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Thais Alves Fagundes NEOPLASIAS DO TRATO URINÁRIO NEOPLASIAS RENAIS CARCINOMA DE CÉLULAS RENAIS / HIPERNEFROMA / ADENOCARCINOMA RENAL Epidemiologia: 80% das neoplasias renais. Gênero masculino. Pico: 6ª década de vida Fatores de risco: tabagismo, obesidade, exposição à carcinógenos Classificação: esporádico: mais comum. Hereditário: associado a síndrome de Von Hippel-Lindau, apresentando com tumores múltiplos e tumores em outras localidades – que não são metástases –, como na adrenal, SNC. Alterações do gene VHL: gene supressor de tumor, com função de regular o ciclo celular e angiogênese. Manifestações clínicas: maioria permanece assintomática por longo tempo. • Sinais clássicos: hematúria, dor e massa palpável – aparecem tardiamente. • “Simulador”: sintomas gerais e inespecíficos. Síndromes paraneoplásicas: hipercalcemia, anemia, disfunção hepática, leucocitose. Diagnóstico precoce: depende de exames de imagem, que podem ter sido realizados por outros motivos. Morfologia: • Aspectos macroscópicos: o Tumor localizado nos polos (pontas) renais. o Aspecto ovalado, de coloração amarelada, pois células possuem o citoplasma rico em lipídeos. o Áreas vermelho-escuro constituem áreas de necrose e hemorragia. o Septos fibrosos de coloração pardacenta/brancacenta, no interior da lesão. • Aspectos microscópicos: Carcinoma de células claras → subtipo histológico mais comum de carcinoma de células renais Originado de células epiteliais que revestem os túbulos renais (não se origina de adipócitos). o Células amplas, núcleos pequenos, pouca atipia celular. o Citoplasma amplo e claro (rico em lipídeos). o Lesão ricamente vascularizada, sujeita à hemorragia vista do ponto de vista macroscópico. o Necrose isquêmica. Evolução e prognóstico: relação com estadiamento. Fatores de pior prognóstico: • Tamanho do tumor > 7 cm. • Múltiplos tumores. • Invasão de estruturas regionais, como veia renal. • Metástase a distância (grande tendência em produzir metástases, para linfonodos ou órgãos sólidos). Thais Alves Fagundes TUMOR DE WILMS / NEFROBLASTOMA Epidemiologia: • Pico: 2 - 4 anos (13% das neoplasias em indivíduos < 15 anos) Classificação: • Esporádico (mais comum) • Associados a outras síndromes e malformações congênitas variadas. Gene WT-1: gene supressor de tumor Manifestações clínicas: massa palpável abdominal, dor abdominal, hematúria, HAS (70%), febre, anemia e leucocitose. Metástases: linfonodos, pulmões e fígado Morfologia: • Macroscopia O Rim preservado (seta contínua) O Tumor (seta pontilhada) ▪ Tumor sólido pardacento ou brancoacizentado. ▪ Áreas de necrose e hemorragia. • Microscopia: Originado da proliferação de células pequenas de padrão embrionário e semelhante às estruturas renais. O Trifásico: ▪ Componente epitelial: estruturas semelhantes aos túbulos renais (epitélio) – seta azul. ▪ Componente blastematoso / blastema: células hipercoradas, pouco diferenciadas, dispostas formando ninhos ou arranjos difusos – seta amarela. ▪ Componente estromatoso / estromal: área de tecido mais claro, semelhante ao tecido conjuntivo (estroma), associado à área rosa de necrose coagulativa. Prognóstico: • Estadiamento: lesão unilateral ou bilateral – pior prognóstico. • Idade: < 2 anos – melhor prognóstico. • Grau de anaplasia/atipia: maior atipia – pior prognóstico. Thais Alves Fagundes NEOPLASIAS DA BEXIGA Tumores de maior importância: neoplasias uroteliais (uroteliomas ou neoplasia de células transicionais). Clínica: hematúria sem dor, em geral macroscópica; urgência miccional (tumores mais volumosos). Propedêutica: citologia (análise das células da urina), cistoscopia (“endoscopia” da bexiga), histopatologia. Etiologia: • Tabagismo: alteração do epitélio que reveste a bexiga. • Exposição ocupacional: indústria petroquímica, de corantes, entre outros. • Drogas: ciclofosfamida (imunossupressor) e fenacetina (anti-inflamatório, pouco usado no Brasil). • Estase urinária (maior tempo de contato de carcinógenos da urina com a bexiga) e infecção crônica (produção de citocinas, que podem ter efeito mutagênico sobre o epitélio da bexiga). • Defeitos genômicos: inatividade dos genes p53 e RB, supressores de tumor. • Infecção: Schistosoma haematobium e carcinoma escamoso, ocorre no Egito, sendo pouco comum no Brasil. Epidemiologia: na bexiga, mais de 80% dos casos ocorrem após 50 anos. Gênero: 3-4 H : 1 M Papiloma (1 a 2% dos tumores vesicais) Carcinoma de células transicionais / C. urotelial invasivo (90% das neoplasias da bexiga) Indivíduos mais jovens Lesão única, pequena (< 2 cm) e pediculada Composto por estruturas alongadas chamadas papilas, projeções ricamente vascularizadas. Pode sofrer lacerações e hemorragia - hematúria. Tumor solitário ou multifocal. Critério histológico para diagnóstico: Infiltração/Invasão das células neoplásicas na base do tumor (parede da bexiga) ou eixo conjuntivo das papilas Regiões que possuem vasos sanguíneos, havendo a possibilidade do desenvolvimento de metástase. Papilas: projeções que compõem a lesão, revestidas por células endoteliais. Eixo conjuntivo-vascular: projeções possuem esse eixo, composto por tecido conjuntivo e vasos (hematúria). Não ocorre infiltração do estroma pelas células neoplásicas Bexiga aberta, contendo massa vegetante e áreas amareladas de necrose e avermelhadas de hemorragia. Células neoplasias invadem o estroma, podendo atingir vasos, havendo metástase. Carcinoma urotelial in situ / neoplasia urotelial de baixo potencial de malignidade: lesão plana da mucosa do trato urinário. Limitada à espessura do urotélio (sem crescimento papilífero ou invasão). Papilas delicadas, com maior espessura do urotélio que as revestem, maior atipia e núcleos aumentados. Não há invasão dos vasos ou da bexiga, essencial para classificar uma neoplasia urotelial como maligna. Microscopia: hipercelularidade na espessura do epitélio; células atípicas, não têm polaridade. Transicionais -> <- Urotelial in situ
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