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Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech Diagnóstico Diferencial - Sistema Único de Saúde CAPs, IAPs, INPS, INAMPS, SUDS, SUS… NOBs, NOAS, UBS, PSF, NASF, CAPS, leis, leis, leis, leis, UPA! Caso 1 Depois de dois anos, sem sucesso, estudando para passar na residência para dermatologia, já sem muito estímulo para mais um ano de estudo e com dúvida sobre a escolha da especialidade, você dá uma guinada na vida e resolve se especializar em Medicina de Família e Comunidade. Agora você irá trabalhar na Estratégia de Saúde da Família. A ideia de ajudar uma população tão carente de assistência médica vira um novo, e prazeroso, desafio para você! Animada, você se propõe a elevar o nível de saúde do seu território, assim como a avaliação de sua unidade no PMAQ- AB. Com um presente de boas-vindas, você rapidamente conquista a simpatia dos outros profissionais que logo te entregam informações detalhadas daquele território. Sua área de abrangência é de 2.800 pessoas. O município que trabalha possui uma população de 10.000 habitantes, tem mais duas equipes de saúde da família e não há atenção secundária ou terciária. De acordo com a situação acima, responda: 1) Você passou o fim de semana se atualizando e resolveu aplicar o método clínico centrado na pessoa nos seus atendimentos. Quais são as vantagens desse método e quais são seus seis componentes? As consultas não exigem mais tempo; melhora do controle da hipertensão e da diabetes, bem como nos pacientes com sintomas inespecíficos; diminuição das queixas de má prática médica; redução dos sintomas em doenças mentais; menor prescrição de neurolépticos; menor solicitação de exames complementares; médicos mais satisfeitos; melhor relação médico-paciente; melhora na adesão ao tratamento; melhora nos desfechos neonatais; maior uso dos serviços preventivos; melhora nos cuidados paliativos. 1) Explorando a doença e a experiência da pessoa com a doença; 2) Entendendo a pessoa como um todo, inteira; 3) Elaborando um projeto comum de manejo; 4) Incorporando a prevenção e a promoção de saúde; 5) Fortalecendo a relação médico-pessoa; e 6) Sendo realista. 2) Seu supervisor indica que os prontuários devem seguir o Registro Clínico Orientado por Problemas e orienta o uso das Notas de Evolução. Que Notas você deve utilizar e qual é o seu significado? Notas de evolução "SOAP" O termo SOAP é um acrônimo que indica: "Subjetivo" (S) – motivo da consulta; "Objetivo" (O) – dados do exame físico e exames complementares; "Avaliação" (A) – diagnóstico; "Plano" (P) – condutas que serão tomadas em relação ao problema ou necessidade avaliada. Depois de duas semanas de serviço, a enfermeira do posto, ainda desconfiada da sua capacidade, te entrega o gráfico abaixo para ver a sua reação. 3) Como está a relação do paciente-índice com seus familiares? Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech Divórcio com LS, muito próxima de TVR, conflituosa com PFG, distante de JMO. Diagnóstico Diferencial - Sistema Único de Saúde Caso 2 A emoção de resolver 80-90% dos problemas de saúde e a necessidade de seguir à risca os princípios da atenção básica transformaram aquele ano desiludido em um novo objetivo de vida. E assim, depois de cinco anos longe dos amigos de faculdade e dos familiares, você resolve passar o fim de semana prolongado na sua cidade natal. A ansiedade para encontrar os amigos de faculdade era imensa: será que estão bem de vida? Será que fizeram residência? Será que engordaram, casaram? No encontro foram quase todos, tinha o pessoal do futebol, as pegadoras, os pegadores, os NERDs, os comunistas e até o grupo da erva. Ao ouvir as histórias dos amigos, você ficava triste; os dermatologistas todos bem de vida, só mexendo com medicina estética; o pessoal da cirurgia plástica, chegando de carro impor tado; e você caladinha, envergonhada de estar em um fim de mundo, dirigindo o seu Chevette hatch, ano 87, com três calotas e namorando Creisom, o motorista da ambulância do seu município... "Ai que vontade de esganar meu professor de preventiva" – pensava você. Na segunda-feira, ao retornar atrasada para o trabalho, observa o enfermeiro realizando uma consulta de uma paciente em surto psicótico. Sem muito conhecimento no assunto e arrependida de ter faltado as aulas de psiquiatria, você finge que não vê e vai direto para a sua sala atender uma queixa de "bicho-de-pé"... 1) Qual diretriz da Política Nacional de Humanização foi respeitada quando a paciente recebeu o atendimento pelo enfermeiro? O princípio do acolhimento. Esse princípio não tem local nem hora certa para acontecer, nem um profissional específico para fazê-lo: faz parte de todos os encontros do serviço de saúde. O acolhimento é uma postura ética que implica na escuta do usuário em suas queixas, no reconhecimento do seu protagonismo no processo de saúde e adoecimento, e na responsabilização pela resolução, com ativação de redes de compartilhamento de saberes. Acolher é um compromisso de resposta às necessidades dos cidadãos que procuram os serviços de saúde. 2) Essa paciente poderia ser levada diretamente para o CAPS sem passar pela estratégia de saúde da família? Sim, pois o CAPS é um serviço de acesso aberto, ou seja, porta de entrada. 3) Devido ao pequeno porte desse município, ele faz parte de uma Região de Saúde. Segundo o decreto no 7.508 de 12 junho de 2011, quem deve ser o responsável pela sua instituição? Os estados, através do cronograma pactuado nas Comissões Intergestoras. Diagnóstico Diferencial - Sistema Único de Saúde Caso 3 Apesar do trabalho gratificante, a rotina, a enxurrada de pacientes, a falta de perspectiva de crescimento e a dependência "política" do cargo começaram a pesar mais... A necessidade por novos desafios começou a te estimular. Chegou a pensar em um concurso para uma outra especialidade, mas, apesar da experiência prática maior, o conhecimento teórico se esvaía... Seus olhos brilhavam quando pensava na possibilidade de receber a cada consulta, cobrando o que quisesse, em vez de um fixo no mês. Tentando conciliar a gratidão pelo SUS e seus novos anseios, passou a frequentar as reuniões mensais do Conselho Municipal de Saúde, estudou a fundo a política de saúde do Brasil, vendeu seu Chevette e suas economias e par tiu para a medicina privada. Chegou a pensar em montar uma clínica com outros profissionais de saúde, mas não quis competir com o NASF-AB. Assim, com mais três colegas de profissão, montou um bonito hospital no bairro onde começara a trabalhar. Sua fachada de vidro refletia ao longe a fila de pacientes no posto de saúde. Entre uma consulta, um café e uma massagem nos pés em seu consultório chique na cober tura do hospital, lia, sonolenta, na Lei 8.080, a complementaridade do serviço privado no SUS. 1) Esse hospital que você pretende construir pode realizar atendimento para o SUS? Justifique. Sim, quando as disponibilidades de atendimento à população forem insuficientes para garantir a cobertura assistencial à população de uma determinada área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada. Lembrando que as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência para participar do Sistema Único de Saúde (SUS). Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech 2) Durante uma das reuniões do Conselho, discutiu-se muito sobre o quanto (%) o município deveria aplicar na saúde… Cite a lei específica e as obrigações de cada esfera de governo. EC nº 29 (2.000) - LEI COMPLEMENTAR 141 (2012), que diz o seguinte: UNIÃO: investimento financeiro do ano anterior + correção do PIB; ESTADOS: 12% das receitas vão para a Saúde; MUNICÍPIOS: 15% das receitas vão para a Saúde. Agora, para União, temos um ponto de modificação em relação à Lei 141. Em 15 de dezembro de 2016 foi publicada a EC número 95, que diz o seguinte: I - Para o exercício de 2017, à despesa primária paga no exercício de 2016, incluídos os restos a pagar pagos e demais operações que afetam o resultadoprimário, corrigida em 7,2% (sete inteiros e dois décimos por cento); e II - Para os exercícios posteriores, ao valor do limite referente ao exercício imediatamente anterior, corrigido pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, ou de outro índice que vier a substituí-lo, para o período de doze meses encerrado em junho do exercício anterior a que se refere a lei orçamentária. Portanto, teremos o seguinte: Investimentos em saúde pelo Município: 15% das suas receitas; Investimentos em saúde pelo Estado: 12% das suas receitas; Investimentos em saúde pela União: valor aplicado no ano anterior corrigido pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA. OBS.: o Distrito Federal pode aplicar 12% ou 15% das suas receitas. Desafio Diagnóstico DESAFIO_DIAGNOSTICO_MEDPRE01 Situação 1 Você acabou de ser contratado por um grande e luxuoso hospital da sua cidade. O diretor clínico fez questão de te contratar pessoalmente para trabalhar no pronto-socorro da unidade , em virtude do seu excelente currículo. Hoje é o primeiro plantão e ao chegar à entrada da emergência, um SUSTO: tinha mais pacientes esperando do que você achava. Crianças chorando, pacientes reclamando da demora com a recepcionista. De sete da manhã ao meio-dia, você só atendeu "besteirinhas". Porém, quando recolhia seus pertences do ambulatório para o almoço, você é chamado para atendimento de urgência. Sr. A.H., 72 anos, sexo masculino, portador de coronariopatia crônica há aproximadamente dez anos, apresentava quadro clínico, "elétrico" e laboratorial de IAM. Sem hesitar, você solicitou internação na unidade coronariana para tratamento adequado. Enquanto escrevia a história no prontuário, a atendente do setor de internação informou que o paciente não poderia ser internado, pois é conveniado da operadora de saúde há cinco meses e nunca foi conveniado a uma operadora de saúde anteriormente. Ele possui um plano individual de cobertura parcial temporária na modalidade cobertura hospitalar sem obstetrícia. Depois de longa discussão entre o hospital e os familiares, foi acordado que a família faria um cheque-caução e o paciente seria encaminhado para a unidade coronariana. Pergunta-se: 1) Está certo afirmar que o paciente não teria direito à internação? Justifique. Sim, pois o motivo da internação atual é a lesão preexistente, que ainda está em carência. A cobertura parcial temporária caracteriza-se por um período de até 24 meses, estabelecido em contrato, durante o qual o consumidor não terá cobertura para aquelas doenças e lesões preexistentes declaradas. Neste período, pode haver exclusão da cobertura de eventos cirúrgicos, leitos de alta tecnologia e procedimentos de alta complexidade relacionados diretamente às doenças ou lesões preexistentes. Os demais procedimentos para as doenças ou lesões preexistentes (consultas e diversos exames) serão cobertos pela operadora, de acordo com o tipo de plano contratado, após o cumprimento dos prazos de carência. Após os 24 meses, será integral a cobertura prevista na legislação e no contrato. 2) Nesta situação, qual seria a melhor conduta? Encaminhar o paciente para um serviço público, após o atendimento inicial. Plano paga transporte. 3) O que é a carência? E por que a atendente afirmou que o paciente teria que cumpri-la? Carência é o período em que o consumidor não tem direito a algumas coberturas após a contratação do plano. Porque o mesmo é portador de lesões preexistentes. São doenças que o consumidor ou seu responsável saiba ser portador, na época da contratação do plano de saúde. 4) Como evitar o cumprimento da carência? Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech É só adquirir como opção AGRAVO durante a contratação. É um acréscimo no valor da mensalidade do plano de saúde do portador de doença ou lesão preexistente. Este acréscimo será proporcional à cobertura de eventos cirúrgicos, leitos de alta tecnologia e procedimentos de alta complexidade relacionados à doença ou à lesão preexistente. Para os consumidores que tenham feito a opção de agravo, sua cobertura médica será irrestrita. Uma outra maneira é avaliar se o paciente possui critérios para portabilidade da carência. 5) Qual é a cober tura do tipo de plano do senhor A.H.? Compreende os procedimentos realizados durante a internação hospitalar, não tendo cobertura ambulatorial. 6) A atitude de fazer o cheque-caução foi correta? Justifique. Foi totalmente errada. É proibida a exigência de cheque- caução ou equivalente dos consumidores de planos de saúde, por parte dos prestadores de serviços credenciados, cooperados ou referenciados às operadoras. O prestador que condicionar o atendimento ao recebimento de cheque-caução poderá ser responsabilizado criminalmente pelo seu ato, e as denúncias recebidas pela ANS serão encaminhadas ao Ministério Público. Desafio Diagnóstico Situação 2 Você continua a atender sem descansar nesse novo plantão do hospital par ticular. No fim da tarde, chega Juninho, uma criança de oito anos, por tador de transtorno do deficit de atenção com hiperatividade. Ele acaba de cair de uma mangueira e queixa-se de muita dor no braço esquerdo. Entendendo mais sobre os planos de saúde, você pergunta à atendente se o plano dele cobre este tipo de consulta de urgência e a radiografia que irá solicitar. A atendente responde que a criança possui o plano de referência de contrato familiar há três anos. Você balança a cabeça como se tivesse entendido o que ela disse e interpreta que não vai ter problema em atendê-lo. Ao voltar ao atendimento, observa uma fratura em úmero direito. Solicita a imobilização do membro com calha gessada e marca o retorno em 30 dias. Pergunta-se: 1) O plano de Juninho permite este tipo de atendimento? Sim, pois trata-se de atendimento de urgência fora do período de carência. URGÊNCIA = 24h de carência. 2) Após o retorno, você indica fisioterapia para melhor recuperação. A operadora de saúde é obrigada a cobrir este procedimento? Sim, pois se trata de plano novo (contratado após 1998). Quando indicado pelo médico assistente do consumidor, o tratamento com fisioterapia é de cobertura obrigatória e em número ilimitado. Desafio Diagnóstico Situação 3 Dona Gertrudes, 45 anos, sexo feminino, do lar, diabética, hipertensa, com IMC de 42, vai ao seu consultório para marcação da cirurgia para redução do estômago. Afirma que só dieta, exercício e medicamento não adiantam para ela. Diz que tem conseguido controlar seu apetite nos últimos meses, e está disposta a participar do que for necessário para conseguir a cirurgia. Possui o plano de saúde referência individual há três anos e diz não querer gastar nada com o procedimento. 1) O plano que ela apresenta é capaz de cobrir a cirurgia? Sim, ela já ultrapassou a carência de 24 meses, e este procedimento é coberto pelo plano, desde que o IMC da paciente seja igual ou acima de 40 (sem comorbidades), ou não importando o IMC com comorbidade que leve a risco de vida em pacientes obesos. 2) Após seis meses da cirurgia, D. Gertrudes retorna ao consultório. Visivelmente mais magra e mais feliz, reclama que agora a pele do abdome está flácida, parecendo um avental. Ela deseja retirar o excesso de pele, e mais uma Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech vez não quer gastar dinheiro e pergunta se o plano cobriria este procedimento. Sim, no dia 2 de abril de 2008, entrou em vigor a nova versão do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, que amplia a cobertura mínima para os beneficiários de planos de saúde. A partir desta data, todos os planos novos (contratados após 1º de janeiro de 1999) devem estar adaptados à Resolução Normativa nº 167, publicada em 10 de janeiro de 2008. Entre os novos procedimentos se encontra a dermolipectomia (correção de abdome em avental após tratamento de obesidade mórbida). SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E ste é um dos temas mais importantes para a prova de residência, com certeza estará presente em TODAS AS PROVASque você fizer pelo Brasil. Para entendê-lo, é importante conhecer a história da saúde no Brasil, pois foi a partir de sua mudança e evolução que chegamos na formação do SUS... DEFINIÇÃO Novo modelo de atenção. Integra atividades de promoção, proteção e recuperação da saúde. PRINCÍPIOS ÉTICOS/DOUTRINÁRIOS ● Universalização: é a garantia de atenção à saúde por parte do sistema, a todo e qualquer cidadão. ● Integralidade: o homem é um ser integral e deverá ser atendido com esta visão integral por um sistema de saúde também integral, voltado a promover, proteger e recuperar sua saúde. ● Equidade: situações diferentes merecem abordagens diferentes. PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS/OPERATIVOS ● Descentralização: redistribuição das responsabilidades (município, estado, união), com maior responsabilidade aos municípios. ● Regionalização: serviços dispostos numa área geográfica delimitada e com a definição da população a ser atendida. ● Hierarquização: os serviços devem ser organizados em níveis de complexidade tecnológica crescente. ● Participação social: a população participará do processo de formulação das políticas de saúde e do controle da sua execução, em todos os níveis, desde o federal até o local. ● Resolubilidade: o serviço tem que estar capacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível da sua competência. ● Complementariedade do setor privado: quando o setor público não for suficiente, é necessária a contratação de serviços privados. Lei 8.080/90 – Determina os princípios, objetivos e atribuições do SUS: vigilância sanitária; vigilância epidemiológica; saúde do trabalhador; assistência farmacêutica; atribuições; financiamento; participação da iniciativa privada no SUS... ● Direção Nacional: define; ● Direção Estadual: coordena; ● Direção Municipal: executa. ● Atenção: a vigilância de portos, aeroportos e fronteiras é feita pelo governo FEDERAL. Lei 8.142/90 – Determina a participação popular e as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde. Cria os Conselhos e as Conferências de Saúde. ● Conselhos de Saúde: 50% dos membros são usuários. São permanentes e deliberativos. São realizados mensalmente. ● Conferências de Saúde: 50% dos membros são usuários. São realizadas de quatro em quatro anos. NOB 91 – Centraliza a gestão na esfera federal. NOB 93 – Tem como objetivo organizar o processo de descentralização. Cria as Comissões Intergestores BIPARTITE e TRIPARTITE. NOB 96 – Promove e consolida a municipalização. Cria o Piso da Atenção Básica. NOAS 2001 – Promove maior equidade na alocação de recursos e no acesso da população às ações e serviços de saúde em todos os níveis de atenção. NOAS 2002 – Amplia as responsabilidades dos municípios na Atenção Básica. Cria o PAB ampliado. PACTO DA SAÚDE (2006) ● Pacto pela Vida: saúde do idoso; câncer de colo uterino e mama; mortalidade infantil e materna; doenças emergentes e endemias; promoção à saúde; atenção básica à saúde (principalmente PSF). ● Pacto em Defesa do SUS: defesa e fortalecimento dos princípios do SUS. ● Pacto de Gestão do SUS: fortalecer as responsabilidades de cada município, estado e do governo federal. PACTO PELA VIDA (2008) – Acrescenta as seguintes prioridades ao pacto pela vida 2006: saúde do trabalhador; saúde mental; fortalecimento da capacidade de resposta do sistema de saúde às pessoas com deficiência; atenção Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech integral às pessoas em situação ou risco de violência; e saúde do homem. Em 2011 foi acrescentada a saúde bucal. Financiamento – Maior fonte de recursos ao SUS são a contribuição sobre o faturamento (COFINS), os recursos da seguridade social e a Contribuição Sobre o Lucro Líquido (CSLL). Lei Complementar 141 (antiga EC nº 29/2000) – Determinou a vinculação e estabeleceu a base de cálculo e os percentuais mínimos de recursos orçamentários que a União (de acordo com o PIB), os estados (12% da receita), Distrito Federal e municípios (15% da receita) são obrigados a aplicar em ações e serviços públicos de saúde. Depois de quase 12 anos, em 13 de janeiro de 2012, foi aprovada pela presidente Dilma através da lei complementar número 141. Emenda Constitucional nº 95, de 15 de dezembro de 2016 (a famosa PEC do teto dos gastos públicos) – Modificou o percentual mínimo de investimento em saúde pela União da seguinte maneira: I - Para o exercício de 2017, à despesa primária paga no exercício de 2016, incluídos os restos a pagar pagos e demais operações que afetam o resultado primário, corrigida em 7,2% (sete inteiros e dois décimos por cento); e II - Para os exercícios posteriores, ao valor do limite referente ao exercício imediatamente anterior, corrigido pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, ou de outro índice que vier a substituí-lo, para o período de doze meses encerrado em junho do exercício anterior a que se refere a lei orçamentária. REDES E PROGRAMAS ● Rede de Atenção às Urgências e Emergências (SAMU e UPA); ● Programa Farmácia Popular do Brasil (gratuitamente medicamentos para asma, HAS e diabetes); ● Rede Cegonha (quatro componentes: Pré-Natal, Parto e Nascimento, Puerpério e Atenção Integral à Saúde da Criança, e Sistema Logístico – Transporte Sanitário e Regulação.); ● Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) tem os seguintes serviços: CAPS, SRT, PVC, Leitos de Atenção Integral em Álcool e Outras Drogas, e ERD; ● Saúde Mais Perto de Você (programa da atenção básica com os seguintes componentes: Brasil Sorridente, ESF Academia da Saúde, Melhor em Casa, Consultório na Rua, PMAQ, Programa Saúde na Hora); ● Programa Telessaúde Brasil Redes, HumanizaSUS, Programa Nacional de Práticas Integrativas e Complementares. INTRODUÇÃO Entendendo a História... Há décadas, o atendimento em serviços médicos era bem diferente do atual. Os serviços de saúde tinham que ser comprados, ou seja, quem tinha dinheiro era atendido por médicos particulares e quem não tinha era atendido em entidades filantrópicas, como as Santas Casas. Não existia o sistema público que temos hoje, ao qual toda a população tem acesso. CAPS (Caixas de Aposentadorias e Pensões: 1923-1933) A partir da década de 20, os funcionários de empresas começaram a depositar parte de seu salário (3%) em fundos, para que um dia, caso precisassem de recursos financeiros para cuidar de sua saúde, tivessem de onde tirar. Além disso, esse dinheiro também serviria para o pagamento de suas aposentadorias. Esses fundos eram chamados de CAIXAS DE APOSENTADORIAS E PENSÕES (CAPS), financiadas de forma tripartite, pelos empregados, empresas e Governo. Eram organizadas por empresas ou categorias profissionais e acabavam excluindo muitos segmentos da população. Embora fossem reguladas pelo Estado, o rápido crescimento do sistema de caixas não permitiu ao Governo controlar o seu funcionamento, especialmente ao longo do fim da República Velha (anos 20). Neste momento, o Estado quase não possuía fiscalização das ações da sociedade civil. VIDEO_01_MEDPRE01 IAPS (Institutos de Aposentadorias e Pensões: 1933-1966) Na década seguinte (1930), ocorreram muitas mudanças, como a crise dos anos 30 e a revolução de Getúlio Vargas. Essas mudanças provocaram o aumento do centralismo estatal. Os setores de saúde e da previdência não ficaram de fora. A estrutura das CAPs foi então acrescida dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs), autarquias centralizadas no Governo Federal e supervisionadas pelo Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. Os IAPs, organizados por ramos de atividade, acabaram absorvendo a maioria das CAPs, restando poucas até os anos 60. Foram criados os institutos marítimos (IAPM), comerciários (IAPC), bancários (IAPB), de estiva e transporte de cargas (IAPTEC) e de industriários (IAPI). Nos anos 40, o último desses institutos foi criado – o dos servidores do Estado. Como os IAPs tinham muito dinheiro em caixa (ninguém estava se aposentando...), foi permitido que eles usassemparte deste dinheiro com a ajuda federal para a construção de grandes hospitais. Houve, então, a criação dos hospitais dos bancários, dos comerciários, dos industriários... Durante os anos 40 e 50, a assistência médica prestada pelas CAPs e IAPs aos trabalhadores formais era a única disponível. Os Estados e Municípios não dispunham de serviços de assistência médica adequados às necessidades de sua população, salvo raras exceções. Estabelecimentos filantrópicos Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech davam assistência às famílias pobres e indigentes, e a Saúde Pública (que na época focava no combate às doenças transmissíveis, endemias e programas específicos) ficava a cargo do Ministério da Educação e Saúde (MESP) e, posteriormente, do Ministério da Saúde (MS). A assistência médica prestada pelos IAPs apresentava alguns problemas, como a excludência. Muitos trabalhadores formais, bem como os rurais e os do setor informal urbano, não pertenciam aos ramos de atividade ou de categorias profissionais cobertos pelos IAPs e pela estrutura remanescente das CAPs. A excludência e outras deficiências levaram à unificação das estruturas de assistência médica dos IAPs. INPS (Instituto Nacional de Previdência Social: 1966-1977) O golpe militar de 1964 e o Governo autoritário que se instituiu criaram condições propícias para alterar o sistema de previdência social e de assistência médica. Em 1967 foi feita a reforma previdenciária, unificando cinco dos seis IAPs num único instituto – o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). O sobrevivente instituto de aposentadorias e pensões dos servidores do estado (Ipase) foi extinto nos anos 80 e suas estruturas de assistência médica foram incorporadas ao INPS. O INPS passou a ser responsável pela assistência médica de todos os trabalhadores formais, que contribuíam com 8% de seus salários, adicionados dos 8% da folha de salário das empresas, independentemente do ramo de atividade ou da categoria profissional. Também estavam cobertos os trabalhadores autônomos ou empregadores que contribuíssem em dobro para o INPS (16% de sua renda básica). Essa ampliação na cobertura causou problemas para as instituições de assistência médica da previdência. Os estabelecimentos antigos (dos IAPs) não comportavam essa nova clientela (do INPS). Foi necessário não apenas aumentar as instalações, como também contratar uma rede de estabelecimentos privados que, através de processos de compra e venda de serviços médicos, passariam a integrar a rede de assistência do INPS. O setor privado não tinha rede de atendimento suficientemente grande. Seria necessário ampliá-la para dar conta da nova demanda. Boa parte da expansão da rede foi financiada com recursos públicos, ou seja, o Governo militar financiou a criação de novos hospitais para a iniciativa privada com intuito posterior de compra de serviços médicos (o que causou inúmeras fraudes, pois os hospitais cobravam do Governo serviços não praticados...). Também nesta época, os militares começaram a usar o dinheiro do INPS para outros objetivos, que não a saúde e a previdência. Começaram a ser realizadas grandes obras, como a ponte Rio-Niterói, a hidrelétrica de Itaipu e a rodovia Transamazônica. E chegávamos à seguinte situação: fraudes contra o INPS, pessoas se aposentando e obras faraônicas. Conclusão: o dinheiro acabou!!! E o INPS faliu... INAMPS (Instituto Nacional da Assistência Médica e Previdência Social: 1977-1993) Para tentar enfrentar o problema que se instalou, o Governo cria o INAMPS ou INSTITUTO NACIONAL DA ASSISTÊNCIA MÉDICA E PREVIDÊNCIA SOCIAL. Uma de suas ações foi criar um teto para pagamento de serviços médicos prestados pelos hospitais. Por exemplo: "a partir de agora, para o seu hospital, só pagaremos 30 radiografias de tórax por mês, 20 apendicectomias, 100 curativos..." O que aconteceu depois? Os hospitais começaram a diminuir a margem de lucro, em uma medicina cada vez mais cara. O que fizeram eles? Quando batia a cota de radiografias, para não perder dinheiro, inventavam outros procedimentos que ainda não tinham batido a cota, para poder custear procedimentos que não seriam pagos, ou seja, criavam estratégias para continuar recebendo dinheiro e contribuíam para a situação de falência da previdência. Mas por que o INAMPS acabou? Seguindo a mesma lógica adotada no período do autoritarismo do INPS, o setor privado continuou sendo privilegiado. Nesse sentido, o INAMPS patrocinou de forma substancial a expansão desse setor, através de empréstimos e recursos da população. Foi uma "festa" com o dinheiro público, culminando na sua falência. E o Ministério da Saúde? De tudo que foi dito, você notou que o Ministério da Saúde praticamente não foi citado? Nesta época não existia Ministério da Saúde? Existia (foi criado em 1953), mas estava restrito a algumas medidas preventivas, como vacinação, controle de epidemias e saneamento básico (Modelo Sanitário). A parte curativa (hospitais) estava com o Ministério da Previdência Social (Modelo Privatista). VIDEO_02_MEDPRE01 Portanto, neste momento da história, tínhamos os seguintes problemas: Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech Percebendo esses problemas, uma mudança se fazia necessária. Sendo assim, a sociedade, composta por médicos, estudantes e demais profissionais de saúde, resolveu propor uma reforma, a chamada REFORMA SANITÁRIA. REFORMA SANITÁRIA Iniciada na década de 1970, a Reforma Sanitária Brasileira teve grande participação popular e de movimentos sindicais. Teve, também, amplo apoio político. ● Propostas: ● Universalizar o direito à saúde; ● Integrar as ações curativas e preventivas; ● Descentralização administrativa; ● Promover a participação e o controle social. Como começaram a colocar as propostas em ação? ● Plano CONASP e as Ações Integradas de Saúde: ● Estratégia importante rumo à universalização, integração e racionalização dos serviços públicos de saúde. ● VIII Conferência Nacional de Saúde (1986): ● LEMA: Saúde, direito de todos, dever do Estado; ● Reforçaram as propostas de universalização, unificação do sistema, integralidade das ações, descentralização e participação popular. Tinha como objetivo final a criação do Sistema Único de Saúde. ● Criação do SUDS (1987 ● Serviço Único e Descentralizado de Saúde → retirar o poder centralizador do Governo Federal. Foi a última etapa para a formação do SUS. Veja algumas questões: RESIDÊNCIA MÉDICA – 2018 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP-SP O Sistema de Saúde brasileiro está organizado no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 1988, fruto de um movimento denominado Reforma Sanitária. Qual das alternativas abaixo está CORRETA com relação à Reforma Sanitária brasileira e suas implicações para o SUS? a) Na Reforma Sanitária brasileira, os partidos políticos e suas disputas monopolizaram o movimento b) A criação do SUS foi fruto de pressões de organizações internacionais, como a OMS, devido à sua estratégia "Saúde para todos no ano 2000". c) Uma característica fundamental da Reforma Sanitária brasileira é o fato de ela ter sido conduzida pela sociedade civil. d) O subfinanciamento do SUS é consequência da condução da Reforma Sanitária brasileira por organizações externas ao setor saúde. R. Letra A: o movimento de Reforma Sanitária foi conduzido pela sociedade civil, muito embora tenha tido amplo apoio político e de movimentos sindicais. INCORRETA. Letra B: a criação do SUS foi fruto das discussões presentes na 8ª Conferência Nacional de Saúde. E, esta última, foi consequência direta da Reforma. INCORRETA. Letra C: como dito na letra A, CORRETA. Letra D: item para confundir. O financiamento do SUS não tem qualquer relação com a Reforma Sanitária. INCORRETA. Resposta: letra C. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015 HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA DO PARANÁ – HCV-PR Aponte entre as alternativas abaixo aquela que corresponde ao INPS – Instituto Nacional de Previdência Social: a) Essa estrutura, ao atuar em saúde, foi uma grande compradora de serviços privadosde saúde e, dessa forma, um estímulo a um padrão de organização da prática médica orientada pelo lucro. b) O INPS, ao ofertar serviços de saúde, atuou no sentido da desaceleração do crescimento do atualmente chamado setor suplementar em saúde. c) As ações em saúde promovidas por esse instituto permitiram a organização da prática médica em moldes mais equitativos, na medida em que priorizou a clientela trabalhadora. d) A criação do Inamps – Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social – representou um passo importante na separação da saúde da previdência social. e) A ampliação da cobertura da assistência médica no âmbito do INPS teve como consequência o fortalecimento do Ministério da Saúde e a passagem do Inamps para esse ministério após a redemocratização do país. R. Vamos pelas alternativas: Letra A: correta. Você acabou de ver isso no texto anterior sobre o INPS; Letra B: incorreta, pois sua maneira de agir, "vendendo" serviços médicos para o SUS, é muito semelhante a como o setor suplementar vende seus produtos para a população segurada pelos planos; Letra C: incorreta, pois justamente por priorizar só uma parte da população (os trabalhadores) deixava de fora todo o resto...; Letra D: incorreta, pois o INAMPS continuava sob controle da previdência social. Olha o nome dele: Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social; Letra E: incorreta, pois o Ministério da Saúde ainda tinha pouca importância e o INAMPS pertencia a Previdência Social. Resposta: letra A. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2012 FACULDADE DE MEDICINA DO ABC – ABC – SP Antes da implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), havia dois Ministérios que eram responsáveis pelos serviços de saúde no Brasil. Os serviços hospitalares que atendiam os trabalhadores do mercado formal eram administrados pelo: a) Ministério da Saúde. b) Ministério do Trabalho. c) Ministério da Previdência e Assistência Social. d) Ministério da Educação. R. Lembrando do que acabou de ser dito... O Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que surgiu em 1966, após a unificação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs), caracterizou-se pela maior participação do Estado, através do Ministério da Previdência e Assistência Social, na assistência à saúde e previdência dos trabalhadores do mercado formal, o que antes era proporcionado pela empresa na qual trabalhavam, situação na qual os trabalhadores possuíam maior participação nas decisões. Ou seja, no período anterior à implementação do Sistema Único de Saúde, as ações da previdência e da saúde eram unificadas e administradas pelo Ministério da Previdência e Assistência Social. A assistência médico-hospitalar era prestada pelo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS). O Movimento da Reforma Sanitária, ocorrido no final dos anos 70, veio antecipar essas mudanças, e propor uma reforma na saúde, o que constitui o próprio SUS. Resposta certa: letra C. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech RESIDÊNCIA MÉDICA – 2011 SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE – SES-RJ "Muitas foram as conquistas nestes mais de 20 anos de criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Saímos de uma estrutura que atendia apenas 30 milhões de filiados à Previdência Social para outra, de recorte universal, que atende 190 milhões de brasileiros." Esta afirmativa do Ministro José Gomes Temporão, em editorial publicado em 29 de setembro de 2009, fala de mudanças significativas na Política de Saúde. A estrutura extinta corresponde a: a) Distritos sanitários. b) Institutos dos trabalhadores. c) Postos de assistência médica. d) Unidades de pronto atendimento. R. Depois do texto contando a história do SUS, fica muito fácil essa questão. A estrutura extinta foi a dos institutos dos trabalhadores. Acabou com a assistência médica previdenciária restrita aos trabalhadores com carteira assinada, e foi criado o atendimento universal e gratuito. Resposta: letra B. Observe a questão abaixo, também do SES-RJ 2011 (continuação da questão anterior), que confundiu muita gente boa: A criação do SUS foi definida, inicialmente, por: a) Decreto-lei. b) Medida provisória. c) Norma operacional. d) Texto constitucional. R. Essa questão quer saber quem definiu a criação do SUS. Medida provisória e norma operacional são rapidamente excluídas. A grande dúvida ficou entre decreto-lei ou texto constitucional. O SUS foi definido pela Constituição Federal, TÍTULO VIII – DA ORDEM SOCIAL; CAPÍTULO II – SEÇÃO II, DA SAÚDE – ARTIGOS 196; 197; 198. A Lei 8.080 de 1990 (Lei Orgânica da Saúde – que você verá mais a frente) não define a criação do SUS e sim regula as ações e serviços de saúde. Portanto, resposta: letra D. O SUS O que é o SUS? Em 1988, a nova Constituição Brasileira cria o Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de "uma nova formulação política e organizacional para o reordenamento dos serviços e ações de saúde. ATENÇÃO: o SUS não é um sucessor do INAMPS ou do SUDS. Ele é um novo sistema de saúde!!! Muito cuidado! O movimento da Reforma Sanitária Brasileira impulsionou e facilitou a criação do SUS, mas o mesmo foi estabelecido pela Constituição Federal de 1988, e regulamentado pelas Leis Orgânicas de Saúde 8.080/90 e 8.142/90, além de outras Leis que o mantêm atualizado com os novos problemas que surgem. Por que sistema único? Porque ele segue a mesma doutrina e os mesmos princípios organizativos em todo o território nacional, sob a responsabilidade das três esferas autônomas de Governo (federal, estadual e municipal). Assim, o SUS não é um serviço ou uma instituição, mas um sistema que significa um conjunto de unidades, de serviços e de ações que interagem para uma mesma finalidade. Esses elementos integrantes do sistema referem-se, ao mesmo tempo, a: atividades de promoção, proteção e recuperação da saúde. Problemas e soluções para implantação do SUS: ● Termina com o acesso restrito → todos os cidadãos brasileiros têm direito a acesso à saúde pública → UNIVERSALIZAÇÃO; ● Ênfase na cura, onde todos os municípios eram tratados da mesma maneira, independentemente dos seus problemas → agora a cura e a prevenção têm que estar juntas, as ações têm que ser integradas e de acordo com os problemas de cada município → INTEGRALIDADE; ● O Brasil era visto como um bloco, ninguém se importava com as diferenças individuais e regionais → mas o país tem grandes diferenças, essa visão precisava ser mudada → "cada um é diferente de cada um", cada região necessita de cuidados diferenciados e o objetivo final é que o Brasil fique mais equilibrado, mais igualitário, diminuindo a heterogeneidade → EQUIDADE; ● Saúde centralizada → agora o município é que deve ditar as regras, pois é ele que melhor conhece os seus problemas → DESCENTRALIZAÇÃO; ● Os indivíduos procuravam os hospitais para atendimento básico → agora, primeiro, vamos ao posto de saúde (90% dos problemas são resolvidos nele); se houver necessidade de maior complexidade, iremos ao hospital → HIERARQUIZAÇÃO; ● O povo não palpitava, poucos decidiam → o povo tem direito de participar, pois ele é o maior interessado, é ele que "sofre" → PARTICIPAÇÃO SOCIAL. Você percebeu que, pelas soluções propostas do SUS, entram os conceitos básicos que sempre caem em provas. Portanto, vamos repetir a seguir de maneira direta e simplificada esses conceitos: Princípios éticos/doutrinários Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech Princípios organizacionais/operativos VIDEO_03_MEDPRE01 Veja as questões que todo ano aparecem nos concursos.. RESIDÊNCIA MÉDICA - 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – UNESP A Secretaria de Saúde de um município estabelece que no acesso a consultas e exames especializados deva ser dada prioridade a usuários de menor renda e que não disponham de plano de saúde privado. Tal determinação está em desacordo ao seguinte princípio do SUS, disposto na Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080, de 1990): a) Igualdade. b) Universalidade. c) Integralidade. d) Impessoalidade. R. Reparem que maldade! O princípio visto aquié o da equidade! Mas repare como nessa situação esse princípio vai de encontro ao princípio da IGUALDADE presente na Lei 8.080. Vai ver foi por isso que os documentos posteriores passaram a desconsiderar o princípio da igualdade e passaram a incluir a EQUIDADE como princípio do SUS. Resposta: letra A. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2018 FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP UNICAMP – SP Em uma cidade constatou-se que determinados tipos de câncer eram diagnosticados precocemente, porém o tempo para o acesso à atenção especializada era longo demais para possibilitar a sobrevida possível para a doença. O princípio do SUS desrespeitado é o da: a) Equidade. b) Regionalização. c) Integralidade d) Universalidade. R. Em uma suposta cidade, alguns tipos de câncer eram diagnosticados precocemente. Entretanto, o acesso a um nível secundário ou terciário de assistência é tão lento que o paciente evolui a óbito antes. Ou seja, o diagnóstico consegue ser feito, mas o tratamento não! Em resumo, é fato que estes pacientes não estão sendo atendidos de maneira integral. Resposta: letra C. SAIBA MAIS Cuidado para não confundir equidade com igualdade. Existe o princípio do SUS da igualdade, que inclusive está citado na Lei 8.080/90. Ele afirma que deve existir igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie, ou seja, não diferenciar por classe social, sexo, cor da pele... Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech RESIDÊNCIA MÉDICA – 2017 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP-SP Qual princípio do Sistema Único de Saúde (SUS) possibilita que o atendimento à paciente idosa seja priorizado em relação à paciente jovem adulta? a) Universalidade. b) Nenhum. c) Hierarquização. d) Equidade. R. Questão direta. Se estamos priorizando um grupo por ser mais vulnerável, estamos utilizando o princípio da equidade, no qual situações diferentes merecem abordagens diferentes. Resposta: letra D. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015 UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO – UNAERP – SP O Princípio do SUS, que rompeu com o modelo de saúde excludente, em que somente os contribuintes da previdência social tinham direito à assistência à saúde, foi o da: a) Universalidade b) Equidade. c) Integralidade. d) Resolubilidade. e) Hierarquização R. Rompeu com a saúde excludente, ou seja, todos têm acesso agora. Só pode ser a UNIVERSALIDADE. Resposta: letra A. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2013 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO – UERJ A Constituição da República Federal do Brasil promulgada em 1988 estabeleceu o Sistema Único de Saúde (SUS) com o objetivo de melhorar a atenção à saúde no país. Sua construção foi baseada em um conjunto de princípios doutrinários e organizativos. São diretrizes ou princípios que regem a organização do SUS: a) Universalidade e equidade. b) Modelo assistencial e integralidade. c) Descentralização e participação popular. d) Desospitalização e reordenação pela APS. R. Questão sem problemas. Os princípios organizacionais do SUS estão na alternativa C. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2012 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – UFRJ Dados dos Suplementos Saúde da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD) indicam que as desigualdades sociais no acesso aos serviços de saúde foram reduzidas. Este resultado reflete melhorias relacionadas ao princípio do SUS de: a) Universalidade. b) Equidade. c) Regionalização. d) Descentralização. R. Sem problemas, não é? Se estamos diminuindo desigualdades, estamos tratando com equidade. Resposta: letra B. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2011 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP-SP Segundo o Ministério da Saúde, em 2003, mais da metade das mulheres com 50 anos ou mais de idade não tinha sido submetida à mamografia nos dois últimos anos. Qual princípio básico do SUS está sendo negligenciado nesta situação? a) Primeiro contato. b) Integralidade. c) Descentralização do atendimento. d) Hierarquização. R. Quando mais da metade das mulheres brasileiras deixam de fazer a mamografia, a visão INTEGRAL à saúde, com ênfase no diagnóstico precoce, é prejudicada. Portanto, resposta: letra B. EVOLUÇÃO DO SUS Como foi a evolução do SUS? Boa pergunta! Imagine só, o MUNICÍPIO até então recebia ordens e agora passa a ser o GESTOR PRINCIPAL. Como é ele quem manda, ele deve receber dinheiro para realizar os pagamentos, pois é ele quem vai realizar a compra de materiais e contratar profissionais. Agora, será que os mais de 5.000 municípios brasileiros estavam preparados para isso? É claro que não. Então, nesse momento, foram criadas leis para estabelecer exatamente como o SUS deveria funcionar. LEI 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990 VIDEO_04_MEDPRE01 Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech "Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências." ● Em outras palavras, determina os princípios, objetivos e atribuições do SUS: princípios; vigilância sanitária; vigilância epidemiológica; saúde do trabalhador; assistência farmacêutica... A Lei é enorme (na versão digital desta apostila ela foi colocada na íntegra). "Eu tenho que decorar tudo??" Calma!!! Essa lei determina quase tudo do SUS, e você já sabe bastante coisa. Seguem abaixo os principais pontos para a memorização (observe bem os comentários das questões)... Mas se quiser memorizar tudo, melhor para você... Obs.: ela não foi colocada na íntegra, na versão digital, para ocupar espaço. Dê pelo menos uma lida para se situar melhor no tema. Agora iremos colocar várias questões para você ter ideia do que eles mais cobram em provas. ● A Lei 8.080 estabelece o seguinte: Cabe à direção: A Direção Nacional pode EXECUTAR? O setor privado pode participar? E ainda acrescenta algumas definições importantes, como: Vigilância Sanitária ● É um conjunto de ações capaz de ELIMINAR, DIMINUIR ou PREVENIR riscos à saúde e de intervir nos problemas SANITÁRIOS decorrentes do meio ambiente, da produção e da circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, controlando: ● Os bens de consumo que direta ou indiretamente se relacionam com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; ● A prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. Vigilância Epidemiológica ● É um conjunto de ações que proporcionam o CONHECIMENTO, a DETECÇÃO ou a PREVENÇÃO de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos. Saúde do Trabalhador ● É um conjunto de atividades que se destina, através das áreas de vigilância epidemiológica e da vigilância sanitária, a promover e a proteger a saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e à reabilitação da saúde daqueles que se encontram submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015 HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA DO PARANÁ – HCV-PR Segundo a Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, é atribuição da direção nacional do Sistema Único de Saúde: a) Gerir hemocentros e laboratórios públicos. b) Executar serviços de saúde do trabalhador. c) Gerir os serviços de saúde do Distrito Federal. d) Formar consórcios administrativos intermunicipais. e) Controlar e fiscalizar produtos de interesse para a saúde. R. Pelas alternativas: Letra A: atribuição municipal; Letra B: atribuição municipal; Letra C: atribuição do DF (que são as atribuições dos estados e municípios); Letra D: atribuição municipal; Letra E: correta. Resposta: letra E. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech RESIDÊNCIA MÉDICA – 2013 FACULDADE DE MEDICINA DE CAMPOS – FMC – RJ Conforme a Lei Orgânica da Saúde, Lei 8.080, relacione as competências da coluna da direita aos níveis de governo da coluna da esquerda. 1. Direção nacional do SUS. 2. Direção estadual do SUS. 3. Direção municipal do SUS. ( ) Define e coordena o sistema de vigilância epidemiológica. ( ) Promove a descentralização,para os municípios, dos serviços e ações de saúde. ( ) Estabelece normas e executa a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras. ( ) Controla e fiscaliza os serviços privados de saúde. Assinale a alternativa que apresenta a numeração CORRETA da coluna da direita, de cima para baixo. a) 1 - 2 - 3 - 2. b) 1 - 2 - 1 - 3. c) 2 - 1 - 3 - 3. d) 3 - 2 - 1 - 2. e) 2 - 3 - 1 - 3. R. Vamos lá: Quem DEFINE e coordena o sistema de vigilância epidemiológica é a direção NACIONAL; Quem promove a DESCENTRALIZAÇÃO, para os MUNICÍPIOS, dos serviços e ações de saúde é a direção ESTADUAL; Quem estabelece normas e executa a vigilância sanitária de PORTOS, AEROPORTOS E FRONTEIRAS é a direção NACIONAL; Quem controla e fiscaliza os serviços privados de saúde é a direção MUNICIPAL. Portanto, resposta: letra B. Lei 8.142, de 28 de Dezembro de 1990 "Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências." Lei complementar à Lei 8.080. VIDEO_05_MEDPRE01 ● É a lei que fala sobre a participação popular e os gastos do SUS. ● Determina a participação popular e as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde. Quanto à participação popular: ● Cria os Conselhos e as Conferências de Saúde. Quanto a transferências intergovernamentais de recursos financeiros: ● Cria a transferência REGULAR e AUTOMÁTICA do Fundo Nacional para os Fundos de Saúde correspondentes (ver abaixo), de acordo com o número de habitantes (até então os municípios, que eram apenas servidores, recebiam de acordo com a produção). Para receberem os recursos, os Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar com: I - Fundo de Saúde; II - Conselho de Saúde, com composição paritária; III - Plano de saúde; IV - Relatórios de gestão que permitam o controle; V - Contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento; VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS). Atenção para estes dois conceitos que vêm a seguir, pois são exaustivamente cobrados em provas!!!! O que são Conselhos de Saúde? São formados por representantes do Governo, prestadores de serviços, profissionais de saúde e usuários, sendo que estes últimos detêm 50% dos membros (representação dos usuários paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos). Atuam no controle da execução da política de saúde, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros. São PERMANENTES E DELIBERATIVOS e se reúnem uma vez por mês. Indicam e nomeiam gestores dos serviços de saúde pertencentes ao SUS. O que são as Conferências de Saúde? As Conferências de Saúde são realizadas de quatro em quatro anos (podendo haver convocações extraordinárias pelos conselhos ou pelo poder executivo), com representantes dos vários segmentos sociais, com o objetivo de avaliar a situação da saúde e propor as diretrizes para a formulação das políticas de saúde. Assim como os Conselhos, a representação dos usuários será paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos. ATENÇÃO Os conselhos se reúnem uma vez por mês!! 50% dos membros são os usuários!! ATENÇÃO Realizadas de quatro em quatro anos!! 50% dos membros são os usuários!! Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech Obs.: junto com a Lei 8.080/90 são consideradas as Leis Orgânicas da Saúde. Obs.: o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) terão representação no Conselho Nacional de Saúde. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2018 ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO PARANÁ – AMP – PR A participação social no Sistema Único de Saúde, prevista na Constituição Federal de 1988, foi regulamentada pela Lei nº 8.142/90, com a obrigatoriedade dos Conselhos de Saúde, cuja composição foi melhor definida pela Resolução 333 do Conselho Nacional de Saúde em 2003. Em uma cidade de médio porte o Conselho de Saúde composto por 24 membros, deve ter a seguinte composição por setor representado: a) Governo – 6; prestador de serviço privado – 6; profissionais de saúde – 6 e usuários – 6. b) Governo – 12; prestador de serviço privado – 3; profissionais de saúde – 3 e usuários – 6. c) Governo – 3; prestador de serviço privado – 3; profissionais de saúde – 6 e usuários – 12. d) Prestador de serviço público – 6; prestador de serviço privado – 6; profissionais de saúde – 6 e usuários – 6. e) Prestador de serviço público – 6; prestador de serviço privado – 3; profissionais de saúde – 3 e usuários – 12. R. Muito bem, a resposta só pode ser a letra C ou E, pois contêm metade usuário e metade o resto. Mas agora, qual marcar? Como visto anteriormente, segundo a resolução 333, têm-se: 25% de trabalhadores e 25% de representação de governo e prestadores de serviços privados conveniados, ou sem fins lucrativos. Portanto, 12 que devem ser divididos metade trabalhadores e metade governo e prestadores privados, ou seja: governo – 3; prestador de serviço privado – 3; profissionais de saúde – 6. Resposta: letra C. SAIBA MAIS 1 - Cuidado com a Resolução 333/2003 do Conselho Nacional de Saúde!!! Ela diz que para manter o equilíbrio dos interesses envolvidos, a distribuição das vagas é paritária, ou seja, 50% de usuários (entidades e movimentos representativos de usuários) e 50% do "resto". Só que esses outros participantes ("o resto") devem ser o seguinte: 25% de trabalhadores e 25% de representação de governo e prestadores de serviços privados conveniados, ou sem fins lucrativos. 2 - Em 10 de maio de 2012, foi aprovada a Resolução No 453. Ela serviu para a instituição, reformulação, reestruturação e funcionamento dos Conselhos de Saúde. Seus pontos principais são: ● A participação de órgãos, entidades e movimentos sociais terá como critério a representatividade, a abrangência e a complementaridade do conjunto da sociedade, no âmbito de atuação do Conselho de Saúde. De acordo com as especificidades locais, aplicando o princípio da paridade, serão contempladas, dentre outras, as seguintes representações: a) Associações de pessoas com patologias; b) Associações de pessoas com deficiências; c) Entidades indígenas; d) Movimentos sociais e populares, organizados (movimento negro, LGBT...); e) Movimentos organizados de mulheres, em saúde; f) Entidades de aposentados e pensionistas; g) Entidades congregadas de sindicatos, centrais sindicais, confederações e federações de trabalhadores urbanos e rurais; h) Entidades de defesa do consumidor; i) Organizações de moradores; j) Entidades ambientalistas; k) Organizações religiosas; l) Trabalhadores da área de saúde: associações, confederações, conselhos de profissões regulamentadas, federações e sindicatos, obedecendo as instâncias federativas; m) Comunidade científica; n) Entidades públicas, de hospitais universitários e hospitais campo de estágio, de pesquisa e desenvolvimento; o) Entidades patronais; p) Entidades dos prestadores de serviço de saúde; e q) Governo. ● Quando não houver Conselho de Saúde constituído ou em atividade no Município, caberá ao Conselho Estadual de Saúde assumir, junto ao executivo municipal, a convocação e a realização da Conferência Municipal de Saúde, que terá como um de seus objetivos a estruturação e composição do Conselho Municipal. O mesmo será atribuído ao Conselho Nacional de Saúde, quando não houver Conselho Estadual de Saúde constituído ou em funcionamento; ● As funções, como membro do Conselho de Saúde, não serão remuneradas; ● A participação dos membros eleitos do Poder Legislativo, representação do Poder Judiciário e do Ministério Público, como conselheiros, não é permitida nos Conselhos de Saúde; ● O presidente do Conselho deve ser eleito entre os seus membros, em reunião plenária. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech RESIDÊNCIA MÉDICA – 2016 UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO – UNAERP – SP Em relação às Conferências de Saúde, podemos afirmar que: a) Devem ser realizadas a cada dois anos. b) Devemser convocadas pelo poder executivo. c) Foram regulamentadas pela Lei 8.080. d) Sua organização e normas devem ser aprovadas pelo CONASS. e) Têm caráter deliberativo. R. A Lei 8.142 de 1990 determinou a participação popular no SUS através dos Conselhos e Conferências de Saúde. A questão versa sobre as Conferências que avaliam a situação da saúde, propondo diretrizes. São realizadas de quatro em quatro anos com 50% de usuários, 25% de trabalhadores e 25% de prestadores. Podem ser convocadas pelos Conselhos de Saúde ou pelo Poder Executivo. Melhor resposta, portanto: letra B. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015 HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIO VARGAS – HUGV – AM A participação social faz parte da trajetória de construção do sistema de saúde brasileiro. Referente aos Conselhos de Saúde (CS) assinale a CORRETA: a) O CS é uma instância colegiada, consultiva e permanente do Sistema Único de Saúde (SUS) em cada esfera de Governo. b) Na composição do CS, o segmento de usuários não necessariamente precisa ser paritário em relação ao conjunto dos demais segmentos representados. c) Referente ao seu funcionamento, o CS deverá acompanhar e controlar a atuação do setor credenciado mediante contrato ou convênio na área de saúde. d) Nos CS os trabalhadores da área da saúde terão representatividade de 30%. R. Pelas alternativas: Letra A: errada, pois são deliberativos e não consultivos; Letra B: errada, pois a participação do usuário deve ser obrigatoriamente paritária; Letra C: correta, o setor credenciado ao SUS também deve ser controlado e acompanhado pelo CS; Letra D: incorreta, pois terão representatividade de 25%. Portanto, resposta: letra C. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2011 PROCESSO SELETIVO UNIFICADO – PSU-MG Constituem instâncias de participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde: a) Conferências Estaduais de Saúde e Consórcios Intermunicipais de Saúde. b) Conselhos Municipais de Saúde e Conferências Estaduais de Saúde. c) Conselhos Municipais de Saúde e Consórcios Intermunicipais de Saúde. d) Programa de Saúde da Família e Conferências Municipais de Saúde. R. Questão sem maiores dificuldades. É só achar os conselhos e conferências de saúde. Portanto, resposta: letra B. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2010 HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE – HCPA – RS O Conselho Nacional de Saúde: a) É composto por representantes de cada Secretaria Estadual de Saúde. b) Reúne-se ordinariamente a cada 4 anos para formular a política de saúde. c) É composto majoritariamente por representantes dos profissionais de saúde e dos prestadores de serviços da saúde. d) Atua no controle da execução da política de saúde, exceto nos aspectos econômicos e financeiros. e) Pode convocar extraordinariamente a Conferência Nacional de Saúde. R. Letra A: incorreta, pois é por um representante, representando o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS). Observe que a questão fala sobre o Conselho Nacional de Saúde. Letra B: incorreta, quem se reúne de quatro em quatro anos são as conferências de saúde. Letra C: incorreta, são formados por representantes do Governo, prestadores de serviços, profissionais de saúde e usuários, sendo que estes últimos detêm 50% dos membros (representação dos usuários paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos). Letra D: incorreta, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros. Letra E: correta. Portanto, resposta: letra E. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech RESIDÊNCIA MÉDICA – 2010 HOSPITAL UNIVERSITÁRIO EVANGÉLICO DE CURITIBA – HUEC – PR Sobre os Conselhos de Saúde, assinale a alternativa INCORRETA: a) Os conselhos estão estruturados nos três níveis de governo: municipal, estadual e federal. b) São órgãos ou instâncias colegiadas de caráter permanente e deliberativo, integrante da estrutura básica da secretaria ou departamento de saúde. c) A legislação estabelece composição paritária entre os membros, assim o Conselho é composto de profissionais de saúde (25%), prestadores de serviço (25%) e usuários (50%). d) A formação dos Conselhos de Saúde não é obrigatória, ficando a cargo do gestor a criação deles. e) Nenhum conselheiro poderá ser remunerado por suas atividades. R. Questão maldosa! A única alternativa incorreta é a letra D, pois a formação do conselho é obrigatória. Se o município, por exemplo, não tiver conselho, perde o repasse financeiro. Observe a maldade: quando observamos a Lei 8.142/90, ela diz o seguinte: "A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Conferências será paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos." Ou seja, 50% usuários e 50% o resto (Trabalhadores de Saúde e Prestadores de Serviços de Saúde: públicos [do governo] e privados). Só que a Resolução 333/2003 da 11ª conferência nacional de saúde estipulou que as vagas dos conselheiros devem ser: 50% de entidades de usuários; 25% de entidades dos trabalhadores de Saúde; 25% de representação de governo, de prestadores de serviços privados conveniados, ou sem fins lucrativos. Portanto, resposta: letra D. A partir de 1991, foram criadas novas leis para acertar e adequar o funcionamento do SUS, só que não foram chamadas de Leis, e sim Normas. São elas: NOB – Norma Operacional Básica e NOAS – Norma Operacional da Assistência Social. Vamos estudá-las com mais detalhes agora. NOB 91 (NORMA OPERACIONAL BÁSICA DE 1991) O que diz essa lei? VIDEO_06_MEDPRE01 ● Centraliza a gestão na esfera federal. ● Municípios se comportam como prestadores de serviços (não como gestores). ● Prestadores públicos e privados recebem dinheiro do Ministério da Saúde de acordo com a produção. ● Responsável pela criação da AIH (Autorização de Internação Hospitalar); da SIH (Sistema de Informação Hospitalar) e da FEM (Fator de Estímulo a Municipalização). ● Instituiu, também, a Unidade de Cobertura Ambulatorial (UCA), que determinou o reajuste dos valores a serem repassados aos Estados, Distrito Federal e Municípios. Opa, não estamos regredindo com o que vinha sendo proposto? Os municípios não estavam recebendo o dinheiro de acordo com o número de habitantes? Exatamente. Mas analisando bem a situação, vamos lembrar que o município era um empregado do Governo Federal, e que de um dia para o outro vira o gestor, vira o "patrão". Será que ele estava preparado para isso? É claro que não!!! Para dar tempo à adequação municipal é que foi criada essa NOB. NOB 93 (NORMA OPERACIONAL BÁSICA DE 1993) O que diz essa lei? Tem como objetivo organizar o processo de descentralização da gestão das ações e serviços de saúde. INICIA O PROCESSO DE DESCENTRALIZAÇÃO. ● O município passa a ser gestor → ocorre a municipalização (em consonância com a 9º Conferência Nacional de Saúde, que teve como tema central exatamente a "municipalização"). ● A transferência de recursos passa ser automática e regular (fundo a fundo). ● São criadas as Comissões Intergestores Bipartite (de âmbito estadual) e Tripartite (nacional), para negociação, pactuação, articulação e integração entre gestores. Quem faz parte das Comissões de Intergestores Bipartite? É composta de forma paritária, por representantes da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e do Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde (COSEMS) ou órgão equivalente. Um dos representantes dos municípios é o Secretário de Saúde da Capital. Quem faz parte das Comissões de Intergestores Tripartite? É composta, também paritariamente, por representantes do Ministério da Saúde (MS), do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS). Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015 ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO PARANÁ – AMP – PR Tem representação na Comissão Intergestores Tripartite (CIT): a) Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretários de Saúde e Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde. b) Ministério da Saúde, Ministério da Educação e Ministério da Ciência e Tecnologia. c) Governo Federal, governos estaduais e governos municipais. d) Conselho Nacionalde Saúde, Conselhos Estaduais de Saúde e Conselhos Municipais de Saúde. e) Conselho Nacional de Saúde, Agência Nacional de Saúde Suplementar e Agência Nacional de Vigilância Sanitária. R. Como visto anteriormente, resposta: letra A. NOB 96 (NORMA OPERACIONAL BÁSICA DE 1996) O que diz essa lei? Tem a finalidade principal de colocar e consolidar como gestor da Saúde os municípios e o Distrito Federal. Além disso, reorganizou a gestão dos procedimentos de média e alta complexidade, promoveu a ampliação de cobertura do PSF e definiu a Programação Pactuada e Integrada (PPI). PROMOVER E CONSOLIDAR A MUNICIPALIZAÇÃO – GESTÃO PLENA. ● O município passa a ter poderes plenos. Dois tipos de gestão são criadas: ● Gestão Plena da Atenção Básica O município toma conta de toda a atenção básica (consulta médica odontológica). ● Gestão Plena do Sistema Municipal O município toma conta de toda a atenção básica e também dos maiores níveis de complexidade (média e alta). E se o município não aderir a nenhum tipo de gestão citada acima? Os municípios que não aderirem ao processo de habilitação ficam na condição de prestadores de serviços e a gestão do SUS no seu território será feita pelo estado. ● É criado o Piso de Atenção Básica (PAB): ● São recursos destinados aos procedimentos da atenção básica; ● Esse piso é definido pela multiplicação de um valor per capita nacional pela população de cada município (fornecida pelo IBGE), e é transferido regular e automaticamente ao fundo de saúde ou conta especial dos municípios. O município precisa de um plano municipal de saúde para receber o PAB; ● Tem uma parte fixa calculada por habitantes, que era de 10 reais por habitante/ano na época da sua criação. Atualmente os valores se baseiam na portaria 3.947, de 28 de dezembro de 2017, dependendo do "tipo" de município, classificado em quatro faixas, de acordo com pontuação que varia de 0 a 10, com base em indicadores selecionados segundo critérios determinados pelo Departamento de Atenção Básica (DAB): PIB Per Capita, Percentual da População com Plano de Saúde, Percentual da População com Bolsa Família, Percentual da População em Extrema Pobreza e Densidade Demográfica. Os valores são: I – O valor mínimo para os Municípios integrantes do Grupo I passa para R$ 28,00 (vinte e oito reais) por habitante ao ano; II – O valor mínimo para os Municípios do Grupo II passa para R$ 26,00 (vinte e seis reais) por habitante ao ano; III – O valor mínimo para os Municípios do Grupo III passa para R$ 24,00 (vinte e quatro reais) por habitante ao ano; IV – O valor mínimo para o Distrito Federal e os municípios integrantes do Grupo IV passa para R$ 23,00 (vinte e três reais) por habitante ao ano. ● E uma parte variável, que reunia incentivos a mais para quem aderisse aos seguintes programas: 1. Saúde da Família; 2. Agentes Comunitários de Saúde; 3. Saúde Bucal; 4. Compensação de Especificidades Regionais; 5. Fator de Incentivo de Atenção Básica aos Povos Indígenas; 6. Incentivo à Saúde no Sistema Penitenciário; 7. Política de Atenção Integral à Saúde do Adolescente em conflito com a lei em regime de internação e internação provisória; 8. Outros que venham a ser instituídos por meio de ato normativo específico; 9. Aquisição de medicamentos e insumos de assistência farmacêutica dos Programas de Hipertensão e Diabetes, Asma e Rinite; 10. Saúde Mental; 11. Saúde da Mulher; 12. Alimentação e Nutrição; 13. Combate ao Tabagismo. Os recursos do PAB Variável eram transferidos mediante à implementação das ações específicas, desde que estivessem presentes no respectivo Plano de Saúde Municipal ou do Distrito Federal. Ou seja, o município deveria se planejar e realizar ações específicas na atenção básica. Exemplos de ações: Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech 1. Saúde da Família; 2. Agentes Comunitários de Saúde; 3. Saúde Bucal; 4. Fator de Incentivo de Atenção Básica aos Povos Indígenas; 5. Incentivo à Saúde no Sistema Penitenciário; 6. Política de Atenção Integral à Saúde do Adolescente em conflito com a lei, em regime de internação e internação provisória; 7. Outros que venham a ser instituídos por meio de ato normativo específico; 8. Programa Academia da Saúde... ● A remuneração de procedimentos ambulatoriais de alto custo/ complexidade são pagos com base na Autorização de Procedimentos de Alto Custo (APAC), e precisa de autorização prévia e registro adequado dos serviços que lhe foram prestados. Continua como produtividade. ● Principal estratégia do município → Criar o Programa de Saúde da Família e o Programa dos Agentes Comunitários de Saúde. ● Define as relações entre os sistemas municipais: Se um município não possuir um serviço de saúde requerido para o atendimento da população, este pode negociar com outro município que contenha esse serviço. Os acordos são feitos exclusivamente entre os gestores municipais. ● Define o papel dos gestores: ● Municipal: é responsável pelo controle, pela avaliação e pela auditoria dos prestadores de serviços de saúde (estatais ou privados) situados em seu município; ● Estadual: exercer a gestão do SUS (no âmbito estadual); promover as condições e incentivar o poder municipal para que assuma a gestão da atenção à saúde de seus municípios; assumir, em caráter transitório (o que não significa caráter complementar ou concorrente), a gestão da atenção à saúde em municípios que ainda não tomaram para si esta responsabilidade; ser o promotor da harmonização, da integração e da modernização dos sistemas municipais; ● Federal: exercer a gestão do SUS no âmbito nacional; promover as condições e incentivar o gestor estadual com vistas ao desenvolvimento dos sistemas municipais; harmonizar a integração e a modernização dos sistemas estaduais; exercer as funções de normalização e de coordenação no que se refere à gestão nacional do SUS. Aproveitando que estamos falando de gestores, vamos tirar algumas dúvidas. 1a – O que são os gestores? São as entidades encarregadas de fazer com que o SUS funcione corretamente, que o gerenciam e administram. 2a – Quem são os gestores? Nos municípios, os gestores são as secretarias municipais de saúde ou as prefeituras, sendo responsáveis pelas mesmas os respectivos secretários municipais e prefeitos. Nos estados, os gestores são os secretários estaduais de saúde. No nível federal, o Ministério da Saúde. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015 HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE TAUBATÉ – UNITAU – SP Qual Norma Operacional Básica (NOB) define o Piso da Atenção Básica – fixo e variável –, assim como a possibilidade de habilitação dos municípios brasileiros à Gestão Plena do Sistema Municipal? a) NOB 01/91. b) NOB 01/92. c) NOB 01/93. d) NOB 01/96. e) NOB 01/2002. R. Questão muito tranquila agora, não é? Resposta: letra D. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2019 SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE GOIÁS – SES-GO No processo de implantação do Sistema Único de Saúde no Brasil, as Comissões Intergestoras Bipartite e Tripartite foram criadas pela: a) NOB 91. b) NOB 93. c) NOB 96. d) NOAS 2001/2002. R. Questão direta! As Comissões Intergestoras Bipartite e Tripartite foram criadas pela NOB 93. Resposta: letra B. NOAS 2001 Quais são os objetivos desta lei? ● "Promover maior EQUIDADE na alocação de RECURSOS e NO ACESSO da população às ações e serviços de saúde em todos os níveis de atenção". ● Definir a divisão de responsabilidades entre estados e SAIBA MAIS Existe mais uma NOB, muito pouco comentada, que é a NOB 92. Ela teve como objetivos fundamentais normalizar, estimular, implementar e desenvolver o funcionamento do SUS. Ou seja, veio dar força aos princípios do SUS, visto que a NOB anterior a ela (91) se afastava desses princípios... Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech municípios na gestão do SUS. ● Concluir a habilitação de 100% dos municípios à gestão descentralizada do SUS. ● Agilizar a habilitação dos estados à Gestão Plena do Sistema Estadual (GPSE). ● Reverter a lógica do financiamento centrada na oferta de serviços. ● Elaborar o PlanoDiretor de Regionalização (vide mais sobre ele na NOAS 2002). ● Definir como será o financiamento dos serviços de média e alta complexidade. NOAS 2002 O que diz esta lei? ● Amplia as responsabilidades dos municípios na Atenção Básica. ● Institui o Plano Diretor de Regionalização (PDR) como instrumento de ordenamento do processo de regionalização da assistência em cada Estado e no Distrito Federal, baseado nos objetivos de definição de prioridades de intervenção, coerentes com a necessidade da população e garantia de acesso dos cidadãos a todos os níveis de atenção à saúde. VIDEO_07_MEDPRE01 Quem elabora o PDR? Cabe às Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal a elaboração do PDR, em consonância com o Plano Estadual de Saúde. Quem aprova o PDR? A Comissão Intergestores Bipartite e o Conselho Estadual de Saúde. Deve garantir o acesso dos cidadãos, o mais próximo possível de sua residência, a um conjunto de ações e serviços vinculados a: (a) Assistência pré-natal, parto e puerpério; (b) Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil; (c) Cobertura universal do esquema preconizado pelo PNI para todas as faixas etárias; (d) Ações de promoção da saúde e prevenção de doenças; (e) Tratamento de intercorrências mais comuns na infância; (f) Atendimento de afecções agudas de maior incidência; (g) Acompanhamento de pessoas com doenças crônicas de alta prevalência; (h) Tratamento clínico e cirúrgico de casos de pequenas urgências ambulatoriais; (i) Tratamento dos distúrbios mentais e psicossociais mais frequentes; (j) Controle de doenças bucais mais comuns; (k) Suprimento e dispensação dos medicamentos da farmácia básica. E se na minha cidade não houver o serviço citado acima, por exemplo? Uma outra cidade perto da sua tem que ter, e ela será obrigada a receber você. E como essa cidade irá receber o recurso do meu tratamento, já que estou vindo de fora? Esse município será de referência e ganhará recursos a mais, recursos para a média ou alta complexidade. Quem organizará a união desses municípios? Municípios do mesmo estado → Comissão BIPARTITE. Municípios de estados diferentes → Comissão TRIPARTITE. ● A NOAS 2002 também institui a Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada (GPAB-A) como uma das condições de gestão dos sistemas municipais de saúde, que tem como áreas de atuação estratégicas MÍNIMAS: o controle da tuberculose, a eliminação da hanseníase, o controle da hipertensão arterial, o controle da diabetes mellitus, a saúde da criança, a saúde da mulher e a saúde bucal; e ● Cria o PAB Ampliado. O que é o PAB Ampliado? Se, além de fazer o mínimo (o controle da tuberculose, a eliminação da hanseníase, o controle da hipertensão arterial, o controle da diabetes mellitus, a saúde da criança, a saúde da mulher e a saúde bucal), o município realizar: ● Atendimento médico de urgência com observação (até oito horas); ● Assistência domiciliar em atenção básica por profissional de nível superior do Programa Saúde da Família; ● Procedimentos especializados por profissionais médicos, outros de nível superior e nível médio (glicemia capilar, glicosúria, cetonúria, coleta de material para exame citopatológico); ● Cirurgias ambulatoriais especializadas (desbridamento e curativo de escara ou ulceração; sutura de ferida de cavidade bucal e face; exérese de calo; curativo com desbridamento em pé diabético; redução manual de procidência de reto; remoção manual de fecaloma; primeiro atendimento a paciente com pequena queimadura); ● Ações especializadas em odontologia; Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech ● Teste de gravidez e teste imunológico (látex); ● Eletrocardiograma. O município receberá mais recursos, sendo chamado de PAB ampliado. Obs.: o PAB ampliado foi revogado em setembro de 2004 pela PORTARIA Nº 2.023, DE 23 DE SETEMBRO DE 2004. Já o PAB fixo e o PAB variável deixaram de existir após decisão da Comissão Intergestores Tripartite em 31 de outubro de 2019! Vamos aproveitar a próxima questão e fazer um resumo sobre as NOBs e NOAS? RESIDÊNCIA MÉDICA HOSPITAL REGIONAL DE MS – ROSA PEDROSSIAN – HRMS A partir de 1991 foram criadas normas para adequar o financiamento do SUS (NOB – Norma Operacional Básica e NOAS – Norma Operacional de Assistência à Saúde). Em relação a essas normas, marque a alternativa CORRETA: a) Na NOB 91 os municípios se comportam como gestores. b) Na NOB 93 ocorre a municipalização e a transferência de recursos passa a ser automática e regular. c) Na NOB 96 são criadas as comissões intergestores Bipartite e Tripartite. d) Na NOAS 2001 o município passa a ter poderes plenos e são criadas a Gestão Plena da Atenção Básica e a Gestão Plena do Sistema Municipal. e) Na NOAS 2002 é criado o piso de atenção básica (PAB). R. Letra A: incorreta, pois passaram a ser prestadores de serviços. Letra B: correta. Letra C: incorreta, pois foi a NOB 93. Letra D: incorreta, pois foi a NOB 96. Letra E: incorreta, pois foi a NOB 96. Resposta: letra B. PACTO DA SAÚDE – 2006 Foi pactuado pelos gestores federais, estaduais e municipais do SUS, na reunião da Comissão Intergestores Tripartite do dia 26 de janeiro de 2006, com o objetivo de melhorar a oferta de saúde à população. Veja resumidamente o que diz (o pacto na íntegra está presente no último capítulo): PACTO PELA VIDA → Teve como prioridades: ● SAÚDE DO IDOSO: Implantar a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, buscando a atenção integral. ● CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E DE MAMA: Foco na redução da mortalidade por câncer de colo do útero e de mama. ● MORTALIDADE INFANTIL E MATERNA: Foco na redução da mortalidade materna, infantil neonatal, infantil por doença diarreica e por pneumonias. ● DOENÇAS EMERGENTES E ENDEMIAS, COM ÊNFASE NA DENGUE, HANSENÍASE, TUBERCULOSE, MALÁRIA E INFLUENZA: Fortalecer a capacidade de resposta do sistema de saúde às doenças emergentes e endemias. ● PROMOÇÃO DA SAÚDE: SAIBA MAIS Na verdade, a NOAS 2002 é uma revisão da NOAS 2001. Como assim? Durante o processo de implantação da NOAS 2001, alguns Estados não conseguiram operacionalizar vários itens determinados por ela. Tiveram dificuldades para estabelecer o comando único sobre os prestadores de serviços do SUS, não conseguiram implementar a gestão municipal de forma completa, e existia fragilidade de explicação dos novos mecanismos de implantação de procedimentos no texto. Por esse motivo, o ano de 2001 foi um ano de grandes discussões para a reformulação e melhora da NOAS. Em 2002 ela acabou sendo revisada, recebendo o nome de NOAS 2002. Com isso, a NOAS 2002 incorporou várias definições que já tinham sido aprovadas e acordadas da NOAS 2001. Um exemplo disso é a criação do PAB ampliado, que é citado como instituído nas duas NOAS. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech Elaborar e implantar a Política Nacional de Promoção da Saúde, com ênfase na adoção de hábitos saudáveis por parte da população brasileira, de forma a internalizar a responsabilidade individual da prática de atividade física regular, alimentação saudável e combate ao tabagismo. ● ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE: Consolidar e qualificar a estratégia de Saúde da Família como modelo de atenção básica à saúde e como centro ordenador das redes de atenção à saúde do SUS. Como você percebeu, confirmando os princípios do SUS já citados anteriormente... PACTO EM DEFESA DO SUS → Defesa e fortalecimento dos princípios do SUS. As suas prioridades são: ● IMPLEMENTAR UM PROJETO PERMANENTE DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL COM A FINALIDADE DE: ● Mostrar a saúde como direito de cidadania e o SUS como sistema público universal garantidor desses direitos; ● Alcançar, em curto prazo, a regulamentação da Emenda Constitucional nº 29, pelo Congresso Nacional; ● Garantir, em longo prazo, o incremento dos recursos orçamentários e financeiros para a saúde; ● Aprovar o orçamento do SUS, composto pelos orçamentos das três esferas de gestão, explicitando o compromisso de cada uma delas. ● ELABORAR E DIVULGAR A CARTA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS DO SUS. PACTO DEGESTÃO DO SUS → Fortalecer as responsabilidades de cada Município, Estado e do Governo Federal. As prioridades do Pacto de Gestão são: 1) DEFINIR DE FORMA INEQUÍVOCA A RESPONSABILIDADE SANITÁRIA DE CADA INSTÂNCIA GESTORA DO SUS: federal, estadual e municipal, superando o atual processo de habilitação; 2) ESTABELECER AS DIRETRIZES PARA A GESTÃO DO SUS, com ênfase na Descentralização; Regionalização; Financiamento; Programação Pactuada e Integrada; Regulação; Participação e Controle Social; Planejamento; Gestão do Trabalho e Educação na Saúde. PACTO PELA VIDA – 2008 Esse Pacto tem o objetivo de acrescentar prioridades para o Pacto Pela Vida (do Pacto Pela Saúde 2006) e cria mecanismos para monitorar e avaliar esse mesmo Pacto. As prioridades acrescentadas são: SAÚDE DO TRABALHADOR; SAÚDE MENTAL; FORTALECIMENTO DA CAPACIDADE DE RESPOSTA DO SISTEMA DE SAÚDE ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA; ATENÇÃO INTEGRAL ÀS PESSOAS EM SITUAÇÃO OU EM RISCO DE VIOLÊNCIA; SAÚDE DO HOMEM; E HEPATITE E AIDS. Em 2011, foi acrescentada a SAÚDE BUCAL. Vamos ver agora algumas questões sobre os Pactos: RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015 HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE GOIÁS – HCG – GO Em 2006, na perspectiva de superar a dificuldade de imporem- se normas gerais a um país tão grande e desigual, os gestores do SUS assumem de público o compromisso de construção do Pacto Pela Saúde, que se divide em três componentes. Um desses componentes é o Pacto em Defesa do SUS, cujas prioridades se vinculam: a) À saúde do idoso, ao câncer de colo de útero e mama, à mortalidade infantil e materna. b) À promoção da saúde, à atenção básica à saúde e às doenças emergentes e endemias. c) À articulação e ao apoio à mobilização social pelo desenvolvimento da cidadania e estabelecimento de diálogo com a sociedade, além dos limites institucionais do SUS. d) Às diretrizes para a gestão do sistema nos aspectos da descentralização, da regionalização, do financiamento, do planejamento, da participação social e da gestão do trabalho e da educação à saúde. R. Apesar da lei completa estar no final da apostila, não tem problema, dá para responder assim mesmo: as letras A e B correspondem ao pacto pela vida; a letra D pelo pacto de gestão; sobrou então a letra C, que corresponde ao gabarito correto. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2011 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – BAHIA – SUS-BA O Pacto pela Saúde, publicado através da Portaria 399/2006, propõe integração das Políticas de Saúde e é composto pelo: a) Pacto de Gestão e pelo Pacto pela Vida. b) Pacto em Defesa do SUS e pelo Pacto de Gestão.. c) Pacto em Defesa do SUS, pelo Pacto pela Vida e pela Programação Pactuada Integrada (PPI). d) Pacto pela Vida, pelo Pacto de Gestão e pelo Pacto em Defesa do SUS. e) Pacto de Gestão, pela Programação Pactuada Integrada (PPI) e pelo NOAS. R. Depois do que foi visto acima, sem maiores comentários... Resposta: letra D. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech RESIDÊNCIA MÉDICA – 2010 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – UFPR O PACTO PELA SAÚDE 2006 é um compromisso que foi assumido pelos gestores brasileiros de saúde das três esferas de governo, visando qualificar a gestão do SUS e implementar definitivamente seus princípios e diretrizes. É composto por 3 dimensões: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão. Este último mudou ou reafirmou algumas diretrizes e regras que vigoravam desde a Norma Operacional Básica de 1996. Com base nessas informações e em seus conhecimentos, identifique, entre as seguintes afirmativas, as características do Pacto de Gestão: 1. Propõe maior autonomia para o Ministério da Saúde. 2. Representa um choque de descentralização. 3. Retoma a regionalização como premissa básica. 4. Desloca a responsabilidade sobre a saúde para a esfera estadual. 5. Reorganiza a transferência orçamentária fundo a fundo. Assinale a alternativa CORRETA. a) Somente a afirmativa 2 é verdadeira. b) Somente as afirmativas 2, 4 e 5 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 2, 3 e 5 são verdadeiras. e) Somente as afirmativas 1, 3 e 5 são verdadeiras. R. A introdução do enunciado apresenta o Pacto pela Saúde e procura cobrar especificamente o Pacto de Gestão, cujo objetivo principal é fortalecer as responsabilidades de cada Município, Estado e do Governo Federal. Vamos analisar as assertivas, então. Item 1 incorreto: a ideia é descentralizar e regionalizar, por isso, a maior autonomia é para os municípios e não central. Item 2 e 3 corretos: todos conceituais. Vamos lembrar que o Pacto pela Saúde, a todo momento, procura reforçar os princípios do SUS. Item 4 incorreto: é o município quem deve assumir as responsabilidades, apoiado pelos Estados e a União. Item 5: esse é um aspecto do Pacto, no seu item 3, financiamento da saúde, quando coloca o repasse fundo a fundo como modalidade preferencial de transferência de recursos entre os gestores. Resposta: letra D. RESIDÊNCIA MÉDICA - 2019 SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE PIRACICABA – SMS – PIRACICABA A Portaria do Ministério da Saúde que divulga o Pacto pela Saúde, estabelece as prioridades do Pacto pela Vida, a fim de privilegiar alguns segmentos, EXCETO: a) Câncer de colo de útero e de mama. b) Promoção da saúde com índices hospitalares como meta. c) Mortalidade infantil e materna. d) Doenças emergentes e endemias como a dengue. e) Atenção básica à saúde, qualificando a Saúde da Família. R. A única alternativa incorreta é a letra B, pois a promoção da saúde com índices hospitalares como meta não faz parte do Pacto. DECRETO NO 7.508, DE 12 JUNHO DE 2011 É um decreto que ajuda a regulamentar a Lei 8.080/90. Os pontos importantes desse decreto são: o regulamento das Regiões de Saúde, das Portas de Entradas, da Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde – RENASES –, da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais – RENAME –, das Comissões Intergestores e define o Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde. Agora vamos a alguns conceitos importantes desse decreto: Regiões de Saúde O que são? É o espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais, e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde. Serão referência para as transferências de recursos entre os entes federativos. Quem é responsável pela sua instituição? Os Estados, através do cronograma pactuado nas Comissões Intergestores E para serem instituídas, deverão contar, no mínimo, com ações e serviços de: I - Atenção primária; II - Urgência e emergência; III - Atenção psicossocial; IV - Atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e V - Vigilância em saúde. Mapa da Saúde Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech É a descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a capacidade instalada existente, os investimentos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do sistema; ou seja, SUS + privado. Rede de Atenção à Saúde Conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde. Portas de Entradas O que são? São os serviços de atendimento inicial à saúde do usuário no SUS. Quem são? I Os serviços de atenção primária; II - Os serviços de atenção de urgência e emergência; III - Os serviços de atenção psicossocial; e IV - Os serviços especiais de acesso aberto. Serviços Especiais de Acesso Aberto São serviços de saúde específicos para o atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou de situação laboral, necessita de atendimento especial. Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde – RENASES Compreende todas as ações e serviços que o SUS oferece ao usuário para atendimento da integralidade da assistência à saúde. Relação Nacional de Medicamentos Essenciais– RENAME Compreende a seleção e a padronização de medicamentos indicados para atendimento de doenças ou de agravos no âmbito do SUS. Contrato Organizativo de Acesso Aberto Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde – acordo de colaboração firmado entre entes federativos com a finalidade de organizar e integrar as ações e serviços de saúde na rede regionalizada e hierarquizada, com definição de responsabilidades, indicadores e metas de saúde, critérios de avaliação de desempenho, recursos financeiros que serão disponibilizados, forma de controle e fiscalização de sua execução e demais elementos necessários à implementação integrada das ações e serviços de saúde. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2018 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – UFRJ O Decreto-Lei 7.508, de 2011, preenche lacuna há muito existente, que prejudicava cumprir o princípio de: a) Regionalização b) Humanização. c) Comando único. d) Integralidade. R. Vamos lembrar então que no seu 3º artigo, que fala sobre a organização do SUS, temos o seguinte trecho: "O SUS é constituído pela conjugação das ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde executados pelos entes federativos, de forma direta ou indireta, mediante a participação complementar da iniciativa privada, sendo organizado de forma regionalizada e hierarquizada". E, ao longo do decreto, percebemos que ele ajuda a cumprir o princípio da regionalização do SUS, que diz que os serviços devem ser dispostos numa área geográfica delimitada e com a definição da população a ser atendida. Resposta: letra A. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2017 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – UFRJ O decreto 7.508 de 2011 regulamenta a Lei Orgânica da Saúde nº 8.080, de 1990. Este decreto importantíssimo para o SUS, estabelece: a) As Ações integradas da Saúde. b) O Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde. c) O Pacto pela Saúde. d) A Norma Operacional de Assistência à Saúde. R. Sem problemas, depois do que foi visto anteriormente, a resposta só pode ser a alternativa B. Mas, só para recordar: - As ações integradas da saúde foram instituídas antes da criação do SUDS. Foram um esboço do início da descentralização e regionalização; - O pacto pela Saúde foi instituído pela Portaria 399 de 2006; - E a letra D se refere às NOAS, as quais existem a 2001 e a 2002. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015 HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN – HIAE – SP O Decreto n° 7.508, de 28 de junho de 2011, define Região de Saúde como: o espaço geográfico contínuo, constituído por agrupamentos de municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde. Em relação às regiões de saúde: I. Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo, ações e serviços de atenção primária e de urgência e emergência. II. A instituição das Regiões de Saúde observará cronograma pactuado pelos Conselhos de Saúde. III. As Regiões de Saúde serão referência para as transferências de recursos entre os entes federativos. A partir das afirmativas propostas, estão CORRETAS apenas: a) I. b) II. c) III. d) I e III. R. Afirmativa I: incorreta, pois precisa de, no mínimo, atenção primária; urgência e emergência; atenção psicossocial; atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e vigilância em saúde. Afirmativa II: incorreta, pois será pelas Comissões Intergestores. Afirmativa III: correta. Resposta: letra C. FINANCIAMENTO DO SUS De onde vêm os recursos do SUS? Segundo a Constituição Federal, em seu Art. 198, "O SUS será financiado (...) com recursos do orçamento da seguridade social da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios". Ou seja, o financiamento das ações e serviços públicos de saúde é de responsabilidade das três esferas de gestão do SUS: União, Estados e Municípios. De onde vêm os recursos da seguridade social? A maioria dos seus recursos é proveniente de desconto compulsório sobre a folha de salários das empresas. Mas também possui recursos provenientes da contribuição sobre o faturamento (COFINS) e sobre a Contribuição Sobre o Lucro Líquido (CSLL). Lembrando que a CPMF até o ano de 2007 contribuía com os recursos para o SUS, mas esse imposto foi extinto no dia 31 de dezembro de 2007... Então, são essas as fontes de recursos para o SUS? Atualmente, as fontes que asseguram o maior aporte de recursos ao Ministério da Saúde (ou seja, SUS) são a contribuição sobre o faturamento (COFINS), os recursos da Seguridade Social e a Contribuição Sobre o Lucro Líquido (CSLL). Os recursos provenientes de fontes fiscais são destinados praticamente à cobertura de despesas com pessoal e encargos sociais. E como o recurso recebido pela União deve ser aplicado pelos Estados, Distrito Federal e Municípios? VIDEO_08_MEDPRE01 De acordo com a Portaria 3.992, de 28 de dezembro de 2017, os recursos serão organizados e distribuídos através dos seguintes blocos de financiamento: I – Bloco de Custeio das Ações e Serviços Públicos de Saúde; e II – Bloco de Investimento na Rede de Serviços Públicos de Saúde. Esses blocos deverão seguir as seguintes regras:Esses blocos deverão seguir as seguintes regras: ● Os recursos que compõem cada Bloco de Financiamento serão transferidos, fundo a fundo, de forma regular e automática, em conta corrente específica e única para cada bloco; ● Os recursos que compõem cada Bloco de Financiamento devem ser aplicados em ações e serviços públicos de saúde relacionados ao próprio bloco; ● Os recursos financeiros referentes ao Bloco de Custeio terão o seguinte destino: manutenção da prestação das ações e serviços públicos de saúde e para o funcionamento dos órgãos e estabelecimentos responsáveis pela implementação das ações e serviços públicos de saúde, ficando vedada a utilização de recursos financeiros deste bloco para o pagamento de: servidores inativos; servidores ativos, exceto aqueles contratados exclusivamente para desempenhar funções relacionadas aos serviços previstos no respectivo Plano de Saúde; gratificação de função de cargos comissionados, exceto aqueles diretamente ligados às funções relacionadas aos serviços previstos no respectivo Plano de Saúde; pagamento de assessorias ou consultorias prestadas por servidores públicos pertencentes ao quadro do próprio Município ou do Estado; e obras de construções novas, bem como de ampliações e adequações de imóveis já existentes, ainda que utilizados para a realização de ações e/ou serviços de saúde; ● Os recursos financeiros referentes ao Bloco de Investimento na Rede de Serviços de Saúde terão o seguinte destino: aquisição de equipamentos voltados para a realização de ações e serviços públicos de saúde; obras de construções novas utilizadas para a realização de ações e serviços públicos de saúde; e obras de reforma e/ou adequações de imóveis já ATENÇÃO A contribuição sobre folha de salários (INSS), embora entre no orçamento da Seguridade Social, não tem mais qualquer parcela destinada à saúde. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech existentes utilizados para a realização de ações e serviços públicos de saúde, ficando vedada a utilização de recursos financeiros desse Bloco em órgãos e unidades voltados, exclusivamente, à realização de atividades administrativas. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2018 HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTÔNIO PEDRO – UFF – RJ A COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social), uma das principais fontes de recursos do Orçamento da União para a Saúde, tem origem na: a) Receita das pessoas jurídicas. b) Alíquota da renda declarada das pessoas físicas. c) Movimentação de valores de natureza financeira. d) Transmissão de créditos de natureza financeira. e) Alíquota de lucros presumidos. R. A Contribuição para Financiamento da Seguridade Social destina-se ao financiamento da seguridade social. E, para que exista, conta com contribuição de7% sobre a receita de pessoas jurídicas. Resposta: letra A. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015 HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE JUNDIAÍ – FMJ – SP O Ministério da Saúde lançou, em 2011, o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade – PMAQ, com o objetivo de melhorar o acesso e a qualidade do cuidado na Atenção Básica, e prevê etapas: adesão, contratualização, desenvolvimento, avaliação externa e recontratualização. O financiamento desse programa se dá com recursos: a) De Termo Aditivo parlamentar. b) Do Piso de Atenção Básica Variável. c) Do Banco Nacional de Desenvolvimento – BNDES. d) Do Piso de Atenção Básica Fixo. e) Do rateio proporcional entre as três esferas de governo. R. Questão tranquila agora. Resposta: letra B. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 29/2000 (EC 29) Determinou a vinculação e estabeleceu a base de cálculo e os percentuais mínimos de recursos orçamentários que a União, os estados, Distrito Federal e municípios são obrigados a aplicar em ações e serviços públicos de saúde. Recursos mínimos a serem aplicados em saúde. Segundo a EC nº 29, no caso da União, os recursos mínimos a serem aplicados em ações e serviços públicos de saúde, no período do ano de 2001 até 2004, correspondem ao valor efetivamente empenhado pela União em ações e serviços públicos de saúde no ano imediatamente anterior, corrigido pela variação nominal do Produto Interno Bruto – PIB – do ano em que se elabora a proposta orçamentária. E se a variação do PIB for negativa? Nesses casos, o repasse nunca será inferior ao fornecido no ano anterior, devendo apenas se manter inalterado! Para os estados e os municípios, até o exercício financeiro de 2004, deve ser observada a seguinte regra: a) Os estados e municípios cujo percentual aplicado em 2000 tiver sido inferior a 7% deverão aumentá-lo progressivamente de modo a atingir o mínimo previsto para os anos subsequentes, conforme o quadro a seguir; b) O caso do Distrito Federal é especial. As receitas orçamentárias dessa instância da Federação possuem componentes que são não só típicos das receitas estaduais, mas também das municipais. Assim, segundo a correspondência desses componentes, aplica-se o percentual mínimo de vinculação dos estados ou dos municípios. SAIBA MAIS Até a publicação dessa nova portaria, que define somente dois blocos de financiamento, existia uma outra que definia seis blocos de financiamento (para atenção básica, para atenção de média e alta complexidade, para vigilância em saúde, para assistência farmacêutica, para a gestão do SUS e para investimento em saúde). Nessa antiga, o dinheiro recebido pelos municípios, estados e Distrito Federal da União para financiar a atenção básica deveria ser usado somente para atenção básica, da assistência farmacêutica, só para assistência farmacêutica, e assim por diante... E qual é o problema detectado com isso? Estava engessando a liberdade dos municípios, estados e Distrito Federal na aplicação dos recursos, pois às vezes faltava para atenção básica e sobrava no bloco de investimento, sem a possibilidade de manejo, ou seja, não podia pegar a sobra de um bloco e passar para o outro. Então, o objetivo de somente dois blocos é acabar com esse problema, deixando os municípios, estados e Distrito Federal livres para readequação de recursos conforme a necessidade local. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech Percentuais mínimos de vinculação da receita própria em ações e serviços de saúde – Emenda Constitucional nº 29. Veja as questões: RESIDÊNCIA MÉDICA – 2011 HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE – HCPA – RS O vínculo de percentuais dos orçamentos municipais e estaduais para ações e serviços públicos de saúde foi estabelecido: a) Em decorrência da ampliação da Estratégia de Saúde da Família. b) Através da Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080/1990) e das Normas Operacionais Básicas (NOBs). c) Por emenda constitucional ainda não regulamentada. d) Por meio do Pacto pela Saúde. e) Através da Programação e Pactuação Integrada. R. Como você acabou de ver, esses percentuais foram estabelecidos pela EC Nº 29, que, como você verá abaixo, só foi regulamentada no ano seguinte à elaboração da questão. Portanto, resposta: assertiva C. Agora veja essa questão da Universidade Federal de Goiás: Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, no ano 2000, o País gastou com saúde 8,3% do Produto Interno Bruto (PIB), dos quais o setor público participou com quase 34 bilhões de reais, incluídas as participações federais, estaduais e municipais. Conforme os dados armazenados no Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS), com base nos Balanços dos Governos Estaduais e Ministério da Saúde/SIOPS (dados informados até 12 de Abril de 2004), os estados deixaram de aplicar R$1.789.048.849, neste mesmo ano, e os municípios participaram com 0,89% do PIB. É certo que a aplicação da Emenda Constitucional 29 (EC-29) representou um acréscimo dos recursos públicos aplicados em ações e serviços de saúde. A previsão constitucional de responsabilidade compartilhada no financiamento prescreve a correção dos recursos M destinados à saúde pela União segundo a variação nominal do Produto Interno Bruto – PIB. Para os Estados, Distrito Federal e Municípios, o montante mínimo de recursos aplicados em saúde deve corresponder a um percentual da receita de impostos e transferências constitucionais e legais. Para o ano de 2004, esses percentuais foram de: a) 12% para os municípios e 15% para os estados e Distrito Federal. b) 10% para os municípios e 12% para os estados e Distrito Federal. c) 15% para os municípios e 12% para os estados e Distrito Federal. d) 15% para os municípios e 15% para os estados e Distrito Federal. e) 12% para os municípios e 12% para os estados e Distrito Federal. R. Pela primeira parte das alternativas, já excluímos as letras A, B e E, pois para o ano de 2004 o percentual mínimo municipal é de 15%. Ficamos então entre as letras C e D. Qual marcar? A letra D você exclui, pois para os estados o percentual mínimo deve ser 12%. Sobrou então a letra C, mas ela está correta? Não, pois o caso do Distrito Federal é especial. As receitas orçamentárias dessa instância da Federação possuem componentes que são não só típicos das receitas estaduais, mas também das municipais. Assim, segundo a correspondência desses componentes, aplica-se o percentual mínimo de vinculação dos Estados ou dos Municípios. Questão sem resposta e que foi anulada pela banca do concurso. LEI COMPLEMENTAR 141 Depois de quase 12 anos de muita discussão, a EC 29 foi finalmente aprovada e sancionada pela presidente Dilma no dia 13 de Janeiro de 2012 pela Lei Complementar 141. Após a sua promulgação e modificação da Constituição Federal em 13 de janeiro de 2012, os valores ficaram, portanto, fixados em 15% da receita dos municípios, 12% dos estados e o valor do ano anterior adicionado das variações do PIB para a União. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech Segundo essa Lei, serão consideradas despesas com ações e serviços de saúde: I - Vigilância em saúde, incluindo a epidemiológica e a sanitária; II - Atenção integral e universal à saúde em todos os níveis de complexidade, incluindo assistência terapêutica e recuperação de deficiências nutricionais; III - Capacitação do pessoal de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS); IV - Desenvolvimento científico e tecnológico e controle de qualidade promovidos por instituições do SUS; V - Produção, aquisição e distribuição de insumos específicos dos serviços de saúde do SUS, tais como: imunobiológicos, sangue e hemoderivados, medicamentos e equipamentos médico-odontológicos; VI - Saneamento básico de domicílios ou de pequenas comunidades, desde que seja aprovado pelo Conselho de Saúde do ente da Federação financiador da ação e esteja de acordo com as diretrizes das demais determinações previstas nesta Lei Complementar; VII - Saneamento básico dos distritos sanitários especiais indígenas e de comunidades remanescentes de quilombos; VIII - Manejo ambientalvinculado diretamente ao controle de vetores de doenças; IX - Investimento na rede física do SUS, incluindo a execução de obras de recuperação, reforma, ampliação e construção de estabelecimentos públicos de saúde; X - Remuneração do pessoal ativo da área de saúde em atividade nas ações de que trata este artigo, incluindo os encargos sociais; XI - Ações de apoio administrativo realizadas pelas instituições públicas do SUS e imprescindíveis à execução das ações e serviços públicos de saúde; e XII - Gestão do sistema público de saúde e operação de unidades prestadoras de serviços públicos de saúde. Não serão mais consideradas despesas com ações e serviços de saúde: I - Pagamento de aposentadorias e pensões, inclusive dos servidores da saúde; II - Pessoal ativo da área de saúde quando em atividade alheia à referida área; III - Assistência à saúde que não atenda ao princípio de acesso universal; IV - Merenda escolar e outros programas de alimentação, ainda que executados em unidades do SUS, ressalvando-se o disposto no inciso II do art. 3°; V - Saneamento básico, inclusive quanto às ações financiadas e mantidas com recursos provenientes de taxas, tarifas ou preços públicos instituídos para essa finalidade; VI - Limpeza urbana e remoção de resíduos; VII - Preservação e correção do meio ambiente, realizadas pelos órgãos de meio ambiente dos entes da Federação ou por entidades não governamentais; VIII - Ações de assistência social; IX - Obras de infraestrutura, ainda que realizadas para beneficiar direta ou indiretamente a rede de saúde; e X - Ações e serviços públicos de saúde custeados com recursos distintos dos especificados na base de cálculo definida nesta Lei Complementar ou vinculados a fundos específicos distintos daqueles da saúde. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 95 No final de 2016 (mais precisamente em 15 de dezembro de 2016), surgiu a EMENDA CONSTITUCIONAL nº 95. "Oh não... Mais dados para decorar" – você pensa. Calma! A mudança ocorreu apenas em relação ao repasse feito pela União. Ela determina o seguinte: I - Para o exercício de 2017, à despesa primária paga no exercício de 2016, incluídos os restos a pagar pagos e demais operações que afetam o resultado primário, corrigida em 7,2% (sete inteiros e dois décimos por cento); e II - Para os exercícios posteriores, ao valor do limite referente ao exercício imediatamente anterior, corrigido pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, ou de outro índice que vier a substituí-lo, para o período de doze meses encerrado em junho do exercício anterior a que se refere a lei orçamentária. SAIBA MAIS Anteriormente a essa nova Emenda, quem determinava o investimento mínimo em saúde pela União era a Emenda Constitucional número 86, que dizia o seguinte: A partir de sua promulgação, a União deverá investir progressivamente até chegar a um mínimo de 15% de sua receita em saúde. Da seguinte maneira: I - 13,2% (treze inteiros e dois décimos por cento) da receita corrente líquida no primeiro exercício financeiro subsequente ao da promulgação desta Emenda Constitucional; II - 13,7% (treze inteiros e sete décimos por cento) da receita corrente líquida no segundo exercício financeiro subsequente ao da promulgação desta Emenda Constitucional; III - 14,1% (quatorze inteiros e um décimo por cento) da receita corrente líquida no terceiro exercício financeiro subsequente ao da promulgação desta Emenda Constitucional; IV - 14,5% (quatorze inteiros e cinco décimos por cento) da receita corrente líquida no quarto exercício financeiro Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech REDES E PROGRAMAS Vamos discutir agora e mostrar para vocês algumas redes e programas do SUS: REDE DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS Leva em consideração que todos os usuários com quadros agudos devem ser atendidos por todas as portas de entrada dos serviços de saúde do SUS. É composta pelos seguintes componentes: ● Promoção, Prevenção e Vigilância à Saúde: objetiva estimular e fomentar o desenvolvimento de ações de saúde e educação permanentes voltadas para a vigilância e prevenção das violências e acidentes, das lesões e mortes no trânsito e das doenças crônicas não transmissíveis, além de ações intersetoriais, de participação e mobilização da sociedade, visando à promoção da saúde, prevenção de agravos e vigilância à saúde; ● Atenção Básica em Saúde: objetiva a ampliação do acesso, fortalecimento do vínculo e responsabilização e o primeiro cuidado às urgências e emergências, em ambiente adequado, até a transferência/ encaminhamento a outros pontos de atenção, quando necessário, com a implantação de acolhimento com avaliação de riscos e vulnerabilidades; ● Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e suas Centrais de Regulação Médica das Urgências: objetiva chegar precocemente à vítima após ter ocorrido um agravo à sua saúde (de natureza clínica, cirúrgica, traumática, obstétrica, pediátrica, psiquiátrica, entre outras) que possa levar a sofrimento, sequelas ou mesmo à morte, sendo necessário garantir atendimento e/ou transporte adequado para um serviço de saúde devidamente hierarquizado e integrado ao SUS; ● Sala de Estabilização: objetiva funcionar como local de assistência temporária para estabilização de pacientes críticos/graves, vinculado a um equipamento de saúde, articulado e conectado aos outros níveis de atenção, para posterior encaminhamento à Rede de Atenção à Saúde pela Central de Regulação das Urgências; ● Força Nacional de Saúde do SUS: objetiva aglutinar esforços para garantir a integralidade na assistência em situações de risco ou emergenciais para populações com vulnerabilidades específicas e/ou em regiões de difícil acesso, pautando-se pela equidade na atenção, considerando-se seus riscos; ● Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h) e o Conjunto de Serviços de Urgência 24 horas: objetiva prestar atendimento resolutivo e qualificado aos pacientes acometidos por quadros agudos ou agudizados de natureza clínica e prestar primeiro atendimento aos casos de natureza cirúrgica ou de trauma, estabilizando os pacientes e realizando a investigação diagnóstica inicial, definindo, em todos os casos, a necessidade ou não de encaminhamento a serviços hospitalares de maior complexidade; ● Atenção Hospitalar: objetiva organizar a atenção às urgências nos hospitais, atendendo à demanda espontânea e/ou referenciada, e funcionar como retaguarda para os outros pontos de atenção às urgências de menor complexidade. É constituído pelas Portas Hospitalares de Urgência, pelas enfermarias de retaguarda clínicas e de longa permanência, pelos leitos de cuidados intensivos e pela reorganização das linhas de cuidados prioritárias: Cardiologia – Infarto Agudo do Miocárdio – IAM, Neurologia e Neurocirurgia – Acidente Vascular Cerebral – AVC e Traumatologia; ● Atenção Domiciliar: objetiva a reorganização do processo de trabalho das equipes que prestam cuidado domiciliar na atenção básica, ambulatorial e hospitalar, com vistas à redução da demanda por atendimento hospitalar e/ou redução do período de permanência de pacientes internados, a humanização da atenção, a desinstitucionalização e a ampliação da autonomia dos usuários. Um pouquinho mais sobre alguns componentes... → SAMU É um programa com a função de prestar o socorro à população em casos de emergência. Atende às urgências e emergências traumáticas, clínicas, pediátricas, cirúrgicas, gineco-obstétricas, psiquiátricas, entre outras. Funciona 24 horas por dia e é constituído por médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e condutores socorristas. Atualmente, atende 75% da população brasileira. Onde ele presta assistência? Em qualquer lugar: residências, locais de trabalho, ruas. Como acionar o serviço? É acionado por chamada telefônica gratuita (192). A ligação é atendida por técnicos na Central de Regulação, que identificam o caso e transferem para o médico regulador. O Médico regulador faz o diagnóstico dasituação e inicia o atendimento no mesmo instante, orientando o paciente, ou a pessoa que fez a chamada, sobre as primeiras ações. Ele avalia se tem que ser encaminhado para um posto de saúde ou aos hospitais públicos, subsequente ao da promulgação desta Emenda Constitucional; V - 15% (quinze por cento) da receita corrente líquida no quinto exercício financeiro subsequente ao da promulgação desta Emenda Constitucional. Porém, essa EC nº 86 foi revogada, sendo substituída pela EC nº 95. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech nesse caso reservando leitos para que o atendimento tenha continuidade. O SAMU 192 é o principal componente da Política Nacional de Atenção às Urgências. As Unidades Móveis para atendimento de urgência podem ser classificadas da seguinte maneira: I - Unidade de Suporte Básico de Vida Terrestre: tripulada por no mínimo 2 (dois) profissionais, sendo um condutor de veículo de urgência e um técnico ou auxiliar de enfermagem; II - Unidade de Suporte Avançado de Vida Terrestre: tripulada por no mínimo três profissionais, sendo um condutor de veículo de urgência, um enfermeiro e um médico; III - Equipe de Aeromédico: composta por no mínimo um médico e um enfermeiro; IV - Equipe de Embarcação: composta por 2 (dois) ou 3 (três) profissionais, de acordo com o tipo de atendimento a ser realizado, contando com o condutor da embarcação e um auxiliar/ técnico de enfermagem, em casos de suporte básico de vida, e um médico e um enfermeiro, em casos de suporte avançado de vida; V - Motolância: conduzida por um profissional de nível técnico ou superior em enfermagem com treinamento para condução de motolância; e VI - Veículo de Intervenção Rápida (VIR): tripulado por um condutor de veículo de urgência, um médico e um enfermeiro. → UPA São unidades de complexidade intermediária entre as Unidades Básicas de Saúde e as portas de urgência hospitalares Faz parte do atendimento pré-hospitalar fixo (diferente do SAMU, que é móvel – ambulância). Seu funcionamento está diretamente relacionado ao SAMU, pois este último organiza o fluxo de atendimento pré-hospitalar de urgência e emergência e encaminha o paciente ao serviço de saúde adequado à situação. Funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana. Ela deve manter os pacientes em observação, por até 24 horas (se necessário), para investigação diagnóstica ou estabilização clínica, e encaminham aqueles que não conseguiram resolver para internação hospitalar via regulação. PROGRAMA FARMÁCIA POPULAR DO BRASIL Funciona atualmente com a modalidade "Aqui Tem Farmácia Popular" em parceria com farmácias particulares e drogarias comerciais. São disponibilizados gratuitamente medicamentos para o tratamento de hipertensão arterial, diabetes e asma. Além destes, são disponibilizados, com até 90% de desconto, medicamentos para: rinite, dislipidemia, doença de Parkinson, osteoporose, glaucoma, anticoncepcionais e fraldas geriátricas. REDE CEGONHA É uma estratégia onde mulheres, recém-nascidos e crianças têm direito a: ● Ampliação do acesso, acolhimento e melhoria da qualidade do pré-natal; ● Transporte tanto para o pré-natal quanto para o parto; ● Vinculação da gestante à unidade de referência para assistência ao parto – "Gestante não peregrina!" e "Vaga sempre para gestantes e bebês!"; ● Realização de parto e nascimento seguros, através de boas práticas de atenção; ● Acompanhante no parto, de livre escolha da gestante; ● Atenção à saúde da criança de 0 a 24 meses com qualidade e resolutividade; ● Acesso ao planejamento reprodutivo. Apresenta quatro componentes: (1) Pré-Natal; (2) Parto e Nascimento; (3) Puerpério e Atenção Integral à Saúde da Criança; (4) Sistema Logístico – Transporte Sanitário e Regulação SAIBA MAIS Central de regulação médica das urgências Representa a estrutura física constituída por profissionais (médicos, Telefonistas Auxiliares de Regulação Médica – TARM – e Rádio-Operadores – RO) capacitados em regulação dos chamados telefônicos que demandam orientação e/ ou atendimento de urgência, por meio de uma classificação e priorização das necessidades de assistência em urgência, além de ordenar o fluxo efetivo das referências e contrarreferências dentro de uma Rede de Atenção. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech RESIDÊNCIA MÉDICA – 2016 HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE TERESÓPOLIS COSTANTINO OTTAVIANO – FESO – RJ A rede Cegonha representa um conjunto de iniciativas que envolvem mudanças relacionadas à todas as assertivas abaixo, com EXCEÇÃO de: a) Relaciona-se fundamentalmente ao processo de cuidado da gestação, uma vez que é, sem dúvida, o ponto de maior vulnerabilidade na atenção ao pré-natal de baixo risco. b) Promove a articulação dos pontos de atenção em rede e regulação obstétrica no momento do parto. c) Estimula a qualificação técnica das equipes de atenção primária e no âmbito das maternidades. d) Melhoria da ambiência dos serviços de saúde (UBS e maternidades). e) Ampliação de serviços profissionais, para estimular a prática do parto fisiológico. R. Antes de respondermos a questão, vamos fazer mais uma pequena revisão sobre o tema. De acordo com o Ministério da Saúde, trata-se de uma estratégia que visa implementar uma rede de cuidados para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como assegurar às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis. Esta estratégia tem a finalidade de estruturar e organizar a atenção à saúde materno-infantil no País e será implantada, gradativamente, em todo o território nacional, iniciando sua implantação respeitando o critério epidemiológico, taxa de mortalidade infantil e razão mortalidade materna e densidade populacional. Suas estratégias são: atuação no processo de cuidado à gravidez, ao parto e ao nascimento; na articulação dos pontos de atenção em rede e regulação obstétrica no momento do parto; na qualificação técnica das equipes de atenção primária e no âmbito das maternidades; na melhoria da ambiência dos serviços de saúde (UBS e maternidades); na ampliação de serviços e profissionais, para estimular a prática do parto fisiológico; e na humanização do parto e do nascimento (Casa de Parto Normal, enfermeira obstétrica, parteiras, Casa da Mãe e do Bebê). Dito isso, vamos analisar cada alternativa: letra A – os quatro componentes da Rede Cegonha são: pré-natal, parto e nascimento, puerpério e atenção integral à saúde da criança e sistema logístico. Ou seja, está relacionado ao processo completo de atenção à gestante e não só à gestação em si. INCORRETA. Letras B, C, D e E: corretas, como dito acima. Resposta: letra A. → Caderneta da Gestante É um instrumento fundamental para o registro das informações do acompanhamento da gestação, devendo ser utilizada em todas as consultas do pré-natal do SUS. As informações da caderneta ajudam a gestante a registrar e esclarecer dúvidas, se preparar para o parto e a amamentação, conhecer sinais de alerta e seus direitos, entre outros. A caderneta é distribuída para todo Brasil e periodicamente ela é revista. Sua última atualização foi em 2016, quando a Caderneta ganhou novos campos para registro de ocorrência de exantema, visando melhor identificar sinais de alerta relacionados à possível ocorrência de infecção por Zika. REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAPS) A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) propõe um novo modelo de atenção em saúde mental, a partir do acesso e da promoção de direitos das pessoas, baseado na convivência dentro da sociedade. Além de mais acessível, a rede ainda tem como objetivo articular ações e serviços de saúde em diferentes níveis de complexidade. Serviços disponíveis: → Centro de Atenção Psicossocial – CAPS São instituições para acolher os pacientes com transtornos mentais, estimular sua integração social e familiar, apoiá-los em suas iniciativas de busca da autonomia, oferecer-lhes atendimento médico e psicológico. Sua característica principal é buscar integrá-los a um ambientesocial e cultural concreto, designado como seu território, o espaço da cidade onde se desenvolve a vida quotidiana de usuários e familiares. Representam um programa com valor estratégico para a Reforma Psiquiátrica Brasileira. São serviços que entram para SUBSTITUIR os hospitais psiquiátricos. Tem como funções: ● Prestar atendimento clínico em regime de atenção diária, evitando as internações em hospitais psiquiátricos; ● Promover a inserção social das pessoas com transtornos mentais através de ações intersetoriais; ● Regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental na sua área de atuação e dar suporte à atenção à saúde mental na rede básica. São serviços abertos. ● Atuar em situações de crise ou nos processos de reabilitação psicossocial, incluindo álcool e outras drogas. Ou seja, é função primordial do CAPS organizar a rede de atenção às pessoas com transtornos mentais nos municípios. Modalidades: ● CAPS I: atendimento a todas as faixas etárias, para transtornos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso de substâncias psicoativas, atende cidades e/ou regiões com pelo menos 15 mil habitantes; ● CAPS II: atendimento a todas as faixas etárias, para transtornos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech de substâncias psicoativas, atende cidades e/ou regiões com pelo menos 70 mil habitantes; ● CAPS i: atendimento a crianças e adolescentes, para transtornos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso de substâncias psicoativas, atende cidades e/ou regiões com pelo menos 70 mil habitantes; ● CAPS ad Álcool e Drogas: atendimento a todas faixas etárias, especializado em transtornos pelo uso de álcool e outras drogas, atende cidades e/ou regiões com pelo menos 70 mil habitantes; ● CAPS III: atendimento com até 5 vagas de acolhimento noturno e observação, para todas faixas etárias, para transtornos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso de substâncias psicoativas, atende cidades e/ou regiões com pelo menos 150 mil habitantes ● CAPS ad III Álcool e Drogas: atendimento de 8 a 12 vagas de acolhimento noturno e observação, funcionamento 24h, para todas faixas etárias, para transtornos pelo uso de álcool e outras drogas, atende cidades e/ou regiões com pelo menos 150 mil habitantes. → Serviços Residenciais Terapêuticos – SRT São casas localizadas no espaço urbano, constituídas para responder as necessidades de moradia de pessoas com transtornos mentais graves egressas de hospitais psiquiátricos ou hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico, que perderam os vínculos familiares e sociais; moradores de rua com transtornos mentais severos, quando inseridos em projetos terapêuticos acompanhados nos CAPS. → Programa de Volta para Casa – PVC Tem por objetivo garantir a assistência, o acompanhamento e a integração social, fora da unidade hospitalar, de pessoas acometidas de transtornos mentais, com história de longa internação psiquiátrica (dois anos ou mais de internação ininterruptos). É parte integrante deste programa o auxílio- reabilitação, pago ao próprio beneficiário durante um ano, podendo ser renovado, caso necessário. → Leitos de Atenção Integral em Álcool e Outras Drogas São leitos de retaguarda em hospital geral com metas de implantação por todo o Brasil. → Escola de Redutores de Danos – ERD As Escolas de Redutores de Danos do SUS têm como objetivo a qualificação da rede de serviços, por meio da capacitação teórica e prática de segmentos profissionais e populacionais da comunidade. Vamos observar a questão abaixo para ajudar a resumir mais ainda o tema: SAIBA MAIS A Portaria nº 130 de 26 de janeiro de 2012 instituiu o primeiro CAPS com funcionamento 24 horas, o CAPS AD III, que corresponde ao Ponto de Atenção do Componente da Atenção Especializada da Rede de Atenção Psicossocial destinado a proporcionar a atenção integral e contínua a pessoas com necessidades relacionadas ao consumo de álcool, crack e outras drogas, com funcionamento nas 24 horas do dia e em todos os dias da semana, inclusive finais de semana e feriados. Poderá se destinar ao atendimento tanto de adultos, como de crianças e adolescentes. SAIBA MAIS Embora fosse um movimento contemporâneo com o movimento sanitário nos anos 70, tem uma história própria. Ocorreu dentro de um contexto internacional contra a violência nos asilos psiquiátricos. Foi iniciada no final dos anos 70, mais especificamente em 1978, com a crise do modelo centrado no hospital psiquiátrico. Nesse ano foi criado o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (formado por trabalhadores da saúde, familiares, sindicalistas, pacientes psiquiátricos, entre outros), que começa a denunciar a violência dos manicômios, a mercantilização da loucura e a hegemonia de uma rede privada de assistência. Nesse momento o movimento começa a se inspirar na experiência italiana de desinstitucionalização em psiquiatria e sua crítica brutal ao manicômio. Em 1987 é realizada a I Conferência Nacional de Saúde Mental (Rio de Janeiro), e nesse período surge o primeiro CAPS do Brasil em São Paulo. Em 1989, a Secretaria Municipal de Saúde de Santos inicia uma intervenção na Casa de Saúde Anchieta (hospital psiquiátrico, local de maus tratos e mortes de pacientes). Essa intervenção teve repercussão nacional e mostrou que o modelo hospitalocêntrico não estava de acordo com a atenção adequada. Essa experiência passa a ser marco na Reforma Psiquiátrica. A partir do ano de 1992, os movimentos sociais conseguem aprovar em vários estados brasileiros as primeiras leis que determinam a substituição progressiva dos leitos psiquiátricos por uma rede integrada de atenção à saúde mental. É a partir deste momento que a política do Ministério da Saúde para a saúde mental começa a ficar mais definida. É na década de 90, marcada pelo compromisso firmado pelo Brasil na assinatura da Declaração de Caracas e pela realização da II Conferência Nacional de Saúde Mental, que passam a entrar em vigor no país as primeiras normas federais regulamentando a implantação de serviços de atenção diária, fundadas nas experiências dos primeiros CAPS, NAPS (Núcleos de Atenção Psicossocial) e Hospitais-dia, e as primeiras normas para fiscalização e classificação dos hospitais psiquiátricos. Atualmente, existem em funcionamento no país mais de 1.000 Centros de Atenção Psicossocial. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech RESIDÊNCIA MÉDICA – 2016 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – UFPR Sobre a Lei 10.216 e o processo de reforma psiquiátrica, assinale a alternativa INCORRETA. a) Algumas estratégias de tratamento para dependência química, a partir dos preceitos da reforma psiquiátrica brasileira, são: o respeito ao usuário de substâncias psicoativas e a abordagem da questão como problema de saúde pública. b) A Lei 10.216, a lei da reforma psiquiátrica, é aprovada e começa a ser implantada no governo FHC, configurando-se como uma política de Estado e não de governo. c) Os Centros de Atenção Psicossocial foram os serviços territoriais de saúde mental que mais aumentaram nos últimos anos e trabalham em rede com outros equipamentos de saúde. d) A partir da Lei 10.216 foi vedada a internação de pacientes portadores de transtornos mentais em instituições hospitalares, preconizando-se o tratamento em liberdade. e) Unidades Básicas de Saúde, Unidades de Pronto Atendimento e Núcleos de Atenção à Saúde da Família também compõem a RAPS (Rede de Atenção Psicossocial). R. Questão sobre a Lei nº 10.216 de 6 de abril de 2001. Lembrando que esta dispôs sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais; redirecionando o modelo assistencial em saúde mental. Dito isso, vamos analisar cada letra: Letra A: excelente. O respeito ao dependente químico e a abordagem da questão de forma mais ampla são essenciais para sua resolução. Correta; Letra B: conceitual e correta. A ideia da Reforma psiquiátrica foi mudar completamente a forma de "ver" e de tratar o paciente psiquiátrico e o dependente químico.Correta; Letra C: os famosos CAPS saíram do papel e se tornaram o melhor caminho para o paciente psiquiátrico. Vamos relembrar os modelos: ● CAPS I – são serviços para cidades de pequeno porte, que devem dar cobertura para toda clientela com transtornos mentais severos durante o dia (adultos, crianças e adolescentes e pessoas com problemas devido ao uso de álcool e outras drogas); ● CAPS II – são serviços para cidades de médio porte e atendem durante o dia clientela adulta; ● CAPS III – são serviços 24h, geralmente disponíveis em grandes cidades, que atendem clientela adulta; ● CAPS i – são serviços para crianças e adolescentes, em cidades de médio porte, que funcionam durante o dia; ● CAPS ad – são serviços para pessoas com problemas pelo uso de álcool ou outras drogas, geralmente disponíveis em cidades de médio porte; ● CAPS AD III – similar ao CAPS AD, mas com portas abertas por 24h. Correta. Letra D: negativo, pois a internação continua ocorrendo, mas com alguns adendos. Vamos relembrar, portanto, o trecho da lei que aborda o assunto: "Art. 4o A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes." INCORRETA; Letra E: conceitual e correta. Resposta: letra D. SAÚDE MAIS PERTO DE VOCÊ É o programa da Atenção Básica da Saúde. Será comentado mais profundamente no próximo capítulo. Por ora, observe algumas ações e programas da Atenção Básica: → Brasil Sorridente É o programa de tratamento odontológico da atenção básica. Tem como representante as equipes de saúde bucal da estratégia de saúde da família. Também atua fora da atenção básica. Tem também a função da ampliação e qualificação da Atenção Especializada, em especial com a implantação de Centros de Especialidades Odontológicas e Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias. → Estratégia de Saúde da Família É uma estratégia de reorientação do modelo assistencial. Trabalha com a implantação de equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde. Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada. As equipes atuam com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes, e na manutenção da saúde desta comunidade. Veja mais no próximo capítulo. → Academia da Saúde Tem como objetivo contribuir para a promoção da saúde da população a partir da implantação de polos com infraestrutura, equipamentos e quadro de pessoal qualificado para a orientação de práticas corporais e atividade física e de lazer e modos de vida saudáveis. → Melhor em Casa Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech É o programa de assistência multiprofissional (médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, nutricionista, odontólogo, psicólogo e farmacêutico) gratuita para pacientes em seus lares, com cuidados mais próximos da família. É para pessoas com necessidade de reabilitação motora, idosos, pacientes crônicos sem agravamento ou em situação pós-cirúrgica, por exemplo. O programa também ajudará a reduzir as filas nos hospitais de emergência, já que a assistência, quando houver a indicação médica, passará a ser feita na própria residência do paciente, desde que haja o consentimento da família. → Consultório na Rua É uma proposta para ampliar o acesso da população de rua e ofertar, de maneira mais oportuna, atenção integral à saúde, por meio das equipes e serviços da atenção básica. As equipes de Consultórios na Rua (eCR) devem realizar as atividades de forma itinerante e, quando necessário, utilizar as instalações das Unidades Básicas de Saúde (UBS) do território, desenvolvendo ações em parceria com as equipes dessas unidades, e devem cumprir carga horária mínima semanal de 30 horas. O horário de funcionamento deve se adequar às demandas das pessoas em situação de rua, podendo ocorrer em período diurno e/ou noturno, em todos os dias da semana. São formados por equipes multiprofissionais, podendo fazer parte delas as seguintes profissões: ● A: enfermeiro, psicólogo, assistente social ou terapeuta ocupacional; ● B: agente social, técnico ou auxiliar de enfermagem, técnico em saúde bucal, cirurgião-dentista, profissional/professor de educação física ou profissional com formação em arte e educação. → Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ) O PMAQ-AB tem como objetivo incentivar os gestores e as equipes a melhorar a qualidade dos serviços de saúde oferecidos aos cidadãos do território. Para isso, propõe um conjunto de estratégias de qualificação, acompanhamento e avaliação do trabalho das equipes de saúde. O programa eleva o repasse de recursos do incentivo federal para os municípios participantes que atingirem melhora no padrão de qualidade no atendimento. O programa foi lançado em 2011 e, em 2015, iniciou seu 3º ciclo com a participação de todas as equipes de saúde da Atenção Básica (Saúde da Família e Parametrizada), incluindo as equipes de Saúde Bucal, Núcleos de Apoio à Saúde da Família e Centros de Especialidades Odontológicas que se encontrem em conformidade com a PNAB. → Programa Saúde na Hora (Portaria nº 930, de 15 de maio de 2019) Com o intuito de facilitar o acesso da população aos serviços de saúde na Atenção Básica, o programa prevê que as unidades que aderirem à proposta ampliem seus horários de atendimento para funcionamento entre 60 e 75h semanais. Assim, os municípios que ampliarem o horário de atendimento à população nas Unidades de Saúde da Família (USF) passam a receber mais recursos do Governo Federal. Como Funciona o Programa As secretarias municipais enviam proposta ao Ministério da Saúde, por meio do sistema E-Gestor, indicando quais são as USF que desejam se adaptar para o modelo de horário estendido. Após análise e aprovação do pedido, o Ministério da Saúde repassa incentivo no momento de início do horário estendido: R$ 22,8 mil para USF que optar pela carga de 60h sem atendimento odontológico e R$ 31,7 mil para USF que conta com equipes de saúde bucal. Para as que optarem pelo turno de 75h semanais, serão repassados cerca de R$ 60 mil de incentivo. Esses recursos devem ser usados para preparar as unidades que vão funcionar no novo formato. No final do primeiro mês de funcionamento no novo horário, as unidades já passam a receber mais recursos para custeio das equipes. As unidades que recebiam R$ 21,3 mil para custeio de até três equipes de Saúde da Família receberão cerca de R$ 44,2 mil e, caso optem pela carga horária de 60h semanais, receberão um incremento de 106,7% ao incentivo de custeio. Caso a unidade possua atendimento em saúde bucal, o aumento pode chegar a 122%, passando de R$ 25,8 mil para R$ 57,6 mil. Já as unidades que recebem atualmente cerca de R$ 49,4 mil para custeio de seis equipes de Saúde da Família e três de Saúde Bucal e optarem pelo turno de 75h, receberão R$ 109,3 mil se aderirem à nova estratégia – um aumento de 121% no custeio mensal. Critérios para Adesão Para aderir ao Saúde na Hora, as unidades deverão atender a alguns requisitos, como manter a composição mínima das equipes de Saúde da Família - com médico, enfermeiro, odontologista e auxiliar de enfermagem - sem reduzir o número de equipes que já atuam no município. A USF também deve funcionar sem intervalo de almoço, de segunda a sexta, podendo complementar as horas aos sábados ou domingos. Além disso, a unidade também deve ter o prontuário eletrônico implantado e atualizado. » » Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech Cada unidade participante da iniciativa deve ainda contar com um gerente da USF – profissional escolhido pelo gestor para administrar a unidade – e terá assegurado incentivo financeiro do Governo Federal para este Gerente. Este profissional deve se dedicar exclusivamente ao gerenciamento, desenvolvendo atividades como planejamento, gestão e organização do processo de trabalho, coordenação e integração da USF com outros serviços de saúde.Após início da participação no Saúde na Hora, os gestores municipais terão até 4 meses para adequar as unidades, caso contrário, podem ter suspensos os recursos adicionais referentes à participação no formato de atendimento ampliado. Os gestores locais de saúde terão autonomia para indicar quais as unidades terão o horário de atendimento ampliado, dentro de critérios estabelecidos e de acordo com a demanda e realidade local. A medida também permite mais flexibilidade na organização da Atenção Primária à Saúde, como carga horária de profissionais da Estratégia Saúde da Família e Saúde Bucal, que poderão trabalhar em escala, intercalando equipes no atendimento à população. A carga horária mínima individual deve ser de 20h semanais para médicos, enfermeiros e cirurgiões-dentistas (essa carga horária só é válida para médicos, dentistas e enfermeiros que participarem desse programa. Você verá no próximo capítulo que a carga horária deve ser de 40h semanais para os profissionais da Estratégia de Saúde da Família). PROGRAMA TELESSAÚDE BRASIL REDES Saúde Digital e Telessaúde É o componente da Estratégia e-Saúde (Saúde Digital) para o Brasil, tem como finalidade a expansão e melhoria da rede de serviços de saúde, sobretudo da Atenção Primária à Saúde (APS), e a sua interação com os demais níveis de atenção, fortalecendo as Redes de Atenção à Saúde (RAS) do SUS. Terá as seguintes diretrizes: ● Transpor barreiras socioeconômicas, culturais e, sobretudo, geográficas, para que os serviços e as informações em saúde cheguem a toda população; ● Maior satisfação do usuário, maior qualidade do cuidado e menor custo para o SUS; ● Atender aos princípios básicos de qualidade dos cuidados de saúde: segura, oportuna, efetiva, eficiente, equitativa e centrada no paciente; ● Reduzir filas de espera; ● Reduzir tempo para atendimentos ou diagnósticos especializados; ● Evitar os deslocamentos desnecessários de pacientes e profissionais de saúde. Campos de atuação da Telessaúde → Inovação em Saúde Digital e Telessaúde Busca nas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), explorar novas ideias para a resolução de problemas crônicos, de difícil solução pelos métodos usuais, e deve partir de necessidades em saúde da população. → Teleconsultoria Consultoria registrada e realizada entre trabalhadores, profissionais e gestores da área de saúde, por meio de instrumentos de telecomunicação bidirecional, com o fim de esclarecer dúvidas sobre procedimentos clínicos, ações de saúde e questões relativas ao processo de trabalho em saúde, podendo ser em tempo real ou por meio de mensagens o�ine. A linha de atendimento, 0800 644 6543, oferece consultorias gratuitas por telefone para profissionais da APS/AB, esclarecendo dúvidas, baseadas nas melhores evidências científicas, em todo o Brasil. → Telediagnóstico Consiste em serviço autônomo que utiliza as TICs para a realização de serviços de Apoio ao Diagnóstico, como a avaliação de exames à distância, facilitando o acesso à serviços especializados. Busca reduzir o tempo de diagnóstico, possibilitando tratamento para complicações previsíveis por meio do diagnóstico precoce. → Telemonitoramento Monitoramento à distância de parâmetros de saúde e/ou doença de pacientes por meio das TICs. O monitoramento pode incluir a coleta de dados clínicos, a transmissão, o processamento e o manejo por um profissional de saúde utilizando sistema eletrônico. → Telerregulação Conjunto de ações em sistemas de regulação com intuito de equacionar respostas adequadas às demandas existentes, promovendo acesso e equidade aos serviços, possibilitando a assistência à saúde. Inclui também a avaliação e o planejamento das ações, fornecendo à gestão uma inteligência reguladora operacional. A telerregulação visa fortalecer o atendimento na Atenção Primária em Saúde, permitindo qualificar e reduzir as filas de espera no atendimento especializado. → Teleducação Disponibilização de objetos de aprendizagem interativos sobre temas relacionados à saúde, ministrados à distância por meio de Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech TICs, com foco na aprendizagem no trabalho, que, por sua vez, ocorre transversalmente em seus campos de atuação. HUMANIZASUS (POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO DA ATENÇÃO E GESTÃO DO SUS) Criada pelo Ministério da Saúde em 2003 foi formulada a partir da sistematização de experiências do chamado "SUS que dá certo". Tem como objetivo utilizar os princípios do SUS nas práticas de atenção e de gestão, estimulando trocas solidárias entre gestores, trabalhadores e usuários para a produção de saúde e a produção de sujeitos. O Ministério da Saúde entende humanização do SUS como: ● Valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde: usuários, trabalhadores e gestores; ● Fomento da autonomia e do protagonismo desses sujeitos e dos coletivos; ● Aumento do grau de corresponsabilidade na produção de saúde e de sujeitos; ● Estabelecimento de vínculos solidários e de participação coletiva no processo de gestão; ● Mapeamento e interação com as demandas sociais, coletivas e subjetivas de saúde; ● Defesa de um SUS que reconhece a diversidade do povo brasileiro e a todos oferece a mesma atenção à saúde, sem distinção de idade, etnia, origem, gênero e orientação sexual; ● Mudança nos modelos de atenção e gestão em sua indissociabilidade, tendo como foco as necessidades dos cidadãos, a produção de saúde e o próprio processo de trabalho em saúde, valorizando os trabalhadores e as relações sociais no trabalho; ● Proposta de um trabalho coletivo para que o SUS seja mais acolhedor, mais ágil e mais resolutivo; ● Compromisso com a qualificação da ambiência, melhorando as condições de trabalho e de atendimento; ● Compromisso com a articulação dos processos de formação com os serviços e práticas de saúde ● Luta por um SUS mais humano, construído com a participação de todos e comprometido com a qualidade dos seus serviços e com a saúde integral para todos e qualquer um. Quais são os seus princípios? ● Inseparabilidade entre a atenção e a gestão dos processos de produção de saúde: refere-se a práticas interdependentes e complementares. A incorporação da humanização deve ocorrer considerando-se tal entendimento. ● Transversalidade: trata-se de concepções e práticas que atravessam as diferentes ações e instâncias, que aumentam o grau de abertura da comunicação intra e intergrupos e ampliam as grupalidades, o que se reflete em mudanças nas práticas de saúde. ● Autonomia e protagonismo dos sujeitos: têm relação com a corresponsabilidade entre gestores, usuários e a participação coletiva nos processos e na gestão. Na prática, os resultados desejados são: ● Redução de filas e do tempo de espera, com ampliação do acesso; ● Atendimento acolhedor e resolutivo baseado em critérios de risco; ● Implantação de modelo de atenção com responsabilização e vínculo; ● Garantia dos direitos dos usuários; ● Valorização do trabalho na saúde; ● Gestão participativa nos serviços. Conceitos que orientam o trabalho da política de humanização: ● Acolhimento: é a garantia que todos sejam atendidos quando comparecem nos serviços do SUS, mas levando em consideração as prioridades a partir da avaliação de vulnerabilidade, gravidade e risco. Exemplo: um paciente que chega procurando consulta no posto de saúde às dez horas da manhã, não pode ser mandado embora com o motivo de não estar agendado ou a agenda estar cheia... Esse paciente vai ser acolhido por alguém do serviço que deve orientá-lo e, de acordo com a necessidade, ter a sua consulta marcada ou ser atendido naquele momento. Serve para facilitar o acesso dos usuários ao SUS; ● Ambiência: criação de espaços saudáveis, acolhedores e confortáveis, que respeitem a privacidade, para se adequar a necessidade dos usuários e dos trabalhadores; ● Clínica Ampliada e Compartilhada: é uma ferramenta teórica e prática cuja finalidade é contribuir para uma abordagem clínica do adoecimento e do sofrimento, que considere a individualidadedo paciente e a complexidade do processo saúde/ doença. Em outras palavras, representa a discussão daquele caso/situação com uma equipe multiprofissional para melhora do atendimento; ● Projeto Terapêutico Singular: é o tratamento (cuidado) de indivíduos ou populações que foi programado por uma equipe multidisciplinar para que agora seja posto em prática. POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES (PNPIC) O campo das práticas integrativas e complementares contempla os sistemas médicos complexos e os recursos terapêuticos, Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech também chamado de medicina tradicional e complementar/alternativa (MT/MCA) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Tais sistemas e recursos envolvem abordagens que buscam estimular os mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde por meio de tecnologias eficazes e seguras, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade. Com a publicação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), a homeopatia, as plantas medicinais e fitoterápicas, a medicina tradicional chinesa/acupuntura, a medicina antroposófica e o termalismo social/crenoterapia foram institucionalizados no Sistema Único de Saúde (SUS). RESIDÊNCIA MÉDICA – 2017 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP A finalidade do acolhimento nos serviços de atenção primária à saúde (APS), na experiência brasileira, é: a) Classificar riscos e triar para nível secundário. b) Oferecer suporte emocional e acesso à rede de saúde mental. c) Facilitar o acesso à saúde utilizando tecnologias leves. d) Responder à demanda aguda e estabelecer plano de cuidado. R. O grande objetivo do acolhimento é facilitar o acesso aos serviços de saúde para que os pacientes não fiquem "batendo com a cara na porta". Tecnologias leves, pois o mais importante para isso são pessoas treinadas, e não material de alta complexidade. Portanto, resposta: letra C. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015 FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP – UNICAMP – SP A Política Nacional de Humanização (PNH) do Ministério da Saúde tem como um dos seus dispositivos a proposta de Projeto Terapêutico Singular (PTS). Assinale a alternativa CORRETA: a) O PTS é destinado a orientar o trabalho dos profissionais de enfermagem. b) A afirmação da hierarquia entre os profissionais da equipe é um fundamento importante para a elaboração do PTS. c) Na elaboração do PTS, deve-se considerar a hipótese de transferências na relação entre pacientes e profissionais. d) É uma função exclusiva do coordenador da equipe escolher os casos prioritários para a elaboração do PTS. R. Bom, como você observou, as letras A, B e D não podem ser a resposta. Já a alternativa C está corretíssima, pois claro que a transferência na relação deve ser levada em consideração como é feita em toda a consulta médica. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2010 INSTITUTO FERNANDES FIGUEIRA – IFF No Brasil, o trauma ocupa, desde 2005, o segundo lugar entre as causas de morte. Naquele ano, pouco mais de 47 mil pessoas foram assassinadas e 35 mil sofreram acidente de trânsito. Considerando a organização do SUS para o atendimento a estas vítimas, a estratégia criada com este objetivo é reconhecida pela sigla: a) P.S.F. b) U.P.A. c) C.A.P.S. d) S.A.M.U. R. A questão quer um serviço de atendimento de urgência/ emergência. Depois do que você acabou de observar acima, a resposta fica muito fácil. Só pode ser a letra D. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2010 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SES-PE A Política Nacional de Humanização tem como um dos princípios norteadores: a) Valorização da dimensão biológica em detrimento da subjetiva e social em todas as práticas de atenção e gestão. b) Estímulo a processos comprometidos, apenas com a produção de saúde. c) Atuação em rede com alta conectividade, de modo cooperativo e solidário, em conformidade com as diretrizes do SUS. d) Utilização da informação, da comunicação, da educação permanente e dos espaços da gestão na produção da saúde individual. e) Fortalecimento de trabalho individual em detrimento do coletivo, estimulando a transdisciplinaridade e a grupalidade. R. Letra A: incorreta, pois é a valorização da dimensão da subjetiva e social em todas as práticas de atenção e gestão. Letra B: incorreta, pois está comprometida com determinantes sociais também. Letra C: correta. Letra D: incorreta, pois envolve a produção da saúde coletiva. Letra E: incorreta, pois é o fortalecimento do trabalho coletivo. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech RESIDÊNCIA MÉDICA – 2010 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS-SP As seguintes alternativas estão de acordo com a regulamentação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-192), EXCETO: a) Quando um paciente menor de 18 anos é atendido e se encontra desacompanhado o conselho tutelar deve ser comunicado. b) No caso de óbito no local da ocorrência e havendo suspeita de crime, a equipe deverá preservar as evidências, não removendo o corpo e mantendo intacta a cena. c) O médico do SAMU, presente no local da ocorrência, pode liberar uma vítima no próprio local, independentemente do aval do médico regulador. d) Caso ocorra um óbito durante o transporte de uma vítima, o destino do corpo será determinado pelo médico regulador. e) Quando um paciente recusa atendimento a equipe deverá identificar situações de risco de vida imediato como comprometimento de vias aéreas, respiração ou sangramento abundante. R. Questão baseada na regulação médica das urgências. Boa para fazermos uma rápida revisão do tema. A única alternativa incorreta é a opção C, pois a liberação da vítima depende do aval do médico regulador. Esse fato pode ser resumido pelo seguinte trecho do manual: "A liberação de pacientes/vítimas no próprio local da ocorrência é de competência exclusiva do médico regulador, após tomar conhecimento de suas lesões e sinais vitais. Caso o médico do SAMU presente no local decida por esta conduta, deve contar com o aval e a concordância do médico regulador". ATENÇÃO BÁSICA (SAÚDE MAIS PERTO DE VOCÊ) V ocê reparou que até esse momento do texto, várias vezes citamos Atenção Básica e Saúde da Família. Mas, afinal de contas, qual é o papel delas no SUS? A partir desse momento, vamos discutir especificamente sobre elas. É importante lembrar que até aqui discutimos as normas de funcionamento (leis, NOBs, NOAS...), discutimos o financiamento, mas ainda não discutimos como pôr a "mão na massa", como atender a população... Então, mãos à obra. ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA É a estratégia prioritária para sua organização da atenção básica de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde. Trabalha com ADSCRIÇÃO DE CLIENTELA E TERRITORIALIZAÇÃO. COMPOSIÇÃO MÍNIMA Médico, preferencialmente da especialidade medicina de família e comunidade; enfermeiro, preferencialmente especialista em saúde da família; auxiliar e/ou técnico de enfermagem e Agente Comunitário de Saúde (ACS). Podendo fazer parte da equipe o Agente de Combate às Endemias (ACE) e os profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista, preferencialmente especialista em saúde da família, e auxiliar ou técnico em saúde bucal. PROESF Projeto de Expansão e Consolidação Saúde da Família – Visa contribuir para a implantação e consolidação da Estratégia de Saúde da Família em municípios com população acima de 100 mil habitantes. NASF-AB Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica. Formado por equipes de profissionais de diferentes áreas de Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech atuação, para agirem em parceria com os profissionais da Atenção Básica. ATENÇÃO BÁSICA É o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população emterritório definido, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária. CARACTERÍSTICAS DA ATENÇÃO BÁSICA ● Princípios: universalidade, equidade e integralidade. ● Diretrizes: regionalização e hierarquização, territorialização, população adscrita, cuidado centrado na pessoa, resolutividade, longitudinalidade do cuidado, coordenação do cuidado, ordenação da rede e participação da comunidade. FINANCIAMENTO Veja mais detalhes no texto. POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA (PNAB) Veja mais detalhe no texto. CARACTERÍSTICAS DA ATENÇÃO BÁSICA ● Porta de entrada: primeiro recurso para saúde da população. ● Longitudinalidade: forma contínua de atenção. ● Integralidade: lidar com todos os problemas. ● Coordenação: "saber de tudo". ● Outros: centralização na família, valorização da cultura local... MÉDICOS PELO BRASIL ● Prova de conhecimentos eliminatória e classificatória. ● Contrato CLT, carreira com progressão salarial, gratificação por desempenho e bônus para locais remotos e DSEIs. ● 13 mil vagas em áreas prioritárias: 7 mil vagas a mais, sendo 4 mil no Norte e Nordeste. ● Acompanhamento do tutor presencial e semipresencial. ● Gratificação por desempenho. INSTRUMENTOS DE ABORDAGEM FAMILIAR E SUAS ESPECIFICAÇÕES ● Genograma: representação gráfica das interações familiares. ● Ecomapa: representação gráfica da família com a comunidade (escola, igreja...). ● O Ciclo de Vida: fases do processo evolutivo ao longo da vida. ● APAGAR: avaliação da satisfação familiar. ● PRACTICE: avaliação funcional da família. ● FIRO: orientações fundamentais nas relações interpessoais. MÉTODO CLÍNICO CENTRADO NA PESSOA Seis componentes: explorar a experiência pessoal com a doença, entender a pessoa como um todo, elaborar plano em conjunto, incorporação da prevenção e promoção da saúde, intensificação do relacionamento entre pessoa e médico, e ser realista. ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA – ESF Iniciada em 1994, é uma das principais estratégias da Atenção Básica da saúde. Tem como objetivo reorganizar a Atenção Básica no País, SUBSTITUINDO a rede de Atenção Básica tradicional, por essa nova proposta. DEVE SER A PORTA DE ENTRADA DO SISTEMA!!! As equipes são multiprofissionais compostas por, no mínimo, médico, preferencialmente da especialidade medicina de família e comunidade; enfermeiro, preferencialmente especialista em saúde da família; auxiliar e/ou técnico de enfermagem e Agente Comunitário de Saúde (ACS). Podendo fazer parte da equipe o Agente de Combate às Endemias (ACE) e os profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista, preferencialmente especialista em saúde da família, e auxiliar ou técnico em saúde bucal. VIDEO_09_MEDPRE01 A população sob o cuidado da equipe de Saúde da Família (e também da Atenção Básica) deve ser de 2.000 a 3.500 pessoas. Mas cabe a observação que podem existir outros arranjos da quantidade de pessoas adscritas, facultando aos gestores locais, conjuntamente com as equipes que atuam na Atenção Básica e Conselho Municipal ou Local de Saúde, a possibilidade de definir outro parâmetro populacional de responsabilidade da equipe, podendo ser maior ou menor do que o parâmetro recomendado, levando em consideração as vulnerabilidades, os riscos e a dinâmica comunitária. As equipes atuam com ações de: promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech mais frequentes, e na manutenção da saúde desta comunidade. Age sobre uma área determinada (TERRITORIALIZAÇÃO) com essa população cadastrada (ADSCRIÇÃO DE CLIENTELA). Inclusive, sua primeira atividade deve ser a territorialização e diagnóstico de saúde da comunidade. Primeiramente, saber quem é a população que devo atender e, além disso, qual é o maior problema de saúde dessa comunidade para maior intervenção (seguir o princípio da equidade). É um modelo que privilegia o SER HUMANO EM RELAÇÃO À DOENÇA E A COMUNIDADE EM RELAÇÃO AO INDIVIDUAL. Utiliza tecnologia de ALTA COMPLEXIDADE (muito conhecimento) e BAIXA DENSIDADE (equipamentos reduzidos com máxima resolutibilidade). Como faz parte do SUS, tem que seguir TODOS os seus princípios (universalidade, equidade, resolubilidade...). Para a equipe de Saúde da Família, a carga horária deve ser de 40 (quarenta) horas semanais para todos os profissionais de saúde membros da ESF. Dessa forma, os profissionais da ESF poderão estar vinculados a apenas uma equipe de Saúde da Família. Embora essa carga horária e vínculo a equipe possam ter flexibilidade na dependência da aderência ao Programa Saúde na Hora, como visto no capítulo anterior. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2018 FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP UNICAMP – SP A Secretaria Municipal de Saúde está debatendo duas possibilidades de arranjo para a Atenção Básica. Proposta 1: uma equipe ficaria com quatro médicos e teria quatro mil pessoas na população adscrita. Proposta 2: haveria quatro equipes, cada uma com um médico e mil pessoas adscritas. A carga horária total dos médicos seria a mesma nas duas propostas. Considerando os atributos da atenção básica, assinale a alternativa CORRETA: a) A Proposta 1 é mais adequada à "continuidade da atenção". b) A Proposta 2 é mais adequada à "coordenação da atenção". c) A Proposta 1 é mais adequada à "abordagem comunitária". d) A Proposta 2 é mais adequada à "programação em saúde". R. Pelas alternativas: A - Quando nos deparamos com quatro médicos para uma mesma equipe, teremos uma redução do vínculo dos profissionais com seus pacientes, uma vez que todos os pacientes terão acesso aos quatro profissionais. Com a redução do vínculo, a longitudinalidade, ou continuidade da atenção, fica comprometida. INCORRETA; B - Na proposta 2, a coordenação do cuidado fica bem mais tangível. Isso porque a população adscrita em cada equipe é menor, facilitando o "controle" sobre os pacientes. Fica mais fácil, por exemplo, saber se um indivíduo foi bem atendido em um nível secundário ou terciário. CORRETA; C - A divisão de uma mesma equipe por quatro médicos é contrária à orientação comunitária (ou abordagem) uma vez que o conhecimento sobre as condições relacionadas aos quatro mil pacientes ficará reduzida pela divisão entre os quatro médicos. INCORRETA; D - Essa é uma opção fácil de excluir, pois programação em saúde não é um atributo da atenção primária (ou básica). INCORRETA. Resposta: letra B. SAIBA MAIS Equipe de Atenção Primária (Básica) – eAP A eAP difere da equipe de Saúde da Família (eSF) em sua composição, de modo a atender às características e necessidades de cada município. Elas deverão ser compostas, minimamente, por médicos preferencialmente especialistas em medicina de família e comunidade, e enfermeiros preferencialmente especialistas em saúde da família cadastrados em uma mesma Unidade de Saúde. As eAP poderão ser de duas modalidades, de acordo com a carga horária: Modalidade I: a carga horária mínima individual dos profissionais deverá ser de 20 (vinte) horas semanais, com população adscrita correspondente a 50% (cinquenta por cento) da população adscrita para uma eSF; ou Modalidade II: a carga horária mínima individual dos profissionais deverá ser de 30 (trinta) horas semanais, com população adscrita correspondente a 75% (setenta e cinco por cento) da população adscrita para uma eSF. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech RESIDÊNCIA MÉDICA – 2018 SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE – SES-RJ Em relação ao manejo e acompanhamento de pacientes com doenças crônicas, é necessário: a) Iniciar o tratamento precoce e encaminhar o caso para uma clínica especializada. b) Intervir de maneira agressiva, mas com o envolvimento dos familiares no cuidado. c) Solicitar exames para avaliação das complicações e garantir a coordenação do cuidado. d) Garantir o acesso, o acompanhamento longitudinal e integral e estimular o autocuidado. R. Pelas afirmativas: Letra A: na grande maioria das vezes uma médico generalista de atenção básica consegue atender sem problemas casos de doenças crônicas, como HAS ou DM.O encaminhamento para um especialista focal (cardiologista ou endocrinologista) só deve ser feito em casos particulares. INCORRETA; INCORRETA; Letra B: a intervenção agressiva não deve ser feita em todos os casos, mas sim em alguns poucos. INCORRETA; Letra C: a solicitação de exames para avaliar complicações é algo feito caso a caso. Sendo assim, não é uma determinação para todos os casos de indivíduos com doenças crônicas. INCORRETA; Letra D: item que comentou 3 dos 4 atributos essenciais da Atenção Primária (porta de entrada, longitudinalidade e integralidade) e ainda citou o autocuidado… CORRETA. Resposta: letra D. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015 HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP-RP Médico de família e comunidade foi contratado para trabalhar em um pequeno município que está implantando a Estratégia de Saúde da Família (ESF). Ele vai trabalhar juntamente com uma enfermeira, uma auxiliar de enfermagem e 5 agentes comunitários de saúde em uma unidade de saúde da família (USF). Como primeira ação a equipe discutiu a necessidade de conhecer a população da área que ficará sob a responsabilidade da USF. O médico chamou a atenção da equipe para a importância desta ação visto que ela permitirá a compreensão das condições de vida das pessoas daquele bairro, ou seja, identificar as relações existentes entre ambiente, trabalho, lazer, moradia, transporte, situação de saúde, o acesso aos serviços de saúde, entre outros. Os demais membros da equipe concordaram com ele e, então, passaram a definir a estratégia para organizar a primeira atividade da USF. De acordo com o processo de trabalho da estratégia de saúde da família como é denominada esta ação? a) Territorialização. b) Cadastramento. c) Controle social. d) Mapeamento. R. A primeira atividade da equipe deve ser a territorialização. Tem que saber em que área a equipe vai atuar primeiro. Resposta: letra A. SOBRE OS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE (ACS) O número de ACS por equipe deverá ser definido de acordo com base populacional, critérios demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos, de acordo com definição local. Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabilidade social, recomenda-se a cobertura de 100% da população, com número máximo de 750 pessoas por ACS. Nos municípios onde há somente os agentes comunitários de saúde, sem médicos, mas com enfermeiros supervisionando, chamamos de Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS), sendo esse programa considerado uma transição para a Saúde da Família. O número de ACS e ACE por equipe deverá ser definido de acordo com a base populacional (critérios demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos), conforme legislação vigente, ressaltando que cada ACS tem uma microárea sob sua responsabilidade, cuja população não deve ultrapassar 750 pessoas. Vale ressaltar que o cumprimento da carga horária deve ser integral (40 horas semanais) por toda a equipe de agentes comunitários, composta por ACS e enfermeiro supervisor. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech ESPECIFICIDADES DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR): são equipes que desempenham parte significativa de suas funções em UBS construídas e/ou localizadas nas comunidades pertencentes à área adstrita e cujo acesso se dá por meio fluvial e que, pela grande dispersão territorial, necessitam de embarcações para atender as comunidades dispersas no território. As eSFR são vinculadas a uma UBS, que pode estar localizada na sede do Município ou em alguma comunidade ribeirinha localizada na área adstrita. A eSFR será formada por equipe multiprofissional composta por no mínimo: 1 (um) médico, preferencialmente da especialidade de Família e Comunidade, 1 (um) enfermeiro, preferencialmente especialista em Saúde da Família, e 1 (um) auxiliar ou técnico de enfermagem, podendo acrescentar a esta composição, como parte da equipe multiprofissional, o ACS e ACE e os profissionais de saúde bucal: 1 (um) cirurgião dentista, preferencialmente especialista em saúde da família, e 1 (um) técnico ou auxiliar em saúde bucal. Nas hipóteses de grande dispersão populacional, as eSFR podem contar, ainda, com: até 24 (vinte e quatro) agentes comunitários de saúde; até 12 (doze) microscopistas, nas regiões endêmicas; até 11 (onze) auxiliares/técnicos de enfermagem; e 1 (um) auxiliar/técnico de saúde bucal. As eSFR poderão, ainda, acrescentar até 2 (dois) profissionais da área da saúde de nível superior à sua composição, dentre enfermeiros ou outros profissionais previstos nas equipes de NASF-AB. Os agentes comunitários de saúde, os auxiliares/técnicos de enfermagem extras e os auxiliares/técnicos de saúde bucal cumprirão carga horária de até 40 (quarenta) horas semanais de trabalho e deverão residir na área de atuação. As eSFR prestarão atendimento à população por, no mínimo, 14 (quatorze) dias mensais, com carga horária equivalente a 8 (oito) horas diárias. Para as comunidades distantes da UBS de referência, as eSFR adotarão circuito de deslocamento que garanta o atendimento a todas as comunidades assistidas, ao menos a cada 60 (sessenta) dias, para assegurar a execução das ações de Atenção Básica. Caso necessário, poderão possuir unidades de apoio, estabelecimentos que servem para atuação das eSFR e que não possuem outras equipes de Saúde da Família vinculadas. Para operacionalizar a atenção à saúde das comunidades ribeirinhas dispersas no território de abrangência, a eSFR receberá incentivo financeiro de custeio para logística, que considera a existência das seguintes estruturas: a) Até 4 (quatro) unidades de apoio (ou satélites), vinculadas e informadas no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde vigente, utilizada(s) como base(s) da(s) equipe(s), onde será realizada a atenção de forma descentralizada; e b) Até 4 (quatro) embarcações de pequeno porte exclusivas para o deslocamento dos profissionais de saúde da(s) equipe(s) vinculada(s) ao Estabelecimento de Saúde de Atenção Básica. Todas as unidades de apoio ou satélites e embarcações devem estar devidamente informadas no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde vigente, a qual as eSFR estão vinculadas. Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF): são equipes que desempenham suas funções em Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF), responsáveis por comunidades dispersas, ribeirinhas e pertencentes à área adstrita, cujo acesso se dá por meio fluvial. A eSFR será formada por equipe multiprofissional composta por, no mínimo: 1 (um) médico, preferencialmente da especialidade de Família e Comunidade, 1 (um) enfermeiro, preferencialmente especialista em Saúde da Família, e 1 (um) auxiliar ou técnico de enfermagem, podendo acrescentar a esta composição, como parte da equipe multiprofissional, o ACS e ACE e os profissionais de saúde bucal: 1 (um) cirurgião dentista, preferencialmente especialista em saúde da família, e 1 (um) técnico ou auxiliar em saúde bucal. Devem contar também com 1 (um) técnico de laboratório e/ou bioquímico. Estas equipes poderão incluir, na composição mínima, os profissionais de saúde bucal, 1 (um) cirurgião dentista, preferencialmente especialista em saúde da família, e 1 (um) técnico ou auxiliar em Saúde Bucal. Poderão, ainda, acrescentar até 2 (dois) profissionais da área da saúde de nível superior à sua composição, dentre enfermeiros ou outros profissionais previstos para os NASF-AB. Para as comunidades distantes da Unidade Básica de Saúde de referência, a eSFF adotará circuito de deslocamento que garanta o atendimento a todas as comunidades assistidas, ao menos a cada 60 (sessenta) dias, para assegurar a execução das ações de Atenção Básica. Para operacionalizar a atenção à saúde das comunidades ribeirinhas dispersas no território de abrangência, onde a UBS Fluvial não conseguir aportar, a eSFF poderá receber incentivo financeiro de custeio para logística, que considera a existência das seguintes estruturas: a) Até 4 (quatro) unidades deapoio (ou satélites), vinculadas e informadas no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde vigente, utilizada(s) como base(s) da(s) equipe(s), onde será realizada a atenção de forma descentralizada; e b) Até 4 (quatro) embarcações de pequeno porte exclusivas para o deslocamento dos profissionais de saúde da(s) equipe(s) vinculada(s) ao Estabelecimento de Saúde de Atenção Básica. Equipe de Consultório na Rua (eCR): equipe de saúde com composição variável, responsável por articular e prestar Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech atenção integral à saúde de pessoas em situação de rua ou com características análogas em determinado território, em unidade fixa ou móvel, podendo ter as modalidades e respectivos regramentos descritos em portaria específica.. São itens necessários para o funcionamento das equipes de Consultório na Rua (eCR): a) Realizar suas atividades de forma itinerante, desenvolvendo ações na rua, em instalações específicas, na unidade móvel e também nas instalações de Unidades Básicas de Saúde do território onde está atuando, sempre articuladas e desenvolvendo ações em parceria com as demais equipes que atuam na atenção básica do território (eSF/eAB/UBS e NASF- AB), e dos Centros de Atenção Psicossocial, da Rede de Urgência/Emergência e dos serviços e instituições componentes do Sistema Único de Assistência Social entre outras instituições públicas e da sociedade civil; b) Cumprir a carga horária mínima semanal de 30 horas. Porém seu horário de funcionamento deverá ser adequado às demandas das pessoas em situação de rua, podendo ocorrer em período diurno e/ ou noturno em todos os dias da semana; e c) As eCR poderão ser compostas pelas categorias profissionais especificadas em portaria específica. Na composição de cada eCR deve haver, preferencialmente, o máximo de dois profissionais da mesma profissão de saúde, seja de nível médio ou superior. Todas as modalidades de eCR poderão agregar agentes comunitários de saúde. O agente social, quando houver, será considerado equivalente ao profissional de nível médio. Entende-se por agente social o profissional que desempenha atividades que visam garantir a atenção, a defesa e a proteção às pessoas em situação de risco pessoal e social, assim como aproximar as equipes dos valores, modos de vida e cultura das pessoas em situação de rua. Para vigência enquanto equipe, deverá cumprir os seguintes requisitos: I - Demonstração do cadastramento da eCR no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES); e II - Alimentação de dados no Sistema de Informação da Atenção Básica vigente, conforme norma específica. Em Municípios ou áreas que não tenham Consultórios na Rua, o cuidado integral das pessoas em situação de rua deve seguir sendo de responsabilidade das equipes que atuam na Atenção Básica, incluindo os profissionais de saúde bucal e os Núcleos Ampliados à Saúde da Família e equipes de Atenção Básica (NASF-AB) do território onde estas pessoas estão concentradas. Para cálculo do teto das equipes dos Consultórios na Rua de cada município, serão tomados como base os dados dos censos populacionais relacionados à população em situação de rua realizados por órgãos oficiais e reconhecidos pelo Ministério da Saúde. As regras estão publicadas em portarias específicas que disciplinam composição das equipes, valor do incentivo financeiro, diretrizes de funcionamento, monitoramento e acompanhamento das equipes de consultório na rua entre outras disposições. Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP): são compostas por equipe multiprofissional que deve estar cadastrada no Sistema Nacional de Estabelecimentos de Saúde vigente, e com responsabilidade de articular e prestar atenção integral à saúde das pessoas privadas de liberdade. Com o objetivo de garantir o acesso das pessoas privadas de liberdade no sistema prisional ao cuidado integral no SUS, é previsto, na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP), que os serviços de saúde no sistema prisional passam a ser ponto de atenção da Rede de Atenção à Saúde (RAS) do SUS, qualificando também a Atenção Básica no âmbito prisional como porta de entrada do sistema e ordenadora das ações e serviços de saúde, devendo realizar suas atividades nas unidades prisionais ou nas Unidades Básicas de Saúde a que estiver vinculada, conforme portaria específica. SOBRE AS ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA E DA ATENÇÃO BÁSICA Atribuições Comuns a Todos os Profissionais: I - Participar do processo de territorialização e mapeamento da área de atuação da equipe, identificando grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos e vulnerabilidades; II - Cadastrar e manter atualizado o cadastramento e outros dados de saúde das famílias e dos indivíduos no sistema de informação da Atenção Básica vigente, utilizando as informações sistematicamente para a análise da situação de saúde, considerando as características sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do território, priorizando as situações a serem acompanhadas no planejamento local; III - Realizar o cuidado integral à saúde da população adscrita, prioritariamente no âmbito da Unidade Básica de Saúde, e quando necessário, no domicílio e demais espaços comunitários (escolas, associações, entre outros), com atenção especial às populações que apresentem necessidades específicas (em situação de rua, em medida socioeducativa, privada de liberdade, ribeirinha, fluvial, etc.); IV - Realizar ações de atenção à saúde conforme a necessidade de saúde da população local, bem como aquelas previstas nas prioridades, protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, assim como na oferta nacional de ações e serviços essenciais e ampliados da AB; Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech V - Garantir a atenção à saúde da população adscrita, buscando a integralidade por meio da realização de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, prevenção de doenças e agravos e da garantia de atendimento da demanda espontânea, da realização das ações programáticas, coletivas e de vigilância em saúde, e incorporando diversas racionalidades em saúde, inclusive Práticas Integrativas e Complementares; VI - Participar do acolhimento dos usuários, proporcionando atendimento humanizado, realizando classificação de risco, identificando as necessidades de intervenções de cuidado, responsabilizando-se pela continuidade da atenção e viabilizando o estabelecimento do vínculo; VII - Responsabilizar-se pelo acompanhamento da população adscrita ao longo do tempo no que se refere às múltiplas situações de doenças e agravos, e às necessidades de cuidados preventivos, permitindo a longitudinalidade do cuidado; VIII - Praticar cuidado individual, familiar e dirigido a pessoas, famílias e grupos sociais, visando propor intervenções que possam influenciar os processos saúde-doença individual, das coletividades e da própria comunidade; IX - Responsabilizar-se pela população adscrita mantendo a coordenação do cuidado mesmo quando necessita de atenção em outros pontos de atenção do sistema de saúde; X - Utilizar o Sistema de Informação da Atenção Básica vigente para registro das ações de saúde na AB, visando subsidiar a gestão, planejamento, investigação clínica e epidemiológica, e à avaliação dos serviços de saúde; XI - Contribuir para o processo de regulação do acesso a partir da Atenção Básica, participando da definição de fluxos assistenciais na RAS, bem como da elaboração e implementação de protocolos e diretrizes clínicas e terapêuticas para a ordenação desses fluxos; XII - Realizar a gestão das filas de espera, evitando a prática do encaminhamento desnecessário, com base nos processos de regulação locais (referência e contrarreferência), ampliando-a para um processo de compartilhamento de casos e acompanhamento longitudinal de responsabilidade das equipes que atuam na atenção básica; XIII - Prever nos fluxos da RAS entre os pontos de atenção de diferentesconfigurações tecnológicas a integração por meio de serviços de apoio logístico, técnico e de gestão, para garantir a integralidade do cuidado; XIV - Instituir ações para segurança do paciente e propor medidas para reduzir os riscos e diminuir os eventos adversos; XV - Alimentar e garantir a qualidade do registro das atividades nos sistemas de informação da Atenção Básica, conforme normativa vigente; XVI - Realizar busca ativa e notificar doenças e agravos de notificação compulsória, bem como outras doenças, agravos, surtos, acidentes, violências, situações sanitárias e ambientais de importância local, considerando essas ocorrências para o planejamento de ações de prevenção, proteção e recuperação em saúde no território; XVII - Realizar busca ativa de internações e atendimentos de urgência/emergência por causas sensíveis à Atenção Básica, a fim de estabelecer estratégias que ampliem a resolutividade e a longitudinalidade pelas equipes que atuam na AB; XVIII - Realizar visitas domiciliares e atendimentos em domicílio às famílias e pessoas em residências, Instituições de Longa Permanên cia (ILP), abrigos, entre outros tipos de moradia existentes em seu território, de acordo com o planejamento da equipe, necessidades e prioridades estabelecidas; XIX - Realizar atenção domiciliar a pessoas com problemas de saúde controlados/compensados com algum grau de dependência para as atividades da vida diária e que não podem se deslocar até a Unidade Básica de Saúde; XX - Realizar trabalhos interdisciplinares e em equipe, integrando áreas técnicas, profissionais de diferentes formações e até mesmo outros níveis de atenção, buscando incorporar práticas de vigilância, clínica ampliada e matriciamento ao processo de trabalho cotidiano para essa integração (realização de consulta compartilhada – reservada aos profissionais de nível superior, construção de Projeto Terapêutico Singular, trabalho com grupos, entre outras estratégias, em consonância com as necessidades e demandas da população); XXI - Participar de reuniões de equipes a fim de acompanhar e discutir em conjunto o planejamento e avaliação sistemática das ações da equipe, a partir da utilização dos dados disponíveis, visando a readequação constante do processo de trabalho; XXII - Articular e participar das atividades de educação permanente e educação continuada; XXIII - Realizar ações de educação em saúde à população adstrita, conforme planejamento da equipe e utilizando abordagens adequadas às necessidades deste público; XXIV - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da UBS; XXV - Identificar parceiros e recursos na comunidade que possam potencializar ações intersetoriais; XXVI - Acompanhar e registrar no Sistema de Informação da Atenção Básica e no mapa de acompanhamento do Programa Bolsa Família (PBF), e/ou outros programas sociais equivalentes, as condicionalidades de saúde das famílias beneficiárias; e XXVII - Realizar outras ações e atividades, de acordo com as prioridades locais, definidas pelo gestor local. Atribuições Específicas dos Profissionais Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech Agente Comunitário de Saúde (ACS) e Agente de Combate a Endemias (ACE) Além das atribuições comuns a todos os profissionais da equipe de AB, são atribuições dos ACS e ACE: a) Atribuições comuns do ACS e ACE: I - Realizar diagnóstico demográfico, social, cultural, ambiental, epidemiológico e sanitário do território em que atuam, contribuindo para o processo de territorialização e mapeamento da área de atuação da equipe; II - Desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, em especial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativas individuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos de doenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; III - Realizar visitas domiciliares com periodicidade estabelecida no planejamento da equipe e conforme as necessidades de saúde da população, para o monitoramento da situação das famílias e indivíduos do território, com especial atenção às pessoas com agravos e condições que necessitem de maior número de visitas domiciliares; IV - Identificar e registrar situações que interfiram no curso das doenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissão de doenças infecciosas e agravos; V - Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevenção individual e coletiva; VI - Identificar casos suspeitos de doenças e agravos, encaminhar os usuários para a unidade de saúde de referência, registrar e comunicar o fato à autoridade de saúde responsável pelo território; VII - Informar e mobilizar a comunidade para desenvolver medidas simples de manejo ambiental e outras formas de intervenção no ambiente para o controle de vetores; VIII - Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços de saúde disponíveis; IX - Estimular a participação da comunidade nas políticas públicas voltadas para a área da saúde; X - Identificar parceiros e recursos na comunidade que possam potencializar ações intersetoriais de relevância para a promoção da qualidade de vida da população, como ações e programas de educação, esporte e lazer, assistência social, entre outros; e XI - Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituída pelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal. b) Atribuições do ACS: I - Trabalhar com adscrição de indivíduos e famílias em base geográfica definida e cadastrar todas as pessoas de sua área, mantendo os dados atualizados no sistema de informação da Atenção Básica vigente, utilizando-os de forma sistemática, com apoio da equipe, para a análise da situação de saúde, considerando as características sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do território, e priorizando as situações a serem acompanhadas no planejamento local; II - Utilizar instrumentos para a coleta de informações que apoiem no diagnóstico demográfico e sociocultural da comunidade; III - Registrar, para fins de planejamento e acompanhamento das ações de saúde, os dados de nascimentos, óbitos, doenças e outros agravos à saúde, garantido o sigilo ético; IV - Desenvolver ações que busquem a integração entre a equipe de saúde e a população adscrita à UBS, considerando as características e as finalidades do trabalho de acompanhamento de indivíduos e grupos sociais ou coletividades; V - Informar os usuários sobre as datas e horários de consultas e exames agendados; VI - Participar dos processos de regulação a partir da Atenção Básica para acompanhamento das necessidades dos usuários no que diz respeito a agendamentos ou desistências de consultas e exames solicitados; VII - Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria ou outra normativa instituída pelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal. Poderão ser consideradas, ainda, atividades do Agente Comunitário de Saúde, a serem realizadas em caráter excepcional, assistidas por profissional de saúde de nível superior, membro da equipe, após treinamento específico e fornecimento de equipamentos adequados, em sua base geográfica de atuação, encaminhando o paciente para a unidade de saúde de referência: I - Aferir a pressão arterial, inclusive no domicílio, com o objetivo de promover saúde e prevenir doenças e agravos; II - Realizar a medição da glicemia capilar, inclusive no domicílio, para o acompanhamento dos casos diagnosticados de diabetes mellitus e segundo projeto terapêutico prescrito pelas equipes que atuam na Atenção Básica; III - Aferição da temperatura axilar, durante a visitadomiciliar; IV - Realizar técnicas limpas de curativo, que são realizadas com material limpo, água corrente ou soro fisiológico e cobertura estéril, com uso de coberturas passivas, que somente cobrem a ferida; e V - Orientação e apoio, em domicílio, para a correta administração da medicação do paciente em situação de Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech vulnerabilidade. Importante ressaltar que os ACS só realizarão a execução dos procedimentos que requeiram capacidade técnica específica se detiverem a respectiva formação, respeitada autorização legal. c) Atribuições do ACE: I - Executar ações de campo para pesquisa entomológica, malacológica ou coleta de reservatórios de doenças; II - Realizar cadastramento e atualização da base de imóveis para planejamento e definição de estratégias de prevenção, intervenção e controle de doenças, incluindo, dentre outros, o recenseamento de animais e levantamento de índice amostral tecnicamente indicado; III - Executar ações de controle de doenças utilizando as medidas de controle químico, biológico, manejo ambiental e outras ações de manejo integrado de vetores; IV - Realizar e manter atualizados os mapas, croquis e o reconhecimento geográfico de seu território; V - Executar ações de campo em projetos que visem avaliar novas metodologias de intervenção para prevenção e controle de doenças; e VI - Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituída pelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal. ATENÇÃO O ACS e o ACE devem compor uma equipe de Atenção Básica (eAB) ou uma equipe de Saúde da Família (eSF) e serem coordenados por profissionais de saúde de nível superior realizado de forma compartilhada entre a Atenção Básica e a Vigilância em Saúde. Nas localidades em que não houver cobertura por equipe de Atenção Básica (eAB) ou equipe de Saúde da Família (eSF), o ACS deve se vincular à equipe da Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS). Já o ACE, nesses casos, deve ser vinculado à equipe de vigilância em saúde do município e sua supervisão técnica deve ser realizada por profissional com comprovada capacidade técnica, podendo estar vinculado à equipe de atenção básica, ou saúde da família, ou a outro serviço a ser definido pelo gestor local. Do Enfermeiro: I - Realizar atenção à saúde aos indivíduos e famílias vinculadas às equipes e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações entre outras), em todos os ciclos de vida; II - Realizar consulta de enfermagem, procedimentos, solicitar exames complementares, prescrever medicações conforme protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, observadas as disposições legais da profissão; III - Realizar e/ou supervisionar acolhimento com escuta qualificada e classificação de risco, de acordo com protocolos estabelecidos; IV - Realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuidados para as pessoas que possuem condições crônicas no território, junto aos demais membros da equipe; V - Realizar atividades em grupo e encaminhar, quando necessário, usuários a outros serviços, conforme fluxo estabelecido pela rede local; VI - Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos técnicos/ auxiliares de enfermagem, ACS e ACE em conjunto com os outros membros da equipe; VII - Supervisionar as ações do técnico/auxiliar de enfermagem e ACS; VIII - Implementar e manter atualizados rotinas, protocolos e fluxos relacionados a sua área de competência na UBS; e IX - Exercer outras atribuições conforme legislação profissional, e que sejam de responsabilidade na sua área de atuação. Do Médico: I - Realizar a atenção à saúde às pessoas e famílias sob sua responsabilidade; II - Realizar consultas clínicas, pequenos procedimentos cirúrgicos, atividades em grupo na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações entre outros); em conformidade com protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, bem como outras normativas técnicas estabelecidas pelos gestores (federal, estadual, municipal ou Distrito Federal), observadas as disposições legais da profissão; III - Realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuidados para as pessoas que possuem condições crônicas no território, junto aos demais membros da equipe; IV - Encaminhar, quando necessário, usuários a outros pontos de atenção, respeitando fluxos locais, mantendo sob sua responsabilidade o acompanhamento do plano terapêutico prescrito; V - Indicar a necessidade de internação hospitalar ou domiciliar, mantendo a responsabilização pelo acompanhamento da pessoa; VI - Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS e ACE em conjunto com os outros membros da equipe; e VII - Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade na sua área de atuação. Do Auxiliar e do Técnico de Enfermagem: I - Participar das atividades de atenção à saúde realizando procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações, entre outros); II - Realizar procedimentos de enfermagem, como curativos, administração de medicamentos, vacinas, coleta de material para exames, lavagem, preparação e esterilização de Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech materiais, entre outras atividades delegadas pelo enfermeiro, de acordo com sua área de atuação e regulamentação; e III - Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade na sua área de atuação. Do Cirurgião Dentista: I - Realizar a atenção em saúde bucal (promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, acompanhamento, reabilitação e manutenção da saúde) individual e coletiva a todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos, atividades em grupo na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações entre outros), de acordo com planejamento da equipe, com resolubilidade e em conformidade com protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, bem como outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, observadas as disposições legais da profissão; II - Realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil epidemiológico para o planejamento e a programação em saúde bucal no território; III - Realizar os procedimentos clínicos e cirúrgicos da AB em saúde bucal, incluindo atendimento das urgências, pequenas cirurgias ambulatoriais e procedimentos relacionados com as fases clínicas de moldagem, adaptação e acompanhamento de próteses dentárias (elementar, total e parcial removível); IV - Coordenar e participar de ações coletivas voltadas à promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais; V - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde com os demais membros da equipe, buscando aproximar saúde bucal e integrar ações de forma multidisciplinar; VI - Realizar supervisão do Técnico em Saúde Bucal (TSB) e Auxiliar em Saúde Bucal (ASB); VII - Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS e ACE em conjunto com os outros membros da equipe; VIII - Realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuidados para as pessoas que possuem condições crônicas no território, junto aos demais membros da equipe; e IX - Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade na sua área de atuação. SAIBA MAIS Gerente de Atenção Básica Recomenda-se a inclusão do Gerente de Atenção Básica com o objetivo de contribuir para o aprimoramento e qualificação do processo de trabalho nas Unidades Básicas de Saúde, em especial ao fortalecer a atenção à saúde prestada pelos profissionais das equipes à população adscrita, por meio de função técnico-gerencial. A inclusão deste profissional deve ser avaliadapelo gestor, segundo a necessidade do território e cobertura de AB. Deve ser preferencialmente com nível superior, com o papel de garantir o planejamento em saúde, de acordo com as necessidades do território e comunidade, a organização do processo de trabalho, coordenação e integração das ações. Importante ressaltar que o gerente não seja profissional integrante das equipes vinculadas à UBS e que possua experiência na Atenção Básica. Dentre suas atribuições estão: I - Conhecer e divulgar, junto aos demais profissionais, as diretrizes e normas que incidem sobre a AB em âmbito nacional, estadual, municipal e Distrito Federal, com ênfase na Política Nacional de Atenção Básica, de modo a orientar a organização do processo de trabalho na UBS; II - Participar e orientar o processo de territorialização, diagnóstico situacional, planejamento e programação das equipes, avaliando resultados e propondo estratégias para o alcance de metas de saúde, junto aos demais profissionais; III - Acompanhar, orientar e monitorar os processos de trabalho das equipes que atuam na AB sob sua gerência, contribuindo para implementação de políticas, estratégias e programas de saúde, bem como para a mediação de conflitos e resolução de problemas; IV - Mitigar a cultura na qual as equipes, incluindo profissionais envolvidos no cuidado e gestores assumem responsabilidades pela sua própria segurança de seus colegas, pacientes e familiares, encorajando a identificação, a notificação e a resolução dos problemas relacionados à segurança; V - Assegurar a adequada alimentação de dados nos sistemas de informação da Atenção Básica vigente, por parte dos profissionais, verificando sua consistência, estimulando a utilização para análise e planejamento das ações, e divulgando os resultados obtidos; VI - Estimular o vínculo entre os profissionais favorecendo o trabalho em equipe; VII - Potencializar a utilização de recursos físicos, tecnológicos e equipamentos existentes na UBS, apoiando os processos de cuidado a partir da orientação à equipe sobre a correta utilização desses recursos; VIII - Qualificar a gestão da infraestrutura e dos insumos (manutenção, logística dos materiais, ambiência da UBS), zelando pelo bom uso dos recursos e evitando o desabastecimento; IX - Representar o serviço sob sua gerência em todas as instâncias necessárias e articular com demais atores da gestão e do território com vistas à qualificação do trabalho e da atenção à saúde realizada na UBS; X - Conhecer a RAS, participar e fomentar a participação dos profissionais na organização dos fluxos de usuários, com base em protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, apoiando a referência e contrarreferência entre equipes que Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech RESIDÊNCIA MÉDICA – 2011 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC Sobre a Estratégia de Saúde da Família no Brasil, assinale a alternativa CORRETA. a) Tem caráter substitutivo em relação à rede de Atenção Básica tradicional nos territórios em que as Equipes Saúde da Família atuam. b) As equipes de saúde da família devem manter atualizado o cadastramento das famílias e dos indivíduos e utilizar, de forma sistemática, os dados para a visitação e o atendimento clínico domiciliar rotineiro de todos os usuários adscritos. c) Visa estimular os municípios a organizarem serviços de saúde para população abaixo da linha de pobreza, pois estão em áreas de prioridade social. d) Efetiva a integração de ações programáticas, ações de promoção à saúde, prevenção de agravos e vigilância, encaminhando a demanda espontânea à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de referência. e) Desenvolve ações de tratamento, prevenção, promoção e reabilitação para a população adscrita nos seus problemas clínicos mais comuns, para todas as idades, encaminhando para a UPA as urgências e os pequenos procedimentos cirúrgicos ambulatoriais. R. "Epidemiológicas do território, priorizando as situações a serem acompanhadas no planejamento local". Letra C: INCORRETA pelo motivo exposto acima. Letra D: a Saúde da Família também é responsável pelo atendimento da demanda espontânea – INCORRETA. Letra E: muitos destes procedimentos são realizados na própria Unidade Básica de Saúde – INCORRETA. Resposta: letra A. PROESF E NASF-AB Como sabemos, apesar de não ser um programa voltado para cidades de pequeno porte, a Estratégia de Saúde da Família predomina nessas cidades. Para tentar reverter isso, o Ministério da Saúde criou o PROESF, que funcionou entre 2009 e 2014. O que é e para que serve o PROESF? O Projeto de Expansão e Consolidação da Saúde da Família – PROESF – foi uma iniciativa do Ministério da Saúde, apoiada pelo Banco Mundial – BIRD –, voltada para a organização e o fortalecimento da Atenção Básica à Saúde no País. Visava contribuir para a implantação e consolidação da Estratégia de Saúde da Família em municípios com população acima de 100 mil habitantes e a elevação da qualificação do processo de trabalho e desempenho dos serviços, otimizando e assegurando respostas efetivas para a população, em todos os municípios brasileiros. O grande desafio colocado na época para o atuam na AB e nos diferentes pontos de atenção, com garantia de encaminhamentos responsáveis; XI - Conhecer a rede de serviços e equipamentos sociais do território, e estimular a atuação intersetorial, com atenção diferenciada para as vulnerabilidades existentes no território; XII - Identificar as necessidades de formação/qualificação dos profissionais em conjunto com a equipe, visando melhorias no processo de trabalho, na qualidade e resolutividade da atenção, e promover a Educação Permanente, seja mobilizando saberes na própria UBS, ou com parceiros; XIII - Desenvolver gestão participativa e estimular a participação dos profissionais e usuários em instâncias de controle social; XIV - Tomar as providências cabíveis no menor prazo possível quanto a ocorrências que interfiram no funcionamento da unidade; e XV - Exercer outras atribuições que lhe sejam designadas pelo gestor municipal ou do Distrito Federal, de acordo com suas competências. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech fortalecimento da Atenção Básica no País, foi a expansão da Estratégia de Saúde da Família para os grandes centros urbanos. Nas áreas de maior concentração populacional, a heterogeneidade das condições econômico-sociais reflete-se também no desigual acesso e utilização dos serviços de saúde. Nos grandes centros urbanos, em que pese a maior disponibilidade de oferta de serviços de saúde, particularmente os de média e alta complexidade, observam-se barreiras ao acesso e oferta de ações básicas. No momento que o PSF se fortaleceu e se consolidou nos municípios brasileiros, tornando-se referência internacional de modelo de atenção básica (primária*), novos desafios para atenção e cuidado surgiram. Para melhor atuação, o Ministério da Saúde criou o NASF. O que é e para que serve o NASF? Primeiramente, é importante marcar que a última portaria do Ministério da Saúde (setembro de 2017) sobre a atenção básica mudou seu nome, sendo, a partir de então, chamado de Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB). Até essa portaria, era chamado de Núcleo de Apoio à Saúde da Família. É formado por uma equipe multiprofissional e interdisciplinar composta por categorias de profissionais da saúde, complementar às equipes que atuam na Atenção Básica. Tem diferentes ocupações (profissões e especialidades) da área da saúde, atuando de maneira integrada para dar suporte (clínico, sanitário e pedagógico) aos profissionais das equipes de Saúde da Família (eSF) e de Atenção Básica (eAB). Apesar de fazer parte da atenção básica, não são serviços com unidades físicas independentes ou especiais, e não são de livre acesso para a população. NÃO SÃO PORTAS DE ENTRADA DO SISTEMA. Eles devem receber pacientes referenciados de outras unidades de atenção básica para completar tratamentos, dúvidas diagnósticas... Ou seja, apoio. Ações Específicas do NASF-AB a) Participardo planejamento conjunto com as equipes que atuam na Atenção Básica à que estão vinculadas. b) Contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do SUS principalmente por intermédio da ampliação da clínica, auxiliando no aumento da capacidade de análise e de intervenção sobre problemas e necessidades de saúde, tanto em termos clínicos quanto sanitários. c) Realizar discussão de casos, atendimento individual, compartilhado, interconsulta, construção conjunta de projetos terapêuticos, educação permanente, intervenções no território e na saúde de grupos populacionais de todos os ciclos de vida, e da coletividade, ações intersetoriais, ações de prevenção e promoção da saúde, discussão do processo de trabalho das equipes dentre outros, no território. Composição O NASF-AB pode ser composto pelos seguintes profissionais: médico acupunturista; assistente social; profissional/professor de educação física; farmacêutico; fisioterapeuta; fonoaudiólogo; médico ginecologista/ obstetra; médico homeopata; nutricionista; médico pediatra; psicólogo; médico psiquiatra; terapeuta ocupacional; médico geriatra; médico internista (clínica médica); médico do trabalho; médico veterinário; profissional com formação em arte e educação (arte educador); profissional de saúde sanitarista, ou seja, profissional graduado na área de saúde com pós-graduação em saúde pública ou coletiva ou graduado diretamente em uma dessas áreas conforme normativa vigente. Obs.: a definição das categorias profissionais é de autonomia do gestor local, devendo ser escolhida de acordo com as necessidades do territórios. Tipos NASF-AB 1 – Deverá estar vinculado a, no mínimo, 5 (cinco) e, no máximo, 9 (nove) Equipes de Saúde da Família e/ou equipes de Atenção Básica para populações específicas (consultórios na rua, equipes ribeirinhas e fluviais). NASF-AB 2 – Deverá estar vinculado a, no mínimo, 3 (três), e a, no máximo, 4 (quatro) Equipes de Saúde da Família e/ou equipes de Atenção Básica para populações específicas (consultórios na rua, equipes ribeirinhas e fluviais). NASF-AB 3 – Deverá estar vinculado a, no mínimo 1 (uma) e a no máximo 2 (duas) Equipes de Saúde da Família e/ou equipes de Atenção Básica para populações específicas (consultórios na rua, equipes ribeirinhas e fluviais), agregando-se de modo específico ao processo de trabalho das mesmas, configurando-se como uma equipe ampliada. Carga Horária Obrigatória: NASF 1: I – A soma das Cargas Horárias Semanais (CHS) dos profissionais da equipe deve acumular no mínimo 200 (duzentas) horas semanais; II – Nenhum profissional, considerado isoladamente poderá ter CHS menor que 20 (vinte) horas semanais; e III – Cada ocupação, considerada isoladamente, deve ter no Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech mínimo 20 (vinte) horas e no máximo 80 (oitenta) horas de CHS. NASF 2: I – A soma das cargas horárias semanais dos profissionais da equipe deve acumular no mínimo 120 (cento e vinte) horas semanais; II – Nenhum profissional, considerado isoladamente poderá ter CHS menor que 20 (vinte) horas semanais; e III – Cada ocupação, considerada isoladamente, deve ter no mínimo 20 (vinte) horas e no máximo 40 (quarenta) horas de CHS. NASF 3: I – A soma das cargas horárias semanais dos profissionais da equipe deve acumular no mínimo 80 (oitenta) horas semanais; II – Nenhum profissional, considerado isoladamente poderá ter CHS menor que 20 (vinte horas); e III – Cada ocupação, considerada isoladamente, deve ter no mínimo 20 (vinte) horas e no máximo 40 (quarenta) horas de carga horária semanal. E quem sustenta o NASF-AB? Os recursos da Atenção Primária. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2020 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP-SP O Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) é importante dispositivo à organização do sistema de atenção à saúde no Brasil. Quais são seus objetivos? a) Suprir a atenção básica com especialistas para ampliar a cobertura de casos complexos. b) Incrementar e ampliar a referência e contrarreferência de casos. c) Ampliar a abrangência das ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade. d) Encaminhar os casos que necessitam atendimento especializado. R. Boa questão para relembrarmos o principal objetivo do Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Para isso, vamos relembrar um trecho da Política Nacional de Atenção Básica: "Núcleos de Apoio à Saúde da Família Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família – NASF – foram criados com o objetivo de ampliar a abrangência e o escopo das ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade". Agora ficou mais fácil… Note que a questão copiou esse trecho! Resposta: letra C. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015 HOSPITAL SÃO LUCAS DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA – PUC-RS Em relação ao Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), são apresentadas as seguintes assertivas: I. Conta com equipes compostas por profissionais de diferentes áreas de conhecimento, que compartilham com os profissionais das Equipes Saúde da Família as práticas em saúde nos respectivos territórios. II. Realiza interconsultas, discussões de casos, treinamento prático, visitas domiciliares e ainda palestras e reuniões com grupos. III. Constitui porta de entrada do sistema para os usuários. Está/estão CORRETA(S) a(s) afirmativa(s): a) I, apenas. b) II, apenas. c) III, apenas. d) I e II, apenas. e) I, II e III. R. Depois do que acabamos de ver ficou tranquilo, a única afirmativa incorreta é III, pois não representa a porta de entrada do sistema. Portanto, resposta: letra D. Não pule as próximas questões!!! Elas contêm conceitos muito importantes!! SAIBA MAIS O que significa atenção primária? É a atenção que ocorre no nível ambulatorial, próximo da vida das pessoas. Chega a responder por, pelo menos, 85% da demanda. Pode ter exames laboratoriais básicos e de diagnóstico (por exemplo, eletrocardiograma). A composição dessa equipe pode ser de áreas básicas da medicina (pediatria, clínica médica e tocoginecologia) ou da medicina geral (medicina de família) e de outros profissionais (enfermeiro, nutricionista, psicólogo, dentista, etc.). A atenção secundária ocorre também na forma ambulatorial. Responde a demanda das subespecialidades (cardiologia, nefrologia, endocrinologia, etc.), inclusive, com exames laboratoriais ou de diagnóstico mais avançados. A atenção terciária envolve unidade de internação – podendo ter ambulatório de pré e pós-operatório. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech RESIDÊNCIA MÉDICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – UFPR Uma Unidade de Saúde do PSF tem um atendimento programado, voltado para a atenção das crianças de sua base territorial. Os principais objetivos deste programa são monitorar o crescimento e o desenvolvimento das crianças e manter elevada cobertura vacinal, entre outros, com o objetivo de promover a saúde, prevenir agravos e recuperar a saúde daqueles que adoecerem. A Unidade de Saúde disponibiliza, então, uma tarde por semana, na qual atende toda criança que aparecer em busca do cuidado programado. Nos últimos 6 meses, foram atendidas em média 100 crianças ao mês, dentre as quais 3 apresentavam sobrepeso. Considerando a situação descrita, assinale a alternativa CORRETA. a) A lógica sobre a qual se assenta o atendimento das crianças neste programa é, predominantemente, flexneriana, pois está voltada para atender à demanda, uma vez que a organização atual do serviço da Unidade de Saúde, acima descrita, não permite acompanhar a evolução dos indicadores de saúde da população infantil da área, com a valorização das ações de promoção da saúde e prevenção de agravos. b) Não há crianças subnutridas entre a população da base territorial desta Unidade de Saúde. c) Considerando que de todas as crianças atendidas pelo programa apenas duas estavam com alguma vacina atrasada, conclui-se que a cobertura vacinal na área da Unidade de Saúde é satisfatória. d) O excelente estado nutricional das crianças da área desta Unidade de Saúde demonstra a superioridade dos modelos de atenção com base territorial e programação da oferta. e)Tais inferências não são válidas. Estas análises somente poderão ser conclusivas após 1 ano. R. Vamos entender a questão e depois veremos a "famosa" medicina flexneriana... A questão diz que 100 crianças foram atendidas por mês e que 3 apresentavam sobrepeso... Agora, e as outras 97? Eram desnutridas? Super obesas? Sadias? Não se sabe... Então, não invente! Só com isto podemos excluir as letras B e D. A ideia do programa é excelente: "Promover a saúde, prevenir agravos e recuperar a saúde daqueles que adoeceram". Mas o modelo de busca das crianças foi através do atendimento a "toda criança que aparecer em busca do cuidado programado". Isto é bom? Não, pois as crianças que não puderam comparecer ficaram sem receber atenção, saúde... E o pior? São justamente aquelas que não comparecem que precisam de maior atenção, pois podem ser filhas de mães "desleixadas", que deixam seus filhos a esmo, aos cuidados da "natureza"... Podem ser crianças mais doentes ou filhas de mães doentes, que, de tão debilitadas, não tiveram força para chegar até o serviço de saúde... E o PSF, nessa lógica, deveria cuidar de toda a saúde no seu território; deveria cuidar de toda a população adscrita e não somente daqueles que procuram os serviços... Nesse raciocínio, não podemos dizer que a cobertura vacinal é boa, se apenas 2 das 100 atendidas não estão vacinadas... E as crianças que não foram atendidas??? Várias crianças na área da Unidade de Saúde podem estar sem vacina... E eles não foram conferir isso, quiseram apenas avaliar aqueles que foram até o Posto (letra C errada)... A letra E é completamente sem noção. Você não poderá concluir nem hoje, nem daqui a um ano ou daqui a dez anos, se quisermos avaliar apenas os que procuram os serviços de saúde. O PSF quer promover/recuperar saúde, e, para isto, teria a função de ir até o domicílio quando houver necessidade... Isso a gente não viu aqui!!! Agora que você leu e começou a entender o que eles escreveram na questão, respire fundo e leia novamente a letra A. Respire fundo de novo... Percebeu? A questão aborda o atendimento baseado na demanda espontânea (letra A correta). E isso é a base da medicina flexneriana. Leia as próximas questões para entender melhor esse conceito. Aproveitando os conceitos DAS PERGUNTAS ANTERIORES e aprofundando mais um pouquinho, vejamos as próximas questões: Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech RESIDÊNCIA MÉDICA – 2011 HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE – HCPA – RS Em relação à evolução do uso de expressões relacionadas à Atenção Primária à Saúde desde a Conferência de Alma-Ata, considere as assertivas abaixo. I - Os "cuidados primários de saúde", ao assumirem um caráter de programa de medicina simplificada para os pobres de áreas urbanas e rurais na primeira metade da década de oitenta, acabaram por afastar o tema do centro das discussões à época. II - A utilização pelo Ministério da Saúde da expressão "atenção básica" para designar "atenção primária" refletiu inicialmente a necessidade de diferenciação entre a proposta da saúde da família e a dos "cuidados primários de saúde" interpretados como política de focalização à saúde. III - Atualmente, documentos e eventos do Ministério da Saúde evitam a utilização da terminologia internacional de "Atenção Primária à Saúde", pois a consideram significativamente distinta de "atenção básica". Quais são CORRETAS? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) I, II e III. R. Vamos analisar cada afirmativa: I) Correta. Na década de 80 ainda não tínhamos a visão pluralista de Atenção Primária na Saúde que preconizamos hoje em dia (prevenção, reabilitação, cura e promoção). Nessa época, ao limitar os cuidados primários a procedimento simples no tratamento de pobres de área urbana e rural, o verdadeiro significado da Atenção Básica, discutido na Conferência de Alma-Ata (veja mais sobre ela no comentário da próxima questão) foi posto em segundo plano; II) Correta. Realmente, o MS utilizou a expressão "atenção básica" para designar atenção primária; esse último, na verdade, significa os níveis de atenção que os pacientes recebem na rede SUS. 85% dos atendimentos devem ser resolvidos na atenção primária. A chamada atenção secundária corresponde as especialidades clínicas; atenção terciária, são as unidades de internação; III) Incorreta. Hoje em dia existe a Política Nacional de Atenção Básica, que engloba a Atenção Primária à Saúde. São até usadas como sinônimos. Resposta: letra D. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2010 CONCURSO UNIFICADO – MG A Conferência de Alma-Ata definiu Atenção Primária à Saúde considerando as seguintes características, EXCETO: a) Base em tecnologia e métodos práticos, cientificamente comprovados e socialmente aceitáveis. b) Função central no sistema de saúde. c) Adscrição de clientela. d) Universalização do acesso. R. A Declaração de Alma-Ata surgiu na Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, reunida na cidade de Alma-Ata (na antiga URSS), entre os dias 6 e 12 de setembro de 1978. Dizia que os cuidados primários de saúde deveriam ser desenvolvidos e aplicados em todo o mundo, e, particularmente, nos países em desenvolvimento. Tinha como objetivos: I) A Conferência enfatiza que a saúde-estado de completo bemestar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade – é um direito humano fundamental (ALTERNATIVA D CORRETA), e que a consecução do mais alto nível possível de saúde é a mais importante meta social mundial, cuja realização requer a ação de muitos outros setores sociais e econômicos, além do setor saúde; II) A chocante desigualdade existente no estado de saúde dos povos, particularmente entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento, assim como dentro dos países, é política, social e economicamente inaceitável e constitui, por isso, objeto da preocupação comum de todos os países; III) O desenvolvimento econômico e social baseado numa ordem econômica internacional é de importância fundamental para a mais plena realização da meta de Saúde para Todos no Ano 2000 e para a redução da lacuna existente entre o estado de saúde dos países em desenvolvimento e o dos desenvolvidos. A promoção e proteção da saúde dos povos é essencial para o contínuo desenvolvimento econômico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz mundial; IV) É direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento e na execução de seus cuidados de saúde; V) Os governos têm pela saúde de seus povos uma responsabilidade que só pode ser realizada mediante adequadas medidas sanitárias e sociais. Uma das principais metas sociais dos governos, das organizações internacionais e de toda a comunidade mundial na próxima década deve ser a de que todos os povos do mundo, até o ano 2000, atinjam um nível de saúde que lhes permita levar uma vida social e economicamente produtiva. Os cuidados primários de saúde constituem a chave para que essa meta seja atingida, como parte do desenvolvimento, no espírito da justiça social; VI) Os cuidados primários de saúde são cuidados essenciais de saúde baseados em métodos e tecnologias práticas, cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitáveis (ALTERNATIVA A CORRETA), colocadas ao alcance universal de Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech indivíduos e famílias da comunidade, mediante sua plena participação e a um custo que a comunidade e o país possam manter em cada fase de seu desenvolvimento, no espírito de autoconfiança e automedicação. Fazem parte integrante tanto do sistema de saúde do país, do qual constituem a função central e o foco principal (ALTERNATIVA B CORRETA), quanto do desenvolvimento social e econômico global da comunidade. Representam o primeiro nível de contato dos indivíduos, da família e da comunidade com o sistema nacional de saúde, pelo qual os cuidados de saúde são levados o mais proximamente possível aos lugares onde pessoas vivem e trabalham, e constituem o primeiro elemento de um continuado processo de assistênciaà saúde. Portanto a única alternativa incorreta é a letra C, que afinal de contas é princípio fundamental do PSF. RESIDÊNCIA MÉDICA ASSOCIAÇÃO MÉDICA PARANAENSE – AMP – PR Com base no argumento das limitações orçamentárias dos países para ofertar uma atenção universal, integral e igualitária, algumas propostas têm sido apresentadas para racionalizar os gastos na área da saúde. Estas formulações fazem parte da estratégia dos organismos internacionais que, para Rizzotto (2000), constituem o desmonte do SUS, com a proposição de modelos de atenção fragmentados e precarizados. Em relação aos modelos de assistência à saúde, assinale a alternativa INCORRETA: a) Os sistemas de saúde que organizam a oferta de serviços com base territorial e forte intervenção do Estado têm obtido melhores resultados em termos de impacto sobre os indicadores de saúde. b) Os sistemas de base flexneriana, de atenção à demanda, atentam apenas para os efeitos finais e manifestações visíveis dos problemas de saúde, sem preocupação com o diagnóstico das causas reais, deixando assim de atuar no conjunto de fatores que interferem nos processos de produção e reprodução das doenças nas coletividades. c) Os sistemas de base flexneriana, por sua eficiência na intervenção, mesmo que apresentando elevado custo, obtêm alto impacto coletivo sobre a saúde das populações, o que é expresso através dos indicadores de saúde. d) O modelo de base flexneriana é hegemônico em nosso meio, está voltado para a demanda espontânea, o que reforça a ideia de só procurar serviço de saúde quando se sentir doente. e) Os modelos baseados na Economia da Saúde utilizam a ideia de que os diferentes grupos populacionais, com diferentes possibilidades de adquirir os bens e serviços no mercado, apresentariam diferentes necessidades, às quais deveriam corresponder diferenças de ofertas de serviços. Aos usuários que têm limitações para obter a atenção por conta própria, o Estado ofereceria ações compensatórias de alívio à pobreza. R. Vamos às alternativas: Letra A: correta. Este é o modelo do programa de saúde da família; Letra B: correta. O sistema flexneriano é o modelo da demanda espontânea. É o método baseado na relação doente-médico, e do médico visando à cura; Letra C: correta. Apesar de serem um modelo hospitalocêntrico e biológico, que não discutem a prevenção e a promoção da saúde, obtêm alto impacto coletivo, mas não são os melhores sobre os indicadores de saúde; Letra D: incorreta, pois não é o modelo hegemônico no nosso meio. No nosso meio predomina o modelo da atenção básica, no que tange o número de pessoas assistidas! Este visa principalmente a prevenção e a promoção da saúde; Letra E: alternativa correta e autoexplicativa. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA (PNAB) Essa política está agora regulamentada pela PORTARIA Nº 2.436, DE 21 DE SETEMBRO DE 2017. VIDEO_10_MEDPRE01 Estabelece as diretrizes para a organização do componente Atenção Básica, na Rede de Atenção à Saúde – RAS. Neste momento, vamos fazer uma revisão rápida sobre ela. O que esta Política diz? Primeiramente, o que é a Atenção Básica? Observem o conceito do Ministério da Saúde: É o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária. Será a principal porta de entrada e centro de comunicação da RAS, coordenadora do cuidado e ordenadora das ações e serviços disponibilizados na rede. Será ofertada integralmente e gratuitamente a todas as pessoas, de acordo com suas necessidades e demandas do território, considerando os determinantes e condicionantes de saúde. É proibida qualquer exclusão baseada em idade, gênero, raça/cor, etnia, crença, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, estado de saúde, condição socioeconômica, escolaridade, limitação física, intelectual, funcional e outras. Serão adotadas estratégias que permitam minimizar desigualdades/ iniquidades, de modo a evitar exclusão social de grupos que possam vir a sofrer estigmatização ou discriminação, de maneira que impacte na autonomia e na situação de saúde. Perceberam? É muito mais do que o conceito simplório da integralidade com a prevenção, cura e reabilitação. Engloba tudo do ser humano, avaliando, inclusive, o contexto sociocultural!! Princípios e Diretrizes Princípios ● Universalidade: possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade e resolutivos, caracterizados como a porta de entrada aberta e preferencial da RAS (primeiro contato), acolhendo as pessoas e promovendo a vinculação e corresponsabilização pela atenção às suas necessidades de saúde. O estabelecimento de mecanismos que assegurem acessibilidade e acolhimento pressupõe uma lógica de organização e funcionamento do serviço de saúde que parte do princípio de que as equipes que atuam na Atenção Básica nas UBS devem receber e ouvir todas as pessoas que procuram seus serviços, de modo universal, de fácil acesso e sem diferenciações excludentes, e a partir daí construir respostas para suas demandas e necessidades. ● Equidade: ofertar o cuidado, reconhecendo as diferenças nas condições de vida e saúde e de acordo com as necessidades das pessoas, considerando que o direito à saúde passa pelas diferenciações sociais e deve atender à diversidade. Ficando proibida qualquer exclusão baseada em idade, gênero, cor, crença, nacionalidade, etnia, orientação sexual, identidade de gênero, estado de saúde, condição socioeconômica, escolaridade ou limitação física, intelectual, funcional, entre outras, com estratégias que permitam minimizar desigualdades, evitar exclusão social de grupos que possam vir a sofrer estigmatização ou discriminação; de maneira que impacte na autonomia e na situação de saúde. ● Integralidade: é o conjunto de serviços executados pela equipe de saúde que atendam às necessidades da população adscrita nos campos do cuidado, da promoção e manutenção da saúde, da prevenção de doenças e agravos, da cura, da reabilitação, redução de danos e dos cuidados paliativos. Inclui a responsabilização pela oferta de serviços em outros pontos de atenção à saúde e o reconhecimento adequado das necessidades biológicas, psicológicas, ambientais e sociais causadoras das doenças, e manejo das diversas tecnologias de cuidado e de gestão necessárias a estes fins, além da ampliação da autonomia das pessoas e coletividade. Diretrizes ● Regionalização e hierarquização: a Atenção Básica deve ser a comunicação entre os pontos de atenção da RAS para fins de planejamento, organização e gestão de redes de ações e serviços de saúde em determinada localidade, e a hierarquização como forma de organização de pontos de atenção da RAS entre si, com fluxos e referências estabelecidos. ● Territorialização e adstrição: de forma a permitir o planejamento, a programação descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com foco em um território específico, com impacto na situação, nos condicionantes e determinantes da saúde das pessoas e coletividades que constituem aquele espaço e estão, portanto, adstritos a ele. Território é uma unidade geográfica destinada para dinamizar a ação em saúde pública, o estudo social, econômico, epidemiológico, assistencial, cultural e identitário, possibilitando uma ampla visão de cada SAIBA MAIS A Política Nacional de Atenção Básica considera os termos Atenção Básica – AB – e Atenção Primária à Saúde – APS – como termos equivalentes. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech unidade geográfica e subsidiando a atuação na Atenção Básica, de forma que atendam a necessidade da população adscrita e ou as populações específicas. População adscrita: populaçãoque está presente no território da UBS, de forma a estimular o desenvolvimento de relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população, garantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado e com o objetivo de ser referência para o seu cuidado. ● Cuidado centrado na pessoa: aponta para o desenvolvimento de ações de cuidado de forma singularizada, que auxilie as pessoas a desenvolverem os conhecimentos, aptidões, competências e a confiança necessária para gerir e tomar decisões embasadas sobre sua própria saúde e seu cuidado de saúde de forma mais efetiva. O cuidado é construído com as pessoas, de acordo com suas necessidades e potencialidades na busca de uma vida independente e plena. A família, a comunidade e outras formas de coletividade são elementos relevantes, muitas vezes condicionantes ou determinantes na vida das pessoas e, por consequência, no cuidado. ● Resolutividade: reforça a importância da Atenção Básica ser resolutiva, utilizando e articulando diferentes tecnologias de cuidado individual e coletivo, por meio de uma clínica ampliada capaz de construir vínculos positivos e intervenções clínica e sanitariamente efetivas, centrada na pessoa, na perspectiva de ampliação dos graus de autonomia dos indivíduos e grupos sociais. Deve ser capaz de resolver a grande maioria dos pro blemas de saúde da população, coordenando o cuidado do usuário em outros pontos da RAS, quando necessário. ● Longitudinalidade do cuidado: pressupõe a continuidade da relação de cuidado, com construção de vínculo e responsabilização entre profissionais e usuários ao longo do tempo e de modo permanente e consistente, acompanhando os efeitos das intervenções em saúde e de outros elementos na vida das pessoas, evitando a perda de referências e diminuindo os riscos de iatrogenia que são decorrentes do desconhecimento das histórias de vida e da falta de coordenação do cuidado. ● Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das RAS. Atuando como o centro de comunicação entre os diversos pontos de atenção, responsabilizando-se pelo cuidado dos usuários em qualquer destes pontos através de uma relação horizontal, contínua e integrada, com o objetivo de produzir a gestão compartilhada da atenção integral. Articulando também as outras estruturas das redes de saúde e intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais. ● Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade, organizando as necessidades desta população em relação aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para que o planejamento das ações, assim como a programação dos serviços de saúde, parta das necessidades de saúde das pessoas. ● Participação da comunidade: estimular a participação das pessoas, a orientação comunitária das ações de saúde na Atenção Básica e a competência cultural no cuidado, como forma de ampliar sua autonomia e capacidade na construção do cuidado à sua saúde e das pessoas e coletividades do território. Considerando ainda o enfrentamento dos determinantes e condicionantes de saúde, através de articulação e integração das ações intersetoriais na organização e orientação dos serviços de saúde, a partir de lógicas mais centradas nas pessoas e no exercício do controle social. Funções na Rede de Atenção do SUS: I - Ser base: a sua participação no cuidado deve ser sempre necessária, sendo o primeiro ponto de atenção e a principal porta de entrada do sistema; II - Ser resolutiva: ou seja, conseguir resolver os problemas da população com capacidade clínica e de cuidado e incorporação de tecnologias leves, leve duras e duras (diagnósticas e terapêuticas), além da articulação da Atenção Básica com outros pontos da RAS; III - Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade, organizando as necessidades desta população em relação aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para que a programação dos serviços de saúde parta das necessidades de saúde dos usuários, com isso fortalecendo o planejamento ascendente. Um dos destaques que merecem ser feitos é a consideração e a incorporação, no processo de referenciamento, das ferramentas de telessaúde articulado às decisões clínicas e aos processos de regulação do acesso. A utilização de protocolos de encaminhamento servem como ferramenta, ao mesmo tempo, de gestão e de cuidado, pois tanto orientam as decisões dos profissionais solicitantes quanto se constituem como referência que modula a avaliação das solicitações pelos médicos reguladores. Com isso, espera-se que ocorra uma ampliação do cuidado clínico e da resolutividade na Atenção Básica, evitando a exposição das pessoas a consultas e/ou procedimentos desnecessários. Além disso, com a organização do acesso, induz- se ao uso racional dos recursos em saúde, impede deslocamentos desnecessários e traz maior eficiência e equidade à gestão das listas de espera. A gestão municipal deve articular e criar condições para que a referência aos serviços especializados ambulatoriais, sejam realizados preferencialmente pela Atenção Básica, sendo de sua responsabilidade: a) Ordenar o fluxo das pessoas nos demais pontos de atenção da RAS; Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech b) Gerir a referência e contrarreferência em outros pontos de atenção; e c) Estabelecer relação com os especialistas que cuidam das pessoas do território. Funcionamento: Recomenda-se que as Unidades Básicas de Saúde tenham seu funcionamento com carga horária mínima de 40 horas semanais, no mínimo 5 (cinco) dias da semana e nos 12 meses do ano, possibilitando acesso facilitado à população. Horários alternativos de funcionamento podem ser pactuados através das instâncias de participação social, desde que atendam expressamente a necessidade da população, observando, sempre que possível, a carga horária mínima descrita acima.. As ações e serviços da Atenção Básica, deverão seguir padrões essenciais e ampliados: ● Padrões Essenciais: ações e procedimentos básicos relacionados a condições básicas/essenciais de acesso e qualidade na Atenção Básica; e ● Padrões Ampliados: ações e procedimentos considerados estratégicos para se avançar e alcançar padrões elevados de acesso e qualidade na Atenção Básica, considerando especificidades locais, indicadores e parâmetros estabelecidos nas Regiões de Saúde. Toda UBS deve monitorar a satisfação de seus usuários, oferecendo o registro de elogios, críticas ou reclamações, por meio de livros, caixas de sugestões ou canais eletrônicos. As UBS deverão assegurar o acolhimento e escuta ativa e qualificada das pessoas, mesmo que não sejam da área de abrangência da unidade, com classificação de risco e encaminhamento responsável de acordo com as necessidades apresentadas, articulando-se com outros serviços de forma resolutiva, em conformidade com as linhas de cuidado estabelecidas. Deverá estar afixado em local visível, próximo à entrada da UBS: ● Identificação e horário de atendimento; ● Mapa de abrangência, com a cobertura de cada equipe; ● Identificação do Gerente da Atenção Básica no território e dos componentes de cada equipe da UBS; ● Relação de serviços disponíveis; e ● Detalhamento das escalas de atendimento de cada equipe. Sobre o Financiamento da Atenção Básica... O financiamento da Atenção Básica deve ser tripartite, Federal, Estadual e Municipal. No âmbito federal, o montante de recursos financeiros para Atenção Básica será diferente a partir desse ano (2020). O repasse financeiro terá três critérios: captação ponderada, pagamento por desempenho e incentivo para ações estratégicas. A captação ponderada deverá considerar: a população cadastrada na equipe de Saúde da Família (eSF) e equipe de Atenção Primária (eAP) no Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB); a vulnerabilidade socioeconômica da população cadastrada na eSF e na eAP; o perfil demográfico por faixa etária da população cadastrada na eSF e na eAP; e a classificaçãogeográfica definida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O pagamento por desempenho será baseado em indicadores selecionados conforme a relevância clínica e epidemiológica, disponibilidade, simplicidade, baixo custo de obtenção, adaptabilidade, estabilidade, rastreabilidade e representatividade. O terceiro critério do novo modelo de financiamento focaliza ações prioritárias, como: Programa Saúde na Hora; equipe de Saúde Bucal (eSB); Unidade Odontológica Móvel (UOM); Centro de Especialidades Odontológicas (CEO); Laboratório Regional de Prótese Dentária (LRPD); equipe de Consultório na Rua (eCR); Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF); equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR); Microscopista; equipe de Atenção Básica Prisional (eABP); Custeio para o ente federativo responsável pela gestão das ações de Atenção Integral à Saúde dos Adolescentes em Situação de Privação de Liberdade; Programa Saúde na Escola (PSE); Programa Academia da Saúde; Programa de Apoio à Informatização da APS; Incentivo aos municípios com residência médica e multiprofissional; Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (ACS); e outros que venham a ser instituídos por meio de ato normativo específico. Responsabilidades em Atenção Básica das Esferas Gestoras: Todos I - Contribuir para a reorientação do modelo de atenção e de gestão com base nos princípios e nas diretrizes contidas nesta portaria; II - Apoiar e estimular a adoção da Estratégia de Saúde da Família – ESF como estratégia prioritária de expansão, consolidação e qualificação da Atenção Básica; III - Garantir a infraestrutura adequada e com boas condições para o funcionamento das UBS, garantindo espaço, mobiliário e equipamentos, além de acessibilidade de pessoas com deficiência, de acordo com as normas vigentes; IV - Contribuir com o financiamento tripartite para fortalecimento da Atenção Básica; SAIBA MAIS Tecnologia leve = representa as relações: profissional-paciente, gestão... Tecnologia leve dura = representa o conhecimento técnico. Tecnologia dura = representa os equipamentos tecnológicos. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech V - Assegurar ao usuário o acesso universal, equânime e ordenado às ações e serviços de saúde do SUS, além de outras atribuições que venham a ser pactuadas pelas Comissões Intergestores; VI - Estabelecer, nos respectivos Planos Municipais, Estaduais e Nacional de Saúde, prioridades, estratégias e metas para a organização da Atenção Básica; VII - Desenvolver mecanismos técnicos e estratégias organizacionais de qualificação da força de trabalho para gestão e atenção à; saúde, estimular e viabilizar a formação, educação permanente e continuada dos profissionais, garantir direitos trabalhistas e previdenciários, qualificar os vínculos de trabalho e implantar carreiras que associem desenvolvimento do trabalhador com qualificação dos serviços ofertados às pessoas; VIII - Garantir provimento e estratégias de fixação de profissionais de saúde para a Atenção Básica com vistas a promover ofertas de cuidado e o vínculo; IX - Desenvolver, disponibilizar e implantar os Sistemas de Informação da Atenção Básica vigentes, garantindo mecanismos que assegurem o uso qualificado dessas ferramentas nas UBS, de acordo com suas responsabilidades; X - Garantir, de forma tripartite, dispositivos para transporte em saúde, compreendendo as equipes, pessoas para realização de procedimentos eletivos, exames, dentre outros, buscando assegurar a resolutividade e a integralidade do cuidado na RAS, conforme necessidade do território e planejamento de saúde; XI - Planejar, apoiar, monitorar e avaliar as ações da Atenção Básica nos territórios; XII - Estabelecer mecanismos de autoavaliação, controle, regulação e acompanhamento sistemático dos resultados alcançados pelas ações da Atenção Básica, como parte do processo de planejamento e programação; XIII - Divulgar as informações e os resultados alcançados pelas equipes que atuam na Atenção Básica, estimulando a utilização dos dados para o planejamento das ações; XIV - Promover o intercâmbio de experiências entre gestores e entre trabalhadores, por meio de cooperação horizontal, e estimular o desenvolvimento de estudos e pesquisas que busquem o aperfeiçoamento e a disseminação de tecnologias e conhecimentos voltados à Atenção Básica; XV - Estimular a participação popular e o controle social; XVI - Garantir espaços físicos e ambientes adequados para a formação de estudantes e trabalhadores de saúde, para a formação em serviço e para a educação permanente e continuada nas Unidades Básicas de Saúde; XVII - Desenvolver as ações de assistência farmacêutica e do uso racional de medicamentos, garantindo a disponibilidade e acesso a medicamentos e insumos em conformidade com a RENAME, os protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas, e com a relação específica complementar estadual, municipal, da união, ou do distrito federal de medicamentos nos pontos de atenção, visando à integralidade do cuidado; XVIII - Adotar estratégias para garantir um amplo escopo de ações e serviços a serem ofertados na Atenção Básica, compatíveis com as necessidades de saúde de cada localidade; XIX - Estabelecer mecanismos regulares de autoavaliação para as equipes que atuam na Atenção Básica, a fim de fomentar as práticas de monitoramento, avaliação e planejamento em saúde; e XX - Articulação com o subsistema Indígena nas ações de Educação Permanente e gestão da rede assistencial. União I - Definir e rever periodicamente, de forma pactuada, na Comissão Intergestores Tripartite (CIT), as diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica; II - Garantir fontes de recursos federais para compor o financiamento da Atenção Básica; III - Destinar recurso federal para compor o financiamento tripartite da Atenção Básica, de modo mensal, regular e automático, prevendo, entre outras formas, o repasse fundo a fundo para custeio e investimento das ações e serviços; IV - Prestar apoio integrado aos gestores dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios no processo de qualificação e de consolidação da Atenção Básica; V - Definir, de forma tripartite, estratégias de articulação junto às gestões estaduais e municipais do SUS, com vistas à institucionalização da avaliação e qualificação da Atenção Básica; VI - Estabelecer, de forma tripartite, diretrizes nacionais e disponibilizar instrumentos técnicos e pedagógicos que facilitem o processo de gestão, formação e educação permanente dos gestores e profissionais da Atenção Básica; VII - Articular com o Ministério da Educação estratégias de indução às mudanças curriculares nos cursos de graduação e pós-graduação na área da saúde, visando à formação de profissionais e gestores com perfil adequado à Atenção Básica; e VIII - Apoiar a articulação de instituições, em parceria com as Secretarias de Saúde Municipais, Estaduais e do Distrito Federal, para formação e garantia de educação permanente e continuada para os profissionais de saúde da Atenção Básica, de acordo com as necessidades locais. Estados e Distrito Federal I - Pactuar, na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e Colegiado de Gestão no Distrito Federal, estratégias, diretrizes e normas para a implantação e implementação da Política Nacional de Atenção Básica vigente nos Estados e Distrito Federal; II - Destinar recursos estaduais para compor o financiamento tripartite da Atenção Básica, de modo regular e automático, prevendo, entre outras formas, o repasse fundo a fundo para custeio e investimento das ações e serviços; Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech III - Ser corresponsável pelo monitoramento das ações de Atenção Básica nos municípios; IV - Analisar os dados de interesse estadual gerados pelos sistemas de informação, utilizá-los no planejamento e divulgar os resultados obtidos; V - Verificar a qualidade e a consistência de arquivos dos sistemas de informação enviados pelos municípios, de acordo com prazos e fluxos estabelecidos para cada sistema, retornando informações aos gestoresmunicipais; VI - Divulgar periodicamente os relatórios de indicadores da Atenção Básica, com intuito de assegurar o direito fundamental de acesso à informação; VII - Prestar apoio institucional aos municípios no processo de implantação, acompanhamento e qualificação da Atenção Básica e de ampliação e consolidação da Estratégia de Saúde da Família; VIII - Definir estratégias de articulação com as gestões municipais, com vistas à institucionalização do monitoramento e avaliação da Atenção Básica; IX - Disponibilizar aos municípios instrumentos técnicos e pedagógicos que facilitem o processo de formação e educação permanente dos membros das equipes de gestão e de atenção; X - Articular instituições de ensino e serviço, em parceria com as Secretarias Municipais de Saúde, para formação e garantia de educação permanente aos profissionais de saúde das equipes que atuam na Atenção Básica; e XI - Fortalecer a Estratégia de Saúde da Família na rede de serviços como a estratégia prioritária de organização da Atenção Básica. Municípios e Distrito Federal I - Organizar, executar e gerenciar os serviços e ações de Atenção Básica, de forma universal, dentro do seu território, incluindo as unidades próprias e as cedidas pelo estado e pela União; II - Programar as ações da Atenção Básica a partir de sua base territorial de acordo com as necessidades de saúde identificadas em sua população, utilizando instrumento de programação nacional vigente; III - Organizar o fluxo de pessoas, inserindo-as em linhas de cuidado, instituindo e garantindo os fluxos definidos na Rede de Atenção à Saúde entre os diversos pontos de atenção de diferentes configurações tecnológicas, integrados por serviços de apoio logístico, técnico e de gestão, para garantir a integralidade do cuidado; IV - Estabelecer e adotar mecanismos de encaminhamento responsável pelas equipes que atuam na Atenção Básica de acordo com as necessidades de saúde das pessoas, mantendo a vinculação e coordenação do cuidado; V - Manter atualizado mensalmente o cadastro de equipes, profissionais, carga horária, serviços disponibilizados, equipamentos e outros no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde vigente, conforme regulamentação específica; VI - Organizar os serviços para permitir que a Atenção Básica atue como a porta de entrada preferencial e ordenadora da RAS; VII - Fomentar a mobilização das equipes e garantir espaços para a participação da comunidade no exercício do controle social; VIII - Destinar recursos municipais para compor o financiamento tripartite da Atenção Básica; IX - Ser corresponsável, junto ao Ministério da Saúde e Secretaria Estadual de Saúde, pelo monitoramento da utilização dos recursos da Atenção Básica transferidos aos municípios; X - Inserir a Estratégia de Saúde da Família em sua rede de serviços como a estratégia prioritária de organização da Atenção Básica; XI - Prestar apoio institucional às equipes e serviços no processo de implantação, acompanhamento e qualificação da Atenção Básica e de ampliação e consolidação da Estratégia de Saúde da Família; XII - Definir estratégias de institucionalização da avaliação da Atenção Básica; XIII - Desenvolver ações, articular instituições e promover acesso aos trabalhadores, para formação e garantia de educação permanente e continuada aos profissionais de saúde de todas as equipes que atuam na Atenção Básica implantadas; XIV - Selecionar, contratar e remunerar os profissionais que compõem as equipes multiprofissionais de Atenção Básica, em conformidade com a legislação vigente; XV - Garantir recursos materiais, equipamentos e insumos suficientes para o funcionamento das UBS e equipes, para a execução do conjunto de ações propostas; XVI - Garantir acesso ao apoio diagnóstico e laboratorial necessário ao cuidado resolutivo da população; XVII - Alimentar, analisar e verificar a qualidade e a consistência dos dados inseridos nos sistemas nacionais de informação a serem enviados às outras esferas de gestão, utilizá-los no planejamento das ações e divulgar os resultados obtidos, a fim de assegurar o direito fundamental de acesso à informação; XVIII - Organizar o fluxo de pessoas, visando à garantia das referências a serviços e ações de saúde fora do âmbito da Atenção Básica e de acordo com as necessidades de saúde das mesmas; e XIX - Assegurar o cumprimento da carga horária integral de todos os profissionais que compõem as equipes que atuam na Atenção Básica, de acordo com as jornadas de trabalho especificadas no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde vigente e a modalidade de atenção. Mais questões: Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech RESIDÊNCIA MÉDICA – 2018 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI De acordo com a Portaria GM/MS nº 2.436, de 21 de setembro de 2017, são critérios para a definição do número de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) por equipe: a) Somente critérios demográficos e critérios epidemiológicos. b) Somente critérios demográficos e critérios socioeconômicos. c) Somente critérios epidemiológicos e critérios socioeconômicos. d) Somente critérios epidemiológicos. e) Critérios demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos, de acordo com definição local. R. Segundo a Portaria 2.436 de 21 de setembro de 2017, que atualiza a PNAB, temos o seguinte trecho: "O número de ACS por equipe deverá ser definido de acordo com base populacional, critérios demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos, de acordo com definição local". Portanto, gabarito: letra E. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015 INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA AO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL – IAMSPE – SP Em relação à Política Nacional de Atenção Básica, assinale a alternativa INCORRETA. a) Coordena a prestação de cuidados de saúde. b) Atende a todos os problemas dos pacientes, independentemente de idade e sexo. c) Desenvolve uma abordagem centrada na comunidade, na família e no indivíduo. d) É o local do primeiro contato dos pacientes com o sistema de saúde. e) Desenvolve uma abordagem centrada nas doenças. R. Questão sem problemas, a única alternativa incorreta é a letra E, pois não é centrada na doença e sim na pessoa. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2011 PROCESSO SELETIVO UNIFICADO – PSU-MG Sobre a Atenção Primaria à Saúde, podemos relacionar as seguintes características, EXCETO: a) Atenção à saúde centrada na doença, com ênfase nos aspectos culturais do indivíduo. b) Desenvolvimento de ações orientadas à comunidade adscrita. c) Ponto de primeiro contato do usuário com o sistema de saúde. d) Registro adequado dos atendimentos e ações desenvolvidas. R. Vejamos as alternativas: a) Completamente errada. Basta nos lembrarmos da Atenção Primária no Brasil, baseada no Programa Saúde da Família. É caracterizado por ser um modelo que privilegia o ser humano em relação à doença, e a comunidade em relação ao individual. Ou seja, exatamente o oposto do que foi escrito na questão. Como o autor pergunta a alternativa errada, essa é a resposta; b) Correto. Age sobre uma área determinada (TERRITORIALIZAÇÃO) com essa população cadastrada (ADSCRIÇÃO DE CLIENTELA); c) Correto. É o contato preferencial dos usuários com os sistemas de saúde. DEVE SER A PORTA DE ENTRADA DO SISTEMA!!! d) Correto. Isso faz parte dos princípios básicos da Atenção Básica. AS CARACTERÍSTICAS DA ATENÇÃO BÁSICA Apesar de seguir todos os princípios do SUS, existem algumas características a mais na atenção básica que a diferencia dos outros níveis de atenção. E isso não tem dificuldade nenhuma de ser entendido, pois, sendo um nível de atenção diferente do secundário e do terciário, teria que apresentar características diferentes mesmo. Então, vamos analisá-las: Significa acesso e uso do serviço. Ela tem que ser identificada pela população como o primeiro recurso para a saúde. Para isso, deve ser de fácil acesso (não dá para ser longe da comunidade) e disponível (avaliar horário de funcionamento; como as consultas são agendadas; tempo de espera na consulta, se demorar as pessoas não vão ou chegame vão embora; disponibilidade para consultas domiciliares; busca ativa...). Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech É a forma contínua da atenção. É baseada em uma relação pessoal ao longo do tempo entre os pacientes e a equipe de saúde. Assim, a equipe "conhece" muito melhor os seus pacientes. Tem diversas vantagens, entre elas: menor utilização dos serviços por parte dos pacientes; facilita a prevenção; diminui a incidência de doenças preveníveis; maior satisfação dos usuários; barateia o sistema. A equipe da atenção básica tem que lidar com TODOS os problemas da população. E os problemas que a sua competência não resolve, como hemodiálise, cirurgia cardíaca...? Ela não pode fugir desses problemas, ela tem que se organizar para que os pacientes possam receber esses serviços. Tem que haver uma rede interligada para os encaminhamentos. É um fator fundamental para o sucesso das outras características. O profissional da atenção primária deve saber de todos os problemas de saúde dos indivíduos. É para acabar com aquela velha frase dos pacientes: "Doutor, já fui a tantos médicos, preciso de um que junte tudo". Como se baseia fundamentalmente nas informações disponíveis dos pacientes, é fundamental que os prontuários sejam bem-feitos! VIDEO_11_MEDPRE01 5- Outros: Centralização na família, orientação na comunidade e valorização da cultura local. Existem também mais algumas características que não são exclusivas da atenção básica (primária), que são: o registro adequado, a continuidade do pessoal, a qualidade clínica, etc. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015 SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO PAULO – SCMSP "A unidade de atenção primária deve fazer arranjos para que o paciente receba todos os tipos de serviço de atenção à saúde, mesmo que alguns não possam ser oferecidos eficientemente dentro delas. Isso inclui o encaminhamento para serviços secundários para consultas, serviços terciários para manejos definitivos de problemas específicos e para serviços de suporte fundamentais, tais como internação domiciliar, e outros serviços comunitários." Barbara Starfield – Atenção primária – UNESCO. O trecho acima versa sobre qual atributo da atenção primária? a) Integralidade. b) Centralidade na família. c) Territorialização. d) Longitudinalidade. e) Primeiro contato. R. Observe bem o trecho da questão: "paciente receba todos os tipos de serviço de atenção à saúde". Pegou? Só pode se tratar da integralidade. Resposta: letra A. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech RESIDÊNCIA MÉDICA – 2013 HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO – UERJ Em relação à Estratégia de Saúde da Família, pode-se afirmar que o(a): a) Aumento da cobertura pela estratégia reduz internações de enfermidades agudas, mas não afeta as internações por doenças crônicas. b) Aumento da cobertura da população por essa estratégia é capaz de reduzir taxas de internação por diversos grupos de morbidade. c) Cobertura proporcionada pela estratégia impacta outros indicadores de saúde, mas não altera as taxas de internação. d) Estratégia é uma modalidade assistencial que não afeta as taxas de internação em regiões mais desenvolvidas. R. Questão tranquila. A Estratégia de Saúde da Família, como estratégia de reorganização do modelo assistencial, através dos seus múltiplos princípios e objetivos (que são os próprios princípios da Atenção Básica), tem promovido resultados positivos à saúde da população que está sob a sua atuação. Diversos estudos mostram que a continuidade da atenção (longitudinalidade), a existência de equipes multidisciplinares e o tamanho da população adscrita estão associados a menores taxas de internações hospitalares. A Atenção Básica, segundo o seu princípio da Integralidade, deve ser capaz de resolver todos os problemas de saúde da população. E, se não for capaz de resolvê-los, deve possuir uma rede interligada para encaminhamentos a serviços de maior complexidade. Em média, a Atenção Básica é capaz de resolver cerca de 85% dos problemas de saúde. Esta característica também contribui para a diminuição nas taxas de internação por diversos grupos de morbidade. Neste sentido, a resposta certa é a letra B. RESIDÊNCIA MÉDICA - 2019 PUC – SOROCABA – PUC-SP Dentre os atributos da Atenção Primária em Saúde constam: a) Utilização dos serviços, regionalidade, multiprofissionalidade. b) Coordenação de cuidados, simplicidade, regionalidade. c) Acessibilidade, longitudinalidade, integralidade. d) Baixo custo, multiprofissionalidade, acessibilidade. R. Vamos relembrar... Os atributos essenciais da Atenção Primária incluem: ● Acesso (porta de entrada); ● Longitudinalidade; ● Coordenação; e ● Integralidade. Resposta: letra C. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2011 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF O enunciado adiante conceitua, segundo Bárbara Starfield (2001), um dos atributos essenciais dos serviços de Atenção Primária à Saúde: Pressupõe alguma forma de continuidade seja por parte do atendimento pelo mesmo profissional, seja por meio de prontuários médicos, ou ambos, além do reconhecimento de problemas abordados em outros serviços e a integração deste cuidado no cuidado global do paciente. Tal atributo denomina-se: a) Acesso de primeiro contato do indivíduo com o sistema de saúde. b) Coordenação da atenção. c) Integralidade. d) Longitudinalidade. e) Vínculo. R. Questão que tem que ler com calma senão erra. Prestem atenção: a questão cita prontuário, reconhecimento de problemas dos pacientes em outros serviços e integração. Quem deve ser o responsável por isso? É a coordenação da atenção. Resposta: letra B. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2010 HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE – HCPA – RS Mulher de 72 anos, que faz acompanhamento em uma Unidade Básica de Saúde, foi encaminhada pelo médico a um hospital para realizar cirurgia de varizes. O procedimento não apresentou intercorrências. No momento da alta, o cirurgião elaborou uma nota dirigida ao médico-assistente com informações sobre os cuidados a serem adotados no período pós-operatório. Nesta situação, que princípio do Sistema Único de Saúde está sendo invocado? a) Integralidade. b) Coordenação de cuidado. c) Referência e contrarreferência. d) Prevenção. e) Reabilitação. R. O que temos nessa questão? Uma paciente que vinha em acompanhamento na atenção básica e que foi encaminhada para operar as varizes. Logo após a cirurgia, ela é encaminhada de volta. Que princípio foi utilizado? Letras C, D e E estão fora, pois não são princípios. Ou é coordenação ou integralidade. Observando o que você acabou de ler acima, não tem dificuldade de captar que se trata do princípio da INTEGRALIDADE. A paciente foi atendida na íntegra nas suas necessidades. Quando a atenção básica não tinha competência para resolver (realizar cirurgia), a paciente foi encaminhada pelo médico da atenção básica para o hospital. A atenção básica tem que resolver isso também. Resposta: letra A. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech RESIDÊNCIA MÉDICA – 2010 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS – UCPEL – RS A Atenção Básica constitui o primeiro nível de atenção à saúde, de acordo com o modelo adotado pelo SUS e engloba um conjunto de ações de caráter individual ou coletivo. É atribuição ou característica da Atenção Básica: a) Priorizar o tratamento e reabilitação dos usuários. b) Garantir o acesso aos cuidados e às tecnologias necessárias e adequadas à prevenção. c) Encaminhar os usuários para os outros níveis do sistema por ser essencialmente um serviço de triagem. d) Por ser atenção básica, não requerer profissionais com habilidades técnicas especializadas, sendo um serviço de saúde de baixo custo para os gestores. e) Garantir, por meio de uma atenção básica bem organizada, a resolução de cerca de 50% das necessidades e problemas de saúde da população de um município. R. Você acabou de ver que a atenção básica está em consonância com o princípio da integralidade e, sendo assim, outros aspectos como a prevenção estão contemplados e não apenas cura e reabilitação (opção A errada). Ela consiste naporta de entrada dos usuários do sistema de saúde (opção B correta). Por outro lado, não é um serviço de baixo custo, para populações pobres (opção D errada), mas um serviço extremamente resolutivo (opção C errada) capaz de atender a cerca de 85% dos problemas de uma população (opção E errada). Resposta: letra B. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2010 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC São características amplamente aceitas para descrever a atenção primária, EXCETO: a) Porta de entrada para o sistema de saúde. b) Longitudinalidade, ou seja, responsabilidade pelos indivíduos ao longo do tempo. c) Responsabilidade pelos indivíduos apenas quando acometidos por uma doença. d) Integralidade da atenção. e) Capacidade de coordenar os cuidados de acordo com as necessidades dos indivíduos, suas famílias e comunidades. R. A única alternativa incorreta é a letra C, pois não devem ser responsáveis só quando os indivíduos estão acometidos por doenças, lembrando que ela tem atuação na PREVENÇÃO, CURA E REABILITAÇÃO. O PROCESSO DE TRABALHO NA ATENÇÃO BÁSICA Se caracteriza por: I - Definição do Território e Territorialização – a gestão deve definir o território de responsabilidade de cada equipe, e esta deve conhecer o território de atuação para programar suas ações de acordo com o perfil e as necessidades da comunidade, considerando diferentes elementos para a cartografia: ambientais, históricos, demográficos, geográficos, econômicos, sanitários, sociais, culturais, etc. Importante refazer ou complementar a territorialização sempre que necessário, já que o território é vivo. Nesse processo, a Vigilância em Saúde (sanitária, ambiental, epidemiológica e do trabalhador) e a Promoção da Saúde se mostram como referenciais essenciais para a identificação da rede de causalidades e dos elementos que exercem determinação sobre o processo saúde-doença, auxiliando na percepção dos problemas de saúde da população por parte da equipe e no planejamento das estratégias de intervenção. Além dessa articulação de olhares para a compreensão do território sob a responsabilidade das equipes que atuam na AB, a integração entre as ações de Atenção Básica e Vigilância em Saúde deve ser concreta, de modo que se recomenda a adoção de um território único para ambas as equipes, em que o Agente de Combate às Endemias trabalhe em conjunto com o Agente Comunitário de Saúde e os demais membros da equipe multiprofissional de AB na identificação das necessidades de saúde da população e no planejamento das intervenções clínicas e sanitárias. Possibilitar, de acordo com a necessidade e conformação do território, através de pactuação e negociação entre gestão e equipes, que o usuário possa ser atendido fora de sua área de cobertura, mantendo o diálogo e a informação com a equipe de referência. II - Responsabilização Sanitária – papel que as equipes devem assumir em seu território de referência (adstrição), considerando questões sanitárias, ambientais (desastres, controle da água, solo, ar), epidemiológicas (surtos, epidemias, notificações, controle de agravos), culturais e socioeconômicas, contribuindo por meio de intervenções clínicas e sanitárias nos problemas de saúde da população com residência fixa, os itinerantes (população em situação de rua, ciganos, circenses, andarilhos, acampados, assentados, etc.) ou mesmo trabalhadores da área adstrita. III - Porta de Entrada Preferencial – a responsabilização é fundamental para a efetivação da Atenção Básica como contato e porta de entrada preferencial da rede de atenção, primeiro atendimento às urgências/ emergências, acolhimento, organização do escopo de ações e do processo de trabalho de acordo com demandas e necessidades da população, através de estratégias diversas (protocolos e diretrizes clínicas, linhas de cuidado e fluxos de encaminhamento para os outros pontos de atenção da RAS, etc.). Caso o usuário acesse a rede através de outro nível de atenção, ele deve ser referenciado à Atenção Básica para que siga sendo acompanhado, assegurando a continuidade do cuidado. IV - Adscrição de usuários e desenvolvimento de relações de vínculo e responsabilização entre a equipe e a população do seu território de atuação, de forma a facilitar a adesão do Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech usuário ao cuidado compartilhado com a equipe (vinculação de pessoas e/ou famílias e grupos a profissionais/equipes, com o objetivo de ser referência para o seu cuidado). V - Acesso – a unidade de saúde deve acolher todas as pessoas do seu território de referência, de modo universal e sem diferenciações excludentes. Acesso tem relação com a capacidade do serviço em responder às necessidades de saúde da população (residente e itinerante). Isso implica dizer que as necessidades da população devem ser o principal referencial para a definição do escopo de ações e serviços a serem ofertados, para a forma como esses serão organizados e para o todo o funcionamento da UBS, permitindo diferenciações de horário de atendimento (estendido, sábado, etc.), formas de agendamento (por hora marcada, por telefone, e-mail, etc.) e outros, para assegurar o acesso. Pelo mesmo motivo, recomenda-se evitar barreiras de acesso como o fechamento da unidade durante o horário de almoço ou em períodos de férias, entre outros, impedindo ou restringindo a acesso da população. Destaca-se que horários alternativos de funcionamento que atendam expressamente a necessidade da população podem ser pactuados através das instâncias de participação social e gestão local. Importante ressaltar também que para garantia do acesso é necessário acolher e resolver os agravos de maior incidência no território e não apenas as ações programáticas, garantindo um amplo escopo de ofertas nas unidades, de modo a concentrar recursos e maximizar ofertas. VI - O acolhimento deve estar presente em todas as relações de cuidado, nos encontros entre trabalhadores de saúde e usuários, nos atos de receber e escutar as pessoas, suas necessidades, problematizando e reconhecendo como legítimas, e realizando avaliação de risco e vulnerabilidade das famílias daquele território, sendo que, quanto maior o grau de vulnerabilidade e risco, menor deverá ser a quantidade de pessoas por equipe, com especial atenção para as condições crônicas. Considera-se condição crônica aquela de curso mais ou menos longo ou permanente que exige resposta e ações contínuas, proativas e integradas do sistema de atenção à saúde, dos profissionais de saúde e das pessoas usuárias para o seu controle efetivo, eficiente e com qualidade. Ressalta-se a importância de que o acolhimento aconteça durante todo o horário de funcionamento da UBS, na organização dos fluxos de usuários na unidade, no estabelecimento de avaliações de risco e vulnerabilidade, na definição de modelagens de escuta (individual, coletiva, etc.), na gestão das agendas de atendimento individual, nas ofertas de cuidado multidisciplinar, etc. A saber, o acolhimento à demanda espontânea na Atenção Básica pode se constituir como: a) Mecanismo de ampliação/facilitação do acesso – a equipe deve atender todas as pessoas que chegarem na UBS, conforme sua necessidade, e não apenas determinados grupos populacionais, ou agravos mais prevalentes e/ou fragmentados por ciclo de vida. Dessa forma, a ampliação do acesso ocorre também contemplando a agenda programada e a demanda espontânea, abordando as situações conforme suas especificidades, dinâmicas e tempo; b) Postura, atitude e tecnologia do cuidado – se estabelece nas relações entre as pessoas e os trabalhadores, nos modos de escuta, na maneira de lidar com o não previsto, nos modos de construção de vínculos (sensibilidade do trabalhador, posicionamento ético situacional), podendo facilitar a continuidade do cuidado ou facilitando o acesso sobretudo para aqueles que procuram a UBS fora das consultas ou atividades agendadas; c) Dispositivo de (re)organização do processo de trabalho em equipe – a implantação do acolhimento pode provocar mudanças no modo de organização das equipes, relaçãoentre trabalhadores e modo de cuidar. Para acolher a demanda espontânea com equidade e qualidade, não basta distribuir senhas em número limitado, nem é possível encaminhar todas as pessoas ao médico, aliás o acolhimento não deve se restringir à triagem clínica. Organizar a partir do acolhimento exige que a equipe reflita sobre o conjunto de ofertas que ela tem apresentado para lidar com as necessidades de saúde da população e território. Para isso, é importante que a equipe defina quais profissionais vão receber o usuário que chega; como vai avaliar o risco e vulnerabilidade; fluxos e protocolos para encaminhamento; como organizar a agenda dos profissionais para o cuidado; etc. Destacam-se como importantes ações no processo de avaliação de risco e vulnerabilidade na Atenção Básica o Acolhimento com Classificação de Risco (a) e a Estratificação de Risco (b). a) Acolhimento com Classificação de Risco: escuta qualificada e comprometida com a avaliação do potencial de risco, agravo à saúde e grau de sofrimento dos usuários, considerando dimensões de expressão (física, psíquica, social, etc.) e gravidade, que possibilita priorizar os atendimentos a eventos agudos (condições agudas e agudizações de condições crônicas) conforme a necessidade, a partir de critérios clínicos e de vulnerabilidade disponíveis em diretrizes e protocolos assistenciais definidos no SUS. O processo de trabalho das equipes deve estar organizado de modo a permitir que casos de urgência/emergência tenham prioridade no atendimento, independentemente do número de consultas agendadas no período. Caberá à UBS prover atendimento adequado à situação e dar suporte até que os usuários sejam acolhidos em outros pontos de atenção da RAS. As informações obtidas no acolhimento com classificação de risco deverão ser registradas em prontuário do cidadão (físico ou preferencialmente eletrônico). Os desfechos do acolhimento com classificação de risco poderão ser definidos como: 1 - Consulta ou procedimento imediato; 2 - Consulta ou procedimento em horário disponível no mesmo Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech dia; 3 - Agendamento de consulta ou procedimento em data futura, para usuário do território; 4 - Procedimento para resolução de demanda simples prevista em protocolo, como renovação de receitas para pessoas com condições crônicas, condições clínicas estáveis ou solicitação de exames para o seguimento de linha de cuidado bem definida; 5 - Encaminhamento a outro ponto de atenção da RAS, mediante contato prévio, respeitado o protocolo aplicável; e 6 - Orientação sobre territorialização e fluxos da RAS, com indicação específica do serviço de saúde que deve ser procurado, no município ou fora dele, nas demandas em que a classificação de risco não exija atendimento no momento da procura do serviço. b) Estratificação de Risco: é o processo pelo qual se utiliza critérios clínicos, sociais, econômicos, familiares e outros, com base em diretrizes clínicas, para identificar subgrupos de acordo com a complexidade da condição crônica de saúde, com o objetivo de diferenciar o cuidado clínico e os fluxos que cada usuário deve seguir na Rede de Atenção à Saúde para um cuidado integral. A estratificação de risco da população adscrita a determinada UBS é fundamental para que a equipe de saúde organize as ações que devem ser oferecidas a cada grupo ou estrato de risco/vulnerabilidade, levando em consideração a necessidade e adesão dos usuários, bem como a racionalidade dos recursos disponíveis nos serviços de saúde. VII - Trabalho em Equipe Multiprofissional – considerando a diversidade e complexidade das situações com as quais a Atenção Básica lida, um atendimento integral requer a presença de diferentes formações profissionais trabalhando com ações compartilhadas, assim como, com processo interdisciplinar centrado no usuário, incorporando práticas de vigilância, promoção e assistência à saúde, bem como matriciamento ao processo de trabalho cotidiano. É possível integrar também profissionais de outros níveis de atenção. VIII - Resolutividade – capacidade de identificar e intervir nos riscos, necessidades e demandas de saúde da população, atingindo a solução de problemas de saúde dos usuários. A equipe deve ser resolutiva desde o contato inicial, até demais ações e serviços da AB de que o usuário necessite. Para tanto, é preciso garantir amplo escopo de ofertas e abordagens de cuidado, de modo a concentrar recursos, maximizar as ofertas e melhorar o cuidado, encaminhando de forma qualificada o usuário que necessite de atendimento especializado. Isso inclui o uso de diferentes tecnologias e abordagens de cuidado individual e coletivo, por meio de habilidades das equipes de saúde para a promoção da saúde, prevenção de doenças e agravos, proteção e recuperação da saúde, e redução de danos. Importante promover o uso de ferramentas que apoiem e qualifiquem o cuidado realizado pelas equipes, como as ferramentas da clínica ampliada, gestão da clínica e promoção da saúde, para ampliação da resolutividade e abrangência da AB. Entende-se por ferramentas de Gestão da Clínica um conjunto de tecnologias de microgestão do cuidado destinado a promover uma atenção à saúde de qualidade, como protocolos e diretrizes clínicas, planos de ação, linhas de cuidado, projetos terapêuticos singulares, genograma, ecomapa, gestão de listas de espera, auditoria clínica, indicadores de cuidado, entre outras. Para a utilização dessas ferramentas, deve-se considerar a clínica centrada nas pessoas; efetiva, estruturada com base em evidências científicas; segura, que não cause danos às pessoas e aos profissionais de saúde; eficiente, oportuna, prestada no tempo certo; equitativa, de forma a reduzir as desigualdades e que a oferta do atendimento se dê de forma humanizada. VIII - Promover atenção integral, contínua e organizada à população adscrita, com base nas necessidades sociais e de saúde, através do estabelecimento de ações de continuidade informacional, interpessoal e longitudinal com a população. A Atenção Básica deve buscar a atenção integral e de qualidade, resolutiva e que contribua para o fortalecimento da autonomia das pessoas no cuidado à saúde, estabelecendo articulação orgânica com o conjunto da rede de atenção à saúde. Para o alcance da integralidade do cuidado, a equipe deve ter noção sobre a ampliação da clínica, o conhecimento sobre a realidade local, o trabalho em equipe multiprofissional e transdisciplinar, e a ação intersetorial. Para isso, pode ser necessário realizar ações de atenção à saúde nos estabelecimentos de Atenção Básica à saúde, no domicílio, em locais do território (salões comunitários, escolas, creches, praças, etc.) e outros espaços que comportem a ação planejada. IX - Realização de ações de atenção domiciliar destinada a usuários que possuam problemas de saúde controlados/compensados e com dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma Unidade Básica de Saúde, que necessitam de cuidados com menor frequência e menor necessidade de recursos de saúde, para famílias e/ou pessoas para busca ativa, ações de vigilância em saúde e realizar o cuidado compartilhado com as equipes de atenção domiciliar nos casos de maior complexidade. X - Programação e implementação das atividades de atenção à saúde de acordo com as necessidades de saúde da população, com a priorização de intervenções clínicas e sanitárias nos problemas de saúde segundo critérios de frequência, risco, vulnerabilidade e resiliência. Inclui-se aqui o planejamento e organização da agenda de trabalho compartilhada de todos os profissionais, e recomenda-se evitar a divisão de agenda segundo critérios de problemas de saúde, ciclos de vida, gênero e patologias dificultando o acesso dos usuários. Recomenda-se a utilização de instrumentos de planejamento estratégico situacional em saúde, que seja ascendente e envolva a participação popular (gestores, trabalhadores e usuários). Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech XI - Implementação da Promoção da Saúde comoum princípio para o cuidado em saúde, entendendo que, além da sua importância para o olhar sobre o território e o perfil das pessoas, considerando a determinação social dos processos saúde-doença para o planejamento das intervenções da equipe, contribui também para a qualificação e diversificação das ofertas de cuidado. A partir do respeito à autonomia dos usuários, é possível estimular formas de andar a vida e comportamentos com prazer que permaneçam dentro de certos limites sensíveis entre a saúde e a doença, o saudável e o prejudicial, que sejam singulares e viáveis para cada pessoa. Ainda, numa acepção mais ampla, é possível estimular a transformação das condições de vida e saúde de indivíduos e coletivos, através de estratégias transversais que estimulem a aquisição de novas atitudes entre as pessoas, favorecendo mudanças para modos de vida mais saudáveis e sustentáveis. Embora seja recomendado que as ações de promoção da saúde estejam pautadas nas necessidades e demandas singulares do território de atuação da AB, denotando uma ampla possibilidade de temas para atuação, destacam-se alguns de relevância geral na população brasileira, que devem ser considerados na abordagem da Promoção da Saúde na AB: alimentação adequada e saudável; práticas corporais e atividade física; enfrentamento do uso do tabaco e seus derivados; enfrentamento do uso abusivo de álcool; promoção da redução de danos; promoção da mobilidade segura e sustentável; promoção da cultura de paz e de direitos humanos; promoção do desenvolvimento sustentável. XII - Desenvolvimento de ações de prevenção de doenças e agravos em todos os níveis de acepção deste termo (primária, secundária, terciária e quartenária), que priorizem determinados perfis epidemiológicos e os fatores de risco clínicos, comportamentais, alimentares e/ou ambientais, bem como aqueles determinados pela produção e circulação de bens, prestação de serviços de interesse da saúde, ambientes e processos de trabalho. A finalidade dessas ações é prevenir o aparecimento ou a persistência de doenças, agravos e complicações preveníveis, evitar intervenções desnecessárias e iatrogênicas e ainda estimular o uso racional de medicamentos. Para tanto é fundamental a integração do trabalho entre Atenção Básica e Vigilância em Saúde, que é um processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise e disseminação de dados sobre eventos relacionados à saúde, visando ao planejamento e a implementação de medidas de saúde pública para a proteção da saúde da população, a prevenção e controle de riscos, agravos e doenças, bem como para a promoção da saúde. As ações de Vigilância em Saúde estão inseridas nas atribuições de todos os profissionais da Atenção Básica e envolvem práticas e processos de trabalho voltados para: a) Vigilância da situação de saúde da população, com análises que subsidiem o planejamento, estabelecimento de prioridades e estratégias, monitoramento e avaliação das ações de saúde pública; b) Detecção oportuna e adoção de medidas adequadas para a resposta de saúde pública; c) Vigilância, prevenção e controle das doenças transmissíveis; e d) Vigilância das violências, das doenças crônicas não transmissíveis e acidentes. AB e a Vigilância em Saúde deverão desenvolver ações integradas visando à promoção da saúde e prevenção de doenças nos territórios sob sua responsabilidade. Todos os profissionais de saúde deverão realizar a notificação compulsória e conduzir a investigação dos casos suspeitos ou confirmados de doenças, agravos e outros eventos de relevância para a saúde pública, conforme protocolos e normas vigentes. Compete à gestão municipal reorganizar o território, e os processos de trabalho de acordo com a realidade local. A integração das ações de Vigilância em Saúde com Atenção Básica, pressupõe a reorganização dos processos de trabalho da equipe, a integração das bases territoriais (território único), preferencialmente, e rediscutir as ações e atividades dos agentes comunitários de saúde e do agentes de combate às endemias, com definição de papéis e responsabilidades. A coordenação deve ser realizada por profissionais de nível superior das equipes que atuam na Atenção Básica. XIII - Desenvolvimento de ações educativas por parte das equipes que atuam na AB, devem ser sistematizadas de forma que possam interferir no processo de saúde-doença da população, no desenvolvimento de autonomia, individual e coletiva, e na busca por qualidade de vida e promoção do autocuidado pelos usuários. XIV - Desenvolver ações intersetoriais, em interlocução com escolas, equipamentos do SUAS, associações de moradores, equipamentos de segurança, entre outros, que tenham relevância na comunidade, integrando projetos e redes de apoio social, voltados para o desenvolvimento de uma atenção integral. XV - Implementação de diretrizes de qualificação dos modelos de atenção e gestão, tais como, a participação coletiva nos processos de gestão, a valorização, fomento a autonomia e protagonismo dos diferentes sujeitos implicados na produção de saúde, autocuidado apoiado, o compromisso com a ambiência e com as condições de trabalho e cuidado, a constituição de vínculos solidários, a identificação das necessidades sociais e organização do serviço em função delas, entre outras. XVI - Participação do planejamento local de saúde, assim como do monitoramento e a avaliação das ações na sua equipe, unidade e município; visando à readequação do processo de trabalho e do planejamento frente às necessidades, realidade, dificuldades e possibilidades analisadas. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech O planejamento ascendente das ações de saúde deverá ser elaborado de forma integrada nos âmbitos das equipes, dos municípios, das regiões de saúde e do Distrito Federal, partindo- se do reconhecimento das realidades presentes no território que influenciam a saúde, condicionando as ofertas da Rede de Atenção Saúde de acordo com a necessidade/demanda da população, com base em parâmetros estabelecidos em evidências científicas, situação epidemiológica, áreas de risco e vulnerabilidade do território adscrito. As ações em saúde planejadas e propostas pelas equipes deverão considerar o elenco de oferta de ações e de serviços prestados na AB, os indicadores e parâmetros, pactuados no âmbito do SUS. As equipes que atuam na AB deverão manter atualizadas as informações para construção dos indicadores estabelecidos pela gestão, com base nos parâmetros pactuados alimentando, de forma digital, o sistema de informação de Atenção Básica vigente. XVII - Implantar estratégias de Segurança do Paciente na AB, estimulando prática assistencial segura, envolvendo os pacientes na segurança, criando mecanismos para evitar erros, garantir o cuidado centrado na pessoa, realizando planos locais de segurança do paciente, fornecendo melhoria contínua relacionando a identificação, a prevenção, a detecção e a redução de riscos. XVIII - Apoio às estratégias de fortalecimento da gestão local e do controle social, participando dos conselhos locais de saúde de sua área de abrangência, assim como, articular e incentivar a participação dos trabalhadores e da comunidade nas reuniões dos conselhos locais e municipal; e XIX - Formação e Educação Permanente em Saúde, como parte do processo de trabalho das equipes que atuam na Atenção Básica. Considera-se Educação Permanente em Saúde (EPS) a aprendizagem que se desenvolve no trabalho, onde o aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano das organizações e do trabalho, baseando-se na aprendizagem significativa e na possibilidade de transformar as práticas dos trabalhadores da saúde. Nesse contexto, é importante que a EPS se desenvolva essencialmente em espaços institucionalizados, que sejam parte do cotidiano das equipes (reuniões, fóruns territoriais, entre outros), devendo ter espaço garantido na carga horária dos trabalhadores e contemplar a qualificação de todos da equipe multiprofissional, bem como os gestores. Algumas estratégias podem se aliar a esses espaçosinstitucionais em que equipe e gestores refletem, aprendem e transformam os processos de trabalho no dia a dia, de modo a potencializá-los, tais como Cooperação Horizontal, Apoio Institucional, Tele-Educação, Formação em Saúde. Entende-se que o apoio institucional deve ser pensado como uma função gerencial que busca a reformulação do modo tradicional de se fazer coordenação, planejamento, supervisão e avaliação em saúde. Ele deve assumir como objetivo a mudança nas organizações, tomando como matéria-prima os problemas e tensões do cotidiano. Nesse sentido, pressupõe-se o esforço de transformar os modelos de gestão verticalizados em relações horizontais que ampliem a democratização, autonomia e compromisso dos trabalhadores e gestores, baseados em relações contínuas e solidárias. A Formação em Saúde, desenvolvida por meio da relação entre trabalhadores da AB no território (estágios de graduação e residências, projetos de pesquisa e extensão, entre outros), beneficiam AB e instituições de ensino e pesquisa, trabalhadores, docentes e discentes e, acima de tudo, a população, com profissionais de saúde mais qualificados para a atuação e com a produção de conhecimento na AB. Para o fortalecimento da integração entre ensino, serviços e comunidade no âmbito do SUS, destaca-se a estratégia de celebração de instrumentos contratuais entre instituições de ensino e serviço, como forma de garantir o acesso a todos os estabelecimentos de saúde sob a responsabilidade do gestor da área de saúde como cenário de práticas para a formação no âmbito da graduação e da residência em saúde no SUS, bem como de estabelecer atribuições das partes relacionadas ao funcionamento da integração ensino-serviço-comunidade. Além dessas ações que se desenvolvem no cotidiano das equipes, de forma complementar, é possível oportunizar processos formativos com tempo definido, no intuito de desenvolver reflexões, conhecimentos, competências, habilidades e atitudes específicas, através dos processos de Educação Continuada, igualmente como estratégia para a qualificação da AB. As ofertas educacionais devem, de todo modo, ser indissociadas das temáticas relevantes para a Atenção Básica e da dinâmica cotidiana de trabalho dos profissionais. PROGRAMA MÉDICOS PELO BRASIL (MP Nº 890, DE 01 DE AGOSTO DE 2019) Para ampliar a oferta de serviços médicos em locais de difícil provimento ou de alta vulnerabilidade, além de formar médicos especialistas em Medicina de Família e Comunidade, o Governo Federal lançou, no dia 01 de agosto de 2019, o Programa Médicos pelo Brasil. A estratégia ampliou em cerca de 7 mil vagas a oferta de médicos em municípios com os maiores vazios assistenciais na comparação com o programa Mais Médicos, sendo que as regiões Norte e Nordeste juntas têm 55% do total dessas vagas. Ao todo, foram 18 mil vagas previstas, sendo cerca de 13 mil em municípios de difícil provimento. Médicos nas Áreas Mais Carentes O Governo Federal priorizará a participação de municípios em regiões carentes. Para isso, adotou metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), baseada em estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) que classifica as cidades em espaços rurais e Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech urbanos, considerando o tamanho da população, densidade demográfica e distância de grandes centros urbanos. Assim, os municípios foram divididos em 5 categorias: rurais remotos, rurais adjacentes, intermediários remotos, intermediários adjacentes e urbanos. Serão priorizados os municípios rurais remotos, rurais adjacentes e intermediários remotos, que concentram 3,4 mil cidades, e poderão incluir todas as equipes de Saúde da Família no Programa Médicos pelo Brasil. Todas as Unidades de Saúde da Família ribeirinhas e fluviais e os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) também serão consideradas como prioritárias. Os municípios intermediários adjacentes e urbanos receberão médicos em USF consideradas de alta vulnerabilidade, a partir de critérios como proporção de pessoas cadastradas que recebam benefício financeiro do Programa Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada (BPC) ou qualquer benefício previdenciário até o limite de dois salários-mínimos. Os municípios que quiserem participar do Programa Médicos Pelo Brasil deverão assinar Termo de Adesão onde serão definidas pelo Ministério da Saúde as responsabilidades dos gestores municipais, especialmente quanto à oferta de estrutura adequada para a realização do trabalho do médico. A saída dos municípios e das Unidades de Saúde da Família do programa devem ocorrer na medida em que forem sendo alcançados melhores indicadores de desempenho no cuidado à saúde da população, influenciados ainda pela melhoria da economia. Isso porque a prioridade do Médicos pelo Brasil é levar médicos para áreas mais carentes. Para apoiar a atenção à saúde em municípios de médio e grande porte, o Ministério da Saúde lançou em maio de 2019 o programa Saúde na Hora (discutido na seção anterior), que oferece incentivo financeiro para Unidades de Saúde da Família que ampliarem horário de atendimento à população, aumentando o acesso da população aos serviços da Atenção Primária, como consultas médicas e odontológicas, coleta de exames laboratoriais, aplicação de vacinas e acompanhamento pré-natal. Seleção e Contratação de Médicos Os médicos serão selecionados por meio de processo seletivo eliminatório e classificatório que contemplará duas funções diferentes: médicos de família e comunidade e tutor médico. Para a função de Médico de Família e Comunidade, serão selecionados médicos com registro no Conselho Federal de Medicina (CRM). Se aprovados na prova escrita, serão alocados em USF pré-definidas pelo Ministério da Saúde para realização do curso de especialização em Medicina de Família e Comunidade. Para a função de Tutor Médico serão selecionados especialistas em Medicina de Família e Comunidade ou de Clínica Médica com CRM. Nessa modalidade, os profissionais aprovados na prova escrita já ingressam, por meio de contratação via CLT, e ficam responsáveis pelo atendimento à população nas USF a que foram designados e pela supervisão dos demais médicos ingressantes no Programa Médicos pelo Brasil, durante o período do curso de especialização. Remuneração e Gratificação Ao longo dos dois primeiros anos no Programa Médicos pelo Brasil, os profissionais realizarão o curso de especialização, recebendo bolsa-formação no valor de R$ 12 mil mensais líquidos, com gratificação de R$ 3 mil adicionais para locais remotos (rurais e intermediários) e de R$ 6 mil adicionais para DSEIs, além de localidades ribeirinhas e fluviais. Se aprovados no curso, os médicos realizarão uma prova para adquirirem titulação de especialista em Medicina de Família e Comunidade e poderão ser contratados via Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), permanecendo nas USF em que realizaram a formação. A contratação via CLT apresenta quatro níveis salariais, com progressão a cada três anos de participação no programa, além de gratificação por desempenho vinculada ao alcance de indicadores de qualidade de atendimento e satisfação das pessoas atendidas. Este adicional por desempenho pode variar entre 11% e 30% em relação ao salário. O primeiro nível salarial pode chegar até R$ 21 mil e, gradativamente, até R$ 31 mil, considerando o acréscimo máximo da gratificação por desempenho e local de difícil provimento. Esses valores também incluem gratificação de R$ 1 mil mensais para os médicos que acumularem o cargo de tutor. Durante a participação no programa, os médicos serão avaliados através de métodos científicos e indicadores de saúde da população, a partir da valorização da opinião das pessoas e de critérios de desempenho clínico. O médico também avaliará a estrutura de USF e da rede de serviços do município em que trabalha. Essa avaliação ajudará no fortalecimento da qualidade da Atenção Primária à Saúde no Brasil. Especialização O curso de especialização em Medicinade Família e Comunidade será obrigatório para a contratação federal via CLT. O médico cumprirá jornada semanal de 60 horas, sendo 40 horas voltadas à integração ensino-serviço, desenvolvendo atividades de atendimento direto à população, e 20 horas de atividades teóricas. Os médicos serão supervisionados por seus respectivos tutores e passarão uma semana, a cada dois meses, na Unidade de Saúde da Família do tutor, realizando atendimentos em conjunto. Além disso, o tutor deverá estar disponível para supervisão de casos à distância a qualquer momento. Os médicos também contarão com a possibilidade de discussão de casos via Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech telessaúde, de médico para médico, utilizando os recursos já ofertados pelo Ministério da Saúde. O componente teórico será realizado por instituição de ensino superior parceira, com a participação da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), na modalidade de ensino à distância. As avaliações serão semestrais, com aprovação obrigatória para continuidade no Programa. Ao final do curso, o médico deverá realizar um trabalho de conclusão que consistirá na identificação e priorização de um problema existente na população vinculada a sua USF, acompanhado da intervenção para a melhoria desse problema. INSTRUMENTOS DE ABORDAGEM FAMILIAR E SUAS ESPECIFICAÇÕES Como esse capítulo se refere a Atenção Básica e o seu carro chefe, a Estratégia de Saúde da Família, temos que ter em mente que o profissional de saúde tem que saber lidar com a família (pai, mãe, filho...), pois só assim entenderemos sua estrutura e funcionalidade para o diagnóstico e tratamento corretos. A abordagem familiar é baseada em três pontos fundamentais: A – Anatomia familiar: nomes, datas, profissão, escolaridade... B – O ciclo de vida: representa a fase da vida da família; e C – Funcionamento: as regras de convivência familiar. VIDEO_12_MEDPRE01 A – ANATOMIA FAMILIAR É realizada pelo Genograma e pelo Ecomapa. Genograma É a representação gráfica das interações familiares. Mostra através de símbolos as relações entre os membros da família (proximidade, abuso, separação...). Para ser construído precisa de pelo menos três gerações. Deve incluir: nomes; datas de eventos traumáticos; idades; ocupações; estado marital; emoções de proximidade, distância ou conflito entre os membros; casamentos prévios; filhos; e outras informações relevantes. Observe na figura a seguir os símbolos utilizados: Ecomapa O ecomapa serve para nos mostrar a relação da família com o meio que ela vive (vizinhos, amigos, igreja...). É um genograma mais simples com essas relações. Observe a figura a seguir: Médicos pelo Brasil Prova de conhecimentos eliminatória e classificatória. Contrato CLT, carreira com progressão salarial, gratificação por desempenho e bônus para locais remotos e DSEIs. 13 mil vagas em áreas prioritárias: 7 mil vagas a mais, sendo 4 mil no Norte e Nordeste. Acompanhamento do tutor presencial e semipresencial. Gratificação por desempenho. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech Fonte: Medicina Ambulatorial: Condutas de Atenção Primária Baseadas em Evidência, 4ª edição, Bruce B. Duncan. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2018 FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP UNICAMP – SP A prática médica na Atenção Primária, por seu caráter complexo e multifacetado, exige a adoção de ferramentas que facilitem uma compreensão abrangente do processo saúde- doença, sendo fundamental uma adequada abordagem familiar. Nesse sentido, analise a figura abaixo: Qual ferramenta de abordagem familiar está representada na figura? a) Genograma. b) FIRO-B. c) PRACTICE. d) Ecomapa. R. Depois do que você acabou de ler anteriormente, sem comentários... Resposta: letra D. B – O CICLO DE VIDA É o processo evolutivo que a família passa ao longo da vida. É compreendido pelas seguintes etapas: ● Adulto jovem independente: é o momento que o jovem começa a conseguir sua autonomia emocional e financeira; ● Casamento: é a união de dois adultos jovens e independentes; ● Nascimento do primeiro filho: é o início da transformação da vida do casal. Com mudança no papel e no comportamento da família; ● Família com filhos pequenos: começam os conflitos entre irmãos, a família se abre mais para o exterior (creche, escola...); ● Família com filhos adolescentes: os pais já estão na meia- idade, os filhos querem mais independência. Os filhos estão Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech buscando a sua própria identidade; ● Ninho vazio: é a fase que os filhos estão saindo de casa, deixando os pais sozinhos; ● Aposentadoria: agora os pais tornam-se avós; ● Estágio tardio: velhice. É importante salientar que as fases anteriormente citadas são chamadas de Crises Evolutivas ou Previsíveis ou Normativas, pois também existem as Crises Imprevisíveis ou Paranormativas, que são aquela inesperadas ou adversas, como desemprego, morte precoce, separação, violência, mudança de domicílio... C – O FUNCIONAMENTO Aqui é avaliada a divisão de poder entre os casais, o padrão de comunicação, a autonomia, a intimidade... Para isso podemos usar os seguintes instrumentos (vide figura a seguir): Fonte: Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Caderno de Atenção Domiciliar – Volume 2. Algumas questões: RESIDÊNCIA MÉDICA – 2016 FUNDAÇÃO BANCO DE OLHOS DE GOIÁS – FUBOG O Genograma é uma das ferramentas utilizadas na abordagem familiar. Acerca do assunto, assinale a alternativa CORRETA. a) A sua construção deve ser composta por, no mínimo, duas gerações de componentes familiares. b) Pode ser utilizado pelo Médico de Família e Comunidade para ajudar a realizar intervenções nos cuidados de saúde. c) Para ampliar o conhecimento sobre as famílias, deve ser construído no início da primeira consulta. d) A sua principal função é expressar a representação gráfica da composição familiar: a arquitetura e anatomia familiar, seus membros, idades, os vivos e falecidos. R. Letra A: incorreta, pois precisa de, no mínimo, três gerações. Letra B: correta. Letra C: incorreta, pois ele deve ser construído ao longo do tempo e não há essa necessidade de se fazer com pressa na primeira consulta. Nesse momento, ainda não temos toda a história do paciente e da sua família. Letra D: incorreta, pois sua principal função é mostrar as interrelações familiares com o paciente doente, ou em estudo. Portanto, resposta: letra B. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2017 HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO – UERJ Mulher de 55 anos, negra, natural de Sergipe, casada, mãe de três filhos, é a segunda filha de uma prole de seis filhos. Pai e mãe já faleceram, ele por AVC e ela por câncer. Seu marido, com 58 anos, é filho único do terceiro casamento de seu pai. A paciente vem à unidade com frequência, com múltiplas queixas e com diferentes repercussões. No último ano, teve uma frequência semanal na unidade primária à saúde, e a equipe decidiu compreender melhor as circunstâncias que envolvem sua família. Para a aplicabilidade da técnica do genograma, deve-se considerar o(a): a) Ciclo de vida e os eventos estressores. b) Trigeracionalidade e a dinâmica afetiva. c) Uso de medicação e a estrutura familiar. d) Relação de poder e os eventos previsíveis. R. Para a aplicabilidade técnica do genograma precisamos analisar pelo menos três gerações e a dinâmica afetiva, ou seja, as interrelações familiares, que é o seu principal objetivo. Portanto, resposta: letra B. O MÉTODO CLÍNICO CENTRADO NA PESSOA Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech É um método que surge a partir das críticas do modelo centrado na doença. Aqui a proposta é colocar a pessoa no centro da prática clínica. VIDEO_13_MEDPRE01 Apresenta seis componentes: 1. Explorar da experiência pessoal com a doença (sentimentos em relação à doença, se a pessoa sabe o que está acontecendo com ela, como a doença está a afetando, expectativas em relação ao médico, tratamento, consulta…). Propõe-se que os profissionais avaliem quatro dimensões da experiência da doença. Essas sãolembradas pelo mnemônico SIFE – Sentimento, Ideias, Funcionamento e Expectativas: a. Os Sentimentos das pessoas a respeito de seus problemas. Por exemplo, ela teme que os sintomas manifestados possam indicar uma doença mais séria, como um câncer? Teme piorar muito; b. As suas Ideias sobre o que está errado. Embora às vezes a ideia que uma pessoa faz de um sintoma seja bastante objetivo – "será que essa cólica é uma pedra no rim?" – às vezes outros encaram problemas de saúde como punições, ou até mesmo como uma espécie de "mau olhado"; c. Os efeitos da doença no Funcionamento da pessoa: haverá limitações nas atividades diárias? Será necessário ficar afastado do trabalho? Prejudica a qualidade de vida? d. Quais são as Expectativas da pessoa. O que espera do médico? Está satisfeita(o) com o acompanhamento? Acha necessário mais exames? 2. Entender a pessoa como um todo (conhecer a história da vida da pessoa). 3. Elaboração de um plano em conjunto de manejo dos problemas (é considerado o ponto central do método centrado na pessoa, mostra a aplicabilidade da valorização do sujeito). 4. Incorporação da prevenção e promoção da saúde. 5. Intensificação do relacionamento entre pessoa e médico. 6. Ser realista. Resultados do método: ● As consultas não exigem mais tempo; ● Melhora do controle da hipertensão e da diabetes, bem como nos pacientes com sintomas inespecíficos; ● Diminuição das queixas de má prática médica; ● Redução dos sintomas em doenças mentais; ● Menor prescrição de neurolépticos; ● Menor solicitação de exames complementares; ● Médicos mais satisfeitos; ● Melhor relação médico-paciente; ● Melhora na adesão ao tratamento; ● Melhora nos desfechos neonatais; ● Maior uso dos serviços preventivos; ● Melhora nos cuidados paliativos. APÊNDICE I DESENVOLVIMENTO DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL SAIBA MAIS O método SOAP para preenchimento de prontuários médicos A estrutura das notas de evolução no Registro Clínico Orientado por Problemas (RCOP) é formada por quatro partes, conhecidas resumidamente como "SOAP". o SOAP corresponde a um acrônimo (originalmente em inglês) para "Subjetivo", "Objetivo", "Avaliação" e "Plano". ● "Subjetivo" (S) – Nessa parte se anotam as informações recolhidas na entrevista clínica sobre o motivo da consulta ou o problema de saúde em questão. Inclui as impressões subjetivas do profissional de saúde e as expressadas pela pessoa que está sendo cuidada. Se tivermos como referencial o "Método Clínico Centrado na Pessoa" (MCCP), é nessa seção que exploramos a "experiência da doença" ou a "experiência do problema" vivida pela própria pessoa; ● "Objetivo" (O) – Nessa parte se anotam os dados positivos (e negativos que se configurarem importantes) do exame físico e dos exames complementares, incluindo os laboratoriais disponíveis. ● "Avaliação" (A) – Após a coleta e o registro organizado dos dados e informações Subjetivas (S) e Objetivas (O), o profissional de saúde faz uma Avaliação (A) mais precisa em relação ao problema, queixa ou necessidade de saúde, definindo-o e denominando-o. ● "Plano" (P) – A parte final da nota de evolução SOAP é o Plano (P) de cuidados ou condutas que serão tomados em relação ao problema ou necessidade avaliada. De maneira geral, podem existir quatro tipos principais de planos: 1. Planos Diagnósticos: nos quais se planejam as provas diagnósticas necessárias para elucidação do problema, se for o caso; 2. Planos Terapêuticos: nos quais se registram as indicações terapêuticas planejadas para a resolução ou manejo do problema da pessoa – medicamentos, dietas, mudanças de hábitos, entre outras; 3. Planos de Seguimento: nos quais se expõem as estratégias de seguimento longitudinal e continuado da pessoa e do problema em questão; 4. Planos de Educação em Saúde: nos quais se registram brevemente as informações e orientações apresentadas e negociadas com a pessoa, em relação ao problema em questão. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech Vamos fazer uma revisão sobre o desenvolvimento das políticas de saúde no Brasil. Este tema costuma aparecer em provas de concursos médicos. O objetivo aqui é melhorar o nosso entendimento sobre as origens da formação do SUS e os seus princípios. Vamos então discutir cinco épocas do período republicano: a República Velha; a Era Vargas; o Autoritarismo; a Nova Constituinte e a Pós-Constituinte. REPÚBLICA VELHA (1889-1930) Era o período marcado pelas doenças transmissíveis (febre amarela urbana, varíola, tuberculose, sífilis, endemias rurais...). Por este motivo, o Estado começou a organizar serviços de saúde pública e baseou suas ações na REALIZAÇÃO DE CAMPANHAS SANITÁRIAS. A população, tanto do campo quanto da cidade, não tinha acesso aos serviços públicos de saúde (que ainda nem existiam), o atendimento médico só era possível para aqueles que pagavam, ou mesmo através de caridade. Com a evolução industrial que se seguia, levando os trabalhadores a precárias condições de trabalho e de vida urbana, surgem os primeiros movimentos de legislação trabalhista e previdenciários (Caixas de Aposentadoria e de Pensões – CAPs). A resposta social, em termos previdenciários, foi a criação da Lei Eloi Chaves, organizando as CAPs e a resposta, em termos de saúde pública, foi a Reforma Carlos Chagas, que criou o novo regulamento do Departamento Nacional de Saúde Pública, composto por três diretorias (Serviços Sanitários Terrestres, Defesa Sanitária Marítima e Fluvial, Saneamento e Profilaxia Rural) e ampliou as suas funções, com atenção à infância e ao controle da tuberculose, da hanseníase e das doenças sexualmente transmissíveis. Portanto, a Saúde no Brasil, nesta fase, agia de forma dicotômica entre a saúde pública e a previdência social, separando as ações de controle e prevenção das doenças na população de um lado e as ações de medicina individual de outro (previdenciária, filantrópica e liberal). "ERA VARGAS" (1930-1964) É o período em que predominam as doenças da pobreza (infectoparasitárias, desnutrição) e ocorre o surgimento da morbidade moderna (doenças cardiovasculares, neoplasias). Nesta fase, inicia-se o processo da transição demográfica, com a redução da mortalidade e o envelhecimento populacional. A Saúde é controlada pelo Ministério da Educação e Saúde, enquanto a Previdência e a Saúde do Trabalhador estavam sob controle do recém-criado Ministério do Trabalho. As ações do Ministério da Saúde e das Secretarias Estaduais e Municipais estavam voltadas para a execução de campanhas sanitárias, programas especiais (tuberculose, materno-infantil, hanseníase) e na manutenção de postos de saúde, pronto- socorro, maternidades, hospitais específicos de psiquiatria e tisiologia, que eram a referência para a população não beneficiária da medicina previdenciária (desempregados, trabalhadores rurais, mercado informal). Já os trabalhadores formais e seus familiares, cobertos pela previdência social, através de diversos IAPs – Institutos de Aposentadorias e Pensões (marítimos, comerciários, bancários, servidores de estado) – tinham assistência médica financiada pelos IAPs. Para aqueles que podiam pagar, existia a modalidade liberal de venda de serviços médicos. AUTORITARISMO (1964-1984) Nesta época, a taxa da mortalidade infantil, que havia declinado no período anterior, voltou a subir. Também aumentou o número de casos de malária, tuberculose e doença de Chagas. As doenças do aparelho circulatório passaram a ser a principal causa de morte no Brasil. As políticas de saúde privilegiaram o setor privado, com a compra de serviços de assistência médica, apoio aos investimentos e empréstimos com subsídios. Houve a unificação dos IAPs, com a criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), agora responsável pelas aposentadorias, pensões e assistência médica dos segurados da Previdência e de seus familiares. Os trabalhadores rurais também passaram a ser atendidos pela medicina previdenciária. Teve início a crise previdenciária (saúde), tanto financeira como de gerenciamento, fazendo com queo governo interviesse (de acordo com o interesse dos empresários da saúde), criando programas como os seguintes: Programa Nacional de Saúde Materno-infantil, Campanha da Meningite, Programa Nacional de Imunizações, Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento, Programa Nacional de Controle da Esquistossomose, Programa Nacional de Alimentação e Nutrição, Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária e o Instituto Nacional da Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS). Apesar da reestruturação do setor, ocorreu a "explosão da crise financeira" da Previdência. O governo Figueiredo, então, elaborou o Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde (PREV-SAÚDE). Era uma tentativa de reorientação do sistema de saúde, que reforçava a atenção primária, a participação da comunidade, a regionalização, a hierarquização, o sistema de Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech referência e contrarreferência, e a integração de ações preventivas e curativas, dentre outras. Porém, este plano não chegou a ser implantado pelas pressões do setor privado e do boicote de dirigentes do INAMPS. Em 1982, foi formulado o Plano do CONASP (Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária), que extinguiu o pagamento por serviços ao setor privado contratado ao INAMPS, implantando as AIH (Autorizações para Internação Hospitalar) e liberou o acesso dos serviços previdenciários para a população não segurada, através das Ações Integradas de Saúde – AIS. NOVA REPÚBLICA (1985-1988) É o período em que há redução da mortalidade infantil e das doenças imunopreveníveis, da manutenção da mortalidade por doenças circulatórias e neoplásicas como principais causas de mortalidade. Ocorre aumento importante das causas violentas de morbimortalidade, além do crescimento dos casos de aids e epidemias de dengue, em vários municípios. É realizada a VIII Conferência Nacional de Saúde, na qual foram identificados problemas do sistema de saúde e criadas medidas para solucioná-los: ● Conceito ampliado de saúde; ● Reconhecimento da saúde como direito de todos e dever do Estado; ● Criação do Sistema Único de Saúde; ● Participação popular (controle social); ● Constituição e ampliação do orçamento social. Antes da formação do SUS, ocorreu a transformação das AIS em Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde (SUDS), mediante decreto presidencial. Em 1988, a Constituição Brasileira instituiu o SUS: "A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação". Portanto, este é o período do Processo da Reforma Sanitária Brasileira, que culminou com o seguinte: ● Paralisação das políticas privatizantes do INAMPS; ● Transferência de recursos previdenciários para estados e municípios; ● Prioridade para o fortalecimento dos serviços públicos; ● Integração das ações e dos serviços de saúde; ● Descentralização gerencial; ● Participação popular. PÓS-CONSTITUINTE (1989-2002) Aqui é a fase em que ocorre o agravamento da mortalidade por causas externas, destacando-se o predomínio dos homicídios sobre os acidentes de transporte. As principais causas de óbito são: em primeiro lugar, as doenças cardiovasculares, em segundo lugar, as causas externas e, em terceiro lugar, as neoplasias. Quanto aos indicadores de morbidade, temos o seguinte: erradicação da poliomielite, persistência da tuberculose, estabilização das taxas de aids, expansão da dengue, aumento da incidência de leishmaniose visceral e malária, redução da hanseníase e das doenças imunopreveníveis. Em 1990, o Congresso Nacional aprovou a Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080/90), que foi complementada logo depois pela Lei 8.142/90. No momento em que a Constituição Brasileira contemplava toda a população nos serviços de saúde, o então Governo Collor reduziu em quase a metade os recursos para a saúde. O SUS nasceu em meio a um caos financeiro, que se caracterizou pelos seguintes fatos: ● Apoio ao modelo médico-assistencial privatista; ● Reforço à centralização; ● Descrédito da Reforma Sanitária; ● Implantação distorcida do SUS; ● Privilegiamento da produtividade dos serviços médicos; ● Os municípios acabaram por ser responsáveis pela saúde, sem as mínimas condições para isto. Com o impeachment do Presidente da República, foi retomado o projeto inicial da Reforma, que para regulamentar e criar o SUS como desejavam anteriormente, foi embasada por NOBs e NOAS, história que você acabou de ler nesta apostila... OBS.: já que neste anexo você viu citações sobre os modelos de saúde (sanitarista, privatista), vamos lembrar o que são, pois também aparecem nas provas. → Modelo assistencial sanitarista: tem como objetivo tratar os problemas de saúde da população através de campanhas e de programas especiais. Não é um modelo de INTEGRALIDADE da atenção e é centralizador. Corresponde ao modelo da saúde tradicional. É um modelo que visa "apagar focos de incêndio". → Modelo médico-assistencial privatista: é o modelo da demanda espontânea, dos indivíduos que procuram os serviços médicos por iniciativa própria. Não é exclusividade do setor privado, também está presente nos setores públicos quando estes não se organizam para atender as necessidades da população. Teve origem na Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech assistência filantrópica e na medicina liberal. Foi fortalecido durante a expansão da previdência e na capitalização da saúde. Não altera muito o nível de saúde da população. → Modelo assistencial alternativo: é o modelo do SUS. Visa à integralidade das ações, atento às necessidades locais, a promoção de saúde. É o modelo que representa a vigilância de saúde. República Velha ● A assistência à saúde pública e privada era de baixa qualidade e resolutividade. ● Campanhas de prevenção e combate a algumas doenças transmissíveis e endemias rurais. ● Assistência à saúde oferecida pelas Santas Casas de Misericórdia para a população carente. ● Criação das Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAP), em 1923, dando início à assistência médica previdenciária, restrita a trabalhadores de determinadas EMPRESAS. Era Vargas ● Saúde pública a cargo do Ministério da Saúde e Educaçã o (MESP), de baixa qualidade e limitada. ● Assistência médica prestada, por meio dos IAP, apenas aos trabalhadores que exerciam atividade remunerada, de determinadas CATEGORIAS profissionais. ● Os IAP substituíram as CAP, a partir de 1933. Autorita rismo (Ditadura Militar) ● Saúde pública a cargo do Ministério da Saúde, de baixa qualidade e limitada. ● Unificação dos IAP, dando origem ao INPS, em 1966. ● Criação do INAMPS, em 1977, desmembrando as ações de assistência médica do INPS. ● As políticas de saúde privilegiavam o setor privado. ● Assistência médica previdenciária (INPS e INAMPS) restrita aos trabalhadores que exerciam atividade remunerada, sendo estendida no final do período da Ditadura Militar aos trabalhadores rurais. ● Assistência médica previdenciária centrada na doença e em procedimentos, sendo de baixa qualidade e alto custo, culminando com a falência do INAMPS. ● Início do movimento da Reforma Sanitária, na década de 1970. ● Criação das Ações Integradas de Saúde (AIS), em 1983. Nova República ● Fortalecimento do movimento da Reforma Sanitária. ● 8a Conferência Nacional de Saúde, em 1986. ● Início do processo de descentralização das ações de saúde para estados e municípios. ● Criação do Sistema Único Descentralizado de Saúde (SUDS), em 1987, e do SUS, em 1988. Pós-consti‐ tuinte ● Extinção do INAMPS. ● Adoção dos princípios e diretrizes do SUS. ● "Saúde direito de todos e dever do Estado". ● Enfrentamento de muitos problemas para a implantação do SUS. ● Enfrentamento de grupos corporativistas e empresariais que são contrários ao SUS, por questões econômicas e financeiras temerosas. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech RESIDÊNCIAMÉDICA – 2010 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS-BA Sobre as políticas de saúde no Brasil do período da República Velha (1889-1930) até o da "Nova República" (1985-1988), pode- se afirmar, EXCETO: a) As epidemias e as doenças pestilenciais no início do século XX que ameaçavam o modelo econômico agrário exportador trouxeram como resposta do Estado a organização dos serviços de saúde pública e a realização de campanhas sanitárias. b) A medicina previdenciária na "Era Vargas" (1930-1964) organizou-se através dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (lAPS) para os trabalhadores rurais e do mercado informal. c) As políticas de saúde executadas pelos governos militares privilegiaram o setor privado através da compra de serviços de assistência médica e empréstimos com subsídios. d) No período da Nova República, os movimentos sociais que defendiam a democratização da saúde difundiram a proposta da Reforma Sanitária, debatida durante a 8ª Conferência Nacional de Saúde. e) A concepção ampliada de saúde presente na Constituição de 1988 aponta para a necessidade de políticas públicas intersetoriais que envolvam a área econômica e os setores sociais. R. Até o início do século XX, a falta de um modelo sanitário no Brasil deixava o país à mercê das epidemias. Como dependia de uma economia agroexportadora, tornou-se fundamental a erradicação de doenças que pudessem prejudicar essa atividade, num modelo conhecido como sanitarismo campanhista (opção A correta). Na "Era Vargas", a política de saúde foi marcada pelos IAPs que eram excludentes, na medida em que assistiam apenas a determinados grupos de trabalhadores formais (opção B errada). Com o golpe militar de 1964, temos a união dos IAPs no INPS e o financiamento para criação dos hospitais privados (opção C correta). Para a década de 80, temos a ênfase na Reforma Sanitária com a proposta de universalizar o acesso à saúde, culminando na promulgação da Constituição Federal em 1988 (opção D e E corretas). Gabarito: letra B. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2010 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC A conformação do atual sistema de saúde no Brasil tem influências que remontam ao início do século passado. Em relação aos aspectos históricos do sistema de saúde brasileiro, assinale a opção CORRETA: a) O modelo do sanitarismo campanhista predominou até meados do século XX e objetivava fundamentalmente sanear a zona rural a fim de garantir a produção agrícola de cana de açúcar e a extração de ouro. b) O modelo médico-assistencial privatista surge a partir da década de 1960, quando o centro da economia migra do polo urbano-industrial para o rural, surgindo, então, uma grande massa de trabalhadores rurais e, com eles, a necessidade de um atendimento médico previdenciário. c) O modelo médico-assistencial privatista se caracterizava por centralização político-administrativa, com exclusão da cidadania, dicotômico entre ações curativas e preventivas, de acesso não universal e financiamento privilegiado para a expansão de serviços privados. d) O modelo médico-assistencial privatista foi hegemônico até o fim da década de 1990, quando entrou em crise de financiamento durante o Plano Collor. e) O movimento de Reforma Sanitária, que teve início na década de 1950, representou um movimento da elite intelectual presente nas universidades e resultou na consolidação do modelo médico-assistencial privatista. R. Vamos pelas alternativas: Letra A: incorreta, pois objetivava enfrentar os problemas de saúde da população mediante campanhas (vacinação, reidratação oral...) e programas específicos (controle da tuberculose, hanseníase, saúde da mulher...); Letra B: incorreta, pois tem origem na assistência filantrópica e se fortalece com a previdência social, quando o centro da economia migra PARA o polo urbano-industrial e não o oposto como a questão coloca; Letra C: correta; Letra D: incorreta, pois o modelo privatista foi hegemônico até o fim da década de 80 quando surge o SUS; Letra E: incorreta, pois o Movimento da Reforma Sanitária surge no final da década de 70, e culmina na VIII Conferência Nacional de Saúde em 1986. E outra coisa, faziam parte os estudantes universitários, sindicato dos médicos, médicos residentes... e não a elite intelectual, que consolida o SUS. Resposta: letra C. APÊNDICE II SAÚDE SUPLEMENTAR Seguem informações sobre o sistema de saúde suplementar brasileiro (funcionamento dos planos de saúde). Fique atento a Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech este tema, pois vem aparecendo muito nas provas de residência pelo Brasil!!! QUAIS SÃO AS CATEGORIAS DE SAÚDE SUPLEMENTAR NO BRASIL? Atualmente temos as seguintes categorias de saúde suplementar (principais): medicinas de grupo, autogestão, seguradoras, cooperativa médica e filantropia. Veja como elas funcionam: Autogestão: são os planos próprios patrocinados ou não pelas empresas empregadoras, constituindo um segmento não comercial do mercado de planos e seguro. Os planos próprios das empresas tanto podem administrar programas de assistência médica para seus funcionários (autogestão), como podem contratar terceiros para administrá-los (planos de administração). No primeiro caso, não existem intermediários entre o usuário (empregados e dependentes) e o prestador de serviços de saúde, e as empresas administram programas de assistência diretamente ou via Caixas e Fundações. Estes planos adotam regimes de credenciamento (convênios) ou de livre escolha (reembolso). A empresa que implanta o sistema de autogestão ou de planos administrados é que estabelece o formato do plano, define o credenciamento dos médicos e dos hospitais e define as carências e as coberturas. Exemplos: Petrobras; Cassi; Caixa; Cooperativas de trabalho médico – UNIMED’S: são organizadas segundo as leis do cooperativismo. Nessas, os médicos (e outros profissionais da área da saúde) cooperados são, simultaneamente, sócios da cooperativa e prestadores de serviço. E recebem pagamento proporcional ao tipo e ao volume do atendimento, acrescido de um valor que procede do rateio do lucro final das unidades de um dado município. A vinculação dos usuários se faz mediante pré-pagamento a planos individuais, familiares e empresariais; Seguradoras: vinculadas ou não a bancos, representam a modalidade empresarial mais recente no mercado de assistência médica suplementar. Esse segmento utiliza-se do custo da saúde para o cálculo das prestações dos planos e realiza uma seleção de riscos mais rigorosa, dado que se referenciam na lógica securitária. Sul América Saúde; Bradesco Saúde; As medicinas de grupo: essas empresas, em sua maioria, não dispõem de serviços próprios e, predominantemente, contratam serviços médicos de terceiros. Sua estrutura inclui o credenciamento de médicos, hospitais e serviços auxiliares de diagnóstico e tratamento. O acesso dos segurados a estes serviços está vinculado ao pré-pagamento de planos de empresas e de planos individuais e familiares, com diferentes níveis de cobertura e de qualidade de serviço. O contratante paga antecipadamente pelos serviços de assistência médica e tem direito a cobertura dos eventos previstos no contrato. A cobertura pode se dar tanto por intermédio de serviços próprios do contratado, quanto através de uma rede conveniada, situação em que o contratado remunera os serviços profissionais e hospitalares prestados ao segurado. Exemplo: AMIL; OMINT; Golden Cross; Filantropia: aqui lidamos com entidades sem fins lucrativos, mas que operam planos privados de assistência à saúde. Para isso, precisam ser certificadas como entidades filantrópicas junto ao Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) e declaradas de utilidade pública junto ao Ministério da Justiça ou junto aos órgãos dos Governos Estaduais e Municipais. RESIDÊNCIA MÉDICA – 2010 HOSPITAL DAS FORÇAS ARMADAS – HFA Modalidade na qual é classificada uma entidade que opera serviços de assistência à saúde ou empresa que se responsabiliza pelo plano privado de assistência à saúde destinado, exclusivamente, a oferecer cobertura aos empregados ativosde uma ou mais empresas, associados integrantes de determinada categoria profissional, aposentados, pensionistas ou ex-empregados, bem como a seus respectivos grupos familiares definidos: a) Autogestão. b) Cooperativa Médica. c) Filantropia. d) Seguradora de Saúde. e) Medicina de Grupo. R. Não precisa nem mais repetir o que foi dito acima, estamos frente à modalidade de autogestão. Resposta: letra A. QUAIS SÃO OS TIPOS DE COBERTURA ASSISTENCIAL? AMBULATORIAL Engloba os atendimentos realizados em consultório ou ambulatório, incluindo realização de exames. Este segmento não cobre internação hospitalar. HOSPITALAR SEM OBSTETRÍCIA Compreende os procedimentos realizados durante a internação hospitalar, não tendo cobertura ambulatorial nem a Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech procedimentos obstétricos. HOSPITALAR COM OBSTETRÍCIA Inclui os atendimentos realizados durante a internação hospitalar e os procedimentos obstétricos, como pré-natal e parto. Não tem cobertura ambulatorial. ODONTOLÓGICO Engloba os procedimentos odontológicos realizados em consultório. Inclui exames clínicos, radiologia, prevenção, dentística (restaurações), endodontia (tratamento de canal), periodontia (tratamentos de gengiva) e cirurgia. PLANO REFERÊNCIA É o tipo de plano que garante a assistência ambulatorial, hospitalar e obstétrica em todo o território brasileiro, com padrão de acomodação em enfermaria. É obrigatório para as operadoras oferecerem o plano referência. Elas poderão oferecer combinações diferentes, como: plano com cobertura ambulatorial + cobertura hospitalar com obstetrícia ou o plano com cobertura hospitalar + cobertura odontológica. Cabe ao consumidor escolher o produto que oferecer mais vantagens. A PARTIR DE QUANDO O CONTRATO COM A OPERADORA COMEÇA A VIGORAR? O início da vigência do contrato será a partir da data da assinatura da proposta de adesão, ou da assinatura do contrato, ou da data de pagamento da mensalidade inicial, o que ocorrer em primeiro lugar. O Plano Referência garante ao consumidor cobertura integral para urgência e emergência após 24 horas da vigência do contrato. O QUE É CARÊNCIA? Carência é o período em que o consumidor não tem direito a algumas coberturas após a contratação do plano. QUAL É O TEMPO DE CARÊNCIA? Os períodos de carência são contados a partir do início da vigência do contrato. Após cumprida a carência, o consumidor terá acesso a todos os procedimentos previstos em seu contrato e na legislação. Os prazos máximos de carência estabelecidos na Lei 9.656/98 são: ● Urgência e emergência – 24 horas; ● Parto a partir da 38ª semana de gravidez – 300 dias; ● Demais casos (consultas, exames, internações, cirurgias) – 180 dias. Obs.: quando o parto ocorrer antes, será tratado como um procedimento de urgência. QUAIS SÃO OS TIPOS DE CONTRATOS EXISTENTES? Os contratos de plano de saúde podem ser individual/familiar ou coletivo. CONTRATO INDIVIDUAL OU FAMILIAR É aquele oferecido para a livre adesão das pessoas físicas, com ou sem seu grupo familiar. Caracteriza-se o plano como familiar quando abrange dependentes ou o grupo familiar. CONTRATO COLETIVO Os contratos coletivos são firmados por pessoas jurídicas com as operadoras e destinados a grupos determinados de pessoas. Poderá prever ou não a inclusão de dependentes. Além disso, tem algumas regras diferenciadas dos contratos individuais/familiares como, por exemplo, a forma de aumento de mensalidade e de rescisão contratual. Há dois tipos de contratos coletivos: CONTRATO COLETIVO EMPRESARIAL É aquele em que a adesão do beneficiário ao plano é automática e obrigatória. CONTRATO COLETIVO POR ADESÃO É aquele em que a adesão ao plano é opcional e espontânea. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech O QUE SÃO DOENÇAS E LESÕES PREEXISTENTES? Doenças e lesões preexistentes são aquelas que o consumidor ou seu responsável saiba ser portador, na época da contratação do plano de saúde. Para saber se o consumidor é portador de doenças ou lesões preexistentes, a operadora poderá exigir, no momento da contratação, o preenchimento de uma declaração de saúde. Esta consiste em um formulário, elaborado pela operadora, para registro de informações sobre as doenças ou lesões que o consumidor seja portador, e das quais tenha conhecimento no momento da contratação, com relação a si e a todos os dependentes integrantes de seu contrato. O consumidor, se desejar, poderá ser orientado no preenchimento da declaração de saúde, sem ônus financeiro, por um médico indicado pela operadora, ou poderá optar por um profissional de sua livre escolha, arcando com os custos. ATENÇÃO ● A declaração deverá fazer referência, exclusivamente, a doenças ou lesões das quais o consumidor saiba ser portador no momento da contratação. ● Não são permitidas perguntas sobre sintomas ou uso de medicamentos. Além disso, o formulário da declaração de saúde deve ser redigido em linguagem simples, sem o uso de termos técnicos ou científicos pouco conhecidos. COMO O PACIENTE E AS OPERADORAS LIDAM COM AS DOENÇAS OU LESÕES PREEXISTENTES NO CONTRATO? Constatada a doença ou lesão preexistente, a operadora é obrigada a oferecer as seguintes opções, no momento da contratação: AGRAVO É um acréscimo no valor da mensalidade do plano de saúde do portador de doença ou lesão preexistente. Esse acréscimo será proporcional à cobertura de eventos cirúrgicos, leitos de alta tecnologia e procedimentos de alta complexidade relacionados à doença ou lesão preexistente. Para os consumidores que tenham feito a opção de agravo, sua cobertura médica será irrestrita, nos termos da legislação, após cumpridos os prazos de carência. COBERTURA PARCIAL TEMPORÁRIA Caracteriza-se por um período de até 24 meses, estabelecido em contrato, durante o qual o consumidor não terá cobertura para aquelas doenças e lesões preexistentes declaradas. Neste período, pode haver exclusão da cobertura de eventos cirúrgicos, leitos de alta tecnologia e procedimentos de alta complexidade relacionados diretamente às doenças ou lesões preexistentes. Os demais procedimentos para as doenças ou lesões preexistentes (consultas e diversos exames) serão cobertos pela operadora, de acordo com o tipo de plano contratado, após o cumprimento dos prazos de carência. Após os 24 meses, a cobertura prevista na legislação e no contrato será integral. Nos contratos celebrados a partir de 08/05/2001, quando constatada doença ou lesão preexistente e houver opção pela cobertura parcial temporária, devem constar no contrato ou em aditivo contratual, de forma clara, os procedimentos de alta complexidade suspensos por até 24 meses. COMO FUNCIONA O ATENDIMENTO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA? A legislação de saúde suplementar determina que é obrigatório o atendimento nos casos de urgência e emergência, a partir de 24 horas da vigência do contrato, devendo ser observadas as regras de cobertura para cada tipo de plano. ATENDIMENTOS NA URGÊNCIA E EMERGÊNCIA POR TIPO DE PLANO A assistência médica para urgência e emergência por tipo de plano deve garantir a atenção e atuar no sentido da preservação da vida, órgãos e funções. O atendimento varia de acordo com a segmentação de cobertura do plano contratado. Observe, a seguir, como se dá a assistência de acordo com cada segmento de plano. PLANO AMBULATORIAL Para os consumidores com plano ambulatorial, a cobertura para urgência e emergência é garantida exclusivamente para os procedimentos realizados em ambiente ambulatorial. Caso ainda esteja cumprindo carências, mas após 24 horas do início da vigência do contrato, o consumidor terá assistência ambulatorial limitada às primeiras 12 horas, desde que o quadro não evolua para internação ou que seja necessária a realização de procedimentos exclusivos da cobertura hospitalar. Após esse período, caberá à operadora o ônus e a responsabilidade pela remoção do consumidor para uma unidade do SUS que disponha de recursos necessários à continuidade do tratamento, só cessando sua responsabilidade quando efetuado o registronessa unidade. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech A remoção tem que ser realizada por ambulância, com os recursos necessários para garantir a manutenção da vida e somente pode ser autorizada pelo médico assistente. Caso o consumidor opte pela permanência no hospital ou pela transferência para outro estabelecimento particular, as despesas passarão a ser de sua responsabilidade. Quando não puder ocorrer a remoção por risco de morte, o consumidor e o hospital deverão negociar entre si, desobrigando a operadora de qualquer ônus. PLANO HOSPITALAR SEM OBSTETRÍCIA Para as urgências decorrentes de complicações na gravidez (procedimento não coberto por esta segmentação de plano), o consumidor terá assegurado o atendimento ambulatorial por até 12 horas ou em prazo menor se o quadro evoluir para internação ou se for necessária a realização de procedimentos exclusivos da cobertura hospitalar com obstetrícia. Para os casos de urgência, decorrentes de acidente pessoal, após 24 horas do início da vigência do contrato, o consumidor com plano hospitalar sem obstetrícia terá assistência integral, sem restrições. Para os casos de emergência, quando o consumidor ainda está cumprindo prazos de carência, mas já decorridas 24 horas do início da vigência do contrato, há garantia de atendimento em ambiente ambulatorial por 12 horas, ou em prazo menor, se o quadro evoluir para internação ou se for necessária a realização de procedimentos exclusivos da cobertura hospitalar. Os consumidores com plano hospitalar sem obstetrícia têm assegurada a assistência integral nos casos de urgência e emergência, após cumpridos os prazos de carência de 180 dias. PLANO HOSPITALAR COM OBSTETRÍCIA Para os casos de urgência, decorrentes de acidente pessoal, após 24 horas do início da vigência do contrato, o consumidor com plano hospitalar com obstetrícia terá assistência integral, sem restrições. Para as urgências resultantes de complicações na gravidez e para as emergências, quando o consumidor ainda está cumprindo prazos de carência, mas já decorridas 24 horas do início da vigência do contrato, está garantido o atendimento em ambiente ambulatorial por 12 horas, ou em prazo menor, se o quadro evoluir para internação ou se for necessária a realização de procedimentos exclusivos da cobertura hospitalar. Os consumidores com plano hospitalar com obstetrícia têm assegurada a assistência integral nos casos de urgência e emergência, após cumpridos os prazos de carência de 180 dias. PLANO ODONTOLÓGICO A assistência às urgências e emergências odontológicas está garantida para os consumidores de plano odontológico após 24 horas do início da vigência do contrato. A legislação determina quais são os procedimentos odontológicos de urgência e emergência, entre eles: a hemorragia bucal, as drenagens de abscessos, os curativos em caso de dor, a imobilização dentária, a recimentação de prótese, o tratamento de alveolite e a colagem de fragmentos dentários. PLANO REFERÊNCIA Após as 24 horas do início da vigência do contrato, será garantida a cobertura integral (ambulatorial e hospitalar) para urgência e emergência aos consumidores de plano referência, sem qualquer tipo de limitação, a não ser para os casos de doenças ou lesões preexistentes. ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA EM PSIQUIATRIA É obrigatório o atendimento às emergências psiquiátricas, assim consideradas as situações que impliquem risco de vida ou danos físicos para o próprio ou para terceiros, incluídas as ameaças e tentativas de suicídio e autoagressão e, ainda, as situações que provoquem risco de danos morais e patrimoniais importantes. O atendimento de emergência em psiquiatria está submetido às mesmas regras dos demais casos de emergência, de acordo com o segmento de cobertura do plano contratado. ATENDIMENTO DE URGÊNCIA/EMERGÊNCIA DECORRENTE DE DOENÇA OU LESÃO PREEXISTENTE QUANDO EM COBERTURA PARCIAL TEMPORÁRIA Nos planos hospitalares e de referência, o atendimento de urgência/emergência, quando decorrente de doença ou lesão preexistentes, ainda em cumprimento de cobertura parcial temporária, será limitado às primeiras 12 horas em ambulatório, ou em prazo inferior, se o quadro evoluir para internação. ATENDIMENTO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA FORA DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA GEOGRÁFICA PREVISTA EM CONTRATO A operadora não será responsável pela cobertura de urgência e emergência e nem pelo reembolso dessas despesas, quando o atendimento se der fora da área de abrangência geográfica prevista em contrato. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech REMOÇÃO DO PACIENTE POR FALTA DE RECURSOS NA UNIDADE DE SAÚDE NOS CASOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA A operadora deverá garantir a cobertura de remoção, após realizados os atendimentos classificados como de urgência e emergência, quando caracterizada, pelo médico assistente, a falta de recursos oferecidos pelo hospital para a continuidade do atendimento ao consumidor. REEMBOLSO DE DESPESAS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA É garantido o reembolso de despesas efetuadas pelo consumidor em casos de urgência e emergência, quando não for possível a utilização dos serviços oferecidos pela operadora, nos limites das obrigações contratuais. O reembolso deverá ser efetuado no prazo máximo de 30 dias após a entrega da documentação adequada. O valor a ser reembolsado ao consumidor deverá ser, no mínimo, aquele que a operadora pagaria para a rede credenciada se esta fosse utilizada. É NECESSÁRIA A AUTORIZAÇÃO PRÉVIA PARA OS ATENDIMENTOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA? A operadora não poderá utilizar nenhum mecanismo como, por exemplo, autorização prévia, que impeça ou dificulte o atendimento em situações de urgência ou emergência. A SOLICITAÇÃO DO CHEQUE-CAUÇÃO É UMA ATITUDE CORRETA? É proibida a exigência de cheque-caução ou equivalente dos consumidores de planos de saúde, por parte dos prestadores de serviços credenciados, cooperados ou referenciados às operadoras. O prestador que condicionar o atendimento ao recebimento de cheque-caução poderá ser responsabilizado criminalmente pelo seu ato, e as denúncias recebidas pela ANS serão encaminhadas ao Ministério Público. O QUE AS OPERADORAS DE PLANOS DE SAÚDE NÃO SÃO OBRIGADAS A COBRIR? Tratamento em clínicas de emagrecimento (exceto para tratamento de obesidade mórbida). Tratamento em clínicas de repouso, estâncias hidrominerais, clínicas para acolhimento de idosos, internações que não necessitem de cuidados médicos em ambiente hospitalar. Transplantes, à exceção de córnea, rim e medula óssea. Tratamento clínico ou cirúrgico experimental. Procedimentos clínicos ou cirúrgicos para fins estéticos. Fornecimento de órteses, próteses e seus acessórios, não ligados ao ato cirúrgico ou para fins estéticos. Fornecimento de medicamentos importados, não nacionalizados (fabricados e embalados no exterior). Fornecimento de medicamentos para tratamento domiciliar. Inseminação artificial. Tratamentos ilícitos, antiéticos ou não reconhecidos pelas autoridades competentes. Casos de cataclismos, guerras e comoções internas declaradas pelas autoridades competentes. PORTABILIDADE DE CARÊNCIA Em 14 de janeiro de 2009, foi publicada a resolução normativa sobre a portabilidade de carências, ou seja, mudar de uma operadora para outra e não precisar mais aguardar meses ou anos para carências de doenças preexistentes. Veja abaixo os requisitos que devem ser seguidos, simultaneamente, para terem o direito de: I - estar adimplente junto à operadora do plano de origem; II - possuir prazo de permanência: a) na primeira portabilidade de carências, no mínimo dois anos no plano de origem ou no mínimo três anos na hipótese de o beneficiário ter cumprido cobertura parcial temporária; ou b) nas posteriores, no mínimo dois anos de permanência no plano de origem. III - o plano de destino estar em tipo compatível com o do plano de origem, conforme disposto no Anexo desta Resolução; IV - a faixa de preço do plano de destino ser igual ou inferior à que se enquadra o seu plano de origem, considerada a data da assinatura da propostade adesão; e V - o plano de destino não estar com registro em situação "ativo com comercialização suspensa", ou "cancelado". E MAIS: ● A portabilidade de carências deve ser requerida pelo beneficiário no período compreendido entre o primeiro dia do Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech mês de aniversário do contrato e o último dia útil do mês subsequente; ● Não poderá haver cobrança de custas adicionais em virtude do exercício do direito previsto nesta Resolução, seja pela operadora de plano de origem ou pela operadora de plano de destino; ● Não poderá haver discriminação de preços de planos em virtude da utilização da regra de portabilidade de carências; ● Em planos de contratação familiar, a portabilidade de carências poderá ser exercida individualmente por cada beneficiário ou por todo o grupo familiar; ● Para a portabilidade de carências de todo o grupo familiar, é necessário o cumprimento dos requisitos desta Resolução por todos os beneficiários cobertos pelo contrato. PRAZOS MÁXIMOS DE ATENDIMENTO ÀS CONSULTAS, EXAMES E CIRURGIAS A partir do dia 19/12/2011 ficou determinado que as operadoras de planos de saúde devem garantir aos consumidores o atendimento às consultas, exames e cirurgias nos prazos máximos definidos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que vão de 3 a 21 dias, dependendo do procedimento. Veja a tabela a seguir: ATUALIZAÇÕES NOS PROCEDIMENTOS COBERTOS PELOS PLANOS DE SAÚDE A partir de janeiro de 2014 os beneficiários de planos de saúde individuais e coletivos tiveram direito a mais 87 procedimentos, incluindo 37 medicamentos orais para o tratamento domiciliar de diferentes tipos de câncer e 50 novos exames, consultas e cirurgias. Confira essa lista completa no seguinte endereço eletrônico: http://www.ans.gov.br/images/stories/noticias/pdf/20 131021_ro2014_tabela%20procedimentos%20rol.pdf Já em 28 de outubro de 2015, após consulta pública, a ANS acrescentou (sob forte polêmica) 21 procedimentos obrigatórios às coberturas dos planos de saúde. Esta medida passou a valer a partir de 1º de janeiro de 2016. São elas: Serviço Prazo máximo (dias úteis) Consulta básica – pediatria, clínica médica, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia. 07 (sete) Consulta nas demais especialidades médicas. 14 (catorze) Consulta/sessão com fonoaudiólogo. 10 (dez) Consulta/sessão com nutricionista. 10 (dez) Consulta/sessão com psicólogo. 10 (dez) Consulta/sessão com terapeuta ocupacional. 10 (dez) Consulta/sessão com fisioterapeuta. 10 (dez) Consulta e procedimentos realizados em consultório/clínica com cirurgião-dentista. 07 (sete) Serviços de diagnóstico por laboratório de análises clínicas em regime ambulatorial. 03 (três) Demais serviços de diagnóstico e terapia em regime ambulatorial. 10 (dez) Procedimentos de Alta Complexidade – PAC. 21 (vinte e um) Atendimento em regime de hospital-dia. 10 (dez) Atendimento em regime de internação eletiva. 21 (vinte e um) Urgência e emergência. Imediato Consulta de retorno. A critério do profissional responsável pelo atendimento. SAIBA MAIS No dia 07/02/2018 o Supremo Tribunal Federal decidiu, por unanimidade, manter a determinação da lei nº 9.656/1998 que regulamentou as normas da Agência Nacional de Saúde Suplementar. Esta, em seu 32º artigo, determinou que: "Serão ressarcidos pelas operadoras dos produtos de que tratam o inciso I e o § 1º do art. 1º desta Lei, de acordo com normas a serem definidas pela ANS, os serviços de atendimento à saúde previstos nos respectivos contratos, prestados a seus consumidores e respectivos dependentes, em instituições públicas ou privadas, conveniadas ou contratadas, integrantes do Sistema Único de Saúde – SUS". Ou seja, mantém-se a decisão que determina que, após um cidadão conveniado a um plano de saúde ser atendido em um hospital público, a ANS deve cruzar os dados do sistema do SUS para cobrar os valores dos procedimentos médicos das operadoras. Com isso a ANS arrecadou, só no ano de 2017, cerca de R$ 458 milhões das operadoras de planos de saúde pelo ressarcimento ao SUS por uso da rede pública. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech ● Plástica de conjuntiva para pterígio, tumores ou traumas; ● Implante intravítreo de polímero farmacológico de liberação controlada; ● Pantofotocoagulação a laser na retinopatia da prematuridade; ● Termoterapia transpupilar a laser (com diretriz de utilização); ● Prótese auditiva ancorada em osso (com diretriz de utilização); ● Implante de cardiodesfibrilador multissítio – TRC-D (gerador e eletrodos) – com diretriz de utilização; ● Implante de monitor de eventos (looper implantável) – com diretriz de utilização; ● Focalização isoelétrica da transferrina; ● Vitamina E, pesquisa e/ou dosagem (com diretriz de utilização); ● C4D fragmento; ● N-RAS (com diretriz de utilizaçã o); ● Laserterapia para o tratamento da mucosite oral/orofaringe; ● Tratamento da hiperatividade vesical: injeção intravesical de toxina butolínica; ● Orquidopexia laparoscópica; ● Anticorpos antipeptídeo cíclico citrulinado – IGG (Anti-CCP); ● Antígeno NS1 do vírus da dengue, pesquisa; ● Chikungunya, anticorpos; ● Dengue, anticorpos IgG, soro (teste rápido); ● Dengue, anticorpos IgM, soro (teste rápido); ● Entamoeba histolytica, anticorpos IgM – pesquisa e/ou dosagem (amebíase); ● HLA B27, fenotipagem. A partir de 02 de janeiro de 2018, mais 18 procedimentos passaram a fazer parte do Rol de Procedimentos Obrigatórios. ● INCORPORAÇÃO DE NOVOS PROCEDIMENTOS AMBULATORIAIS: 1 - ALK – Pesquisa de mutação (com DUT): exame laboratorial para detecção de proteína que pode estar presente em pacientes com câncer de pulmão e que auxilia na definição do melhor tratamento a ser ofertado ao paciente; 2 - Angio-RM arterial de membro inferior (com DUT): exame de imagem não invasivo realizado em equipamento de ressonância magnética para análise das artérias dos membros inferiores; 3 - Angiotomografia arterial de membro inferior (com DUT): exame de imagem não invasivo realizado através de tomografia computadorizada para análise das artérias dos membros inferiores; 4 - Aquaporina 4 (Aqp4) – Pesquisa e/ou dosagem (com DUT): exame laboratorial para detecção de anticorpos antiaquaporina que auxilia na diferenciação entre a neuromielite óptica e a esclerose múltipla; 5 - Elastografia Hepática Ultrassônica (com DUT): exame de imagem para diagnóstico de fibrose hepática; 6 - Radiação para crosslinking corneano (com DUT): procedimento para tratamento do ceratocone (doença que afeta a córnea); 7 - Ressonância Magnética (RM) fluxo liquórico (com DUT): exame diagnóstico não invasivo para avaliação do fluxo do Líquido Cefalorraquidiano (LCR); 8 - Terapia imunoprofilática com Palivizumabe para o Vírus Sincicial Respiratório – VSR (com DUT): o Palivizumabe é um anticorpo específico que atua na prevenção da infecção pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR); 9 - Toxoplasmose – Pesquisa em líquido amniótico por PCR (com DUT): exame laboratorial para o diagnóstico da toxoplasmose gestacional; 10 - Antígenos de Aspergillus Galactomannan: exame laboratorial para o diagnóstico da aspergilose pulmonar; 11 - Cadeias leves livres Kappa/Lambda, dosagem, sangue: exame laboratorial para o diagnóstico e o acompanhamento de pacientes com mieloma múltiplo e gamopatias monoclonais; 12 - Detecção/tipagem herpesvírus 1 e 2 no liquor: exame laboratorial para o diagnóstico de meningite viral. ● HOSPITALARES: 13 - Ablação percutânea por radiofrequência para tratamento do osteoma osteoide: procedimento orientado por métodos de imagens que se utiliza de agulhas especiais para provocar dano celular por ação térmica a células de tumor ósseo benigno; 14 - Cirurgia laparoscópica do prolapso de cúpula vaginal: procedimento por via laparoscópica para restaurar o suporte pélvico; 15 - Neossalpingostomia distal laparoscópica (exceto para reversão de laqueadura tubária): procedimento para desobstrução, por laparoscopia, das tubas uterinas; 16 - Recanalização tubária laparoscópica(exceto para reversão de laqueadura tubária): procedimento para restaurar, por laparoscopia, a permeabilidade das tubas uterinas; 17 - Refluxo vesicoureteral tratamento endoscópico: tratamento endoscópico para correção do refluxo vesicoureteral em crianças; 18 - Tratamento de câncer de ovário (debulking) via laparoscópica: ressecção /debulking de massa tumoral maligna ovariana por via laparoscópica. No dia 2 de janeiro de 2018, entrou em vigor a nova cobertura mínima obrigatória dos planos de saúde. Foi feita a inclusão de 18 novos procedimentos entre exames, terapias e cirurgias, e a ampliação de cobertura para outros sete procedimentos, incluindo medicamentos orais contra o câncer e incorporado um medicamento para tratamento da esclerose múltipla. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech Veja mais em: http://www.ans.gov.br/aans/noticias- ans/consumidor/4279-novo-rol-de-cobertura-dos-planos-de- saude-entra-em-vigor PRINCIPAIS AVANÇOS DA COBERTURA COM O ADVENTO DA LEI 9.656/98 Planos antigos Planos novos ou adaptados Limitações na quantidade de consultas e quanto aos dias de internação e ao número de procedimentos Muitos planos de saúde antigos limitam o atendimento para consultas médicas por ano e principalmente para internações, determinando um número fixo de dias para internação ou para sessões de fisioterapia. Todos os procedimentos são ilimitados, inclusive consultas, dias de internação em CTI, exames, sessões de fisioterapia e outros, com exceção dos transtornos psiquiátricos. Doenças preexistentes ou congênitas Alguns contratos antigos excluem totalmente a cobertura de doenças preexistentes ou congênitas. As operadoras são obrigadas a tratar de consumidores com doenças preexistentes ou congênitas, em condições especiais. Aids e câncer Muitos planos de saúde antigos excluem o tratamento dessas doenças. A cobertura para essas doenças é obrigatória nos limites do plano contratado (ambulatorial, hospitalar). Se o consumidor já era portador quando adquiriu o plano de saúde, essas doenças são consideradas preexistentes. Doenças infectocontagiosas como: dengue, febre amarela e malária A maioria dos contratos antigos não cobrem doenças infectocontagiosas ou epidemias como dengue, febre amarela ou malária. É obrigatória a cobertura assistencial para essas doenças, nos limites do plano contratado. Órteses e próteses A maioria dos planos de saúde antigos exclui a cobertura de qualquer tipo de órteses e próteses. É obrigatória a cobertura de órteses, próteses e seus acessórios, ligados ao ato cirúrgico, nos planos com cobertura para internação hospitalar, desde que não tenham finalidade estética. Fisioterapia Tratamentos de fisioterapia são excluídos ou limitados a poucas sessões nos planos de saúde antigos. Quando indicado pelo médico assistente do consumidor, o tratamento de fisioterapia é de cobertura obrigatória e em número ilimitado. Distúrbios visuais (miopia, hipermetropia e astigmatismo) A maioria dos planos de saúde antigos exclui qualquer cirurgia para tratamento de distúrbios visuais. É obrigatória a cobertura de cirurgias refrativas para pessoas com grau de miopia igual ou superior a 7, unilateral ou bilateral. Obesidade mórbida Raramente os planos de saúde antigos cobrem cirurgias para o tratamento de obesidade mórbida. Quando indicados pelo médico assistente do consumidor, é obrigatória a cobertura de cirurgias para tratamento de obesidade mórbida. Acompanhante Não há regulamentação na matéria, ficando a critério de cada operadora a definição da cobertura. A lei obriga as operadoras de planos de saúde a oferecerem cobertura para acompanhantes de pacientes menores de 18 anos. É facultado estender esta cobertura a acompanhante paciente maior de idade. Pessoas portadoras de deficiência Os planos de saúde antigos não eram obrigados a oferecer cobertura para pessoas portadoras de deficiência. A lei assegura que ninguém pode ser impedido de participar de um plano de saúde por ser portador de qualquer tipo de deficiência. Transtornos psiquiátricos Poucos planos de saúde antigos cobrem procedimentos psiquiátricos. Os pacientes com transtornos mentais, inclusive os dependentes químicos (alcoólatras e viciados em drogas), não tinham acesso ao tratamento básico de saúde mental. A lei prevê o atendimento a portadores de transtornos mentais, inclusive nos casos de intoxicação ou abstinência provocadas por alcoolismo ou outras formas de dependência química. As operadoras devem cobrir lesões decorrentes de tentativas de suicídio. Transplantes de rim e córnea Os planos de saúde antigos excluem, em geral, Os planos com cobertura para internação hospitalar cobrem transplantes de rim Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech RESIDÊNCIA MÉDICA – 2018 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – UFRJ Com relação aos Planos e Seguros Privados de Saúde, pode-se afirmar que: a) O ressarcimento de despesas de segurados atendidos no SUS tem crescido significativamente. b) São necessários e desejáveis para desafogar a demanda de indivíduos ao SUS. c) Cabe a Agência Nacional de Saúde (ANS) garantir que estes cumpram os princípios de integralidade e da equidade. d) Cobrem 25% da população e detêm mais de 50% dos recursos assistenciais do país. R. Questão sobre a Saúde Suplementar. Letra A: interessante lembrar desse ressarcimento, que realmente ocorre. Entretanto, vem apresentando queda ao longo do tempo. INCORRETA. Letra B: pense assim! A princípio, o Sistema Único de Saúde é para TODOS! A universalidade garante isso! Desse modo, não se pode considerar os Planos e Seguros privados de saúde como "necessários". Embora muitos estudos hoje em dia sugiram que se toda a população utilizasse o SUS, o sistema não teria condições de suprir esta demanda. INCORRETA. Letra C: os princípios do SUS (universalidade, equidade, integralidade) "passam longe" da Saúde Suplementar. INCORRETA. Letra D: perfeito! Embora cerca de 53% dos gastos e saúde no Brasil sejam de capital privado, este só supre as necessidades de saúde de 1/4 da população. CORRETA. Resposta: letra D. APÊNDICE III LEGISLAÇÃO CONSTITUIÇÃO FEDERAL – TÍTULO VIII – CAPÍTULO II – SEÇÃO II DA SAÚDE Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às áreas e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Art. 197. São de relevância pública as áreas e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. Art. 198. As áreas e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III - participação da comunidade. p.1º O Sistema Único de Saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recurso do orçamento da seguridade social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, além de outras fontes. p.2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calcu‐ lados sobre: I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por cento); II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dosimpostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e p.3º. p.3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá: I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do p.2º; II - os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à qualquer tipo de transplante. e córnea, incluindo despesas com doadores vivos, medicamentos usados na internação, acompanhamento clínico no pós-operatório, despesas com captação, transporte e preservação dos órgãos. Quimioterapia, radioterapia, hemodiálise e transfusão Poucos planos de saúde cobriam quimioterapia, radioterapia, hemodiálise e transfusão, em geral, com limitações de número de sessões. A cobertura é obrigatória nos planos com cobertura ambulatorial, quando realizada em nível ambulatorial; nos planos com cobertura hospitalar, quando realizada durante a internação. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais; III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; IV - (revogado). p.4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. p.5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias. p.6º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial. p.7º Além das hipóteses previstas no p.1º do art. 41 e no p.4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exercício. Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. p.1º As instituições privadas poderão participar de forma complementar do Sistema Único de Saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. p.2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. p.3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no país, salvo nos casos previstos em lei. p.4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo o tipo de comercialização. Art. 200. Ao Sistema Único de Saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; IV - participar da formulação da política e da execução das áreas de saneamento básico; V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação; VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para o consumo humano; VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990 Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: DISPOSIÇÃO PRELIMINAR Art. 1. Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado. TÍTULO I – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 2. A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. p.1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às áreas e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. p.2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade. Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech Art. 3. Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País, tendo a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as áreas que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir as pessoas e a coletividade condições de bem-estar físico, mental e social. TÍTULO II – DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – DISPOSIÇÃO PRELIMINAR Art. 4. O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS). p.1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas federais, estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde. p.2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter complementar.. CAPÍTULO I – DOS OBJETIVOS E ATRIBUIÇÕES Art. 5. São objetivos do Sistema Único de Saúde – SUS: I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde; II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, a observância do disposto no p. 1º do art. 2 desta lei; III - a assistência às pessoas por intermédio de áreas de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das áreas assistenciais e das atividades preventivas. Art. 6. Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS): I - a execução de áreas: a) de vigilância sanitária; b) de vigilância epidemiológica; c) de saúde do trabalhador; e d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica. II - a participação na formulação da política e na execução de áreas de saneamento básico; III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde; IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar; V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho; VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção; VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde;VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano; IX - a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnológico; XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados. p.1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos da produção ao consumo; e II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. p.2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos. p.3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividades que se destina, através das áreas de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, abrangendo: I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho; II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de trabalho; Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador; IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde; V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética profissional; VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas; VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais; e VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores. CAPÍTULO II – DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES Art. 7. As áreas e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS) são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios: I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência; II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das áreas e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema; III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral; IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie; V - direito à informação às pessoas assistidas sobre sua saúde; VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário; VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática; VIII - participação da comunidade; IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo: a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde. X - integração em nível executivo das áreas de saúde, meio ambiente e saneamento básico; XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população; XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos; XIV - organização de atendimento público específico e especializado para mulheres e vítimas de violência doméstica em geral, que garanta, entre outros, atendimento, acompanhamento psicológico e cirurgias plásticas reparadoras, em conformidade com a Lei nº 12.845, de 1º de agosto de 2013. CAPÍTULO III – DA ORGANIZAÇÃO, DA DIREÇÃO E DA GESTÃO Art. 8. As áreas e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante participação complementar da iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescente. Art. 9. A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo com o inciso I do art. 198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos seguintes órgãos: I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde; II - no âmbito dos estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e III - no âmbito dos municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente. Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver em conjunto as áreas e os serviços de saúde que lhes correspondam. p.1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o princípio da direção única, e os respectivos atos constitutivos disporão sobre sua observância. p.2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), poderá organizar-se em distritos de forma a integrar e articular recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total das áreas de saúde. Art. 11. (Vetado). Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos ministérios e órgãos competentes e por entidades representativas da sociedade civil. Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a finalidade de articular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja execução envolva áreas não compreendidas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes atividades: I - alimentação e nutrição; II - saneamento e meio ambiente; III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia; IV - recursos humanos; V - ciência e tecnologia; e VI - saúde do trabalhador. Art. 14. Deverão ser criadas comissões permanentes de integração entre os serviços de saúde e as instituições de ensino profissional e superior. Parágrafo Único. Cada uma dessas comissões terá por finalidade propor prioridades, métodos e estratégias para a formação e educação continuada dos recursos humanos do Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera correspondente, assim como em relação à pesquisa e à cooperação técnica entre essas instituições. Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são reconhecidas como foros de negociação e pactuação entre gestores, quantoaos aspectos operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS). Parágrafo único. A atuação das Comissões Inter gestores Bipartite e Tripartite terá por objetivo: I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão compartilhada do SUS, em conformidade com a definição da política consubstanciada em planos de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde; II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermunicipal, a respeito da organização das redes de ações e serviços de saúde, principalmente no tocante à sua governança institucional e à integração das ações e serviços dos entes federados; III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitário, integração de territórios, referência e contrarreferência e demais aspectos vinculados à integração das ações e serviços de saúde entre os entes federados. Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) são reconhecidos como entidades representativas dos entes estaduais e municipais para tratar de matérias referentes à saúde e declarados de utilidade pública e de relevante função social, na forma do regulamento. p.1º O Conass e o Conasems receberão recursos do orçamento geral da União por meio do Fundo Nacional de Saúde, para auxiliar no custeio de suas despesas institucionais, podendo ainda celebrar convênios com a União. p.2º Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) são reconhecidos como entidades que representam os entes municipais, no âmbito estadual, para tratar de matérias referentes à saúde, desde que vinculados institucionalmente ao Conasems, na forma que dispuserem seus estatutos. CAPÍTULO IV – DA COMPETÊNCIA E DAS ATRIBUIÇÕES Seção I Das Atribuições Comuns Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios exercerão, em seu‚ âmbito administrativo, as seguintes atribuições: I - definição das instâncias e mecanismos de controle, avaliação e de fiscalização das áreas e serviços de saúde; II - administração dos recursos orçamentários e financeiros destinados, em cada ano, a saúde; III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde da população e das condições ambientais; IV - organização e coordenação do sistema de informação de saúde; V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade e parâmetros de custos que caracterizam a assistência à saúde; VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade para promoção da saúde do trabalhador; VII - participação de formulação da política e da execução das áreas de saneamento básico e colaboração na proteção e recuperação do meio ambiente; VIII - elaboração e atualização periódica do plano de saúde; IX - participação na formulação e na execução da política de formação e desenvolvimento de recursos humanos para a saúde; X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de Saúde (SUS), de conformidade com o plano de saúde; XI - elaboração de normas para regular as atividades de serviços privados de saúde, tendo em vista a sua relevância pública; XII - realização de operações externas de natureza financeira de Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech interesse da saúde, autorizadas pelo Senado Federal; XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização; XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados; XV - propor a celebração de convênios, acordos e protocolos internacionais relativos à saúde, saneamento e meio ambiente; XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, proteção e recuperação da saúde; XVII - promover articulação com os órgãos de fiscalização do exercício profissional e outras entidades representativas da sociedade civil para a definição e controle dos padrões éticos para pesquisa, áreas e serviços de saúde; XVIII - promover a articulação da política e dos planos de saúde; XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde; XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e fiscalização inerentes ao poder de polícia sanitária; XXI - fomentar, coordenar e executar programas e projetos estratégicos e de atendimento emergencial. Seção II – Da Competência Art. 16. À direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS) compete: I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição; II - participar na formulação e na implementação das políticas: a) de controle das agressões ao meio ambiente; b) de saneamento básico; e c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho. III - definir e coordenar os sistemas: a) de redes integradas de assistência de alta complexidade; b) de rede de laboratórios de saúde pública; c) de vigilância epidemiológica; e d) vigilância sanitária. IV - participar da definição de normas e mecanismos de controle, com órgãos afins, de agravo sobre o meio ambiente ou dele decorrentes, que tenham repercussão na saúde humana; V - participar da definição de normas, critérios e padrões para o controle das condições e dos ambientes de trabalho e coordenar a política de saúde do trabalhador; VI - coordenar e participar na execução das áreas de vigilância epidemiológica; VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução ser complementada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios; VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da qualidade sanitária de produtos, substâncias e serviços de consumo e uso humano; IX - promover articulação com os órgãos educacionais e de fiscalização do exercício profissional, bem como com entidades representativas de formação de recursos humanos na área de saúde; X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução da política nacional e produção de insumos e equipamentos para a saúde, em articulação com os demais órgãos governamentais; XI - identificar os serviços estaduais e municipais de referência nacional para o estabelecimento de padrões técnicos de assistência à saúde; XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde; XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o aperfeiçoamento da sua atuação institucional; XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e os serviços privados contratados de assistência à saúde; XV - promover a descentralização para as Unidades Federadas e para os Municípios, dos serviços e áreas de saúde, respectivamente, de abrangência estadual e municipal; XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados; XVII - acompanhar, controlar e avaliar as áreas e os serviços de saúde, respeitadas as competências estaduais e municipais; XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito do SUS, em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal; XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a avaliação técnica e financeira do SUS em todo o território nacional em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal. Parágrafo Único. A União poderá executar ações de vigilância epidemiológica e sanitária em circunstâncias especiais, como na ocorrência de agravos inusitados à saúde, que possam escapar do controle da direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que representem risco de disseminação nacional. Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) compete: Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech I - promover a descentralização para os Municípios dos serviços e das ações de saúde; II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do SistemaÚnico de Saúde (SUS); III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar supletivamente ações e serviços de saúde; IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços: a) de vigilância epidemiológica; b) de vigilância sanitária; c) de alimentação e nutrição; e d) de saúde do trabalhador; V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agravos do meio ambiente que tenham repercussão na saúde humana; VI - participar da formulação da política e da execução de ações de saneamento básico; VII - participar das ações de controle e avaliação das condições e dos ambientes de trabalho; VIII - em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar e avaliar a política de insumos e equipamentos para a saúde; IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir sistemas públicos de alta complexidade, de referência estadual e regional; X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e hemocentros, e gerir as unidades que permaneçam em sua organização administrativa; XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle e avaliação das ações e serviços de saúde; XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter suplementar, de procedimentos de controle de qualidade para produtos e substâncias de consumo humano; XIII - colaborar com a União na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos indicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da unidade federada. Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete: I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e executar os serviços públicos de saúde; II - participar do planejamento, programação e organização da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde (SUS), em articulação com sua direção estadual; III - participar da execução, controle e avaliação das ações referentes às condições e aos ambientes de trabalho; IV - executar serviços: a) de vigilância epidemiológica; b) vigilância sanitária; c) de alimentação e nutrição; d) de saneamento básico; e) de saúde do trabalhador; V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e equipamentos para a saúde; VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que tenham repercussão sobre a saúde humana e atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais e federais competentes, para controlá-las; VII - formar consórcios administrativos intermunicipais; VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros; IX - colaborar com a União e os Estados na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contratos e convênios com entidades prestadoras de serviços privados de saúde, bem como controlar e avaliar sua execução; XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de saúde; XII - normatizar complementarmente as ações e serviços públicos de saúde no seu âmbito de atuação. Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reservadas aos Estados e aos Municípios. CAPÍTULO V – DO SUBSISTEMA DE ATENÇÃO À SAÚDE INDÍGENA Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o atendimento das populações indígenas, em todo o território nacional, coletiva ou individualmente, obedecerão ao disposto nesta Lei. Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, componente do Sistema Único de Saúde – SUS, criado e definido por esta Lei, e pela Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, com o qual funcionará em perfeita integração. Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema instituído por esta Lei com os órgãos responsáveis pela Política Indígena do País. Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições governamentais e não governamentais poderão atuar complementarmente no custeio e execução das ações. Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consideração a realidade local e as especificidades da cultura dos povos Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech indígenas e o modelo a ser adotado para a atenção à saúde indígena, que se deve pautar por uma abordagem diferenciada e global, contemplando os aspectos de assistência à saúde, saneamento básico, nutrição, habitação, meio ambiente, demarcação de terras, educação sanitária e integração institucional. Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá ser, como o SUS, descentralizado, hierarquizado e regionalizado. p.1º O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá como base os Distritos Sanitários Especiais Indígenas. p.2º O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, devendo, para isso, ocorrer adaptações na estrutura e organização do SUS nas regiões onde residem as populações indígenas, para propiciar essa integração e o atendimento necessário em todos os níveis, sem discriminações. p.3º As populações indígenas devem ter acesso garantido ao SUS, em âmbito local, regional e de centros especializados, de acordo com suas necessidades, compreendendo a atenção primária, secundária e terciária à saúde. Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a participar dos organismos colegiados de formulação, acompanhamento e avaliação das políticas de saúde, tais como o Conselho Nacional de Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, quando for o caso. CAPÍTULO VI – DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO DOMICILIAR Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o atendimento domiciliar e a internação domiciliar. p.1º Na modalidade de assistência de atendimento e internação domiciliares incluem-se, principalmente, os procedimentos médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos, psicológicos e de assistência social, entre outros necessários ao cuidado integral dos pacientes em seu domicílio. p.2º O atendimento e a internação domiciliares serão realizados por equipes multidisciplinares que atuarão nos níveis da medicina preventiva, terapêutica e reabilitadora. p.3º O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser realizados por indicação médica, com expressa concordância do paciente e de sua família. CAPÍTULO VII – DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato. p.1º O acompanhante de que trata o caput deste artigo será indicado pela parturiente. p.2º As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos direitos de que trata este artigo constarão do regulamento da lei, a ser elaborado pelo órgão competente do Poder Executivo. p.3º Ficam os hospitais de todo o País obrigados a manter, em local visível de suas dependências, aviso informando sobre o direito estabelecido no caput deste artigo. Art. 19-L. (Vetado). CAPÍTULO VIII – DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIA EM SAÚDE Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que se refere a alínea d do inciso I do art. 6o consiste em: I - dispensação de medicamentos e produtos de interesse para a saúde, cuja prescrição esteja em conformidade com as diretrizes terapêuticas definidas em protocolo clínico para a doença ou o agravo à saúde a ser tratado ou, na falta do protocolo, em conformidade com o disposto no art. 19-P; II - oferta de procedimentos terapêuticos, em regime domiciliar, ambulatorial e hospitalar, constantes de tabelas elaboradas pelo gestor federal do Sistema Único de Saúde - SUS, realizados no território nacional por serviço próprio, conveniado ou contratado. Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M, são adotadas as seguintes definições: I - produtos de interesse para a saúde: órteses,próteses, bolsas coletoras e equipamentos médicos; II - protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento que estabelece critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS. Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as diretrizes terapêuticas deverão estabelecer os medicamentos ou produtos necessários nas diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde de que tratam, bem como aqueles indicados em casos de perda de eficácia e de surgimento de intolerância ou reação adversa Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech relevante, provocadas pelo medicamento, produto ou procedimento de primeira escolha. Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, a dispensação será realizada: I - com base nas relações de medicamentos instituídas pelo gestor federal do SUS, observadas as competências estabelecidas nesta Lei, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores Tripartite; II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de forma suplementar, com base nas relações de medicamentos instituídas pelos gestores estaduais do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores Bipartite; III - no âmbito de cada Município, de forma suplementar, com base nas relações de medicamentos instituídas pelos gestores municipais do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada no Conselho Municipal de Saúde. Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo SUS de novos medicamentos, produtos e procedimentos, bem como a constituição ou a alteração de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, são atribuições do Ministério da Saúde, assessorado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS. p.1º A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS, cuja composição e regimento são definidos em regulamento, contará com a participação de 1 (um) representante indicado pelo Conselho Nacional de Saúde e de 1 (um) representante, especialista na área, indicado pelo Conselho Federal de Medicina. p.2º O relatório da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS levará em consideração, necessariamente: I - as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a efetividade e a segurança do medicamento, produto ou procedimento objeto do processo, acatadas pelo órgão competente para o registro ou a autorização de uso; II - a avaliação econômica comparativa dos benefícios e dos custos em relação às tecnologias já incorporadas, inclusive no que se refere aos atendimentos domiciliar, ambulatorial ou hospitalar, quando cabível. Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração a que se refere o art. 19-Q serão efetuadas mediante a instauração de processo administrativo, a ser concluído em prazo não superior a 180 (cento e oitenta) dias, contado da data em que foi protocolado o pedido, admitida a sua prorrogação por 90 (noventa) dias corridos, quando as circunstâncias exigirem. p.1º O processo de que trata o caput deste artigo observará, no que couber, o disposto na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, e as seguintes determinações especiais: I - apresentação pelo interessado dos documentos e, se cabível, das amostras de produtos, na forma do regulamento, com informações necessárias para o atendimento do disposto no § 2o do art. 19-Q; II - (Vetado); III - realização de consulta pública que inclua a divulgação do parecer emitido pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS; IV - realização de audiência pública, antes da tomada de decisão, se a relevância da matéria justificar o evento. p.2º (Vetado). Art. 19-S. (Vetado). Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão do SUS: I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de medicamento, produto e procedimento clínico ou cirúrgico experimental, ou de uso não autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA; II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de medicamento e produto, nacional ou importado, sem registro na Anvisa. Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo fornecimento de medicamentos, produtos de interesse para a saúde ou procedimentos de que trata este Capítulo será pactuada na Comissão Intergestores Tripartite. TÍTULO III – DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE CAPÍTULO I – DO FUNCIONAMENTO Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde caracterizam-se pela atuação, por iniciativa própria, de profissionais liberais, legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas de direito privado na promoção, proteção e recuperação da saúde. Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência à saúde, serão observados os princípios éticos e as normas expedidas pelo órgão de direção do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às condições para seu funcionamento. Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta, inclusive controle, de empresas ou de capital estrangeiro na assistência à saúde nos seguintes casos: I - doações de organismos internacionais vinculados à Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech Organização das Nações Unidas, de entidades de cooperação técnica e de financiamento e empréstimos; II - pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar ou explorar: a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital especializado, policlínica, clínica geral e clínica especializada; e b) ações e pesquisas de planejamento familiar. III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por empresas, para atendimento de seus empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social; e IV - demais casos previstos em legislação específica. CAPÍTULO II – DA PARTICIPAÇÃO COMPLEMENTAR Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a cobertura assistencial à população de uma determinada área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada. Parágrafo Único. A participação complementar dos serviços privados será formalizada mediante contrato ou convênio, observadas, a respeito, as normas de direito público. Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência para participar do Sistema Único de Saúde (SUS). Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços e os parâmetros de cobertura assistencial serão estabelecidos pela direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), aprovados no Conselho Nacional de Saúde. p.1º Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste e de pagamento da remuneração aludida neste artigo, a direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá fundamentar seu ato em demonstrativo econômico-financeiro que garanta a efetiva qualidade de execução dos serviços contratados. p.2º Os serviços contratados submeter-se-ão às normas técnicas e administrativas e aos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio econômico e financeiro do contrato. p.3º (Vetado). p.4º Aos proprietários, administradores e dirigentes de entidades ou serviços contratados é vedado exercer cargo de chefia ou função de confiança no Sistema Único de Saúde (SUS). TÍTULO IV – DOS RECURSOS HUMANOS Art. 27. A política de recursos humanos na área da saúde será formalizada e executada, articuladamente, pelas diferentes esferas de governo, em cumprimento dos seguintes objetivos: I - organização de um sistema de formação de recursos humanos em todos os níveis de ensino, inclusive de pós- graduação, além da elaboração de programas de permanente aperfeiçoamento de pessoal; II - (Vetado); III - (Vetado); IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Parágrafo Único. Os serviçospúblicos que integram o Sistema Único de Saúde (SUS) constituem campo de prática para ensino e pesquisa, mediante normas específicas, elaboradas conjuntamente com o sistema educacional. Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e assessoramento, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), só poderão ser exercidos em regime de tempo integral. p.1º Os servidores que legalmente acumulam dois cargos ou empregos poderão exercer suas atividades em mais de um estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). p.2º O disposto no parágrafo anterior aplica-se também aos servidores em regime de tempo integral, com exceção dos ocupantes de cargos ou função de chefia, direção ou assessoramento. Art. 29. (Vetado). Art. 30. As especializações na forma de treinamento em serviços sob supervisão serão regulamentadas por Comissão Nacional, instituída de acordo com o art. 12 desta Lei, garantida a participação das entidades profissionais correspondentes. TÍTULO V – DO FINANCIAMENTO CAPÍTULO I – DOS RECURSOS Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com a receita estimada, os recursos necessários à realização de suas finalidades, previstos em proposta elaborada pela sua direção nacional, com a participação dos órgãos da Previdência Social e da Assistência Social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos provenientes de: I - (Vetado). II - serviços que possam ser prestados sem prejuízo da assistência à saúde; Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech III - ajuda, contribuições, doações e donativos; IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital; V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais. p.1º Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade da receita de que trata o inciso I deste artigo, apurada mensalmente, a qual será destinada à recuperação de viciados. p.2º As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) serão creditadas diretamente em contas especiais, movimentadas pela sua direção, na esfera de poder onde forem arrecadadas. p.3º As ações de saneamento que venham a ser executadas supletivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) serão financiadas por recursos tarifários específicos e outros da União, Estados, Distrito Federal, Municípios e, em particular, do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). p.4º (Vetado). p.5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico em saúde serão cofinanciadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pelas universidades e pelo orçamento fiscal, além de recursos de instituições de fomento e financiamento ou de origem externa e receita própria das instituições executoras. p.6º (Vetado). CAPÍTULO II – DA GESTÃO FINANCEIRA Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) serão depositados em conta especial, em cada esfera de sua atuação, e movimentados sob fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde. p.1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários do Orçamento da Seguridade Social, de outros Orçamentos da União, além de outras fontes, serão administrados pelo Ministério da Saúde, através do Fundo Nacional de Saúde. p.2º (Vetado). p.3º (Vetado). p.4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu sistema de auditoria, a conformidade à programação aprovada da aplicação dos recursos repassados a Estados e Municípios. Constatada a malversação, desvio ou não aplicação dos recursos, caberá ao Ministério da Saúde aplicar as medidas previstas em lei. Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da receita efetivamente arrecadada transferirão, automaticamente, ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), observado o critério do parágrafo único deste artigo, os recursos financeiros correspondentes às dotações consignadas no Orçamento da Seguridade Social, a projetos e atividades a serem executados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Parágrafo Único. Na distribuição dos recursos financeiros da Seguridade Social será observada a mesma proporção da despesa prevista de cada área, no Orçamento da Seguridade Social. Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem transferidos a Estados, Distrito Federal e Municípios, será utilizada a combinação dos seguintes critérios, segundo análise técnica de programas e projetos: I - perfil demográfico da região; II - perfil epidemiológico da população a ser coberta; III - características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na área; IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no período anterior; V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais e municipais; VI - previsão do plano quinquenal de investimentos da rede; VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados para outras esferas de governo. p.1º Metade dos recursos destinados a Estados e Municípios será distribuída segundo o quociente de sua divisão pelo número de habitantes, independentemente de qualquer procedimento prévio. (Revogado pela Lei Complementar nº 141, de 2012) (Vide Lei nº 8.142, de 1990). p.2º Nos casos de estados e municípios sujeitos a notório processo de migração, os critérios demográficos mencionados nesta lei serão ponderados por outros indicadores de crescimento populacional, em especial o número de eleitores registrados. p.3º (Vetado). p.4º (Vetado). p.5º (Vetado). p.6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a atuação dos órgãos de controle interno e externo e nem a aplicação de penalidades previstas em lei, em caso de irregularidades verificadas na gestão dos recursos transferidos. CAPÍTULO III – DO PLANEJAMENTO E DO ORÇAMENTO Telegram: @kiwifz - Site: medvideos.tech Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do Sistema Único de Saúde (SUS) será ascendente, do nível local até o federal, ouvidos seus órgãos deliberativos, compatibilizando-se as necessidades da política de saúde com a disponibilidade de recursos em planos de saúde dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União. p.1º Os planos de saúde serão a base das atividades e programações de cada nível de direção do Sistema Único de Saúde (SUS), e seu financiamento será previsto na respectiva proposta orçamentária. p.2º …vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde. Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de saúde, em função das características epidemiológicas e da organização dos serviços em cada jurisdição administrativa. Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções e auxílios a instituições prestadoras de serviços de saúde com finalidade lucrativa. CAPÍTULO IV – DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 39. (Vetado). p.1º (Vetado). p.2º (Vetado). p.3º (Vetado). p.4º (Vetado) p.5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do INAMPS para órgãos integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) será feita de modo a preservá-los como patrimônio da Seguridade Social. p.6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão inventariados com todos os seus acessórios, equipamentos e outros bens móveis e ficarão disponíveis para utilização pelo órgão de direção municipal do Sistema Único de Saúde (SUS) ou, eventualmente, pelo estadual, em cuja circunscrição administrativa se encontrem, mediante simples termo de recebimento. p.7º (Vetado). p.8º O acesso aos serviços de informática e bases de dados, mantidos pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, será assegurado às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde ou órgãos congêneres, como suporte ao processo de gestão, de forma a permitir a gerência informatizada das contas e a disseminação de estatísticas sanitárias e epidemiológicas médico-hospitalares. Art. 40. (Vetado).