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apostila auditoria em enfermagem

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INSTITUTO EDUCACIONAL 
MARIS 
 
 
 
 
 
AUDITORIA EM 
ENFERMAGEM 
 
 
 
 
 
BELO HORIZONTE 
 
 
 
 
AUDITORIA EM ENFERMAGEM 
 
https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRIihiuzrqAC_4Td21rP6ppsi9ym5G-
cMEftHcXHRVv2YjPXkIJ 
 
A palavra auditoria origina-se do latim audire que significa ouvir. No 
entanto, o termo pode ser melhor explicado pela palavra da língua 
inglesa audit, o qual tem o sentido de examinar, corrigir e certificar. Sendo 
assim, a auditoria consiste na avaliação sistemática e formal de uma atividade 
para determinar se ela está sendo realizada de acordo com os seus objetivos. 
Trata-se de um ramo da contabilidade que tem sido utilizada por várias 
profissões, inclusive pela enfermagem, devido à globalização e dada a 
necessidade das empresas de somarem o trabalho do auditor de enfermagem 
ao auditor médico, considerando sua função generalista. 
Com a globalização e o atual cenário político-financeiro do país, o setor 
de saúde passou a procurar novas alternativas para a gestão, com o foco na 
necessidade das organizações de saúde adaptar-se a um mercado cada vez 
mais competitivo. A necessidade de garantir resultados positivos e clientes 
satisfeitos requer que as organizações aprendam a associar baixos custos com 
excelência de qualidade para os seus clientes. 
 
 
Nas organizações de saúde, a auditoria configura-se como uma 
importante ferramenta na transformação dos processos de trabalho que vêm 
ocorrendo em hospitais e operadoras de planos de saúde, os quais estão 
buscando se reestruturar para manterem a qualidade do cuidado prestado e ao 
mesmo tempo garantirem uma posição competitiva no mercado de trabalho. 
Nesse contexto, a auditoria em enfermagem pode ser definida como "a 
avaliação sistemática da qualidade da assistência de enfermagem, verificada 
através das anotações de enfermagem no prontuário do paciente e/ou das 
próprias condições deste". 
A auditoria de enfermagem vem atender às necessidades das 
instituições de saúde no controle dos fatores geradores de processos de alto 
custo. No âmbito hospitalar, por exemplo, a enfermagem é usuária da maior 
parte dos materiais de consumo, devendo dispor atenção aos custos 
envolvidos no processo de cuidar, no intuito de garantir a provisão e 
adequação dos materiais de uso e, principalmente, da qualidade da assistência 
de enfermagem(3). As principais finalidades da auditoria de enfermagem são 
identificar áreas deficientes dos serviços de enfermagem, fornecendo dados 
concretos para que decisões sejam tomadas em relação ao remanejamento e 
aumento de pessoal, possibilitando, consequentemente, melhoria do cuidado 
de enfermagem 
A auditoria hospitalar permite uma avaliação dos aspectos qualitativos 
e quantitativos relacionados à assistência. Também envolve a observação de 
aspectos organizacionais, operacionais e financeiros, mas sempre com o 
mesmo foco: a qualidade dos cuidados prestados. As principais distorções e 
não conformidades presentes nas anotações de enfermagem sintetizadas no 
quadro acima podem comprometer a qualidade dos atos cuidadores de 
enfermagem e mesmo comprometer a avaliação da evolução terapêutica dos 
pacientes, tais como o não aprazamento das medicações administradas e dos 
curativos realizados. 
A crença equivocada de que o registro não é prioridade na execução 
do trabalho da enfermagem é muito mais uma questão cultural do que técnica. 
Porém, quando se discute a importância das anotações, deve-se considerar a 
 
 
escassez de pessoal de enfermagem que é a realidade de muitos hospitais do 
Brasil e do mundo e o ritmo de trabalho da enfermagem. Esses fatores 
dificultam o registro das informações e representam uma questão chave para 
melhorar a qualidade das anotações de enfermagem. 
Nesse sentido, cabe salientar que o prontuário é um documento legal 
em que devem constar as informações pertinentes a sua internação e aos 
procedimentos que são realizados pelos profissionais de saúde envolvidos no 
atendimento. 
Com o foco na assistência de qualidade e no aumento da 
competitividade entre organizações que prestam serviços de saúde, cada vez 
mais surgem oportunidades para o profissional enfermeiro atuar na área de 
auditoria de contas hospitalares. Desse modo, a auditoria configura-se como 
uma ferramenta gerencial utilizada pelos profissionais da saúde, em especial 
os enfermeiros, com a finalidade de avaliar a qualidade da assistência de 
enfermagem e os custos decorrentes da prestação dessa atividade 
A finalidade da auditoria em enfermagem, na atualidade, está 
relacionada principalmente à comprovação de pagamento de contas 
hospitalares, revendo glosas por meio da elaboração de relatórios técnicos e 
realizando negociações entre representantes do hospital e de convênios. No 
futuro, associado à primeira finalidade, a intenção será apontar inadequações 
da assistência de enfermagem, reformulando suas práticas, indicando 
processos de educação em serviço e delineando ações corretivas. 
 
 
 
 
 
 
AUDITORIA EM ENFERMAGEM NA CONTA 
HOSPITALAR 
 
Fonte: setorsaude.com.br 
As ações do enfermeiro auditor dentro da instituição hospitalar ainda 
são limitadas pela escassez dos registros de enfermagem o que dificulta e 
atrasa a realização das cobranças e avaliação do cuidado. É imprescindível 
que os profissionais de saúde se conscientizem acerca da comprovação de 
seus atos. 
Primeiramente é necessário entender o processo de cobrança e fatura 
das contas hospitalares, como também o que significa uma conta hospitalar, 
para compreender como se concretiza a auditoria de enfermagem tanto em 
instituições hospitalares como em planos de saúde. 
O termo faturar é descrito pelo Dicionário Aurélio como fazer a fatura, 
incluir na fatura, tirar proveito material, fazer, realizar, conseguir, ganhar muito 
dinheiro ou aferir vantagens. O faturista é o profissional que desenvolve o 
faturamento, que executa a função de faturar. O setor de faturamento está 
presente na maioria das empresas incluindo as instituições hospitalares e 
planos de saúde. 
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=0CAYQjB1qFQoTCNaC27mE0cgCFcKMkAodhYMOIg&url=http%3A%2F%2Fsetorsaude.com.br%2Ffehosul-promove-curso-faturamento-de-contas-medico-hospitalares%2F&bvm=bv.105454873,d.Y2I&psig=AFQjCNFEDanZNCEimHg_b61-pJ81ur7AHQ&ust=1445429983839710
 
 
O setor de faturamento hospitalar é responsável pelo envio das 
cobranças aos planos de saúde e sistema único de saúde. A cobrança é 
realizada através da conta hospitalar que é o resultado de todos os gastos do 
paciente frente a um atendimento seja ambulatorial ou internado. 
A conta hospitalar pode ser desmembrada ou compactada. Na conta 
desmembrada o hospital envia um relatório de cobrança que contêm todos os 
itens utilizados no atendimento ao paciente separadamente e diariamente, já 
na conta compactada envia-se um relatório com os valores totais. 
O setor de faturamento do plano de saúde recebe as cobranças avalia 
e faz o pagamento aos serviços credenciados, físicos ou jurídicos, também 
realiza a cobrança para outros convênios no caso de prestação de serviço. 
Neste setor há a análise da conta enviada pelo prestador e quando necessário 
as glosas. 
Quando o paciente chega a um hospital ele adquiri um registro 
simbolizado por números que fará parte de seu cadastro todas as demais 
vezes que necessitar ser atendido na mesma instituição. Junto ao número é 
elaborado um conjunto de formulários e impressos que constituem o chamado 
prontuário do paciente que será utilizado durante toda a sua internação e 
posteriormente classificado e arquivado junto à Instituição para fins legais e 
clínicos. 
Segundo o Conselho Federal de Medicina (2002) o prontuário do 
paciente é documento único que contêm informações registradas, geradas a 
partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do pacientee a 
assistência a ele prestada, é de caráter legal, sigiloso e científico, possibilita a 
comunicação entre os membros da equipe multidisciplinar e a continuidade da 
assistência prestada ao indivíduo. 
O prontuário do paciente é considerado obrigatório pelo Conselho de 
Ética Médica em seu artigo 69 (2002) e é um dos principais meios de 
comunicação entre a equipe que realiza o atendimento ao paciente, uma vez 
 
 
que todas as informações passadas e futuras sobre o estado do paciente 
devem estar registradas no prontuário cada uma em seu formulário específico. 
Conforme a Resolução 1.639 de 2002 do CFM o prontuário pode ser 
feito em meio de papel (impressos) e digitalizado. Esta resolução aprova as 
"Normas Técnicas para o Uso de Sistemas Informatizados para a Guarda e 
Manuseio do Prontuário Médico". Estabelece a guarda permanente dos 
prontuários por meio óptico ou magnético e prevê o prazo mínimo de 20 anos, 
a partir do último registro, a preservação dos prontuários em suporte de papel. 
De acordo com o Conselho Federal de Medicina (resolução 1638/2002) 
devem fazer parte do prontuário os seguintes itens: nome data de nascimento, 
nome da mãe, sexo, naturalidade, endereço; Anamnese e exame físico, 
exames complementares, hipóteses diagnósticas, diagnósticos definitivos e 
tratamento efetuado; Evolução diária, discriminação de todos os procedimentos 
realizados, identificação dos profissionais responsáveis. 
 
https://www.inbec.com.br/img/cursos/mba-em-auditoria-de-servicos-e-sistemas-de-
saude.jpg 
Formas de audição 
Uma das formas de realizar a auditoria em saúde é a utilização dos 
registros encontrados no prontuário do paciente para realização da avaliação. 
A prática da auditoria diz que aquilo que está registrado é o que foi realizado no 
paciente, sendo assim, todos os itens que não constam registros devem ser 
considerados como não realizados. 
 
 
O paciente pode procurar o serviço de saúde a partir, do que aqui 
consideraremos dois enfoques, são eles: a rede privada que se constitui de 
instituições prestadores de serviços particulares e/ou convênios e a rede 
pública que se constitui de instituições credenciadas para atender o Sistema 
Único de Saúde. A rede pública pode atender os convênios, entretanto numa 
proporção menor, já que por possuir credenciamento ao SUS tem um 
percentual mínimo de atendimentos que devem ser prestados ao pacientes 
SUS. 
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, regulamentada 
pela Lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990 (Lei Orgânica da Saúde) e Lei nº 
8.142 de 1990, foi instituído o Sistema Único de Saúde (SUS), tornando 
obrigatória a prestação da assistência à saúde da população de forma gratuita. 
O SUS está descrito na Lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990 como 
o conjunto de ações e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições 
públicas (federais, estaduais e municipais), incluído as instituições públicas 
federais, estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e produção 
de insumos, medicamentos, sangue e hemoderivados, e de equipamentos para 
saúde, garantida, também, a participação complementar da iniciativa privada 
no Sistema Único de Saúde. 
Podem ser vinculados ao Sistema Único de Saúde os centros e postos 
de saúde, os hospitais inclusive os universitários, laboratórios, hemocentros 
além de instituições de pesquisa. Através deles os cidadãos têm direito a 
consultas, exames, internações e demais tratamentos necessários para a 
promoção, prevenção e reabilitação da saúde. O vínculo ao SUS pode ser pela 
esfera pública (municipal, estadual ou federal) ou pela esfera privada 
(contratada pelo gestor público municipal). 
Com base na Lei Orgânica da Saúde (nº 8.080 de 19 de setembro de 
1990) e na Constituição Federal de 1988 foram estabelecidos os princípios do 
Sistema Único de Saúde descritos como: Universalidade, Integralidade, 
Equidade, Participação da Comunidade, Descentralização Político-
Administrativa, Hierarquização e Regionalização. 
 
 
A Lei nº 9.961 de 28 de janeiro de 2000 criou a Agência Nacional de 
Saúde Suplementar, denominada autarquia vinculada ao Ministério da Saúde, 
com atuação em todo território nacional, na regulamentação, normatização, 
controle e fiscalização de todas as atividades que garantem a assistência 
suplementar à saúde. 
A saúde suplementar é o atendimento à saúde do indivíduo pelo 
sistema privado, ou seja, planos de saúde. O plano de saúde é um produto 
oferecido por uma operadora de saúde para a população, onde existe o 
pagamento mensal de valores para garantir o atendimento às necessidades de 
saúde do usuário no momento que houver a necessidade. 
O plano de saúde credencia os prestadores, aqueles que irão atender 
aos seus usuários. Os prestadores podem ser físicos, constitui-se em 
profissionais da saúde como médicos e dentistas, ou jurídicos, considerados os 
hospitais, clínicas, laboratórios, entre outros. 
Um paciente que possui um plano de saúde será atendido 
eletivamente, ou seja, de forma programada, em um hospital credenciado ao 
plano. Chegando ao hospital o paciente deverá portar sua carteira do plano de 
saúde e a autorização para realizar a internação hospitalar. A autorização é 
fornecida pelo próprio plano de saúde ao usuário. 
Na autorização de internação hospitalar do plano de saúde consta a 
descrição do procedimento a ser realizado como também a quantidade de dias 
que o paciente poderá permanecer no hospital, nos casos em que seja 
necessário maior número de dias o médico que está atendendo o paciente faz 
uma requisição de prorrogação hospitalar descrevendo o número de dias que o 
paciente ainda necessita ficar internado e a justificativa. 
A permanência do usuário do plano de saúde na instituição hospitalar é 
acompanhada pelo Auditor Médico do Plano de Saúde que verifica a real 
necessidade do paciente permanecer internado e pelo auditor enfermeiro que 
avalia as cobranças das contas hospitalares bem como a satisfação do cliente 
frente ao atendimento prestado na instituição credenciada. 
 
 
Nos casos de atendimento de urgência ou emergência os pacientes 
são atendidos pelo serviço credenciado e após é enviado o pedido de 
autorização para o atendimento hospitalar; quando o usuário do plano estiver 
em local onde não exista serviço credenciado ao plano de saúde, o paciente 
igualmente é atendido de forma particular e após é reembolsado pelo seu plano 
de saúde. 
Após a alta do paciente, ou mesmo durante a internação, é realizada a 
cobrança da conta hospitalar ao convênio. Estas cobranças contêm todos os 
procedimentos, materiais, medicamentos, taxas e diárias que envolvem o 
atendimento do paciente e é realizada mediante a tabela de cobranças 
negociada no fechamento de contrato entre o convênio e a prestadora. 
Quando o paciente interna eletivamente pelo Sistema Único de Saúde 
necessita de uma Autorização para Internação Hospitalar (AIH). Ao procurar o 
serviço de saúde o médico responsável vai preencher o que chamamos de 
Laudo Médico, este por sua vez, será encaminhado pelo paciente a Secretaria 
de Saúde Municipal e ao Gestor Municipal que realiza a autorização para 
emissão da AIH. 
 
http://unircursos.com.br/lib/rdmc.php?src=http://unircursos.com.br/cliente/img/loja/%5
B19%5Dbanner.jpg&q=100&w=640&h=340 
 
 
 
O caráter de internação do Sistema Único de Saúde poderá ser: Eletivo 
ou Urgência/Emergência e Causas Externas. No caso do Eletivo a AIH é 
emitida antes da internação pelo Órgão Emissor Local. Em casos de urgência e 
emergência a AIH é solicitada pelo Hospital até 48 (quarenta e oito) horas úteis 
após a internação do paciente. 
As Causas Externas referem-se a acidente no local de trabalho ou a 
serviço da empresa, acidente no trajeto entre a residência e o trabalho, 
acidentes de trânsito não considerados acidentes no trajeto de trabalho, outros 
tipos de lesões e envenenamentos, causadospor agentes físicos ou químicos 
não considerados acidentes de trajeto do trabalho. 
Segundo o Manual do SIH – SUS 2003 (Sistema de Informação 
Hospitalar – Sistema Único de Saúde) o laudo médico é o instrumento utilizado 
para solicitação de internação hospitalar em hospitais integrantes do SIH – 
SUS, devendo ser corretamente preenchido em todos os seus campos, 
permitindo a emissão da AIH que garante o acesso à unidade prestadora. 
O SNA – Sistema Nacional de Auditoria prevê que o auditor médico 
avalie o laudo médico, tecnicamente, concluindo sobre o pedido do médico 
assistente (aquele que preenche o laudo). Após concluir se autorizar o 
procedimento, o laudo é enviado a secretaria de saúde do município de origem 
do paciente e liberada a AIH para realização do atendimento. 
A AIH – Autorização para Internação Hospitalar é classificada em três 
tipos. AIH Formulário (AIH -7), AIH Meio Magnético (AIH -1) e AIH Longa 
Permanência (AIH -5). A AIH Formulário é emitida em duas vias, ou 
eletronicamente, pelos Órgãos Emissores próprios autorizados pelo SUS, com 
numeração própria. A primeira via será apresentada ao hospital pelo paciente 
ou seu responsável e será anexada ao prontuário médico, a segunda via 
arquivada pelo órgão emissor. 
A AIH Meio Magnético é um documento hábil para identificar o paciente 
e os serviços prestados sob regime de internação hospitalar e fornecer 
informações para o gerenciamento do sistema. É através deste documento que 
 
 
os prestadores (hospitais, profissionais e serviços de diagnose e terapia) se 
habilitarão a receber pelos serviços prestados. 
A AIH Longa Permanência é utilizada quando se esgota o tempo de 
permanência previsto para AIH 1, para identificar casos de longa permanência 
do paciente nas especialidades de Psiquiatria, Pacientes sob cuidados 
prolongados, Acompanhamento Pós – Transplante de Rim, Fígado, Coração, 
Pulmão, Medula Óssea e Córnea. Após autorizada a permanência do paciente 
pelo Órgão Gestor, o hospital deverá emitir AIH -5 que receberá a mesma 
numeração da AIH-7 que deu origem a internação, a AIH -5 deverá ser 
anexada ao prontuário do paciente. 
O município de origem do paciente envia a AIH a Instituição em que o 
paciente será submetido ao procedimento. Esta apresentação representa a 
cobrança hospitalar, que no caso específico do SUS é realizada através do 
código do procedimento do paciente. 
O SUS possui junto às instituições credenciadas uma tabela de 
valores, nesta tabela são descritos os códigos dos procedimentos, descrição do 
procedimento, valor pago ao hospital e ao médico; também constam na tabela 
os dias de permanência prevista para este procedimento e a modalidade em 
que está incluído o procedimento. 
Os procedimentos na tabela do SUS (códigos e descrição) referem-se 
ao diagnóstico do paciente. A modalidade na qual o procedimento se inclui diz 
respeito à média ou alta complexidade. Cada serviço hospitalar está 
enquadrado dentro de uma dessas modalidades, a partir de um 
credenciamento do prestador junto ao SUS. 
A Portaria GM nº 1.721, de 21.09.2005 “Cria o Programa de 
Estruturação e Contratualização dos Hospitais Filantrópicos no SUS”, 
entendido como o processo em que o gestor municipal ou estadual do SUS e o 
representante legal do hospital, estabelecem metas quantitativas e qualitativas 
que visam o aprimoramento do processo de atenção à saúde e da gestão 
 
 
hospitalar; formalização de parceria para a realização de serviços, ações e 
atividades. 
O modelo de financiamento instituído pelo programa de 
Contratualização é composto por parcelas, sendo: pós – fixadas: compondo a 
Alta complexidade e FAEC (pagamento por produção); pré – fixada: recursos 
financeiros estimados com base na produção de serviços (série histórica dos 
meses de 2005) em procedimentos de média complexidade (Ambulatorial e 
Hospitalar), incluindo PAB, INTEGRASUS, IAPI, IAC, FIDEPS, e recursos 
repassados ao hospital pela SES e SMS. 
Com a contratualização os procedimentos incluídos na médica 
complexidade são recebidos através de uma parcela mensal que incluirá todos 
os atendimentos não havendo mais a cobrança individual. Os demais que se 
incluem na alta complexidade são cobrados separadamente por atendimento e 
esta parcela será sempre paga mediante a produção do prestador. 
A principal diferença entre o processo de cobrança dos convênios e do 
SUS relaciona-se a quantidade de itens que podem ser faturados, ou seja, 
objetivamente o SUS possui um valor global que inclui medicamentos, taxas, 
materiais e diárias, este valor coincide com o diagnóstico do paciente. Já nos 
convênios geralmente na negociação faz-se uma tabela de procedimentos e há 
possibilidade de realizar a cobrança separadamente de todo material, 
medicamentos, taxas e diárias. 
Em qualquer modo de cobrança, seja por convênios ou SUS, a fatura 
da conta hospitalar, envolve vários setores de uma instituição, desde a 
internação, médicos, equipe de enfermagem, nutrição, fisioterapia, faturamento 
e auditoria, cada qual desempenhando sua função compartilhando para o bom 
desenvolvimento da assistência bem como o pagamento do que foi gasto 
durante o atendimento do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENFERMEIRO AUDITOR NA ATUAÇÃO EM 
HOSPITAIS 
 
Fonte: www.gianna.com.br 
A auditoria de enfermagem realizada em ambiente hospitalar é 
executada por um enfermeiro ou uma equipe de enfermeiros dependendo da 
necessidade institucional. Esse profissional pode atuar na auditoria de contas 
hospitalares e/ou auditoria da qualidade. 
O enfermeiro auditor de contas hospitalares realiza a análise dos 
prontuários antes da fatura da conta e envio ao convênio. Geralmente esta 
análise é realizada após a alta do paciente (auditoria retrospectiva) ou durante 
sua internação (auditoria concorrente). 
http://www.gianna.com.br/254.html
 
 
Na auditoria realizada após a alta do paciente o enfermeiro auditor 
avalia a exatidão das cobranças hospitalares com aquilo que está checado e 
prescrito no prontuário. Através de um relatório de consumo diário do paciente 
é possível realizar esta verificação. 
O auditor então, avalia as quantidades entre os materiais, 
medicamentos e procedimentos e a prescrição médica, registros de gastos de 
enfermagem e prescrição de enfermagem, a partir disso, faz adequações no 
relatório de consumo, indicando ao setor de faturamento itens que devem ser 
modificados na cobrança da conta. 
Não é permitido ao enfermeiro auditor, conforme a Resolução COFEN 
266/2001 alterações no prontuário do paciente. Após esta verificação da 
compatibilidade e solicitação das alterações nos relatórios de gastos, esta 
conta poderá passar ainda pela auditoria médica e administrativa que fará 
verificações específicas referente a sua especialidade. 
Entenda-se aqui, como relatório de consumo ou de gasto, um impresso 
que discrimina todo o consumo do paciente, não faz parte do prontuário, nele 
contêm todos os medicamentos dispensados para aquele paciente e materiais 
utilizados pela enfermagem e/ou para procedimentos médicos. 
Em alguns hospitais o enfermeiro auditor faz esta verificação 
diretamente no sistema informatizado já alterando aquilo que acha necessário 
(na cobrança), neste caso, a conta chega ao faturamento pronta, só basta 
verificar os demais itens que não envolvem procedimentos de enfermagem. 
Alguns auditores enfermeiros verificam a conta antes e depois da fatura 
para evitar que a conta hospitalar enviada contenha itens de digitação errados. 
A rotina de cada enfermeiro na análise das contas depende diretamente dos 
processos internos de cada instituição, a informatização sem dúvida contribui e 
muito na cobrança das contas. 
A auditoria concorrente da conta hospitalar, facilita o diagnóstico e 
esclarecimento de registros equivocados, pode ser realizada diariamente com a 
visitação do auditor de enfermagem na unidade hospitalar e verificaçãodas 
 
 
anotações e gastos do paciente. Alguns auditores utilizam o “check-list” como 
ferramenta para resolver problemas encontrados nas unidades. 
 Trabalhar qualidade em auditoria significa alcançar seu objetivo, 
entretanto por questões de tempo e número de pessoal nem sempre o mesmo 
enfermeiro que realiza a análise das contas hospitalares (com intuito de cobrar) 
é o mesmo que trabalha com a qualidade assistencial. De qualquer forma um 
complementa o serviço do outro, pois qualidade também depende de uma 
cobrança justa. 
 
 
Fonte: www.hospitaldebraga.pt 
 
A questão de qualidade é um dos temas mais abordados atualmente é 
impossível garantir uma gestão sem abordar a qualidade. Neste contexto a 
auditoria assistencial toma forma, e essencialmente a de enfermagem como 
meio de aferir, verificar, qualificar e avançar em indicadores assistenciais. 
Segundo Kluck et al (2002) o alcance da qualidade pelos serviços de 
saúde é uma atividade coletiva, tornando-se um diferencial técnico e social 
necessário para atender a demanda de uma sociedade cada vez mais 
exigente, que envolve não só o usuário do sistema, como também os gestores, 
https://www.hospitaldebraga.pt/Section/O+Hospital/Qualidade/880
 
 
isso requer a implementação de uma política de qualidade nas organizações 
tanto na rede pública como na rede privada. 
De acordo com Garay (1997) a gestão da qualidade refere-se ao 
processo ativo de determinar e orientar o caminho a ser percorrido para 
atingirmos os objetivos empregando todos os recursos contidos na produção 
de um bem ou de um serviço. 
A Organização Mundial da Saúde (1981) define a qualidade no setor de 
saúde como o conjunto de atributos que inclui um nível de excelência 
profissional, o uso eficiente de recursos, um mínimo risco ao usuário, um alto 
grau de satisfação por parte dos clientes, considerando essencialmente os 
valores sociais existentes. 
A qualidade nos serviços de saúde deve ser enfatizada, principalmente 
porque o produto é consumido durante a sua produção, é, portanto diferente da 
produção de bens em que é possível separar o produto com defeito, sem 
consequências expressivas, exceto a perda da matéria-prima e o retrabalho 
(Silva, 1996). 
A inserção de indicadores de qualidade assistenciais voltados a 
enfermagem é um dos grandes precursores para a realização de uma auditoria 
da qualidade dos serviços de enfermagem. Alguns dos indicadores utilizados 
como acompanhamento da qualidade de enfermagem em pacientes 
hospitalizados são: Iatrogenias, quedas de leitos, flebites e úlceras de pressão. 
A satisfação do cliente frente ao serviço de enfermagem sempre deve 
ser mencionada uma vez que o paciente, mesmo leigamente, irá nos fornecer 
parâmetros para adequação do atendimento de enfermagem. Buscar a 
fidelização dos clientes é satisfazê-los ou esclarece-los frente às rotinas de 
maneira harmoniosa e convicta. 
A auditoria de enfermagem assistencial pode ser realizada em uma 
instituição hospitalar a partir da formação de uma comissão de auditoria, 
envolvendo os enfermeiros auditores e enfermeiros assistenciais que não 
 
 
estejam diretamente ligados a área a ser auditada. Ou ser desenvolvida 
somente pelos enfermeiros auditores. 
No caso da Comissão de Auditoria uma das vantagens é a adesão dos 
enfermeiros frente ao processo, ou seja, compreendem mais e adquirem um 
conhecimento prático frente a realidade dos procedimentos e também registros 
de enfermagem, a auditoria se fortalece nesse processo. 
Segundo Kurcgant (1991) os principais requisitos para realização de 
um processo de auditoria são: 
Filosofia e estrutura administrativa compatíveis com a proposta da 
enfermagem, a qual se constitui em planejar, implementar, coordenar e 
controlar suas atividades com o objetivo de oferecer melhor assistência ao 
paciente. 
Padrão de assistência desejado, estabelecido e conhecido por todo o 
pessoal do serviço de enfermagem, pois o padrão da qualidade do serviço 
pode ser referido como bom ou não desde que comparado a um padrão 
preestabelecido (ou seja, o que significa assistência de enfermagem para 
aquela instituição). É importante ressaltar que a existência de padrões não-
condizentes com a realidade local limita se não inutiliza, todo o processo. 
Recursos Humanos com adequado treinamento técnico e capacidade 
como auditor. Esses elementos formarão uma comissão, que deverá reunir-se 
periodicamente, mantendo um processo contínuo e permanente. 
Instrumento contendo os itens que deverão ser observados na 
auditoria. 
Na realização de uma auditoria de qualidade retrospectiva utiliza-se o 
prontuário para verificar através dos registros de enfermagem a assistência 
prestada ao paciente. O primeiro passo neste caso é estabelecer o número de 
prontuários que serão auditados. Pode-se seguir a seguinte regra: até 50 
altas/mês: todos os prontuários, mais de 50 altas/mês: 10% dos prontuários, 
todo prontuário de óbito deve constar na auditoria. 
 
 
Após esta delimitação é importante possuirmos um instrumento de 
busca ativa, com os padrões que serão analisados na auditoria de 
enfermagem, por exemplo: método de admissão do paciente, atendimento das 
prescrições médicas, sistema de elaboração de plano de cuidados, relatório de 
enfermagem (completo, incompleto), sinais vitais checados de acordo com o 
diagnóstico do paciente e necessidades do paciente. 
 
http://kursaronline.com.br/content/uploads/2015/01/foto_1393943706.jpeg 
 
A auditoria concorrente também poderá ser utilizada para aferir a 
qualidade de enfermagem prestada e conforme Kurcgant (1991) pode ser 
realizada da seguinte maneira: 
•Exame do paciente e confronto das necessidades levantadas com a 
prescrição de enfermagem e/ou avaliação dos cuidados in loco (acompanhar o 
funcionário e confrontar com os parâmetros estabelecidos); 
•Entrevista com o próprio funcionário logo após a prestação do 
cuidado, levando-o à reflexão e servindo como material de auditoria; 
•Avaliação feita pelo paciente e sua família, verificando a percepção 
destes quanto à assistência prestada, neste caso, é importante que sejam 
 
 
selecionados familiares que tenham realmente acompanhamento com o 
paciente. 
•Pesquisa junto a equipe médica, verificando o cumprimento da 
prescrição médica e interferências das condutas de enfermagem na terapêutica 
médica (trabalho mais difícil e muito mais criterioso, em vista das questões 
éticas envolvidas). 
Em qualquer uma das formas de auditoria, é importante ter um 
instrumento válido para a busca de informações, análise e posteriormente 
elaboração de um relatório de auditoria, onde constam as conclusões e 
opiniões de auditoria. Sá (1977) recomenda que o relatório de auditoria 
apresente período a que se refere, data da sua elaboração, número de ordem, 
descrição dos casos auditados, conclusões e assinatura do Auditor. 
Motta (2003) cita o enfermeiro auditor atuando na Educação 
Continuada dos hospitais se responsabilizando pela orientação de toda a 
equipe interdisciplinar que tem acesso ao prontuário, para que se 
conscientizem sobre a importância de seu preenchimento esclarecendo 
dúvidas e dando orientações contínuas. 
Algumas organizações não fazem alocação de profissionais auditores 
em Educação Continuada então em todos os tipos e objetivos de auditoria, seja 
de qualidade ou na conta hospitalar, indicadores devem surgir e devem ser 
encaminhados ao setor de Educação Continuada para obtenção de subsídios 
em treinamento e reciclagem de pessoal, mesmo não sendo, como cita 
Kurcgant (1991) o objetivo da auditoria a exatidão dos registros, acaba 
tornando-se consequência. 
O ideal do desenvolvimento da auditoria é enquadrar essas duas 
funções dentro da instituição hospitalar, de qualidade e da análise da conta 
hospitalar, isso porque uma depende da outra e complementam-se na busca 
pela oferta de um cuidado com qualidade e com baixocusto e justa 
remuneração. 
 
 
 
 
 
 
PERFIL DO ENFERMEIRO AUDITOR 
 
https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRIihiuzrqAC_4Td21rP6ppsi9ym5G-
cMEftHcXHRVv2YjPXkIJ 
 
Respeitar, em qualquer circunstância, os níveis hierárquicos existentes 
em toda organização; 
Manter comportamento Ético e sigiloso absoluto a respeito de 
informações confidenciais; 
Observar os comportamentos internos; 
Procurar, continuamente, melhorar sua capacidade e efetividade de 
trabalho, sempre atualizando seus conhecimentos; 
 
 
Manter espírito independente, isento de influências das áreas de 
revisão, e muito equilibrado, sem representar arrogância ou impassividade; 
Expressar sua opinião sempre apoiada em evidencias suficientes; 
Cultivar o senso de proporção e julgamento, alicerçando seu ponto de 
vista impessoal e imparcial; 
Ser afável no trato com as pessoas, pois o relacionamento auditado / 
auditor não pode ser frívolo e casuístico, mas harmônico e humano; 
Relatar possíveis deficiências objetivamente; 
Cada auditor representa a imagem da organização a qual est· ligado, 
daí a importância de seus atos e mesmo de sua apresentação; 
Nenhum auditor pode prescrever, evoluir ou alterar evoluções / 
informações no prontuário do paciente; 
Vedado ao auditor tecer comentários de qualquer natureza com 
pacientes, familiares e/ou funcionários do hospital, de observações feitas 
através do prontuário; 
Vedado ao auditor discutir sobre procedimentos realizados 
indevidamente pelo prestador de serviço em ambientes estranhos à auditoria; 
 A postura e o respeito deverão ser mantidos sempre nas discussões e 
apresentações realizadas com prestadores de serviços 
Vedado ao auditor trabalhar na instituição a ser auditada, ou receber 
qualquer tipo de remuneração ou vantagens da mesma. 
O ENFERMEIRO AUDITOR E SUAS FERRAMENTAS 
 
 
 
 
Fonte: www.concursoemcurso.com.br 
As principais condutas do enfermeiro auditor para análise da conta 
hospitalar segundo Motta (2003) são: 
Praticar o exercício da profissão de Auditoria de Enfermagem conforme 
a legislação; 
Conhecer todos os contratos firmados entre a operadora de planos e o 
hospital; 
Fazer uma análise geral da conta: verificar diagnóstico, período de 
internação, tratamento, exames solicitados, autorizações para procedimentos e 
materiais específicos; 
Analisar as prescrições médicas dos exames laboratoriais e outros 
exames diagnósticos, bem como seus resultados; 
Verificar se a quantidade de materiais e medicamentos cobrada é 
compatível com a prescrita e checada no prontuário do paciente; 
Verificar os valores praticados na cobrança dos materiais e 
medicamentos em relação aos preços acordados mediante acertos contratuais 
e tabelas; 
Elaborar e responder recursos de glosas; 
http://www.concursoemcurso.com.br/concurso-prefeitura-de-salvador-prorroga-inscricoes-para-vagas-na-saude/
 
 
Controlar o trabalho de auditoria registrando-o. 
A legislação seguida deverá ser a que regulamenta a função de 
enfermeiro auditor Resolução do COFEN 266/2001 seguida da Lei do exercício 
profissional. É importante ter conhecimento do respaldo legal que o enfermeiro 
possui para realizar a auditoria de enfermagem para não se comprometer em 
procedimentos inadequados. 
Os contratos entre as operadoras e os prestadores são essenciais na 
análise da conta hospitalar, pois é através do contrato que se tem 
embasamento para saber quais itens podem ser cobrados, os critérios de 
cobranças e valores. A tabela de cobrança que descreve os procedimentos a 
serem cobrados e seus valores deve constar no contrato e impreterivelmente 
ser usada na realização da auditoria da conta hospitalar. 
É preciso que o enfermeiro auditor utilize seu conhecimento holístico 
frente ao atendimento do paciente, analisando este atendimento em sua 
integralidade e não fragmentado, por esta razão torna-se constante a leitura do 
prontuário inteiro, incluindo diagnóstico, exames complementares etc. 
A análise da prescrição médica estabelece a cobrança dos materiais e 
medicamentos que devem ser cobrados, mediante a checagem dos horários 
que as medicações foram administradas no paciente. A prescrição de 
enfermagem também fornece subsídios sobre os cuidados de enfermagem 
prestados ao paciente podendo-se efetuar a cobrança quando existe a 
negociação em contrato. 
A checagem de um medicamento ou procedimento é o que certifica 
que realmente este ato foi desenvolvido pela equipe de enfermagem. A 
checagem é um traço diagonal sobre o horário. O círculo ao redor do horário 
representa que a medicação ou procedimento não foi, por algum motivo, 
realizado no paciente. Nestes casos é importante sempre que a equipe de 
enfermagem descreva na evolução de enfermagem o porquê da não 
realização. 
 
 
Na análise da conta hospitalar é de suma importância que o enfermeiro 
auditor possua o conhecimento frente aos valores praticados na negociação 
entre prestador e operadora do plano de saúde. Esses valores constituem-se 
na diretriz para as cobranças, e são acordados em contrato no momento da 
contratação dos serviços. 
As glosas hospitalares são procedimentos que não são pagos pelo 
convênio, após analisar as cobranças feitas pelo prestador de serviço o plano 
de saúde emite as glosas. Quando chega ao prestador o enfermeiro auditor 
deve avaliar tais itens e formular o que chamamos de recurso de glosa. No 
contrato feito no credenciamento entre operadora e prestador fica estipulado o 
número de dias para envio do recurso. 
A elaboração do recurso é feita com base em conhecimentos técnicos 
– científicos e legais, utilizando-se o contrato firmado. O recurso deve ser 
encaminhado ao plano de saúde que por sua vez vai uma nova avaliação e 
define sobre o pagamento ou não da cobrança. 
O registro sobre o trabalho da auditoria de enfermagem permite ao 
enfermeiro auditor ter indicadores sobre o andamento dos processos internos e 
principalmente fornece subsídios para mudança e aprimoramento na realização 
da auditoria. 
Os principais instrumentos utilizados para análise da conta hospitalar 
são: a Tabela AMB (Associação Médica Brasileira); Contratos e tabelas 
hospitalares; Protocolos; Custos Hospitalares; Revista Simpro; Revista 
Brasíndice; Resolução do Coren e Cofen; Resoluções do CRM; Instrumentos e 
tabelas próprias para elaboração de indicadores; Manuais Padronizados; Rol 
de Procedimentos; Manual de Padronização de Medicamentos (do hospital); 
Tabela de gotejamento de soluções. 
Se você quer desempenhar o papel de auditor na área de enfermagem 
deve ficar atento a todos esses critérios, afim de usar os principais 
instrumentos que acercam essa função. 
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO – 
 
 
 
 
 
 
 
O ACESSO AOS SERVIÇOS E O PAPEL DA 
AUDITORIA 
 
http://www.cursoonlinede.com.br/wp-content/uploads/2014/12/Curso-Online-de-
Auditoria-em-Enfermagem.jpg 
 
 Considerando-se uma rede de serviços devidamente credenciada, 
com OCS/PSA conhecidos em suas especialidades e potencialidades, assim 
como um serviço interno da OMS organizado, pode-se dar início às atividades 
de Controle, Avalição e Auditoria. 
Lembramos entretanto que todo processo assistencial deve sempre ser 
acompanhado com uma visão holística, pois a análise fragmentada não permite 
uma aferição da qualidade e, muito menos, dos custos. 
 
 
 O processo assistencial ou de atendimento ao cliente deve ser visto 
em sua integridade: 
A consulta 
Os exames 
As terapias 
A hospitalização 
A convalescença 
O estudo isolado do ambulatório ou das consultas não espelha a 
utilização dos recursos, assim como a mera análise dos procedimentos de 
custos mais elevados não reflete os riscos financeiros da contratante. 
 As analises isoladas de profissionais, prestadores ou mesmo de 
setores como as OCS credenciadas não ir, não refletir a gravidade que o 
cenário descrito pode representar para a contratante.A Auditoria deve 
desenvolver suas atividades, mesmo considerando a necessidade de tarefas 
muito específicas, sem perder a dimensão do conjunto. 
 
ACOMPANHAMENTO DO SISTEMA 
AMBULATORIAL 
 
 
 
 
http://institutodaeducacao.com.br/imagem/21422962005535081e60a566.87186490.jp
g/668/313 
 
 Em relação à assistência ambulatorial, os meios de controle são 
predominantemente analíticos. Entretanto, mesmo baseada em análise de 
registros, documentos e relatórios, a auditoria pode delinear o perfil assistencial 
e identificar situações incomuns que necessitem de observação direta, desde a 
visita ao serviço auditado até a entrevistas com pacientes. … bom lembrar que 
a equipe de auditores responsáveis pelo controle ambulatorial deve conhecer o 
funcionamento dos serviços auditados, sendo as visitas preliminares 
imprescindíveis para um seguimento analítico. 
 
COMPREENDENDO O FUNCIONAMENTO 
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 
 
 
 
 
 
https://encrypted-
tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTdCRg0PGWrZ0mu5i9brh1ldJUpF8SzExt1_e_cJuUEi
3pLhHvd 
 
O SUS não foi uma invenção de “ilustres” juristas ou dos “iluminados” 
deputados constituintes de 1988. Também não nasceu apenas do consenso 
entre grandes especialistas da área de saúde. O SUS é fruto de um amplo 
movimento social, iniciado na década de 70, em defesa da saúde do povo 
brasileiro, que consolidou a reforma sanitária brasileira. 
Tal movimento social se constituiu nas universidades, nos 
departamentos de Medicina Preventiva e Social, e em outras instituições onde 
se criticava o modelo assistencial dominante; no movimento sindical, 
inicialmente na categoria médica, onde surgiu o grupo da "Renovação Médica"; 
e no interior das instituições de saúde, onde grupos de técnicos não 
comprometidos com sua política oficial, propunham e experimentavam formas 
alternativas de organizar serviços. 
Este movimento foi se ampliando para diversos segmentos sociais 
durante a década de 80, que passaram também a criticar o modelo de 
atendimento centrado na medicina curativa e hospitalar, bem como o 
“empresariamento” do setor saúde. 
 
 
Em 1986, realizou-se a VIII Conferência Nacional de Saúde, em 
Brasília, que reuniu milhares de representantes de usuários, de trabalhadores 
da saúde e de outros setores sociais e de instituições governamentais, e que 
delineou a proposta de organização de um sistema único de saúde, com 
assistência universal e integral à saúde. Mais que isto, surgiu a proposta de 
que a saúde passasse a ser um direito do cidadão e dever do Estado. 
Estávamos às vésperas da instalação do Congresso Constituinte que 
iria elaborar a nova Constituição Brasileira... 
A Constituição de 1988 incorporou a idéia de que o direito à saúde 
deve ser garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a 
redução do risco de doenças e outros agravos, e ao acesso universal e 
igualitário às ações e serviços de saúde para sua promoção, proteção e 
recuperação (artigo 196 CF/88). Nesse sentido, estabeleceu o Sistema Único 
de Saúde, no Título VIII Da Ordem Social, Capítulo II Da Seguridade Social, 
Seção II Da Saúde. 
É um "Sistema", porque não se trata somente um serviço ou uma 
instituição, mas uma rede de unidades, serviços e ações atuando 
coordenadamente e em diferentes níveis de complexidade tecnológica, no 
sentido de elevar os níveis de saúde da população. 
É "Único", porque segue os mesmos princípios e diretrizes em todo o 
território nacional, no sentido de responsabilidade das três esferas de governo: 
 I – No âmbito da União, através do Ministério da Saúde; 
 II – No âmbito dos Estados e Distrito Federal, através da 
respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; 
 III – No âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de 
Saúde ou órgão equivalente. 
 
 
 
O PROCESSO HISTÓRICO DE 
CONSTRUÇÃO DO SUS 
 
http://radios.centermidia.com/igapora/files/2015/03/SUS-AZUL-1.jpg 
 
 
 O processo de construção do SUS é resultante de um conjunto de 
embates políticos e ideológicos, travados por diferentes atores sociais ao longo 
dos anos. Decorrente de concepções diferenciadas, as políticas de saúde e as 
formas como se organizaram os serviços não são fruto apenas do momento 
atual. Ao contrário, têm uma longa trajetória de formulações e de lutas. 
A busca de referências históricas do processo de formulação das 
políticas de saúde, e da vinculação da saúde com o contexto político mais geral 
do país, pode contribuir para um melhor entendimento do momento atual e do 
próprio significado do SUS. Nesse sentido, o objetivo deste texto é apresentar, 
de forma organizada, os elementos que compõe o SUS e alguns marcos 
históricos da política de saúde do Brasil. É claro que após alguns anos de sua 
implementação legal pela Constituição Federal de 1988, O SUS não é hoje 
uma novidade. No entanto, apesar do tempo decorrido e da clareza das 
 
 
definições legais, O SUS significa transformação e, por isso, processo político e 
prático de fazer das ideias a realidade concreta. A afirmação legal de um 
conceito é um passo importante, mas não é, em si, uma garantia de mudanças. 
Construção é a idéia que melhor sintetiza o SUS. Garantido o alicerce, falta 
compor, parte a parte, a estrutura do edifício. Não existe um caminho natural 
para isso. Os embates políticos, corporativos e a variada gama de interesses 
de um setor que mobiliza muitos recursos estarão sempre presentes. Não é a 
constatação da impossibilidade, pelo contrário, uma exortação ao trabalho 
político consequente. 
Como se trata de um texto introdutório, procura-se abordar os 
conceitos e a história da constituição do Sistema Único de Saúde, a partir da 
trajetória da política de Saúde e Previdência no Brasil. 
O Período 23/30: o nascimento da Previdência Social no Brasil 
O surgimento da Previdência Social no Brasil se insere num processo 
de modificação da postura liberal do Estado frente à problemática trabalhista e 
social, portanto, num contexto político e social mais amplo. Esta mudança se 
dá enquanto decorrência da contradição entre a posição marcadamente liberal 
do Estado frente às questões trabalhistas e sociais e um movimento operário-
sindical que assumia importância crescente e se posicionava contra tal postura. 
Esta também é a época de nascimento da legislação trabalhista brasileira. 
Em 1923, é promulgada a Lei Elói Chaves que, para alguns autores, 
pode ser definida como marco do início da Previdência Social no Brasil. No 
período compreendido entre 1923 e 1930 surgem as Caixas de Aposentadoria 
e Pensões (CAPS). As CAPS eram organizadas por empresas, de natureza 
civil e privada, responsáveis pelos benefícios pecuniários e serviços de saúde 
para os empregados de empresas específicas. As CAPS eram financiadas com 
recursos dos empregados e empregadores e administradas por comissões 
formadas de representantes da empresa e dos empregados. Cabia ao poder 
público apenas a resolução de possíveis conflitos. 
 
 
No modelo previdenciário dos anos 20 a assistência médica era vista 
como atribuição fundamental do sistema, o que levava, inclusive, à organização 
de serviços próprios de saúde. Caracteriza ainda este período, o elevado 
padrão de despesa. Estas duas características serão profundamente 
modificadas no período posterior. 
Em relação às ações de saúde coletiva, promovidas por parte do 
Estado, este período é marcado pelo surgimento do chamado "sanitarismo 
campanhista", nascido da Reforma Carlos Chagas em 20/23. Este sanitarismo 
se pautava por uma visão de combate às doenças de massa com forte 
concentração de decisões e com estilo repressivo de "intervenção sobre os 
corpos individual e social". Alguns anos antes, havia sido criado o 
departamento Nacional de Saúde Pública, responsável por estas ações. O 
combate à febre amarela e gripe espanhola se deu dentro de tal modelo. 
 
 
 
 
Marco legal e político PrevidênciaAssistência à saúde Saúde 
coletiva 
. Nascimento da 
legislação trabalhista 
. Lei Elói Chaves 
(1923) 
. CAPS - 
organizadas por 
empresa de natureza 
civil e privada, 
financiadas por 
empregados e 
empregadores 
. Assistência médica 
como atribuição das 
CAPS através de 
serviços próprios 
. Sanitarismo 
campanhista 
. 
Departamento 
Nacional de 
Saúde 
. Reforma 
Carlos 
Chagas 
 
 
 
O Período 30/45: as proposta de contenção de gastos e o 
surgimento das Ações Centralizadas de Saúde Pública 
Com a revolução de 30, liderada por Getúlio Vargas, assumiu o poder 
uma coalizão que trouxe, de forma destacada, a preocupação com o novo 
operariado urbano. Este período foi marcado pela criação de órgãos e 
instrumentos que legitimaram a ação sindical em moldes corporativos. 
Do ponto de vista político, este período pode ser caracterizado por uma 
profunda crise, marcado por greves de trabalhadores e manifestações 
populares, principalmente entre os anos 30/35. A busca de aliados por parte do 
governo, que tentava ampliar sua base de apoio, incluindo entre elas as 
classes trabalhadoras urbanas, colocava em evidência o tema previdência 
social. Foi criado o Ministério do Trabalho, aprofundou-se a legislação 
trabalhista, ao mesmo tempo em que havia restrições e manipulações na 
esfera sindical. 
Em relação à Previdência Social houve profundas modificações no que 
se refere à organização e concepção. Do ponto de vista de concepção, a 
Previdência era claramente definida enquanto seguro, privilegiando os 
benefícios e reduzindo a prestação de serviços de saúde. Embora com 
algumas oscilações entre os institutos, a legislação adotada entre 30 e 45 
tentará diferenciar as atribuições de benefícios e serviços de saúde. Estes 
passaram a serem entendidos como concessão, e não mais atribuição 
específica, uma função provisória e secundária. Tal definição fez com 
houvesse um profundo corte nas despesas com assistência médico-hospitalar. 
Do ponto de vista organizativo, este é um momento marcado pela 
criação dos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAP's), entidades 
organizadas não mais por empresas, mas por categorias profissionais. 
Diferentemente das CAPS, a administração dos IAP's era bastante dependente 
do governo federal. O conselho de administração, formado com participação de 
representantes de empregados e empregadores, tinha uma função de 
 
 
assessoria e fiscalização e era dirigido por um presidente, indicado diretamente 
pelo Presidente da República. Houve uma ampliação da Previdência com a 
incorporação de novas categorias não cobertas pelas CAPS anteriormente. 
Caracterizaram esta época a participação do Estado no financiamento 
(embora meramente formal) e na administração dos institutos, e um esforço 
ativo no sentido de diminuir despesas, mais com a acumulação de reservas 
financeiras do que com a ampla prestação de serviços. Isto fez com que os 
superávits dos institutos constituíssem um respeitável patrimônio e um 
instrumento de acumulação nas mãos do Estado. A Previdência passou a se 
configurar enquanto "sócia" do Estado nos investimentos de interesse do 
governo. 
 Em relação às ações de saúde coletiva, esta foi a época do auge do 
sanitarismo campanhista. Em 1937 foi criado o primeiro órgão de saúde de 
dimensão nacional, o Serviço Nacional de Febre Amarela, em 39, o Serviço de 
Malária do Nordeste, e em 40, o Serviço de Malária da Baixada Fluminense. 
No período de 38/45 o Departamento Nacional de Saúde foi 
reestruturado e dinamizado, articulando e centralizando as atividades sanitárias 
de todo o país. Em 1942 foi criado o Serviço Especial de Saúde Pública 
(SESP), com atuação voltada para as áreas não cobertas pelos serviços 
tradicionais. 
Marco legal e político Previdência Assistência à saúde Saúde coletiva 
. Criação do 
Ministério do 
Trabalho 
. CLT 
. IAP's-organizados 
por categorias 
profissionais, com 
dependência do 
governo federal 
. Corte nas despesas 
médicas, passando 
os serviços de saúde 
à categoria de 
concessão do 
sistema 
. Auge do 
sanitarismo 
campanhista, 
Serviço Nacional 
de Febre 
Amarela, 
Serviço de 
Malária do 
Nordeste e 
SESP 
 
 
 
O Período 45/66: a crise do regime de capitalização e o 
nascimento do Sanitarismo Desenvolvimentista 
Este momento pode ser subdividido em duas fases do ponto de vista 
da conjuntura política, para fins didáticos. A primeira, marcada pelo fim do 
Estado novo e pela redemocratização do País. Foi o período do 
desenvolvimentismo, que levou a um acelerado processo de urbanização e 
industrialização. Foi marcante no governo Juscelino a visão de que a solução 
para os problemas sociais estava mais no desenvolvimento do que nas 
questões sociais. O esgotamento do modelo populista de relação entre o 
Estado e os trabalhadores foi-se acentuando, em associação com o capital 
estrangeiro e a possibilidade de incorporar as demandas dos trabalhadores. 
Uma segunda fase foi inaugurada com o golpe de 64, que estabeleceu 
uma ruptura com os governos democráticos anteriores. O regime instalado teve 
como características o autoritarismo, com o fechamento dos canais de 
participação aos trabalhadores, e um discurso de racionalidade técnica e 
administrativa, que repercutiu nas ações de previdência e saúde. 
As ações de previdência foram, então, caracterizadas pelo crescimento 
dos gastos, elevação de despesas, diminuição de saldos, esgotamento de 
reservas e déficits orçamentários. Isto levou a um processo de repartição 
simples, e não mais capitalização como no período anterior. As explicações 
para tais mudanças podem ser colocadas como resultantes de uma tendência 
natural (maior número de pessoas recebendo benefícios, uma vez que esta foi 
a época de recebimento de benefícios dos segurados incorporados no início do 
sistema); como também de mudanças de posições da Previdência Social 
(desmontagem das medidas de contenção de gastos dos anos 30/45; 
crescimento dos gastos com assistência médica, que sobe de 2,3% em 1945 
para 14,9% em 1966; crescimento dos gastos com benefícios, em função do 
aumento dos beneficiários, de mudanças nos critérios de concessão de 
benefícios e no valor médio destes). 
 
 
A legislação pós-45 foi marcada pela progressiva desmontagem das 
medidas de cunho contencionista do período anterior. Na Constituição de 46 a 
assistência sanitária foi incorporada à Previdência Social e em 53 foi 
promulgado o "Regulamento Geral dos Institutos de Aposentadoria e Pensão", 
que formalizou a responsabilidade dos mesmos com a assistência médica. A 
Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS), promulgada em 1960, uniformizou 
os direitos dos segurados de diferentes institutos, o que agravou as 
dificuldades financeiras crescentes da previdência no período. Esta Lei pode 
ser considerada como um marco da derrota do modelo contencionista anterior, 
estendendo para o conjunto dos segurados um plano extremamente amplo de 
benefícios e serviços. Além da assistência médica e dos benefícios 
pecuniários, a legislação se referia a habitação, empréstimos e alimentação. 
A uniformização dos benefícios alcançados com a LOPS, assim como 
a extensão da Previdência Social aos trabalhadores rurais, através do Estatuto 
do Trabalhador Rural, aprovado no governo João Goulart, não foram 
acompanhadas de novas bases financeiras concretas para sua efetivação. 
Para fazer frente aos novos gastos, a contribuição dos segurados foi 
progressivamente elevada. Em relação à contribuição do Estado, a LOPS 
rompeu com o conceito de contribuição tripartite. Cabia à União, a partir de 
então, apenas os gastos com administração e pessoal. 
Nessa mesma época, o Brasil passou a ser influenciado pelas ideias de 
seguridade social que foram amplamente discutidas no cenário internacional ao 
final da II Guerra Mundial, em contraposição ao conceito de seguro da época 
anterior. Ao mesmotempo, viveu-se um intenso processo de construção e 
compra de hospitais, ambulatórios e equipamentos, por parte dos institutos, e 
de celebração de convênios para prestação de assistência médico-hospitalar 
aos segurados. 
Com o golpe de 1964 e o discurso de racionalidade, eficácia e 
saneamento financeiro, ocorreu a fusão dos IAP's, com a criação do Instituto 
Nacional de Previdência Social (INPS). Este fato, ocorrido em 1966, marcou 
também a perda de representatividade dos trabalhadores na gestão do 
sistema. A unificação enfrentava resistências dos grupos privilegiados pelo 
 
 
antigo sistema corporativo. O governo, no entanto, alegava que a centralização 
de recursos poderia ser a alternativa para viabilizar o cumprimento do direito de 
assistência à saúde. 
Com relação à assistência médica, houve um crescimento dos serviços 
médicos próprios da previdência e dos gastos com assistência médica em 
geral, mas persistia uma demanda elevada, agravada pelo fato deste direito ter 
sido estendido a todos os segurados. Os serviços próprios continuavam a 
conviver com o setor privado conveniado e contratado, também em expansão. 
O sanitarismo desenvolvimentista, característico do período, teve sua 
contribuição mais voltada para as discussões conceituais relacionadas à 
saúde. Os sanitaristas da época estabeleceram relação entre saúde e 
economia e definiram a saúde de um povo como o corolário do seu 
desenvolvimento econômico. Podem ser apontados dois marcos desta época: 
o primeiro a criação da Comissão de Planejamento e Controle das Atividades 
Médico-Sanitárias, com função de elaborar o plano plurianual, integrando as 
atividades de saúde ao Plano Nacional de Desenvolvimento; o segundo marco 
foi a realização da III Conferência Nacional de Saúde, que além de discutir as 
propostas elaboradas pela comissão anteriormente citada, sistematizou as 
propostas de descentralização e municipalização da saúde. 
Em relação à organização de serviços, o fato mais marcante foi a 
criação em 1956, do Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERU), 
que tinha a finalidade de organizar e executar os serviços de investigação e 
combate às principais patologias evitáveis existentes no período, dentre elas a 
malária, leishmaniose, doença de Chagas, peste, brucelose, febre amarela, 
esquistossomose, e outras endemias existentes no país. 
 
Marco legal e político Previdência Assistência à saúde Saúde coletiva 
. Constituição de 
1946 
. Crescimento dos 
gastos e 
esgotamento de 
. Crescimento dos 
serviços próprios da 
. Sanitarismo 
desenvolviment
 
 
. LOPS (1960) 
. Estatuto do 
trabalhador rural 
. Golpe de 1964 
. INPS (1966) 
reservas 
. Incorporação da 
assistência sanitária 
à Previdência 
. Uniformização dos 
direitos dos 
segurados 
Previdência 
. Aumento dos gastos 
com a assistência 
médica 
. Convivência com os 
serviços privados, 
em expansão 
ista 
. Departamento 
Nacional de 
Endemias 
Rurais 
(DNERU) 
 
O Período 1966/73: o acirramento da crise e a privatização da 
assistência médica 
Foi um período marcado pelo crescente papel do Estado como 
regulador da sociedade, e pelo alijamento dos trabalhadores do processo 
político, ao lado de uma política de arrocho salarial decorrente do modelo de 
acumulação adotado. 
A criação do INPS, citada anteriormente, inseriu-se na perspectiva 
modernizadora da máquina estatal, aumentando o poder de regulação do 
Estado sobre a sociedade e representando uma tentativa de desmobilização 
das forças políticas estimuladas em períodos populistas anteriores. O 
rompimento com a política populista não significou alteração em relação à 
política assistencialista anterior, ao contrário, o Estado ampliou a cobertura da 
previdência aos trabalhadores domésticos e trabalhadores rurais, além de 
absorver as pressões por uma efetiva cobertura daqueles trabalhadores já 
beneficiados pela Lei LOPS. Excetuando os trabalhadores do mercado informal 
de trabalho, todos os demais eram cobertos pela Previdência Social. Em 
relação à assistência médica, observa-se um movimento ainda mais expressivo 
de ampliação e cobertura. 
Os gastos com assistência médica, que continuaram a crescer neste 
período, chegaram a representar mais de 30% dos gastos totais do INPS em 
76. A Ênfase era dada à atenção individual, assistencialista e especializada, 
 
 
em detrimento das medidas de saúde pública, de caráter preventivo e de 
interesse coletivo. Exemplo de descaso com as ações coletivas e de prevenção 
foi a diminuição do orçamento do Ministério da Saúde, que chegou a 
representar menos que 1,0% dos recursos da União. 
Ocorreu uma progressiva eliminação da gestão tripartite das 
instituições previdenciárias, até sua extinção em 70. Ao mesmo tempo, a 
"contribuição do estado" se restringiu aos custos com a estrutura 
administrativa. A criação do INPS propiciou a implementação de uma política 
de saúde que levou ao desenvolvimento do complexo médico-industrial, em 
especial nas áreas de medicamentos e equipamentos médicos. Ao mesmo 
tempo, e em nome da racionalidade administrativa, o INPS deu prioridade à 
contratação de serviços de terceiros, em detrimento dos serviços próprios, 
decisão que acompanhou a postura do governo federal como um todo. De 69 a 
75 a porcentagem de serviços comprados de terceiros representou cerca de 
90% da despesa do INPS. 
A modalidade de compra de serviços adotada possibilitou o 
superfaturamento por parte dos serviços contratados, com prejuízo do 
atendimento médico prestado e colocando em risco o sistema financeiro da 
instituição. Para aumentar o faturamento, estes serviços utilizavam os 
expedientes de multiplicação e desdobramento de atos médicos, preferência 
por internações mais caras, ênfase em serviços cirúrgicos, além da baixa 
qualidade do pessoal técnico e dos equipamentos utilizados. 
A expansão do complexo previdenciário criou uma nova modalidade de 
atendimento, a medicina de grupo, estruturada a partir de convênios entre o 
INPS e empresas, ficando estas com a responsabilidade pela atenção médica 
de seus empregados. O convênio empresa foi a forma de articulação entre o 
Estado e o empresariado que viabilizou o nascimento e o desenvolvimento do 
subsistema que viria a se tornar hegemônico na década de 80, o da atenção 
médica supletiva. 
Apesar das atribuições definidas pelo Decreto Lei 200/67 para o 
Ministério da Saúde, com subordinação da assistência médica previdenciária à 
 
 
política nacional de saúde, a prática mostrava um Ministério esvaziado em suas 
competências. Foram incorporados a ele a Fundação SESP e a Fundação das 
Pioneiras Sociais, dando início à autarquização do ministério, que 
acompanhava processo similar da administração federal. 
Por parte da saúde coletiva, as ações estavam dispersas num conjunto 
de Ministérios como o da Agricultura, dos Transportes, do Trabalho, do Interior, 
da Educação, dentre outros, e internamente ao Ministério da Saúde, em um 
conjunto de órgãos da administração direta e indireta. 
Marco legal e político Previdência Assistência à saúde Saúde coletiva 
. AI-5 
. Emenda 
Constitucional nº 1 
. Modernização 
autoritária 
. Ampliação de 
cobertura 
previdenciária 
. Ampliação do 
complexo 
previdenciário 
. Aumento dos gastos 
com saúde no âmbito 
da previdência 
. Extensão de 
cobertura 
. Modelo de compra 
de serviços 
. Convênios com 
medicina de grupo 
. Autarquização do 
MS 
. Dispersa em 
vários 
ministérios e 
em órgãos da 
administração 
direta e indireta 
 
O Período 74/79: crise, reforma e consolidação da rede privada em 
saúde 
As alterações na conjuntura política, dos pontos de vista interno e 
externo, forçaram o Estado a fortalecer a opção pela Seguridade Social, como 
forma de buscar legitimidade, o que levou à intensificação do modelo, através 
do aumento crescente de cobertura e ampliação de benefícios.No ano de 1974, foram criados o Ministério da Previdência e 
Assistência Social (MPAS) e o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social 
(FAS). A criação do Ministério significou o fortalecimento das ações de 
previdência no interior do aparelho estatal. A criação do FAS proporcionou a 
remodelação e a ampliação dos hospitais da rede privada, através de 
empréstimos com juros subsidiados. A existência de recursos para 
investimento e a criação de um mercado cativo de atenção médica para os 
prestadores privados levou a um crescimento próximo de 500% no número de 
leitos hospitalares privados no período 69/84, de tal forma que subiram de 
74.543 em 1969 para 348.255 em 1984. 
 O II Plano Nacional de Desenvolvimento, elaborado no mesmo 
período, consagrou a separação de ações de saúde coletiva e atenção médica, 
e reservou os primeiros ao setor estatal e os segundos, via previdência social, 
ao setor privado. O plano institucionalizou o modelo médico assistencial 
privativista e definiu competências para as instituições públicas e privadas. 
Ocorreu uma autonomização da política de assistência médica previdenciária, 
em função da revogação de parte do Decreto Lei 200, que estabelecia a 
necessidade de sua obediência à política nacional de saúde. 
A falta de controle sobre os serviços contratados criou condições para 
que a corrupção atingisse, em 1974, níveis que ameaçavam o equilíbrio 
financeiro da previdência. Foram definidos, então, mecanismos de 
enfrentamento da crise, com o objetivo de controlar as distorções do modo 
vigente, criando condições que possibilitassem a continuidade da expansão, 
sem alterar substancialmente o mesmo. Foram definidos mecanismos de 
controle ao setor contratado, através da criação da Empresa de 
Processamento de Dados da Previdência Social (DATAPREV), da ampliação 
dos convênios (convênios com sindicatos, universidades, prefeituras, governos 
estaduais, dentre outros) e da normatização e criação de novos mecanismos 
institucionais de relação público-privado e entre esferas de governo. Dentre 
estes, merece destaque o Plano de Pronta Ação (PPA) e o Sistema Nacional 
de Previdência Social (SINPAS). O PPA tinha como objetivo desburocratizar o 
atendimento dos casos de emergência, o que levou à universalização do 
 
 
atendimento das mesmas. Foram estabelecidas formas de relacionamento 
através de contratos, com pagamento de serviços prestados e convênios, com 
repasse de subsídios fixos. O PPA teve importância em virtude do início da 
universalização do atendimento com recursos previdenciários e por remunerar 
instituições estatais. 
A criação do SINPAS tinha como objetivo disciplinar a concessão e 
manutenção de benefícios e prestação de serviços, o custeio de atividades e 
programas, a gestão administrativa, financeira e patrimonial da previdência. 
Foram criados o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social 
(INAMPS) e o Instituto de Arrecadação da Previdência Social – (IAPAS), além 
de integrar os órgãos já existentes. A criação do SINPAS pode ser 
compreendida no processo de crescente tendência à universalização e à 
adoção do modelo de Seguridade Social. 
Neste período foram definidas as bases que permitiram a hegemonia 
na década de 70, do modelo assistencial privativista. De acordo com Mendes, 
este modelo se assenta no seguinte tripé: (a) o Estado como financiador do 
sistema, através da Previdência Social; (b) o setor privado nacional como maior 
prestador de serviços de assistência médica; (c) o setor privado internacional 
como mais significativo produtor de insumos, em especial equipamentos 
médicos e medicamentos. 
Em relação às ações de saúde coletiva, percebeu-se uma coincidência 
entre as propostas internacionais de cuidados primários em saúde, decorrentes 
da Conferência de Alma-Ata, da qual o Brasil é um dos signatários, e a 
necessidade interna de desenvolver e expandir cobertura para contingentes 
populacionais excluídos pelo modelo previdenciário. 
Tendo como referência as experiências em vigor, as recomendações 
internacionais e a necessidade de expandir cobertura, em 1976 iniciou-se o 
Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS). 
Concebido na Secretaria de Planejamento da Presidência da República, o 
PIASS se configurou como o primeiro programa de medicina simplificada do 
nível federal e permitia a entrada de técnicos provenientes do "movimento 
 
 
sanitário" no interior do aparelho de Estado. O programa concentrou suas 
ações nas Secretarias Estaduais de Saúde, que adotaram modelos 
desconcentrados. Em 1979 foi estendido a todo território nacional, o que 
resultou numa grande expansão da rede ambulatorial pública. 
Esta época pode ser definida como o início do movimento contra 
hegemônico que, nos anos 80, viria a se conformar como o projeto da Reforma 
Sanitária Brasileira. Em todo o País surgiram movimentos de trabalhadores de 
saúde. Foram criados o Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (CEBES) e a 
Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO), que 
participaram do processo de sistematização das propostas de mudança do 
modelo de saúde em vigor. Aconteceram também os primeiros encontros de 
secretários municipais de saúde, alimentando um incipiente, mas crescente, 
movimento municipalista em saúde. 
Marco legal e 
político 
Previdência Assistência à saúde Saúde 
coletiva 
- II PND 
- MPAS 
- FAS 
- SINPAS 
- Disciplina 
concessão de 
benefícios, 
prestação de 
serviços e 
administração da 
previdência 
- Remodelação 
e ampliação dos 
hospitais da rede 
privada 
- Criação do 
INAMPS 
- Separação 
das ações de 
saúde pública e 
assistência 
- Cuidad
os 
primários 
em saúde 
(Alma-Ata) 
- PIASS 
- CEBES 
- ABRAS
CO 
 
 
A Década de 80: Eclosão da Crise Estrutural e a Consolidação das 
Propostas Reformadoras 
 
 
O Brasil vivia um quadro político e econômico marcado por dificuldades 
no panorama nacional e internacional, caracterizado por um processo 
inflacionário e por uma crise fiscal sem controle, ao lado do crescimento dos 
movimentos oposicionistas e de divisões internas nas forças que apoiavam o 
regime. A derrota do governo nas eleições de 1982, agregada ao crescimento 
do processo recessivo, quebrou as coesão interna do regime, determinando um 
redesenho de seus pactos. Teve início neste momento os movimentos em 
direção ao processo de redemocratização do País. Os anos 80/83 foram um 
período de eclosão de três crises: (a) a crise ideológica; (b) a crise financeira; 
(c) a crise político-institucional. 
A crise ideológica se caracterizou pela necessidade de reestruturação 
e ampliação dos serviços de saúde. Inspirados pelas experiências 
anteriormente relatadas e pela repercussão interna da Conferência de Alma-
Ata, onde os países participantes reconheceram a atenção primária e a 
participação comunitária como estratégias para a conquista da meta de "Saúde 
para todos no ano 2.000", foi formulado o PREV-SAÚDE. Este projeto 
incorporou os pressupostos de hierarquização, participação comunitária, 
integração de serviços, regionalização e extensão de cobertura. A discussão do 
projeto fez eclodir uma divisão profunda entre a equipe responsável pelo 
mesmo e alguns setores interessados na questão saúde, principalmente a 
Federação Brasileira de Hospitais. Isto fez com que surgissem versões 
diferentes do PREV-SAÚDE, e que o mesmo tenha sido caracterizado como 
"natimorto", não chegando a ser implementado. 
A crise financeira foi decorrente do déficit crescente desde 1980. Em 
contradição com um sistema em franca expansão, a base de financiamento 
continuava sem qualquer alteração. Havia um desacordo entre a crescente 
absorção de faixas cada vez mais extensas da população cobertas pela 
proteção social, e a manutenção de um regime financeiro calcado na relação 
contratual. 
Ao lado da restrição das fontes de financiamento,com ausência do 
Estado no financiamento da previdência, e da expansão de cobertura, o 
modelo de privilegiamento dos produtores privados de serviços de saúde 
 
 
implantado era corruptor, incontrolável e sofisticado, o que o tornava 
extremamente oneroso. Isto levou a propostas de contenção de despesas, 
especialmente da assistência médica. 
 
http://www.brumadoverdade.com.br/antigo/fotos/sus-todos-usam-o-sus.jpg 
A crise político-institucional foi marcada pela criação do Conselho 
Consultivo da Administração de Saúde Previdenciária (CONASP), em 1981, 
com o objetivo de "operar sobre a organização e o aperfeiçoamento da 
assistência médica, sugerir critérios de alocação de recursos previdenciários 
para este fim, recomendar políticas de financiamento e de assistência à saúde, 
analisar e avaliar a operação e o controle da Secretaria de Assistência Médica 
da Previdência Social". 
O CONASP era composto por representantes de diferentes ministérios, 
por representantes da sociedade civil, e de parte dos prestadores de serviços 
de saúde contratados/conveniados. As propostas, de inspiração 
racionalizadora, visando cortar custos, tinham no documento " Reorganização 
da Assistência Médica no Âmbito da Previdência Social", formulado em 1982, 
sua maior expressão. O documento recuperou propostas anteriormente 
colocadas pelo PREV-SAÚDE, no sentido da hierarquização, regionalização, 
descentralização, integração de serviços, dentre outros. Propunha mudanças 
na sistemática de pagamentos, introduziu novos mecanismos de auditoria 
 
 
técnica e tinha a proposta da plena utilização da capacidade instalada dos 
serviços públicos de saúde, incluindo os estaduais e municipais. 
Ao lado das propostas racionalizadoras do CONASP, cresciam os 
movimentos reformadores da saúde, e o movimento oposicionista no País. Em 
1982 foram eleitos vários prefeitos comprometidos com as propostas de 
descentralização, o que levou a bem sucedidas experiências municipais de 
atenção à saúde. 
A proposta do CONASP foi consubstanciada nas Ações Integradas de 
Saúde (AIS), que podem ser divididas em dois momentos: um anterior e outro 
posterior à Nova República. Mais do que um programa dentro do INAMPS e 
das Secretarias de Saúde, as AIS's passaram da estratégia setorial para a 
reforma da política de saúde. Em 1984, eram destinados às AIS's 4% do 
orçamento do INAMPS passando para 12% em 1986. Ao lado do aumento de 
recursos destinados ao setor público, merecem destaque a universalização no 
uso de recursos previdenciários e a incorporação de novos atores na disputa 
pelos mesmos. Em 88 as AIS's abrangiam todos os estados e 2.500 dos pouco 
mais de 4.000 municípios então existentes. 
No governo da Nova República, a proposta das AIS's foi fortalecida e 
este fortalecimento passou pela valorização das instâncias de gestão 
colegiada, com participação de usuários dos serviços de saúde. 
Em 1986, foi realizada em Brasília a VIII Conferência Nacional de 
Saúde (CNS), com ampla participação de trabalhadores, governos, usuários e 
parte dos prestadores de serviços de saúde. Precedida de conferências 
municipais e estaduais, a VIII CNS significou um marco na formulação das 
propostas de mudança no setor de saúde, consolidadas na Reforma Sanitária 
Brasileira. Seu documento final sistematiza o processo de construção de um 
modelo reformador para a saúde, que é definida como: " resultante das 
condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, 
trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e 
acesso a serviços de saúde. É, assim, antes de tudo, o resultado das formas 
de organização social da produção, as quais podem gerar desigualdades nos 
 
 
níveis de vida". Este documento serviu de base para as negociações na 
Assembleia Nacional Constituinte, que se reuniria logo após. 
Paralelo ao processo de elaboração da Constituição Federal, uma 
outra iniciativa de reformulação do sistema foi implementada, o Sistema 
Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS). Idealizado enquanto estratégia 
de transição em direção ao SUS, propunha a transferência dos serviços do 
INAMPS para estados e municípios. O SUDS pode ser percebido como uma 
estadualização de serviços. O seu principal ganho foi a incorporação dos 
governadores de estado no processo de disputa por serviços previdenciários. 
Contudo, a estadualização, em alguns casos, levou à retração de recursos 
estaduais para a saúde e à apropriação de recursos federais para outras 
ações, além de possibilitar a negociação clientelista com os municípios. 
Enquanto resultante dos embates e das diferentes propostas em 
relação ao setor de saúde presentes na Assembleia Nacional Constituinte, a 
Constituição Federal de 1988 aprovou a criação do SUS, reconhecendo a 
saúde como um direito a ser assegurado pelo Estado e pautado pelos 
princípios de universalidade, equidade, integralidade e organizado de maneira 
descentralizada, hierarquizada e com participação da população. 
Marco legal e político Previdência Assistência à saúde Saúde 
coletiva 
- Redemocratiz
ação 
- Nova 
República 
- Constituição 
de 1988 
- Lei Orgânica 
da Saúde 
- PREV-SAÚDE 
- CONASP 
- Seguridade 
Social 
- Crescimento 
da medicina 
supletiva 
- Universalizaçã
o 
- AIS 
- VIII CNS 
- SUDS 
- SUS 
- Criaçã
o do SUS 
- Formali
zação do 
conceito 
amplo de 
saúde 
 
 
 
O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 
PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS E 
ORGANIZATIVOS 
 
http://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/gallery/os-principios-do-sus-1/Os-
Princ%C3%ADpios-do-SUS-2.jpg 
 
A primeira e maior novidade do SUS é seu conceito de saúde. Este 
"conceito ampliado de saúde", resultado de embates teóricos e políticos, como 
foi visto anteriormente, trouxe com ele um diagnóstico das dificuldades que o 
setor saúde enfrentou historicamente, e a certeza de que a reversão deste 
quadro extrapolava limites restritivos da noção vigente. Encarar saúde apenas 
como ausência de doenças, nos legou um quadro repleto não só das próprias 
doenças, como de desigualdades, insatisfação dos usuários, exclusão, baixa 
qualidade e falta de comprometimento profissional. 
Para enfrentar esta situação era necessário transformar a concepção 
de saúde, de serviços de saúde, e até mesmo de sociedade. Uma coisa era se 
deparar com a necessidade de abrir unidades, contratar profissionais, comprar 
medicamentos. Outra tarefa era conceber a atenção à saúde como um projeto 
que iguala saúde com condições de vida. O direito à saúde, nesta visão, se 
 
 
confunde com o direito à vida. Este conceito ampliado, ao definir os elementos 
condicionantes da saúde, incorpora: 
 . Meio físico (condições geográficas, água, alimentação, habitação, 
etc.) 
 . Meio socioeconômico (emprego, renda, educação, alimentação, 
educação, hábitos, etc.) 
. A garantia de acesso aos serviços de saúde responsáveis pela 
promoção, proteção e recuperação da saúde. 
Ou seja, para se ter saúde é preciso possuir um conjunto de fatores, 
como alimentação, moradia, emprego, lazer, educação, etc. A saúde se 
expressa como um retrato das condições de vida. Por outro lado, a ausência de 
saúde não se relaciona apenas com a inexistência ou a baixa qualidade dos 
serviços de saúde, mas com todo este conjunto de determinantes. 
A saúde precisa, desta forma, incorporar novas dimensões e se torna 
responsável por conquistas que, até então, se colocavam externas a ela. O 
sistema de saúde deve se relacionar com todas as forças políticas que 
caminhem na mesma direção, como a defesa do meio ambiente, o movimento 
contra a fome, as manifestações pela cidadania, contra a violência no trânsito, 
pela reforma agrária, etc. O SUS, ao abraçar este conceito, pressupõe ainda a 
democratização interna da gestão dos serviços e dos sistemas de saúde, como 
um elemento a mais no movimento de construção da cidadania. 
Antes de entrar na doutrina

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