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ARTES-2-2

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2 
 
 
SUMÁRIO 
1 ENTENDENDO A ARTE ............................................................................. 4 
2 ARTE NAS IMAGENS DO COTIDIANO ..................................................... 5 
3 ARTE PRÉ-HISTÓRICA ............................................................................. 7 
3.1 Arquitetura ............................................................................................ 8 
3.2 Arte egípcia ........................................................................................ 10 
3.3 Arte cretense ...................................................................................... 10 
3.4 Pintura ................................................................................................ 11 
1 A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DAS ARTES NA EDUCAÇÃO ................ 11 
2 A RELAÇÃO ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA NO ENSINO DE ARTE NA 
ESCOLA 13 
3 FUNDAMENTOS ESTÉTICOS DA ARTE ABERTA À RECEPÇÃO ......... 15 
3.1 Arte como expressão.......................................................................... 16 
3.2 Arte como tradução criativa ................................................................ 17 
3.3 Arte como comunicação e linguagem................................................. 17 
4 ARTE COMO DISCURSO OU A DISCURSIVIDADE NAS LINGUAGENS 
ARTÍSTICAS ............................................................................................................. 19 
4.1 O ENSINO DAS LINGUAGENS ARTÍSTICAS ................................... 20 
4.2 A DISCURSIVIDADE NAS LINGUAGENS ARTÍSTICAS ................... 21 
5 ARTE - A ESSÊNCIA PELA EXPERIÊNCIA ............................................. 22 
6 A LINGUAGEM VISUAL ........................................................................... 24 
6.1 Um código ao alcance de todos ......................................................... 26 
7 MÚSICA: ORIGEM, LINGUAGEM E EPISTEMOLOGIA .......................... 28 
7.1 A MÚSICA NA ESCOLA: OBJETIVOS E FORMAS DE APLICAÇÃO 29 
7.2 ORIGEM DAS NOTAS MUSICAIS ..................................................... 30 
7.3 MÚSICA COMO CIÊNCIA .................................................................. 30 
 
3 
 
 
7.4 APRECIAÇÃO, EXECUÇÃO E COMPOSIÇÃO ................................. 31 
7.5 A MÚSICA, O LÚDICO E A APRENDIZAGEM ESCOLAR ................ 33 
8 MÚSICA POPULAR .................................................................................. 33 
 
 
 
4 
 
 
1 ENTENDENDO A ARTE 
 
 
Fonte: jucienebertoldo 
O mundo da arte é concreto e vivo podendo ser observado, compreendido e 
apreciado. Através da experiência artística o ser humano desenvolve sua imaginação 
e criação aprendendo a conviver com seus semelhantes, respeitando as diferenças e 
sabendo modificar sua realidade. A arte dá e encontra forma e significado como 
instrumento de vida na busca do entendimento de quem somos, onde estamos e o 
que fazemos no mundo (JUNIOR, 2018). 
 A arte é uma das primeiras manifestações da humanidade como forma do ser 
humano marcar sua presença criando objetos e formas (pintura nas cavernas, templos 
religiosos, roupas, quadros, filmes etc) que representam sua vivência no mundo, 
comunicando e expressando suas idéias, sentimentos e sensações para os outros. 
Desta maneira, quando o ser humano faz arte, ele cria um objeto artístico que não 
precisa nos mostrar exatamente como as coisas são no mundo natural ou vivido e 
sim, como as coisas podem ser, de acordo com a sua visão. A função da arte e o seu 
valor, portanto, não estão no retrato fiel da realidade, mas sim, na representação 
simbólica do mundo humano (JUNIOR, 2018). 
 
5 
 
 
Para existir a arte, são precisos três elementos refere o autor acima: o artista, 
o observador e a obra de arte. O primeiro elemento é o artista, aquele que cria a obra, 
partindo do seu conhecimento concreto, abstrato e individual transmitindo e 
expressando suas idéias, sentimentos, emoções em um objeto artístico (pintura, 
escultura, desenho etc) que simbolize esses conceitos. Para criar a obra o artista 
necessita conhecer e experimentar os materiais com que trabalha, quais as técnicas 
que melhor se encaixam à sua proposta de arte e como expor seu conhecimento de 
maneira formal no objeto artístico. 
O outro elemento é o observador, que faz parte do público que tem o contato 
com a obra, partindo num caminho inverso ao do artista observa a obra para chegar 
ao conhecimento de mundo que ela contém. Para isso o observador precisa de 
sensibilidade, disponibilidade para entendê-la e algum conhecimento de história e 
história da arte, assim poderá entender o contexto em que a obra foi produzida e fazer 
relação com o seu próprio contexto. Por fim, a obra de arte ou o objeto artístico, faz 
parte de todo o processo, indo da criação do artista até o entendimento e apreciação 
do observador. A obra de arte guarda um fim em si mesma sem precisar de um 
complemento ou “tradução”, desde que isso não faça parte da proposta do artista 
(JUNIOR, 2018). 
2 ARTE NAS IMAGENS DO COTIDIANO 
 
Fonte: www.todamateria.com.br 
http://www.todamateria.com.br/
 
6 
 
 
Uma imagem guarda uma semelhança com algo, representando aquilo que o 
nosso sentido da visão pode captar, aquilo que podemos ver, ou que nossa 
imaginação pode criar. Assim, o reflexo de nosso rosto na água é uma imagem que a 
natureza se encarregou de criar. O ser humano, ao longo de seu desenvolvimento, 
tem procurado encontrar formas de registrar essa imaginação ou realidade captada, 
através de pinturas, desenhos, esculturas, gravuras ou filmes, ou seja, através de 
representações imagéticas (JUNIOR, 2018). 
Onde e como você vê a arte no seu dia-a-dia? 
Quais são as características formais e quais significados as imagens que você 
considera arte transmitem para você? 
O que leva você a entender estas imagens como sendo arte? 
 A principal diferença entre imagem e representação imagética é que imagem 
é tudo aquilo que nosso sentido da visão pode captar registrando tanto o que é 
realidade quanto imaginação, e representação imagética são imagens carregadas de 
significados organizados ou não de maneira consciente com valores artísticos. Os 
significados e intenções na criação variam de acordo com o período, lugar e pessoas, 
ou seja, de acordo com o contexto histórico (JUNIOR, 2018). 
Desde tempos remotos, refere o autor acima, o ser humano já procurava fazer 
representações imagéticas nas paredes das cavernas. Essas imagens 
podiam ter finalidades místicas e de sobrevivência. Na Idade Média, as 
imagens das obras de arte possuíam um cunho educativo a serviço da 
religião. Já no Renascimento as imagens artísticas procuravam elevar a 
condição do ser humano a um nível maior. No Romantismo e Modernismo, 
as obras de arte possuíam fins diversos, como protestos e denúncias dos 
problemas políticos e sociais. 
Na atualidade existem várias maneiras de se representar a realidade ou a 
imaginação, hoje em dia, além das formas tradicionais (desenho, pintura, escultura, 
gravura, arquitetura), existe o cinema, a televisão, o computador e a Internet. Através 
dessas novas tecnologias surgiram também várias manifestações artísticas que são 
produzidas basicamente utilizando-se das suas possibilidades e inovações. Através 
da TV encontramos várias manifestações de produções artísticas, como, por exemplo, 
telenovelas, seriados, filmes ou desenhos animados. Estes ligados diretamente às 
artes cênicas, porém utilizando mecanismo de representação imagética das artes 
visuais, como o vídeo. Nesse caso, são linguagens artísticas que se fundem, se unem. 
 
7 
 
 
Podemos denominar essa linguagem artística como “audiovisual” união de som e de 
imagem (JUNIOR, 2018). 
3 ARTE PRÉ-HISTÓRICA 
 
Fonte: caminhosdeformacao 
A história da arte não se trata de uma jornada evolutiva de uma produção 
simples para mais complexa, mas da construção de uma narrativa onde o homemse 
coloca acima de tudo como um criador de símbolos, através dos quais ele expressa o 
que percebe e apreende do mundo em diferentes épocas (LIS, 2008). 
De acordo com Carol Strickland e John Boswell, há 25 mil anos nossos 
ancestrais inventaram a arte. “Em algum momento da era glacial, quando caçadores 
e coletores ainda viviam em cavernas, a mentalidade Neanderthal de fazer 
instrumentos deu lugar ao impulso Cro-Magnon de fazer imagens”. Acredita-se que 
os primeiros objetos artísticos foram desenvolvidos na tentativa de controlar ou 
amenizar as forças da natureza. A arte rupestre é o principal exemplo desses 
primeiros tempos, ela é constituída por representações gráficas do tipo: desenhos, 
símbolos e sinais; produzidos em paredes de cavernas ou nas superfícies de grandes 
rochas (LIS, 2008). 
Esses grafismos são de fundamental importância pois nos fornecem 
informações necessárias para a compreensão sobre, a cultura, o tempo e os costumes 
 
8 
 
 
dos nossos ancestrais. Em geral, pode-se dizer que a produção rupestre conta com 
motivos de feição naturalista. Nela, os homens são habitualmente mostrados de forma 
isolada ou realizando algum tipo de ação coletiva, como o momento da caça, o parto 
de uma criança ou o intercurso sexual. Além disso, no que concerne aos animais 
representados, temos a predominância daqueles que serviam como alimento ou 
atacavam algum espaço habitado pelos humanos. Logo, a arte produzida possuía 
uma funcionalidade material, cotidiana ou mágico-religiosa: ferramentas, armas ou 
figuras que envolvem situações específicas, como a caça. Cabe lembrar que as cenas 
de caça retratadas em cavernas não descreviam uma situação experimentada pelo 
grupo, mas possuía um cunho mágico-ritualístico, preparando o grupo para essa ação 
que lhes garantiria a sobrevivência (LIS, 2008, p. 1). 
Na opinião de LIS (2008) as expressões artísticas mais antigas foram 
encontradas na Europa, em especial na Espanha, Sul da França e da Itália e datam 
de aproximadamente de 25 000 a.C., portanto no período paleolítico. Na França 
encontramos o maior número de obras pré-históricas e até hoje em bom estado de 
conservação, como foi o caso das cavernas de Altamira, Lascaux e Castilho. 
3.1 Arquitetura 
A Arquitetura a mais desenvolvida das artes, porém não era tão notável quanto 
a egípcia exemplifica Doberstein (2010) que caracterizou-se pelo exibicionismo e pelo 
luxo. Construíram templos e palácios, que eram considerados cópias dos existentes 
nos céus, de tijolos, por ser escassa a pedra na região. O zigurate, torre piramidal, de 
base retangular, composto de vários pisos superpostos, formadas por sucessivos 
andares, cada um menor que o anterior. Construção característica das cidades 
estados sumerianos. Nas construções, empregavam argilas, ladrilhos e tijolos. 
Provavelmente só os sacerdotes tinham acesso à torre, que tanto podia ser um 
santuário, como um local de observações astronômicas. 
 
9 
 
 
 
Fonte: /md.uninta.edu.br 
As muralhas construídas por Nabucodonosor eram tão largas, que sobre elas 
realizavam-se corridas de carros. Mais famosas foi as portas, cada uma dedicada a 
umas divindades e ornamentadas com grandes figuras em relevo. O caminho das 
procissões e a porta azul de Ishatar (deusa do amor e da fertilidade) eram decorados 
com figuras em cerâmicas esmaltada. A porta encontra-se no Museu de Berlim, mas 
suas cores desaparecem (SOARES, 2017). 
Escultura e a pintura conforme Soares (2017) cita, tanto a escultura quanto a 
pintura eram fundamentalmente decorativas. A escultura era pobre, representada pelo 
baixo relevo. Destacava-se a estatuária assíria, gigantesca e original. Os relevos do 
palácio de Assurbanipal são obras de artistas excepcionais. A pintura mural existia em 
função da arquitetura. Um dos raros testemunhos da pintura mesopotâmica foi 
encontrados no Palácio de Mari, descoberto entre 1933 e 1955. Embora as tintas 
utilizadas fossem extremamente vulneráveis ao tempo, nos poucos fragmentos que 
restaram é possível perceber o seu brilho e vivacidade. Seus artistas possuíam uma 
técnica talvez superior à que lhes era permitido demonstrar. 
A música na Mesopotâmia, principalmente entre os babilônicos, estava ligada 
à religião. Quando os fiéis estavam reunidos, cantavam hinos em louvor dos deuses, 
com acompanhamento de música. Esses hinos começavam muitas vezes, pelas 
expressões: " Glória, louvor tal deus; quero cantar os louvores de tal deus", seguindo 
a enumeração de suas qualidades, de socorro que dele pode esperar o fiel. Nas 
cerimônias de penitência, os hinos eram de lamentação: "aí de nós", exclamavam 
eles, relembrando os sofrimentos de tal ou qual deus ou apiedando-se das desditas 
que desabam sobre a cidade. Instrumentos sem dúvida de sons surdos, 
 
10 
 
 
acompanhavam essa recitação e no corpo desses salmos, vê-se o texto interromper-
se e as onomatopéias "ua", "ui", "ua", sucederem-se em toda uma linha. A massa dos 
fiéis devia interromper a recitação e não retomá-la senão quando todos, em coro 
tivessem gemido bastante (SOARES, 2017). 
3.2 Arte egípcia 
Para Bonilha (2011) a arquitetura egípcia é composta por monumentos 
funerários, religiosos e lugares destinados para a moradia (casas, etc.). Suas 
principais características são: 
 -Dimensões grandiosas; 
- Simplicidade nas formas; 
- Aspecto maciço e pesado, 
- Predominância das superfícies sobre os vazios; 
- Policromia; os monumentos funerários podem ser divididos em: mastabas, 
pirâmides e hipogeus. 
PIRÂMIDES: a primeira pirâmide foi construída por um arquiteto chamado 
Inhotep a pedido do faraó Zozer. Inhotep sobrepôs cinco mastabas, criando a pirâmide 
escalonada de Sacara, com sessenta metros de altura, na planície de Gizé. As 
maiores pirâmides construídas no Egito antigo foram as dos faraós Quéops, Quéfren, 
e Miquelinos. Ao redor da pirâmide havia dois templos. Um mais rico, para que a 
família do morto e a nobreza pudessem cultuar seu ancestral, e outro mais modesto 
para o povo. A Esfinge possui os traços de Quéfren e marca a entrada do templo de 
sua pirâmide (BONILHA, 2011). 
3.3 Arte cretense 
Fixando-se na região sul da Grécia, os cretenses são considerados, entre 
outros povos, responsáveis pela formação da civilização grega. A ilha de Creta foi 
cenário do desenvolvimento de uma cultura rica e de uma economia sustentada, 
sobretudo, pelo comércio marítimo. Tal aspecto foi tão predominante entre eles, 
chegando a dominar regiões do Mediterrâneo. 
 
11 
 
 
3.4 Pintura 
 Os artistas gregos alcançaram o apogeu com a chamada Trompe l’oeil, uma 
técnica com truques de perspectiva, que cria um efeito óptico fazendo com que formas 
de duas dimensões tenham a aparência de três. A técnica provém de uma expressão 
em língua francesa cujo significado é “engana o olho”, usada também na arquitetura. 
Strickland e Boswell (2014), ressaltam que essas obras não chegaram até nós, mas 
que podemos conhecer os detalhes realísticos da pintura grega por intermédio das 
figuras que adornam os objetos domésticos de cerâmica. 
1 A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DAS ARTES NA EDUCAÇÃO 
 
Fonte: canaldoensino.com.br 
A família é o primeiro circulo social do qual se faz parte. São aqueles com os 
quais, em um modelo de estrutura familiar tido como saudável, se compartilha os 
primeiros momentos da vida. É de onde se extrai os subsídios emergenciais para a 
sobrevivência: alimentação, segurança e afetividade; e onde se adquiri as primeiras 
noções de sociabilidade (FREIRES; TANANTA; HOLANDA, 2016). 
De acordo com sua raiz etimológica, refere Freires, Tananta e Holanda (2016) 
a palavra escola vem do latim schola. Substantivo esse que dá nome e caracteriza o 
lugar/estabelecimento no qual se realiza o processo de instrução e conhecimento. A 
 
12 
 
 
função social da escola se dá de modo prático, isto é, numa interação com as diversas 
instâncias sociais em níveis concretose abstratos. A escola nada mais é do que uma 
forma de institucionalizar e organizar racionalmente o domínio do homem sobre a 
natureza, bem como suas relações com os demais grupos humanos. 
Arte nada mais é que a vida expressando-se, se observada em paralelo com o 
ato da criação verificamos a expressão plena da condição humana. Esta como 
conhecimento promove o desenvolvimento pleno do sujeito, uma vez que este 
compreende as várias facetas de expressão do pensamento/ideias e das emoções. O 
ato de criar permite que o sujeito se torne mais seguro e tome, cada vez mais, 
consciência de suas capacidades e limites. Seu papel na Educação faz-se no sentido 
de promover um cidadão consciente, crítico e ativo socialmente podendo 
compreender e interferir em sua realidade. A Arte é, portanto, uma grande 
protagonista das vicissitudes sociais. Segundo Herbert Read, em seu exemplar escrito 
A redenção do Robô, a Arte é uma linguagem universal, que permite ao homem 
acessar e expressar com autenticidade e agudez o sentido das coisas (FREIRES; 
TANANTA; HOLANDA, 2016, p. 1). 
De acordo com Freires, Tananta e Holanda (2016) como programa curricular 
no ensino regular, a arte deve permitir aos estudantes a possibilidade de reflexão e 
recriação dos modos de ver e exercer a vida como conjunto social. O ensino da Arte 
como processual escolar deve incentivar novas criações, a formulação crítica e a 
autenticidade. Assimilando estas capacidades o sujeito não necessariamente torna-
se uma artista (este não é o objetivo da educação das artes), mas tornar-se um sujeito 
atuante capaz de enxergar, dentro da sua realidade, novas possibilidades de viver e 
de transformar o mundo. 
A Arte e o seu significado vem, ao longo do tempo histórico, passando por 
profundas mudanças, principalmente se levarmos em conta o advento da tecnologia 
em nossa sociedade (READ,1986, p.29 apud Freires, Tananta e Holanda 2016). 
Assim, seus significantes, significados, funções, motivações e argumentações são, 
atualmente, plurais. O que aumenta em graus a possibilidade de explorar os vários 
sentidos e propósitos da Arte. Neste ponto, se faz assaz importante seu uso com 
propriedade dentro do âmbito escolar. Podemos assim, grosso modo, delimitar 
algumas das funções primordiais da Arte em: expressão emocional, apreciação 
 
13 
 
 
estética, comunicação, representação simbólica, contribuição para a integração da 
sociedade e mensagem. 
2 A RELAÇÃO ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA NO ENSINO DE ARTE NA 
ESCOLA 
 
Fonte: novaescola.org.br 
A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico e da 
percepção estética, que caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentido à 
experiência humana: o aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação, 
tanto ao realizar formas artísticas quanto na ação de apreciar e conhecer as formas 
produzidas por ele e pelos colegas, pela natureza e nas diferentes culturas. (PCN/ 
Arte-1997:19 apud NETO, 2019). 
No entanto, para que essa prática seja eficiente faz-se necessário uma 
constante avaliação por parte do professor, para que possa redimensionar sua 
atuação docente sempre que necessário. Neste sentido, é de fundamental importância 
analisar como as teorias propostas para o ensino de arte estão sendo desenvolvidas 
na prática pedagógica no interior das instituições de ensino da Educação Básica 
(NETO, 2019). 
Através das artes temos a representação simbólica dos traços espirituais, 
materiais, intelectuais e emocionais que caracterizam a sociedade ou o grupo social, 
seu modo de vida, seu sistema de valores, suas tradições e crenças. A arte, como 
 
14 
 
 
linguagem presentacional dos sentidos, transmite significados que não podem ser 
transmitidos através de nenhum outro tipo de linguagem, tais como as linguagens 
discursivas e científica. (BARBOSA, 1998:16 apud NETO, 2019). 
A esse respeito IAVELBERG (2003:9 apud NETO, 2019) declara que: “Cabe às 
equipes de educadores das escolas e redes de ensino realizar um trabalho de 
qualidade, a fim de que as crianças, jovens e adultos gostem de aprender arte”. 
É papel do professor oferecer aos alunos novas estratégias pedagógicas de 
aprendizagens significativas em Arte. Neste sentido, as linguagens artísticas como, 
artes visuais, dança, música e teatro apresentam-se como técnicas de expressão do 
pensamento de professores e alunos. O trabalho com artes visuais pode ser iniciado 
com a utilização de fontes de informação e comunicação artística. Para tanto, segundo 
os Parâmetros curriculares Nacionais declaram que: A escola deve colaborar para que 
os alunos passem por um conjunto amplo de experiências de aprender e criar, 
articulando percepção, imaginação, sensibilidade, conhecimento e produção artística 
pessoal e grupal (PCN/Arte, 1997:61 apud NETO, 2019). 
Com a dança é possível conhecer diferentes culturas, além de possibilitar o 
trabalho com a corporeidade das crianças. De acordo com PCN/Artes, 
(1998:74 apud NETO, 2019): “Como isso, poderão estabelecer relações 
corporais críticas e construtivas com diferentes maneiras de ver/sentir o corpo 
em movimento e por tanto, com diferentes épocas e culturas” Trabalhar a 
música desde cedo nos anos iniciais do Ensino Fundamental com as crianças 
é muito importante, pois a voz é o primeiro instrumento que dispõe o aluno. 
O professor além de cantar pode brincar com a voz explorando vários sons, 
pois desenvolvem no aluno competências musicais. 
No que se refere à dança o Referencial Curricular Nacional para a Educação 
Infantil aponta que: No Brasil existem inúmeras danças, folguedos, brincadeiras de 
roda e cirandas que, além do caráter de socialização que representam, trazem para a 
criança a possibilidade de realização de movimentos de diferentes qualidades 
expressivas e rítmicas. (RCNEI, 1998:34 apud NETO, 2019). 
 Através do teatro o aluno poderá aprender a se relacionar e comunicar melhor 
com o outro, manifestando suas idéias e sentimentos através de gestos no jogo teatral. 
De acordo com PCN/Artes (1997) o teatro possibilita “interação e reconhecimento da 
diversidade cultural (diferentes crenças, diferentes hábitos, diferentes narrativas, 
diferentes visualidades). Para IAVELBERG (2003:10 apud NETO, 2019): 
 
15 
 
 
Na opinião de Neto (2019) “Aprender arte envolve a ação em distintos eixos de 
aprendizagens: fazer, apreciar e refletir sobre a produção social e histórica da arte, 
contextualizando os objetos artísticos e seus conteúdos”. Hoje no Brasil temos muitos 
autores que discutem a questão da arte na escola, por este motivo com a finalidade 
de confrontar o que diz a teoria com o que acontece na prática este trabalho analisou 
na escola campo de pesquisa alguns pontos de destaque no livro de IAVELBERG, os 
quais foram fundamentais para compreender a relação entre a teoria e a prática no 
ensino de arte. O papel professor é importante para que os alunos aprendam a 
desenvolver o fazer artístico com prazer e criatividade, para que possam gostar de 
fazer arte ao longo da trajetória estudantil e da vida. Tal gosto por aprender nasce 
também da qualidade da mediação que os professores realizam entre os aprendizes 
e a arte. 
3 FUNDAMENTOS ESTÉTICOS DA ARTE ABERTA À RECEPÇÃO 
 
Fonte: pnld.moderna.com.br 
Na visão de Tavares (2003) este estudo tem como objetivo investigar os vetores 
estéticos que incorporam em seus fundamentos a proposta de abertura para a 
recepção. Primeiramente e por exclusão, analisaremos o porquê de as noções de arte 
como fazer, de arte como conhecimento e de arte como expressão, quando 
 
16 
 
 
manifestas de forma excludente e absolutizadas em si mesmas, não bastarem para 
explicar a idéia de abertura estética. 
Uma forma é uma obra realizada, ponto de chegada de uma produção e ponto 
de partida de uma consumação que articulando-se volta a dar vida, sempre e de novo, 
à forma inicial, sob perspectivas diversas. (UMBERTO ECO apudTAVARES, 2003). 
3.1 Arte como expressão 
A arte não é expressão dos sentimentos, no dizer de Tavares (2003), contudo 
ela pode ter o caráter expressivo, quando este se encontra já manifesto na forma 
apresentada. Como diz Langer: a arte é a "... criação de formas simbólicas do 
sentimento humano". Admite, deste modo, o trabalho do artista como a feitura do 
símbolo emotivo, o qual apresenta a sua significação por meio de formas articuladas 
em um dado meio. Logo, nas palavras da autora, "o que a arte expressa não é um 
sentimento real, mas idéias de sentimentos; ..." 
Nesta circunstância, a arte é pensada como reflexo do estado de ânimo do seu 
emissor, sendo expressa a partir de uma perspectiva subjetiva. Neste caso, 
predomina a função emotiva da linguagem (R. Jakobson), pois a mensagem criada 
visa exprimir a atitude de quem fala. No entanto, contrariamente a essa noção 
baseada no mito de se relacionar a arte à mágica da inspiração, salienta-se o 
pressuposto de a expressão estar perpassada pelos códigos (Gombrich), admitindo-
se que, na criação, o artista se utiliza deles mesmos para poder expressar-se 
(TAVARES, 2003). 
E, neste caso, segundo o autor acima é possível considerar que a obra 
comporta, afinal, qualidades humanas e emotivas como qualidade genuína dela 
própria, mas não como expressão do eu do criador. Assim, em um ato de 
contemplação, não se recupera a emoção do artista, mas, ao contrário, ressalta-se a 
singularidade daquele que percebe desinteressadamente um dado objeto, pois "...o 
objeto percebido desenvolve ante o sujeito toda a sua riqueza sensível, à qual é 
inerente por sua forma um significado: o de que o sujeito lê ao perceber o objeto, e 
não antes ou fora de sua atividade perceptiva". 
 
17 
 
 
Nesta circunstância, subentende-se que a singularidade do que uma pessoa 
sente no ato de contemplação estética não necessariamente é igual à qualidade por 
ela atribuída à obra, ou seja, o reconhecimento da qualidade de uma melodia (por 
exemplo, se ela é alegre ou triste) é distinto das emoções que sente a pessoa quando 
a ouve. 
3.2 Arte como tradução criativa 
Ao pensar o ato de leitura de uma obra de arte como um processo de recriação 
por parte do receptor, é oportuno e pertinente estabelecer semelhança entre este 
papel de leitor criativo, que lhe é dado a desempenhar, e a atividade da tradução. 
Recuperar o conceito de tradução como arte é a premissa que aqui nos conduz a 
pressupor a recepção como esse processo de leitura criativa (TAVARES, 2003). 
Tal processo incorporaria a noção de "afinidade eletiva" e a idéia de "paideuma" 
como elementos que prescreveriam, tal qual no contexto da tradução criativa, a 
solidariedade entre criador e recriador. Além do mais, consideraria o grau de domínio 
que o leitor tem dos códigos como determinante da sua consciência de linguagem, e, 
consequentemente, da maneira como as estratégias de recepção seriam atualizadas. 
Admitida não como uma tradução literal, esta espécie de leitura criativa, a princípio, 
igualaria o autor e o receptor pela mesma competência e desempenho para a 
linguagem, estabelecendo o princípio que alicerça e embasa os pressupostos relativos 
à noção de recriação (TAVARES, 2003). 
3.3 Arte como comunicação e linguagem 
O fato estético não é exclusivamente efetivado a partir da fonte emissora 
Tavares (2003) alega que as possíveis interpretações se concretizam por meio da 
relação entre artista e receptor, mediada por diferentes meios e estabelecida pela 
própria obra enquanto mensagem. Independente da prática artística adotada, o 
criador, ao utilizar códigos diversos, envia uma dada mensagem que, ao ser 
transmitida por meio de um canal, é decodificada pelo receptor. Com base nessa 
dinâmica, evidencia-se um espaço de diálogo entre criador, obra e receptor. Ao 
 
18 
 
 
investigar as possibilidades de produção de sentido no contexto desse espaço de 
troca entre criador e receptor, a estética da comunicação, constituída em 1983 por 
Mario Costa e Fred Forest, propõe-se sobretudo a refletir filosoficamente sobre a 
condição antropológica e as consequentes formas de experiência estética inerentes 
às novas tecnologias da comunicação. 
Ao recuperar a proposta da avant-garde de que novas técnicas transformam o 
regime e as configurações do imaginário, remetendo à elaboração de modelos de 
comportamento adaptados às condições existenciais emergentes, a estética da 
comunicação pretende dar continuidade ao trabalho das vanguardas, no intuito de 
utilizar os instrumentos atuais da comunicação (telefone, televisão, redes telemáticas, 
satélites etc.) para manifestar uma nova sensibilidade e provocar experiências 
estéticas de uma nova espécie (TAVARES, 2003, p. 1). 
Esta teoria pressupõe uma mudança de foco de atuação: passa-se da produção 
de objetos para invenção de modelos e sistemas. O artista propõe seus modelos como 
alternativa, seus próprios valores como ética, perseguindo sua produção simbólica por 
meio de ações transgressoras. Estas atividades procuram revelar a mudança 
emocional a ser liberada pela experiência da presença e ação à distância, e também 
pelo senso de ubiquidade e simultaneidade. Ao tomar como objeto a própria 
comunicação, o artista age sobre o espaço da informação utilizando-se da capacidade 
de metacomunicação. A estética da comunicação não só propõe a troca de objeto, 
mas também a mudança de meios. O artista reintroduz, dentro de sua função 
antropológica original, a noção de estética como sistemas de signos, de símbolos e 
de ações (TAVARES, 2003, p. 1). 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
4 ARTE COMO DISCURSO OU A DISCURSIVIDADE NAS LINGUAGENS 
ARTÍSTICAS 
 
 
Fonte:brasilescola.uol.com.br 
“Expressão é tudo aquilo que, tendo se formado e determinado de alguma 
maneira no psiquismo do indivíduo, exterioriza-se objetivamente para outrem com a 
ajuda de algum código de signos exteriores. A expressão comporta, portanto, duas 
facetas: o conteúdo (interior) e sua objetivação exterior para outrem (ou também para 
si mesmo) ” (BAKHTIN, 2002: 111 apud PASSOS, 2011). 
Aquele que fala (ou aquele que escreve, pinta, interpreta, dança, compõe uma 
obra) deve sempre pressupor que alguém estará recebendo os signos das linguagens 
utilizadas (através dos órgãos dos sentidos) e percebendo ou interpretando seus 
conteúdos. A obra de arte nunca é somente expressão do artista ou criação de formas 
(do ponto de vista da produção), nem somente comunicação com o público ou 
apresentação de conteúdos (do ponto de vista da recepção). A obra de arte pode 
expressar, comunicar, apresentar e criar conteúdo. 
Entendo comunicação musical como duas palavras inseparáveis por 
natureza, já que a música é escrita e interpretada em função de sua 
comunicabilidade, de sua interação com todos os agentes que a realizam 
enquanto fenômeno material autores, obras, intérpretes, ouvintes e imaterial 
história, cultura, repertório, visão de mundo” (SEINCMAN, 2008: 69 apud 
PASSOS, 2011). 
 
20 
 
 
Quando analisamos uma manifestação de linguagem, na opinião de Passos 
(2011) é necessário abordar várias esferas da realidade: o som e a materialidade dos 
objetos são fenômenos físicos; os processos de produção do som da voz e de 
recepção do som e das imagens são processos fisiológicos. Os processos de criação 
do artista e de percepção do público envolvem atividades mentais, sendo processos 
psicológicos. A estes processos devemos somar o contexto social (abordagem 
sincrônica) e o contexto histórico (abordagem diacrônica) onde esta manifestação da 
linguagem acontece. 
4.1 O ENSINO DAS LINGUAGENS ARTÍSTICAS 
Com relação à aprendizagem das linguagens artísticas (ou dos esquemas de 
percepção do código artístico), é necessário diferenciar dois contextos: a formação de 
artistas (relacionado à criação e interpretação de obras de arte) e a formação de 
público (relacionado à recepção e percepção de obras). Emambos os contextos é 
possível reconhecer duas formas de aprendizagem, de apropriação do código 
artístico: por conhecimento e por reconhecimento (CANTO; BRITO; DIAS, 2013). 
De acordo com Bourdieu e Darbel (2003 apud PASSOS, 2011), a aquisição dos 
instrumentos que tornam possível a familiaridade com as obras de arte não pode 
operar senão por uma lenta familiarização que pressupõe o contato repetido e 
contínuo com obras de arte. A forma ideal de aprendizagem, a apropriação de 
conhecimento, pressupõe uma aquisição imperceptível, inconsciente, difusa e total 
dos sistemas simbólicos da arte. A percepção artística depende do controle que o 
espectador detém do código da obra, ou seja, depende de sua competência artística. 
A educação escolar tem (ou pelo menos deveria ter) como uma de suas funções 
a transmissão dos códigos produzidos por uma determinada cultura (“o capital cultural 
e simbólico”), porém o aprendizado destes códigos depende da cultura do indivíduo 
(“seu habitus”) recebida pelo meio familiar e social em que vive. Para alguns 
indivíduos, a cultura escolar é uma herança apropriada pelo conhecimento e para 
outros, é uma “aculturação”, uma apropriação pelo reconhecimento (PASSOS, 2011, 
p. 1). 
 
21 
 
 
Descodificar (compreender) é diferente de identificar (reconhecer) o signo 
compreendido é interpretado em um determinado contexto, sendo variável e flexível 
dependendo do contexto do enunciado. O sinal reconhecido pelo interlocutor é 
identificado, tendo somente um sentido único. Aprender uma nova língua é 
compreender as formas linguísticas dentro do contexto de um discurso. Assim, possuir 
competência artística é ter a capacidade de compreender as formas artísticas (os 
signos) dentro do contexto do discurso do artista e/ou da obra (PASSOS, 2011, p. 1). 
4.2 A DISCURSIVIDADE NAS LINGUAGENS ARTÍSTICAS 
Segundo o especialista Passos (2011) o princípio da visualidade refere-se 
àquilo que toma forma, que se presentifica à frente de nossos olhos, como algo que 
se impregna de matéria, mesmo que onírica, podendo, portanto, apresentar-se diante 
dos “olhos do espírito”. O princípio da sonoridade pode ser definido como aquele da 
evanescência, da passagem do tempo, da desaparição. O princípio fica patente 
naquilo que é feito para passar, como o som, que acontece no tempo, para passar 
com ele e com ele ser levado. 
Das artes visuais (pintura, escultura, fotografia, arquitetura) emerge 
prioritariamente a matriz visual. Em obras cinéticas ou que marcam de alguma forma 
a passagem do tempo aparecem traços da matriz sonora. Da música emerge a matriz 
sonora, porém quando é executada em um concerto ou um show, a matriz visual está 
presente nos corpos dos intérpretes e nos instrumentos musicais (PASSOS, 2011). 
Da literatura emerge fortemente a matriz verbal, a matriz visual pode se fazer 
presente pela imaginação do leitor ou nas imagens ou ilustrações que acompanham 
os textos. O teatro e o cinema adicionam à matriz verbal do texto uma materialidade 
(matriz visual) e uma temporalidade (matriz sonora). Na dança, as matrizes visual e 
sonora são as mais emergentes: a dança se apresenta e passa diante dos olhos do 
público (PASSOS, 2011). 
 
 
 
 
 
22 
 
 
5 ARTE - A ESSÊNCIA PELA EXPERIÊNCIA 
 
 
Fonte: http:www.tribunadonorte.com.br 
 As mais diversas formulações sobre a importância do fazer artístico na 
formação do ser humano convergem a um ponto comum: a arte é um instrumento 
poderoso e fundamental na educação das pessoas e contribui de maneira peculiar 
para sua atuação significativa e pessoal dentro da sociedade. O aprendizado artístico, 
em suas diferentes modalidades, depende diretamente de desenvolvimento da 
percepção, além de englobar aspectos de ordem técnica e estética (RAMPANELLI; 
LIPPMANN, 2013). 
Assim, podemos perceber como as diferentes formas de conhecimento que 
compreendem as chamadas humanidades englobam, entre outros, o ensino da arte e 
a educação estética. A escola brasileira atual, quando justifica sua função através da 
formação do cidadão não só para o trabalho, mas também para viver em sociedade, 
deveria valorizar mais o ensino das humanidades, visto que sua importância já era 
discutida desde o século passado (RAMPANELLI; LIPPMANN, 2013). 
 Fica claro segundo também a necessidade do ensino de arte de forma 
eficiente, significativo e atualizado uma vez que esta é capaz de auxiliar na formação 
de um ser humano mais reflexivo, sistêmico, operante, transformador, um cidadão 
enfim, expressivo e que dialoga com seu tempo e seu espaço via canais estético 
 
23 
 
 
humano-sociais. Acreditamos, portanto, que um ensino de arte que pretende um maior 
alcance educacional, ampliando efetivamente o universo de experiências artísticas e 
estéticas dos nossos alunos, necessita estar alicerçado em uma proposta pedagógica 
que ultrapasse as posturas tradicionais ainda vigentes e que valorize a diversidade e 
a pluralidade da arte também em seus aspectos multiculturais, seja através de suas 
manifestações eruditas ou populares. 
De acordo com Rampanelli e Lippmann (2013) repensando a formação e a 
práxis do arte-educador, julgamos, portanto, necessário aprofundar o compromisso 
com a qualidade da nossa educação e isto, cremos, somente será possível na 
construção permanente do caminho, no embate diário, munidos, mesmo que somente 
com as armas aguçadas da esperança. Sendo a arte um fenômeno eminentemente 
humano, através dela damos sentidos e significados ao mundo que nos rodeia, 
mesmo que estranho e sem sentido, aos poucos, por meio da arte e de suas 
dimensões simbólicas, ganham poder expressivo de representar ideias através de 
linguagens particulares, como a literatura, a dança, a música, o teatro, a arquitetura, 
a fotografia, o desenho, a pintura, entre outras formas expressivas. 
 Deste modo, a arte, vai tornando este mundo que o humano por vezes o 
transformou em um lugar de exclusão e morte em um ambiente mais belo e prazeroso 
de se viver. Ao constatarmos que a arte está presente em nossas vidas, muitas vezes 
de maneira sutil, confirmamos a importância da reeducação do olhar, da valorização 
da arte e sua história para a compreensão do mundo presente (RAMPANELLI; 
LIPPMANN, 2013, p. 1). 
 
24 
 
 
6 A LINGUAGEM VISUAL 
 
Fonte: http:radio.ufpa.br 
Para garantir sua sobrevivência no mundo e preservar seus conhecimentos e 
memória, o ser humano necessita da comunicação através da linguagem oral e 
escrita, veremos que a linguagem visual também tem grande importância no mundo 
humano. A comunicação existe basicamente para satisfazer a três necessidades 
primárias: para que alguém saiba algo, para que alguém faça algo ou para que alguém 
aceite algo (JUNIOR, 2018). 
Um dos modelos de entendimento do processo de comunicação baseia-se nos 
componentes emissor – mensagem – receptor 
 Emissor: aquele que envia ou transmite uma ideia ou sentimento 
através de uma mensagem; 
 Mensagem: o conteúdo da ideia ou sentimento do emissor; 
 Receptor: aquele que recebe a mensagem podendo enviá-la de volta 
ou a outros. 
Conforme JUNIOR (2018) a linguagem funciona como a ordenadora dos 
símbolos da comunicação num contexto de espaço e tempo, através de acordos 
(convenções) estabelecidos por grupos humanos para transmitir determinados 
significados, organizando suas percepções, classificando e relacionando 
acontecimentos para que os símbolos guardem um mesmo sentido para todos que o 
empregam. Talvez por isso tenha sido mais demorado para você identificar alguns 
dos símbolos mostrados anteriormente, por não fazerem parte da sua cultura local ou 
 
25 
 
 
por serem de uma língua estrangeira que você não conhece. A língua que usamos no 
Brasil é o Português, oral e escrito, mas nem todos têm acesso devido ao alto índice 
de analfabetismo no nosso país. Se você estiver lendo esta apostila é por que 
consegue entender um código(a Língua Portuguesa) que é comum à sua localidade. 
Este tipo de linguagem (Português, Inglês, Espanhol etc) chamamos de linguagem 
conceitual. Mas além da linguagem conceitual (oral e escrita) existe também a 
linguagem visual. 
A linguagem visual é simbólica e funciona através de analogias e metáforas. A 
linguagem visual é uma linguagem talvez mais limitada do que a falada, porém mais 
direta. Isto nos mostra que a transmissão de informações no modo visual tem maior 
impacto e efeito no observador, já que utilizamos maneiras mais objetivas através das 
mensagens visuais em seus diversos exemplos (JUNIOR 2018). 
Ver significa essencialmente conhecer, perceber pela visão, alcançar com a 
vista os seres, as coisas e as formas do mundo ao redor. Ver é também um exercício 
de construção perceptiva onde os elementos selecionados e o percurso visual podem 
ser educados (JUNIOR 2018). 
Observar é olhar, pesquisar, detalhar, estar atento de diferentes maneiras às 
particularidades visuais relacionando-as entre si. O saber ver e observar podem ser 
trabalhados de maneira que a pessoa possa analisar, refletir, interferir e produzir 
visualmente através do entendimento da linguagem visual (JUNIOR 2018). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
6.1 Um código ao alcance de todos 
 
 
 
Fonte: publicadosbrasil 
A linguagem visual pode ser encontrada por toda parte aeroportos, rodovias, 
fábricas, conceitua JUNIOR (2018) de compreensão imediata para pessoas de 
idiomas diversos, ela já faz parte da moderna paisagem urbana. A placa com o 
desenho de um avião indica o caminho para o aeroporto; com um prato entre uma 
faca e um garfo alerta que há um restaurante logo ali; o cartaz com um cigarro aceso, 
cortado por uma faixa vermelha, lembra que não é permitido fumar; o contorno de um 
homem ou mulher sobre uma porta informa que ali é um banheiro masculino ou 
feminino; flechas apontam as mãos do trânsito; silhuetas humanas imitando 
determinados movimentos simbolizam atividades esportivas; degraus avisam que há 
uma escada por perto; e a clássica caveira sobre duas tíbias cruzadas adverte: perigo 
à vista. 
 
27 
 
 
Estes são exemplos de glifos, refere JUNIOR (2018) palavra grega que significa 
inscrição se comparados a seus ancestrais os aristocráticos hieróglifos egípcios, os 
modernos até que são sinais muito corriqueiros. Enquanto os egípcios usavam os 
hieróglifos apenas para adornar monumentos, templos e túmulos, os atuais glifos 
podem ser encontrados por toda parte. A tal ponto estão incorporados à paisagem 
urbana, em lugares públicos, mas também em fábricas e escritórios que chegam a ser 
uma imagem de modernidade. Hieróglifos, em grego, significa inscrições sagradas. 
Mas os glifos atuais são apenas utilitários. Eles foram se espalhando à medida que a 
revolução nos transportes e comunicações produziu o turismo internacional de massa, 
pondo a circular pelo mundo milhões de pessoas pouco familiarizadas com a língua 
dos países visitados. 
Daí a necessidade de uma linguagem que pudesse ser compreendida por 
qualquer um, principalmente em lugares grandes, movimentados e complexos, como 
os aeroportos, onde a informação rápida e precisa é fundamental não apenas para os 
viajantes como também para o funcionamento do próprio sistema (JUNIOR, 2018). 
Aliás, essa é mais uma diferença entre os atuais e antigos glifos. Enquanto os 
sinais dos egípcios eram de propósito indecifráveis para os mortais comuns, os atuais 
só têm sentido se forem facilmente identificáveis pelo maior número possível de 
pessoas de todas as condições. No meio de tantas diferenças, há pelo menos uma 
semelhança. Cada qual à sua maneira, os dois tipos de glifos são bonitos. Os atuais, 
como resultado de muitas pesquisas dos especialistas em arquitetura, comunicação 
visual, arte gráfica e design. Os antigos, como resultado de uma valorização cultural 
comparável às tradicionais formas de arte, como a pintura ou a escultura (JUNIOR, 
2018). 
 
28 
 
 
7 MÚSICA: ORIGEM, LINGUAGEM E EPISTEMOLOGIA 
 
Fonte: aupex.com.br 
 Na atualidade são poucas as instituições de ensino formal brasileiro que tem 
trabalhado a música como uma linguagem auxiliar para o desenvolvimento psíquico, 
social, mental e físico do indivíduo. Essa nobre função tem sido priorizada por algumas 
instituições de ensino não formal e pelas ONGs, muitas delas, desenvolvendo 
trabalhos pedagógico-musicais voltados para a educação especial e para as crianças 
e jovens em situação de risco social. Nestes organismos vislumbra-se um ensino 
musical com vistas ao aprimoramento da percepção, da sensibilidade, da 
concentração, da sociabilidade, da coordenação corporal, da afetividade, da 
disciplina, das emoções, ou um ensino para crianças e jovens que não teriam 
condições monetárias de aprender um instrumento e almejam obter esse aprendizado 
(LIMA, 2017). 
 A inclusão da música no ambiente educacional, principalmente na 
educação básica, traz de volta parte da função a ela destinada pelos antigos 
gregos. Nesse período, além do seu valor estético, a música tinha um sentido 
fisiológico, ético e era considerada componente importante para a formação 
da personalidade humana (LIMA, 2007). 
 Platão via na música um elemento essencial para a educação do indivíduo. Para 
ele todos os gregos deveriam aprender música. A teoria ética da música desenvolvida 
pelo filósofo Damon e, mais tarde aprimorada por Platão, acreditava que a virtude 
podia ser ensinada e a música, quando utilizada de modo correto, era um dos meios 
mais idôneos para se atingir esse objetivo (FUBINI, 1999, p. 59 apud LIMA, 2017). 
 
29 
 
 
7.1 A MÚSICA NA ESCOLA: OBJETIVOS E FORMAS DE APLICAÇÃO 
Abre-te! Abre-te ouvido, para os sons do mundo, abre-te ouvido para os sons 
existentes, desaparecidos, imaginados, pensados, sonhados, fruídos! Abre-
te para os sons originais, da criação do mundo, do início de todas as eras. 
Para os sons rituais, para os sons míticos, místicos, mágicos. Encantados. 
Para os sons de hoje e de amanhã. Para os sons da terra, do ar e da água. 
Para os sons cósmicos, microcósmicos, macrocósmicos. Mas abre-te 
também para os sons de aqui e de agora, para os sons do cotidiano, da 
cidade, dos campos, das máquinas, dos animais, do corpo, da voz.... Abre-
te, ouvido, para os sons da vida... (FONTERRADA apud SCHAFER, 1992, p. 
10 -11 apud CHIQUETO; ARALDI, 2009 apud CHIQUETO; ARALDI, 2009). 
Várias definições versam sobre o significado de música: “Música é alguma 
coisa de que se gosta; música é som organizado com ritmo e melodia; música é som 
agradável aos ouvidos; música é arte ou música é uma atividade cultural relativa ao 
som” (SCHAFER, 1996, p.25 apud SIQUEIRA, 2008). 
A proposição estabelecida de maneira pioneira, prioriza o contato com a 
natureza como representativo dos sons naturais, projetando atividades que venham a 
reproduzir tais sons. 
A música é parte integrante da formação humana. Sempre interagindo com seu 
meio, o homem concebeu e confeccionou instrumentos variados, criou e exercitou 
diferentes cânticos, desenvolvendo com a linguagem musical uma relação cada vez 
mais rica e múltipla. Segundo Brito (1998 apud CHIQUETO; ARALDI, 2009), a música 
é uma forma de linguagem que faz parte da cultura humana desde tempos remotos. 
É uma forma de expressão e comunicação e se realiza por meio da apreciação e do 
fazer musical. Entre as características da linguagem musical, é possível destacar o 
caráter lúdico, ressaltando que a música é um jogo de relações entre som e silêncio; 
a existência de diferentes sistemas de composição musical; que o ruído pode ser, 
também, material musical e que a idéia musical é autônoma. 
Durante o processo de musicalização, a criança desenvolve a capacidade de 
expressar-se de modo integrado, realizando movimentos corporais enquanto canta ou 
ouve uma música. De acordo com Souza (2000, p. 17 apud CHIQUETO; ARALDI,2009), “A tarefa básica da música na educação é fazer contato, promover experiências 
com possibilidades de expressão musical e introduzir os conteúdos e as diversas 
funções da música na sociedade, sob 10 condições atuais e históricas”. 
 
30 
 
 
Essa perspectiva destaca a necessidade de conhecer as realidades dos alunos 
e compreender como eles se relacionam com música fora da escola, em quais 
situações, sob que formas, por quais processos e procedimentos, com que objetivos, 
com quais expectativas e interesses, para que seja possível construir práticas 
pedagógico-musicais significativas, práticas essas que, ao incorporar as experiências 
musicais extra-escolares dos alunos, possam ser ampliadas e aprofundadas (SOUZA, 
2000 apud CHIQUETO; ARALDI, 2009). 
7.2 ORIGEM DAS NOTAS MUSICAIS 
Os nomes das pessoas sempre nascem inspirados em algo ou alguém. Os 
nomes das notas musicais, também. Antigamente, as notas não tinham nome. Isso 
dificultava a memorização dos sons. Segundo a lenda, a origem dos nomes das notas 
musicais dó, ré, mi, fá, sol, lá, si está na música coral medieval. O monge italiano. 
Cuido d'Arezzo (aprox. 990-1050) criou o sistema para nomear as notas. As seis 
primeiras notas vieram das sílabas iniciais das 6 primeiras frases do hino de louvor a 
São João Batista, padroeiro dos cantores medievais. Escrito por Paolo Diacono 
(aprox. 720-799), cada frase tinha uma escala acima da anterior, exatamente como 
as notas fundamentais (SANDRONI, 2012). 
7.3 MÚSICA COMO CIÊNCIA 
O que são as notas musicais? Nota musical é o nome que se dá a cada 
elemento que compõe o som. Formada por um único modo de vibração do ar, cada 
nota tem uma duração e uma frequência diferente. 
E o que isso tem a ver com Ciências? Tudo! Afinal, o som é um fenômeno físico. 
O som é constituído por uma onda (ou conjunto de ondas) propagada no ar em 
determinada frequência. A unidade utilizada para descrever o som em nomenclatura 
física é o Hz (hertz). Se as ondas tiverem frequência de 20Hz a 20.000Hz, o ouvido 
humano as receberá vibrando na mesma frequência, produzindo sensações neurais, 
a que damos o nome de som. Estas sensações podem variar, de acordo com a faixa 
de frequência captada. Quando a frequência é inferior a esse valor, entre 20Hz a 
 
31 
 
 
100Hz, por exemplo, o som é registrado pelos ouvidos como grave, e quando a 
frequência é elevada (acima de 400Hz, por exemplo) ele soa de forma aguda 
(SIQUEIRA, 2008). 
As frequências propagam-se em um determinado intervalo de tempo e podem 
ser mais longas ou mais curtas, refere o autor acima o que determina sua duração. 
Quando vemos as notas dispostas numa pauta, elas não estão lá casualmente. A 
posição que cada uma delas ocupa representa a sua altura. A combinação de notas 
é o que produz a arte da música. Quando elas são tocadas ao mesmo tempo, 
produzem a harmonia. Já a sequência com que elas são tocadas define a melodia. 
7.4 APRECIAÇÃO, EXECUÇÃO E COMPOSIÇÃO 
Segundo Hentschke e Del Ben (2003 apud CHIQUETO; ARALDI, 2009), as 
atividades de composição, execução e apreciação são aquelas que propiciam um 
envolvimento direto com a música, possibilitando a construção do conhecimento 
musical pela ação do próprio indivíduo. Portanto, essa proposta foi estruturada sob o 
tripé: apreciação musical, execução musical e criação/composição musical. Ao final 
das atividades do projeto, os alunos vivenciaram cada um desses momentos e, por 
relacionarem-se de maneira flexível, as práticas foram intercaladas, dependendo do 
rendimento e grau de interesse da turma. 
 • Apreciação Musical: O sentir e o perceber são formas de apreciação e 
apropriação das criações artísticas. Foi feita através da visualização e da audição de 
experiências já feitas e composições criadas por diversos artistas com a utilização de 
materiais alternativos, a fim de despertar a sensibilidade estética e artística. O uso 
criativo de materiais alternativos para a realização musical, analisados em vídeos e 
escutas de CDs, foi colocado em discussão e estudo durante as aulas. Foram 
enfocados grupos como o Uakti, que serve de inspiração para a construção de 
instrumentos com tubos de PVC, madeira, vidro; shows como o grupo inglês Stomp e 
Patubatê, que parte de situações do cotidiano para criar números musicais com 
baldes, panelas, jornais, isqueiros, bolas, etc.; e os americanos do Blue Man Group, 
que utilizam o PVC de forma diferente do Uakti, inserindo seus instrumentos em show 
performáticos (CHIQUETO; ARALDI, 2009). 
 
32 
 
 
• Execução Musical: Foram realizadas práticas musicais individuais e em grupo, 
que desenvolveram a musicalidade com os materiais escolhidos, formando conceitos 
musicais através da aquisição de habilidades com o manuseio do som criado com 
diversos aparatos. Foram trabalhadas as qualidades do som: Altura, duração 
intensidade e timbre, mencionadas conforme os questionamentos durante as 
experimentações com os objetos e instrumentos alternativos (CHIQUETO; ARALDI, 
2009). 
• Composição Musical: Possibilitou que os alunos produzissem um trabalho 
artístico com sons alternativos, desenvolvendo suas capacidades cognitivas, afetivas 
e psicomotoras através de combinações de sons e movimentos corporais. Os alunos 
experimentaram esse processo de maneira individual ou em grupo, de modo a se 
expressar pela música, com objetos sonoros e instrumentos musicais confeccionados 
por eles. Estudos mostram que tais atividades (apreciação – execução – composição) 
se retroalimentam (SWANWICK e FRANÇA, 1999 apud CHIQUETO; ARALDI, 2009) 
ou seja, o desenvolvimento musical do aluno por meio da apreciação, certamente 
influenciará a sua atividade de execução e/ou composição e vice-versa. 
No entendimento de Beineke (2003 apud CHIQUETO; ARALDI, 2009), é 
principalmente na proposta da composição e arranjo que cada aluno colabora 
segundo seus interesses, trazendo suas preferências musicais e assumindo funções 
diversas no uso de suas habilidades, fazendo surgir o instrumentista, o arranjador, o 
cantor, o maestro e o ouvinte crítico. 
 É importante citar também as Diretrizes Curriculares de Arte para a Educação 
Básica (2008), que recomenda ao professor contemplar o conjunto de conhecimentos 
ligados à organização, articulação, registro e produção dos sons, de maneira a criar 
ou identificar uma estrutura musical, reconhecendo-a auditivamente. O aluno deve ser 
capaz de ampliar sua percepção sonora e musical, memorização, organização sonora, 
registro, execução e interpretação dos sons memorizados e registrados, de modo a 
compreender e avaliar o que foi experimentado e apreciado. O estudo sobre essa 
temática, permitiu a fundamentação e a instrumentalização para implementar a 
proposta em sala de aula. A seguir apresentamos os resultados das aulas e seus 
desdobramentos. 
 
33 
 
 
7.5 A MÚSICA, O LÚDICO E A APRENDIZAGEM ESCOLAR 
Segundo Siqueira (2008) o comportamento das crianças, diante da música, 
tem-se modificado no decorrer dos tempos. Há algumas décadas mais 
especificamente em relação ao canto o repertório infantil era, basicamente, oral e, 
predominantemente, formado por canções folclóricas. Certamente havia um contexto 
onde essas canções faziam sentido. É muito comum se ouvir dizer que “os jogos e as 
atividades lúdicas não servem para nada e não têm nenhuma significação dentro das 
escolas, a não ser na educação física”. Teóricos endossam que as atividades lúdicas 
em geral são de fundamental importância na aprendizagem de qualquer criança. Esta 
fase psicológica do lúdico na infância é exaustivamente objeto de estudos de teóricos 
como Freud. 
8 MÚSICA POPULAR 
 
 
Fonte: efemeridesdoefemello.com 
A Música Popular Brasileira (MPB) tem suas origens no Brasil colônia, a partir 
da mistura de vários estilos Leal (2006) alega que a MPB surgiu quando brancos, 
índios e negros integraram os ritmos e os sons de suas etnias e os disseminaram em34 
 
 
todas as classes sociais. Entre os séculos XVI e XVIII, por exemplo, havia em nosso 
país a presença das cantigas populares, dos sons de origem africana, das fanfarras 
militares, das músicas religiosas e músicas eruditas europeias, além dos cantos 
indígenas e sons tribais. 
Nos séculos XVIII e XIX, com o desenvolvimento e aumento demográfico das 
cidades, os ritmos mais marcantes foram o Lundu e a Modinha. O Lundu, de origem 
africana, possuía um forte caráter sensual e uma batida rítmica dançante. Já a 
Modinha, de origem portuguesa, trazia a melancolia e falava de amor numa batida 
calma e erudita (LEAL, 2006). 
Nos saraus, espécie de reunião onde se recitavam poemas e se cantavam 
músicas em tardes e noites cariocas, os dois gêneros causavam furor entre os jovens 
enamorados. Eram nestes encontros musicais que se podiam ouvir pianos, violas e 
cantores diletantes, derramando lirismo e sarcasmo (LEAL, 2006). 
A Modinha refere o autor acima foi gênero lírico, cantando o amor impossível, 
as queixas dos apaixonados e desiludidos. Já o Lundu era gênero cômico com letras 
engraçadas e cheias de duplo sentido, que levavam os ouvintes às gargalhadas 
muitas vezes. O mais importante compositor e cantor de modinhas e lundus, no século 
XVIII, Domingos Caldas Barbosa, era um padre que não usava batina e tocava viola. 
Na segunda metade do século XIX, surge o Choro ou Chorinho, a partir da 
mistura do Lundu, da Modinha e da Dança de Salão Europeia. Em 1899, a cantora 
Chiquinha Gonzaga compõe a música Abre Alas, uma das mais conhecidas 
marchinhas carnavalescas da história (LEAL, 2006). 
De acordo com PAULA (2008) a história do choro iniciou em meados do século 
XIX, época em que as danças de salão passaram a ser importadas da Europa. A 
abolição do tráfico de escravos, em 1850, provocou o surgimento de uma classe média 
urbana, composta por pequenos comerciantes e funcionários públicos, geralmente de 
origem negra, segmento de público que mais se interessou por esse gênero de 
música. No início do século XX começam a surgir as bases do que seria o Samba. 
Dos morros e dos cortiços do Rio de Janeiro, começam a se misturar os batuques e 
rodas de capoeira com os pagodes e as batidas em homenagem aos orixás. O 
carnaval começa a tomar forma com a participação expressiva de ex-escravos e seus 
descendentes. 
 
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O ano de 1917 é um marco, pois Ernesto dos Santos, o Donga, compõe o 
primeiro samba que se tem notícia: Pelo Telefone. Neste mesmo ano, aparece a 
primeira gravação de Pixinguinha, importante cantor e compositor da MPB do início 
do século XIX. Com o crescimento e popularização do rádio nas décadas de 1920 e 
1930, a Música Popular Brasileira cresce ainda mais. Nesta época inicial do rádio 
brasileiro, destacam-se os seguintes cantores e compositores: Ary Barroso, Lamartine 
Babo, Dorival Caymmi, Lupicínio Rodrigues e Noel Rosa. Surgem também os grandes 
intérpretes da música popular brasileira: Carmen Miranda, Mário Reis e Francisco 
Alves (PAULA, 2008). 
Nos anos de 1940 na visão de Fagundes (2017) ganha destaque no cenário 
musical brasileiro Luiz Gonzaga, o "rei do Baião". Nesta mesma época surgiu o 
Samba-Canção, com um ritmo mais calmo e orquestrado, e canções que falavam 
principalmente de amor. Destacam-se neste contexto musical: Dolores Duran, 
Emilinha Borba, Dalva de Oliveira, Ângela Maria e Caubi Peixoto. 
Na década de 1950 surge a Bossa Nova, um estilo sofisticado e suave. 
Destaque para Elizeth Cardoso, Tom Jobim e João Gilberto. A Bossa Nova leva as 
belezas brasileiras para o exterior, fazendo grande sucesso, principalmente nos 
Estados Unidos (FAGUNDES, 2017). 
A televisão começou a se popularizar em meados da década de 1960, 
influenciando na música. Nesta época, a TV Record organizou o Festival de Música 
Popular Brasileira. Nestes festivais são lançados Milton Nascimento, Elis Regina, 
Chico Buarque de Holanda, Caetano Veloso e Edu Lobo. Neste mesmo período, a TV 
Record lança o programa musical Jovem Guarda, onde despontam os cantores 
Roberto Carlos e Erasmo Carlos e a cantora Wanderléa. No final da década de 1960, 
as músicas "Domingo no parque", de Gilberto Gil, e "Alegria, alegria", de Caetano 
Veloso, deram início ao movimento musical chamado Tropicalismo, organizado não 
só por esses dois compositores, como também por Tom Zé, Os Mutantes e Torquato 
Neto (MENEGUEL, 2016). 
Na década de 1970, vários músicos começam a fazer sucesso nos quatro 
cantos do país. Nara Leão grava músicas de Cartola e Nelson do Cavaquinho. Vindas 
da Bahia, Gal Costa e Maria Bethânia fazem sucesso nas grandes cidades. O mesmo 
acontece com Djavan (Alagoas), Fafá de Belém (Pará), Clara Nunes (Minas Gerais), 
 
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Belchior e Fagner (Ceará), Alceu Valença (Pernambuco) e Elba Ramalho (Paraíba). 
No cenário do rock brasileiro destacam-se Raul Seixas e Rita Lee. No cenário funk 
aparecem Tim Maia e Jorge Ben Jor (MENEGUEL, 2016, p. 1). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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