos, epidemiológicos e
socioeconômicos, de acordo com definição local.
Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e
vulnerabilidade social, recomenda-se a cobertura de 100% da
população, com número máximo de 750 pessoas por ACS.
Nos municípios onde há somente os agentes comunitários de
saúde, sem médicos, mas com enfermeiros supervisionando,
chamamos de Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde
(EACS), sendo esse programa considerado uma transição para a
Saúde da Família.
O número de ACS e ACE por equipe deverá ser definido de
acordo com a base populacional (critérios demográficos,
epidemiológicos e socioeconômicos), conforme legislação
vigente, ressaltando que cada ACS tem uma microárea sob sua
responsabilidade, cuja população não deve ultrapassar 750
pessoas. Vale ressaltar que o cumprimento da carga horária
deve ser integral (40 horas semanais) por toda a equipe de
agentes comunitários, composta por ACS e enfermeiro
supervisor.
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ESPECIFICIDADES DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA
FAMÍLIA
Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR): são equipes
que desempenham parte significativa de suas funções em UBS
construídas e/ou localizadas nas comunidades pertencentes à
área adstrita e cujo acesso se dá por meio fluvial e que, pela
grande dispersão territorial, necessitam de embarcações para
atender as comunidades dispersas no território. As eSFR são
vinculadas a uma UBS, que pode estar localizada na sede do
Município ou em alguma comunidade ribeirinha localizada na
área adstrita.
A eSFR será formada por equipe multiprofissional composta por
no mínimo: 1 (um) médico, preferencialmente da especialidade
de Família e Comunidade, 1 (um) enfermeiro,
preferencialmente especialista em Saúde da Família, e 1 (um)
auxiliar ou técnico de enfermagem, podendo acrescentar a esta
composição, como parte da equipe multiprofissional, o ACS e
ACE e os profissionais de saúde bucal: 1 (um) cirurgião dentista,
preferencialmente especialista em saúde da família, e 1 (um)
técnico ou auxiliar em saúde bucal.
Nas hipóteses de grande dispersão populacional, as eSFR podem
contar, ainda, com: até 24 (vinte e quatro) agentes comunitários
de saúde; até 12 (doze) microscopistas, nas regiões endêmicas;
até 11 (onze) auxiliares/técnicos de enfermagem; e 1 (um)
auxiliar/técnico de saúde bucal. As eSFR poderão, ainda,
acrescentar até 2 (dois) profissionais da área da saúde de nível
superior à sua composição, dentre enfermeiros ou outros
profissionais previstos nas equipes de NASF-AB.
Os agentes comunitários de saúde, os auxiliares/técnicos de
enfermagem extras e os auxiliares/técnicos de saúde bucal
cumprirão carga horária de até 40 (quarenta) horas semanais
de trabalho e deverão residir na área de atuação.
As eSFR prestarão atendimento à população por, no mínimo, 14
(quatorze) dias mensais, com carga horária equivalente a 8
(oito) horas diárias.
Para as comunidades distantes da UBS de referência, as eSFR
adotarão circuito de deslocamento que garanta o atendimento a
todas as comunidades assistidas, ao menos a cada 60 (sessenta)
dias, para assegurar a execução das ações de Atenção Básica.
Caso necessário, poderão possuir unidades de apoio,
estabelecimentos que servem para atuação das eSFR e que não
possuem outras equipes de Saúde da Família vinculadas.
Para operacionalizar a atenção à saúde das comunidades
ribeirinhas dispersas no território de abrangência, a eSFR
receberá incentivo financeiro de custeio para logística, que
considera a existência das seguintes estruturas:
a) Até 4 (quatro) unidades de apoio (ou satélites), vinculadas e
informadas no Cadastro Nacional de Estabelecimento de
Saúde vigente, utilizada(s) como base(s) da(s) equipe(s), onde
será realizada a atenção de forma descentralizada; e
b) Até 4 (quatro) embarcações de pequeno porte exclusivas para
o deslocamento dos profissionais de saúde da(s) equipe(s)
vinculada(s) ao Estabelecimento de Saúde de Atenção Básica.
Todas as unidades de apoio ou satélites e embarcações devem
estar devidamente informadas no Cadastro Nacional de
Estabelecimento de Saúde vigente, a qual as eSFR estão
vinculadas.
Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF): são equipes que
desempenham suas funções em Unidades Básicas de Saúde
Fluviais (UBSF), responsáveis por comunidades dispersas,
ribeirinhas e pertencentes à área adstrita, cujo acesso se dá por
meio fluvial.
A eSFR será formada por equipe multiprofissional composta
por, no mínimo: 1 (um) médico, preferencialmente da
especialidade de Família e Comunidade, 1 (um) enfermeiro,
preferencialmente especialista em Saúde da Família, e 1 (um)
auxiliar ou técnico de enfermagem, podendo acrescentar a esta
composição, como parte da equipe multiprofissional, o ACS e
ACE e os profissionais de saúde bucal: 1 (um) cirurgião dentista,
preferencialmente especialista em saúde da família, e 1 (um)
técnico ou auxiliar em saúde bucal.
Devem contar também com 1 (um) técnico de laboratório e/ou
bioquímico. Estas equipes poderão incluir, na composição
mínima, os profissionais de saúde bucal, 1 (um) cirurgião
dentista, preferencialmente especialista em saúde da família, e
1 (um) técnico ou auxiliar em Saúde Bucal.
Poderão, ainda, acrescentar até 2 (dois) profissionais da área da
saúde de nível superior à sua composição, dentre enfermeiros
ou outros profissionais previstos para os NASF-AB.
Para as comunidades distantes da Unidade Básica de Saúde de
referência, a eSFF adotará circuito de deslocamento que garanta
o atendimento a todas as comunidades assistidas, ao menos a
cada 60 (sessenta) dias, para assegurar a execução das ações de
Atenção Básica.
Para operacionalizar a atenção à saúde das comunidades
ribeirinhas dispersas no território de abrangência, onde a UBS
Fluvial não conseguir aportar, a eSFF poderá receber incentivo
financeiro de custeio para logística, que considera a existência
das seguintes estruturas:
a) Até 4 (quatro) unidades deapoio (ou satélites), vinculadas e
informadas no Cadastro Nacional de Estabelecimento de
Saúde vigente, utilizada(s) como base(s) da(s) equipe(s), onde
será realizada a atenção de forma descentralizada; e
b) Até 4 (quatro) embarcações de pequeno porte exclusivas para
o deslocamento dos profissionais de saúde da(s) equipe(s)
vinculada(s) ao Estabelecimento de Saúde de Atenção Básica.
Equipe de Consultório na Rua (eCR): equipe de saúde com
composição variável, responsável por articular e prestar
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atenção integral à saúde de pessoas em situação de rua ou com
características análogas em determinado território, em unidade
fixa ou móvel, podendo ter as modalidades e respectivos
regramentos descritos em portaria específica..
São itens necessários para o funcionamento das equipes de
Consultório na Rua (eCR):
a) Realizar suas atividades de forma itinerante, desenvolvendo
ações na rua, em instalações específicas, na unidade móvel e
também nas instalações de Unidades Básicas de Saúde do
território onde está atuando, sempre articuladas e
desenvolvendo ações em parceria com as demais equipes que
atuam na atenção básica do território (eSF/eAB/UBS e NASF-
AB), e dos Centros de Atenção Psicossocial, da Rede de
Urgência/Emergência e dos serviços e instituições
componentes do Sistema Único de Assistência Social entre
outras instituições públicas e da sociedade civil;
b) Cumprir a carga horária mínima semanal de 30 horas. Porém
seu horário de funcionamento deverá ser adequado às
demandas das pessoas em situação de rua, podendo ocorrer
em período diurno e/ ou noturno em todos os dias da
semana; e
c) As eCR poderão ser compostas pelas categorias profissionais
especificadas em portaria específica.
Na composição de cada eCR deve haver, preferencialmente, o
máximo de dois profissionais da mesma profissão de saúde, seja
de nível médio ou superior. Todas as modalidades de eCR
poderão agregar agentes comunitários de saúde.
O agente social, quando houver, será considerado equivalente
ao profissional de nível médio. Entende-se por agente social o
profissional que desempenha atividades que visam garantir a
atenção, a defesa e a proteção às pessoas em situação de risco
pessoal e social, assim como aproximar as equipes dos valores,
modos de vida e cultura das pessoas em situação de rua.
Para vigência enquanto equipe, deverá cumprir os seguintes
requisitos:
I - Demonstração do cadastramento da eCR no Sistema de
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES); e
II - Alimentação de dados no Sistema de Informação da Atenção
Básica vigente, conforme norma específica.
Em Municípios ou áreas que não tenham Consultórios na Rua, o
cuidado integral das pessoas em situação de rua deve seguir
sendo de responsabilidade das equipes que atuam na Atenção
Básica, incluindo os profissionais de saúde bucal e os Núcleos
Ampliados à Saúde da Família e equipes de Atenção Básica
(NASF-AB) do território onde estas pessoas estão concentradas.
Para cálculo do teto das equipes dos Consultórios na Rua de
cada município, serão tomados como base os dados dos censos
populacionais relacionados à população em situação de rua
realizados por órgãos oficiais e reconhecidos pelo Ministério da
Saúde.
As regras estão publicadas em portarias específicas que
disciplinam composição das equipes, valor do incentivo
financeiro, diretrizes de funcionamento, monitoramento e
acompanhamento das equipes de consultório na rua entre
outras disposições.
Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP): são compostas
por equipe multiprofissional que deve estar cadastrada no
Sistema Nacional de Estabelecimentos de Saúde vigente, e com
responsabilidade de articular e prestar atenção integral à saúde
das pessoas privadas de liberdade.
Com o objetivo de garantir o acesso das pessoas privadas de
liberdade no sistema prisional ao cuidado integral no SUS, é
previsto, na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das
Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP),
que os serviços de saúde no sistema prisional passam a ser
ponto de atenção da Rede de Atenção à Saúde (RAS) do SUS,
qualificando também a Atenção Básica no âmbito prisional
como porta de entrada do sistema e ordenadora das ações e
serviços de saúde, devendo realizar suas atividades nas
unidades prisionais ou nas Unidades Básicas de Saúde a que
estiver vinculada, conforme portaria específica.
SOBRE AS ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DAS
EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA E DA ATENÇÃO
BÁSICA
Atribuições Comuns a Todos os Profissionais:
I - Participar do processo de territorialização e mapeamento da
área de atuação da equipe, identificando grupos, famílias e
indivíduos expostos a riscos e vulnerabilidades;
II - Cadastrar e manter atualizado o cadastramento e outros
dados de saúde das famílias e dos indivíduos no sistema de
informação da Atenção Básica vigente, utilizando as
informações sistematicamente para a análise da situação de
saúde, considerando as características sociais, econômicas,
culturais, demográficas e epidemiológicas do território,
priorizando as situações a serem acompanhadas no
planejamento local;
III - Realizar o cuidado integral à saúde da população adscrita,
prioritariamente no âmbito da Unidade Básica de Saúde, e
quando necessário, no domicílio e demais espaços
comunitários (escolas, associações, entre outros), com
atenção especial às populações que apresentem
necessidades específicas (em situação de rua, em medida
socioeducativa, privada de liberdade, ribeirinha, fluvial,
etc.);
IV - Realizar ações de atenção à saúde conforme a necessidade
de saúde da população local, bem como aquelas previstas
nas prioridades, protocolos, diretrizes clínicas e
terapêuticas, assim como na oferta nacional de ações e
serviços essenciais e ampliados da AB;
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V - Garantir a atenção à saúde da população adscrita, buscando
a integralidade por meio da realização de ações de
promoção, proteção e recuperação da saúde, prevenção de
doenças e agravos e da garantia de atendimento da demanda
espontânea, da realização das ações programáticas, coletivas
e de vigilância em saúde, e incorporando diversas
racionalidades em saúde, inclusive Práticas Integrativas e
Complementares;
VI - Participar do acolhimento dos usuários, proporcionando
atendimento humanizado, realizando classificação de risco,
identificando as necessidades de intervenções de cuidado,
responsabilizando-se pela continuidade da atenção e
viabilizando o estabelecimento do vínculo;
VII - Responsabilizar-se pelo acompanhamento da população
adscrita ao longo do tempo no que se refere às múltiplas
situações de doenças e agravos, e às necessidades de
cuidados preventivos, permitindo a longitudinalidade do
cuidado;
VIII - Praticar cuidado individual, familiar e dirigido a pessoas,
famílias e grupos sociais, visando propor intervenções que
possam influenciar os processos saúde-doença individual,
das coletividades e da própria comunidade;
IX - Responsabilizar-se pela população adscrita mantendo a
coordenação do cuidado mesmo quando necessita de
atenção em outros pontos de atenção do sistema de saúde;
X - Utilizar o Sistema de Informação da Atenção Básica vigente
para registro das ações de saúde na AB, visando subsidiar a
gestão, planejamento, investigação clínica e epidemiológica,
e à avaliação dos serviços de saúde;
XI - Contribuir para o processo de regulação do acesso a partir
da Atenção Básica, participando da definição de fluxos
assistenciais na RAS, bem como da elaboração e
implementação de protocolos e diretrizes clínicas e
terapêuticas para a ordenação desses fluxos;
XII - Realizar a gestão das filas de espera, evitando a prática do
encaminhamento desnecessário, com base nos processos
de regulação locais (referência e contrarreferência),
ampliando-a para um processo de compartilhamento de
casos e acompanhamento longitudinal de responsabilidade
das equipes que atuam na atenção básica;
XIII - Prever nos fluxos da RAS entre os pontos de atenção de
diferentesconfigurações tecnológicas a integração por
meio de serviços de apoio logístico, técnico e de gestão,
para garantir a integralidade do cuidado;
XIV - Instituir ações para segurança do paciente e propor
medidas para reduzir os riscos e diminuir os eventos
adversos;
XV - Alimentar e garantir a qualidade do registro das atividades
nos sistemas de informação da Atenção Básica, conforme
normativa vigente;
XVI - Realizar busca ativa e notificar doenças e agravos de
notificação compulsória, bem como outras doenças,
agravos, surtos, acidentes, violências, situações sanitárias
e ambientais de importância local, considerando essas
ocorrências para o planejamento de ações de prevenção,
proteção e recuperação em saúde no território;
XVII - Realizar busca ativa de internações e atendimentos de
urgência/emergência por causas sensíveis à Atenção
Básica, a fim de estabelecer estratégias que ampliem a
resolutividade e a longitudinalidade pelas equipes que
atuam na AB;
XVIII - Realizar visitas domiciliares e atendimentos em
domicílio às famílias e pessoas em residências,
Instituições de Longa Permanên cia (ILP), abrigos, entre
outros tipos de moradia existentes em seu território, de
acordo com o planejamento da equipe, necessidades e
prioridades estabelecidas;
XIX - Realizar atenção domiciliar a pessoas com problemas de
saúde controlados/compensados com algum grau de
dependência para as atividades da vida diária e que não
podem se deslocar até a Unidade Básica de Saúde;
XX - Realizar trabalhos interdisciplinares e em equipe,
integrando áreas técnicas, profissionais de diferentes
formações e até mesmo outros níveis de atenção, buscando
incorporar práticas de vigilância, clínica ampliada e
matriciamento ao processo de trabalho cotidiano para essa
integração (realização de consulta compartilhada –
reservada aos profissionais de nível superior, construção
de Projeto Terapêutico Singular, trabalho com grupos, entre
outras estratégias, em consonância com as necessidades e
demandas da população);
XXI - Participar de reuniões de equipes a fim de acompanhar e
discutir em conjunto o planejamento e avaliação
sistemática das ações da equipe, a partir da utilização dos
dados disponíveis, visando a readequação constante do
processo de trabalho;
XXII - Articular e participar das atividades de educação
permanente e educação continuada;
XXIII - Realizar ações de educação em saúde à população
adstrita, conforme planejamento da equipe e utilizando
abordagens adequadas às necessidades deste público;
XXIV - Participar do gerenciamento dos insumos necessários
para o adequado funcionamento da UBS;
XXV - Identificar parceiros e recursos na comunidade que
possam potencializar ações intersetoriais;
XXVI - Acompanhar e registrar no Sistema de Informação da
Atenção Básica e no mapa de acompanhamento do
Programa Bolsa Família (PBF), e/ou outros programas
sociais equivalentes, as condicionalidades de saúde das
famílias beneficiárias; e
XXVII - Realizar outras ações e atividades, de acordo com as
prioridades locais, definidas pelo gestor local.
Atribuições Específicas dos Profissionais
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Agente Comunitário de Saúde (ACS) e Agente de Combate a
Endemias (ACE)
Além das atribuições comuns a todos os profissionais da equipe
de AB, são atribuições dos ACS e ACE:
a) Atribuições comuns do ACS e ACE:
I - Realizar diagnóstico demográfico, social, cultural, ambiental,
epidemiológico e sanitário do território em que atuam,
contribuindo para o processo de territorialização e
mapeamento da área de atuação da equipe;
II - Desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção
de doenças e agravos, em especial aqueles mais prevalentes
no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas
domiciliares regulares e de ações educativas individuais e
coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da
comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de
casos suspeitos de doenças e agravos junto a outros
profissionais da equipe quando necessário;
III - Realizar visitas domiciliares com periodicidade estabelecida
no planejamento da equipe e conforme as necessidades de
saúde da população, para o monitoramento da situação das
famílias e indivíduos do território, com especial atenção às
pessoas com agravos e condições que necessitem de maior
número de visitas domiciliares;
IV - Identificar e registrar situações que interfiram no curso das
doenças ou que tenham importância epidemiológica
relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando
necessário, bloqueio de transmissão de doenças infecciosas
e agravos;
V - Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes
transmissores de doenças e medidas de prevenção
individual e coletiva;
VI - Identificar casos suspeitos de doenças e agravos,
encaminhar os usuários para a unidade de saúde de
referência, registrar e comunicar o fato à autoridade de
saúde responsável pelo território;
VII - Informar e mobilizar a comunidade para desenvolver
medidas simples de manejo ambiental e outras formas de
intervenção no ambiente para o controle de vetores;
VIII - Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu
território e orientar as pessoas quanto à utilização dos
serviços de saúde disponíveis;
IX - Estimular a participação da comunidade nas políticas
públicas voltadas para a área da saúde;
X - Identificar parceiros e recursos na comunidade que possam
potencializar ações intersetoriais de relevância para a
promoção da qualidade de vida da população, como ações e
programas de educação, esporte e lazer, assistência social,
entre outros; e
XI - Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por
legislação específica da categoria, ou outra normativa
instituída pelo gestor federal, municipal ou do Distrito
Federal.
b) Atribuições do ACS:
I - Trabalhar com adscrição de indivíduos e famílias em base
geográfica definida e cadastrar todas as pessoas de sua área,
mantendo os dados atualizados no sistema de informação da
Atenção Básica vigente, utilizando-os de forma sistemática,
com apoio da equipe, para a análise da situação de saúde,
considerando as características sociais, econômicas, culturais,
demográficas e epidemiológicas do território, e priorizando
as situações a serem acompanhadas no planejamento local;
II - Utilizar instrumentos para a coleta de informações que
apoiem no diagnóstico demográfico e sociocultural da
comunidade;
III - Registrar, para fins de planejamento e acompanhamento
das ações de saúde, os dados de nascimentos, óbitos,
doenças e outros agravos à saúde, garantido o sigilo ético;
IV - Desenvolver ações que busquem a integração entre a
equipe de saúde e a população adscrita à UBS, considerando
as características e as finalidades do trabalho de
acompanhamento de indivíduos e grupos sociais ou
coletividades;
V - Informar os usuários sobre as datas e horários de consultas e
exames agendados;
VI - Participar dos processos de regulação a partir da Atenção
Básica para acompanhamento das necessidades dos
usuários no que diz respeito a agendamentos ou
desistências de consultas e exames solicitados;
VII - Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por
legislação específica da categoria ou outra normativa
instituída pelo gestor federal, municipal ou do Distrito
Federal.
Poderão ser consideradas, ainda, atividades do Agente
Comunitário de Saúde, a serem realizadas em caráter
excepcional, assistidas por profissional de saúde de nível
superior, membro da equipe, após treinamento específico e
fornecimento de equipamentos adequados, em sua base
geográfica de atuação, encaminhando o paciente para a unidade
de saúde de referência:
I - Aferir a pressão arterial, inclusive no domicílio, com o
objetivo de promover saúde e prevenir doenças e agravos;
II - Realizar a medição da glicemia capilar, inclusive no
domicílio, para o acompanhamento dos casos diagnosticados
de diabetes mellitus e segundo projeto terapêutico prescrito
pelas equipes que atuam na Atenção Básica;
III - Aferição da temperatura axilar, durante a visitadomiciliar;
IV - Realizar técnicas limpas de curativo, que são realizadas com
material limpo, água corrente ou soro fisiológico e
cobertura estéril, com uso de coberturas passivas, que
somente cobrem a ferida; e
V - Orientação e apoio, em domicílio, para a correta
administração da medicação do paciente em situação de
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vulnerabilidade.
Importante ressaltar que os ACS só realizarão a execução dos
procedimentos que requeiram capacidade técnica específica se
detiverem a respectiva formação, respeitada autorização legal.
c) Atribuições do ACE:
I - Executar ações de campo para pesquisa entomológica,
malacológica ou coleta de reservatórios de doenças;
II - Realizar cadastramento e atualização da base de imóveis
para planejamento e definição de estratégias de prevenção,
intervenção e controle de doenças, incluindo, dentre outros,
o recenseamento de animais e levantamento de índice
amostral tecnicamente indicado;
III - Executar ações de controle de doenças utilizando as
medidas de controle químico, biológico, manejo ambiental e
outras ações de manejo integrado de vetores;
IV - Realizar e manter atualizados os mapas, croquis e o
reconhecimento geográfico de seu território;
V - Executar ações de campo em projetos que visem avaliar
novas metodologias de intervenção para prevenção e
controle de doenças; e
VI - Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por
legislação específica da categoria, ou outra normativa
instituída pelo gestor federal, municipal ou do Distrito
Federal.
ATENÇÃO
O ACS e o ACE devem compor uma equipe de Atenção
Básica (eAB) ou uma equipe de Saúde da Família (eSF) e
serem coordenados por profissionais de saúde de nível
superior realizado de forma compartilhada entre a Atenção
Básica e a Vigilância em Saúde. Nas localidades em que não
houver cobertura por equipe de Atenção Básica (eAB) ou
equipe de Saúde da Família (eSF), o ACS deve se vincular à
equipe da Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde
(EACS). Já o ACE, nesses casos, deve ser vinculado à equipe
de vigilância em saúde do município e sua supervisão
técnica deve ser realizada por profissional com comprovada
capacidade técnica, podendo estar vinculado à equipe de
atenção básica, ou saúde da família, ou a outro serviço a ser
definido pelo gestor local.
Do Enfermeiro:
I - Realizar atenção à saúde aos indivíduos e famílias vinculadas
às equipes e, quando indicado ou necessário, no domicílio
e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações
entre outras), em todos os ciclos de vida;
II - Realizar consulta de enfermagem, procedimentos, solicitar
exames complementares, prescrever medicações conforme
protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, ou outras
normativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal,
estadual, municipal ou do Distrito Federal, observadas as
disposições legais da profissão;
III - Realizar e/ou supervisionar acolhimento com escuta
qualificada e classificação de risco, de acordo com
protocolos estabelecidos;
IV - Realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuidados
para as pessoas que possuem condições crônicas no
território, junto aos demais membros da equipe;
V - Realizar atividades em grupo e encaminhar, quando
necessário, usuários a outros serviços, conforme fluxo
estabelecido pela rede local;
VI - Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos
técnicos/ auxiliares de enfermagem, ACS e ACE em conjunto
com os outros membros da equipe;
VII - Supervisionar as ações do técnico/auxiliar de enfermagem
e ACS;
VIII - Implementar e manter atualizados rotinas, protocolos e
fluxos relacionados a sua área de competência na UBS; e
IX - Exercer outras atribuições conforme legislação profissional,
e que sejam de responsabilidade na sua área de atuação.
Do Médico:
I - Realizar a atenção à saúde às pessoas e famílias sob sua
responsabilidade;
II - Realizar consultas clínicas, pequenos procedimentos
cirúrgicos, atividades em grupo na UBS e, quando indicado
ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços
comunitários (escolas, associações entre outros); em
conformidade com protocolos, diretrizes clínicas e
terapêuticas, bem como outras normativas técnicas
estabelecidas pelos gestores (federal, estadual, municipal ou
Distrito Federal), observadas as disposições legais da
profissão;
III - Realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuidados
para as pessoas que possuem condições crônicas no
território, junto aos demais membros da equipe;
IV - Encaminhar, quando necessário, usuários a outros pontos
de atenção, respeitando fluxos locais, mantendo sob sua
responsabilidade o acompanhamento do plano terapêutico
prescrito;
V - Indicar a necessidade de internação hospitalar ou
domiciliar, mantendo a responsabilização pelo
acompanhamento da pessoa;
VI - Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos
ACS e ACE em conjunto com os outros membros da equipe; e
VII - Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade
na sua área de atuação.
Do Auxiliar e do Técnico de Enfermagem:
I - Participar das atividades de atenção à saúde realizando
procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão
na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou
nos demais espaços comunitários (escolas, associações, entre
outros);
II - Realizar procedimentos de enfermagem, como curativos,
administração de medicamentos, vacinas, coleta de material
para exames, lavagem, preparação e esterilização de
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materiais, entre outras atividades delegadas pelo
enfermeiro, de acordo com sua área de atuação e
regulamentação; e
III - Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade
na sua área de atuação.
Do Cirurgião Dentista:
I - Realizar a atenção em saúde bucal (promoção e proteção da
saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento,
acompanhamento, reabilitação e manutenção da saúde)
individual e coletiva a todas as famílias, a indivíduos e a
grupos específicos, atividades em grupo na UBS e, quando
indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços
comunitários (escolas, associações entre outros), de acordo
com planejamento da equipe, com resolubilidade e em
conformidade com protocolos, diretrizes clínicas e
terapêuticas, bem como outras normativas técnicas
estabelecidas pelo gestor federal, estadual, municipal ou do
Distrito Federal, observadas as disposições legais da
profissão;
II - Realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil
epidemiológico para o planejamento e a programação em
saúde bucal no território;
III - Realizar os procedimentos clínicos e cirúrgicos da AB em
saúde bucal, incluindo atendimento das urgências,
pequenas cirurgias ambulatoriais e procedimentos
relacionados com as fases clínicas de moldagem, adaptação
e acompanhamento de próteses dentárias (elementar, total
e parcial removível);
IV - Coordenar e participar de ações coletivas voltadas à
promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais;
V - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à
saúde com os demais membros da equipe, buscando
aproximar saúde bucal e integrar ações de forma
multidisciplinar;
VI - Realizar supervisão do Técnico em Saúde Bucal (TSB) e
Auxiliar em Saúde Bucal (ASB);
VII - Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos
ACS e ACE em conjunto com os outros membros da equipe;
VIII - Realizar estratificação de risco e elaborar plano de
cuidados para as pessoas que possuem condições crônicas
no território, junto aos demais membros da equipe; e
IX - Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade
na sua área de atuação.
SAIBA MAIS
Gerente de Atenção Básica
Recomenda-se a inclusão do Gerente de Atenção Básica com o
objetivo de contribuir para o aprimoramento e qualificação do
processo de trabalho nas Unidades Básicas de Saúde, em
especial ao fortalecer a atenção à saúde prestada pelos
profissionais das equipes à população adscrita, por meio de
função técnico-gerencial. A inclusão deste profissional deve ser
avaliadapelo gestor, segundo a necessidade do território e
cobertura de AB.
Deve ser preferencialmente com nível superior, com o papel de
garantir o planejamento em saúde, de acordo com as
necessidades do território e comunidade, a organização do
processo de trabalho, coordenação e integração das ações.
Importante ressaltar que o gerente não seja profissional
integrante das equipes vinculadas à UBS e que possua
experiência na Atenção Básica.
Dentre suas atribuições estão:
I - Conhecer e divulgar, junto aos demais profissionais, as
diretrizes e normas que incidem sobre a AB em âmbito
nacional, estadual, municipal e Distrito Federal, com ênfase
na Política Nacional de Atenção Básica, de modo a orientar a
organização do processo de trabalho na UBS;
II - Participar e orientar o processo de territorialização,
diagnóstico situacional, planejamento e programação das
equipes, avaliando resultados e propondo estratégias para o
alcance de metas de saúde, junto aos demais profissionais;
III - Acompanhar, orientar e monitorar os processos de trabalho
das equipes que atuam na AB sob sua gerência,
contribuindo para implementação de políticas, estratégias e
programas de saúde, bem como para a mediação de
conflitos e resolução de problemas;
IV - Mitigar a cultura na qual as equipes, incluindo profissionais
envolvidos no cuidado e gestores assumem
responsabilidades pela sua própria segurança de seus
colegas, pacientes e familiares, encorajando a identificação,
a notificação e a resolução dos problemas relacionados à
segurança;
V - Assegurar a adequada alimentação de dados nos sistemas de
informação da Atenção Básica vigente, por parte dos
profissionais, verificando sua consistência, estimulando a
utilização para análise e planejamento das ações, e
divulgando os resultados obtidos;
VI - Estimular o vínculo entre os profissionais favorecendo o
trabalho em equipe;
VII - Potencializar a utilização de recursos físicos, tecnológicos e
equipamentos existentes na UBS, apoiando os processos de
cuidado a partir da orientação à equipe sobre a correta
utilização desses recursos;
VIII - Qualificar a gestão da infraestrutura e dos insumos
(manutenção, logística dos materiais, ambiência da UBS),
zelando pelo bom uso dos recursos e evitando o
desabastecimento;
IX - Representar o serviço sob sua gerência em todas as
instâncias necessárias e articular com demais atores da
gestão e do território com vistas à qualificação do trabalho e
da atenção à saúde realizada na UBS;
X - Conhecer a RAS, participar e fomentar a participação dos
profissionais na organização dos fluxos de usuários, com
base em protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas,
apoiando a referência e contrarreferência entre equipes que
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RESIDÊNCIA MÉDICA – 2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC
Sobre a Estratégia de Saúde da Família no Brasil, assinale a
alternativa CORRETA.
a) Tem caráter substitutivo em relação à rede de Atenção
Básica tradicional nos territórios em que as Equipes Saúde
da Família atuam.
b) As equipes de saúde da família devem manter atualizado o
cadastramento das famílias e dos indivíduos e utilizar, de
forma sistemática, os dados para a visitação e o
atendimento clínico domiciliar rotineiro de todos os
usuários adscritos.
c) Visa estimular os municípios a organizarem serviços de
saúde para população abaixo da linha de pobreza, pois estão
em áreas de prioridade social.
d) Efetiva a integração de ações programáticas, ações de
promoção à saúde, prevenção de agravos e vigilância,
encaminhando a demanda espontânea à Unidade de Pronto
Atendimento (UPA) de referência.
e) Desenvolve ações de tratamento, prevenção, promoção e
reabilitação para a população adscrita nos seus problemas
clínicos mais comuns, para todas as idades, encaminhando
para a UPA as urgências e os pequenos procedimentos
cirúrgicos ambulatoriais.
R. "Epidemiológicas do território, priorizando as situações a
serem acompanhadas no planejamento local".
Letra C: INCORRETA pelo motivo exposto acima.
Letra D: a Saúde da Família também é responsável pelo
atendimento da demanda espontânea – INCORRETA.
Letra E: muitos destes procedimentos são realizados na
própria Unidade Básica de Saúde – INCORRETA.
Resposta: letra A.
PROESF E NASF-AB
Como sabemos, apesar de não ser um programa voltado para
cidades de pequeno porte, a Estratégia de Saúde da Família
predomina nessas cidades. Para tentar reverter isso, o
Ministério da Saúde criou o PROESF, que funcionou entre 2009
e 2014.
O que é e para que serve o PROESF?
O Projeto de Expansão e Consolidação da Saúde da Família –
PROESF – foi uma iniciativa do Ministério da Saúde, apoiada
pelo Banco Mundial – BIRD –, voltada para a organização e o
fortalecimento da Atenção Básica à Saúde no País. Visava
contribuir para a implantação e consolidação da Estratégia de
Saúde da Família em municípios com população acima de 100
mil habitantes e a elevação da qualificação do processo de
trabalho e desempenho dos serviços, otimizando e assegurando
respostas efetivas para a população, em todos os municípios
brasileiros. O grande desafio colocado na época para o
atuam na AB e nos diferentes pontos de atenção, com
garantia de encaminhamentos responsáveis;
XI - Conhecer a rede de serviços e equipamentos sociais do
território, e estimular a atuação intersetorial, com atenção
diferenciada para as vulnerabilidades existentes no
território;
XII - Identificar as necessidades de formação/qualificação dos
profissionais em conjunto com a equipe, visando melhorias
no processo de trabalho, na qualidade e resolutividade da
atenção, e promover a Educação Permanente, seja
mobilizando saberes na própria UBS, ou com parceiros;
XIII - Desenvolver gestão participativa e estimular a
participação dos profissionais e usuários em instâncias de
controle social;
XIV - Tomar as providências cabíveis no menor prazo possível
quanto a ocorrências que interfiram no funcionamento da
unidade; e
XV - Exercer outras atribuições que lhe sejam designadas pelo
gestor municipal ou do Distrito Federal, de acordo com suas
competências.
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fortalecimento da Atenção Básica no País, foi a expansão da
Estratégia de Saúde da Família para os grandes centros urbanos.
Nas áreas de maior concentração populacional, a
heterogeneidade das condições econômico-sociais reflete-se
também no desigual acesso e utilização dos serviços de saúde.
Nos grandes centros urbanos, em que pese a maior
disponibilidade de oferta de serviços de saúde, particularmente
os de média e alta complexidade, observam-se barreiras ao
acesso e oferta de ações básicas.
No momento que o PSF se fortaleceu e se consolidou nos
municípios brasileiros, tornando-se referência internacional de
modelo de atenção básica (primária*), novos desafios para
atenção e cuidado surgiram. Para melhor atuação, o Ministério
da Saúde criou o NASF.
O que é e para que serve o NASF?
Primeiramente, é importante marcar que a última portaria do
Ministério da Saúde (setembro de 2017) sobre a atenção básica
mudou seu nome, sendo, a partir de então, chamado de Núcleo
Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB). Até
essa portaria, era chamado de Núcleo de Apoio à Saúde da
Família. É formado por uma equipe multiprofissional e
interdisciplinar composta por categorias de profissionais da
saúde, complementar às equipes que atuam na Atenção Básica.
Tem diferentes ocupações (profissões e especialidades) da área
da saúde, atuando de maneira integrada para dar suporte
(clínico, sanitário e pedagógico) aos profissionais das equipes de
Saúde da Família (eSF) e de Atenção Básica (eAB).
Apesar de fazer parte da atenção básica, não são serviços com
unidades físicas independentes ou especiais, e não são de livre
acesso para a população. NÃO SÃO PORTAS DE ENTRADA DO
SISTEMA. Eles devem receber pacientes referenciados de outras
unidades de atenção básica para completar tratamentos,
dúvidas diagnósticas... Ou seja, apoio.
Ações Específicas do NASF-AB
a) Participardo planejamento conjunto com as equipes que
atuam na Atenção Básica à que estão vinculadas.
b) Contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do
SUS principalmente por intermédio da ampliação da clínica,
auxiliando no aumento da capacidade de análise e de
intervenção sobre problemas e necessidades de saúde, tanto
em termos clínicos quanto sanitários.
c) Realizar discussão de casos, atendimento individual,
compartilhado, interconsulta, construção conjunta de
projetos terapêuticos, educação permanente, intervenções no
território e na saúde de grupos populacionais de todos os
ciclos de vida, e da coletividade, ações intersetoriais, ações de
prevenção e promoção da saúde, discussão do processo de
trabalho das equipes dentre outros, no território.
Composição
O NASF-AB pode ser composto pelos seguintes profissionais:
médico acupunturista; assistente social; profissional/professor
de educação física; farmacêutico; fisioterapeuta; fonoaudiólogo;
médico ginecologista/ obstetra; médico homeopata;
nutricionista; médico pediatra; psicólogo; médico psiquiatra;
terapeuta ocupacional; médico geriatra; médico internista
(clínica médica); médico do trabalho; médico veterinário;
profissional com formação em arte e educação (arte educador);
profissional de saúde sanitarista, ou seja, profissional graduado
na área de saúde com pós-graduação em saúde pública ou
coletiva ou graduado diretamente em uma dessas áreas
conforme normativa vigente.
Obs.: a definição das categorias profissionais é de autonomia do
gestor local, devendo ser escolhida de acordo com as
necessidades do territórios.
Tipos
NASF-AB 1 – Deverá estar vinculado a, no mínimo, 5 (cinco) e,
no máximo, 9 (nove) Equipes de Saúde da Família e/ou equipes
de Atenção Básica para populações específicas (consultórios na
rua, equipes ribeirinhas e fluviais).
NASF-AB 2 – Deverá estar vinculado a, no mínimo, 3 (três), e a,
no máximo, 4 (quatro) Equipes de Saúde da Família e/ou
equipes de Atenção Básica para populações específicas
(consultórios na rua, equipes ribeirinhas e fluviais).
NASF-AB 3 – Deverá estar vinculado a, no mínimo 1 (uma) e a
no máximo 2 (duas) Equipes de Saúde da Família e/ou equipes
de Atenção Básica para populações específicas (consultórios na
rua, equipes ribeirinhas e fluviais), agregando-se de modo
específico ao processo de trabalho das mesmas, configurando-se
como uma equipe ampliada.
Carga Horária Obrigatória:
NASF 1:
I – A soma das Cargas Horárias Semanais (CHS) dos
profissionais da equipe deve acumular no mínimo 200
(duzentas) horas semanais;
II – Nenhum profissional, considerado isoladamente poderá ter
CHS menor que 20 (vinte) horas semanais; e
III – Cada ocupação, considerada isoladamente, deve ter no
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mínimo 20 (vinte) horas e no máximo 80 (oitenta) horas de
CHS.
NASF 2:
I – A soma das cargas horárias semanais dos profissionais da
equipe deve acumular no mínimo 120 (cento e vinte) horas
semanais;
II – Nenhum profissional, considerado isoladamente poderá ter
CHS menor que 20 (vinte) horas semanais; e
III – Cada ocupação, considerada isoladamente, deve ter no
mínimo 20 (vinte) horas e no máximo 40 (quarenta) horas
de CHS.
NASF 3:
I – A soma das cargas horárias semanais dos profissionais da
equipe deve acumular no mínimo 80 (oitenta) horas
semanais;
II – Nenhum profissional, considerado isoladamente poderá ter
CHS menor que 20 (vinte horas); e
III – Cada ocupação, considerada isoladamente, deve ter no
mínimo 20 (vinte) horas e no máximo 40 (quarenta) horas
de carga horária semanal.
E quem sustenta o NASF-AB? Os recursos da Atenção Primária.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2020
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP-SP
O Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) é importante
dispositivo à organização do sistema de atenção à saúde no
Brasil. Quais são seus objetivos?
a) Suprir a atenção básica com especialistas para ampliar a
cobertura de casos complexos.
b) Incrementar e ampliar a referência e contrarreferência de
casos.
c) Ampliar a abrangência das ações da atenção básica, bem
como sua resolubilidade.
d) Encaminhar os casos que necessitam atendimento
especializado.
R. Boa questão para relembrarmos o principal objetivo do
Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Para isso, vamos
relembrar um trecho da Política Nacional de Atenção Básica:
"Núcleos de Apoio à Saúde da Família
Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família – NASF – foram
criados com o objetivo de ampliar a abrangência e o escopo
das ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade".
Agora ficou mais fácil… Note que a questão copiou esse trecho!
Resposta: letra C.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015
HOSPITAL SÃO LUCAS DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE
CATÓLICA – PUC-RS
Em relação ao Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), são
apresentadas as seguintes assertivas:
I. Conta com equipes compostas por profissionais de diferentes
áreas de conhecimento, que compartilham com os
profissionais das Equipes Saúde da Família as práticas em
saúde nos respectivos territórios.
II. Realiza interconsultas, discussões de casos, treinamento
prático, visitas domiciliares e ainda palestras e reuniões
com grupos.
III. Constitui porta de entrada do sistema para os usuários.
Está/estão CORRETA(S) a(s) afirmativa(s):
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e III.
R. Depois do que acabamos de ver ficou tranquilo, a única
afirmativa incorreta é III, pois não representa a porta de
entrada do sistema. Portanto, resposta: letra D.
Não pule as próximas questões!!! Elas contêm conceitos muito
importantes!!
SAIBA MAIS
O que significa atenção primária?
É a atenção que ocorre no nível ambulatorial, próximo da vida
das pessoas. Chega a responder por, pelo menos, 85% da
demanda. Pode ter exames laboratoriais básicos e de
diagnóstico (por exemplo, eletrocardiograma). A composição
dessa equipe pode ser de áreas básicas da medicina (pediatria,
clínica médica e tocoginecologia) ou da medicina geral
(medicina de família) e de outros profissionais (enfermeiro,
nutricionista, psicólogo, dentista, etc.).
A atenção secundária ocorre também na forma ambulatorial.
Responde a demanda das subespecialidades (cardiologia,
nefrologia, endocrinologia, etc.), inclusive, com exames
laboratoriais ou de diagnóstico mais avançados.
A atenção terciária envolve unidade de internação – podendo
ter ambulatório de pré e pós-operatório.
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RESIDÊNCIA MÉDICA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – UFPR
Uma Unidade de Saúde do PSF tem um atendimento
programado, voltado para a atenção das crianças de sua base
territorial. Os principais objetivos deste programa são
monitorar o crescimento e o desenvolvimento das crianças e
manter elevada cobertura vacinal, entre outros, com o objetivo
de promover a saúde, prevenir agravos e recuperar a saúde
daqueles que adoecerem. A Unidade de Saúde disponibiliza,
então, uma tarde por semana, na qual atende toda criança que
aparecer em busca do cuidado programado. Nos últimos 6
meses, foram atendidas em média 100 crianças ao mês, dentre
as quais 3 apresentavam sobrepeso. Considerando a situação
descrita, assinale a alternativa CORRETA.
a) A lógica sobre a qual se assenta o atendimento das crianças
neste programa é, predominantemente, flexneriana, pois
está voltada para atender à demanda, uma vez que a
organização atual do serviço da Unidade de Saúde, acima
descrita, não permite acompanhar a evolução dos
indicadores de saúde da população infantil da área, com a
valorização das ações de promoção da saúde e prevenção de
agravos.
b) Não há crianças subnutridas entre a população da base
territorial desta Unidade de Saúde.
c) Considerando que de todas as crianças atendidas pelo
programa apenas duas estavam com alguma vacina
atrasada, conclui-se que a cobertura vacinal na área da
Unidade de Saúde é satisfatória.
d) O excelente estado nutricional das crianças da área desta
Unidade de Saúde demonstra a superioridade dos modelos
de atenção com base territorial e programação da oferta.
e)Tais inferências não são válidas. Estas análises somente
poderão ser conclusivas após 1 ano.
R. Vamos entender a questão e depois veremos a "famosa"
medicina flexneriana...
A questão diz que 100 crianças foram atendidas por mês e que
3 apresentavam sobrepeso... Agora, e as outras 97? Eram
desnutridas? Super obesas? Sadias? Não se sabe... Então, não
invente!
Só com isto podemos excluir as letras B e D. A ideia do
programa é excelente: "Promover a saúde, prevenir agravos e
recuperar a saúde daqueles que adoeceram". Mas o modelo de
busca das crianças foi através do atendimento a "toda criança
que aparecer em busca do cuidado programado". Isto é bom?
Não, pois as crianças que não puderam comparecer ficaram
sem receber atenção, saúde... E o pior? São justamente aquelas
que não comparecem que precisam de maior atenção, pois
podem ser filhas de mães "desleixadas", que deixam seus filhos
a esmo, aos cuidados da "natureza"... Podem ser crianças mais
doentes ou filhas de mães doentes, que, de tão debilitadas, não
tiveram força para chegar até o serviço de saúde... E o PSF,
nessa lógica, deveria cuidar de toda a saúde no seu território;
deveria cuidar de toda a população adscrita e não somente
daqueles que procuram os serviços...
Nesse raciocínio, não podemos dizer que a cobertura vacinal é
boa, se apenas 2 das 100 atendidas não estão vacinadas... E as
crianças que não foram atendidas??? Várias crianças na área
da Unidade de Saúde podem estar sem vacina... E eles não
foram conferir isso, quiseram apenas avaliar aqueles que
foram até o Posto (letra C errada)...
A letra E é completamente sem noção. Você não poderá
concluir nem hoje, nem daqui a um ano ou daqui a dez anos,
se quisermos avaliar apenas os que procuram os serviços de
saúde. O PSF quer promover/recuperar saúde, e, para isto,
teria a função de ir até o domicílio quando houver
necessidade... Isso a gente não viu aqui!!!
Agora que você leu e começou a entender o que eles
escreveram na questão, respire fundo e leia novamente a letra
A. Respire fundo de novo... Percebeu? A questão aborda o
atendimento baseado na demanda espontânea (letra A
correta). E isso é a base da medicina flexneriana. Leia as
próximas questões para entender melhor esse conceito.
Aproveitando os conceitos DAS PERGUNTAS ANTERIORES e
aprofundando mais um pouquinho, vejamos as próximas
questões:
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RESIDÊNCIA MÉDICA – 2011
HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE – HCPA – RS
Em relação à evolução do uso de expressões relacionadas à
Atenção Primária à Saúde desde a Conferência de Alma-Ata,
considere as assertivas abaixo.
I - Os "cuidados primários de saúde", ao assumirem um caráter
de programa de medicina simplificada para os pobres de áreas
urbanas e rurais na primeira metade da década de oitenta,
acabaram por afastar o tema do centro das discussões à época.
II - A utilização pelo Ministério da Saúde da expressão
"atenção básica" para designar "atenção primária" refletiu
inicialmente a necessidade de diferenciação entre a proposta
da saúde da família e a dos "cuidados primários de saúde"
interpretados como política de focalização à saúde.
III - Atualmente, documentos e eventos do Ministério da Saúde
evitam a utilização da terminologia internacional de "Atenção
Primária à Saúde", pois a consideram significativamente
distinta de "atenção básica". Quais são CORRETAS?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.
R. Vamos analisar cada afirmativa:
I) Correta. Na década de 80 ainda não tínhamos a visão
pluralista de Atenção Primária na Saúde que preconizamos
hoje em dia (prevenção, reabilitação, cura e promoção). Nessa
época, ao limitar os cuidados primários a procedimento
simples no tratamento de pobres de área urbana e rural, o
verdadeiro significado da Atenção Básica, discutido na
Conferência de Alma-Ata (veja mais sobre ela no comentário
da próxima questão) foi posto em segundo plano;
II) Correta. Realmente, o MS utilizou a expressão "atenção
básica" para designar atenção primária; esse último, na
verdade, significa os níveis de atenção que os pacientes
recebem na rede SUS. 85% dos atendimentos devem ser
resolvidos na atenção primária. A chamada atenção
secundária corresponde as especialidades clínicas; atenção
terciária, são as unidades de internação;
III) Incorreta. Hoje em dia existe a Política Nacional de
Atenção Básica, que engloba a Atenção Primária à Saúde. São
até usadas como sinônimos.
Resposta: letra D.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2010
CONCURSO UNIFICADO – MG
A Conferência de Alma-Ata definiu Atenção Primária à Saúde
considerando as seguintes características, EXCETO:
a) Base em tecnologia e métodos práticos, cientificamente
comprovados e socialmente aceitáveis.
b) Função central no sistema de saúde.
c) Adscrição de clientela.
d) Universalização do acesso.
R. A Declaração de Alma-Ata surgiu na Conferência
Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, reunida na
cidade de Alma-Ata (na antiga URSS), entre os dias 6 e 12 de
setembro de 1978. Dizia que os cuidados primários de saúde
deveriam ser desenvolvidos e aplicados em todo o mundo, e,
particularmente, nos países em desenvolvimento.
Tinha como objetivos:
I) A Conferência enfatiza que a saúde-estado de completo
bemestar físico, mental e social, e não simplesmente a
ausência de doença ou enfermidade – é um direito humano
fundamental (ALTERNATIVA D CORRETA), e que a consecução
do mais alto nível possível de saúde é a mais importante meta
social mundial, cuja realização requer a ação de muitos outros
setores sociais e econômicos, além do setor saúde;
II) A chocante desigualdade existente no estado de saúde dos
povos, particularmente entre os países desenvolvidos e em
desenvolvimento, assim como dentro dos países, é política,
social e economicamente inaceitável e constitui, por isso,
objeto da preocupação comum de todos os países;
III) O desenvolvimento econômico e social baseado numa
ordem econômica internacional é de importância fundamental
para a mais plena realização da meta de Saúde para Todos no
Ano 2000 e para a redução da lacuna existente entre o estado
de saúde dos países em desenvolvimento e o dos
desenvolvidos. A promoção e proteção da saúde dos povos é
essencial para o contínuo desenvolvimento econômico e social
e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz
mundial;
IV) É direito e dever dos povos participar individual e
coletivamente no planejamento e na execução de seus
cuidados de saúde;
V) Os governos têm pela saúde de seus povos uma
responsabilidade que só pode ser realizada mediante
adequadas medidas sanitárias e sociais. Uma das principais
metas sociais dos governos, das organizações internacionais e
de toda a comunidade mundial na próxima década deve ser a
de que todos os povos do mundo, até o ano 2000, atinjam um
nível de saúde que lhes permita levar uma vida social e
economicamente produtiva. Os cuidados primários de saúde
constituem a chave para que essa meta seja atingida, como
parte do desenvolvimento, no espírito da justiça social;
VI) Os cuidados primários de saúde são cuidados essenciais de
saúde baseados em métodos e tecnologias práticas,
cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitáveis
(ALTERNATIVA A CORRETA), colocadas ao alcance universal de
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indivíduos e famílias da comunidade, mediante sua plena
participação e a um custo que a comunidade e o país possam
manter em cada fase de seu desenvolvimento, no espírito de
autoconfiança e automedicação. Fazem parte integrante tanto
do sistema de saúde do país, do qual constituem a função
central e o foco principal (ALTERNATIVA B CORRETA), quanto
do desenvolvimento social e econômico global da comunidade.
Representam o primeiro nível de contato dos indivíduos, da
família e da comunidade com o sistema nacional de saúde,
pelo qual os cuidados de saúde são levados o mais
proximamente possível aos lugares onde pessoas vivem e
trabalham, e constituem o primeiro elemento de um
continuado processo de assistênciaà saúde.
Portanto a única alternativa incorreta é a letra C, que afinal de
contas é princípio fundamental do PSF.
RESIDÊNCIA MÉDICA
ASSOCIAÇÃO MÉDICA PARANAENSE – AMP – PR
Com base no argumento das limitações orçamentárias dos
países para ofertar uma atenção universal, integral e
igualitária, algumas propostas têm sido apresentadas para
racionalizar os gastos na área da saúde. Estas formulações
fazem parte da estratégia dos organismos internacionais que,
para Rizzotto (2000), constituem o desmonte do SUS, com a
proposição de modelos de atenção fragmentados e
precarizados. Em relação aos modelos de assistência à saúde,
assinale a alternativa INCORRETA:
a) Os sistemas de saúde que organizam a oferta de serviços
com base territorial e forte intervenção do Estado têm
obtido melhores resultados em termos de impacto sobre os
indicadores de saúde.
b) Os sistemas de base flexneriana, de atenção à demanda,
atentam apenas para os efeitos finais e manifestações
visíveis dos problemas de saúde, sem preocupação com o
diagnóstico das causas reais, deixando assim de atuar no
conjunto de fatores que interferem nos processos de
produção e reprodução das doenças nas coletividades.
c) Os sistemas de base flexneriana, por sua eficiência na
intervenção, mesmo que apresentando elevado custo, obtêm
alto impacto coletivo sobre a saúde das populações, o que é
expresso através dos indicadores de saúde.
d) O modelo de base flexneriana é hegemônico em nosso meio,
está voltado para a demanda espontânea, o que reforça a
ideia de só procurar serviço de saúde quando se sentir
doente.
e) Os modelos baseados na Economia da Saúde utilizam a ideia
de que os diferentes grupos populacionais, com diferentes
possibilidades de adquirir os bens e serviços no mercado,
apresentariam diferentes necessidades, às quais deveriam
corresponder diferenças de ofertas de serviços. Aos usuários
que têm limitações para obter a atenção por conta própria, o
Estado ofereceria ações compensatórias de alívio à pobreza.
R. Vamos às alternativas:
Letra A: correta. Este é o modelo do programa de saúde da
família;
Letra B: correta. O sistema flexneriano é o modelo da demanda
espontânea. É o método baseado na relação doente-médico, e
do médico visando à cura;
Letra C: correta. Apesar de serem um modelo hospitalocêntrico
e biológico, que não discutem a prevenção e a promoção da
saúde, obtêm alto impacto coletivo, mas não são os melhores
sobre os indicadores de saúde;
Letra D: incorreta, pois não é o modelo hegemônico no nosso
meio. No nosso meio predomina o modelo da atenção básica,
no que tange o número de pessoas assistidas! Este visa
principalmente a prevenção e a promoção da saúde;
Letra E: alternativa correta e autoexplicativa.
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POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO
BÁSICA (PNAB)
Essa política está agora regulamentada pela PORTARIA Nº 2.436,
DE 21 DE SETEMBRO DE 2017.
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Estabelece as diretrizes para a organização do componente
Atenção Básica, na Rede de Atenção à Saúde – RAS. Neste
momento, vamos fazer uma revisão rápida sobre ela.
O que esta Política diz?
Primeiramente, o que é a Atenção Básica?
Observem o conceito do Ministério da Saúde:
É o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas
que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico,
tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e
vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de
cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe
multiprofissional e dirigida à população em território definido,
sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária.
Será a principal porta de entrada e centro de comunicação da
RAS, coordenadora do cuidado e ordenadora das ações e serviços
disponibilizados na rede.
Será ofertada integralmente e gratuitamente a todas as pessoas,
de acordo com suas necessidades e demandas do território,
considerando os determinantes e condicionantes de saúde.
É proibida qualquer exclusão baseada em idade, gênero, raça/cor,
etnia, crença, nacionalidade, orientação sexual, identidade de
gênero, estado de saúde, condição socioeconômica, escolaridade,
limitação física, intelectual, funcional e outras.
Serão adotadas estratégias que permitam minimizar
desigualdades/ iniquidades, de modo a evitar exclusão social de
grupos que possam vir a sofrer estigmatização ou discriminação,
de maneira que impacte na autonomia e na situação de saúde.
Perceberam? É muito mais do que o conceito simplório da
integralidade com a prevenção, cura e reabilitação. Engloba
tudo do ser humano, avaliando, inclusive, o contexto
sociocultural!!
Princípios e Diretrizes
Princípios
● Universalidade: possibilitar o acesso universal e contínuo a
serviços de saúde de qualidade e resolutivos, caracterizados
como a porta de entrada aberta e preferencial da RAS
(primeiro contato), acolhendo as pessoas e promovendo a
vinculação e corresponsabilização pela atenção às suas
necessidades de saúde. O estabelecimento de mecanismos que
assegurem acessibilidade e acolhimento pressupõe uma lógica
de organização e funcionamento do serviço de saúde que
parte do princípio de que as equipes que atuam na Atenção
Básica nas UBS devem receber e ouvir todas as pessoas que
procuram seus serviços, de modo universal, de fácil acesso e
sem diferenciações excludentes, e a partir daí construir
respostas para suas demandas e necessidades.
● Equidade: ofertar o cuidado, reconhecendo as diferenças nas
condições de vida e saúde e de acordo com as necessidades das
pessoas, considerando que o direito à saúde passa pelas
diferenciações sociais e deve atender à diversidade. Ficando
proibida qualquer exclusão baseada em idade, gênero, cor,
crença, nacionalidade, etnia, orientação sexual, identidade de
gênero, estado de saúde, condição socioeconômica,
escolaridade ou limitação física, intelectual, funcional, entre
outras, com estratégias que permitam minimizar
desigualdades, evitar exclusão social de grupos que possam vir
a sofrer estigmatização ou discriminação; de maneira que
impacte na autonomia e na situação de saúde.
● Integralidade: é o conjunto de serviços executados pela equipe
de saúde que atendam às necessidades da população adscrita
nos campos do cuidado, da promoção e manutenção da saúde,
da prevenção de doenças e agravos, da cura, da reabilitação,
redução de danos e dos cuidados paliativos. Inclui a
responsabilização pela oferta de serviços em outros pontos de
atenção à saúde e o reconhecimento adequado das
necessidades biológicas, psicológicas, ambientais e sociais
causadoras das doenças, e manejo das diversas tecnologias de
cuidado e de gestão necessárias a estes fins, além da ampliação
da autonomia das pessoas e coletividade.
Diretrizes
● Regionalização e hierarquização: a Atenção Básica deve ser a
comunicação entre os pontos de atenção da RAS para fins de
planejamento, organização e gestão de redes de ações e
serviços de saúde em determinada localidade, e a
hierarquização como forma de organização de pontos de
atenção da RAS entre si, com fluxos e referências
estabelecidos.
● Territorialização e adstrição: de forma a permitir o
planejamento, a programação descentralizada e o
desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com foco
em um território específico, com impacto na situação, nos
condicionantes e determinantes da saúde das pessoas e
coletividades que constituem aquele espaço e estão, portanto,
adstritos a ele.
Território é uma unidade geográfica destinada para
dinamizar a ação em saúde pública, o estudo social,
econômico, epidemiológico, assistencial, cultural e
identitário, possibilitando uma ampla visão de cada
SAIBA MAIS
A Política Nacional de Atenção Básica considera os termos
Atenção Básica – AB – e Atenção Primária à Saúde – APS – como
termos equivalentes.
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unidade geográfica e subsidiando a atuação na Atenção
Básica, de forma que atendam a necessidade da população
adscrita e ou as populações específicas.
População adscrita: populaçãoque está presente no
território da UBS, de forma a estimular o desenvolvimento
de relações de vínculo e responsabilização entre as equipes
e a população, garantindo a continuidade das ações de
saúde e a longitudinalidade do cuidado e com o objetivo de
ser referência para o seu cuidado.
● Cuidado centrado na pessoa: aponta para o desenvolvimento
de ações de cuidado de forma singularizada, que auxilie as
pessoas a desenvolverem os conhecimentos, aptidões,
competências e a confiança necessária para gerir e tomar
decisões embasadas sobre sua própria saúde e seu cuidado de
saúde de forma mais efetiva. O cuidado é construído com as
pessoas, de acordo com suas necessidades e potencialidades na
busca de uma vida independente e plena. A família, a
comunidade e outras formas de coletividade são elementos
relevantes, muitas vezes condicionantes ou determinantes na
vida das pessoas e, por consequência, no cuidado.
● Resolutividade: reforça a importância da Atenção Básica ser
resolutiva, utilizando e articulando diferentes tecnologias de
cuidado individual e coletivo, por meio de uma clínica
ampliada capaz de construir vínculos positivos e intervenções
clínica e sanitariamente efetivas, centrada na pessoa, na
perspectiva de ampliação dos graus de autonomia dos
indivíduos e grupos sociais. Deve ser capaz de resolver a
grande maioria dos pro blemas de saúde da população,
coordenando o cuidado do usuário em outros pontos da RAS,
quando necessário.
● Longitudinalidade do cuidado: pressupõe a continuidade da
relação de cuidado, com construção de vínculo e
responsabilização entre profissionais e usuários ao longo do
tempo e de modo permanente e consistente, acompanhando os
efeitos das intervenções em saúde e de outros elementos na
vida das pessoas, evitando a perda de referências e
diminuindo os riscos de iatrogenia que são decorrentes do
desconhecimento das histórias de vida e da falta de
coordenação do cuidado.
● Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e organizar o
fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das RAS.
Atuando como o centro de comunicação entre os diversos
pontos de atenção, responsabilizando-se pelo cuidado dos
usuários em qualquer destes pontos através de uma relação
horizontal, contínua e integrada, com o objetivo de produzir a
gestão compartilhada da atenção integral. Articulando
também as outras estruturas das redes de saúde e
intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais.
● Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de saúde da
população sob sua responsabilidade, organizando as
necessidades desta população em relação aos outros pontos de
atenção à saúde, contribuindo para que o planejamento das
ações, assim como a programação dos serviços de saúde, parta
das necessidades de saúde das pessoas.
● Participação da comunidade: estimular a participação das
pessoas, a orientação comunitária das ações de saúde na
Atenção Básica e a competência cultural no cuidado, como
forma de ampliar sua autonomia e capacidade na construção
do cuidado à sua saúde e das pessoas e coletividades do
território. Considerando ainda o enfrentamento dos
determinantes e condicionantes de saúde, através de
articulação e integração das ações intersetoriais na
organização e orientação dos serviços de saúde, a partir de
lógicas mais centradas nas pessoas e no exercício do controle
social.
Funções na Rede de Atenção do SUS:
I - Ser base: a sua participação no cuidado deve ser sempre
necessária, sendo o primeiro ponto de atenção e a principal
porta de entrada do sistema;
II - Ser resolutiva: ou seja, conseguir resolver os problemas da
população com capacidade clínica e de cuidado e
incorporação de tecnologias leves, leve duras e duras
(diagnósticas e terapêuticas), além da articulação da Atenção
Básica com outros pontos da RAS;
III - Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de saúde da
população sob sua responsabilidade, organizando as
necessidades desta população em relação aos outros pontos
de atenção à saúde, contribuindo para que a programação
dos serviços de saúde parta das necessidades de saúde dos
usuários, com isso fortalecendo o planejamento ascendente.
Um dos destaques que merecem ser feitos é a consideração e a
incorporação, no processo de referenciamento, das ferramentas
de telessaúde articulado às decisões clínicas e aos processos de
regulação do acesso. A utilização de protocolos de
encaminhamento servem como ferramenta, ao mesmo tempo,
de gestão e de cuidado, pois tanto orientam as decisões dos
profissionais solicitantes quanto se constituem como referência
que modula a avaliação das solicitações pelos médicos
reguladores.
Com isso, espera-se que ocorra uma ampliação do cuidado
clínico e da resolutividade na Atenção Básica, evitando a
exposição das pessoas a consultas e/ou procedimentos
desnecessários. Além disso, com a organização do acesso, induz-
se ao uso racional dos recursos em saúde, impede
deslocamentos desnecessários e traz maior eficiência e
equidade à gestão das listas de espera.
A gestão municipal deve articular e criar condições para que a
referência aos serviços especializados ambulatoriais, sejam
realizados preferencialmente pela Atenção Básica, sendo de sua
responsabilidade:
a) Ordenar o fluxo das pessoas nos demais pontos de atenção da
RAS;
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b) Gerir a referência e contrarreferência em outros pontos de
atenção; e
c) Estabelecer relação com os especialistas que cuidam das
pessoas do território.
Funcionamento:
Recomenda-se que as Unidades Básicas de Saúde tenham seu
funcionamento com carga horária mínima de 40 horas
semanais, no mínimo 5 (cinco) dias da semana e nos 12 meses
do ano, possibilitando acesso facilitado à população.
Horários alternativos de funcionamento podem ser pactuados
através das instâncias de participação social, desde que
atendam expressamente a necessidade da população,
observando, sempre que possível, a carga horária mínima
descrita acima..
As ações e serviços da Atenção Básica, deverão seguir padrões
essenciais e ampliados:
● Padrões Essenciais: ações e procedimentos básicos
relacionados a condições básicas/essenciais de acesso e
qualidade na Atenção Básica; e
● Padrões Ampliados: ações e procedimentos considerados
estratégicos para se avançar e alcançar padrões elevados de
acesso e qualidade na Atenção Básica, considerando
especificidades locais, indicadores e parâmetros estabelecidos
nas Regiões de Saúde.
Toda UBS deve monitorar a satisfação de seus usuários,
oferecendo o registro de elogios, críticas ou reclamações, por
meio de livros, caixas de sugestões ou canais eletrônicos. As UBS
deverão assegurar o acolhimento e escuta ativa e qualificada
das pessoas, mesmo que não sejam da área de abrangência da
unidade, com classificação de risco e encaminhamento
responsável de acordo com as necessidades apresentadas,
articulando-se com outros serviços de forma resolutiva, em
conformidade com as linhas de cuidado estabelecidas.
Deverá estar afixado em local visível, próximo à entrada da
UBS:
● Identificação e horário de atendimento;
● Mapa de abrangência, com a cobertura de cada equipe;
● Identificação do Gerente da Atenção Básica no território e dos
componentes de cada equipe da UBS;
● Relação de serviços disponíveis; e
● Detalhamento das escalas de atendimento de cada equipe.
Sobre o Financiamento da Atenção Básica...
O financiamento da Atenção Básica deve ser tripartite, Federal,
Estadual e Municipal. No âmbito federal, o montante de
recursos financeiros para Atenção Básica será diferente a partir
desse ano (2020).
O repasse financeiro terá três critérios: captação ponderada,
pagamento por desempenho e incentivo para ações estratégicas.
A captação ponderada deverá considerar: a população
cadastrada na equipe de Saúde da Família (eSF) e equipe de
Atenção Primária (eAP) no Sistema de Informação em Saúde
para a Atenção Básica (SISAB); a vulnerabilidade
socioeconômica da população cadastrada na eSF e na eAP; o
perfil demográfico por faixa etária da população cadastrada na
eSF e na eAP; e a classificaçãogeográfica definida pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O pagamento por desempenho será baseado em indicadores
selecionados conforme a relevância clínica e epidemiológica,
disponibilidade, simplicidade, baixo custo de obtenção,
adaptabilidade, estabilidade, rastreabilidade e
representatividade.
O terceiro critério do novo modelo de financiamento focaliza
ações prioritárias, como: Programa Saúde na Hora; equipe de
Saúde Bucal (eSB); Unidade Odontológica Móvel (UOM); Centro
de Especialidades Odontológicas (CEO); Laboratório Regional de
Prótese Dentária (LRPD); equipe de Consultório na Rua (eCR);
Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF); equipe de Saúde da
Família Ribeirinha (eSFR); Microscopista; equipe de Atenção
Básica Prisional (eABP); Custeio para o ente federativo
responsável pela gestão das ações de Atenção Integral à Saúde
dos Adolescentes em Situação de Privação de Liberdade;
Programa Saúde na Escola (PSE); Programa Academia da Saúde;
Programa de Apoio à Informatização da APS; Incentivo aos
municípios com residência médica e multiprofissional;
Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (ACS); e outros
que venham a ser instituídos por meio de ato normativo
específico.
Responsabilidades em Atenção Básica das Esferas Gestoras:
Todos
I - Contribuir para a reorientação do modelo de atenção e de
gestão com base nos princípios e nas diretrizes contidas nesta
portaria;
II - Apoiar e estimular a adoção da Estratégia de Saúde da
Família – ESF como estratégia prioritária de expansão,
consolidação e qualificação da Atenção Básica;
III - Garantir a infraestrutura adequada e com boas condições
para o funcionamento das UBS, garantindo espaço,
mobiliário e equipamentos, além de acessibilidade de
pessoas com deficiência, de acordo com as normas vigentes;
IV - Contribuir com o financiamento tripartite para
fortalecimento da Atenção Básica;
SAIBA MAIS
Tecnologia leve = representa as relações: profissional-paciente,
gestão...
Tecnologia leve dura = representa o conhecimento técnico.
Tecnologia dura = representa os equipamentos tecnológicos.
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V - Assegurar ao usuário o acesso universal, equânime e
ordenado às ações e serviços de saúde do SUS, além de
outras atribuições que venham a ser pactuadas pelas
Comissões Intergestores;
VI - Estabelecer, nos respectivos Planos Municipais, Estaduais e
Nacional de Saúde, prioridades, estratégias e metas para a
organização da Atenção Básica;
VII - Desenvolver mecanismos técnicos e estratégias
organizacionais de qualificação da força de trabalho para
gestão e atenção à; saúde, estimular e viabilizar a
formação, educação permanente e continuada dos
profissionais, garantir direitos trabalhistas e
previdenciários, qualificar os vínculos de trabalho e
implantar carreiras que associem desenvolvimento do
trabalhador com qualificação dos serviços ofertados às
pessoas;
VIII - Garantir provimento e estratégias de fixação de
profissionais de saúde para a Atenção Básica com vistas a
promover ofertas de cuidado e o vínculo;
IX - Desenvolver, disponibilizar e implantar os Sistemas de
Informação da Atenção Básica vigentes, garantindo
mecanismos que assegurem o uso qualificado dessas
ferramentas nas UBS, de acordo com suas
responsabilidades;
X - Garantir, de forma tripartite, dispositivos para transporte em
saúde, compreendendo as equipes, pessoas para realização
de procedimentos eletivos, exames, dentre outros, buscando
assegurar a resolutividade e a integralidade do cuidado na
RAS, conforme necessidade do território e planejamento de
saúde;
XI - Planejar, apoiar, monitorar e avaliar as ações da Atenção
Básica nos territórios;
XII - Estabelecer mecanismos de autoavaliação, controle,
regulação e acompanhamento sistemático dos resultados
alcançados pelas ações da Atenção Básica, como parte do
processo de planejamento e programação;
XIII - Divulgar as informações e os resultados alcançados pelas
equipes que atuam na Atenção Básica, estimulando a
utilização dos dados para o planejamento das ações;
XIV - Promover o intercâmbio de experiências entre gestores e
entre trabalhadores, por meio de cooperação horizontal, e
estimular o desenvolvimento de estudos e pesquisas que
busquem o aperfeiçoamento e a disseminação de
tecnologias e conhecimentos voltados à Atenção Básica;
XV - Estimular a participação popular e o controle social;
XVI - Garantir espaços físicos e ambientes adequados para a
formação de estudantes e trabalhadores de saúde, para a
formação em serviço e para a educação permanente e
continuada nas Unidades Básicas de Saúde;
XVII - Desenvolver as ações de assistência farmacêutica e do uso
racional de medicamentos, garantindo a disponibilidade e
acesso a medicamentos e insumos em conformidade com
a RENAME, os protocolos clínicos e diretrizes
terapêuticas, e com a relação específica complementar
estadual, municipal, da união, ou do distrito federal de
medicamentos nos pontos de atenção, visando à
integralidade do cuidado;
XVIII - Adotar estratégias para garantir um amplo escopo de
ações e serviços a serem ofertados na Atenção Básica,
compatíveis com as necessidades de saúde de cada
localidade;
XIX - Estabelecer mecanismos regulares de autoavaliação para
as equipes que atuam na Atenção Básica, a fim de
fomentar as práticas de monitoramento, avaliação e
planejamento em saúde; e
XX - Articulação com o subsistema Indígena nas ações de
Educação Permanente e gestão da rede assistencial.
União
I - Definir e rever periodicamente, de forma pactuada, na
Comissão Intergestores Tripartite (CIT), as diretrizes da
Política Nacional de Atenção Básica;
II - Garantir fontes de recursos federais para compor o
financiamento da Atenção Básica;
III - Destinar recurso federal para compor o financiamento
tripartite da Atenção Básica, de modo mensal, regular e
automático, prevendo, entre outras formas, o repasse fundo
a fundo para custeio e investimento das ações e serviços;
IV - Prestar apoio integrado aos gestores dos Estados, do Distrito
Federal e dos municípios no processo de qualificação e de
consolidação da Atenção Básica;
V - Definir, de forma tripartite, estratégias de articulação junto
às gestões estaduais e municipais do SUS, com vistas à
institucionalização da avaliação e qualificação da Atenção
Básica;
VI - Estabelecer, de forma tripartite, diretrizes nacionais e
disponibilizar instrumentos técnicos e pedagógicos que
facilitem o processo de gestão, formação e educação
permanente dos gestores e profissionais da Atenção Básica;
VII - Articular com o Ministério da Educação estratégias de
indução às mudanças curriculares nos cursos de graduação
e pós-graduação na área da saúde, visando à formação de
profissionais e gestores com perfil adequado à Atenção
Básica; e
VIII - Apoiar a articulação de instituições, em parceria com as
Secretarias de Saúde Municipais, Estaduais e do Distrito
Federal, para formação e garantia de educação
permanente e continuada para os profissionais de saúde
da Atenção Básica, de acordo com as necessidades locais.
Estados e Distrito Federal
I - Pactuar, na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e Colegiado
de Gestão no Distrito Federal, estratégias, diretrizes e normas
para a implantação e implementação da Política Nacional de
Atenção Básica vigente nos Estados e Distrito Federal;
II - Destinar recursos estaduais para compor o financiamento
tripartite da Atenção Básica, de modo regular e automático,
prevendo, entre outras formas, o repasse fundo a fundo para
custeio e investimento das ações e serviços;
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III - Ser corresponsável pelo monitoramento das ações de
Atenção Básica nos municípios;
IV - Analisar os dados de interesse estadual gerados pelos
sistemas de informação, utilizá-los no planejamento e
divulgar os resultados obtidos;
V - Verificar a qualidade e a consistência de arquivos dos
sistemas de informação enviados pelos municípios, de
acordo com prazos e fluxos estabelecidos para cada sistema,
retornando informações aos gestoresmunicipais;
VI - Divulgar periodicamente os relatórios de indicadores da
Atenção Básica, com intuito de assegurar o direito
fundamental de acesso à informação;
VII - Prestar apoio institucional aos municípios no processo de
implantação, acompanhamento e qualificação da Atenção
Básica e de ampliação e consolidação da Estratégia de
Saúde da Família;
VIII - Definir estratégias de articulação com as gestões
municipais, com vistas à institucionalização do
monitoramento e avaliação da Atenção Básica;
IX - Disponibilizar aos municípios instrumentos técnicos e
pedagógicos que facilitem o processo de formação e
educação permanente dos membros das equipes de gestão e
de atenção;
X - Articular instituições de ensino e serviço, em parceria com
as Secretarias Municipais de Saúde, para formação e
garantia de educação permanente aos profissionais de saúde
das equipes que atuam na Atenção Básica; e
XI - Fortalecer a Estratégia de Saúde da Família na rede de
serviços como a estratégia prioritária de organização da
Atenção Básica.
Municípios e Distrito Federal
I - Organizar, executar e gerenciar os serviços e ações de
Atenção Básica, de forma universal, dentro do seu território,
incluindo as unidades próprias e as cedidas pelo estado e
pela União;
II - Programar as ações da Atenção Básica a partir de sua base
territorial de acordo com as necessidades de saúde
identificadas em sua população, utilizando instrumento de
programação nacional vigente;
III - Organizar o fluxo de pessoas, inserindo-as em linhas de
cuidado, instituindo e garantindo os fluxos definidos na
Rede de Atenção à Saúde entre os diversos pontos de
atenção de diferentes configurações tecnológicas,
integrados por serviços de apoio logístico, técnico e de
gestão, para garantir a integralidade do cuidado;
IV - Estabelecer e adotar mecanismos de encaminhamento
responsável pelas equipes que atuam na Atenção Básica de
acordo com as necessidades de saúde das pessoas,
mantendo a vinculação e coordenação do cuidado;
V - Manter atualizado mensalmente o cadastro de equipes,
profissionais, carga horária, serviços disponibilizados,
equipamentos e outros no Sistema de Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde vigente, conforme
regulamentação específica;
VI - Organizar os serviços para permitir que a Atenção Básica
atue como a porta de entrada preferencial e ordenadora da
RAS;
VII - Fomentar a mobilização das equipes e garantir espaços
para a participação da comunidade no exercício do
controle social;
VIII - Destinar recursos municipais para compor o
financiamento tripartite da Atenção Básica;
IX - Ser corresponsável, junto ao Ministério da Saúde e
Secretaria Estadual de Saúde, pelo monitoramento da
utilização dos recursos da Atenção Básica transferidos aos
municípios;
X - Inserir a Estratégia de Saúde da Família em sua rede de
serviços como a estratégia prioritária de organização da
Atenção Básica;
XI - Prestar apoio institucional às equipes e serviços no processo
de implantação, acompanhamento e qualificação da
Atenção Básica e de ampliação e consolidação da Estratégia
de Saúde da Família;
XII - Definir estratégias de institucionalização da avaliação da
Atenção Básica;
XIII - Desenvolver ações, articular instituições e promover
acesso aos trabalhadores, para formação e garantia de
educação permanente e continuada aos profissionais de
saúde de todas as equipes que atuam na Atenção Básica
implantadas;
XIV - Selecionar, contratar e remunerar os profissionais que
compõem as equipes multiprofissionais de Atenção Básica,
em conformidade com a legislação vigente;
XV - Garantir recursos materiais, equipamentos e insumos
suficientes para o funcionamento das UBS e equipes, para a
execução do conjunto de ações propostas;
XVI - Garantir acesso ao apoio diagnóstico e laboratorial
necessário ao cuidado resolutivo da população;
XVII - Alimentar, analisar e verificar a qualidade e a
consistência dos dados inseridos nos sistemas nacionais
de informação a serem enviados às outras esferas de
gestão, utilizá-los no planejamento das ações e divulgar os
resultados obtidos, a fim de assegurar o direito
fundamental de acesso à informação;
XVIII - Organizar o fluxo de pessoas, visando à garantia das
referências a serviços e ações de saúde fora do âmbito da
Atenção Básica e de acordo com as necessidades de
saúde das mesmas; e
XIX - Assegurar o cumprimento da carga horária integral de
todos os profissionais que compõem as equipes que atuam
na Atenção Básica, de acordo com as jornadas de trabalho
especificadas no Sistema de Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde vigente e a modalidade de
atenção.
Mais questões:
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RESIDÊNCIA MÉDICA – 2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI
De acordo com a Portaria GM/MS nº 2.436, de 21 de setembro
de 2017, são critérios para a definição do número de Agentes
Comunitários de Saúde (ACS) por equipe:
a) Somente critérios demográficos e critérios epidemiológicos.
b) Somente critérios demográficos e critérios socioeconômicos.
c) Somente critérios epidemiológicos e critérios
socioeconômicos.
d) Somente critérios epidemiológicos.
e) Critérios demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos,
de acordo com definição local.
R. Segundo a Portaria 2.436 de 21 de setembro de 2017, que
atualiza a PNAB, temos o seguinte trecho: "O número de ACS
por equipe deverá ser definido de acordo com base
populacional, critérios demográficos, epidemiológicos e
socioeconômicos, de acordo com definição local". Portanto,
gabarito: letra E.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015
INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA AO SERVIDOR PÚBLICO
ESTADUAL – IAMSPE – SP
Em relação à Política Nacional de Atenção Básica, assinale a
alternativa INCORRETA.
a) Coordena a prestação de cuidados de saúde.
b) Atende a todos os problemas dos pacientes,
independentemente de idade e sexo.
c) Desenvolve uma abordagem centrada na comunidade, na
família e no indivíduo.
d) É o local do primeiro contato dos pacientes com o sistema
de saúde.
e) Desenvolve uma abordagem centrada nas doenças.
R. Questão sem problemas, a única alternativa incorreta é a
letra E, pois não é centrada na doença e sim na pessoa.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2011
PROCESSO SELETIVO UNIFICADO – PSU-MG
Sobre a Atenção Primaria à Saúde, podemos relacionar as
seguintes características, EXCETO:
a) Atenção à saúde centrada na doença, com ênfase nos
aspectos culturais do indivíduo.
b) Desenvolvimento de ações orientadas à comunidade
adscrita.
c) Ponto de primeiro contato do usuário com o sistema de
saúde.
d) Registro adequado dos atendimentos e ações desenvolvidas.
R. Vejamos as alternativas:
a) Completamente errada. Basta nos lembrarmos da Atenção
Primária no Brasil, baseada no Programa Saúde da Família. É
caracterizado por ser um modelo que privilegia o ser humano
em relação à doença, e a comunidade em relação ao
individual. Ou seja, exatamente o oposto do que foi escrito na
questão. Como o autor pergunta a alternativa errada, essa é a
resposta;
b) Correto. Age sobre uma área determinada
(TERRITORIALIZAÇÃO) com essa população cadastrada
(ADSCRIÇÃO DE CLIENTELA);
c) Correto. É o contato preferencial dos usuários com os
sistemas de saúde. DEVE SER A PORTA DE ENTRADA DO
SISTEMA!!!
d) Correto. Isso faz parte dos princípios básicos da Atenção
Básica.
AS CARACTERÍSTICAS DA ATENÇÃO
BÁSICA
Apesar de seguir todos os princípios do SUS, existem algumas
características a mais na atenção básica que a diferencia dos
outros níveis de atenção. E isso não tem dificuldade nenhuma
de ser entendido, pois, sendo um nível de atenção diferente do
secundário e do terciário, teria que apresentar características
diferentes mesmo. Então, vamos analisá-las:
Significa acesso e uso do serviço. Ela tem que ser identificada
pela população como o primeiro recurso para a saúde. Para isso,
deve ser de fácil acesso (não dá para ser longe da comunidade) e
disponível (avaliar horário de funcionamento; como as
consultas são agendadas; tempo de espera na consulta, se
demorar as pessoas não vão ou chegame vão embora;
disponibilidade para consultas domiciliares; busca ativa...).
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É a forma contínua da atenção. É baseada em uma relação
pessoal ao longo do tempo entre os pacientes e a equipe de
saúde. Assim, a equipe "conhece" muito melhor os seus
pacientes. Tem diversas vantagens, entre elas: menor utilização
dos serviços por parte dos pacientes; facilita a prevenção;
diminui a incidência de doenças preveníveis; maior satisfação
dos usuários; barateia o sistema.
A equipe da atenção básica tem que lidar com TODOS os
problemas da população. E os problemas que a sua competência
não resolve, como hemodiálise, cirurgia cardíaca...? Ela não pode
fugir desses problemas, ela tem que se organizar para que os
pacientes possam receber esses serviços. Tem que haver uma
rede interligada para os encaminhamentos.
É um fator fundamental para o sucesso das outras
características. O profissional da atenção primária deve saber
de todos os problemas de saúde dos indivíduos. É para acabar
com aquela velha frase dos pacientes: "Doutor, já fui a tantos
médicos, preciso de um que junte tudo". Como se baseia
fundamentalmente nas informações disponíveis dos pacientes,
é fundamental que os prontuários sejam bem-feitos!
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5- Outros:
Centralização na família, orientação na comunidade e
valorização da cultura local. Existem também mais algumas
características que não são exclusivas da atenção básica
(primária), que são: o registro adequado, a continuidade do
pessoal, a qualidade clínica, etc.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015
SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO PAULO – SCMSP
"A unidade de atenção primária deve fazer arranjos para que o
paciente receba todos os tipos de serviço de atenção à saúde,
mesmo que alguns não possam ser oferecidos eficientemente
dentro delas. Isso inclui o encaminhamento para serviços
secundários para consultas, serviços terciários para manejos
definitivos de problemas específicos e para serviços de suporte
fundamentais, tais como internação domiciliar, e outros
serviços comunitários." Barbara Starfield – Atenção primária –
UNESCO.
O trecho acima versa sobre qual atributo da atenção primária?
a) Integralidade.
b) Centralidade na família.
c) Territorialização.
d) Longitudinalidade.
e) Primeiro contato.
R. Observe bem o trecho da questão: "paciente receba todos os
tipos de serviço de atenção à saúde". Pegou? Só pode se tratar
da integralidade. Resposta: letra A.
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RESIDÊNCIA MÉDICA – 2013
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO – UERJ
Em relação à Estratégia de Saúde da Família, pode-se afirmar
que o(a):
a) Aumento da cobertura pela estratégia reduz internações de
enfermidades agudas, mas não afeta as internações por
doenças crônicas.
b) Aumento da cobertura da população por essa estratégia é
capaz de reduzir taxas de internação por diversos grupos de
morbidade.
c) Cobertura proporcionada pela estratégia impacta outros
indicadores de saúde, mas não altera as taxas de internação.
d) Estratégia é uma modalidade assistencial que não afeta as
taxas de internação em regiões mais desenvolvidas.
R. Questão tranquila. A Estratégia de Saúde da Família, como
estratégia de reorganização do modelo assistencial, através dos
seus múltiplos princípios e objetivos (que são os próprios
princípios da Atenção Básica), tem promovido resultados
positivos à saúde da população que está sob a sua atuação.
Diversos estudos mostram que a continuidade da atenção
(longitudinalidade), a existência de equipes multidisciplinares
e o tamanho da população adscrita estão associados a menores
taxas de internações hospitalares.
A Atenção Básica, segundo o seu princípio da Integralidade,
deve ser capaz de resolver todos os problemas de saúde da
população. E, se não for capaz de resolvê-los, deve possuir uma
rede interligada para encaminhamentos a serviços de maior
complexidade. Em média, a Atenção Básica é capaz de resolver
cerca de 85% dos problemas de saúde. Esta característica
também contribui para a diminuição nas taxas de internação
por diversos grupos de morbidade. Neste sentido, a resposta
certa é a letra B.
RESIDÊNCIA MÉDICA - 2019
PUC – SOROCABA – PUC-SP
Dentre os atributos da Atenção Primária em Saúde constam:
a) Utilização dos serviços, regionalidade,
multiprofissionalidade.
b) Coordenação de cuidados, simplicidade, regionalidade.
c) Acessibilidade, longitudinalidade, integralidade.
d) Baixo custo, multiprofissionalidade, acessibilidade.
R. Vamos relembrar... Os atributos essenciais da Atenção
Primária incluem:
● Acesso (porta de entrada);
● Longitudinalidade;
● Coordenação; e
● Integralidade.
Resposta: letra C.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2011
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF
O enunciado adiante conceitua, segundo Bárbara Starfield
(2001), um dos atributos essenciais dos serviços de Atenção
Primária à Saúde: Pressupõe alguma forma de continuidade
seja por parte do atendimento pelo mesmo profissional, seja
por meio de prontuários médicos, ou ambos, além do
reconhecimento de problemas abordados em outros serviços e
a integração deste cuidado no cuidado global do paciente.
Tal atributo denomina-se:
a) Acesso de primeiro contato do indivíduo com o sistema de
saúde.
b) Coordenação da atenção.
c) Integralidade.
d) Longitudinalidade.
e) Vínculo.
R. Questão que tem que ler com calma senão erra. Prestem
atenção: a questão cita prontuário, reconhecimento de
problemas dos pacientes em outros serviços e integração.
Quem deve ser o responsável por isso? É a coordenação da
atenção. Resposta: letra B.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2010
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE – HCPA – RS
Mulher de 72 anos, que faz acompanhamento em uma
Unidade Básica de Saúde, foi encaminhada pelo médico a um
hospital para realizar cirurgia de varizes. O procedimento não
apresentou intercorrências. No momento da alta, o cirurgião
elaborou uma nota dirigida ao médico-assistente com
informações sobre os cuidados a serem adotados no período
pós-operatório. Nesta situação, que princípio do Sistema Único
de Saúde está sendo invocado?
a) Integralidade.
b) Coordenação de cuidado.
c) Referência e contrarreferência.
d) Prevenção.
e) Reabilitação.
R. O que temos nessa questão? Uma paciente que vinha em
acompanhamento na atenção básica e que foi encaminhada
para operar as varizes. Logo após a cirurgia, ela é
encaminhada de volta. Que princípio foi utilizado? Letras C, D
e E estão fora, pois não são princípios. Ou é coordenação ou
integralidade. Observando o que você acabou de ler acima,
não tem dificuldade de captar que se trata do princípio da
INTEGRALIDADE. A paciente foi atendida na íntegra nas suas
necessidades. Quando a atenção básica não tinha competência
para resolver (realizar cirurgia), a paciente foi encaminhada
pelo médico da atenção básica para o hospital. A atenção
básica tem que resolver isso também. Resposta: letra A.
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RESIDÊNCIA MÉDICA – 2010
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS – UCPEL – RS
A Atenção Básica constitui o primeiro nível de atenção à
saúde, de acordo com o modelo adotado pelo SUS e engloba
um conjunto de ações de caráter individual ou coletivo. É
atribuição ou característica da Atenção Básica:
a) Priorizar o tratamento e reabilitação dos usuários.
b) Garantir o acesso aos cuidados e às tecnologias necessárias
e adequadas à prevenção.
c) Encaminhar os usuários para os outros níveis do sistema
por ser essencialmente um serviço de triagem.
d) Por ser atenção básica, não requerer profissionais com
habilidades técnicas especializadas, sendo um serviço de
saúde de baixo custo para os gestores.
e) Garantir, por meio de uma atenção básica bem organizada,
a resolução de cerca de 50% das necessidades e problemas
de saúde da população de um município.
R. Você acabou de ver que a atenção básica está em
consonância com o princípio da integralidade e, sendo assim,
outros aspectos como a prevenção estão contemplados e não
apenas cura e reabilitação (opção A errada). Ela consiste naporta de entrada dos usuários do sistema de saúde (opção B
correta). Por outro lado, não é um serviço de baixo custo, para
populações pobres (opção D errada), mas um serviço
extremamente resolutivo (opção C errada) capaz de atender a
cerca de 85% dos problemas de uma população (opção E
errada). Resposta: letra B.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC
São características amplamente aceitas para descrever a
atenção primária, EXCETO:
a) Porta de entrada para o sistema de saúde.
b) Longitudinalidade, ou seja, responsabilidade pelos
indivíduos ao longo do tempo.
c) Responsabilidade pelos indivíduos apenas quando
acometidos por uma doença.
d) Integralidade da atenção.
e) Capacidade de coordenar os cuidados de acordo com as
necessidades dos indivíduos, suas famílias e comunidades.
R. A única alternativa incorreta é a letra C, pois não devem ser
responsáveis só quando os indivíduos estão acometidos por
doenças, lembrando que ela tem atuação na PREVENÇÃO,
CURA E REABILITAÇÃO.
O PROCESSO DE TRABALHO NA
ATENÇÃO BÁSICA
Se caracteriza por:
I - Definição do Território e Territorialização – a gestão deve
definir o território de responsabilidade de cada equipe, e esta
deve conhecer o território de atuação para programar suas
ações de acordo com o perfil e as necessidades da
comunidade, considerando diferentes elementos para a
cartografia: ambientais, históricos, demográficos, geográficos,
econômicos, sanitários, sociais, culturais, etc. Importante
refazer ou complementar a territorialização sempre que
necessário, já que o território é vivo. Nesse processo, a
Vigilância em Saúde (sanitária, ambiental, epidemiológica e
do trabalhador) e a Promoção da Saúde se mostram como
referenciais essenciais para a identificação da rede de
causalidades e dos elementos que exercem determinação
sobre o processo saúde-doença, auxiliando na percepção dos
problemas de saúde da população por parte da equipe e no
planejamento das estratégias de intervenção.
Além dessa articulação de olhares para a compreensão do
território sob a responsabilidade das equipes que atuam na AB,
a integração entre as ações de Atenção Básica e Vigilância em
Saúde deve ser concreta, de modo que se recomenda a adoção
de um território único para ambas as equipes, em que o Agente
de Combate às Endemias trabalhe em conjunto com o Agente
Comunitário de Saúde e os demais membros da equipe
multiprofissional de AB na identificação das necessidades de
saúde da população e no planejamento das intervenções
clínicas e sanitárias.
Possibilitar, de acordo com a necessidade e conformação do
território, através de pactuação e negociação entre gestão e
equipes, que o usuário possa ser atendido fora de sua área de
cobertura, mantendo o diálogo e a informação com a equipe de
referência.
II - Responsabilização Sanitária – papel que as equipes devem
assumir em seu território de referência (adstrição),
considerando questões sanitárias, ambientais (desastres,
controle da água, solo, ar), epidemiológicas (surtos,
epidemias, notificações, controle de agravos), culturais e
socioeconômicas, contribuindo por meio de intervenções
clínicas e sanitárias nos problemas de saúde da população
com residência fixa, os itinerantes (população em situação
de rua, ciganos, circenses, andarilhos, acampados,
assentados, etc.) ou mesmo trabalhadores da área adstrita.
III - Porta de Entrada Preferencial – a responsabilização é
fundamental para a efetivação da Atenção Básica como
contato e porta de entrada preferencial da rede de atenção,
primeiro atendimento às urgências/ emergências,
acolhimento, organização do escopo de ações e do processo
de trabalho de acordo com demandas e necessidades da
população, através de estratégias diversas (protocolos e
diretrizes clínicas, linhas de cuidado e fluxos de
encaminhamento para os outros pontos de atenção da RAS,
etc.). Caso o usuário acesse a rede através de outro nível de
atenção, ele deve ser referenciado à Atenção Básica para
que siga sendo acompanhado, assegurando a continuidade
do cuidado.
IV - Adscrição de usuários e desenvolvimento de relações de
vínculo e responsabilização entre a equipe e a população do
seu território de atuação, de forma a facilitar a adesão do
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usuário ao cuidado compartilhado com a equipe
(vinculação de pessoas e/ou famílias e grupos a
profissionais/equipes, com o objetivo de ser referência para
o seu cuidado).
V - Acesso – a unidade de saúde deve acolher todas as pessoas
do seu território de referência, de modo universal e sem
diferenciações excludentes. Acesso tem relação com a
capacidade do serviço em responder às necessidades de
saúde da população (residente e itinerante). Isso implica
dizer que as necessidades da população devem ser o
principal referencial para a definição do escopo de ações e
serviços a serem ofertados, para a forma como esses serão
organizados e para o todo o funcionamento da UBS,
permitindo diferenciações de horário de atendimento
(estendido, sábado, etc.), formas de agendamento (por hora
marcada, por telefone, e-mail, etc.) e outros, para assegurar o
acesso. Pelo mesmo motivo, recomenda-se evitar barreiras
de acesso como o fechamento da unidade durante o horário
de almoço ou em períodos de férias, entre outros, impedindo
ou restringindo a acesso da população. Destaca-se que
horários alternativos de funcionamento que atendam
expressamente a necessidade da população podem ser
pactuados através das instâncias de participação social e
gestão local.
Importante ressaltar também que para garantia do acesso é
necessário acolher e resolver os agravos de maior incidência no
território e não apenas as ações programáticas, garantindo um
amplo escopo de ofertas nas unidades, de modo a concentrar
recursos e maximizar ofertas.
VI - O acolhimento deve estar presente em todas as relações de
cuidado, nos encontros entre trabalhadores de saúde e
usuários, nos atos de receber e escutar as pessoas, suas
necessidades, problematizando e reconhecendo como
legítimas, e realizando avaliação de risco e vulnerabilidade
das famílias daquele território, sendo que, quanto maior o
grau de vulnerabilidade e risco, menor deverá ser a
quantidade de pessoas por equipe, com especial atenção
para as condições crônicas.
Considera-se condição crônica aquela de curso mais ou menos
longo ou permanente que exige resposta e ações contínuas,
proativas e integradas do sistema de atenção à saúde, dos
profissionais de saúde e das pessoas usuárias para o seu
controle efetivo, eficiente e com qualidade.
Ressalta-se a importância de que o acolhimento aconteça
durante todo o horário de funcionamento da UBS, na
organização dos fluxos de usuários na unidade, no
estabelecimento de avaliações de risco e vulnerabilidade, na
definição de modelagens de escuta (individual, coletiva, etc.), na
gestão das agendas de atendimento individual, nas ofertas de
cuidado multidisciplinar, etc.
A saber, o acolhimento à demanda espontânea na Atenção
Básica pode se constituir como:
a) Mecanismo de ampliação/facilitação do acesso – a equipe
deve atender todas as pessoas que chegarem na UBS,
conforme sua necessidade, e não apenas determinados
grupos populacionais, ou agravos mais prevalentes e/ou
fragmentados por ciclo de vida. Dessa forma, a ampliação do
acesso ocorre também contemplando a agenda programada e
a demanda espontânea, abordando as situações conforme
suas especificidades, dinâmicas e tempo;
b) Postura, atitude e tecnologia do cuidado – se estabelece nas
relações entre as pessoas e os trabalhadores, nos modos de
escuta, na maneira de lidar com o não previsto, nos modos de
construção de vínculos (sensibilidade do trabalhador,
posicionamento ético situacional), podendo facilitar a
continuidade do cuidado ou facilitando o acesso sobretudo
para aqueles que procuram a UBS fora das consultas ou
atividades agendadas;
c) Dispositivo de (re)organização do processo de trabalho em
equipe – a implantação do acolhimento pode provocar
mudanças no modo de organização das equipes, relaçãoentre
trabalhadores e modo de cuidar. Para acolher a demanda
espontânea com equidade e qualidade, não basta distribuir
senhas em número limitado, nem é possível encaminhar
todas as pessoas ao médico, aliás o acolhimento não deve se
restringir à triagem clínica. Organizar a partir do
acolhimento exige que a equipe reflita sobre o conjunto de
ofertas que ela tem apresentado para lidar com as
necessidades de saúde da população e território. Para isso, é
importante que a equipe defina quais profissionais vão
receber o usuário que chega; como vai avaliar o risco e
vulnerabilidade; fluxos e protocolos para encaminhamento;
como organizar a agenda dos profissionais para o cuidado;
etc.
Destacam-se como importantes ações no processo de avaliação
de risco e vulnerabilidade na Atenção Básica o Acolhimento
com Classificação de Risco (a) e a Estratificação de Risco (b).
a) Acolhimento com Classificação de Risco: escuta qualificada e
comprometida com a avaliação do potencial de risco, agravo
à saúde e grau de sofrimento dos usuários, considerando
dimensões de expressão (física, psíquica, social, etc.) e
gravidade, que possibilita priorizar os atendimentos a
eventos agudos (condições agudas e agudizações de
condições crônicas) conforme a necessidade, a partir de
critérios clínicos e de vulnerabilidade disponíveis em
diretrizes e protocolos assistenciais definidos no SUS.
O processo de trabalho das equipes deve estar organizado de
modo a permitir que casos de urgência/emergência tenham
prioridade no atendimento, independentemente do número de
consultas agendadas no período. Caberá à UBS prover
atendimento adequado à situação e dar suporte até que os
usuários sejam acolhidos em outros pontos de atenção da RAS.
As informações obtidas no acolhimento com classificação de
risco deverão ser registradas em prontuário do cidadão (físico
ou preferencialmente eletrônico).
Os desfechos do acolhimento com classificação de risco poderão
ser definidos como:
1 - Consulta ou procedimento imediato;
2 - Consulta ou procedimento em horário disponível no mesmo
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dia;
3 - Agendamento de consulta ou procedimento em data futura,
para usuário do território;
4 - Procedimento para resolução de demanda simples prevista
em protocolo, como renovação de receitas para pessoas com
condições crônicas, condições clínicas estáveis ou solicitação
de exames para o seguimento de linha de cuidado bem
definida;
5 - Encaminhamento a outro ponto de atenção da RAS, mediante
contato prévio, respeitado o protocolo aplicável; e
6 - Orientação sobre territorialização e fluxos da RAS, com
indicação específica do serviço de saúde que deve ser
procurado, no município ou fora dele, nas demandas em que
a classificação de risco não exija atendimento no momento
da procura do serviço.
b) Estratificação de Risco: é o processo pelo qual se utiliza
critérios clínicos, sociais, econômicos, familiares e outros,
com base em diretrizes clínicas, para identificar subgrupos
de acordo com a complexidade da condição crônica de saúde,
com o objetivo de diferenciar o cuidado clínico e os fluxos
que cada usuário deve seguir na Rede de Atenção à Saúde
para um cuidado integral.
A estratificação de risco da população adscrita a determinada
UBS é fundamental para que a equipe de saúde organize as
ações que devem ser oferecidas a cada grupo ou estrato de
risco/vulnerabilidade, levando em consideração a necessidade e
adesão dos usuários, bem como a racionalidade dos recursos
disponíveis nos serviços de saúde.
VII - Trabalho em Equipe Multiprofissional – considerando a
diversidade e complexidade das situações com as quais a
Atenção Básica lida, um atendimento integral requer a
presença de diferentes formações profissionais
trabalhando com ações compartilhadas, assim como, com
processo interdisciplinar centrado no usuário,
incorporando práticas de vigilância, promoção e
assistência à saúde, bem como matriciamento ao processo
de trabalho cotidiano. É possível integrar também
profissionais de outros níveis de atenção.
VIII - Resolutividade – capacidade de identificar e intervir nos
riscos, necessidades e demandas de saúde da população,
atingindo a solução de problemas de saúde dos usuários. A
equipe deve ser resolutiva desde o contato inicial, até
demais ações e serviços da AB de que o usuário necessite.
Para tanto, é preciso garantir amplo escopo de ofertas e
abordagens de cuidado, de modo a concentrar recursos,
maximizar as ofertas e melhorar o cuidado,
encaminhando de forma qualificada o usuário que
necessite de atendimento especializado. Isso inclui o uso
de diferentes tecnologias e abordagens de cuidado
individual e coletivo, por meio de habilidades das equipes
de saúde para a promoção da saúde, prevenção de
doenças e agravos, proteção e recuperação da saúde, e
redução de danos. Importante promover o uso de
ferramentas que apoiem e qualifiquem o cuidado
realizado pelas equipes, como as ferramentas da clínica
ampliada, gestão da clínica e promoção da saúde, para
ampliação da resolutividade e abrangência da AB.
Entende-se por ferramentas de Gestão da Clínica um conjunto
de tecnologias de microgestão do cuidado destinado a promover
uma atenção à saúde de qualidade, como protocolos e diretrizes
clínicas, planos de ação, linhas de cuidado, projetos terapêuticos
singulares, genograma, ecomapa, gestão de listas de espera,
auditoria clínica, indicadores de cuidado, entre outras. Para a
utilização dessas ferramentas, deve-se considerar a clínica
centrada nas pessoas; efetiva, estruturada com base em
evidências científicas; segura, que não cause danos às pessoas e
aos profissionais de saúde; eficiente, oportuna, prestada no
tempo certo; equitativa, de forma a reduzir as desigualdades e
que a oferta do atendimento se dê de forma humanizada.
VIII - Promover atenção integral, contínua e organizada à
população adscrita, com base nas necessidades sociais e de
saúde, através do estabelecimento de ações de
continuidade informacional, interpessoal e longitudinal
com a população. A Atenção Básica deve buscar a atenção
integral e de qualidade, resolutiva e que contribua para o
fortalecimento da autonomia das pessoas no cuidado à
saúde, estabelecendo articulação orgânica com o conjunto
da rede de atenção à saúde. Para o alcance da
integralidade do cuidado, a equipe deve ter noção sobre a
ampliação da clínica, o conhecimento sobre a realidade
local, o trabalho em equipe multiprofissional e
transdisciplinar, e a ação intersetorial.
Para isso, pode ser necessário realizar ações de atenção à saúde
nos estabelecimentos de Atenção Básica à saúde, no domicílio,
em locais do território (salões comunitários, escolas, creches,
praças, etc.) e outros espaços que comportem a ação planejada.
IX - Realização de ações de atenção domiciliar destinada a
usuários que possuam problemas de saúde
controlados/compensados e com dificuldade ou
impossibilidade física de locomoção até uma Unidade
Básica de Saúde, que necessitam de cuidados com menor
frequência e menor necessidade de recursos de saúde, para
famílias e/ou pessoas para busca ativa, ações de vigilância
em saúde e realizar o cuidado compartilhado com as
equipes de atenção domiciliar nos casos de maior
complexidade.
X - Programação e implementação das atividades de atenção à
saúde de acordo com as necessidades de saúde da população,
com a priorização de intervenções clínicas e sanitárias nos
problemas de saúde segundo critérios de frequência, risco,
vulnerabilidade e resiliência. Inclui-se aqui o planejamento e
organização da agenda de trabalho compartilhada de todos
os profissionais, e recomenda-se evitar a divisão de agenda
segundo critérios de problemas de saúde, ciclos de vida,
gênero e patologias dificultando o acesso dos usuários.
Recomenda-se a utilização de instrumentos de planejamento
estratégico situacional em saúde, que seja ascendente e
envolva a participação popular (gestores, trabalhadores e
usuários).
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XI - Implementação da Promoção da Saúde comoum princípio
para o cuidado em saúde, entendendo que, além da sua
importância para o olhar sobre o território e o perfil das
pessoas, considerando a determinação social dos processos
saúde-doença para o planejamento das intervenções da
equipe, contribui também para a qualificação e
diversificação das ofertas de cuidado. A partir do respeito à
autonomia dos usuários, é possível estimular formas de
andar a vida e comportamentos com prazer que
permaneçam dentro de certos limites sensíveis entre a
saúde e a doença, o saudável e o prejudicial, que sejam
singulares e viáveis para cada pessoa. Ainda, numa acepção
mais ampla, é possível estimular a transformação das
condições de vida e saúde de indivíduos e coletivos, através
de estratégias transversais que estimulem a aquisição de
novas atitudes entre as pessoas, favorecendo mudanças
para modos de vida mais saudáveis e sustentáveis.
Embora seja recomendado que as ações de promoção da saúde
estejam pautadas nas necessidades e demandas singulares do
território de atuação da AB, denotando uma ampla
possibilidade de temas para atuação, destacam-se alguns de
relevância geral na população brasileira, que devem ser
considerados na abordagem da Promoção da Saúde na AB:
alimentação adequada e saudável; práticas corporais e
atividade física; enfrentamento do uso do tabaco e seus
derivados; enfrentamento do uso abusivo de álcool; promoção
da redução de danos; promoção da mobilidade segura e
sustentável; promoção da cultura de paz e de direitos humanos;
promoção do desenvolvimento sustentável.
XII - Desenvolvimento de ações de prevenção de doenças e
agravos em todos os níveis de acepção deste termo
(primária, secundária, terciária e quartenária), que
priorizem determinados perfis epidemiológicos e os fatores
de risco clínicos, comportamentais, alimentares e/ou
ambientais, bem como aqueles determinados pela
produção e circulação de bens, prestação de serviços de
interesse da saúde, ambientes e processos de trabalho. A
finalidade dessas ações é prevenir o aparecimento ou a
persistência de doenças, agravos e complicações
preveníveis, evitar intervenções desnecessárias e
iatrogênicas e ainda estimular o uso racional de
medicamentos.
Para tanto é fundamental a integração do trabalho entre
Atenção Básica e Vigilância em Saúde, que é um processo
contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise e
disseminação de dados sobre eventos relacionados à saúde,
visando ao planejamento e a implementação de medidas de
saúde pública para a proteção da saúde da população, a
prevenção e controle de riscos, agravos e doenças, bem como
para a promoção da saúde.
As ações de Vigilância em Saúde estão inseridas nas atribuições
de todos os profissionais da Atenção Básica e envolvem práticas
e processos de trabalho voltados para:
a) Vigilância da situação de saúde da população, com análises
que subsidiem o planejamento, estabelecimento de
prioridades e estratégias, monitoramento e avaliação das
ações de saúde pública;
b) Detecção oportuna e adoção de medidas adequadas para a
resposta de saúde pública;
c) Vigilância, prevenção e controle das doenças transmissíveis; e
d) Vigilância das violências, das doenças crônicas não
transmissíveis e acidentes.
AB e a Vigilância em Saúde deverão desenvolver ações
integradas visando à promoção da saúde e prevenção de
doenças nos territórios sob sua responsabilidade. Todos os
profissionais de saúde deverão realizar a notificação
compulsória e conduzir a investigação dos casos suspeitos ou
confirmados de doenças, agravos e outros eventos de relevância
para a saúde pública, conforme protocolos e normas vigentes.
Compete à gestão municipal reorganizar o território, e os
processos de trabalho de acordo com a realidade local.
A integração das ações de Vigilância em Saúde com Atenção
Básica, pressupõe a reorganização dos processos de trabalho da
equipe, a integração das bases territoriais (território único),
preferencialmente, e rediscutir as ações e atividades dos
agentes comunitários de saúde e do agentes de combate às
endemias, com definição de papéis e responsabilidades.
A coordenação deve ser realizada por profissionais de nível
superior das equipes que atuam na Atenção Básica.
XIII - Desenvolvimento de ações educativas por parte das
equipes que atuam na AB, devem ser sistematizadas de
forma que possam interferir no processo de saúde-doença
da população, no desenvolvimento de autonomia,
individual e coletiva, e na busca por qualidade de vida e
promoção do autocuidado pelos usuários.
XIV - Desenvolver ações intersetoriais, em interlocução com
escolas, equipamentos do SUAS, associações de moradores,
equipamentos de segurança, entre outros, que tenham
relevância na comunidade, integrando projetos e redes de
apoio social, voltados para o desenvolvimento de uma
atenção integral.
XV - Implementação de diretrizes de qualificação dos modelos
de atenção e gestão, tais como, a participação coletiva nos
processos de gestão, a valorização, fomento a autonomia e
protagonismo dos diferentes sujeitos implicados na
produção de saúde, autocuidado apoiado, o compromisso
com a ambiência e com as condições de trabalho e cuidado,
a constituição de vínculos solidários, a identificação das
necessidades sociais e organização do serviço em função
delas, entre outras.
XVI - Participação do planejamento local de saúde, assim como
do monitoramento e a avaliação das ações na sua equipe,
unidade e município; visando à readequação do processo
de trabalho e do planejamento frente às necessidades,
realidade, dificuldades e possibilidades analisadas.
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O planejamento ascendente das ações de saúde deverá ser
elaborado de forma integrada nos âmbitos das equipes, dos
municípios, das regiões de saúde e do Distrito Federal, partindo-
se do reconhecimento das realidades presentes no território que
influenciam a saúde, condicionando as ofertas da Rede de
Atenção Saúde de acordo com a necessidade/demanda da
população, com base em parâmetros estabelecidos em
evidências científicas, situação epidemiológica, áreas de risco e
vulnerabilidade do território adscrito.
As ações em saúde planejadas e propostas pelas equipes
deverão considerar o elenco de oferta de ações e de serviços
prestados na AB, os indicadores e parâmetros, pactuados no
âmbito do SUS.
As equipes que atuam na AB deverão manter atualizadas as
informações para construção dos indicadores estabelecidos pela
gestão, com base nos parâmetros pactuados alimentando, de
forma digital, o sistema de informação de Atenção Básica
vigente.
XVII - Implantar estratégias de Segurança do Paciente na AB,
estimulando prática assistencial segura, envolvendo os
pacientes na segurança, criando mecanismos para evitar
erros, garantir o cuidado centrado na pessoa, realizando
planos locais de segurança do paciente, fornecendo
melhoria contínua relacionando a identificação, a
prevenção, a detecção e a redução de riscos.
XVIII - Apoio às estratégias de fortalecimento da gestão local e
do controle social, participando dos conselhos locais de
saúde de sua área de abrangência, assim como, articular
e incentivar a participação dos trabalhadores e da
comunidade nas reuniões dos conselhos locais e
municipal; e
XIX - Formação e Educação Permanente em Saúde, como parte
do processo de trabalho das equipes que atuam na
Atenção Básica. Considera-se Educação Permanente em
Saúde (EPS) a aprendizagem que se desenvolve no
trabalho, onde o aprender e o ensinar se incorporam ao
cotidiano das organizações e do trabalho, baseando-se na
aprendizagem significativa e na possibilidade de
transformar as práticas dos trabalhadores da saúde. Nesse
contexto, é importante que a EPS se desenvolva
essencialmente em espaços institucionalizados, que sejam
parte do cotidiano das equipes (reuniões, fóruns
territoriais, entre outros), devendo ter espaço garantido na
carga horária dos trabalhadores e contemplar a
qualificação de todos da equipe multiprofissional, bem
como os gestores.
Algumas estratégias podem se aliar a esses espaçosinstitucionais em que equipe e gestores refletem, aprendem e
transformam os processos de trabalho no dia a dia, de modo a
potencializá-los, tais como Cooperação Horizontal, Apoio
Institucional, Tele-Educação, Formação em Saúde.
Entende-se que o apoio institucional deve ser pensado como
uma função gerencial que busca a reformulação do modo
tradicional de se fazer coordenação, planejamento, supervisão e
avaliação em saúde. Ele deve assumir como objetivo a mudança
nas organizações, tomando como matéria-prima os problemas e
tensões do cotidiano. Nesse sentido, pressupõe-se o esforço de
transformar os modelos de gestão verticalizados em relações
horizontais que ampliem a democratização, autonomia e
compromisso dos trabalhadores e gestores, baseados em
relações contínuas e solidárias.
A Formação em Saúde, desenvolvida por meio da relação entre
trabalhadores da AB no território (estágios de graduação e
residências, projetos de pesquisa e extensão, entre outros),
beneficiam AB e instituições de ensino e pesquisa,
trabalhadores, docentes e discentes e, acima de tudo, a
população, com profissionais de saúde mais qualificados para a
atuação e com a produção de conhecimento na AB. Para o
fortalecimento da integração entre ensino, serviços e
comunidade no âmbito do SUS, destaca-se a estratégia de
celebração de instrumentos contratuais entre instituições de
ensino e serviço, como forma de garantir o acesso a todos os
estabelecimentos de saúde sob a responsabilidade do gestor da
área de saúde como cenário de práticas para a formação no
âmbito da graduação e da residência em saúde no SUS, bem
como de estabelecer atribuições das partes relacionadas ao
funcionamento da integração ensino-serviço-comunidade.
Além dessas ações que se desenvolvem no cotidiano das
equipes, de forma complementar, é possível oportunizar
processos formativos com tempo definido, no intuito de
desenvolver reflexões, conhecimentos, competências,
habilidades e atitudes específicas, através dos processos de
Educação Continuada, igualmente como estratégia para a
qualificação da AB. As ofertas educacionais devem, de todo
modo, ser indissociadas das temáticas relevantes para a Atenção
Básica e da dinâmica cotidiana de trabalho dos profissionais.
PROGRAMA MÉDICOS PELO BRASIL (MP
Nº 890, DE 01 DE AGOSTO DE 2019)
Para ampliar a oferta de serviços médicos em locais de difícil
provimento ou de alta vulnerabilidade, além de formar médicos
especialistas em Medicina de Família e Comunidade, o Governo
Federal lançou, no dia 01 de agosto de 2019, o Programa
Médicos pelo Brasil. A estratégia ampliou em cerca de 7 mil
vagas a oferta de médicos em municípios com os maiores vazios
assistenciais na comparação com o programa Mais Médicos,
sendo que as regiões Norte e Nordeste juntas têm 55% do total
dessas vagas. Ao todo, foram 18 mil vagas previstas, sendo cerca
de 13 mil em municípios de difícil provimento.
Médicos nas Áreas Mais Carentes
O Governo Federal priorizará a participação de municípios em
regiões carentes. Para isso, adotou metodologia do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), baseada em estudo
da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico) que classifica as cidades em espaços rurais e
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urbanos, considerando o tamanho da população, densidade
demográfica e distância de grandes centros urbanos. Assim, os
municípios foram divididos em 5 categorias: rurais remotos,
rurais adjacentes, intermediários remotos, intermediários
adjacentes e urbanos.
Serão priorizados os municípios rurais remotos, rurais
adjacentes e intermediários remotos, que concentram 3,4 mil
cidades, e poderão incluir todas as equipes de Saúde da Família
no Programa Médicos pelo Brasil. Todas as Unidades de Saúde
da Família ribeirinhas e fluviais e os Distritos Sanitários
Especiais Indígenas (DSEIs) também serão consideradas como
prioritárias.
Os municípios intermediários adjacentes e urbanos receberão
médicos em USF consideradas de alta vulnerabilidade, a partir
de critérios como proporção de pessoas cadastradas que
recebam benefício financeiro do Programa Bolsa Família,
Benefício de Prestação Continuada (BPC) ou qualquer benefício
previdenciário até o limite de dois salários-mínimos.
Os municípios que quiserem participar do Programa Médicos
Pelo Brasil deverão assinar Termo de Adesão onde serão
definidas pelo Ministério da Saúde as responsabilidades dos
gestores municipais, especialmente quanto à oferta de estrutura
adequada para a realização do trabalho do médico.
A saída dos municípios e das Unidades de Saúde da Família do
programa devem ocorrer na medida em que forem sendo
alcançados melhores indicadores de desempenho no cuidado à
saúde da população, influenciados ainda pela melhoria da
economia. Isso porque a prioridade do Médicos pelo Brasil é
levar médicos para áreas mais carentes.
Para apoiar a atenção à saúde em municípios de médio e grande
porte, o Ministério da Saúde lançou em maio de 2019 o
programa Saúde na Hora (discutido na seção anterior), que
oferece incentivo financeiro para Unidades de Saúde da Família
que ampliarem horário de atendimento à população,
aumentando o acesso da população aos serviços da Atenção
Primária, como consultas médicas e odontológicas, coleta de
exames laboratoriais, aplicação de vacinas e acompanhamento
pré-natal.
Seleção e Contratação de Médicos
Os médicos serão selecionados por meio de processo seletivo
eliminatório e classificatório que contemplará duas funções
diferentes: médicos de família e comunidade e tutor médico.
Para a função de Médico de Família e Comunidade, serão
selecionados médicos com registro no Conselho Federal de
Medicina (CRM). Se aprovados na prova escrita, serão alocados
em USF pré-definidas pelo Ministério da Saúde para realização
do curso de especialização em Medicina de Família e
Comunidade.
Para a função de Tutor Médico serão selecionados especialistas
em Medicina de Família e Comunidade ou de Clínica Médica
com CRM. Nessa modalidade, os profissionais aprovados na
prova escrita já ingressam, por meio de contratação via CLT, e
ficam responsáveis pelo atendimento à população nas USF a que
foram designados e pela supervisão dos demais médicos
ingressantes no Programa Médicos pelo Brasil, durante o
período do curso de especialização.
Remuneração e Gratificação
Ao longo dos dois primeiros anos no Programa Médicos pelo
Brasil, os profissionais realizarão o curso de especialização,
recebendo bolsa-formação no valor de R$ 12 mil mensais
líquidos, com gratificação de R$ 3 mil adicionais para locais
remotos (rurais e intermediários) e de R$ 6 mil adicionais para
DSEIs, além de localidades ribeirinhas e fluviais. Se aprovados
no curso, os médicos realizarão uma prova para adquirirem
titulação de especialista em Medicina de Família e Comunidade
e poderão ser contratados via Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), permanecendo nas USF em que realizaram a
formação.
A contratação via CLT apresenta quatro níveis salariais, com
progressão a cada três anos de participação no programa, além
de gratificação por desempenho vinculada ao alcance de
indicadores de qualidade de atendimento e satisfação das
pessoas atendidas.
Este adicional por desempenho pode variar entre 11% e 30% em
relação ao salário. O primeiro nível salarial pode chegar até R$
21 mil e, gradativamente, até R$ 31 mil, considerando o
acréscimo máximo da gratificação por desempenho e local de
difícil provimento. Esses valores também incluem gratificação
de R$ 1 mil mensais para os médicos que acumularem o cargo
de tutor.
Durante a participação no programa, os médicos serão
avaliados através de métodos científicos e indicadores de saúde
da população, a partir da valorização da opinião das pessoas e
de critérios de desempenho clínico. O médico também avaliará
a estrutura de USF e da rede de serviços do município em que
trabalha. Essa avaliação ajudará no fortalecimento da qualidade
da Atenção Primária à Saúde no Brasil.
Especialização
O curso de especialização em Medicinade Família e
Comunidade será obrigatório para a contratação federal via CLT.
O médico cumprirá jornada semanal de 60 horas, sendo 40
horas voltadas à integração ensino-serviço, desenvolvendo
atividades de atendimento direto à população, e 20 horas de
atividades teóricas.
Os médicos serão supervisionados por seus respectivos tutores e
passarão uma semana, a cada dois meses, na Unidade de Saúde
da Família do tutor, realizando atendimentos em conjunto.
Além disso, o tutor deverá estar disponível para supervisão de
casos à distância a qualquer momento. Os médicos também
contarão com a possibilidade de discussão de casos via
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telessaúde, de médico para médico, utilizando os recursos já
ofertados pelo Ministério da Saúde.
O componente teórico será realizado por instituição de ensino
superior parceira, com a participação da Sociedade Brasileira de
Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), na modalidade de
ensino à distância. As avaliações serão semestrais, com
aprovação obrigatória para continuidade no Programa. Ao final
do curso, o médico deverá realizar um trabalho de conclusão
que consistirá na identificação e priorização de um problema
existente na população vinculada a sua USF, acompanhado da
intervenção para a melhoria desse problema.
INSTRUMENTOS DE ABORDAGEM
FAMILIAR E SUAS ESPECIFICAÇÕES
Como esse capítulo se refere a Atenção Básica e o seu carro
chefe, a Estratégia de Saúde da Família, temos que ter em mente
que o profissional de saúde tem que saber lidar com a família
(pai, mãe, filho...), pois só assim entenderemos sua estrutura e
funcionalidade para o diagnóstico e tratamento corretos.
A abordagem familiar é baseada em três pontos fundamentais:
A – Anatomia familiar: nomes, datas, profissão, escolaridade...
B – O ciclo de vida: representa a fase da vida da família; e
C – Funcionamento: as regras de convivência familiar.
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A – ANATOMIA FAMILIAR
É realizada pelo Genograma e pelo Ecomapa.
Genograma
É a representação gráfica das interações familiares. Mostra
através de símbolos as relações entre os membros da família
(proximidade, abuso, separação...). Para ser construído precisa
de pelo menos três gerações. Deve incluir: nomes; datas de
eventos traumáticos; idades; ocupações; estado marital;
emoções de proximidade, distância ou conflito entre os
membros; casamentos prévios; filhos; e outras informações
relevantes.
Observe na figura a seguir os símbolos utilizados:
Ecomapa
O ecomapa serve para nos mostrar a relação da família com o
meio que ela vive (vizinhos, amigos, igreja...). É um genograma
mais simples com essas relações. Observe a figura a seguir:
Médicos pelo Brasil
Prova de conhecimentos eliminatória e classificatória.
Contrato CLT, carreira com progressão salarial, gratificação
por desempenho e bônus para locais remotos e DSEIs.
13 mil vagas em áreas prioritárias: 7 mil vagas a mais, sendo
4 mil no Norte e Nordeste.
Acompanhamento do tutor presencial e semipresencial.
Gratificação por desempenho.
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Fonte: Medicina Ambulatorial: Condutas de Atenção Primária
Baseadas em Evidência, 4ª edição, Bruce B. Duncan.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2018
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP UNICAMP –
SP
A prática médica na Atenção Primária, por seu caráter
complexo e multifacetado, exige a adoção de ferramentas que
facilitem uma compreensão abrangente do processo saúde-
doença, sendo fundamental uma adequada abordagem
familiar. Nesse sentido, analise a figura abaixo:
Qual ferramenta de abordagem familiar está representada na
figura?
a) Genograma.
b) FIRO-B.
c) PRACTICE.
d) Ecomapa.
R. Depois do que você acabou de ler anteriormente, sem
comentários...
Resposta: letra D.
B – O CICLO DE VIDA
É o processo evolutivo que a família passa ao longo da vida. É
compreendido pelas seguintes etapas:
● Adulto jovem independente: é o momento que o jovem
começa a conseguir sua autonomia emocional e financeira;
● Casamento: é a união de dois adultos jovens e independentes;
● Nascimento do primeiro filho: é o início da transformação da
vida do casal. Com mudança no papel e no comportamento da
família;
● Família com filhos pequenos: começam os conflitos entre
irmãos, a família se abre mais para o exterior (creche,
escola...);
● Família com filhos adolescentes: os pais já estão na meia-
idade, os filhos querem mais independência. Os filhos estão
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buscando a sua própria identidade;
● Ninho vazio: é a fase que os filhos estão saindo de casa,
deixando os pais sozinhos;
● Aposentadoria: agora os pais tornam-se avós;
● Estágio tardio: velhice.
É importante salientar que as fases anteriormente citadas são
chamadas de Crises Evolutivas ou Previsíveis ou Normativas,
pois também existem as Crises Imprevisíveis ou
Paranormativas, que são aquela inesperadas ou adversas,
como desemprego, morte precoce, separação, violência,
mudança de domicílio...
C – O FUNCIONAMENTO
Aqui é avaliada a divisão de poder entre os casais, o padrão de
comunicação, a autonomia, a intimidade... Para isso podemos
usar os seguintes instrumentos (vide figura a seguir):
Fonte: Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
Caderno de Atenção Domiciliar – Volume 2.
Algumas questões:
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2016
FUNDAÇÃO BANCO DE OLHOS DE GOIÁS – FUBOG
O Genograma é uma das ferramentas utilizadas na abordagem
familiar. Acerca do assunto, assinale a alternativa CORRETA.
a) A sua construção deve ser composta por, no mínimo, duas
gerações de componentes familiares.
b) Pode ser utilizado pelo Médico de Família e Comunidade
para ajudar a realizar intervenções nos cuidados de saúde.
c) Para ampliar o conhecimento sobre as famílias, deve ser
construído no início da primeira consulta.
d) A sua principal função é expressar a representação gráfica
da composição familiar: a arquitetura e anatomia familiar,
seus membros, idades, os vivos e falecidos.
R. Letra A: incorreta, pois precisa de, no mínimo, três gerações.
Letra B: correta.
Letra C: incorreta, pois ele deve ser construído ao longo do
tempo e não há essa necessidade de se fazer com pressa na
primeira consulta. Nesse momento, ainda não temos toda a
história do paciente e da sua família.
Letra D: incorreta, pois sua principal função é mostrar as
interrelações familiares com o paciente doente, ou em estudo.
Portanto, resposta: letra B.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2017
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO – UERJ
Mulher de 55 anos, negra, natural de Sergipe, casada, mãe de
três filhos, é a segunda filha de uma prole de seis filhos. Pai e
mãe já faleceram, ele por AVC e ela por câncer. Seu marido,
com 58 anos, é filho único do terceiro casamento de seu pai. A
paciente vem à unidade com frequência, com múltiplas
queixas e com diferentes repercussões. No último ano, teve
uma frequência semanal na unidade primária à saúde, e a
equipe decidiu compreender melhor as circunstâncias que
envolvem sua família. Para a aplicabilidade da técnica do
genograma, deve-se considerar o(a):
a) Ciclo de vida e os eventos estressores.
b) Trigeracionalidade e a dinâmica afetiva.
c) Uso de medicação e a estrutura familiar.
d) Relação de poder e os eventos previsíveis.
R. Para a aplicabilidade técnica do genograma precisamos
analisar pelo menos três gerações e a dinâmica afetiva, ou seja,
as interrelações familiares, que é o seu principal objetivo.
Portanto, resposta: letra B.
O MÉTODO CLÍNICO CENTRADO NA
PESSOA
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É um método que surge a partir das críticas do modelo centrado
na doença. Aqui a proposta é colocar a pessoa no centro da
prática clínica.
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Apresenta seis componentes:
1. Explorar da experiência pessoal com a doença (sentimentos
em relação à doença, se a pessoa sabe o que está acontecendo
com ela, como a doença está a afetando, expectativas em
relação ao médico, tratamento, consulta…).
Propõe-se que os profissionais avaliem quatro dimensões da
experiência da doença. Essas sãolembradas pelo mnemônico
SIFE – Sentimento, Ideias, Funcionamento e Expectativas:
a. Os Sentimentos das pessoas a respeito de seus problemas.
Por exemplo, ela teme que os sintomas manifestados
possam indicar uma doença mais séria, como um câncer?
Teme piorar muito;
b. As suas Ideias sobre o que está errado. Embora às vezes a
ideia que uma pessoa faz de um sintoma seja bastante
objetivo – "será que essa cólica é uma pedra no rim?" – às
vezes outros encaram problemas de saúde como punições,
ou até mesmo como uma espécie de "mau olhado";
c. Os efeitos da doença no Funcionamento da pessoa: haverá
limitações nas atividades diárias? Será necessário ficar
afastado do trabalho? Prejudica a qualidade de vida?
d. Quais são as Expectativas da pessoa. O que espera do
médico? Está satisfeita(o) com o acompanhamento? Acha
necessário mais exames?
2. Entender a pessoa como um todo (conhecer a história da vida
da pessoa).
3. Elaboração de um plano em conjunto de manejo dos
problemas (é considerado o ponto central do método
centrado na pessoa, mostra a aplicabilidade da valorização do
sujeito).
4. Incorporação da prevenção e promoção da saúde.
5. Intensificação do relacionamento entre pessoa e médico.
6. Ser realista.
Resultados do método:
● As consultas não exigem mais tempo;
● Melhora do controle da hipertensão e da diabetes, bem como
nos pacientes com sintomas inespecíficos;
● Diminuição das queixas de má prática médica;
● Redução dos sintomas em doenças mentais;
● Menor prescrição de neurolépticos;
● Menor solicitação de exames complementares;
● Médicos mais satisfeitos;
● Melhor relação médico-paciente;
● Melhora na adesão ao tratamento;
● Melhora nos desfechos neonatais;
● Maior uso dos serviços preventivos;
● Melhora nos cuidados paliativos.
APÊNDICE I
DESENVOLVIMENTO DAS POLÍTICAS DE
SAÚDE NO BRASIL
SAIBA MAIS
O método SOAP para preenchimento de prontuários
médicos
A estrutura das notas de evolução no Registro Clínico Orientado
por Problemas (RCOP) é formada por quatro partes, conhecidas
resumidamente como "SOAP". o SOAP corresponde a um
acrônimo (originalmente em inglês) para "Subjetivo", "Objetivo",
"Avaliação" e "Plano".
● "Subjetivo" (S) – Nessa parte se anotam as informações
recolhidas na entrevista clínica sobre o motivo da consulta ou
o problema de saúde em questão. Inclui as impressões
subjetivas do profissional de saúde e as expressadas pela
pessoa que está sendo cuidada. Se tivermos como referencial o
"Método Clínico Centrado na Pessoa" (MCCP), é nessa seção
que exploramos a "experiência da doença" ou a "experiência
do problema" vivida pela própria pessoa;
● "Objetivo" (O) – Nessa parte se anotam os dados positivos (e
negativos que se configurarem importantes) do exame físico e
dos exames complementares, incluindo os laboratoriais
disponíveis.
● "Avaliação" (A) – Após a coleta e o registro organizado dos
dados e informações Subjetivas (S) e Objetivas (O), o
profissional de saúde faz uma Avaliação (A) mais precisa em
relação ao problema, queixa ou necessidade de saúde,
definindo-o e denominando-o.
● "Plano" (P) – A parte final da nota de evolução SOAP é o Plano
(P) de cuidados ou condutas que serão tomados em relação ao
problema ou necessidade avaliada. De maneira geral, podem
existir quatro tipos principais de planos:
1. Planos Diagnósticos: nos quais se planejam as provas
diagnósticas necessárias para elucidação do problema, se for
o caso;
2. Planos Terapêuticos: nos quais se registram as indicações
terapêuticas planejadas para a resolução ou manejo do
problema da pessoa – medicamentos, dietas, mudanças de
hábitos, entre outras;
3. Planos de Seguimento: nos quais se expõem as estratégias de
seguimento longitudinal e continuado da pessoa e do
problema em questão;
4. Planos de Educação em Saúde: nos quais se registram
brevemente as informações e orientações apresentadas e
negociadas com a pessoa, em relação ao problema em
questão.
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Vamos fazer uma revisão sobre o desenvolvimento das políticas
de saúde no Brasil. Este tema costuma aparecer em provas de
concursos médicos. O objetivo aqui é melhorar o nosso
entendimento sobre as origens da formação do SUS e os seus
princípios. Vamos então discutir cinco épocas do período
republicano: a República Velha; a Era Vargas; o Autoritarismo; a
Nova Constituinte e a Pós-Constituinte.
REPÚBLICA VELHA (1889-1930)
Era o período marcado pelas doenças transmissíveis (febre
amarela urbana, varíola, tuberculose, sífilis, endemias rurais...).
Por este motivo, o Estado começou a organizar serviços de
saúde pública e baseou suas ações na REALIZAÇÃO DE
CAMPANHAS SANITÁRIAS.
A população, tanto do campo quanto da cidade, não tinha
acesso aos serviços públicos de saúde (que ainda nem existiam),
o atendimento médico só era possível para aqueles que
pagavam, ou mesmo através de caridade.
Com a evolução industrial que se seguia, levando os
trabalhadores a precárias condições de trabalho e de vida
urbana, surgem os primeiros movimentos de legislação
trabalhista e previdenciários (Caixas de Aposentadoria e de
Pensões – CAPs).
A resposta social, em termos previdenciários, foi a criação da
Lei Eloi Chaves, organizando as CAPs e a resposta, em termos de
saúde pública, foi a Reforma Carlos Chagas, que criou o novo
regulamento do Departamento Nacional de Saúde Pública,
composto por três diretorias (Serviços Sanitários Terrestres,
Defesa Sanitária Marítima e Fluvial, Saneamento e Profilaxia
Rural) e ampliou as suas funções, com atenção à infância e ao
controle da tuberculose, da hanseníase e das doenças
sexualmente transmissíveis.
Portanto, a Saúde no Brasil, nesta fase, agia de forma
dicotômica entre a saúde pública e a previdência social,
separando as ações de controle e prevenção das doenças na
população de um lado e as ações de medicina individual de
outro (previdenciária, filantrópica e liberal).
"ERA VARGAS" (1930-1964)
É o período em que predominam as doenças da pobreza
(infectoparasitárias, desnutrição) e ocorre o surgimento da
morbidade moderna (doenças cardiovasculares, neoplasias).
Nesta fase, inicia-se o processo da transição demográfica, com a
redução da mortalidade e o envelhecimento populacional.
A Saúde é controlada pelo Ministério da Educação e Saúde,
enquanto a Previdência e a Saúde do Trabalhador estavam sob
controle do recém-criado Ministério do Trabalho.
As ações do Ministério da Saúde e das Secretarias Estaduais e
Municipais estavam voltadas para a execução de campanhas
sanitárias, programas especiais (tuberculose, materno-infantil,
hanseníase) e na manutenção de postos de saúde, pronto-
socorro, maternidades, hospitais específicos de psiquiatria e
tisiologia, que eram a referência para a população não
beneficiária da medicina previdenciária (desempregados,
trabalhadores rurais, mercado informal).
Já os trabalhadores formais e seus familiares, cobertos pela
previdência social, através de diversos IAPs – Institutos de
Aposentadorias e Pensões (marítimos, comerciários, bancários,
servidores de estado) – tinham assistência médica financiada
pelos IAPs.
Para aqueles que podiam pagar, existia a modalidade liberal de
venda de serviços médicos.
AUTORITARISMO (1964-1984)
Nesta época, a taxa da mortalidade infantil, que havia declinado
no período anterior, voltou a subir. Também aumentou o
número de casos de malária, tuberculose e doença de Chagas.
As doenças do aparelho circulatório passaram a ser a principal
causa de morte no Brasil.
As políticas de saúde privilegiaram o setor privado, com a
compra de serviços de assistência médica, apoio aos
investimentos e empréstimos com subsídios.
Houve a unificação dos IAPs, com a criação do Instituto
Nacional de Previdência Social (INPS), agora responsável pelas
aposentadorias, pensões e assistência médica dos segurados da
Previdência e de seus familiares. Os trabalhadores rurais
também passaram a ser atendidos pela medicina
previdenciária.
Teve início a crise previdenciária (saúde), tanto financeira como
de gerenciamento, fazendo com queo governo interviesse (de
acordo com o interesse dos empresários da saúde), criando
programas como os seguintes:
Programa Nacional de Saúde Materno-infantil,
Campanha da Meningite, Programa Nacional de
Imunizações, Programa de Interiorização das Ações de
Saúde e Saneamento, Programa Nacional de Controle da
Esquistossomose, Programa Nacional de Alimentação e
Nutrição, Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica,
Vigilância Sanitária e o Instituto Nacional da Assistência
Médica da Previdência Social (INAMPS).
Apesar da reestruturação do setor, ocorreu a "explosão da crise
financeira" da Previdência. O governo Figueiredo, então,
elaborou o Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde
(PREV-SAÚDE). Era uma tentativa de reorientação do sistema de
saúde, que reforçava a atenção primária, a participação da
comunidade, a regionalização, a hierarquização, o sistema de
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referência e contrarreferência, e a integração de ações
preventivas e curativas, dentre outras. Porém, este plano não
chegou a ser implantado pelas pressões do setor privado e do
boicote de dirigentes do INAMPS.
Em 1982, foi formulado o Plano do CONASP (Conselho
Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária), que
extinguiu o pagamento por serviços ao setor privado contratado
ao INAMPS, implantando as AIH (Autorizações para Internação
Hospitalar) e liberou o acesso dos serviços previdenciários para
a população não segurada, através das Ações Integradas de
Saúde – AIS.
NOVA REPÚBLICA (1985-1988)
É o período em que há redução da mortalidade infantil e das
doenças imunopreveníveis, da manutenção da mortalidade por
doenças circulatórias e neoplásicas como principais causas de
mortalidade. Ocorre aumento importante das causas violentas
de morbimortalidade, além do crescimento dos casos de aids e
epidemias de dengue, em vários municípios.
É realizada a VIII Conferência Nacional de Saúde, na qual foram
identificados problemas do sistema de saúde e criadas medidas
para solucioná-los:
● Conceito ampliado de saúde;
● Reconhecimento da saúde como direito de todos e dever do
Estado;
● Criação do Sistema Único de Saúde;
● Participação popular (controle social);
● Constituição e ampliação do orçamento social.
Antes da formação do SUS, ocorreu a transformação das AIS em
Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde (SUDS),
mediante decreto presidencial.
Em 1988, a Constituição Brasileira instituiu o SUS: "A saúde é
direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e
de outros agravos ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para a sua promoção, proteção e recuperação".
Portanto, este é o período do Processo da Reforma Sanitária
Brasileira, que culminou com o seguinte:
● Paralisação das políticas privatizantes do INAMPS;
● Transferência de recursos previdenciários para estados e
municípios;
● Prioridade para o fortalecimento dos serviços públicos;
● Integração das ações e dos serviços de saúde;
● Descentralização gerencial;
● Participação popular.
PÓS-CONSTITUINTE (1989-2002)
Aqui é a fase em que ocorre o agravamento da mortalidade por
causas externas, destacando-se o predomínio dos homicídios
sobre os acidentes de transporte. As principais causas de óbito
são: em primeiro lugar, as doenças cardiovasculares, em
segundo lugar, as causas externas e, em terceiro lugar, as
neoplasias.
Quanto aos indicadores de morbidade, temos o seguinte:
erradicação da poliomielite, persistência da tuberculose,
estabilização das taxas de aids, expansão da dengue, aumento
da incidência de leishmaniose visceral e malária, redução da
hanseníase e das doenças imunopreveníveis.
Em 1990, o Congresso Nacional aprovou a Lei Orgânica da
Saúde (Lei 8.080/90), que foi complementada logo depois pela
Lei 8.142/90.
No momento em que a Constituição Brasileira contemplava toda
a população nos serviços de saúde, o então Governo Collor
reduziu em quase a metade os recursos para a saúde. O SUS
nasceu em meio a um caos financeiro, que se caracterizou pelos
seguintes fatos:
● Apoio ao modelo médico-assistencial privatista;
● Reforço à centralização;
● Descrédito da Reforma Sanitária;
● Implantação distorcida do SUS;
● Privilegiamento da produtividade dos serviços médicos;
● Os municípios acabaram por ser responsáveis pela saúde, sem
as mínimas condições para isto.
Com o impeachment do Presidente da República, foi retomado o
projeto inicial da Reforma, que para regulamentar e criar o SUS
como desejavam anteriormente, foi embasada por NOBs e
NOAS, história que você acabou de ler nesta apostila...
OBS.: já que neste anexo você viu citações sobre os modelos de
saúde (sanitarista, privatista), vamos lembrar o que são, pois
também aparecem nas provas.
→ Modelo assistencial sanitarista: tem como objetivo
tratar os problemas de saúde da população através de
campanhas e de programas especiais. Não é um modelo
de INTEGRALIDADE da atenção e é centralizador.
Corresponde ao modelo da saúde tradicional. É um
modelo que visa "apagar focos de incêndio".
→ Modelo médico-assistencial privatista: é o modelo da
demanda espontânea, dos indivíduos que procuram os
serviços médicos por iniciativa própria. Não é
exclusividade do setor privado, também está presente
nos setores públicos quando estes não se organizam para
atender as necessidades da população. Teve origem na
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assistência filantrópica e na medicina liberal. Foi
fortalecido durante a expansão da previdência e na
capitalização da saúde. Não altera muito o nível de saúde
da população.
→ Modelo assistencial alternativo: é o modelo do SUS. Visa
à integralidade das ações, atento às necessidades locais,
a promoção de saúde. É o modelo que representa a
vigilância de saúde.
República
Velha
● A assistência à saúde pública e
privada era de baixa qualidade e
resolutividade.
● Campanhas de prevenção e combate a
algumas doenças transmissíveis e
endemias rurais.
● Assistência à saúde oferecida pelas
Santas Casas de Misericórdia para a
população carente.
● Criação das Caixas de Aposentadorias
e Pensões (CAP), em 1923, dando
início à assistência médica
previdenciária, restrita a
trabalhadores de determinadas
EMPRESAS.
Era Vargas
● Saúde pública a cargo do Ministério
da Saúde e Educaçã o (MESP), de
baixa qualidade e limitada.
● Assistência médica prestada, por meio
dos IAP, apenas aos trabalhadores que
exerciam atividade remunerada, de
determinadas CATEGORIAS
profissionais.
● Os IAP substituíram as CAP, a partir
de 1933.
Autorita rismo
(Ditadura
Militar)
● Saúde pública a cargo do Ministério
da Saúde, de baixa qualidade e
limitada.
● Unificação dos IAP, dando origem ao
INPS, em 1966.
● Criação do INAMPS, em 1977,
desmembrando as ações de
assistência médica do INPS.
● As políticas de saúde privilegiavam o
setor privado.
● Assistência médica previdenciária
(INPS e INAMPS) restrita aos
trabalhadores que exerciam atividade
remunerada, sendo estendida no final
do período da Ditadura Militar aos
trabalhadores rurais.
● Assistência médica previdenciária
centrada na doença e em
procedimentos, sendo de baixa
qualidade e alto custo, culminando
com a falência do INAMPS.
● Início do movimento da Reforma
Sanitária, na década de 1970.
● Criação das Ações Integradas de
Saúde (AIS), em 1983.
Nova República
● Fortalecimento do movimento da
Reforma Sanitária.
● 8a Conferência Nacional de Saúde, em
1986.
● Início do processo de descentralização
das ações de saúde para estados e
municípios.
● Criação do Sistema Único
Descentralizado de Saúde (SUDS), em
1987, e do SUS, em 1988.
Pós-consti‐ 
tuinte
● Extinção do INAMPS.
● Adoção dos princípios e diretrizes do
SUS.
● "Saúde direito de todos e dever do
Estado".
● Enfrentamento de muitos problemas
para a implantação do SUS.
● Enfrentamento de grupos
corporativistas e empresariais que
são contrários ao SUS, por questões
econômicas e financeiras temerosas.
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RESIDÊNCIAMÉDICA – 2010
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS-BA
Sobre as políticas de saúde no Brasil do período da República
Velha (1889-1930) até o da "Nova República" (1985-1988), pode-
se afirmar, EXCETO:
a) As epidemias e as doenças pestilenciais no início do século
XX que ameaçavam o modelo econômico agrário exportador
trouxeram como resposta do Estado a organização dos
serviços de saúde pública e a realização de campanhas
sanitárias.
b) A medicina previdenciária na "Era Vargas" (1930-1964)
organizou-se através dos Institutos de Aposentadorias e
Pensões (lAPS) para os trabalhadores rurais e do mercado
informal.
c) As políticas de saúde executadas pelos governos militares
privilegiaram o setor privado através da compra de serviços
de assistência médica e empréstimos com subsídios.
d) No período da Nova República, os movimentos sociais que
defendiam a democratização da saúde difundiram a
proposta da Reforma Sanitária, debatida durante a 8ª
Conferência Nacional de Saúde.
e) A concepção ampliada de saúde presente na Constituição de
1988 aponta para a necessidade de políticas públicas
intersetoriais que envolvam a área econômica e os setores
sociais.
R. Até o início do século XX, a falta de um modelo sanitário no
Brasil deixava o país à mercê das epidemias. Como dependia
de uma economia agroexportadora, tornou-se fundamental a
erradicação de doenças que pudessem prejudicar essa
atividade, num modelo conhecido como sanitarismo
campanhista (opção A correta).
Na "Era Vargas", a política de saúde foi marcada pelos IAPs que
eram excludentes, na medida em que assistiam apenas a
determinados grupos de trabalhadores formais (opção B
errada).
Com o golpe militar de 1964, temos a união dos IAPs no INPS e
o financiamento para criação dos hospitais privados (opção C
correta). Para a década de 80, temos a ênfase na Reforma
Sanitária com a proposta de universalizar o acesso à saúde,
culminando na promulgação da Constituição Federal em 1988
(opção D e E corretas). Gabarito: letra B.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC
A conformação do atual sistema de saúde no Brasil tem
influências que remontam ao início do século passado. Em
relação aos aspectos históricos do sistema de saúde brasileiro,
assinale a opção CORRETA:
a) O modelo do sanitarismo campanhista predominou até
meados do século XX e objetivava fundamentalmente
sanear a zona rural a fim de garantir a produção agrícola de
cana de açúcar e a extração de ouro.
b) O modelo médico-assistencial privatista surge a partir da
década de 1960, quando o centro da economia migra do
polo urbano-industrial para o rural, surgindo, então, uma
grande massa de trabalhadores rurais e, com eles, a
necessidade de um atendimento médico previdenciário.
c) O modelo médico-assistencial privatista se caracterizava por
centralização político-administrativa, com exclusão da
cidadania, dicotômico entre ações curativas e preventivas,
de acesso não universal e financiamento privilegiado para a
expansão de serviços privados.
d) O modelo médico-assistencial privatista foi hegemônico até
o fim da década de 1990, quando entrou em crise de
financiamento durante o Plano Collor.
e) O movimento de Reforma Sanitária, que teve início na
década de 1950, representou um movimento da elite
intelectual presente nas universidades e resultou na
consolidação do modelo médico-assistencial privatista.
R. Vamos pelas alternativas:
Letra A: incorreta, pois objetivava enfrentar os problemas de
saúde da população mediante campanhas (vacinação,
reidratação oral...) e programas específicos (controle da
tuberculose, hanseníase, saúde da mulher...);
Letra B: incorreta, pois tem origem na assistência filantrópica
e se fortalece com a previdência social, quando o centro da
economia migra PARA o polo urbano-industrial e não o oposto
como a questão coloca;
Letra C: correta;
Letra D: incorreta, pois o modelo privatista foi hegemônico até
o fim da década de 80 quando surge o SUS;
Letra E: incorreta, pois o Movimento da Reforma Sanitária
surge no final da década de 70, e culmina na VIII Conferência
Nacional de Saúde em 1986. E outra coisa, faziam parte os
estudantes universitários, sindicato dos médicos, médicos
residentes... e não a elite intelectual, que consolida o SUS.
Resposta: letra C.
APÊNDICE II
SAÚDE SUPLEMENTAR
Seguem informações sobre o sistema de saúde suplementar
brasileiro (funcionamento dos planos de saúde). Fique atento a
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este tema, pois vem aparecendo muito nas provas de residência
pelo Brasil!!!
QUAIS SÃO AS CATEGORIAS DE SAÚDE
SUPLEMENTAR NO BRASIL?
Atualmente temos as seguintes categorias de saúde suplementar
(principais): medicinas de grupo, autogestão, seguradoras,
cooperativa médica e filantropia.
Veja como elas funcionam:
Autogestão: são os planos próprios patrocinados ou não
pelas empresas empregadoras, constituindo um
segmento não comercial do mercado de planos e seguro.
Os planos próprios das empresas tanto podem
administrar programas de assistência médica para seus
funcionários (autogestão), como podem contratar
terceiros para administrá-los (planos de administração).
No primeiro caso, não existem intermediários entre o
usuário (empregados e dependentes) e o prestador de
serviços de saúde, e as empresas administram programas
de assistência diretamente ou via Caixas e Fundações.
Estes planos adotam regimes de credenciamento
(convênios) ou de livre escolha (reembolso). A empresa
que implanta o sistema de autogestão ou de planos
administrados é que estabelece o formato do plano,
define o credenciamento dos médicos e dos hospitais e
define as carências e as coberturas. Exemplos: Petrobras;
Cassi; Caixa;
Cooperativas de trabalho médico – UNIMED’S: são
organizadas segundo as leis do cooperativismo. Nessas,
os médicos (e outros profissionais da área da saúde)
cooperados são, simultaneamente, sócios da cooperativa
e prestadores de serviço. E recebem pagamento
proporcional ao tipo e ao volume do atendimento,
acrescido de um valor que procede do rateio do lucro
final das unidades de um dado município. A vinculação
dos usuários se faz mediante pré-pagamento a planos
individuais, familiares e empresariais;
Seguradoras: vinculadas ou não a bancos, representam
a modalidade empresarial mais recente no mercado de
assistência médica suplementar. Esse segmento utiliza-se
do custo da saúde para o cálculo das prestações dos
planos e realiza uma seleção de riscos mais rigorosa,
dado que se referenciam na lógica securitária. Sul
América Saúde; Bradesco Saúde;
As medicinas de grupo: essas empresas, em sua
maioria, não dispõem de serviços próprios e,
predominantemente, contratam serviços médicos de
terceiros. Sua estrutura inclui o credenciamento de
médicos, hospitais e serviços auxiliares de diagnóstico e
tratamento. O acesso dos segurados a estes serviços está
vinculado ao pré-pagamento de planos de empresas e de
planos individuais e familiares, com diferentes níveis de
cobertura e de qualidade de serviço. O contratante paga
antecipadamente pelos serviços de assistência médica e
tem direito a cobertura dos eventos previstos no
contrato. A cobertura pode se dar tanto por intermédio
de serviços próprios do contratado, quanto através de
uma rede conveniada, situação em que o contratado
remunera os serviços profissionais e hospitalares
prestados ao segurado. Exemplo: AMIL; OMINT; Golden
Cross;
Filantropia: aqui lidamos com entidades sem fins
lucrativos, mas que operam planos privados de
assistência à saúde. Para isso, precisam ser certificadas
como entidades filantrópicas junto ao Conselho Nacional
de Assistência Social (CNAS) e declaradas de utilidade
pública junto ao Ministério da Justiça ou junto aos órgãos
dos Governos Estaduais e Municipais.
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2010
HOSPITAL DAS FORÇAS ARMADAS – HFA
Modalidade na qual é classificada uma entidade que opera
serviços de assistência à saúde ou empresa que se
responsabiliza pelo plano privado de assistência à saúde
destinado, exclusivamente, a oferecer cobertura aos
empregados ativosde uma ou mais empresas, associados
integrantes de determinada categoria profissional,
aposentados, pensionistas ou ex-empregados, bem como a seus
respectivos grupos familiares definidos:
a) Autogestão.
b) Cooperativa Médica.
c) Filantropia.
d) Seguradora de Saúde.
e) Medicina de Grupo.
R. Não precisa nem mais repetir o que foi dito acima, estamos
frente à modalidade de autogestão. Resposta: letra A.
QUAIS SÃO OS TIPOS DE COBERTURA
ASSISTENCIAL?
AMBULATORIAL
Engloba os atendimentos realizados em consultório ou
ambulatório, incluindo realização de exames. Este segmento
não cobre internação hospitalar.
HOSPITALAR SEM OBSTETRÍCIA
Compreende os procedimentos realizados durante a internação
hospitalar, não tendo cobertura ambulatorial nem a
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procedimentos obstétricos.
HOSPITALAR COM OBSTETRÍCIA
Inclui os atendimentos realizados durante a internação
hospitalar e os procedimentos obstétricos, como pré-natal e
parto. Não tem cobertura ambulatorial.
ODONTOLÓGICO
Engloba os procedimentos odontológicos realizados em
consultório. Inclui exames clínicos, radiologia, prevenção,
dentística (restaurações), endodontia (tratamento de canal),
periodontia (tratamentos de gengiva) e cirurgia.
PLANO REFERÊNCIA
É o tipo de plano que garante a assistência ambulatorial,
hospitalar e obstétrica em todo o território brasileiro, com
padrão de acomodação em enfermaria. É obrigatório para as
operadoras oferecerem o plano referência. Elas poderão
oferecer combinações diferentes, como: plano com cobertura
ambulatorial + cobertura hospitalar com obstetrícia ou o plano
com cobertura hospitalar + cobertura odontológica. Cabe ao
consumidor escolher o produto que oferecer mais vantagens.
A PARTIR DE QUANDO O CONTRATO
COM A OPERADORA COMEÇA A
VIGORAR?
O início da vigência do contrato será a partir da data da
assinatura da proposta de adesão, ou da assinatura do contrato,
ou da data de pagamento da mensalidade inicial, o que ocorrer
em primeiro lugar.
O Plano Referência garante ao consumidor cobertura integral
para urgência e emergência após 24 horas da vigência do
contrato.
O QUE É CARÊNCIA?
Carência é o período em que o consumidor não tem direito a
algumas coberturas após a contratação do plano.
QUAL É O TEMPO DE CARÊNCIA?
Os períodos de carência são contados a partir do início da
vigência do contrato. Após cumprida a carência, o consumidor
terá acesso a todos os procedimentos previstos em seu contrato
e na legislação. Os prazos máximos de carência estabelecidos na
Lei 9.656/98 são:
● Urgência e emergência – 24 horas;
● Parto a partir da 38ª semana de gravidez – 300 dias;
● Demais casos (consultas, exames, internações, cirurgias) – 180
dias.
Obs.: quando o parto ocorrer antes, será tratado como um
procedimento de urgência.
QUAIS SÃO OS TIPOS DE CONTRATOS
EXISTENTES?
Os contratos de plano de saúde podem ser individual/familiar
ou coletivo.
CONTRATO INDIVIDUAL OU FAMILIAR
É aquele oferecido para a livre adesão das pessoas físicas, com
ou sem seu grupo familiar.
Caracteriza-se o plano como familiar quando abrange
dependentes ou o grupo familiar.
CONTRATO COLETIVO
Os contratos coletivos são firmados por pessoas jurídicas com as
operadoras e destinados a grupos determinados de pessoas.
Poderá prever ou não a inclusão de dependentes. Além disso,
tem algumas regras diferenciadas dos contratos
individuais/familiares como, por exemplo, a forma de aumento
de mensalidade e de rescisão contratual. Há dois tipos de
contratos coletivos:
CONTRATO COLETIVO EMPRESARIAL
É aquele em que a adesão do beneficiário ao plano é automática
e obrigatória.
CONTRATO COLETIVO POR ADESÃO
É aquele em que a adesão ao plano é opcional e espontânea.
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O QUE SÃO DOENÇAS E LESÕES
PREEXISTENTES?
Doenças e lesões preexistentes são aquelas que o consumidor ou
seu responsável saiba ser portador, na época da contratação do
plano de saúde.
Para saber se o consumidor é portador de doenças ou lesões
preexistentes, a operadora poderá exigir, no momento da
contratação, o preenchimento de uma declaração de saúde. Esta
consiste em um formulário, elaborado pela operadora, para
registro de informações sobre as doenças ou lesões que o
consumidor seja portador, e das quais tenha conhecimento no
momento da contratação, com relação a si e a todos os
dependentes integrantes de seu contrato.
O consumidor, se desejar, poderá ser orientado no
preenchimento da declaração de saúde, sem ônus financeiro,
por um médico indicado pela operadora, ou poderá optar por
um profissional de sua livre escolha, arcando com os custos.
ATENÇÃO
● A declaração deverá fazer referência, exclusivamente, a
doenças ou lesões das quais o consumidor saiba ser
portador no momento da contratação.
● Não são permitidas perguntas sobre sintomas ou uso de
medicamentos. Além disso, o formulário da declaração de
saúde deve ser redigido em linguagem simples, sem o uso
de termos técnicos ou científicos pouco conhecidos.
COMO O PACIENTE E AS OPERADORAS
LIDAM COM AS DOENÇAS OU LESÕES
PREEXISTENTES NO CONTRATO?
Constatada a doença ou lesão preexistente, a operadora é
obrigada a oferecer as seguintes opções, no momento da
contratação:
AGRAVO
É um acréscimo no valor da mensalidade do plano de saúde do
portador de doença ou lesão preexistente. Esse acréscimo será
proporcional à cobertura de eventos cirúrgicos, leitos de alta
tecnologia e procedimentos de alta complexidade relacionados
à doença ou lesão preexistente.
Para os consumidores que tenham feito a opção de agravo, sua
cobertura médica será irrestrita, nos termos da legislação, após
cumpridos os prazos de carência.
COBERTURA PARCIAL TEMPORÁRIA
Caracteriza-se por um período de até 24 meses, estabelecido em
contrato, durante o qual o consumidor não terá cobertura para
aquelas doenças e lesões preexistentes declaradas. Neste
período, pode haver exclusão da cobertura de eventos
cirúrgicos, leitos de alta tecnologia e procedimentos de alta
complexidade relacionados diretamente às doenças ou lesões
preexistentes.
Os demais procedimentos para as doenças ou lesões
preexistentes (consultas e diversos exames) serão cobertos pela
operadora, de acordo com o tipo de plano contratado, após o
cumprimento dos prazos de carência. Após os 24 meses, a
cobertura prevista na legislação e no contrato será integral.
Nos contratos celebrados a partir de 08/05/2001, quando
constatada doença ou lesão preexistente e houver opção pela
cobertura parcial temporária, devem constar no contrato ou em
aditivo contratual, de forma clara, os procedimentos de alta
complexidade suspensos por até 24 meses.
COMO FUNCIONA O ATENDIMENTO DE
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA?
A legislação de saúde suplementar determina que é obrigatório
o atendimento nos casos de urgência e emergência, a partir de
24 horas da vigência do contrato, devendo ser observadas as
regras de cobertura para cada tipo de plano.
ATENDIMENTOS NA URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA POR TIPO DE PLANO
A assistência médica para urgência e emergência por tipo de
plano deve garantir a atenção e atuar no sentido da preservação
da vida, órgãos e funções. O atendimento varia de acordo com a
segmentação de cobertura do plano contratado. Observe, a
seguir, como se dá a assistência de acordo com cada segmento
de plano.
PLANO AMBULATORIAL
Para os consumidores com plano ambulatorial, a cobertura para
urgência e emergência é garantida exclusivamente para os
procedimentos realizados em ambiente ambulatorial.
Caso ainda esteja cumprindo carências, mas após 24 horas do
início da vigência do contrato, o consumidor terá assistência
ambulatorial limitada às primeiras 12 horas, desde que o
quadro não evolua para internação ou que seja necessária a
realização de procedimentos exclusivos da cobertura hospitalar.
Após esse período, caberá à operadora o ônus e a
responsabilidade pela remoção do consumidor para uma
unidade do SUS que disponha de recursos necessários à
continuidade do tratamento, só cessando sua responsabilidade
quando efetuado o registronessa unidade.
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A remoção tem que ser realizada por ambulância, com os
recursos necessários para garantir a manutenção da vida e
somente pode ser autorizada pelo médico assistente. Caso o
consumidor opte pela permanência no hospital ou pela
transferência para outro estabelecimento particular, as
despesas passarão a ser de sua responsabilidade. Quando não
puder ocorrer a remoção por risco de morte, o consumidor e o
hospital deverão negociar entre si, desobrigando a operadora de
qualquer ônus.
PLANO HOSPITALAR SEM OBSTETRÍCIA
Para as urgências decorrentes de complicações na gravidez
(procedimento não coberto por esta segmentação de plano), o
consumidor terá assegurado o atendimento ambulatorial por
até 12 horas ou em prazo menor se o quadro evoluir para
internação ou se for necessária a realização de procedimentos
exclusivos da cobertura hospitalar com obstetrícia.
Para os casos de urgência, decorrentes de acidente pessoal, após
24 horas do início da vigência do contrato, o consumidor com
plano hospitalar sem obstetrícia terá assistência integral, sem
restrições.
Para os casos de emergência, quando o consumidor ainda está
cumprindo prazos de carência, mas já decorridas 24 horas do
início da vigência do contrato, há garantia de atendimento em
ambiente ambulatorial por 12 horas, ou em prazo menor, se o
quadro evoluir para internação ou se for necessária a
realização de procedimentos exclusivos da cobertura hospitalar.
Os consumidores com plano hospitalar sem obstetrícia têm
assegurada a assistência integral nos casos de urgência e
emergência, após cumpridos os prazos de carência de 180 dias.
PLANO HOSPITALAR COM OBSTETRÍCIA
Para os casos de urgência, decorrentes de acidente pessoal, após
24 horas do início da vigência do contrato, o consumidor com
plano hospitalar com obstetrícia terá assistência integral, sem
restrições.
Para as urgências resultantes de complicações na gravidez e
para as emergências, quando o consumidor ainda está
cumprindo prazos de carência, mas já decorridas 24 horas do
início da vigência do contrato, está garantido o atendimento em
ambiente ambulatorial por 12 horas, ou em prazo menor, se o
quadro evoluir para internação ou se for necessária a
realização de procedimentos exclusivos da cobertura hospitalar.
Os consumidores com plano hospitalar com obstetrícia têm
assegurada a assistência integral nos casos de urgência e
emergência, após cumpridos os prazos de carência de 180 dias.
PLANO ODONTOLÓGICO
A assistência às urgências e emergências odontológicas está
garantida para os consumidores de plano odontológico após 24
horas do início da vigência do contrato.
A legislação determina quais são os procedimentos
odontológicos de urgência e emergência, entre eles: a
hemorragia bucal, as drenagens de abscessos, os curativos em
caso de dor, a imobilização dentária, a recimentação de prótese,
o tratamento de alveolite e a colagem de fragmentos dentários.
PLANO REFERÊNCIA
Após as 24 horas do início da vigência do contrato, será
garantida a cobertura integral (ambulatorial e hospitalar) para
urgência e emergência aos consumidores de plano referência,
sem qualquer tipo de limitação, a não ser para os casos de
doenças ou lesões preexistentes.
ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA EM
PSIQUIATRIA
É obrigatório o atendimento às emergências psiquiátricas, assim
consideradas as situações que impliquem risco de vida ou danos
físicos para o próprio ou para terceiros, incluídas as ameaças e
tentativas de suicídio e autoagressão e, ainda, as situações que
provoquem risco de danos morais e patrimoniais importantes.
O atendimento de emergência em psiquiatria está submetido às
mesmas regras dos demais casos de emergência, de acordo com
o segmento de cobertura do plano contratado.
ATENDIMENTO DE URGÊNCIA/EMERGÊNCIA
DECORRENTE DE DOENÇA OU LESÃO
PREEXISTENTE QUANDO EM COBERTURA
PARCIAL TEMPORÁRIA
Nos planos hospitalares e de referência, o atendimento de
urgência/emergência, quando decorrente de doença ou lesão
preexistentes, ainda em cumprimento de cobertura parcial
temporária, será limitado às primeiras 12 horas em
ambulatório, ou em prazo inferior, se o quadro evoluir para
internação.
ATENDIMENTO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
FORA DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA
GEOGRÁFICA PREVISTA EM CONTRATO
A operadora não será responsável pela cobertura de urgência e
emergência e nem pelo reembolso dessas despesas, quando o
atendimento se der fora da área de abrangência geográfica
prevista em contrato.
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REMOÇÃO DO PACIENTE POR FALTA DE
RECURSOS NA UNIDADE DE SAÚDE NOS
CASOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
A operadora deverá garantir a cobertura de remoção, após
realizados os atendimentos classificados como de urgência e
emergência, quando caracterizada, pelo médico assistente, a
falta de recursos oferecidos pelo hospital para a continuidade
do atendimento ao consumidor.
REEMBOLSO DE DESPESAS DE URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
É garantido o reembolso de despesas efetuadas pelo consumidor
em casos de urgência e emergência, quando não for possível a
utilização dos serviços oferecidos pela operadora, nos limites
das obrigações contratuais. O reembolso deverá ser efetuado no
prazo máximo de 30 dias após a entrega da documentação
adequada. O valor a ser reembolsado ao consumidor deverá ser,
no mínimo, aquele que a operadora pagaria para a rede
credenciada se esta fosse utilizada.
É NECESSÁRIA A AUTORIZAÇÃO PRÉVIA
PARA OS ATENDIMENTOS DE URGÊNCIA
E EMERGÊNCIA?
A operadora não poderá utilizar nenhum mecanismo como, por
exemplo, autorização prévia, que impeça ou dificulte o
atendimento em situações de urgência ou emergência.
A SOLICITAÇÃO DO CHEQUE-CAUÇÃO É
UMA ATITUDE CORRETA?
É proibida a exigência de cheque-caução ou equivalente dos
consumidores de planos de saúde, por parte dos prestadores de
serviços credenciados, cooperados ou referenciados às
operadoras.
O prestador que condicionar o atendimento ao recebimento de
cheque-caução poderá ser responsabilizado criminalmente pelo
seu ato, e as denúncias recebidas pela ANS serão encaminhadas
ao Ministério Público.
O QUE AS OPERADORAS DE PLANOS DE
SAÚDE NÃO SÃO OBRIGADAS A
COBRIR?
Tratamento em clínicas de emagrecimento (exceto para
tratamento de obesidade mórbida).
Tratamento em clínicas de repouso, estâncias hidrominerais,
clínicas para acolhimento de idosos, internações que não
necessitem de cuidados médicos em ambiente hospitalar.
Transplantes, à exceção de córnea, rim e medula óssea.
Tratamento clínico ou cirúrgico experimental.
Procedimentos clínicos ou cirúrgicos para fins estéticos.
Fornecimento de órteses, próteses e seus acessórios, não ligados
ao ato cirúrgico ou para fins estéticos.
Fornecimento de medicamentos importados, não
nacionalizados (fabricados e embalados no exterior).
Fornecimento de medicamentos para tratamento domiciliar.
Inseminação artificial.
Tratamentos ilícitos, antiéticos ou não reconhecidos pelas
autoridades competentes.
Casos de cataclismos, guerras e comoções internas declaradas
pelas autoridades competentes.
PORTABILIDADE DE CARÊNCIA
Em 14 de janeiro de 2009, foi publicada a resolução normativa
sobre a portabilidade de carências, ou seja, mudar de uma
operadora para outra e não precisar mais aguardar meses ou
anos para carências de doenças preexistentes. Veja abaixo os
requisitos que devem ser seguidos, simultaneamente, para
terem o direito de:
I - estar adimplente junto à operadora do plano de origem;
II - possuir prazo de permanência:
a) na primeira portabilidade de carências, no mínimo dois anos
no plano de origem ou no mínimo três anos na hipótese de o
beneficiário ter cumprido cobertura parcial temporária; ou
b) nas posteriores, no mínimo dois anos de permanência no
plano de origem.
III - o plano de destino estar em tipo compatível com o do plano
de origem, conforme disposto no Anexo desta Resolução;
IV - a faixa de preço do plano de destino ser igual ou inferior à
que se enquadra o seu plano de origem, considerada a data
da assinatura da propostade adesão; e
V - o plano de destino não estar com registro em situação "ativo
com comercialização suspensa", ou "cancelado".
E MAIS:
● A portabilidade de carências deve ser requerida pelo
beneficiário no período compreendido entre o primeiro dia do
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mês de aniversário do contrato e o último dia útil do mês
subsequente;
● Não poderá haver cobrança de custas adicionais em virtude do
exercício do direito previsto nesta Resolução, seja pela
operadora de plano de origem ou pela operadora de plano de
destino;
● Não poderá haver discriminação de preços de planos em
virtude da utilização da regra de portabilidade de carências;
● Em planos de contratação familiar, a portabilidade de
carências poderá ser exercida individualmente por cada
beneficiário ou por todo o grupo familiar;
● Para a portabilidade de carências de todo o grupo familiar, é
necessário o cumprimento dos requisitos desta Resolução por
todos os beneficiários cobertos pelo contrato.
PRAZOS MÁXIMOS DE ATENDIMENTO
ÀS CONSULTAS, EXAMES E CIRURGIAS
A partir do dia 19/12/2011 ficou determinado que as operadoras
de planos de saúde devem garantir aos consumidores o
atendimento às consultas, exames e cirurgias nos prazos
máximos definidos pela Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), que vão de 3 a 21 dias, dependendo do
procedimento. Veja a tabela a seguir:
ATUALIZAÇÕES NOS PROCEDIMENTOS
COBERTOS PELOS PLANOS DE SAÚDE
A partir de janeiro de 2014 os beneficiários de planos de saúde
individuais e coletivos tiveram direito a mais 87 procedimentos,
incluindo 37 medicamentos orais para o tratamento domiciliar
de diferentes tipos de câncer e 50 novos exames, consultas e
cirurgias. Confira essa lista completa no seguinte endereço
eletrônico: http://www.ans.gov.br/images/stories/noticias/pdf/20
131021_ro2014_tabela%20procedimentos%20rol.pdf
Já em 28 de outubro de 2015, após consulta pública, a ANS
acrescentou (sob forte polêmica) 21 procedimentos obrigatórios
às coberturas dos planos de saúde. Esta medida passou a valer a
partir de 1º de janeiro de 2016.
São elas:
Serviço Prazo máximo (dias
úteis)
Consulta básica – pediatria,
clínica médica, cirurgia geral,
ginecologia e obstetrícia.
07 (sete)
Consulta nas demais
especialidades médicas.
14 (catorze)
Consulta/sessão com
fonoaudiólogo.
10 (dez)
Consulta/sessão com
nutricionista.
10 (dez)
Consulta/sessão com psicólogo. 10 (dez)
Consulta/sessão com terapeuta
ocupacional.
10 (dez)
Consulta/sessão com
fisioterapeuta.
10 (dez)
Consulta e procedimentos
realizados em consultório/clínica
com cirurgião-dentista.
07 (sete)
Serviços de diagnóstico por
laboratório de análises clínicas
em regime ambulatorial.
03 (três)
Demais serviços de diagnóstico e
terapia em regime ambulatorial.
10 (dez)
Procedimentos de Alta
Complexidade – PAC.
21 (vinte e um)
Atendimento em regime de
hospital-dia.
10 (dez)
Atendimento em regime de
internação eletiva.
21 (vinte e um)
Urgência e emergência. Imediato
Consulta de retorno. A critério do
profissional
responsável pelo
atendimento.
SAIBA MAIS
No dia 07/02/2018 o Supremo Tribunal Federal decidiu, por
unanimidade, manter a determinação da lei nº 9.656/1998 que
regulamentou as normas da Agência Nacional de Saúde
Suplementar.
Esta, em seu 32º artigo, determinou que: "Serão ressarcidos
pelas operadoras dos produtos de que tratam o inciso I e o § 1º
do art. 1º desta Lei, de acordo com normas a serem definidas
pela ANS, os serviços de atendimento à saúde previstos nos
respectivos contratos, prestados a seus consumidores e
respectivos dependentes, em instituições públicas ou privadas,
conveniadas ou contratadas, integrantes do Sistema Único de
Saúde – SUS".
Ou seja, mantém-se a decisão que determina que, após um
cidadão conveniado a um plano de saúde ser atendido em um
hospital público, a ANS deve cruzar os dados do sistema do SUS
para cobrar os valores dos procedimentos médicos das
operadoras.
Com isso a ANS arrecadou, só no ano de 2017, cerca de R$ 458
milhões das operadoras de planos de saúde pelo ressarcimento
ao SUS por uso da rede pública.
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● Plástica de conjuntiva para pterígio, tumores ou traumas;
● Implante intravítreo de polímero farmacológico de liberação
controlada;
● Pantofotocoagulação a laser na retinopatia da prematuridade;
● Termoterapia transpupilar a laser (com diretriz de utilização);
● Prótese auditiva ancorada em osso (com diretriz de utilização);
● Implante de cardiodesfibrilador multissítio – TRC-D (gerador e
eletrodos) – com diretriz de utilização;
● Implante de monitor de eventos (looper implantável) – com
diretriz de utilização;
● Focalização isoelétrica da transferrina;
● Vitamina E, pesquisa e/ou dosagem (com diretriz de
utilização);
● C4D fragmento;
● N-RAS (com diretriz de utilizaçã o);
● Laserterapia para o tratamento da mucosite oral/orofaringe;
● Tratamento da hiperatividade vesical: injeção intravesical de
toxina butolínica;
● Orquidopexia laparoscópica;
● Anticorpos antipeptídeo cíclico citrulinado – IGG (Anti-CCP);
● Antígeno NS1 do vírus da dengue, pesquisa;
● Chikungunya, anticorpos;
● Dengue, anticorpos IgG, soro (teste rápido);
● Dengue, anticorpos IgM, soro (teste rápido);
● Entamoeba histolytica, anticorpos IgM – pesquisa e/ou
dosagem (amebíase);
● HLA B27, fenotipagem.
A partir de 02 de janeiro de 2018, mais 18 procedimentos
passaram a fazer parte do Rol de Procedimentos Obrigatórios.
● INCORPORAÇÃO DE NOVOS PROCEDIMENTOS
AMBULATORIAIS:
1 - ALK – Pesquisa de mutação (com DUT): exame laboratorial
para detecção de proteína que pode estar presente em
pacientes com câncer de pulmão e que auxilia na definição
do melhor tratamento a ser ofertado ao paciente;
2 - Angio-RM arterial de membro inferior (com DUT): exame
de imagem não invasivo realizado em equipamento de
ressonância magnética para análise das artérias dos
membros inferiores;
3 - Angiotomografia arterial de membro inferior (com DUT):
exame de imagem não invasivo realizado através de
tomografia computadorizada para análise das artérias dos
membros inferiores;
4 - Aquaporina 4 (Aqp4) – Pesquisa e/ou dosagem (com DUT):
exame laboratorial para detecção de anticorpos
antiaquaporina que auxilia na diferenciação entre a
neuromielite óptica e a esclerose múltipla;
5 - Elastografia Hepática Ultrassônica (com DUT): exame de
imagem para diagnóstico de fibrose hepática;
6 - Radiação para crosslinking corneano (com DUT):
procedimento para tratamento do ceratocone (doença que
afeta a córnea);
7 - Ressonância Magnética (RM) fluxo liquórico (com DUT):
exame diagnóstico não invasivo para avaliação do fluxo do
Líquido Cefalorraquidiano (LCR);
8 - Terapia imunoprofilática com Palivizumabe para o Vírus
Sincicial Respiratório – VSR (com DUT): o Palivizumabe é
um anticorpo específico que atua na prevenção da infecção
pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR);
9 - Toxoplasmose – Pesquisa em líquido amniótico por PCR
(com DUT): exame laboratorial para o diagnóstico da
toxoplasmose gestacional;
10 - Antígenos de Aspergillus Galactomannan: exame
laboratorial para o diagnóstico da aspergilose pulmonar;
11 - Cadeias leves livres Kappa/Lambda, dosagem, sangue:
exame laboratorial para o diagnóstico e o acompanhamento
de pacientes com mieloma múltiplo e gamopatias
monoclonais;
12 - Detecção/tipagem herpesvírus 1 e 2 no liquor: exame
laboratorial para o diagnóstico de meningite viral.
● HOSPITALARES:
13 - Ablação percutânea por radiofrequência para
tratamento do osteoma osteoide: procedimento orientado
por métodos de imagens que se utiliza de agulhas especiais
para provocar dano celular por ação térmica a células de
tumor ósseo benigno;
14 - Cirurgia laparoscópica do prolapso de cúpula vaginal:
procedimento por via laparoscópica para restaurar o
suporte pélvico;
15 - Neossalpingostomia distal laparoscópica (exceto para
reversão de laqueadura tubária): procedimento para
desobstrução, por laparoscopia, das tubas uterinas;
16 - Recanalização tubária laparoscópica(exceto para
reversão de laqueadura tubária): procedimento para
restaurar, por laparoscopia, a permeabilidade das tubas
uterinas;
17 - Refluxo vesicoureteral tratamento endoscópico:
tratamento endoscópico para correção do refluxo
vesicoureteral em crianças;
18 - Tratamento de câncer de ovário (debulking) via
laparoscópica: ressecção /debulking de massa tumoral
maligna ovariana por via laparoscópica.
No dia 2 de janeiro de 2018, entrou em vigor a nova cobertura
mínima obrigatória dos planos de saúde. Foi feita a inclusão de
18 novos procedimentos entre exames, terapias e cirurgias, e a
ampliação de cobertura para outros sete procedimentos,
incluindo medicamentos orais contra o câncer e incorporado
um medicamento para tratamento da esclerose múltipla.
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Veja mais em: http://www.ans.gov.br/aans/noticias-
ans/consumidor/4279-novo-rol-de-cobertura-dos-planos-de-
saude-entra-em-vigor
PRINCIPAIS AVANÇOS DA COBERTURA
COM O ADVENTO DA LEI 9.656/98
Planos antigos Planos novos ou adaptados
Limitações na quantidade de consultas e quanto aos dias
de internação e ao número de procedimentos
Muitos planos de saúde
antigos limitam o
atendimento para consultas
médicas por ano e
principalmente para
internações, determinando
um número fixo de dias
para internação ou para
sessões de fisioterapia.
Todos os procedimentos são
ilimitados, inclusive
consultas, dias de
internação em CTI, exames,
sessões de fisioterapia e
outros, com exceção dos
transtornos psiquiátricos.
Doenças preexistentes ou congênitas
Alguns contratos antigos
excluem totalmente a
cobertura de doenças
preexistentes ou
congênitas.
As operadoras são
obrigadas a tratar de
consumidores com doenças
preexistentes ou congênitas,
em condições especiais.
Aids e câncer
Muitos planos de saúde
antigos excluem o
tratamento dessas doenças.
A cobertura para essas
doenças é obrigatória nos
limites do plano contratado
(ambulatorial, hospitalar).
Se o consumidor já era
portador quando adquiriu o
plano de saúde, essas
doenças são consideradas
preexistentes.
Doenças infectocontagiosas como: dengue, febre amarela
e malária
A maioria dos contratos
antigos não cobrem
doenças infectocontagiosas
ou epidemias como dengue,
febre amarela ou malária.
É obrigatória a cobertura
assistencial para essas
doenças, nos limites do
plano contratado.
Órteses e próteses
A maioria dos planos de
saúde antigos exclui a
cobertura de qualquer tipo
de órteses e próteses.
É obrigatória a cobertura de
órteses, próteses e seus
acessórios, ligados ao ato
cirúrgico, nos planos com
cobertura para internação
hospitalar, desde que não
tenham finalidade estética.
Fisioterapia
Tratamentos de fisioterapia
são excluídos ou limitados a
poucas sessões nos planos
de saúde antigos.
Quando indicado pelo
médico assistente do
consumidor, o tratamento
de fisioterapia é de
cobertura obrigatória e em
número ilimitado.
Distúrbios visuais (miopia, hipermetropia e
astigmatismo)
A maioria dos planos de
saúde antigos exclui
qualquer cirurgia para
tratamento de distúrbios
visuais.
É obrigatória a cobertura de
cirurgias refrativas para
pessoas com grau de miopia
igual ou superior a 7,
unilateral ou bilateral.
Obesidade mórbida
Raramente os planos de
saúde antigos cobrem
cirurgias para o tratamento
de obesidade mórbida.
Quando indicados pelo
médico assistente do
consumidor, é obrigatória a
cobertura de cirurgias para
tratamento de obesidade
mórbida.
Acompanhante
Não há regulamentação na
matéria, ficando a critério
de cada operadora a
definição da cobertura.
A lei obriga as operadoras
de planos de saúde a
oferecerem cobertura para
acompanhantes de
pacientes menores de 18
anos. É facultado estender
esta cobertura a
acompanhante paciente
maior de idade.
Pessoas portadoras de deficiência
Os planos de saúde antigos
não eram obrigados a
oferecer cobertura para
pessoas portadoras de
deficiência.
A lei assegura que ninguém
pode ser impedido de
participar de um plano de
saúde por ser portador de
qualquer tipo de
deficiência.
Transtornos psiquiátricos
Poucos planos de saúde
antigos cobrem
procedimentos
psiquiátricos. Os pacientes
com transtornos mentais,
inclusive os dependentes
químicos (alcoólatras e
viciados em drogas), não
tinham acesso ao
tratamento básico de saúde
mental.
A lei prevê o atendimento a
portadores de transtornos
mentais, inclusive nos casos
de intoxicação ou
abstinência provocadas por
alcoolismo ou outras formas
de dependência química. As
operadoras devem cobrir
lesões decorrentes de
tentativas de suicídio.
Transplantes de rim e córnea
Os planos de saúde antigos
excluem, em geral,
Os planos com cobertura
para internação hospitalar
cobrem transplantes de rim
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RESIDÊNCIA MÉDICA – 2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – UFRJ
Com relação aos Planos e Seguros Privados de Saúde, pode-se
afirmar que:
a) O ressarcimento de despesas de segurados atendidos no SUS
tem crescido significativamente.
b) São necessários e desejáveis para desafogar a demanda de
indivíduos ao SUS.
c) Cabe a Agência Nacional de Saúde (ANS) garantir que estes
cumpram os princípios de integralidade e da equidade.
d) Cobrem 25% da população e detêm mais de 50% dos
recursos assistenciais do país.
R. Questão sobre a Saúde Suplementar. Letra A: interessante
lembrar desse ressarcimento, que realmente ocorre.
Entretanto, vem apresentando queda ao longo do tempo.
INCORRETA.
Letra B: pense assim! A princípio, o Sistema Único de Saúde é
para TODOS! A universalidade garante isso! Desse modo, não
se pode considerar os Planos e Seguros privados de saúde
como "necessários". Embora muitos estudos hoje em dia
sugiram que se toda a população utilizasse o SUS, o sistema
não teria condições de suprir esta demanda. INCORRETA.
Letra C: os princípios do SUS (universalidade, equidade,
integralidade) "passam longe" da Saúde Suplementar.
INCORRETA.
Letra D: perfeito! Embora cerca de 53% dos gastos e saúde no
Brasil sejam de capital privado, este só supre as necessidades
de saúde de 1/4 da população. CORRETA.
Resposta: letra D.
APÊNDICE III
LEGISLAÇÃO
CONSTITUIÇÃO FEDERAL – TÍTULO VIII –
CAPÍTULO II – SEÇÃO II
DA SAÚDE
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal
igualitário às áreas e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação.
Art. 197. São de relevância pública as áreas e serviços de saúde,
cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua
regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução
ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por
pessoa física ou jurídica de direito privado.
Art. 198. As áreas e serviços públicos de saúde integram uma
rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema
único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de
governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.
p.1º O Sistema Único de Saúde será financiado, nos termos do
art. 195, com recurso do orçamento da seguridade social da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, além
de outras fontes.
p.2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde
recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calcu‐ 
lados sobre:
I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo
exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze
por cento);
II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da
arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos
recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e
inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos
respectivos Municípios;
III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da
arrecadação dosimpostos a que se refere o art. 156 e dos
recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e
p.3º.
p.3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada
cinco anos, estabelecerá:
I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do p.2º;
II - os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à
qualquer tipo de
transplante.
e córnea, incluindo
despesas com doadores
vivos, medicamentos usados
na internação,
acompanhamento clínico no
pós-operatório, despesas
com captação, transporte e
preservação dos órgãos.
Quimioterapia, radioterapia, hemodiálise e transfusão
Poucos planos de saúde
cobriam quimioterapia,
radioterapia, hemodiálise e
transfusão, em geral, com
limitações de número de
sessões.
A cobertura é obrigatória
nos planos com cobertura
ambulatorial, quando
realizada em nível
ambulatorial; nos planos
com cobertura hospitalar,
quando realizada durante a
internação.
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saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos
Municípios, objetivando a progressiva redução das
disparidades regionais;
III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas
com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e
municipal;
IV - (revogado).
p.4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão
admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às
endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com
a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos
específicos para sua atuação.
p.5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico e a
regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde
e agente de combate às endemias.
p.6º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial
profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e
a regulamentação das atividades de agente comunitário de
saúde e agente de combate às endemias, competindo à União,
nos termos da lei, prestar assistência financeira complementar
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o
cumprimento do referido piso salarial.
p.7º Além das hipóteses previstas no p.1º do art. 41 e no p.4º do
art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções
equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de
combate às endemias poderá perder o cargo em caso de
descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para
o seu exercício.
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
p.1º As instituições privadas poderão participar de forma
complementar do Sistema Único de Saúde, segundo diretrizes
deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo
preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
p.2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios
ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.
p.3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou
capitais estrangeiros na assistência à saúde no país, salvo nos
casos previstos em lei.
p.4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que
facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas
para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a
coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados,
sendo vedado todo o tipo de comercialização.
Art. 200. Ao Sistema Único de Saúde compete, além de outras
atribuições, nos termos da lei:
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias
de interesse para a saúde e participar da produção de
medicamentos, equipamentos, imunobiológicos,
hemoderivados e outros insumos;
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica,
bem como as de saúde do trabalhador;
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - participar da formulação da política e da execução das
áreas de saneamento básico;
V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento
científico e tecnológico e a inovação;
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle
de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para o
consumo humano;
VII - participar do controle e fiscalização da produção,
transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos
psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele
compreendido o do trabalho.
LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE
1990
Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento
dos serviços correspondentes e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 1. Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e
serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em
caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou
jurídicas de direito público ou privado.
TÍTULO I – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 2. A saúde é um direito fundamental do ser humano,
devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu
pleno exercício.
p.1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na
formulação e execução de políticas econômicas e sociais que
visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no
estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e
igualitário às áreas e aos serviços para a sua promoção,
proteção e recuperação.
p.2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das
empresas e da sociedade.
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Art. 3. Os níveis de saúde expressam a organização social e
econômica do País, tendo a saúde como determinantes e
condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o
saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a
educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos
bens e serviços essenciais.
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as áreas que,
por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir
as pessoas e a coletividade condições de bem-estar físico, mental
e social.
TÍTULO II – DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE –
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 4. O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por
órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais,
da administração direta e indireta e das fundações mantidas
pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS).
p.1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições
públicas federais, estaduais e municipais de controle de
qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos,
inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para
saúde.
p.2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de
Saúde (SUS), em caráter complementar..
CAPÍTULO I – DOS OBJETIVOS E ATRIBUIÇÕES
Art. 5. São objetivos do Sistema Único de Saúde – SUS:
I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e
determinantes da saúde;
II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos
campos econômico e social, a observância do disposto no p.
1º do art. 2 desta lei;
III - a assistência às pessoas por intermédio de áreas de
promoção, proteção e recuperação da saúde, com a
realização integrada das áreas assistenciais e das atividades
preventivas.
Art. 6. Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema
Único de Saúde (SUS):
I - a execução de áreas:
a) de vigilância sanitária;
b) de vigilância epidemiológica;
c) de saúde do trabalhador; e
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica.
II - a participação na formulação da política e na execução de
áreas de saneamento básico;
III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de
saúde;
IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele
compreendido o do trabalho;
VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos,
imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde
e a participação na sua produção;
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e
substâncias de interesse para a saúde;VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas
para consumo humano;
IX - a participação no controle e na fiscalização da produção,
transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos
psicoativos, tóxicos e radioativos;
X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento
científico e tecnológico;
XI - a formulação e execução da política de sangue e seus
derivados.
p.1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações
capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de
intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio
ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de
serviços de interesse da saúde, abrangendo:
I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente,
se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e
processos da produção ao consumo; e
II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta
ou indiretamente com a saúde.
p.2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de
ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou
prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e
condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a
finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e
controle das doenças ou agravos.
p.3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei,
um conjunto de atividades que se destina, através das áreas de
vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e
proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à
recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores
submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de
trabalho, abrangendo:
I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou
portador de doença profissional e do trabalho;
II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de
Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos
riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de
trabalho;
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III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único
de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e controle das
condições de produção, extração, armazenamento,
transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de
produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam
riscos à saúde do trabalhador;
IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde;
V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade
sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de
trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os
resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames
de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeitados
os preceitos da ética profissional;
VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos
serviços de saúde do trabalhador nas instituições e
empresas públicas e privadas;
VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas
no processo de trabalho, tendo na sua elaboração a
colaboração das entidades sindicais; e
VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao
órgão competente a interdição de máquina, de setor de
serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando houver
exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos
trabalhadores.
CAPÍTULO II – DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES
Art. 7. As áreas e serviços públicos de saúde e os serviços
privados contratados ou conveniados que integram o Sistema
Único de Saúde (SUS) são desenvolvidos de acordo com as
diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal,
obedecendo ainda aos seguintes princípios:
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os
níveis de assistência;
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto
articulado e contínuo das áreas e serviços preventivos e
curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em
todos os níveis de complexidade do sistema;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua
integridade física e moral;
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou
privilégios de qualquer espécie;
V - direito à informação às pessoas assistidas sobre sua saúde;
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços
de saúde e a sua utilização pelo usuário;
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de
prioridades, a alocação de recursos e a orientação
programática;
VIII - participação da comunidade;
IX - descentralização político-administrativa, com direção única
em cada esfera de governo:
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde.
X - integração em nível executivo das áreas de saúde, meio
ambiente e saneamento básico;
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais
e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
municípios na prestação de serviços de assistência à saúde
da população;
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de
assistência; e
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar
duplicidade de meios para fins idênticos;
XIV - organização de atendimento público específico e
especializado para mulheres e vítimas de violência
doméstica em geral, que garanta, entre outros,
atendimento, acompanhamento psicológico e cirurgias
plásticas reparadoras, em conformidade com a Lei nº
12.845, de 1º de agosto de 2013.
CAPÍTULO III – DA ORGANIZAÇÃO, DA DIREÇÃO
E DA GESTÃO
Art. 8. As áreas e serviços de saúde, executados pelo Sistema
Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante
participação complementar da iniciativa privada, serão
organizados de forma regionalizada e hierarquizada em níveis
de complexidade crescente.
Art. 9. A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de
acordo com o inciso I do art. 198 da Constituição Federal, sendo
exercida em cada esfera de governo pelos seguintes órgãos:
I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
II - no âmbito dos estados e do Distrito Federal, pela respectiva
Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e
III - no âmbito dos municípios, pela respectiva Secretaria de
Saúde ou órgão equivalente.
Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para
desenvolver em conjunto as áreas e os serviços de saúde que
lhes correspondam.
p.1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o
princípio da direção única, e os respectivos atos constitutivos
disporão sobre sua observância.
p.2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), poderá
organizar-se em distritos de forma a integrar e articular
recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total das
áreas de saúde.
Art. 11. (Vetado).
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Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito
nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde,
integradas pelos ministérios e órgãos competentes e por
entidades representativas da sociedade civil.
Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a finalidade
de articular políticas e programas de interesse para a saúde,
cuja execução envolva áreas não compreendidas no âmbito do
Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das
comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes
atividades:
I - alimentação e nutrição;
II - saneamento e meio ambiente;
III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia;
IV - recursos humanos;
V - ciência e tecnologia; e
VI - saúde do trabalhador.
Art. 14. Deverão ser criadas comissões permanentes de
integração entre os serviços de saúde e as instituições de ensino
profissional e superior.
Parágrafo Único.
Cada uma dessas comissões terá por finalidade propor
prioridades, métodos e estratégias para a formação e educação
continuada dos recursos humanos do Sistema Único de Saúde
(SUS), na esfera correspondente, assim como em relação à
pesquisa e à cooperação técnica entre essas instituições.
Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são
reconhecidas como foros de negociação e pactuação entre
gestores, quantoaos aspectos operacionais do Sistema Único de
Saúde (SUS).
Parágrafo único. A atuação das Comissões Inter gestores
Bipartite e Tripartite terá por objetivo:
I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e
administrativos da gestão compartilhada do SUS, em
conformidade com a definição da política consubstanciada
em planos de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde;
II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e
intermunicipal, a respeito da organização das redes de ações
e serviços de saúde, principalmente no tocante à sua
governança institucional e à integração das ações e serviços
dos entes federados;
III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitário,
integração de territórios, referência e contrarreferência e
demais aspectos vinculados à integração das ações e
serviços de saúde entre os entes federados.
Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass)
e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
(Conasems) são reconhecidos como entidades representativas
dos entes estaduais e municipais para tratar de matérias
referentes à saúde e declarados de utilidade pública e de
relevante função social, na forma do regulamento.
p.1º O Conass e o Conasems receberão recursos do orçamento
geral da União por meio do Fundo Nacional de Saúde, para
auxiliar no custeio de suas despesas institucionais, podendo
ainda celebrar convênios com a União.
p.2º Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems)
são reconhecidos como entidades que representam os entes
municipais, no âmbito estadual, para tratar de matérias
referentes à saúde, desde que vinculados institucionalmente ao
Conasems, na forma que dispuserem seus estatutos.
CAPÍTULO IV – DA COMPETÊNCIA E DAS
ATRIBUIÇÕES
Seção I Das Atribuições Comuns
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios
exercerão, em seu‚ âmbito administrativo, as seguintes
atribuições:
I - definição das instâncias e mecanismos de controle, avaliação
e de fiscalização das áreas e serviços de saúde;
II - administração dos recursos orçamentários e financeiros
destinados, em cada ano, a saúde;
III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde
da população e das condições ambientais;
IV - organização e coordenação do sistema de informação de
saúde;
V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões
de qualidade e parâmetros de custos que caracterizam a
assistência à saúde;
VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de
padrões de qualidade para promoção da saúde do
trabalhador;
VII - participação de formulação da política e da execução das
áreas de saneamento básico e colaboração na proteção e
recuperação do meio ambiente;
VIII - elaboração e atualização periódica do plano de saúde;
IX - participação na formulação e na execução da política de
formação e desenvolvimento de recursos humanos para a
saúde;
X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de
Saúde (SUS), de conformidade com o plano de saúde;
XI - elaboração de normas para regular as atividades de
serviços privados de saúde, tendo em vista a sua relevância
pública;
XII - realização de operações externas de natureza financeira de
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interesse da saúde, autorizadas pelo Senado Federal;
XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e
transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente,
de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a
autoridade competente da esfera administrativa
correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto de
pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada
justa indenização;
XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componentes
e Derivados;
XV - propor a celebração de convênios, acordos e protocolos
internacionais relativos à saúde, saneamento e meio
ambiente;
XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, proteção
e recuperação da saúde;
XVII - promover articulação com os órgãos de fiscalização do
exercício profissional e outras entidades representativas
da sociedade civil para a definição e controle dos padrões
éticos para pesquisa, áreas e serviços de saúde;
XVIII - promover a articulação da política e dos planos de saúde;
XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde;
XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e
fiscalização inerentes ao poder de polícia sanitária;
XXI - fomentar, coordenar e executar programas e projetos
estratégicos e de atendimento emergencial.
Seção II – Da Competência
Art. 16. À direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS)
compete:
I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e
nutrição;
II - participar na formulação e na implementação das políticas:
a) de controle das agressões ao meio ambiente;
b) de saneamento básico; e
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho.
III - definir e coordenar os sistemas:
a) de redes integradas de assistência de alta complexidade;
b) de rede de laboratórios de saúde pública;
c) de vigilância epidemiológica; e
d) vigilância sanitária.
IV - participar da definição de normas e mecanismos de
controle, com órgãos afins, de agravo sobre o meio
ambiente ou dele decorrentes, que tenham repercussão na
saúde humana;
V - participar da definição de normas, critérios e padrões para o
controle das condições e dos ambientes de trabalho e
coordenar a política de saúde do trabalhador;
VI - coordenar e participar na execução das áreas de vigilância
epidemiológica;
VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de
portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução ser
complementada pelos Estados, Distrito Federal e
Municípios;
VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o
controle da qualidade sanitária de produtos, substâncias e
serviços de consumo e uso humano;
IX - promover articulação com os órgãos educacionais e de
fiscalização do exercício profissional, bem como com
entidades representativas de formação de recursos
humanos na área de saúde;
X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução
da política nacional e produção de insumos e equipamentos
para a saúde, em articulação com os demais órgãos
governamentais;
XI - identificar os serviços estaduais e municipais de referência
nacional para o estabelecimento de padrões técnicos de
assistência à saúde;
XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e
substâncias de interesse para a saúde;
XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios para o aperfeiçoamento
da sua atuação institucional;
XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Sistema
Único de Saúde (SUS) e os serviços privados contratados de
assistência à saúde;
XV - promover a descentralização para as Unidades Federadas e
para os Municípios, dos serviços e áreas de saúde,
respectivamente, de abrangência estadual e municipal;
XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema
Nacional de Sangue, Componentes e Derivados;
XVII - acompanhar, controlar e avaliar as áreas e os serviços de
saúde, respeitadas as competências estaduais e
municipais;
XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito
do SUS, em cooperação técnica com os Estados,
Municípios e Distrito Federal;
XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a
avaliação técnica e financeira do SUS em todo o território
nacional em cooperação técnica com os Estados,
Municípios e Distrito Federal.
Parágrafo Único. A União poderá executar ações de vigilância
epidemiológica e sanitária em circunstâncias especiais, como na
ocorrência de agravos inusitados à saúde, que possam escapar
do controle da direção estadual do Sistema Único de Saúde
(SUS) ou que representem risco de disseminação nacional.
Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS)
compete:
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I - promover a descentralização para os Municípios dos serviços
e das ações de saúde;
II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do
SistemaÚnico de Saúde (SUS);
III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar
supletivamente ações e serviços de saúde;
IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e
serviços:
a) de vigilância epidemiológica;
b) de vigilância sanitária;
c) de alimentação e nutrição; e
d) de saúde do trabalhador;
V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos
agravos do meio ambiente que tenham repercussão na
saúde humana;
VI - participar da formulação da política e da execução de ações
de saneamento básico;
VII - participar das ações de controle e avaliação das condições
e dos ambientes de trabalho;
VIII - em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar
e avaliar a política de insumos e equipamentos para a
saúde;
IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência e
gerir sistemas públicos de alta complexidade, de referência
estadual e regional;
X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e
hemocentros, e gerir as unidades que permaneçam em sua
organização administrativa;
XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o
controle e avaliação das ações e serviços de saúde;
XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter
suplementar, de procedimentos de controle de qualidade
para produtos e substâncias de consumo humano;
XIII - colaborar com a União na execução da vigilância sanitária
de portos, aeroportos e fronteiras;
XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos
indicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da
unidade federada.
Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS)
compete:
I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços
de saúde e gerir e executar os serviços públicos de saúde;
II - participar do planejamento, programação e organização da
rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de
Saúde (SUS), em articulação com sua direção estadual;
III - participar da execução, controle e avaliação das ações
referentes às condições e aos ambientes de trabalho;
IV - executar serviços:
a) de vigilância epidemiológica;
b) vigilância sanitária;
c) de alimentação e nutrição;
d) de saneamento básico;
e) de saúde do trabalhador;
V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e
equipamentos para a saúde;
VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente
que tenham repercussão sobre a saúde humana e atuar,
junto aos órgãos municipais, estaduais e federais
competentes, para controlá-las;
VII - formar consórcios administrativos intermunicipais;
VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros;
IX - colaborar com a União e os Estados na execução da
vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;
X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contratos
e convênios com entidades prestadoras de serviços privados
de saúde, bem como controlar e avaliar sua execução;
XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços
privados de saúde;
XII - normatizar complementarmente as ações e serviços
públicos de saúde no seu âmbito de atuação.
Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reservadas
aos Estados e aos Municípios.
CAPÍTULO V – DO SUBSISTEMA DE ATENÇÃO À
SAÚDE INDÍGENA
Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o
atendimento das populações indígenas, em todo o território
nacional, coletiva ou individualmente, obedecerão ao disposto
nesta Lei.
Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde
Indígena, componente do Sistema Único de Saúde – SUS, criado
e definido por esta Lei, e pela Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de
1990, com o qual funcionará em perfeita integração.
Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar
o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.
Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema
instituído por esta Lei com os órgãos responsáveis pela Política
Indígena do País.
Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições
governamentais e não governamentais poderão atuar
complementarmente no custeio e execução das ações.
Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consideração a
realidade local e as especificidades da cultura dos povos
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indígenas e o modelo a ser adotado para a atenção à saúde
indígena, que se deve pautar por uma abordagem diferenciada
e global, contemplando os aspectos de assistência à saúde,
saneamento básico, nutrição, habitação, meio ambiente,
demarcação de terras, educação sanitária e integração
institucional.
Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá
ser, como o SUS, descentralizado, hierarquizado e regionalizado.
p.1º O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá como
base os Distritos Sanitários Especiais Indígenas.
p.2º O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema de
Atenção à Saúde Indígena, devendo, para isso, ocorrer
adaptações na estrutura e organização do SUS nas regiões onde
residem as populações indígenas, para propiciar essa integração
e o atendimento necessário em todos os níveis, sem
discriminações.
p.3º As populações indígenas devem ter acesso garantido ao
SUS, em âmbito local, regional e de centros especializados, de
acordo com suas necessidades, compreendendo a atenção
primária, secundária e terciária à saúde.
Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a participar dos
organismos colegiados de formulação, acompanhamento e
avaliação das políticas de saúde, tais como o Conselho Nacional
de Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde,
quando for o caso.
CAPÍTULO VI – DO SUBSISTEMA DE
ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO DOMICILIAR
Art. 19-I.
São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o
atendimento domiciliar e a internação domiciliar.
p.1º Na modalidade de assistência de atendimento e internação
domiciliares incluem-se, principalmente, os procedimentos
médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos, psicológicos e de
assistência social, entre outros necessários ao cuidado integral
dos pacientes em seu domicílio.
p.2º O atendimento e a internação domiciliares serão realizados
por equipes multidisciplinares que atuarão nos níveis da
medicina preventiva, terapêutica e reabilitadora.
p.3º O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser
realizados por indicação médica, com expressa concordância do
paciente e de sua família.
CAPÍTULO VII – DO SUBSISTEMA DE
ACOMPANHAMENTO DURANTE O TRABALHO
DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO
Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS,
da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a
presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante
todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.
p.1º O acompanhante de que trata o caput deste artigo será
indicado pela parturiente.
p.2º As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos
direitos de que trata este artigo constarão do regulamento da
lei, a ser elaborado pelo órgão competente do Poder Executivo.
p.3º Ficam os hospitais de todo o País obrigados a manter, em
local visível de suas dependências, aviso informando sobre o
direito estabelecido no caput deste artigo.
Art. 19-L. (Vetado).
CAPÍTULO VIII – DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA
E DA INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIA EM
SAÚDE
Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que se refere a
alínea d do inciso I do art. 6o consiste em:
I - dispensação de medicamentos e produtos de interesse para a
saúde, cuja prescrição esteja em conformidade com as
diretrizes terapêuticas definidas em protocolo clínico para a
doença ou o agravo à saúde a ser tratado ou, na falta do
protocolo, em conformidade com o disposto no art. 19-P;
II - oferta de procedimentos terapêuticos, em regime domiciliar,
ambulatorial e hospitalar, constantes de tabelas elaboradas
pelo gestor federal do Sistema Único de Saúde - SUS,
realizados no território nacional por serviço próprio,
conveniado ou contratado.
Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M, são adotadas
as seguintes definições:
I - produtos de interesse para a saúde: órteses,próteses, bolsas
coletoras e equipamentos médicos;
II - protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento que
estabelece critérios para o diagnóstico da doença ou do
agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os
medicamentos e demais produtos apropriados, quando
couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de
controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos
resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do
SUS.
Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as diretrizes terapêuticas
deverão estabelecer os medicamentos ou produtos necessários
nas diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde
de que tratam, bem como aqueles indicados em casos de perda
de eficácia e de surgimento de intolerância ou reação adversa
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relevante, provocadas pelo medicamento, produto ou
procedimento de primeira escolha.
Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz
terapêutica, a dispensação será realizada:
I - com base nas relações de medicamentos instituídas pelo
gestor federal do SUS, observadas as competências
estabelecidas nesta Lei, e a responsabilidade pelo
fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores
Tripartite;
II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de forma
suplementar, com base nas relações de medicamentos
instituídas pelos gestores estaduais do SUS, e a
responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na
Comissão Intergestores Bipartite;
III - no âmbito de cada Município, de forma suplementar, com
base nas relações de medicamentos instituídas pelos
gestores municipais do SUS, e a responsabilidade pelo
fornecimento será pactuada no Conselho Municipal de
Saúde.
Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo SUS de
novos medicamentos, produtos e procedimentos, bem como a
constituição ou a alteração de protocolo clínico ou de diretriz
terapêutica, são atribuições do Ministério da Saúde, assessorado
pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS.
p.1º A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no
SUS, cuja composição e regimento são definidos em
regulamento, contará com a participação de 1 (um)
representante indicado pelo Conselho Nacional de Saúde e de 1
(um) representante, especialista na área, indicado pelo Conselho
Federal de Medicina.
p.2º O relatório da Comissão Nacional de Incorporação de
Tecnologias no SUS levará em consideração, necessariamente:
I - as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a
efetividade e a segurança do medicamento, produto ou
procedimento objeto do processo, acatadas pelo órgão
competente para o registro ou a autorização de uso;
II - a avaliação econômica comparativa dos benefícios e dos
custos em relação às tecnologias já incorporadas, inclusive
no que se refere aos atendimentos domiciliar, ambulatorial
ou hospitalar, quando cabível.
Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração a que se
refere o art. 19-Q serão efetuadas mediante a instauração de
processo administrativo, a ser concluído em prazo não superior
a 180 (cento e oitenta) dias, contado da data em que foi
protocolado o pedido, admitida a sua prorrogação por 90
(noventa) dias corridos, quando as circunstâncias exigirem.
p.1º O processo de que trata o caput deste artigo observará, no
que couber, o disposto na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999,
e as seguintes determinações especiais:
I - apresentação pelo interessado dos documentos e, se cabível,
das amostras de produtos, na forma do regulamento, com
informações necessárias para o atendimento do disposto no §
2o do art. 19-Q;
II - (Vetado);
III - realização de consulta pública que inclua a divulgação do
parecer emitido pela Comissão Nacional de Incorporação de
Tecnologias no SUS;
IV - realização de audiência pública, antes da tomada de
decisão, se a relevância da matéria justificar o evento.
p.2º (Vetado).
Art. 19-S. (Vetado).
Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão do SUS:
I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de
medicamento, produto e procedimento clínico ou cirúrgico
experimental, ou de uso não autorizado pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA;
II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso
de medicamento e produto, nacional ou importado, sem
registro na Anvisa.
Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo fornecimento de
medicamentos, produtos de interesse para a saúde ou
procedimentos de que trata este Capítulo será pactuada na
Comissão Intergestores Tripartite.
TÍTULO III – DOS SERVIÇOS PRIVADOS
DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE
CAPÍTULO I – DO FUNCIONAMENTO
Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde
caracterizam-se pela atuação, por iniciativa própria, de
profissionais liberais, legalmente habilitados, e de pessoas
jurídicas de direito privado na promoção, proteção e
recuperação da saúde.
Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência à
saúde, serão observados os princípios éticos e as normas
expedidas pelo órgão de direção do Sistema Único de Saúde
(SUS) quanto às condições para seu funcionamento.
Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta, inclusive
controle, de empresas ou de capital estrangeiro na assistência à
saúde nos seguintes casos:
I - doações de organismos internacionais vinculados à
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Organização das Nações Unidas, de entidades de cooperação
técnica e de financiamento e empréstimos;
II - pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar ou
explorar:
a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital especializado,
policlínica, clínica geral e clínica especializada; e
b) ações e pesquisas de planejamento familiar.
III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por
empresas, para atendimento de seus empregados e
dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social; e
IV - demais casos previstos em legislação específica.
CAPÍTULO II – DA PARTICIPAÇÃO
COMPLEMENTAR
Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes
para garantir a cobertura assistencial à população de uma
determinada área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá
recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada.
Parágrafo Único. A participação complementar dos serviços
privados será formalizada mediante contrato ou convênio,
observadas, a respeito, as normas de direito público.
Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades
filantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência para
participar do Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços e
os parâmetros de cobertura assistencial serão estabelecidos pela
direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), aprovados
no Conselho Nacional de Saúde.
p.1º Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste e de
pagamento da remuneração aludida neste artigo, a direção
nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá fundamentar
seu ato em demonstrativo econômico-financeiro que garanta a
efetiva qualidade de execução dos serviços contratados.
p.2º Os serviços contratados submeter-se-ão às normas técnicas
e administrativas e aos princípios e diretrizes do Sistema Único
de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio econômico e financeiro do
contrato.
p.3º (Vetado).
p.4º Aos proprietários, administradores e dirigentes de
entidades ou serviços contratados é vedado exercer cargo de
chefia ou função de confiança no Sistema Único de Saúde (SUS).
TÍTULO IV – DOS RECURSOS HUMANOS
Art. 27. A política de recursos humanos na área da saúde será
formalizada e executada, articuladamente, pelas diferentes
esferas de governo, em cumprimento dos seguintes objetivos:
I - organização de um sistema de formação de recursos
humanos em todos os níveis de ensino, inclusive de pós-
graduação, além da elaboração de programas de permanente
aperfeiçoamento de pessoal;
II - (Vetado);
III - (Vetado);
IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços do Sistema
Único de Saúde (SUS).
Parágrafo Único. Os serviçospúblicos que integram o Sistema
Único de Saúde (SUS) constituem campo de prática para ensino
e pesquisa, mediante normas específicas, elaboradas
conjuntamente com o sistema educacional.
Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e
assessoramento, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), só
poderão ser exercidos em regime de tempo integral.
p.1º Os servidores que legalmente acumulam dois cargos ou
empregos poderão exercer suas atividades em mais de um
estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
p.2º O disposto no parágrafo anterior aplica-se também aos
servidores em regime de tempo integral, com exceção dos
ocupantes de cargos ou função de chefia, direção ou
assessoramento.
Art. 29. (Vetado).
Art. 30. As especializações na forma de treinamento em
serviços sob supervisão serão regulamentadas por Comissão
Nacional, instituída de acordo com o art. 12 desta Lei, garantida
a participação das entidades profissionais correspondentes.
TÍTULO V – DO FINANCIAMENTO
CAPÍTULO I – DOS RECURSOS
Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema
Único de Saúde (SUS) de acordo com a receita estimada, os
recursos necessários à realização de suas finalidades, previstos
em proposta elaborada pela sua direção nacional, com a
participação dos órgãos da Previdência Social e da Assistência
Social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na
Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos
provenientes de:
I - (Vetado).
II - serviços que possam ser prestados sem prejuízo da
assistência à saúde;
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III - ajuda, contribuições, doações e donativos;
IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital;
V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados
no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS);
VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais.
p.1º Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade da receita
de que trata o inciso I deste artigo, apurada mensalmente, a
qual será destinada à recuperação de viciados.
p.2º As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS) serão creditadas diretamente em contas especiais,
movimentadas pela sua direção, na esfera de poder onde forem
arrecadadas.
p.3º As ações de saneamento que venham a ser executadas
supletivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) serão
financiadas por recursos tarifários específicos e outros da
União, Estados, Distrito Federal, Municípios e, em particular, do
Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
p.4º (Vetado).
p.5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e
tecnológico em saúde serão cofinanciadas pelo Sistema Único de
Saúde (SUS), pelas universidades e pelo orçamento fiscal, além
de recursos de instituições de fomento e financiamento ou de
origem externa e receita própria das instituições executoras.
p.6º (Vetado).
CAPÍTULO II – DA GESTÃO FINANCEIRA
Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde
(SUS) serão depositados em conta especial, em cada esfera de
sua atuação, e movimentados sob fiscalização dos respectivos
Conselhos de Saúde.
p.1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários do
Orçamento da Seguridade Social, de outros Orçamentos da
União, além de outras fontes, serão administrados pelo
Ministério da Saúde, através do Fundo Nacional de Saúde.
p.2º (Vetado).
p.3º (Vetado).
p.4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu
sistema de auditoria, a conformidade à programação aprovada
da aplicação dos recursos repassados a Estados e Municípios.
Constatada a malversação, desvio ou não aplicação dos
recursos, caberá ao Ministério da Saúde aplicar as medidas
previstas em lei.
Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da
receita efetivamente arrecadada transferirão, automaticamente,
ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), observado o critério do
parágrafo único deste artigo, os recursos financeiros
correspondentes às dotações consignadas no Orçamento da
Seguridade Social, a projetos e atividades a serem executados
no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Parágrafo Único. Na distribuição dos recursos financeiros da
Seguridade Social será observada a mesma proporção da
despesa prevista de cada área, no Orçamento da Seguridade
Social.
Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem transferidos
a Estados, Distrito Federal e Municípios, será utilizada a
combinação dos seguintes critérios, segundo análise técnica de
programas e projetos:
I - perfil demográfico da região;
II - perfil epidemiológico da população a ser coberta;
III - características quantitativas e qualitativas da rede de saúde
na área;
IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no período
anterior;
V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos
estaduais e municipais;
VI - previsão do plano quinquenal de investimentos da rede;
VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados para
outras esferas de governo.
p.1º Metade dos recursos destinados a Estados e Municípios
será distribuída segundo o quociente de sua divisão pelo
número de habitantes, independentemente de qualquer
procedimento prévio. (Revogado pela Lei Complementar nº 141,
de 2012) (Vide Lei nº 8.142, de 1990).
p.2º Nos casos de estados e municípios sujeitos a notório
processo de migração, os critérios demográficos mencionados
nesta lei serão ponderados por outros indicadores de
crescimento populacional, em especial o número de eleitores
registrados.
p.3º (Vetado).
p.4º (Vetado).
p.5º (Vetado).
p.6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a atuação
dos órgãos de controle interno e externo e nem a aplicação de
penalidades previstas em lei, em caso de irregularidades
verificadas na gestão dos recursos transferidos.
CAPÍTULO III – DO PLANEJAMENTO E DO
ORÇAMENTO
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Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do Sistema
Único de Saúde (SUS) será ascendente, do nível local até o
federal, ouvidos seus órgãos deliberativos, compatibilizando-se
as necessidades da política de saúde com a disponibilidade de
recursos em planos de saúde dos Municípios, dos Estados, do
Distrito Federal e da União.
p.1º Os planos de saúde serão a base das atividades e
programações de cada nível de direção do Sistema Único de
Saúde (SUS), e seu financiamento será previsto na respectiva
proposta orçamentária.
p.2º …vedada a transferência de recursos para o financiamento
de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situações
emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde.
Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes
a serem observadas na elaboração dos planos de saúde, em
função das características epidemiológicas e da organização dos
serviços em cada jurisdição administrativa.
Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções e
auxílios a instituições prestadoras de serviços de saúde com
finalidade lucrativa.
CAPÍTULO IV – DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E
TRANSITÓRIAS
Art. 39. (Vetado).
p.1º (Vetado).
p.2º (Vetado).
p.3º (Vetado).
p.4º (Vetado)
p.5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do INAMPS
para órgãos integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) será
feita de modo a preservá-los como patrimônio da Seguridade
Social.
p.6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão
inventariados com todos os seus acessórios, equipamentos e
outros bens móveis e ficarão disponíveis para utilização pelo
órgão de direção municipal do Sistema Único de Saúde (SUS) ou,
eventualmente, pelo estadual, em cuja circunscrição
administrativa se encontrem, mediante simples termo de
recebimento.
p.7º (Vetado).
p.8º O acesso aos serviços de informática e bases de dados,
mantidos pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério do
Trabalho e da Previdência Social, será assegurado às Secretarias
Estaduais e Municipais de Saúde ou órgãos congêneres, como
suporte ao processo de gestão, de forma a permitir a gerência
informatizada das contas e a disseminação de estatísticas
sanitárias e epidemiológicas médico-hospitalares.
Art. 40. (Vetado).

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