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21 anos de 'O Auto da Compadecida'

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21 ANOS DE 'O AUTO DA COMPADECIDA', FILME QUE RETRATOU O JEITO BRASILEIRO DE SER
Cena do filme 'O Auto da Compadecida' (2000) - Divulgação/Lereby Produções e Globo Filmes
"Não sei, só sei que foi assim!" Entre versos e prosas, os personagens levam o expectador para o que tem de melhor no nosso país, o jeito do brasileiro. Mostrado de forma pejorativa por uns, salvando a vida de outros, em o Auto da Compadecida, de Guel Arraes, poupou até a alma de alguns.
O mentiroso, João Grilo (Matheus Natchergaele), e o covarde, Chicó (Selton Mello), dão início a uma jornada de intrigas, golpes e trapalhadas em meio ao sertão do Nordeste. Com sátiras e piadas nada prontas, o longa encantou ao país inteiro, mostrando que o cinema nacional é como o Brasil: grande e próspero.Divulgação/Lereby Produções e Globo Filmes
A obra homônima de Ariano Suassuna (1955) inspira o filme, que foi parar nas telonas no ano de 2000, e trouxe o retrato de dois trapaceiros, do coronelismo barato de uma cidade pequena e da força superficial que a igreja exerce em uma comunidade.
Boas gargalhadas
Entre corrupção religiosa, matrimônios corrompidos e os atrapalhados protagonistas, a encenação cômica abre espaço para boas gargalhadas e o público fica na torcida pelos pobres homens que vivem de truques para ter o que desejam, mas no fim, as coisas sempre parecem ruir, mesmo que façam mais esforço para trapacear do que fariam para trabalhar.
As atuações de Selton e Mateus são perfeitas, porém não tiram o brilho do elenco de apoio, que é um time de peso. Marco Nanini, Fernanda Montenegro, Lima Duarte, Maurício Gonçalves, Diogo Vilela e Denise Fraga são alguns dos nomes que ajudaram esse projeto a se tornar umas das melhores obras que já se passou nas telinhas de nosso país.
Divulgação/Lereby Produções e Globo Filmes
Ao todo, essa reunião de gigantes conquistou 6 premiações e 3 indicações, dentre eles o Grande Prêmio Cinema Brasil e Miami Brazilian Film Festival. Mas, com certeza, seria digna de um Óscar, só não decidimos para quem.
Medos e faltas
A fábula do cangaço tomou vida nas mãos desses atores, isso, sem contar a cena icônica da morte de todos eles, em que João Grilo apela à Nossa Senhora e, com um verso tocante e engraçado, a mãe de Jesus desce e deixa todos sem ter o que fazer. Além, da bela lição de moral sobre como os homens apelam para os caminhos marginalizados a partir de seus medos e faltas.
A antagonismo desses dois personagens é o ponto homogêneo do longa, enquanto um é extremamente corajoso e perspicaz, ou outro é sempre cuidadoso, porém disposto, mesmo que sobre tentativas falidas de fazer o parceiro mudar de ideia.
Divulgação/Lereby Produções e Globo Filmes
Isso no cinema é muito mais que o Batman e Robin, é uma fórmula para uma dupla que deixa a sintonia perfeita e pronta para ser consumida com atenção e admiração. Aquilo parece real aos olhos do público, afinal, quem não tem na rua um vizinho extremamente inteligente, mas não usa o dom para nada de bom, ou mesmo, um que é ingênuo e cai em todas as tramoias que passam por sua frente.
A química entre os atores ficou irresistível, e toda a projeção, mesmo que tenha passado na televisão antes, levou 2 milhões de pessoas ao cinema, isso porque não importa quantas vezes você assistiu, as risadas são certeiras.
Divulgação/Lereby Produções e Globo Filmes
Agora vou relatar algumas curiosidades sobre o universo deste filme. 
1. Foi filmado no interior da Paraíba, na cidade de Cabeceiras, na Roliúde Nordestina, um grande estúdio a céu aberto;
2. Arraes e Suassuna eram vizinhos e cresceram na mesma rua;
3. O figurino de Marco Nanini pesava 8 quilos;
4. Suassuna afirmou que Mateus está impecável no longa;
5. O filme veio de uma série de 4 episódios na televisão brasileira;
6. A personagem Rosinha é apenas citada na versão original, porém ganhou mais destaque na obra de Arraes;
7. As roupas dos protagonistas foram lixadas e tingidas várias vezes para parecerem velhas;
8. Antônio Fagundes já interpretou Chicó e Regina Duarte a Compadecida, em uma versão mais antiga.
Esse feito do cinema nacional deve ser comemorado todos os anos, uma obra literária sem igual e transmitida.

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