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EXAMES 
COMPLEMENTARES
Josiane Maria Thomé
Princípios da construção 
da imagem radiológica
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Descrever os acontecimentos históricos que levaram ao uso das téc-
nicas radiológicas.
  Explicar os principais métodos utilizados na formação da imagem 
radiológica.
  Definir a base física da imagem radiológica e as principais técnicas 
aplicadas.
Introdução
Desde 1895, quando Wilhelm C. Röntgen descobriu, a partir de uma 
experiência caseira, os princípios da radiologia, inúmeros pesquisadores 
se dedicaram ao aprimoramento da técnica e desenvolveram métodos e 
técnicas fundamentais para a construção da imagem radiológica.
Neste capítulo, você vai compreender os acontecimentos históricos 
que levaram ao uso das técnicas radiológicas e explicar os principais 
métodos utilizados na formação da imagem radiológica. Além disso, 
vai ver como definir a base física da imagem radiológica e as principais 
técnicas aplicadas para que se garanta a qualidade das imagens nos 
exames radiológicos.
História da radiologia
O dia 8 de novembro de 1895 marca o nascimento da radiologia e da 
imagenologia médica. Nessa data, o físico alemão Wilhelm C. Röntgen 
(Figura 1) conduzia seus experimentos usando uma caixa de papelão e um 
tubo, que denominou Crookes-Hittorf, até que percebeu que uma folha 
de papel com platinocianato de bário colocada a poucos metros desses 
elementos fosforescia no escuro. Encantando com o resultado, acabou 
fi cando muitas horas envolvido na sua experiência e acabou descobrindo 
que esses raios que acabara de conhecer tinham a capacidade de penetrar 
em corpos opacos à luz.
Após a sua descoberta, logo percebeu que os raios sensibilizavam filmes 
fotográficos, e não demorou muito para testar em muitos materiais, como 
livros, metais, suas espingardas, entre outros. Por seis semanas, Röntgen se 
trancou no seu porão investigando esse fenômeno luminoso chamado de “nova 
luz” e como suas emissões ocorriam a partir da descarga elétrica no tubo de 
Crookes (VAN GELDEREN, 2004).
Figura 1. Wilhelm Conrad Röntgen (1845–1923). 
Fonte: Wilhelm Conrad Röntgen (2006, documento 
on-line).
Quando percebeu que, enquanto segurava os objetos, podia ver a imagem 
dos ossos de sua mão, decidiu investigar o assunto e convenceu D. Bertha, sua 
esposa, a colocar a mão sobre um filme fotográfico, que, revelado, mostrou 
claramente a imagem dos ossos (Figura 2).
A partir desse momento, a humanidade podia observar o interior do corpo, 
em um organismo intacto, por meio daquilo que foi por muitos anos conhecido 
pelo nome de seu descobridor: o roentgenograma (ETTER, 1946).
Princípios da construção da imagem radiológica2
Figura 2. O primeiro uso de radiologia 
com humanos.
Fonte: Tokus (2014, documento on-line).
Ciente que estava diante de uma importante descoberta, a qual denominou 
raio X por não saber exatamente do que estava diante, Röntgen passou dias 
redigindo um artigo que foi submetido ao secretário da Sociedade Físico-
-Médica de Wurzburg, solicitando a sua publicação.
Segundo Eisenberg (1992), neste artigo, o autor descrevia minuciosamente as 
suas experiências de observações e relatava as premissas que você confere a seguir.
  Os raios X atravessam corpos opacos, mas Röntgen testou uma série de 
objetos e percebeu que alguns sólidos, como a pele e os músculos, eram 
mais facilmente penetrados por esses raios em comparação com ossos e 
metais. Dessa forma, postulou-se que a radiopacidade é proporcional à 
densidade do corpo. No caso de dois objetos com a mesma densidade, 
aquele de maior espessura terá maior radiopacidade.
  Os raios X são invisíveis, pelo menos ao olho humano, originando-
-se a partir do ponto de impacto dos raios (no caso do experimento 
de Röntgen, a partir do tubo de Crookes), provocando um estímulo 
fluorescente em alguns materiais.
  A física dos raios X determina que eles não são refratários, não podem ser 
refletidos nem focalizados por lentes. Também não são defletidos em campo 
magnético ou polarizados. Por fim, sua propagação ocorre em linha reta.
3Princípios da construção da imagem radiológica
Em reconhecimento à sua grande descoberta, Röntgen foi laureado com 
o 1º Prêmio Nobel da Física em 1901. Posteriormente, pela sua importância 
histórica, seu nome foi dado como o elemento número 111. O físico, sabendo 
da importância de seu estudo, rejeitou registrar qualquer tipo de patente, 
justamente com o objetivo de que sua descoberta ficasse ao alcance de todos.
Com os estudos de Röntgen e, posteriormente, de seus colegas, em diversos 
países, a descoberta era iminente e já tinha como planejamento o uso de écran 
nas próximas etapas das investigações. Ao perceber a capacidade que diversos 
materiais tinham de parar os raios X e ao colocar uma peça de chumbo durante 
a descarga, viu pela primeira vez uma imagem radiográfica.
Logo após a descoberta, todos queriam ver o seu próprio esqueleto através 
dos raios X e a imprensa noticiou o fato, com destaque, em 1896, quando os 
médicos já começaram a utilizar esse avanço, que permitia observar os ossos 
quebrados e os órgãos doentes dentro do corpo humano através das imagens. 
O que ainda não sabiam é que logo a técnica também seria usada para os 
tratamentos do câncer, o que causou na sociedade uma reação de deslumbre. 
Além disso, segundo Linton e Mettler (2003), no ano de 1896, foram publi-
cados mais de 1.000 artigos e 49 livros sobre os raios X, o que demonstrou 
que essa divulgação teve grande impacto na comunidade científica.
 Logo após, o americano Thomas Alva Edison rapidamente inventou um 
instrumento que, usando telas fluorescentes, auxiliaria na visualização das 
radiografias, e com a facilidade de não necessitar de revelação filmes. 
Porém, os verdadeiros riscos da radiação continuaram sendo ignora-
dos em sua utilização, e rapidamente as lesões provocadas começaram a 
surgir. As primeiras vítimas foram os operadores dessas máquinas, que 
sofriam repetidas exposições, de modo que vários acabaram perdendo 
suas próprias mãos. 
Marcos históricos da radiologia
Segundo Becquerel (1896), em 1895, a polonesa Marya Sklodowska adotou o 
nome francês de Marie Curie em função do seu casamento com Pierre Curie, e 
foi nesse momento que o mundo científi co teve a honra de conhecer o famoso 
casal Curie, notáveis pesquisadores na história. 
Marie interessou-se por trabalhos do físico Antoine H. Becquerel e, em 
busca de um tema para sua tese de doutorado, o casal iniciou uma pesquisa 
pela origem das radiações que fora anteriormente observada por Becquerel 
com o minério de urânio. 
Princípios da construção da imagem radiológica4
Para melhor observar esse minério, instalaram-se em lugar úmido dentro 
da Escola de Física e Química de Paris e, com alguns instrumentos de detec-
ção, incluindo um que fora construído pelo irmão de Pierre, Jacques. Com 
a utilização do seu novo piezoeletrômetro, o casal pôde medir efetivamente 
as radiações, assim, afirmando que eram uma propriedade intrínseca do 
elemento urânio.
Descobriram, ainda, que a intensidade era proporcional à quantidade de 
urânio, não dependendo de uma combinação química na fase de agregação e 
nem de condições exteriores.
Outra descoberta do casal foi que o urânio não era o único elemento que 
apresentava essa propriedade, pois os sais de tório também eram emissores 
de radiação e, como resultado desse trabalho, nasceu o estudo do famoso 
fenômeno da radioatividade. Becquerel, Pierre e Marie Curie foram laureados 
com o prêmio Nobel de Física em 1903, sendo Marie Curie a primeira mulher 
a ganhar esse importante reconhecimento científico.
Marie Curie foi também a cientista responsável pela descoberta de outros 
dois novos elementos químicos: polônio, que foi nomeado assim por uma 
homenagem ao país natal de Marie, e rádio. As pesquisas realizadas pelo 
casal Curie foram de extrema importância para a humanidade, pois eles foram 
percursoresno tema e deixaram um legado para a pesquisa científica e médica. 
Além do resultado direto das suas pesquisas, eles foram inspiração para muitos 
cientistas que estudaram posteriormente esse assunto.
Com a morte de Pierre em 1906, Marie Curie não parou seus estudos sobre 
radioatividade, mas seguiu principalmente na linha de estudo de técnicas de 
uso da radiologia para aplicações terapêuticas. Em virtude disso, em 1911, 
Marie Curie foi laureada com o Prêmio Nobel de Química, tornando-se a 
primeira pessoa a ganhar o Prêmio Nobel duas vezes. Seguindo os passos de 
Röntgen, não patenteou qualquer descoberta sua, permitindo que a investigação 
das propriedades do elemento rádio pudesse continuar a ser desenvolvida por 
toda a comunidade científica.
Marie Curie (1867–1934) é considerada uma das maiores cientistas da história. À frente 
do seu tempo, foi não somente a primeira mulher a vencer um Prêmio Nobel, como 
também foi a primeira pessoa a recebê-lo duas vezes, e em duas categorias diferentes. 
5Princípios da construção da imagem radiológica
O legado de Marie Curie não é restrito apenas à radiologia. A cientista foi 
fundadora do Instituto do Rádio, na Universidade de Paris, onde estudaram 
cientistas renomados em todo o mundo. Em 1922, Marie Curie era também 
membro da Academia Francesa de Medicina. Faleceu aos 66 anos, em 4 de 
julho de 1934, em virtude de uma aplasia medular causada pela sua exposição 
aos elementos radioativos (EISENBERG, 1992). 
A pesquisa de Marie Curie também inspirou sua filha, Irène Joliot-Curie, 
que desenvolveu pesquisas no ramo da física nuclear com seu marido, Frédé-
ric Joliot. O casal se dedicou a estudar a estrutura do nêutron e descobriu a 
radioatividade artificial. Ambos compartilharam o Prêmio Nobel de Química 
em 1935, um ano após a morte de Marie Curie.
Após os fatos relacionados às descobertas de Marie Curie, houve outros 
marcos importantes para a história da radiologia, como você pode conferir 
com ajuda da linha do tempo a seguir.
  1900: Wallace Jonhson e Walter Merril publicam um artigo descrevendo 
resultados positivos na aplicação de raios X em câncer de pele.
  1920: iniciam-se efetivamente os estudos da aplicação de raios X na 
inspeção de materiais, dando origem à radiologia industrial.
  1934: Irene e Fréderic Joliot Curie descobrem uma maneira de gerar 
radioatividade em elementos artificiais com a obtenção de isótopos 
radioativos.
  1940: surge a ideia de usar a tensão alternada para acelerar partículas 
carregadas, originando, mais tarde, o acelerador de partículas.
  1950: é construído um primeiro acelerador linear com a finalidade de 
realizar tratamento de cânceres mais profundos, pelo Stanford Micro-
wave Laboratory, instalado no Stanford Hospital, localizado em São 
Francisco, nos Estados Unidos, EUA.
  1972: Sir Godfrey Newbold Hounsfield inventa a tomografia 
computadorizada.
Conforme relata Alan Bleich (1960) em seu livro The story of X-rays from 
Roentgen to Isotopes, a radiografia passou a ser objeto de curiosidade e até de 
preocupação, pois invadia a privacidade do corpo humano, oferecendo uma 
representação fotográfica inestética.
Princípios da construção da imagem radiológica6
Conceitos fundamentais da formação 
da imagem radiológica
A imagem radiográfi ca é o registro da absorção diferencial, mas, para que 
seja útil, é necessário que seja visível, para o que é necessário um conjunto de 
écran-fi lme, intensifi cador de imagem ou um detector conectado a um sistema 
digital. Para realizar um exame radiológico, é necessário que haja interação dos 
raios X com a matéria, de modo que, com isso, ocorra o registro da imagem 
da anatomia (Figura 3). O conjunto de écran-fi lme deverá estar posicionado 
atrás do paciente sob a mesa de exames ou em bucky vertical.
Figura 3. Radiografia realizada em leito no Hospital Parnamirim.
Fonte: Castro (2019, documento on-line).
Imagem latente
A imagem latente é invisível, pois apenas alguns íons de prata são alterados 
para a prata metálica e depositados no centro de sensibilidade. Processando o 
fi lme, essa ação é aumentada até que todos os íons de prata no cristal exposto 
sejam convertidos em prata atômica, transformando, assim, a imagem latente 
em imagem radiográfi ca visível. 
7Princípios da construção da imagem radiológica
Principais fatores de influência na imagem
A seguir, conheça os principais fatores que infl uenciam na formação de imagem.
Densidade óptica
A densidade radiográfi ca óptica é o grau de enegrecimento da radiografi a, mas 
essa não é a sua única explicação, pois a densidade tem um valor numérico 
preciso que pode ser calculado caso o nível de luz incidente no fi lme processado 
e o nível da luz transmitida através do fi lme sejam conhecidos.
A densidade óptica é uma função logarítmica que permite uma ampla 
série de valores, que variam de 0 a 4 nos filmes e correspondem a claro e 
escuro. O principal fator de controle da densidade é o mAs (lê-se miliamperes-
-segundo). Trata-se da medida de radiação (miliamperagem) produzida em um 
determinado intervalo de tempo (segundos) por meio de um tubo de raio X. 
Uma duplicação do aumento do mAs pode, por exemplo, pode corrigir uma 
radiografia subexposta por ela estar muito clara (Figura 4) — isso porque a 
densidade é o único fator passível de alteração, enquanto os outros permanecem 
constantes (HALMSHAW, 1995). 
Figura 4. Imagem radiográfica de uma mão subexposto e com o 
mAs dobrado.
Fonte: Adaptada de Tecnologia radiológica ([201-?]).
Princípios da construção da imagem radiológica8
Contraste
Podemos entender a escala de contraste como uma quantidade de diferentes 
densidades ópticas presentes em um fi lme e é representada por uma escala de tons 
de cinzas presentes em uma radiografi a. A observação de algumas características 
gerais de uma imagem radiográfi ca ajudam e defi nem variações comuns na escala 
de contraste. Na imagem radiográfi ca, os tons de cinza não estão organizados e 
estão arranjados de modo a formar a representação do objeto radiografado.
Diversos fatores influenciam na escala de contraste, principalmente a energia 
do feixe de raio X, ou seja, a atenção radiográfica. A energia do feixe determina 
o poder de penetração da radiação: quanto maior a energia do feixe, mais fótons 
irão atravessar o meio sem interagir e atingirão o receptor de imagem.
O fator de controle do contraste é o kV, que determina principalmente 
a penetrabilidade, também chamada de qualidade do feixe de raio X, pois 
controla a quantidade de fótons presentes no feixe. Quanto maior o kV, maior 
é a energia e, por consequência, maior a penetração na massa dos tecidos.
O ajuste de tensão está disponível no painel do aparelho de raio X a partir 
de um valor mínimo até um valor máximo para o aparelho. Quando se usa 
maior quantidade de kV e menor quantidade de mAs, haverá uma redução na 
exposição do paciente.
Detalhe
O detalhe por defi nição é equivalente à nitidez das estruturas imagens para 
dar mais clareza às linhas fi nas e bordas dos tecidos e estruturas visíveis pelas 
imagens radiográfi cas. Um dos principais fatores de controle que infl uen-
ciam na nitidez é o movimento, relacionado ao posicionamento. Também é 
importante avaliar o tamanho do ponto focal, DFoFi (distância foco-fi lme) e 
DOF (distância objeto-fi lme). Quanto menor o ponto focal, maior é a nitidez 
e maiores são os detalhes; por consequência, menor é o borramento geomé-
trico. A perda de nitidez nos detalhes geralmente é causada pelo movimento, 
que pode ser controlado pelo uso de acessórios de imobilização no paciente, 
controle respiratório e tempos de exposição.
Distorção
A distorção pode interferir no diagnóstico, e existem três principais condições 
que contribuem para que não ocorra: espessura do objeto, posição do objeto e 
forma do objeto. Os objetos (estrutura) mais grossos são mais distorcidos que 
9Princípios da construção da imagem radiológica
os mais fi nos e, caso os planos do objeto e daimagem não sejam paralelos, 
também ocorre a distorção. Como uma imagem não tem padrão e a distorção 
nunca é totalmente ajustada, essa distorção deve ser mitigado, uma vez que 
pode apenas ser minimizada e controlada.
Divergência do feixe de raio X
O feixe do raio X é um importante conceito nos estudos de posicionamento 
radiográfi co, pois, se houver uma divergência, pode acarretar a cobertura do 
fi lme radiográfi co ou do receptor de imagem. Colimadores ajustáveis, que 
absorvem os raios X laterais, são utilizados para limitar o tamanho do feixe 
do próprio raio X. Dessa forma, é possível controlar o tamanho do campo. 
Veja, na Figura 5, um comparativo de tamanhos distintos de feixe de raios X.
Figura 5. Tamanhos distintos de feixe de raios X.
Fonte: Adaptada de Tecnologia radiológica ([201-?]).
Existem diversas maneiras de se minimizar a incidente de distorção ra-
diográfica e, para isso, podemos levar em consideração os fatores de controle 
que você confere a seguir.
Princípios da construção da imagem radiológica10
  Ajuste do DFoFi (distância foco-filme): o aumento da DFoFi diminui 
a distorção, pois aumenta a definição.
  Ajuste do DOF (distância objeto-filme): a diminuição da DOF diminui 
a distorção e, por consequência, aumenta a definição.
  Alinhamento do objeto: a distorção diminui significativamente quando 
o objeto está devidamente alinhado. 
  Posicionamento do raio central: quando o raio central está devidamente 
posicionado, também reduz a distorção e a divergência, sendo, portanto, 
mais bem utilizado.
A qualidade da imagem radiográfica é fator determinante na hora da sua uti-
lização para servir de insumo de um diagnóstico. Por esse motivo, pode interferir 
no julgamento dos diversos profissionais que a utiliza — uma imagem radiológica 
com baixa qualidade exige que o médico solicite que o exame seja refeito. 
Você sabe por que a qualidade da imagem do exame é extremamente importante? 
Por exemplo, uma imagem sem nitidez pode ser um dos principais problemas na 
qualidade da imagem, pois pode esconder lesões, microfraturas e outros sintomas 
importantes para o diagnóstico do médico. Para evitar isso, veja os aspectos que 
influenciam a nitidez das imagens.
  Ponto focal: o menor ponto focal possível produz imagens com melhor nitidez e 
mais detalhes.
  DFoFi: quanto maior for a distância entre o tubo e o receptor, melhor será a nitidez.
  DOF: reduzir a distância entre o objeto do filme auxilia a ter uma maior nitidez da imagem.
  Movimentos: reduzir o tempo de exposição do paciente e instruir e cuidar seus 
movimentos.
A base física da imagem radiológica: 
as principais técnicas aplicadas
Os fenômenos, tanto os físicos quantos os químicos, envolvidos na formação 
das imagens radiológicas dependem do tipo do detector utilizado, pois os 
sinais que formam uma imagem estão relacionados à sua variação espacial e 
à energia absorvida pelo detector. O conceito básico que melhor descreve uma 
imagem passa pelos seguintes itens: contraste, resolução e ruído.
11Princípios da construção da imagem radiológica
Contraste
De acordo com Hasegawa (1991), pode-se defi nir contraste como a diferença 
fracional em alguma grandeza mensurável entre duas regiões de uma imagem. 
Em radiologia, o contraste pode ser dividido em radiográfi co e do detector. 
O radiográfico, que tem relação com região anatômica a ser irradiada, depende 
das características físicas e das diferenças de atenuação dos fótons de raios X entre 
cada parte. Selecionando uma tensão (kVp) no equipamento de raios X e a filtração 
total do feixe que passa pelo paciente, ocorre uma determinada atenuação, que se 
caracteriza pelo coeficiente de atenuação daquela parte irradiada, que fornece a 
quantidade de fótons que são absorvidos pelo material e que influenciarão a imagem 
a ser formada. Os valores dos coeficientes de atenuação em geral diminuem com 
o aumento da energia do fóton incidente (CONTRASTE, [(200-?]).
O contraste do detector se refere à habilidade do receptor de imagem em 
converter o sinal que incide sobre ele em imagem e depende de suas proprie-
dades químicas, físicas, de espessura, entre outras (CONTRASTE, [(200-?]). 
As características que influenciam estão relacionadas a composição química 
do material do detector, espessura, número atômico, densidade eletrônica, 
processos físicos pelos quais o detector converte o sinal de radiação em um 
sinal eletrônico, óptico ou fotográfico.
As influências que cada um desses contrastes sofre varia de acordo com as 
propriedades das partes anatômicas ou dos detectores. A Figura 6 ilustra como 
a variação de contraste pode influenciar a visualização da imagem. A imagem 
A possui contraste alto, a B possui um contraste médio e a C contraste baixo. 
A opção intermediária possui melhor visualização por seu nível de contraste.
Figura 6. Comparação de uso de contraste em imagens para visualização.
Princípios da construção da imagem radiológica12
Meios de contraste
São elementos químicos introduzidos nas regiões estudadas com o intuito de 
aumentar o contraste e, sendo assim, aumentando a atenuação, auxiliando a 
delinear as bordas entre tecidos com radiodensidade similar e, consequente-
mente, melhorando a visibilidade das imagens (AAAEIC; SAR, 2001).
O uso dessas substâncias como meio de contraste introduzidas no corpo hu-
mano, administrada via oral ou intravenosa, pode causar reações adversas, uma 
vez que nem sempre elas são inofensivas e podem alterar a circulação sanguínea, 
causando reações inesperadas (SCHILD, 1995). Assim, diversas precauções devem 
ser tomadas tanto com os pacientes quanto no preparo e no armazenamento dos 
meios de contraste (COLÉGIO BRASILEIRO DE RADIOLOGIA, 2000).
O bário, por exemplo, pode ser utilizado nos exames de diagnósticos gas-
trointestinais, pois permite observar rupturas como úlceras e outras doenças 
presentes. A maioria dos meios de contraste tem como base o iodo, que serve para 
opacificar os vasos e mostrar a atividade circulatória vascular. Outro elemento 
também utilizado é o ar, cuja principal vantagem é possuir uma baixa densidade.
Fatores que influenciam no contraste radiográfico
O contraste radiográfi co pode ser afetado consideravelmente por alterações 
no contraste do receptor de imagem ou no contraste do objeto.
  Contraste de receptor de imagem: é inerente à combinação écran-filme 
e influenciado pelo processamento do filme.
  Contraste do objeto: é determinado pelo tamanho, pela forma e por 
características de atenuação dos raios X na anatomia que está sendo 
examinada e pela energia do feixe de raios X (BUSHONG, 2010).
Resolução espacial
É a habilidade de detectar pequenas estruturas de alto contraste na radiografi a, 
ou seja, permite que seja possível distinguir duas estruturas adjacentes para 
que possam ser visualizadas separadamente em uma mesma imagem. Como 
fator que afeta a resolução, podemos citar o borramento de movimento, que 
diminui muito a qualidade da imagem — o movimento do paciente é usual-
mente a principal causa do borramento.
Para quantificar a resolução, utiliza-se um padrão de barras, em que as 
estruturas opacas e transparentes se alternam de forma que a imagem se 
13Princípios da construção da imagem radiológica
apresenta em formatos de pares de linhas. A unidade de medida, nesse caso, 
é chamada de pares de linha por milímetro (pl/mm). 
O borramento é um dos principais fatores, pois prejudica a identificação 
dos pares de linha, perdendo qualidade na imagem; por isso, a medição é feita 
considerando-se alto contraste, pois, com baixo contraste, a identificação de 
estruturas pode complicar-se.
Segundo Williams et al. (2006), uma medição mais sofisticada da resolu-
ção espacial é a função de transferência de modulação, FTM (ou Modulation 
transfer function — MTF), que descreve a capacidade do detector de transferir 
a modulação do sinal de entrada em uma frequência espacial no sinal de saída. 
Assim, os objetos de diferentes tamanhos e 15 opacidadessão mostrados na 
imagem com diferentes valores de tons de cinza (WILLIAMS et al., 2006).
Ruído
O ruído de uma imagem pode ser defi nido como a quantidade de informação 
indesejável que ela possui, ou seja, impede a realização de diagnóstico. Esse 
ruído é uma variação indesejável do sinal incidente ao receptor de imagem. 
O ruído radiográfico é a flutuação randômica da densidade óptica da imagem. 
Baixo ruído resulta em melhor imagem radiográfica, pois melhora a resolução 
do contraste. Existem quatro componentes que influenciam no ruído: granulação 
do filme, variação estrutural, mancha quântica e radiação espalhada.
A granulação do filme refere-se à distribuição espacial e de tamanho 
dos grãos de haleto e de prata na emulsão. A variação estrutural é similar 
à granulação, mas se refere ao fósforo da tela intensificadora radiográfica. 
A granulação do filme e a variação estrutural são inerentes ao receptor de 
imagem. A mancha quântica refere-se à natureza randômica pela qual os raios 
X interagem com o receptor de imagem — caso uma imagem seja produzida 
com uso de poucos raios X, a mancha quântica será maior do que uma imagem 
formada por grande número de raio X. O uso de telas intensificadoras muito 
rápidas resulta em acrescimento de mancha quântica (HENDEE, 2002).
Receptor de imagem
O receptor de imagem recebe os raios X, transmitidos através do paciente e pela 
grade e utilizados para a formação da imagem das estruturas radiografadas. 
Os receptores são distribuídos em convencional e digital.
O sistema receptor de imagem convencional é composto por chassi radio-
gráfico, tela intensificadora e filme radiográfico. Esse tipo de receptor tem 
Princípios da construção da imagem radiológica14
a resolução espacial baseada pelo tamanho do ponto focal e é necessária a 
emissão da quantidade exata de radiação.
Já os receptores de imagens digitais são formados por sistemas tecnoló-
gicos com uso de computadores. Nesse caso, as imagens são formadas pelo 
princípio tecnológico numérico, ou seja, a quantidade de radiação necessária 
para produzir uma imagem radiográfica é adequada para um diagnóstico mais 
preciso, sendo uma evolução em relação à radiografia convencional.
Cada pixel tem valor correspondente à intensidade de fótons que atingem 
a área irradiada, e os valores numéricos correspondem aos tons de cinza e à 
posição em que o pixel é demonstrado no monitor do computador. Nesse caso, 
o sistema binário é usado para realizar esse processo, e os bits nada mais são do 
que os códigos binários que formam a imagem em formato totalmente digital. 
A cada 8 bits agrupados, forma-se uma unidade maior denominada byte, que 
pode ser apresentada em 256 possíveis combinações — nessa lógica, os tons 
de preto e branco podem variar em 256 tons diferentes (HENDEE, 2002).
AAAEIC; SAR. Reacciones adversas a medios de contraste radiológicos: criterios y 
conductas. AAIC, v. 32, n. 3, ago./oct. 2001. Disponível em: https://www.aamr.org.ar/
recursos_educativos/consensos/contraste.pdf. Acesso em: 15 out. 2019.
BECQUEREL, H. Sur les radiations émises par phosphorescence. Comptes Rendus, v. 
122, p. 420-421, 1896.
BLEICH, A. R. The story of X-rays, from Rontgen to isotopes. New York: Dover Publications, 
1960.
BUSHONG, S. C. Ciência radiológica para tecnólogos: física, biologia e proteção. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2010.
CASTRO, S. T. Maternidade recebe novo equipamento de raio-X e passa por ampliação. Par-
namirim: [S. n.], 2019. Disponível em: https://parnamirim.rn.gov.br/newsItem.jsp?p=9862. 
Acesso em: 15 out. 2019.
COLÉGIO BRASILEIRO DE RADIOLOGIA. Assistência à vida em radiologia. São Paulo: 
CBR, 2000.
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