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Resenha Cap.2 A Família de A origem da familia da propriedade privada e do estado

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História - 1ª fase 
RESENHA DO CAPÍTULO “A FAMÍLIA” - 1a VERSÃO
ENGELS, Friedrich. A Família. In:	. A Origem da Família da propriedade
Privada e do Estado. Tradução de Leandro Konder e Aparecida Maria Abranches. 6. ed. Rio de Janeiro: Bestbolso, 2020. p. 34- 101
Este capítulo, assim como a obra possui como autor o filósofo alemão Friedrich Engels, possuidor de uma vasta gama de obras voltadas a análise social. Coautor da teoria do socialismo cientifico com o também filósofo Karl Marx, em que juntos partilham a autoria de diversas obras, como é o caso do livro “Manifesto Comunista”.
Engels nesta obra reúne um compilado de estudos e análises realizadas pelos antropólogos, Lewis H. Morgan e Johann J. Bachofen, e comentários de Karl Marx, dentre outros estudiosos, assim como suas próprias pesquisas sobre os assuntos debatidos no livro. Dos quais se dará ênfase ao capítulo intitulado “A família”, em que se é analisado de que forma as estruturas de união familiar progrediram da pré-história ao século XIX, portanto, as consequências que cada período atribuiu a esse sistema.
A partir da pesquisa de Morgan, em que o mesmo divide e subdivide o tempo histórico em três épocas: o Estado Selvagem, subdividido em fase inferior, fase média e fase superior, a Barbárie, que é subdividida da mesma maneira que sua antecessora, e pôr fim a Civilização. Assim sendo cada período representado por uma ou mais categorias de união familiar.
O autor cita observações feitas sobre alguns povos havaianos e povos iroqueses dos quais se parte o estudo sobre a família. Possivelmente as primeiras uniões familiares foram constituídas pelo matrimónio por grupo ou classes, composto da seguinte forma: uma mulher se unia igualmente a todos os homens assim como um homem se unia igualmente a todas as mulheres do grupo pertencente. Dessa forma os filhos pertenciam a todos, assim como suas responsabilidades, já que apenas a maternidade poderia ser confirmada.
Engels defende o matrimónio por grupo de comentários de demais estudiosos em que relacionam esta instituição com um sistema promiscuo e sem organização, onde o autor de
forma fascinante explica detalhadamente variadas formas organizacionais desse sistema. Pos- suidores de um sistema, matriarcal com linhagem feminina, em que nem sequer havia a alusão ao ciúme assim possibilitando um crescimento desses grupos. Encontrando-se no período do Estado Selvagem à medida que avançam as fases passam a excluir parentes, como será visto adiante. Em alguns trechos é possível sentir uma sutil sátira por parte do autor, o que suaviza e aproxima o leitor da obra, trazendo estimulo e euforia.
A medida que o matrimónio por grupos evoluiu acaba por se tornar a família punaluana, que a partir de um sistema de parentesco, elimina as relações sexuais entre pais e filhos, após isso também se elimina relações com os irmãos uterinos e mais tarde com os irmãos colaterais (que no futuro distante serão chamados primos e sobrinhos). É apresentado nesse trecho sobre duas classes em que são casados entre si, porém não pode haver nenhuma relação dentro da própria classe, somente com aquela com qual possui compromisso. Momento que se marca entrada para o período da Barbárie.
Na família sindiásmica, o matrimônio de grupos, ainda é presente, porém passam a de- monstrar uma preferência para uma única mulher ou um único homem, assim ainda possuindo outros “cônjuges”. O autor enfatiza que essas ainda não podem ser chamados de favoritos. A crescente evolução das gens e as dificuldades do matrimônio pelo sistema de parentesco, torna- se a cada dia mais complicado para contrair o matrimônio por grupo, indo a rumo ao período da civilização.
Até aquele momento o papel masculino e seus bens baseavam-se na caça e seus instru- mentos, enquanto o feminino era voltado a vida doméstica e seus utensílios, portanto, com a criação dos rebanhos a caça passava a não ser uma atividade necessária, então o gado passava ser um instrumento pertencente ao homem assim como tudo o que o auxiliava. Aqui surge a primeira ideia de propriedade privada, onde Engels pontua ser provável que inicialmente toda gens era possuidora de tal riqueza. Se tem o auge da Barbárie.
Engels pontua que a primeira divisão de classes é entre o homem e a mulher, pois, nesse momento ainda era permitido a poligamia para os homens, e do contrário as mulheres passavam a seguir regras mais rígidas em relação a sua fidelidade já que agora possuidores de riquezas queriam que seus filhos recebessem a herança e somente os seus, portanto, necessitando de fidelidade suas esposas criando o fenômeno do patriarcado. Com certeza é um marco infeliz em que até o momento presente suas consequências são sentidas pelas mulheres.
São esses primeiros sinais da família monogâmica que se consolida ao longo dos séculos perpetuando um matrimónio por contrato, apenas por causas econômicas. Marca o período da civilização segundo Morgan. Pode-se concluir que a forma como é escrita torna-se um texto exuberante os olhos do leitor. Em inúmeras passagens, pode-se notar que Engels possui um pensamento muito além de seu tempo onde é fácil se indagar se o mesmo realmente escreveu sua obra no século XIX.

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