RECURSO DE REVISTA

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ALUNOS:
DANIEL JOSÉ FERREIRA
DANIEL VICTOR CAETANO 
JOÃO VICTOR COSTA BRANQUINHO
SAMUEL ROCHA ALVES
PEDRO MARCOS RIBEIRO AGUIAR
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3ª REGIÃO
Processo nº 00XXXXX-XX.2022.5.03.0096
MANOEL DIAS DA SILVA, reclamante ora recorrente, por seus advogados que esta subscrevem, nos autos do recurso ordinário em epígrafe que move em face da CASA DA CONSTRUÇÃO LTDA, recorrida, com fulcro no artigo 896, a da CLT, vem, respeitosamente, à Vossa Excelência, tempestivamente e regularmente, interpor
RECURSO DE REVISTA
Contra a v. acórdão de fls. x, conforme as razões a seguir anexas. Nesses termos, requer-se o recebimento e o processamento do presente recurso, para seguinte remessa dos autos para apreciação e julgamento pelo Egrégio Tribunal Superior do Trabalho. Ademais, a matéria no bojo das razões recursais está satisfatoriamente pré questionada, em consonância com o disposto na Súmula nº 297 do TST. Além de que, o presente oferece a necessária transcendência prevista no art. 896-A da CLT. Deixa-se de realizar o recolhimento de custas, tendo em vista que o Reclamante goza dos benefícios da justiça gratuita que lhe fora concedida em primeiro grau.
Nestes termos,
Pede-se deferimento.
Unaí-MG, 20 de novembro de 2022
Advogados estudantes do 10º período
OAB/XX
EGRÉGIO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
Colenda Turma
Nobres Julgadores
Ínclito Relator
Processo nº: 00XXXXX-XX.2022.5.03.0096
Recorrente: MANOEL DIAS DA SILVA
Recorrido: CASA DA CONSTRUÇÃO LTDA
Tribunal a quo: Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região
Origem: Vara do Trabalho de Unaí-MG
RAZÕES DO RECURSO DE REVISTA
I- DO ACÓRDÃO RECORRIDO
Conforme relatado na sentença vergastada, o demandante MANOEL DIAS DA SILVA ajuizou Reclamação Trabalhista em face de sua ex empregadora CASA DA CONSTRUÇÃO LTDA, pleiteando a concessão do benefício da justiça gratuita, o pagamento das férias gozadas durante o mês de abril de 2021 dobradas, o pagamento de participação nos lucros do ano de 2020, pleiteou também a condenação da empresa ao pagamento da indenização pela não fornecimento das guias do Seguro-desemprego, assim como a condenação da Ré ao pagamento de honorários advocatícios e custas processuais.
O magistrado da xx Vara do Trabalho de xx, optou pela improcedência total da Reclamação Trabalhista, concedendo ao recorrente somente o benefício da justiça gratuita.
Após a decisão, o recorrente interpôs Recurso Ordinário contra a sentença, recurso este que foi conhecido e negado provimento pelo TRT. Razão pela qual o recorrente interpõe o presente recurso, visando a garantia de seus direitos a seguir expostos.
II – DOS PRESSUPOSTOS DO RECURSO
A) Tempestividade
O presente recurso encontra-se tempestivo, haja vista que está sendo interposto dentro do prazo de 8 (oito) dias estipulado pelos artigos 896 e 775 da CLT.
B) Legitimidade
O recorrente é parte legítima para interpor o presente recurso, conforme dispõe o art. 896 da CLT.
C) Adequação
O recurso de revista é cabível contra acórdãos proferidos em grau de recurso ordinário, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, nos dissídios individuais, pressuposto apresentado pelo caso em tela, conforme dispõe o art. 896 da CLT:
“Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: [...] a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Lei nº 13.015, de 2014)”
III - DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE
A) Prequestionamento
A matéria constante do presente recurso foi amplamente abordada em sede ordinária, nos recursos ordinários interpostos, inexistindo óbice, consequentemente, para o regular processamento e provimento do mesmo.
A matéria abordada no presente está prequestionada, haja vista que a Súmula nº 297 do TST, dispõe que:
“Súmula Nº 297 - Prequestionamento. Oportunidade. Configuração.
1. Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito.
2. Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada no recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão.
3. Considera-se prequestionada a questão jurídica invocada no recurso principal sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos embargos de declaração. ”
Nesta senda, a matéria do presente recurso já foi questionada em sede de Recurso Ordinário, estando cumprido então o pressuposto de admissibilidade do presente.
b) Da transcendência jurídica
O presente recurso preenche o pressuposto da transcendência, segundo o que dispõe o art. 896-A, § 1º, inciso II, da CLT, tratando-se de transcendência política, haja vista a divergência com o disposto em entendimento sumulado pelo TST.
O presente recurso é transcendente. Isso porque se mostra de extrema importância o conhecimento e processamento deste recurso a fim de que, efetivamente, haja a devida interpretação e o cumprimento das normas legais a conduzirem à segurança jurídica.
IV DO DIREITO
1. DAS FÉRIAS
No tangente ao pagamento das férias, o art. 145 da CLT prevê que o pagamento deverá ser efetuado em até 2 (dois) dias antecedentes ao início destas, requisito que não foi cumprido, conforme mencionado pelo magistrado em sede do Recurso Ordinário, in verbis: “as férias, apesar de pagas com atraso, foram devidamente gozadas e quitadas, não havendo que se falar no pagamento em dobro das mesmas, sob pena de enriquecimento ilícito”.
No mais, o Tribunal Superior do Trabalho, já fixou o entendimento por intermédio da Súmula nº 450 de que é devido o pagamento dobrado da remuneração de férias, incluído o terço constitucional, ainda que gozadas na época própria, o empregador tenha descumprido o prazo previsto no art. 145 da CLT. Nesse sentido, é indiscutível que o recorrente faz jus ao direito.
2. DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO
A justificativa de incompetência alegada pelo juiz ao afirmar que “a Justiça do Trabalho seria incompetente para tratar do mérito, cabendo a Justiça Federal à competência, face o benefício ser fornecido pela Administração e não o empregador”, está em discrepância com o previsto na Súmula nº 389 do TST, que fixa a competência da Justiça do Trabalho nas lides entre empregado e empregador que tem por objeto esse tipo de indenização, além de que pela própria Súmula, o recorrente faz jus a esse direito.
V- Dos Pedidos
Ante todo o exposto, pugna a esta Colenda Corte:
a) Que declare o prequestionamento da matéria constante do presente Recurso de Revista, diante de sua ampla difusão em sede Ordinária, mormente perante o Tribunal a quo;
b) Que reconheça a existência da transcendência desta Revista, ante a inequívoca relevância jurídica e social constante da matéria aventada;
c) Que intime o recorrido para, querendo, apresentar contrarrazões ao presente recurso.
d) Confira total provimento ao presente Recurso de Revista, com o desiderato de reformar o Acórdão exarado pelo Tribunal a quo, nos termos ora defendidos, reconhecendo a violação aos entabulados dispositivos de lei federal e ordem constitucional perpetrada no venerando acórdão, tudo como corolário da mais pura e lídima JUSTIÇA!
Termos em que,
Pede deferimento.
Unaí-MG, 20 de novembro de 2022
Advogados estudantes do 10º período
OAB/XX