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Thais Alves Fagundes DOENÇAS TÚBULO-INTERSTICIAIS ASPECTOS DA NORMALIDADE · Glomérulo, túbulos proximal e distal (localizados no córtex) · Túbulo proximal: células e citoplasma volumosos (menor visualização do lúmen dos túbulos), eosinófilo (rosa). · Túbulo contorcido distal: células e citoplasma menos volumosos (maior visualização do lúmen dos túbulos), menos eosinófilo. NECROSE TUBULAR AGUDA (NTA) Etiologia: Distúrbios hemodinâmicos: · Má perfusão sanguínea renal: causa mais importante de IRA. · Estado de choque: causa mais frequente de NTA. · Lesões isquêmicas sem preferência por algum segmento tubular. · Nem sempre ocorre “necrose”, podendo predominar alterações degenerativas. · Macroscopia: córtex renal pálido, por distúrbio hemodinâmico. · Microscopia: · Dilatação dos túbulos renais. · Células necróticas descamadas, podendo estar no lúmen do túbulo. · Regeneração do epitélio tubular, com visualização de figuras de mitose (imagem 3). · Cilindros granulosos, formados pela descamação de células necróticas para o lúmen tubular. Nefrotóxica: · Nefrotoxicidade: agentes químicos, medicamentos e outros produtos, biológicos ou não. · Efeito lesivo do agente agressor depende do tipo de agente e de fatores associados ao indivíduo. · Preferência pelos túbulos proximais. · Microscopia: · Dilatação dos túbulos · Células necróticas descamadas, no lúmen do túbulo. · Regeneração do epitélio tubular, com visualização de figuras de mitose. INFECÇÕES URINÁRIAS Definição: processo infeccioso que acomete a via urinária, dos rins a bexiga. Etiologia: bactérias gram-negativas (E.coli – enterobactéria que coloniza a região perineal) Fatores de risco: · Mulheres (uretra mais curta e próxima ao ânus), com exceção no primeiro ano de vida · Gravidez (estase urinária e proliferação de bactérias) · Obstrução urinária (estase urinária) · Procedimentos invasivos no trato urinário · Diabetes · Imunossupressão · Refluxo vésico-ureteral e intra-renal Patogênese: · Vias de infecção. Microorganismos atingem os rins por três vias: · Ascendente ou urinária: colonização da uretra e ascensão por bactérias da região perianal, contaminação da bexiga, causando quadro de cistite. · Refluxo vesico-ureteral: · Incompetência da válvula vesicoureteral. · Permitindo o retorno da urina para o ureter. · Devido a processo inflamatório infeccioso na parede da bexiga. · Alterando a contratilidade vesical, havendo refluxo e ureterodilatação. · Caso a urina esteja contaminada, pode haver contaminação do rim (túbulos renais). · Descendente ou hematogênica: septicemia. · Linfática: conexão entre os linfáticos intestinais com os linfáticos renais. PIELONEFRITE AGUDA Definição: infecção purulenta aguda do parênquima renal, que ocorre a partir da cistite, por via ascendente. Aspectos clínicos: dor lombar, febre alta, sinal de Giordano, disúria, algúria, polaciúria (STUI associados à cistite). · Dor lombar associada ao processo inflamatório renal agudo. · Gerando edema e distensão da cápsula renal. Aspectos laboratoriais: piúria, hematúria, cilindros purulentos ou leucocitários. Evolução: · Cura com tratamento. · Abscessos e sepse (imunossupressão). · Necrose papilar – papila é a área menos vascularizada do rim (diabéticos, desenvolve alterações vasculares). · Recidivas (fatores de risco – alteração urológica anatômica). Macroscopia: complicações · Áreas de exsudado purulento, branco-acinzentadas, na superfície do parênquima renal. · Abscesso renal, área encapsulada (imunossupressão). · Necrose papilar ou papilite necrosante, áreas brancas (diabetes). Microscopia: · Glomérulo, túbulos proximal e distal (córtex renal) · Infiltrado inflamatório de polimorfonucleares · Hemácias, em decorrência do processo inflamatório agudo e aumento da permeabilidade vascular, causando o extravasamento de hemácias em algumas áreas do parênquima renal. PIELONEFRITE CRÔNICA Definição: infecção crônica do parênquima renal, associada a presença de fibroses. · Infecção aguda e resposta inflamatória cronifica. · Ativação de fibroblastos, com produção e colágeno e formação de áreas de fibrose. Etiologia: · Refluxo vesico-ureteral (mais comum) · Obstrutiva: nefrolitíase Aspectos clínicos: doença de curso lento, diagnóstico tardio, sintomatologia branda, pielonefrite aguda prévia. Evolução: cura ou perda da função renal (DRC). Aspectos laboratoriais: cilindros hialinos (proteína). Macroscopia: · Rim diminuído de tamanho, com superfície externa irregular, devido a presença de fibrose. · Cápsula renal não descola da superfície com facilidade. Microscopia: · Glomérulo, túbulos proximal e distal (córtex renal) · Intensa atrofia tubular · Infiltrado inflamatório mononuclear (pontos basofílicos - círculo) · Cilindros hialinos / de proteína: material amorfo hialino no interior dos túbulos renais (seta cheia). · Túbulos renais dilatados, revestidos por células hipotróficas, interior com material hialino (seta cheia). · Fibrose (seta pontilhada) UROPATIA OBSTRUTIVA · Obstrução súbita e completa: dilatação aguda das vias urinárias. · Obstrução subtotal ou intermitente: dilatação progressiva vias urinárias. · Obstrução uretral: bexiga de esforço, hipertrofia e dilatação – trabeculações e divertículos. · Obstrução unilateral: pode ser assintomática. · Obstrução bilateral: primeira alteração tubular, com incapacidade de concentrar a urina. LITÍASE URINÁRIA Aspectos clínicos: · Assintomáticos e descobertos pelas complicações (pielonefrite aguda). · Sintomáticos: cólica nefrética (dor súbita intensa, associada ao deslocamento do cálculo pelo ureter, pode haver lesão e hematúria). Complicações: litíase gerando obstrução e complicações, pela estase urinária · Pielonefrite · Hidronefrose: · Infecções urinárias recorrentes Fatores predisponentes: · Aumento da concentração dos elementos constituintes e diminuição de inibidores da formação de cristais. · Estase urinária. · Infecções urinárias. · Alterações do pH e diminuição do volume urinário (aumento da ingestão hídrica leva a diluição dos constituintes dos cálculos e aumento o fluxo urinário, com eliminação dos cálculos formados). Cálculo coraliforme: Dilatação e atrofia do parênquima renal, fibrose HIDRONEFROSE · Dilatação do sistema pielocalicial (seta). · Cálculo impactado na junção ureteropélvica. · Causa estase urinária na pelve e cálices. · Aumentando a pressão. · Hipotrofia do parênquima renal: · Aumento da pressão comprime os vasos. · Levando a isquemia com hipotrofia ou atrofia do parênquima renal (IRC). DOENÇAS VASCULARES RENAIS HIPERTENSÃO ARTERIAL Hipertensão benigna: · Grande maioria dos casos (95%) · Cifras tensionais não são muito elevadas (PAS < 200mmHg e PAD < 110 mmHg) · Complicações graves são tardias · Longa sobrevida Hipertensão maligna: · Minoria dos casos (5%) · Cifras tensionais são muito altas (PAS > 200mmHg e PAD > 110 mmHg) · Complicações graves são comuns e precoces – meses ou poucos anos · Sobrevida curta · Mais comum em afrodescendentes Nefroesclerose vascular benigna: · Comprometimento renal causado pela hipertensão arterial benigna. · Esclerose das arteríolas renais e das pequenas artérias. · Associado ao depósito de material amorfo hialino na parede desses vasos, que se torna espessada. · Diminuição do lúmen, levando a isquemia focal do parênquima. · Aumento da resistência vascular periférica e manutenção do estado hipertensivo. · Pode evoluir com insuficiência renal com uremia (incomum) · Principalmente após muito tempo de evolução ou pela presença de comorbidades associadas. · Macroscopia: · Rim de tamanho reduzido (< 10-12 cm). · Superfície externa finamente granular – áreas de fibrose do parênquima renal (isquemia focal do parênquima gera fibrose). · Microscopia: alterações nas arteríolas e artérias renais Arterioloesclerose hialina ou hialinose intimal: · Espessamento da parede dos vasos: deposição de material amorfo/hialino – sem células –, originado das proteínas do plasma, que se deposita na parede dos vasos. · Diminuição do lúmen dos vasos. · Fibroelastose: duplicaçãoda lâmina elástica no vaso. Nefroesclerose vascular maligna: · Comprometimento renal na hipertensão maligna ou fase maligna (acelerada) de hipertensão por outra causa. · Hipertensão maligna: mais comum em indivíduos mais jovens, do sexo masculino e afrodescendentes. · Hipertensão benigna em fase maligna. · Complicações mais comuns e mais precoces: · Retinopatia hipertensiva acentuada. · Hemorragias do sistema nervoso central. · Infarto do miocárdio. · Insuficiência renal grave. · Macroscopia: · Rim de tamanho normal (10-12 cm) – tempo de evolução curto, não há tempo do rim estar reduzido. · Superfície externa lisa. · Pequenos pontos enegrecidos, que representam áreas de petéquias (pequenas hemorragias). · Microscopia: · Hemorragia intratubular: justificam as petéquias. · Necrose fibrinoide arteriolar: · Necrose do vaso com formação de trombo no interior. · Parede do vaso pode romper, originando hemorragias pequenas. · Arterioloesclerose hiperplásica: · Espessamento acentuado da parede dos vasos. · Lúmen acentuadamente reduzido. · Causado por hiperplasia, isto é, proliferação de células principalmente fibroblastos. · Fibrose em “casca de cebola”, visto que ocorre de forma concêntrica. Nefroesclerose vascular: · Arterioloesclerose hialina: deposição de material amorfo/hialino, originado das proteínas do plasma. · Arterioloesclerose hiperplásica: proliferação de células principalmente fibroblastos. · Hipertensão benigna que evolui para maligna, havendo as duas alterações vasculares.
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