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SISTEMA DIGESTÓRIO
Estrutura geral do sistema digestório: processos de mastigação, deglutição, digestão,
absorção e defecação.
O organismo está constantemente gastando energia para manter suas funções, isso
significa um consumo metabólico de substâncias que devem ser recuperadas,
principalmente por meio da captação de nutrientes e água do meio ambiente; assim
como a eliminação de produtos residuais do metabolismo. Tais funções são cumpridas
por órgãos especializados que compõem o sistema gastrintestinal (DOUGLAS, 2006).
O sistema gastrintestinal é formado por órgãos ocos dispostos em série que se
comunicam nas duas extremidades (boca e ânus) com o meio ambiente, constituindo
o denominado trato gastrintestinal (TGI) e pelas glândulas anexas, que lançam suas
secreções na luz do TGI. As glândulas anexas ao TGI são: as glândulas salivares, o
pâncreas exócrino, o fígado e a vesícula biliar. A secreção das glândulas salivares é
lançada na cavidade oral e as secreções pancreática e biliar no intestino delgado
Os órgãos que compõem o TGI são: a cavidade oral, a faringe (subdividida em
nasofaringe, orofaringe e laringofaringe), o esôfago, o estômago, o intestino delgado
(formado pelo duodeno, jejuno e íleo), o intestino grosso (formado por ceco e
cólon, com suas porções ascendente, transversa, descendente e sigmoide, bem
como pelo reto) e o ânus.
Esses órgãos são delimitados entre si por esfíncteres. O esfíncter esofágico
superior (EES) ou cricofaríngeo delimita a faringe do corpo do esôfago, o qual é
delimitado do estômago pelo esfíncter esofágico inferior (EEI).
As secreções lançadas na luz do TGI pelas glândulas anexas, junto às produzidas
pelo estômago e pelos intestinos delgado e grosso, processam quimicamente o
alimento ingerido na cavidade oral.
Esse processamento é facilitado pela motilidade do TGI que propicia a mistura, a
trituração e a progressão do alimento no sentido cefalocaudal. O alimento é
reduzido a moléculas que podem ser reabsorvidas, por meio do intestino delgado,
para o sistema circulatório. O TGI promove a excreção anal dos resíduos alimentares
que não foram processados ou absorvidos.
Para cumprir suas funções de absorção de nutrientes e água, assim como excreção
de produtos residuais, o TGI apresenta cinco processos fisiológicos básicos, altamente
coordenados pelos sistemas neuroendócrinos intrínsecos do sistema gastrintestinal e
do organismo como um todo:
• A motilidade é efetuada pela musculatura do TGI e propicia a mistura dos alimentos
com as secreções, a trituração e a progressão cefalocaudal dos nutrientes, além da
excreção dos produtos não digeridos e não absorvidos.
• As secreções enzimáticas sintetizadas nas glândulas anexas ao TGI assim como as
produzidas pelos estômago e intestino delgado hidrolisam, enzimaticamente, os
nutrientes, gerando ambientes de pH, de tonicidade e de composição eletrolítica
adequados para a digestão dos nutrientes orgânicos.
• A digestão refere-se à hidrólise enzimática dos nutrientes, transformando-os em
moléculas que possam atravessar a parede do TGI e serem absorvidas através da
mucosa do seu revestimento interno.
• A absorção consiste no transporte de nutrientes hidrolisados, água, eletrólitos e
vitaminas, da luz do TGI, por meio do epitélio intestinal, para a circulação linfática e
sistêmica. A absorção ocorre, predominantemente, no intestino delgado, o qual absorve
todos os produtos da hidrólise dos nutrientes orgânicos, as vitaminas e a maior parte
da água e eletrólitos.
• Finalmente, a matéria fecal formada pelos resíduos do metabolismo é eliminada pelo
processo de excreção saindo do corpo pelo ânus (AIRES, 2008).
Outra função do TGI é a imunológica, por meio do denominado Galt ( gut
associated lymphoid tissue ), representado por agregados de tecido linfóide, como as
placas de Peyer e uma população difusa de células imunológicas.
As placas de Peyer são folículos de tecido linfóide encontrados mais frequentemente
nas porções distais do íleo. As células linfóides da mucosa, lâmina própria e submucosa
são linfócitos, mastócitos, macrófagos, eosinófilos, leucócitos etc.
Esse sistema imunológico é importante para o TGI já que ele possui a maior área do
organismo e tem contato direto com agentes infecciosos e tóxicos. O Galt não só
protege contra agentes infecciosos exógenos, como bactérias, vírus e patógenos em
geral, como também o protege imunologicamente de sua flora bacteriana, que
normalmente se localiza no intestino grosso.
O TGI superior é formado pela cavidade oral, a faringe, o esôfago, o estômago e
o duodeno (parte inicial do intestino delgado). De forma geral, quando o alimento
entra na boca ocorre o processo de mastigação, que forma o bolo alimentício, produto
da trituração do alimento e a secreção de saliva com enzimas digestivas que começam
a digestão dos polissacarídeos.
Na boca, o epitélio da camada mucosa é do tipo estratificado pavimentoso não
queratinizado, do mesmo tipo que é encontrado na faringe e no esôfago. O teto da
boca é formado pelos palatos duro e mole. Quando o bolo alimentício está pronto na
cavidade oral, acontece sua passagem do mesmo para a faringe, por meio do processo
de deglutição
A faringe é uma estrutura tubular que se estende da base do crânio até o esôfago,
localizada posteriormente à cavidade nasal e à laringe. Essa estrutura participa do
processo de deglutição que ocorre na cavidade oral (AIRES, 2008; CURI; PROCOPIO,
2009).
Ao final da faringe, temos o esôfago, que atravessa toda a cavidade torácica e
conecta a faringe ao estômago. Sua função é de transporte do bolo alimentício. Logo
abaixo da faringe, os músculos esqueléticos que circundam o esôfago formam o esfíncter
esofágico superior e inferior. A capacidade do esfíncter de manter uma barreira
gastresofágica, impedido o refluxo, (AIRES, 2008;CURI; PROCOPIO, 2009).
O estômago é dividido em três regiões: a cárdia, o corpo (também conhecido
como fundo ou corpus ) e o antro ou piloro. Funcionalmente, é dividido em duas
regiões: as partes proximal e distal do estômago, tendo funções diferentes na resposta à
refeição (KOEPPEN; STANTON, 2009).
Entre as funções do estômago, está a de armazenamento, atuando como um
reservatório temporário para o alimento; ali ocorre a secreção de ácido clorídrico (H+
e Cl-) para matar micro-organismos e converter o pepsinogênio em sua forma ativa
(pepsina), uma enzima que começa a digestão das proteínas; a secreção do fator
intrínseco, que absorve vitamina B12, indispensável para a formação de glóbulos
vermelhos; a secreção de muco e bicarbonato, para proteger a mucosa gástrica da ação
dos ácidos; e a secreção de água para lubrificação e para prover suspensão aquosa aos
nutrientes.
Na região da cárdia, ocorre a secreção de muco e de bicarbonato. Essa região
tem a função de prevenir o refluxo (a partir do fechamento do esfíncter esofágico ) e
permitir a entrada do alimento, assim como regular a saída de gases (eructação).
Na região do fundo ou corpo do estômago, ocorre a secreção de H+, do fator
intrínseco, de muco, de bicarbonato, de pepsinogênios e da enzima lipase gástrica. Essa
região funciona como um reservatório do alimento, e é a responsável por gerar a força
tônica durante o esvaziamento gástrico.
Finalmente, na região do antro ou piloro, ocorre a secreção de muco e de
bicarbonato. Essa região é responsável pela mistura, trituração e peneiramento do
alimento, assim como da regulação do esvaziamento gástrico por meio do esfíncter
pilórico, o qual impede que o bolo alimentício passe diretamente para o intestino
(KOEPPEN; STANTON, 2009).
O intestino delgado compreende a região imediatamente caudal ao esfíncter
pilórico até o esfíncter ileocecal. É formado pelo duodeno, jejuno e íleo, que
representam 5%, 40% e 55%, respectivamente, do comprimento total do intestino
delgado.
O intestino delgado é o local onde a maioria das enzimas digestivas atua sobre
as substâncias provenientes dosalimentos. Aqui, ocorre a maior parte dos processos
digestivos e absortivos. (CURI; PROCOPIO, 2009). O jejuno e o íleo são diferentes,
mas normalmente descritos juntos, porque não existe delimitação nítida entre eles. O
jejuno é mais vascularizado e possui uma parede mais espessa; o íleo é o último
segmento do intestino delgado e possui menor vascularização. Desemboca no
intestino grosso em um orifício chamado óstio ileocecal (ou junção ileocecal) (CURI;
PROCOPIO, 2009).
Com um diâmetro maior que o intestino delgado, o intestino grosso compõe,
aproximadamente, os últimos 100 cm do TGI. Ele tem início após a válvula ileocecal e
abrange o ceco, o apêndice vermiforme, o cólon (ascendente, transverso, descendente e
sigmoide), o reto e o canal anal.
A estrutura do intestino grosso é relativamente homogênea ao longo do seu
comprimento, desempenhando as funções de:
• absorção de água e eletrólitos (removendo até 90% do líquido do conteúdo intestinal
proveniente do íleo);
• produção de muco; e
• formação do bolo fecal (CURI; PROCOPIO, 2009).
Resposta integrada a uma refeição
A resposta a uma refeição é dividida em várias fases. A fase cefálica
compreende os fenômenos fisiológicos de preparação do TGI para a digestão e
absorção dos alimentos. A principal característica dessa fase é a ativação do TGI em
prontidão para a refeição.
Os estímulos envolvidos são cognitivos e incluem a antecipação e o pensamento
sobre o consumo da comida, o estímulo olfatório, o estímulo visual (cheirar e ver uma
comida apetitosa, quando se está com fome) e, inclusive, estímulos auditivos.
Todas essas respostas melhoram a capacidade do TGI de receber e digerir o
alimento consumido. (KOEPPEN; STANTON, 2009).
Quando o alimento é colocado na boca, inicia a fase oral. Na boca, são gerados
alguns estímulos sensoriais adicionais, tanto mecânicos como químicos (sabor);
A boca é importante para que ocorra a quebra mecânica do alimento e o início
da digestão. A mastigação tritura e mistura o alimento com as enzimas amilase salivar e
lipase lingual, além de lubrificar o alimento, misturando-o com o muco, para que seja
deglutido.
Na boca, a absorção de nutrientes é mínima. A presença do alimento na
cavidade oral inicia respostas mais distais no TGI, incluindo a secreção aumentada de
ácido gástrico, a secreção aumentada das enzimas pancreáticas, a contração da
vesícula biliar.
Na boca, existem três pares de glândulas salivares: parótida, submandibular e
sublingual. A glândula parótida produz, principalmente, secreção serosa, a glândula
sublingual secreta, na maior parte, muco, e a glândula submandibular produz
secreção mista.
A deglutição pode ser iniciada voluntariamente, mas a continuação fica quase
totalmente sob o controle reflexo.
O reflexo da deglutição é uma sequência rigidamente coordenada de eventos que
levam o alimento da boca para a faringe e da faringe para o estômago, passando pelo
esôfago. Esse reflexo também inibe a respiração e impede a entrada do alimento na
traqueia durante a deglutição. A fase voluntária da deglutição é iniciada quando a ponta
da língua separa um bolo de massa de alimento da boca e, então, move o bolo para
cima e para trás da boca. O bolo é forçado para a faringe, que estimula receptores de
tato, e estes iniciam o reflexo da deglutição.
Durante a fase esofágica, o esôfago, o EES e o EEI executam duas funções
principais. Primeiro, impulsionam o alimento da boca para o estômago. Segundo, os
esfíncteres protegem as vias aéreas, durante a deglutição, protegendo o esôfago do
refluxo das secreções gástricas ácidas (KOEPPEN; STANTON, 2009).
A fase gástrica começa quando o alimento chega ao estômago. Esse alimento
produz a estimulação mecânica da parede gástrica, pela distensão e pelo estiramento do
músculo liso. Diversos nutrientes, predominantemente oligopeptídeos e aminoácidos,
também provocam estimulação química quando presentes no lúmen gástrico.
A regulação da função do estômago, durante a fase gástrica, é dependente de
fatores endócrinos, parácrinos e neurais. As vias endócrinas incluem a liberação de
gastrina, que estimula a secreção gástrica, e a liberação de somatostatina, que inibe a
secreção gástrica. Importantes vias parácrinas incluem a histamina, que estimula a
secreção gástrica ácida
O fluido produzido pelo estômago é chamado suco gástrico, e é uma mistura
das secreções de todas as células gástricas. Um dos componentes mais importantes
é o íon H+, que forma o HCL. A principal função do ácido é a conversão do
pepsinogênio inativo (a principal enzima do estômago) em pepsinas, que iniciam a
digestão proteica. Quanto menor o pH do suco gástrico, mais rápida é a conversão
de pepsinogênio para pepsina, e as pepsinas também atuam sobre os pepsinogênios
para formar mais pepsinas.
Outra função dos íons H+ é a de impedir a invasão e colonização do intestino por
bactérias e outros patógenos que podem ser ingeridos com o alimento. O estômago
também sintetiza quantidades significativas de bicarbonato e muco, importantes para a
proteção da mucosa gástrica contra o ambiente luminal ácido.
Quando o alimento é engolido, passa pelo esôfago e chega ao estômago,
onde esse suco envolve os alimentos em digestão e, através dos movimentos
peristálsticos, transforma o bolo alimentar em quimo. O estômago continua o
processo de digestão dos carboidratos, iniciado na boca, e inicia a digestão
das proteínas.
A fase do intestino delgado é a parte crítica do TGI para a absorção de nutrientes.
Ali, o alimento é misturado a diversas secreções que permitem sua digestão e
absorção, e as funções de motilidade servem para garantir a mistura adequada e a
exposição do conteúdo intestinal (quimo) à superfície de absorção.
Umas das especializações do intestino delgado é a grande área da superfície da
mucosa. Isso porque o intestino delgado é um tubo longo que fica enrolado à cavidade
abdominal; existem pregas ao longo de toda a mucosa e submucosa, e a mucosa tem
projeções semelhantes a dedos, chamadas vilosidades. Assim, existe uma grande área de
superfície, ao longo da qual ocorrem a digestão e absorção dos nutrientes (KOEPPEN;
STANTON, 2009).
A principal característica da fase do intestino delgado é a liberação controlada
do quimo pelo estômago, para atender as capacidades digestivas e absortivas do
intestino delgado. Além disso, existe a liberação das secreções pancreática e biliar na
parte inicial do intestino delgado (duodeno). (KOEPPEN; STANTON, 2009).
Logo após a refeição, o estômago pode conter mais de um litro de material que
será, lentamente, lançado ao intestino delgado. A intensidade do esvaziamento gástrico
depende do conteúdo de macronutrientes e da quantidade de sólidos na refeição.
Dessa forma, sólidos e líquidos, de composição nutricional similar, são liberados
com intensidades diferentes. Os líquidos são liberados rapidamente, mas os sólidos só
são liberados após certo retardo, o que significa que, após uma refeição com sólidos, há
um período durante o qual pouco ou nenhum esvaziamento ocorre (KOEPPEN;
STANTON, 2009).
Depois que a refeição foi digerida e absorvida, é importante que os resíduos não
digeridos sejam eliminados do lúmen, para preparar o intestino para a próxima refeição.
A última é a fase colônica, que se dá no segmento mais distal do TGI: o intestino
grosso, composto pelo ceco, pelas porções ascendente, transversal e descendente do cólon;
pelo reto e o ânus.
As funções primárias do intestino grosso são a de digerir e absorver os
componentes da refeição, que não podem ser digeridos ou absorvidos mais proximalmente,
reabsorver o fluido remanescente, que foi utilizado durante o movimento da refeição ao
longo do TGI, e armazenar os produtos que sobraram da refeição, até que possam ser
eliminados do corpo.
O estágio final da refeição é a expulsão do corpo os resíduos não digeridos, pelo
processo de defecação
Glândulas anexas: fígado e pâncreas
A maioria dos nutrientes ingeridos peloshumanos está na forma química de
macromoléculas. Entretanto, essas moléculas são muito grandes para serem absorvidas
pelas células epiteliais que revestem o TGI, e têm de ser quebradas em moléculas
menores, por processos de digestão química e enzimática que ocorrem no duodeno por
ação dos líquidos secretados pelas glândulas anexas, o fígado e o pâncreas (KOEPPEN;
STANTON, 2009).
As secreções originadas no pâncreas são quantitativamente as maiores
contribuintes da digestão enzimática da refeição. O pâncreas também produz
importantes produtos secretores adicionais, que são vitais para a função digestiva
normal. Esses produtos incluem substâncias que regulam a função ou a secreção (ou
ambas) de outros produtos pancreáticos, bem como água e bicarbonato.
O bicarbonato está envolvido na neutralização do ácido gástrico, de modo que o
lúmen do intestino delgado tenha pH próximo de 7.0. O pâncreas é o maior
contribuinte para o fornecimento de bicarbonato, necessário para neutralizar a carga de
ácido gástrico.
O pâncreas produz o suco pancreático, muitas das enzimas digestivas,
particularmente as enzimas proteolíticas. As principais enzimas que compõem o suco
pancreático são: a amilase pancreática, que é encarregada da digestão do amido, tendo
como produto final a maltose; a lipase pancreática, envolvida na digestão de lipídios,
que hidrolisa a ligação de ésteres dos ácidos graxos; a fosfolipase A, que quebra
fosfolipídios; a enzima colesterol esterase, que quebra ésteres de colesterol em
colesterol livre; o tripsinogênio, que é a forma inativa da tripsina, envolvida na
digestão de proteínas; e as nucleases, que são encarregadas da digestão de ácidos
nucleicos (DNA e RNA).Além da ação da tripsina na digestão de proteínas.
Outro importante suco digestivo que é misturado à refeição, quando presente
no intestino delgado, é a bile. A bile é produzida no fígado e sua função é auxiliar na
digestão e na absorção de lipídios. A bile produzida no fígado é estocada e
concentrada na vesícula biliar, até sua liberação, em resposta à ingestão de alimento.
Digestão e absorção dos carboidratos
A digestão dos carboidratos inicia-se na boca, por ação da amilase salivar, e
continua no duodeno, por ação da amilase pancreática. Na fase intestinal a digestão
ocorre em duas fases: no lúmen do intestino e, em seguida, na superfície dos
enterócitos, no processo de digestão.
Digestão e absorção das proteínas
As proteínas são polímeros solúveis em água que precisam ser digeridas em
moléculas menores, para que seja possível sua absorção. O corpo, em particular o
fígado, tem a capacidade de converter vários aminoácidos, segundo as necessidades
do corpo. Entretanto, alguns aminoácidos, denominados aminoácidos essenciais, não
podem ser sintetizados pelo corpo e têm de ser obtidos a partir da dieta
(KOEPPEN; STANTON, 2009).
As proteínas podem ser hidrolisadas em longos peptídeos simplesmente pelo pH
ácido que existe no lúmen gástrico. Entretanto, para a absorção de proteínas para o
corpo, são necessárias as três fases da digestão mediadas por enzimas, a primeira etapa
ocorre no lúmen gástrico e é mediada pela pepsina, produzida pelas células principais,
localizadas nas glândulas gástricas. Quando a secreção de gastrina é ativada por sinais
coincidentes com a digestão de uma refeição, a pepsina é liberada,
A fase final da digestão proteica ocorre no intestino por enterócitos maduros
expressam diversas peptidases que geram produtos adequados para a captação por
meio da membrana apical. Alguns peptídeos são resistentes à hidrólise, mas o
intestino pode também absorver pequenos peptídeos, que serão digeridos no
interior dos enterócitos para liberação dos seus aminoácidos (KOEPPEN;
STANTON, 2009).
Digestão e absorção dos lipídios
A forma predominante dos lipídios na dieta humana é o triglicerídeo, encontrado em
óleos e outras gorduras. Lipídios adicionais são fornecidos na forma de fosfolipídios e
colesterol, originados principalmente das membranas celulares. Também chegam ao
intestino, diariamente, lipídios originados no fígado, nas secreções biliares. Finalmente, não
obstante presentes em pequenas quantidades, as vitaminas solúveis em gordura (A, D, E, e
K) são nutrientes essenciais que deveriam ser suplementados na dieta, a fim de evitar
doenças.
Quando a refeição gordurosa é ingerida, os lipídios liquefazem-se na
temperatura corporal e flutuam na superfície do conteúdo gástrico. O estágio
inicial na absorção dos lipídios é a emulsificação. A mistura que ocorre no
estômago faz com que os lipídios formem pequenas esferas em suspensão. A
absorção dos lipídios também é facilitada pela formação de micelas, com ajuda dos
ácidos biliares.
A digestão dos lipídios começa no estômago com a ação da lipase gástrica.
Entretanto, pouca absorção ocorre no estômago, por causa do pH ácido do lúmen,
e a lipólise é incompleta nesse primeiro estágio, portanto, a maior parte da
digestão se dá no intestino delgado.
O suco pancreático contém três enzimas lipolíticas a lipase pancreática que,
diferentemente da gástrica, consegue hidrolisar os lipídios, produzindo grandes
quantidades de ácidos graxos livres e glicerídeos.
Secreção e absorção de água e eletrólitos
A fluidez do conteúdo intestinal, especialmente no intestino delgado, é
fundamental para permitir que a refeição seja propelida ao longo do intestino e para
permitir que os nutrientes digeridos se difundam para seus sítios de absorção.
Parte desse fluido é derivada da ingestão oral (1 a 2 litros/dia), mas fluido
adicional é suprido pelo estômago e pelo próprio intestino delgado, bem como pelos
órgãos que drenam para o TGI (8 litros/dia). Entretanto, em indivíduos saudáveis,
somente dois litros passam para o cólon para reabsorção, e apenas 100 a 200 ml
saem na evacuação.
Além da absorção de eletrólitos junto com água no intestino, ele também
secreta eletrólitos para o lúmen. A secreção garante que o conteúdo intestinal fique
apropriadamente fluido, enquanto a digestão e a absorção estão ocorrendo.

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