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Faculdade de Minas 1 LINGUAGEM DA ARTE NA EDUCAÇÃO MÚSICA, TEATRO, DANÇA Faculdade de Minas 2 Sumário 1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 4 2. A ARTE NA EDUCAÇÃO ....................................................................... 5 3. A ARTE COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA .................................... 8 4. LINGUAGENS DA ARTE NA EDUCAÇÃO .......................................... 10 5. CRIAR E DEIXAR CRIAR ..................................................................... 13 6. A LINGUAGEM DA MÚSICA ................................................................ 16 6.1. ORIGEM DAS NOTAS MUSICAIS ............................................... 19 6.2. MÚSICA COMO CIÊNCIA ............................................................ 20 6.3. A MÚSICA, O LÚDICO E A APRENDIZAGEM ESCOLAR .......... 21 6.4. UM APRENDIZADO MUSICAL CONTEXTUALIZADO. UMA TENDÊNCIA ARTEEDUCATIVA ........................................................ 23 7. A LINGUAGEM DO TEATRO ............................................................... 24 7.1 ELEMENTOS DA LINGUAGEM TEATRAL ................................... 27 7.2 O TEXTO TEATRAL ..................................................................... 30 8. A LINGUAGEM DA DANÇA ................................................................. 31 8. CONCLUSÃO ....................................................................................... 38 9.REFERÊNCIAS .......................................................................................... 39 Faculdade de Minas 3 FACUMINAS A história do Instituto Facuminas, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a Facuminas, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A Facuminas tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. Faculdade de Minas 4 1. INTRODUÇÃO A arte faz parte da vida do homem e está presente em todos os momentos. A sua representação se organiza através de linguagens. O homem procura expressar seus sentimentos através dessas linguagens, seja nas cores, sons, luzes, movimentos, gestos, etc. À medida que o indivíduo passa a dar significados a essas organizações, as mesmas transformam-se em pintura, música, desenho, teatro, dança, fotografia, e outros. Esses são os caminhos da arte que permitem a todo ser humano se aproximar, conhecer, compreender e vivenciar a produção artística em todos os segmentos. Devemos pensar na arte como um objeto cultural, de conhecimento, de informação constante, permitindo ao homem a interação com as diferentes culturas. Esses processos artísticos culturais devem estar presentes no dia a dia do indivíduo, pois, para que ele possa ler e produzir determinadas linguagens, é importante que o mesmo tenha contato com as várias formas de produções, técnicas, materiais, instrumentos, estilos, gêneros, artistas, autores, contribuindo com o fazer e compreender a arte. Tais contatos devem começar cedo, com as crianças na escola, contribuindo para o desenvolvimento cognitivo e afetivo e, na construção de valores fundamentais para a formação de um cidadão. Cabe também ao educador estimular constantemente seu educando, promovendo o despertar da criatividade e facilitando o processo de ensino e aprendizagem. A arte é uma criação humana com valores estéticos (beleza, equilíbrio, harmonia) que sintetizam as suas emoções, sua história, seus sentimentos e a sua cultura. É um conjunto de procedimentos utilizados para realizar obras, e no qual aplicamos nossos conhecimentos. A arte se apresenta em várias linguagens: Faculdade de Minas 5 Linguagem Musical: A música pode ser definida como uma forma linguagem que se utiliza da voz, instrumentos musicais e outros artifícios, para expressar algo a alguém. Um dos poucos consensos é que ela consiste em uma combinação de sons e de silêncios, numa sequência simultânea ou em sequências sucessivas e simultâneas que se desenvolvem ao longo do tempo. Neste sentido, engloba toda combinação de elementos sonoros destinados a serem percebidos pela audição. Linguagem Cênica: As artes cênicas (chamadas ainda de artes performativas) são todas as formas de arte que se desenvolvem num palco ou local de representação para um público. Muitas vezes estas apresentações das artes cênicas podem ocorrer em praças e ruas. Assim podemos dizer também que este palco pode ser improvisado. Ou seja, o palco é qualquer local onde ocorre uma apresentação cênica. Podemos destacar as seguintes classes: Teatro, Ópera, Dança e Circo Linguagem da Dança: Como arte, a dança se expressa através dos signos de movimento, com ou sem ligação musical, para um determinado público, que ao longo do tempo foi se desvinculado das particularidades do teatro. Atualmente, a dança se manifesta nas ruas em eventos como "Dança em Trânsito", sob a forma de vídeo, no chamado "vídeo dança", e em qualquer outro ambiente em que for contextualizado o propósito artístico. 2. A ARTE NA EDUCAÇÃO A criança, desde que nasce, depara-se com um repertório de símbolos e significados construídos pelas gerações que a precederam e, participando das práticas culturais do seu grupo, reconstrói os significados do mundo físico, psicológico, social, estético e cultural. O mundo simbólico será conhecido e ressignificado no convívio e acesso aos jeitos de pensar e fazer e aos códigos, entre eles os códigos da Arte. Faculdade de Minas 6 [...] é na cotidianidade que os conceitos sociais e culturais são construídos pela criança, por exemplo, os de gostar, desgostar, de beleza, feiura, entre outros. Esta elaboração se faz de maneira ativa, a criança interagindo vivamente com pessoas e sua ambiência (FERRAZ; FUSARI, 1993, p. 42). A organização de sentidos para esse mundo simbólico, à disposição das crianças, é um ato criador ao mesmo tempo individual e coletivo. Ao reconstruir os sentidos das experiências para si, a criança articula as experiências externas às suas possibilidades de percepção e leitura de mundo. Neste sentido, não apenas reproduz o que percebe, mas cria outros sentidos, usa a imaginação para preencher os vazios de sua leitura de mundo, articulando significados próprios para o que observa e percebe. Interage com manifestações artísticas, estéticas e comunicativas do ambiente e, nessa interação, entra em contato com o contexto social e cultural que permeia a estruturação do senso estético. Queiramos ou não, é evidente que a criança já vivencia a Arte produzida pelos adultos, presente em seu cotidiano. É óbvio que essa Arte exerce vivas influências estéticas na criança. É óbvio, também, que a criança com ela interage de diversas maneiras (FERRAZ; FUSARI, 1993, p. 43). Naturalmente, as crianças entram em contato com o mundo sensível, agindo sobre ele com afeto, cognição, motricidade;e constroem para si um repertório perceptivo de formas, cores, texturas, sabores, gestos e sons, atribuindo a este mundo, sentidos e organizações diferentes. O professor deve considerar essas significações já construídas e colocar o desafio de construir outras. A expressividade infantil implica na construção de formas de linguagem e comunicação exercidas no processo de socialização. Atuando expressivamente é que a criança aprende e vivencia formas de ser e de estar no mundo humano. Faculdade de Minas 7 O desenvolvimento dessa expressão infantil acontece junto com seu desenvolvimento afetivo, perceptivo e intelectual e resulta do exercício de conhecimento de mundo. Exercício esse de construir noções a partir das suas experiências sensoriais e/ou corporais. A vivência do mundo simbólico e a ampliação das experiências perceptivas que fornecem elementos para a representação infantil dão-se no contato com o outro. O professor pode, através do trabalho com o aprimoramento das potencialidades perceptivas, enriquecer as experiências das crianças de conhecimento artístico e estético e isto se dá quando elas são orientadas para observar, ver, tocar, enfim, perceber as coisas, a natureza e os objetos à sua volta. [...] durante as criações ou fazendo atividades de seu dia a dia, as crianças vão aprendendo a perceber os atributos constitutivos dos objetos ou fenômenos à sua volta. Aprendem a nomear esses objetos, sua utilidade seus aspectos formais (tais como linha, volume, cor, tamanho, textura, entre outros) ou qualidades, funções, entre outros... Para que isso ocorra é necessário a colaboração do outro – pais, professoras, entre outros - sozinha ela nem sempre consegue atingir as diferenciações, muitas vezes sua atenção é dirigida às características não - essenciais e sim às mais destacadas dos objetos ou imagens, como por exemplo, as mais brilhantes, mais coloridas, mais estranhas... (FERRAZ; FUSARI, 1993, p. 49). Faculdade de Minas 8 Nesse sentido as crianças criam, experimentam, vivenciam o tempo todo, interagindo com a arte de forma implícita, portanto é importante a troca com o outro para que possa diferenciar e perceber características essenciais do processo de criação. 3. A ARTE COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA Na fase da educação infantil as atividades artísticas contribuem com ricas oportunidades para seu desenvolvimento, uma vez que põem ao seu alcance diversos tipos de materiais para manipulação, além da arte espontânea que surge em brincadeiras ou a partir de uma proposta mais direcionada. O lúdico, o teatro, a dança, a pintura, o desenho, a criatividade, o conto de fadas, fazem parte de um momento em que as crianças se expressam, comunicam e transformam a vida na relação com a arte, ou seja, “somos potencialmente criadores, possuímos linguagens, fazemos cultura” (PIRES, 2009, p. 47). O professor precisa dar oportunidades para que o aluno se expresse de forma espontânea, pessoal, porém é importante que o mesmo consiga analisar o contexto da atividade e quais benefícios ela traz para o desenvolvimento da criança. Conforme diz Almeida. A maioria dos professores acredita que desenhar, pintar, modelar, cantar, dançar, tocar e representar é bom para o aluno, mas poucos são capazes de apresentar argumentos convincentes para responder “Por que essas atividades são importantes e devem ser incluídas no currículo escolar? ”. (1992, p. 48). O professor de educação infantil busca proporcionar atividades artísticas criando símbolos que expressem sentimentos e pensamentos, portanto, para que isso aconteça é necessário planejar, orientando e avaliando as atividades, ou seja, o professor deve ser um observador atento e sensível, buscando sempre novas técnicas e recursos para explorar a arte na sala de aula, contribuindo assim para o desenvolvimento do seu aluno. Lavelberg afirma que: Faculdade de Minas 9 É necessário que o professor seja um “estudante” fascinado por arte, pois só assim terá entusiasmo para ensinar e transmitir a seus alunos a vontade de aprender. Nesse sentido, um professor mobilizado para a aprendizagem contínua, em sua vida pessoal e profissional, saberá ensinar essa postura a seus estudantes. (2003, p. 12). O contato com as diferentes formas de artes oportuniza aos alunos a exploração, o conhecimento, a brincadeira, desenvolvendo uma visão transformadora beneficiando um vínculo com a realidade, contribuindo para analisar a compreensão do aluno e do mundo a qual vivencia, favorecendo a ligação entre a fantasia e a realidade. Compreender as artes como um espaço de experimentação, de jogo, onde a criança possa construir uma análise pessoal das suas construções. Através da realização de atividades artísticas a criança desenvolve sentimentos, autoestima, capacidade de representar o simbólico, analisando, avaliando e fazendo interpretações, desenvolvendo habilidades específicas da área das artes. A criança da educação infantil explora bastante os sentidos, pois se encontra na fase do concreto, fazendo com que suas experiências sejam enriquecidas. Como neste período, suas habilidades são estimuladas, facilita o processo de ensino-aprendizagem, pois são desenvolvidas a percepção e a imaginação, o que facilita a compreensão das diferentes áreas do conhecimento. A arte é fundamental na formação das crianças, pois representa experiências individuais e para que a arte seja utilizada como uma ferramenta no desenvolvimento cognitivo, intelectual e emocional do aluno, o professor precisa ter sensibilidade e conhecimento de que a arte é extremamente necessária no cotidiano escolar, ciente do seu papel na relação com o desenvolvimento. E assim, o uso e o ensino das artes na educação infantil estão ligados aos interesses de quem aprende, pois estes serão autores de suas próprias histórias, transformando a arte parte de suas vidas, dando um sentido para algo visto como incompreensível, tornando essa prática um instrumento pedagógico que vai contribuir na construção do sujeito. Faculdade de Minas 10 4. LINGUAGENS DA ARTE NA EDUCAÇÃO Em um ambiente de descobertas, as linguagens da Arte ou meios de expressão que a conduz, estão presentes nas relações do ensino a partir da Escola Construtivista, como já anunciado pela arte-educadora Lavelberg (2003). Nesse momento a Arte é componente curricular obrigatório, definida por quatro meios ou quatro linguagens: artes visuais, dança, música e teatro, para expressar uma ideia e dar corpo a um trabalho. Vejamos as suas especificidades na Educação Infantil. Da primeira delas, artes visuais, abrange qualquer forma de representação visual, apresentada diretamente e tradicionalmente pela matéria na pintura, escultura, desenho, colagem, gravura, fotografia e cinema. Por esses meios, experimentam-se os materiais refletindo sobre a espessura, textura, flexibilidade, resistência, transparência, cor, brilho, composição química da tinta e tantos outros elementos contidos na matéria, aguçando a curiosidade natural das crianças, identificando-os e classificando-os. O estímulo sensorial dado ao lidar com a matéria, manipulando aquilo que é flexível, facilita a criança a expressar uma imagem e depois organizá-la de forma criativa, experimentando possibilidades e revelando o aprendizado significativo para o seu desenvolvimento. Da representação dada pela pintura, por exemplo, o aprendizado pode ser revelado pelo desenvolvimento técnico – apreciação do material - e pela abordagem da cor, do desenho, forma e temáticas, facilitando a expressão e a criatividade da criança, fazendo com que enfrente as suas limitações e aperfeiçoe as potencialidades. O quadro abaixo de Volpi “A grande fachada festiva”, pode ser apresentado às crianças, assim como uma escultura ou quadros de outros autores, e trabalhado na perspectiva da problematizaçãoe pesquisa. O professor poderia, por exemplo, solicitar às crianças que falem sobre o que veem o que sentem, ou seja, suas sensações em relação. Em seguida, apresenta as Faculdade de Minas 11 referências sobre o autor, quem é ele, onde mora, o que mais produziu e etc. Pesquisar com os alunos outros quadros de Volpi, sua trajetória artística, seus méritos e reconhecimento social no cenário cultural brasileiro. Enfim, explorar a oralidade da criança, o espírito crítico, a sensibilidade, etc. e também solicitar que reinterpretem o quadro, pintando-o, da forma como o percebeu. Estes desenhos das crianças podem ser apresentados aos pais, aos colegas de outras turmas, podem ainda ficarem expostos na sala, etc. Por meio da linguagem da arte visual, capacitamos as crianças a se relacionar de forma não formal, mas disciplinar, introduzindo-as num universo rico de trocas com as outras crianças. Duarte Jr. (1988), diz que o aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar formas artísticas quanto na ação de apreciar e conhecer as formas produzidas por ele e pelos colegas com diferentes culturas, enfatizando assim a reflexão exposta. Portanto, podemos pensar que essa é uma das formas de experimentar a “pessoalidade” e também a “interpessoalidade”. Da linguagem das artes cênicas, teatro e dança, enfatiza-se a ação corporal, plástica e sonora integradora com as atividades afetivas e cognitivas, num desenvolvimento da inteligência, não mais separando a razão da emoção. No teatro as propostas de atividades relacionadas ao corpo, à fala e ao gesto, levam o aluno a interpretar a realidade, demonstrando a consciência da compreensão do mundo medido pelo desenvolvimento pessoal, e no momento em que as atividades teatrais são coletivas e uma única criança é acolhida, a relação interpessoal dessa mesma criança se estabelece. Na dinâmica teatral é favorecida a assimilação dos conteúdos culturais e a literatura infantil, trabalhando a memória e a organização estética desse conhecimento. Na oportunidade de brincar de fazer teatro, ensina-se a criança a verificar a cultura em que se está inserida, comprovando a sua identidade. Faculdade de Minas 12 Da mesma forma e já citado anteriormente, é proposto ao professor de artes cênicas (teatro) que não fique isolado entre as paredes da escola, para facilitar os processos expressivos e culturais da criança, oferecendo instrumentos reflexivos a respeito de sua própria identidade, uma vez que essa criança está inserida nessa mesma cultura. Na linguagem artística dança, o movimento é a linguagem dos pequenos, estimulando a expressão corporal motora. Experimentar os movimentos – correr, pular, andar, sentar, agachar, engatinhar, rolar e outros – faz com que a criança se expresse com liberdade, criando gestos e articulando o conhecimento da relação do espaço e tempo, por meio dos exercícios da espontaneidade. O estudo das atividades da dança, tais como a observação de filmes e apresentações de espetáculos escolares, como as cirandas, levam a criança a incorporar a Faculdade de Minas 13 diversidade de expressões, favorecendo mais uma vez o confronto com a identidade estética. Na atividade dança - disciplinar e formal - o aspecto da alegria muitas vezes se instaura, garantindo o bom relacionamento do professor com a criança e com o grupo, gerando confiança e segurança na criança no momento da exposição dos sentimentos e emoções do movimento. Enfim, tanto a dança como o teatro como manifestação das artes cênicas, coletiva ou individual, desenvolve no indivíduo o processo criativo da improvisação e comunicação, aspectos esses tão necessários para o nosso cotidiano. E para finalizar a abordagem das apresentações das linguagens da arte, verifica-se no pensamento de Nicolau (1995), que o ser humano interage com as pessoas e com o ambiente valendo-se da fala, da escrita, da linguagem corporal, plástica e musical. Segundo a autora, os estímulos sonoros do ambiente são intensos, levando a criança a reagir. O barulho da água, o canto dos pássaros e a música, fazem parte desse ambiente estimulador propício às habilidades perceptivas que muito contribui para a comunicação da criança. As atividades apoiadas na expressão musical são alargadas não apenas pelos estímulos sonoros, mas também pela harmonia, melodia e ritmo, e como resposta pedagógica estimula-se o cognitivo, o afetivo e motor. Da atividade lúdica – musical – podem-se construir aprendizagens de interesses específicos, com vivências que oportunizam o prazer de ouvir, cantar e tocar, liberando tensões, e ainda como Nicolau (1995), menciona a esse respeito, inspira ideias e imagens e estimula a percepção. 5. CRIAR E DEIXAR CRIAR Holm (2007) afirma que “quando se trabalha com a primeira infância, arte não é algo que ocorra isoladamente. Ela engloba: controle corporal, coordenação, equilíbrio, mo- tricidade, sentir, ver, ouvir, pensar, falar e ter segurança. E ter confiança para que a Faculdade de Minas 14 criança possa se movimentar e experimentar. E que ela retorne ao adulto, tenha contato e crie junto. O importante é ter um adulto por perto, coparticipando e não controlando. ” Trabalhar com a arte na educação é abraçar o mundo com o corpo todo. Para que isso ocorra, precisamos dar o direito da criança se expressar do jeito dela, com a estética que lhe é peculiar e de todas as formas possíveis. Quanto mais elementos artísticos o educador apresentar para as crianças, mais rica será a linguagem e a expressividade delas. Dançar, pintar, cantar e dramatizar, dentre outras formas de expressão humana, são linguagens. Portanto pensamento e cognição. Faculdade de Minas 15 Criar e deixar criar talvez sejam caminhos ainda não percorridos por muitos, mas necessários e urgentes quando falamos de educação infantil e arte. Encontramos em muitas instituições de educação infantil um grande equívoco, que é a reprodução sistemática e estereotipada, a intervenção excessiva dos professores na busca pelo esteticamente correto, não respeitando a concepção estética da criança. Tais práticas reforçam e alicerçam a necessidade premente de ressignificar a prática docente. A criança é um campo fértil para a criatividade e a imaginação e nós, muitas vezes sem intenção, subestimamos sua capacidade e impedimos o seu desenvolvimento estético cada vez que interferimos demasiadamente e direcionamos sua expressão artística-criativa, sufocando as possibilidades de novos saberes. A mente humana é naturalmente investida de curiosidade, basta deixar a criação acontecer, sem modelos estereotipados, seja na dança, nas artes visuais, no teatro ou na música. Porém, sem esquecer do papel fundamental do professor, que deve ser o interlocutor, promotor e organizador do processo de criação. Papel que para desempenhar é necessário sair da zona de conforto, das atividades prontas e acabadas, da reprodução sistematizada e estéril, desprovida de intencionalidade e objetivos pedagógicos. Para garantir oportunidades para a expressão viva da criança, precisamos considerar que “expressar não é responder a uma solicitação de alguém, mas mobilizar os sentidos em torno de algo significativo, dando uma outra forma ao percebido e vivido” (CUNHA, 1999), o que também é diferente de simplesmente “deixar fazer”, acreditando na chamada “livre expressão”. Para mobilizar os sentidos, é essencial o enriquecimento de experiências, promovendo encontros com diferentes linguagens, Faculdade de Minas 16 alimentando a imaginação para que meninos e meninas possam aventurar-se a ir além do habitual, à procura da própria voz e da sua poesia. (OSTETTO, 2010). 6. A LINGUAGEM DA MÚSICA Ao entrar em contato com a música, zonas importantesdo corpo físico e psíquico são acionadas – os sentidos, as emoções e a própria mente. Por meio da música, a criança expressa emoções que não consegue materializar com palavras. Antes mesmo de nascer, o bebê já é capaz de ouvir. A partir do quinto mês de gestação, ele ouve as batidas do coração da mãe (além de todos os outros barulhos do organismo) e reconhece a sua voz. É na fase fetal que se forma a memória sonora das crianças, responsável por preparar o vínculo entre mãe e filho depois do corte do cordão umbilical. Desde os tempos mais remotos, o homem percebeu todo esse potencial. Usando os materiais que tinha à disposição (pedras, ossos, madeiras, o próprio corpo e a voz), ele foi combinando sons e silêncios das mais diversas maneiras. A música possibilita o desenvolvimento intelectual e a interação do indivíduo no ambiente social, contribuindo diretamente para o desenvolvimento cognitivo, linguístico, psicomotor e sócio afetivo do aluno, independentemente de sua faixa etária. Através dela é possível transmitir não somente palavras, mas também sentimentos, ideias e ideais que podem ganhar grandes repercussões didáticas se bem direcionados. “A E I O U…dabliú, dabliú, na cartilha da Juju”: quem já ouviu esse refrão na voz de Margareth Menezes nem suspeita que tais palavras foram extraídas da marchinha de carnaval composta em 1932 por Lamartine Babo e Noel Rosa, na música “A.E.I.O.U – A Cartilha da Juju”. De maneira bem-humorada, Lamartine Babo e Noel Rosa mostram que, desde aquela época, havia uma preocupação com o sistema educacional no Brasil. Um representante da MPB e compositor eclético que não pode Faculdade de Minas 17 deixar de ser citado num programa didático-pedagógico é o sambista Martinho da Vila. Estudar a música de Martinho da Vila é aprofundar-se em nossas próprias raízes. O espírito de pesquisador incansável o fez produzir pérolas como “O pequeno burguês”, que versa sobre as dificuldades em cursar o ensino superior no Brasil. A ideia de representar o Brasil em música já era forte no projeto modernista de Mário de Andrade e Villa- Lobos, nas décadas de 1920- 40, partindo do estudo do folclore para chegar a uma representação de brasilidade na música de concerto. Mas, a partir da década de 1950, quem assume a missão de representar o Brasil em música são os compositores populares, e o lugar que o folclore ocupava antes como depósito de autenticidade e originalidade passa a ser substituído pelo samba dos anos 20/30. No ABC do Sertão, música composta por Luiz Gonzaga em 1953, o autor expressa o som autêntico do abecedário usado pelo povo nordestino. Foi a maneira que ele encontrou para homenagear e mostrar para o Sul que os seus conterrâneos tinham uma forma genuína – e não errada – de falar. O movimento do canto orfeônico ocorrido no Brasil nas décadas de 30 e 40, sob a orientação de Heitor Villa-Lobos, ainda que tenha sido bem-sucedido a princípio, estagnou e foi praticamente esquecido. Faculdade de Minas 18 O Trenzinho do Caipira, uma composição de Heitor Villa-Lobos e parte integrante da peça Bachianas Brasileiras nº 2, é uma obra emblemática. A música se caracteriza por imitar o movimento de uma locomotiva com os instrumentos da orquestra. A melodia fez com que um dos nossos maiores poetas, o Acadêmico Ferreira Gullar, entrasse “em transe” (palavras dele), como se tivesse recebido um “choque mágico”, resultando na composição de um inspirado poema que se transformou na letra. Trata- se de um belo exemplo (e resumo) de como a linguagem da música, numa organização sistemática entre sons e silêncios, é capaz de comunicar sensações que ultrapassam nosso entendimento racional. Várias definições versam sobre o significado de música: “Música é alguma coisa de que se gosta; música é som organizado com ritmo e melodia; música é som agradável aos ouvidos; música é arte ou música é uma atividade cultural relativa ao som. ” (SCHAFER, 1996, p.25). A proposição estabelecida de maneira pioneira, prioriza o contato com a natureza como representativo dos sons naturais, projetando atividades que venham a reproduzir tais sons. Murray Shafer defende, Como músico prático, considero que uma pessoa só consiga aprender a respeito de som produzindo som, a respeito de música, fazendo música. Todas as nossas investigações sonoras devem ser testadas empiricamente, através dos sons produzidos por nós mesmos e do exame desses resultados (Idem, p.68). Faculdade de Minas 19 A transformação que a música pode causar “ É uma expressão idealizada das energias vitais e do próprio universo; não há dúvidas de que essa noção possa concretizar-se de maneira atrativa e convincente, como já fizeram Dalcroze e alguns poucos outros. ” (Ibidem. p.295). 6.1. ORIGEM DAS NOTAS MUSICAIS Os nomes das pessoas sempre nascem inspirados em algo ou alguém. Os nomes das notas musicais, também. Antigamente, as notas não tinham nome. Isso dificultava a memorização dos sons. Segundo a lenda, a origem dos nomes das notas musicais dó, ré, mi, fá, sol, lá, si está na música coral medieval. O monge italiano Cuido d'Arezzo (aprox. 990-1050) criou o sistema para nomear as notas. As seis primeiras notas vieram das sílabas iniciais das 6 primeiras frases do hino de louvor a São João Batista, padroeiro dos cantores medievais. Escrito por Paolo Diacono (aprox. 720- 799), cada frase tinha uma escala acima da anterior, exatamente como as notas fundamentais. A letra dizia: Ut queant laxis, Faculdade de Minas 20 Resonare fibris, Mira gestorum, Famuli tuorum, Solve polluti, Labii reatum, Sanete Iohannes. Traduzindo, "Para que os teus servos possam cantar as maravilhas dos teus atos admiráveis, absolve as faltas dos nossos lábios impuros, São João". Com o tempo, o Ut original, da primeira frase, foi substituído por Do. Assim, as sílabas dó, ré, mi, fá, sol, lá e si viraram os nomes das notas, tornando mais fácil o aprendizado e o estudo da música. 6.2. MÚSICA COMO CIÊNCIA O que são as notas musicais? Nota musical é o nome que se dá a cada elemento que compõe o som. Formada por um único modo de vibração do ar, cada nota tem uma duração e uma frequência diferente. E o que isso tem a ver com Ciências? Tudo! Afinal, o som é um fenômeno físico. O som é constituído por uma onda (ou conjunto de ondas) propagada no ar em determinada frequência. A unidade utilizada para descrever o som em nomenclatura física é o Hz (hertz). Se as ondas tiverem frequência de 20Hz a 20.000Hz, o ouvido humano as receberá vibrando na mesma frequência, produzindo sensações neurais, a que damos o nome de som. Estas sensações podem variar, de acordo com a faixa de frequência captada. Quando a frequência é inferior a esse valor, entre 20Hz a 100Hz, por exemplo, o som é registrado pelos ouvidos como grave, e quando a frequência é elevada (acima de 400Hz, por exemplo), ele soa de forma aguda. As frequências propagam-se em um determinado intervalo de tempo e podem ser mais longas ou mais curtas, o que determina sua duração. Faculdade de Minas 21 Quando vemos as notas dispostas numa pauta, elas não estão lá casualmente. A posição que cada uma delas ocupa representa a sua altura. A combinação de notas é o que produz a arte da música. Quando elas são tocadas ao mesmo tempo, produzem a harmonia. Já a sequência com que elas são tocadas define a melodia. 6.3. A MÚSICA, O LÚDICO E A APRENDIZAGEM ESCOLAR O comportamento das crianças, diante da música, tem-se modificado no decorrer dos tempos. Há algumas décadas - mais especificamente em relação ao canto – o repertório infantil era, basicamente, oral e, predominantemente, formado por canções folclóricas. Certamente havia um contexto onde essas canções faziam sentido. É muito comum seouvir dizer que “os jogos e as atividades lúdicas não servem para nada e não têm nenhuma significação dentro das escolas, a não ser na educação física”. Teóricos endossam que as atividades lúdicas em geral são de fundamental importância na aprendizagem de qualquer criança. Esta fase psicológica do lúdico na infância é exaustivamente objeto de estudos de teóricos como Freud, Freud relacionava o comportamento apresentado pelo adulto como episódios de sua vida infantil. A importância atribuída pela psicanálise à infância das pessoas é a sua explicação sobre as características emocionais das diferentes fases da vida humana. (OLIVEIRA, 1983:136) Para Piaget, o jogo ou o lúdico constitui-se em expressão e condição para o desenvolvimento infantil, já que as crianças em contato com o lúdico transpõem-no e podem transformá-lo em realidade, sustentado, assim, o conceito de aprendizagem significativa. A criança usa as interações sociais como formas privilegiadas de acesso a informações: aprendem a regra do jogo, por exemplo, através dos outros e não como o resultado de um engajamento individual na solução de problemas. Desta maneira, Faculdade de Minas 22 aprende a regular seu comportamento pelas reações, quer elas pareçam agradáveis ou não. [...] é o lúdico que decodifica a realidade para a criança, denotando-a e conotando-a segundo a sua história de vida e sua cultura. Nesse sentido as decisões e atribuições de valor da criança pequena dependem muito do que ela observa ao seu redor. (OLIVEIRA, 1983, p. 08). Pode-se citar Vygotsky como uma das grandes referências em relação a ênfase o papel da interação social ao longo do desenvolvimento do homem. Para ele, a questão central é a aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o meio e, portanto, o conhecimento é sempre mediado. A vivência em sociedade é essencial para a transformação do homem de ser biológico em ser humano. É pela aprendizagem nas relações com os outros que construímos os conhecimentos que permitem nosso desenvolvimento mental. A música na educação auxilia a percepção, estimula a memória e a inteligência, relacionando-se ainda com habilidades linguísticas e lógico-matemáticas ao desenvolver procedimentos que ajudam o educando a se reconhecer e a se orientar melhor no mundo. As crianças na etapa da educação infantil têm necessidade de aprender através do concreto, manuseando objetos, vendo, sentindo, ou seja, experimentando sensações e movimentos. Ouvir música aprender uma canção, brincar de roda, realizar brinquedos rítmicos são atividades que despertam, estimula e desenvolve o gosto pela atividade musical, além de propiciar a vivência de elementos estruturais dessa linguagem. Bréscia (2003) diz que, ao trabalhar com diferentes sons, a criança aguça sua audição, ao acompanhar gestos ou dançar ela está trabalhando a coordenação motora e a atenção, ao cantar ou imitar sons ela está estabelecendo relações com o ambiente em que vive. No entanto a música está presente em todos os momentos da nossa vida. É uma das formas mais importantes de expressão humana, o que por si Faculdade de Minas 23 só justifica sua presença no contexto da educação, de um modo geral, e na educação infantil, particularmente e a voz por ser um instrumento musical delicado que precisa de cuidados especiais se utilizada mal, corremos o risco de perdê-la ou machucá-la. Prestar atenção à voz falada e cantada dos alunos é uma atividade corriqueira dos professores. Nesse caso, se observarmos qualquer problema com a voz das crianças, uma rouquidão constante, palavras pronunciadas de forma diferente ou perda de voz, devemos encaminhá-la a um fonoaudiólogo. A linguagem musical integra a linguagem corporal e a ela está fortemente vinculada. As atividades que envolvem especificamente a linguagem do corpo pode ser reunida em dois grupos: as que preservam a expressão livre e criativa, tais como a dramatização, a pantomima e a dança, e as que apresentam uma forma mais dirigida e orientada, como os exercícios ginásticos, as rodas cantadas e os jogos. A educação musical não deve objetivar a formação de possíveis músicos do amanhã, mas sim à formação integral das crianças de hoje, conscientes e reflexivas quanto ao fenômeno musical. Precisamos entender que a educação musical não visa a formação do músico profissional. Um professor que canta com seus alunos sala de aula está oferecendo um tipo de vivência, mas essa vivência não pode se limitar apenas a essa atividade. É importante destacar que a música deve estar presente na escola como um dos elementos formadores do indivíduo. 6.4. UM APRENDIZADO MUSICAL CONTEXTUALIZADO. UMA TENDÊNCIA ARTEEDUCATIVA Assim, as perguntas a serem feitas com relação a um produto musical são: quem os produziu? Quando? Onde? Com que finalidade? As ideias, os valores, as crenças, os conhecimentos e intenções dos produtores e dos consumidores de música são importantes para se compreender a diversidade humana. Igualmente importante é estar atento para as novas possibilidades de recepção de música, já que os Faculdade de Minas 24 significados não estão preestabelecidos, mas são construídos no momento da própria ação musical (criar, executar, escutar). A música é uma das formas mais significativas das culturas jovens. Ouvir música, tocar, cantar, criar, falar sobre música, ir a shows, fazer parte de um grupo musical são algumas das maneiras mediante as quais acontece a interação entre jovens e música. 7. A LINGUAGEM DO TEATRO Compreendem-se linguagens teatrais para e com as crianças os espetáculos teatrais produzidos pelos adultos – artistas, professoras e professores –, nos quais a relação platéia/palco é clara, e por linguagens teatrais pelas e com crianças todas as experiências dramáticas realizadas pelas crianças pequenas e bem pequenas que, como diz Slade, “não sentem tal diferenciação plateia/palco, particularmente nos primeiros anos - cada pessoa é tanto ator como auditório” (1978, p. 18), procurando diferenciar as experiências dramáticas vividas pelas crianças dos espetáculos teatrais criados pelos adultos para resguardar a espontaneidade da atuação infantil que não está fundamentada nos aspectos formais que o teatro, como espetáculo, impõe (KOUDELA 1984). Manferrari (2009) e Frabbetti (2007) discutem essas especificidades do teatro trazendo um percurso de laboratório teatral em ateliê na Itália em que as linguagens teatrais acontecem juntas: em um primeiro momento, há uma narração teatral e, em um segundo, as pessoas são convidadas a entrar no jogo teatral. Esse percurso tem o nome de Scarabocchi Teatrali, ou seja, Garatuja Teatral. Partindo da convicção de que as crianças bem pequenas são capazes de se comunicar através da expressão corporal, a garatuja teatral é embasada na intencionalidade comunicativa. Faculdade de Minas 25 Nesses laboratórios teatrais são utilizados elementos do teatro, como ritmo, consciência do gesto e comunicação corpórea. A base do projeto é apresentar às um catálogo de movimentos, de gestos e de imagens corporais que possa oferecer Faculdade de Minas 26 sugestões a elas e convidá-las a descobrir uma comunicação que vai para além da verbal. As pesquisas e produções de teatro para crianças pequenas e bem pequenas são escassas no Brasil. Dessa forma, as crianças, dentro do espaço de Educação Infantil, raramente têm acesso a essas produções realizadas pelos/os artistas. Isso não significa que não existam produções, dentro do próprio espaço educativo, de linguagens teatrais para as crianças. Nesse caso, essas linguagens não acontecem da mesma forma que no espetáculo teatral, mas sim, nos momentos em que as professoras contam e dramatizam histórias, propõem brincadeiras dramáticas com as crianças,cantam e dançam com elas, planejam, organizam e propõem tempos e espaços para que as próprias crianças contem histórias e proponham brincadeiras teatrais. Constitui direito dos educandos ter espaços e tempos que possibilitem produzir culturas e interagir efetivamente com as culturas existentes. Para isso, é preciso construir novos olhares sobre a infância, não a considerando como fase da vida menos importante e inútil de seres não pensantes e que não têm direito a nada muito elaborado, como critica Carneiro Neto (2003) quando aborda o teatro para crianças. Considerando, como diz Sormani (2004), que o teatro infantil é ligado às culturas para a infância e que estas culturas são todas as atividades e conhecimentos que os adultos produzem para a infância, o teatro para crianças é aquele que envolve a criança a partir de um regime de experiência cultural que lhe é específico, a partir de sua forma particular de estar no mundo. Dessa forma, o teatro não passa sem deixar marcas. Constrói nas crianças e nos adultos uma formação humanista emancipatória, transformando-se em um poderoso instrumento de combate ao ceticismo, à ignorância, à mediocridade, ao preconceito e, principalmente, ao adulto centrismo que considera apenas a palavra como linguagem possível. Desta forma, as brincadeiras Faculdade de Minas 27 e linguagens teatrais trazem possibilidades para conhecermos as crianças, nos comunicar e produzir culturas com elas, utilizando outras linguagens além da verbal. As linguagens teatrais constituem-se como formas privilegiadas de construir uma Pedagogia da Infância fundamentada nas artes, já que o teatro é uma linguagem que trabalha com sua inter-relação, reúnem-se nele a literatura, a música, a pintura, a dança, o canto, a mímica, a narrativa. Pode-se dizer que o teatro conecta as crianças com o mundo das artes, abrindo as portas da sensibilidade estética, da reflexão, da capacidade de emocionar-se, de rir, de chorar e de compreender diferentes visões da vida e do mundo (SORMANI 2004). A linguagem teatral é aquela utilizada nos textos teatrais (ou dramáticos), os quais são escritos para serem representados. Os gêneros teatrais mais conhecidos são a comédia, a tragédia e a tragicomédia. A dramaturgia é o nome utilizado para as representações teatrais e os dramaturgos são aqueles que escrevem os textos para serem encenados por atores. Os textos teatrais são geralmente divididos em atos e cenas, apresentam diálogos e ausência de narrador. 7.1 ELEMENTOS DA LINGUAGEM TEATRAL Em cada encenação teatral podemos considerar alguns elementos essenciais, a saber: Tempo: é classificado de três maneiras segundo a função que exercem: tempo real, em que decorre a narrativa; tempo dramático, tempo em que acontecem os fatos da narrativa; e tempo da escrita, ou seja, quando a obra foi produzida. Nesse sentido, a obra teatral pode ter sido escrita no século XX (tempo da escrita), mas abordar fatos do século XVII (tempo dramático). Espaço: corresponde ao local ou locais em que decorrem os fatos. Nesse caso, podemos considerar o espaço real (cênico) e o espaço psicológico. Assim, o real seria o espaço físico que se desenvolvem os fatos, por exemplo, uma igreja, uma Faculdade de Minas 28 casa noturna, uma praça. Já o espaço psicológico refere-se aos pensamentos dos personagens que envolvem a trama. Personagens: são as pessoas que envolvem a história, podendo ser protagonistas (principais) ou coadjuvantes (secundárias). Além disso, há os figurantes, que possuem um papel terciário, ou seja, somente aparecem para preencher uma lacuna no espaço, por exemplo, as pessoas que estão sentadas num restaurante, porém não participam da encenação. Plateia: quando ocorrem as dramatizações teatrais há sempre uma plateia, ou seja, o público que assiste à peça. Observe que os interlocutores são um dos elementos fundamentais da linguagem teatral. Cenário: o cenário corresponde ao conjunto de elementos que transformam o espaço que acontecerá a representação, por exemplo, a cozinha de uma casa, a rua, a igreja. As pessoas especialistas em cenografia, são os cenógrafos. Figurino: são as vestimentas utilizadas pelas personagens em determinadas cenas. Os figurinistas são especialistas em compor os figurinos dos artistas envolvidos. Por isso, os figuristas estudam a história da trama, os quais possuem muitos conhecimentos históricos e culturais. Isso porque eles precisam conhecer os elementos da moda no tempo da peça, por exemplo, numa peça em que o tempo dramático é o século XIX. Iluminação: como parte do cenário, tem-se a iluminação cênica. É um elemento essencial realizados pelos produtores (iluminadores) responsáveis por projetaram as luzes nos espaços e nas personagens, além de criarem efeitos de luz, desde contrastes de luz e sombra. Sonoplastia: além da iluminação, as encenações teatrais envolvem a sonoplastia, ou seja, o uso de sons, seja uma música, um ruído, as falas, dentre outros. O sonorizador é a pessoa responsável pela sonoplastia cênica. Faculdade de Minas 29 Com o objetivo de facilitar melhor a compreensão sobre a linguagem teatral, é importante recordarmos sobre as três modalidades pertencentes aos gêneros da literatura. Entre eles, destacam-se: Gênero Lírico - Representa o estado de alma, a subjetividade representada pela voz do poeta. Gênero Épico - Retrata os grandes feitos heroicos que fizeram parte da história de um povo. Geralmente mescla-se com figuras sobrenaturais, como é o caso das musas e deuses da Mitologia Grega, sendo que estes agem contra ou a favor de um determinado acontecimento ao longo da narrativa. Gênero Dramático - Refere-se à linguagem encenada, representada pela linguagem teatral, contando com a participação de elementos extraverbais, como cenário, figurino, iluminação e sonoplastia. Especificamente, a linguagem teatral, como já detectamos, pertence ao gênero dramático, e tem a Dramaturgia como elemento primordial. A palavra Drama origina- se do grego, que significa “ação”. O texto teatral teve seu papel de destaque na Grécia antiga, por volta do século V a.C., as peças apresentadas baseavam-se nas Tragédias, uma vez que as mesmas tinham o objetivo de levar aos espectadores à catarse, isto é, à purificação da alma por meio da libertação das emoções. Os conflitos envolviam problemas de poder e honra e eram vividos por personagens representados pela classe social privilegiada. Com as tragédias surgiram outras modalidades do gênero dramático, as quais se definem como: Comédia - Representação de situações do cotidiano, com personagens representadas pelas classes populares. A intenção era provocar riso através da crítica aos costumes. Faculdade de Minas 30 Auto - Peça curta apresentada em festas religiosas, tendo como personagens, verdadeiros representantes de entidades abstratas, tais como a bondade, o pecado, a hipocrisia e a virtude. Farsa - Peça curta que satiriza os costumes, dando ênfase ao grotesco. 7.2 O TEXTO TEATRAL O texto teatral assemelha-se ao narrativo quanto às características, uma vez que o mesmo se constitui de fatos, personagens e história (o enredo representado), que sempre ocorre em um determinado lugar, dispostos em uma sequência linear representada pela introdução (ou apresentação), complicação, clímax e desfecho. A história em si é retratada pelos atores por meio do diálogo, no qual o objetivo maior pauta-se por promover uma efetiva interação com o público expectador, onde razão e emoção se fundem a todo momento, proporcionando prazer e entretenimento. Pelo fato de o texto teatral ser representado e não contado, ele dispensa a presença do narrador, pois como anteriormente mencionado, os atores assumem um papel de destaque no trabalho realizado por meio de um discurso direto emconsonância com outros recursos que tendem a valorizar ainda mais a modalidade em questão, como pausas, mímica, sonoplastia, gestos e outros elementos ligados à postura corporal. A questão do tempo difere-se daquele constituído pelo narrativo, pois o tempo da ficção, ligado à duração do espetáculo, coincide com o tempo da representação. Tendo em seu alicerce o princípio da interdisciplinaridade, o teatro serve-se tanto da palavra enquanto signo como de outros sistemas semióticos não-verbais. Em sua essência, lida com códigos construídos a partir do gesto e da voz, responsáveis não só pela performance do espetáculo, como também pela linguagem. Gesto, movimento e voz são essenciais no teatro, se reportam a outros códigos como o espaço e o tempo. A partir desses códigos, se expandem outros sistemas sígnicos tais como o cenário, o vestuário, a iluminação, sonoplastia, entre outros. Faculdade de Minas 31 8. A LINGUAGEM DA DANÇA Como pensar o termo “linguagem” ao tratar da dança em sua potência artística e em sua contemporaneidade? Marcando traços de diferenças entre uma dança/arte (auto-) referente, fechada em determinados códigos e componentes simbólicos, e uma dança/arte-devir em sua potência de abrir o sentido da experiência ao novo, ao impensado, ao imprevisto. Trata-se, aqui, de propor uma mudança de lógica na percepção da dança em direção à potência afirmativa da vida, em contraponto à arte como modelo. Isto implica em deixar de operar na lógica da representação, dos modelos ideais, da transcendência, da repetição, da reprodução, para operar na lógica da diferença, da singularização. Ao ponderar em que condições dança é linguagem, é possível seguir em direção à ideia de uma gramática, portanto o seu domínio implica na possibilidade de um bailarino ou aluno deixar a condição de analfabeto para a de alfabetizado em dança. Ao compor uma obra é como se o artista escrevesse um poema, um conto, um romance, cuja lógica é entendida e pode ser verbalizada em palavras, ganhando um significado – um território fixo, uma finalidade. Para isso, deve aprender os elementos que configuram uma linguagem em dança, como as ações (partes do corpo que se movem), as dinâmicas (como o corpo se move), o intérprete (quem se move) em relação à paisagem sonora e ao espaço. São elementos da dança aos quais Laban denominou estudo do movimento e que integram a coreologia – estudo da dança ou ciência da dança (PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO, 1992). Faculdade de Minas 32 Saber girar, saltar, utilizar os níveis espaciais e se deslocar em diferentes direções. Estes são alguns exemplos de elementos da dança a serem conhecidos e dominados. Em geral, quando se trata de uma dança específica, como o flamenco, o balé, a dança de rua, o samba, o que percebemos é que cada gênero implica uma combinação já dada de elementos da dança que constituem o seu código, como referente fixo, como sua identidade. Na medida em que essa compreensão segue a lógica da representação, do mundo simbólico, o aluno e/ou o bailarino, antes destituídos de conhecimento (formação/informação) e, portanto, analfabetos, são percebidos como Faculdade de Minas 33 sujeitos autônomos, emancipados, conscientes quando sabem se comunicar e se fazem entender com a linguagem da dança, no sentido da teoria crítica (SILVA, 2002). O sentido da dança, portanto, fecha-se em um significado (conteúdo) e em um significante (forma), aos quais cabem a pergunta: “o que isso quer dizer? ” (DELEUZE, 1992, p. 33). Fernando Cocchiarale, na obra Quem tem medo de arte contemporânea? Faz uma observação interessante a respeito da relação do público com a arte. Segundo ele, há uma tendência do grande público em gostar de obras nas quais eles possam aplicar o verbo “entender”, limitando, assim, a amplitude das possibilidades de uma experiência artística. “Como as pessoas têm medo de sentir, elas entendem, reduzem sua relação ao ato inteligível” (COCCHIARALE, 2006, p. 14). Seguindo outro vetor, é interessante notar que Laban, na primeira metade do século XX, já pensava a dança independente da palavra e da finalidade dada a priori, chegando a associá-la ao ato de brincar, da experimentação de situações inimagináveis. Para ele, pensar por movimentos, ou pensamento-movimento, está relacionado a um “conjunto de impressões de acontecimentos” para o qual não se tem uma nomenclatura adequada, constituem experiências que fazem calar e são inexprimíveis de outro modo. Esse tipo de pensamento, para o bailarino, aperfeiçoa- se no fazer e no dançar. Quando nos movimentamos, nós criamos relacionamentos mutáveis com alguma coisa. [...] O uso exclusivo de movimentos com um significado fixo jamais resultará num trabalho de arte, pois é precisamente a combinação incomum de movimentos que os torna interessantes para o público. [...] o artista e o bailarino [...] basear-se-ão mais no sentido do movimento do que numa análise consciente do mesmo. [...] idéias e emoções que ultrapassam os pensamentos passíveis de serem expressos em palavras (LABAN, 1978, p. 109-153). Faculdade de Minas 34 Para Guattari, o “mundo das representações vai ser apenas o mundo dos significantes, concebidos segundo teorias linguísticas que reduzem a linguagem a sistemas de oposições distintivas” (GUATTARI & ROLNIK, 2005, p. 250) e, portanto, não nos serve para nada, ao passo que a linguagem interessa enquanto intensidades, fluxos, processos, coisas que não querem dizer nada e que fazem passar algo que se dá na relação de corpos, naquilo que faz silenciar. Para o pensador, a vida pode ser inventada mesmo quando todas as imagens são produzidas de antemão, pois interessa o que será feito com elas. O principal é livrar-se dessa espécie de redundância, de serialidade, de produção em série da subjetividade, de solicitação permanente a voltar ao mesmo ponto. Penso que existem múltiplos componentes de expressão2 que não passam pela linguagem tal como é fabricada pela escola, pela universidade, pela mídia e por todas as formas de poder. A expressão do corpo, a expressão da graça, a dança, o riso, a vontade de mudar o mundo, de circular, de codificar as coisas de outro modo, são linguagens que não se reduzem a pulsões quantitativas, globais. Constituem a diferença (GUATTARI & ROLNIK, 2005, p. 63-334 – grifos meus). Deleuze e Foucault argumentam ser preciso abrir as palavras, rachá-las por dentro para que elas liberem vetores imanentes, devires e invenção (DELEUZE, 1992). No que podemos pensar em rachar os códigos da dança, desmontá-los, reordená-los, criar com eles blocos de sensações, novas maneiras de sentir, compor arte (DELEUZE & GUATTARI, 1997). Seguindo, então, em direção à dança/arte como devir, que não seja finalidade nem mediação (entretenimento, lazer, ocupação do tempo ocioso), mas encontro, agenciamento, experiência, é possível perceber que Isabel Marques (2001) propõe, a partir de Laban, o domínio da linguagem da dança no qual os elementos da coreologia não são estáticos e imutáveis. A coreologia pode, assim, ser entendida, nos termos de Deleuze e Guattari, como um agenciamento e, como tal, é, ao mesmo tempo, um território esburacado, poroso, cujos contornos fixos são estabilizações, a produzirem significados e referentes, porém provisórios; e Faculdade de Minas 35 também se constitui por pontas de desterritorialização que geram descodificações e aberturas a novos sentidos, novos agenciamentos, portanto lugar da criação. E isso se dá na medida em que a coreologia cria articulações mais amplas com os elementos sócio-afetivos-culturais (sub-textos da dança); com a história, música, cinesiologia, estética, crítica (contextos da dança); e com repertórios, composições, improvisações (textos da dança).Portanto, nesta perspectiva, a rede de textos proposta por Isabel Marques dá potência à dança como linguagem artística ao escapar à lógica da identidade e da representação, pois cria a possibilidade de inventar algo novo a partir do trânsito pela coreologia, abrindo códigos, cujos elementos são transversalizados em relações que irão produzir sentidos, por conexões entre o fazer, apreciar e contextualizar (MARQUES 2001; 2003) a liberar devires. Tal como um caleidoscópio, os elementos da dança – saltos, giros, ações, dinâmicas – são peças de diferentes cores e formatos que, juntas, podem combinar-se em uma infinidade de arranjos, cada qual inusitado a produzir singularidades. Não há como duas pessoas terem a mesma visão das peças, uma vez que ao passar o caleidoscópio para outra pessoa, há um novo acomodamento que gera um agenciamento diverso do anterior. As peças também podem ser trocadas, a cada aula, a cada montagem de espetáculo, a cada situação de aprendizagem, ampliando ainda mais as possibilidades de novas experiências, novos encontros de corpos que irão embaralhar os códigos, desmontálos e dar-lhes sentidos. Cada faceta nos leva a uma concepção de outro mundo inteiramente diverso (BEY, 2001). A potência da arte, para os autores da diferença, reside, portanto, na possibilidade de mudar a ordem do pensamento, de ao mesmo tempo em que algo se estrutura poder se ordenar de outra maneira, na medida em que os corpos estiverem se relacionando, Faculdade de Minas 36 num processo vivo. Portanto, podemos delimitar a noção de uma arte-devir, considerando que devir é jamais imitar, nem fazer como, nem ajustar-se a um modelo, seja ele de justiça ou verdade. Não há um termo de onde se parte, nem um ao qual se chega ou se deve chegar. Tampouco dois termos se trocam. A questão “o que você está se tornando” é particularmente estúpida. Pois à medida que alguém se torna, o que ela se torna muda tanto quanto ele próprio. Os devires não são fenômenos de imitação, nem de assimilação, mas de dupla captura, de evolução não-paralela, núpcias entre dois reinos (DELEUZE & PARNET, 1998, p. 10). É nessa articulação, nesse agenciamento, no processo, que se distingue a simples agitação de uma dança/arte que nos faz mover no mundo a partir de uma dimensão ética, estética e política. Ao se questionar na origem, no código, no referente, no modelo, a arte contemporânea, ou melhor, o modo contemporâneo de fazer arte, nos convida a voltar sempre aí. Afinal, os “devires são geografia, são orientações, direções, entradas e saídas” (DELEUZE & PARNET, 1998, p. 10). BENEFÍCIOS DA DANÇA Através da dança se aprende as noções de espaço, sequência, padronização e uma conscientização do próprio corpo. Benefício emocional A dança é uma forma de expressão que ajuda a explorar os sentimentos, além de adquirir maior autoconfiança. Benefício social A dança é uma experiência comum que promove a tolerância e apreço pelos outros. Benefício cultural Dançar fomenta o interesse em outras culturas. Ao estudar formas de dança que se originam em outros países se adquire compreensão histórica de outros povos. Faculdade de Minas 37 Qual é o melhor estilo? Não importa o estilo, o importante é que tenha uma experiência agradável e bem movimentada que explore as suas habilidades individuais através de experiências de aprendizagem. Geralmente as aulas de dança para centram-se na criatividade e nas possibilidades de movimento. Assim elas podem desenvolver uma preferência pessoal por padrões de movimentos e estilos. ASPECTOS EXPLORADOS EM UMA CLASSE DE DANÇA: Elementos e energia. Elementos que envolvem o corpo no tempo e no espaço, na qual se aprende a usar esses elementos para expressar-se artisticamente. Anatomia e alinhamento O corpo é o instrumento da dança que deve ser mantido em perfeita sintonia. Portanto, aprende-se a organizar e alinhar o corpo afim de que possa mover-se de maneira eficiente e saudável. Movimento criativo É aprendido a fazer escolhas de movimento estético para coreografar com forma, estrutura e significado. A DANÇA DESENVOLVE ESTÍMULOS COMO: Tátil – sentir os movimentos e seus benefícios para o corpo; Visual – ver os movimentos e transformá-los em atos; Auditivo – ouvir a música e dominar o seu ritmo; Afetivo – emoções e sentimentos transpostos na coreografia; Faculdade de Minas 38 Cognitivo – raciocínio, ritmo, coordenação; Motor – esquema corporal, coordenação motora associada ao equilíbrio e flexibilidade. 8. CONCLUSÃO Conclui-se que o processo de aprendizagem faz parte do ser humano e a criatividade faz com que esse processo se desenvolva de forma lúdica nas linguagens artísticas. É necessário cultivar e manter esse processo ativo e estimular a criatividade, a observação e o senso crítico para que os alunos possam ter um olhar amplo e uma visão completa do mundo que as rodeia. Dessa forma, o ambiente escolar é fundamental para o exercício da arte, como elemento de incitação no processo educativo. A ação do educador, deve ser ressaltada por experiências criativas. Tais experiências estimuladoras da criatividade implicam no desenvolvimento das relações e das descobertas pessoais, uma vez que a criatividade e as linguagens artísticas existem nas relações do indivíduo e seu meio. Portanto, a arte possui um papel fundamental, pois envolve os aspectos cognitivos, sensitivo, cultural, corporal, entre outros, causando e proporcionando estimulação por meio de todos os seus sentidos. Cabe ao educador a introdução das linguagens artísticas no universo do aluno, despertando-a para o gosto e o interesse pelas diversas ramificações deste mundo fascinante que a arte apresenta. Somente assim, construiremos uma sociedade mais sensível. Faculdade de Minas 39 9.REFERÊNCIAS ALMEIDA, C.M.C. Concepções e Práticas Artísticas na Escola. In: FERREIRA,S. (Org.). O ensino das artes: construindo caminhos. Campinas-SP: Papirus,2001. BARBIERI, Stela. Interações: Onde está a Arte na Infância. São Paulo: Blucher, 2012. BARBOSA, A. M. Arte-educação: leitura no subsolo. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2001. BARBOSA, Ana Mae. Inquietações no ensino da Arte. São Paulo: Cortez, 2002. BEINEKE,V. Aprendizagem criativa e educação musical: trajetórias de pesquisa eperspectivas educacionais.Educação, Santa Maria, v. 37, n. 1, p. 45-60, jan./abr. 2012. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC, SEB, 2010. 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