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IMUNOLOGIA MÉDICA LUIZA LOPES CARVALHO 
 
Sistema Complemento 
• Historicamente, esse sistema foi descoberto por 
Bordet e Gengou em meados de 1890, como 
proteínas termo-lábeis presentes no plasma ou no 
soro sanguíneo que atuavam na lise de bactérias 
(Bacteriólise) ou no aumento da fagocitose de 
bactérias (Opsonização), daí deriva o nome 
Complemento, que complementa as atividades 
anti-bacterianas dos anticorpos. 
 
• É um conjunto formado na sua maior parte de cerca 
de 30 proteínas plasmáticas ou séricas (solúveis), 
sintetizadas por hepatócitos (desde o primeiro 
trimestre da vida fetal) e por macrófagos (no local da 
inflamação) que podem ser ativadas através de 3 
diferentes vias, com reações sequenciais ou em 
cascata. Cada componente ativado é capaz de ativar 
um outro componente do sistema complemento. 
Além disso, esse sistema faz parte da estrutura da 
Imunidade Inata. 
 
• Vale ressaltar que no momento da inflamação, você 
não irá produzir as proteínas do Complemento, uma 
vez que elas já estarão presentes no plasma, apenas 
serão ativadas (ganharão atividade enzimática). 
 
OBS: 
 
PLASMA- Sangue sem células 
SORO- Plasma sem fatores de coagulação 
SORO INATIVADO- Ao tirar os elementos do Sistema 
Complemento 
 
 
Nomenclatura: 
 
• MOLÉCULAS PRECURSORAS: C (1-9) – Via Clássica – 
e B,D,P (Via Alternativa). 
 
• FRAGMENTOS/SUBUNIDADES: Letras a, b → 
Quando o elemento do complemento é clivado, gera 
2 fragmentos. O ‘’b’’ é sempre o que fica na 
superfície alvo (membrana), os quais têm ação 
direta, e o ‘’a’’ são pró-inflamatórias → Exceção disso 
é o que ocorre com o C2 (C2a permanece na 
membrana e o C2b irá para o local da inflamação). 
 
 
 
• COMPONENTE INATIVADO: Prefixo i (iC3b) – 
Unidade que está na membrana de forma inativa. 
 
• PRODUTO ATIVO: Barra (C1s com uma barra em 
cima) (Atividade enzimática) 
 
OBS: C3 (responsável por quase todas as funções do 
complemento e responsável por desencadear 
outras) é o de maior concentração no soro, uma vez 
que o centro das funções do complemento depende 
das subunidades de C3 - C3a e C3b. Todas as vias do 
complemento produzem a molécula que quebra o C3 
→ Ou seja, as três vias têm como função gerar uma 
enzima que quebra o C3 (C3-convertase) → Gera a 
C3b que induz as funções do complemento. 
 
 
Ações biológicas: 
 
• OPSONIZAÇÃO: ‘’Tempera o microorganismo’’ 
 
-É a tentativa de aumentar a capacidade do 
organismo de reconhecer os agentes agressores, ou 
seja, aumenta os pontos de reconhecimento através 
de anticorpos associados a Elementos do sistema 
Complemento. 
 
-As células fagocíticas apresentam receptores: do 
tipo tool like que reconhecem os PAMP’s (presente 
em bactérias); que reconhecem anticorpos; 
receptores que reconhecem o complemento. 
 
OBS: Não precisamos de anticorpos (contra alguma 
proteína presente na bactéria) nem complemento 
para o reconhecimento da Bactéria, pois 
reconhecemos PAMP’s. Mas se tivermos o ataque é 
mais efetivo - Opsonização máxima (Adição do 
anticorpo e complemento, PAM’P’s já são naturais 
da bactéria). 
 
OBS: Não precisa do anticorpo para ativar o 
complemento, mas se tiver ativa ainda mais o 
complemento. 
 
-LISE CELULAR: Não é causada pelo C3, mas sem C3b 
não ocorre. 
 
-ATIVAÇÃO LEUCOCITÁRIA 
 
-QUIMIOTAXIA: Atração das células fagocíticas ao 
local da inflamação. 
IMUNOLOGIA MÉDICA LUIZA LOPES CARVALHO 
 
-REGULAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE E 
INFLAMATÓRIA: Vasodilatação no local da 
inflamação + Aderência e passagem dos fagócitos 
pelo endotélio. 
 
OBS: A musculatura lisa do Endotélio apresenta 
receptores para C5a e C3a, os quais promovem o 
relaxamento dessa musculatura para aumentar seu 
tamanho e contração do endotélio. No caso, 
mantém o quadro promovido pela histamina, 
ajudam a manter a vasodilatação (De forma direta) 
ou através da ativação de células do sistema imune 
que apresentam receptores para o complemento e 
secretam produtos que mantém a inflamação 
(Indireta). 
 
OBS: As subunidades ‘’a’’ são pró-inflamatórias, 
também podem ser chamadas de Anafilotoxinas – 
Podem induzir Anafilaxia (Resposta inflamatória 
além da região local). 
 
 
 
Maléficas: Geralmente são em decorrência de falhas 
no processo de inativação do Complemento. 
 
 
Vias de ativação do Complemento: 
 
1- VIA CLÁSSICA: Depende de resposta imune-
adquirida, ou seja, essa via é dependente de 
anticorpo. Serve contra o câncer, por exemplo. 
Ativação pela presença do complexo anticorpo-
antígeno. Proteínas C1, C4 e C2. 
 
-A ligação do anticorpo ao antígeno promove a 
mudança conformacional das proteínas (Anticorpo), 
que abre o sítio de ligação para o C1 (Formado por 
seis moléculas de C1q, duas de C1s e duas de C1r → 
Subunidades do C1 que faz parte do complemento). 
C1 começa a via clássica de ativação do 
complemento. 
 
 
-C1q é a parte do C1 que reconhece o anticorpo, ao 
se ligar, ativa o C1r e C1s que apresentam função 
enzimática - Clivam C4. (Se ativam primeiro para 
depois ativar o restante do Sistema complemento). 
 
-Ficam todos juntos, formando uma estrutura 
C1qr2s2, a qual se liga a um IgM (anticorpo 
pentamérico) ou se ligar a dois IgG 
simultaneamente. IgM é o melhor anticorpo para 
ativar o complemento. OU SEJA, PARA C1 ATIVAR 
A VIA CLÁSSICA HÁ A NECESSIDADE DE 1 IgM OU 2 
IgG. 
 
-Resumo da Via Clássica: 1 IgM ligado ou 2 ou mais 
IgG ligados ativam a abertura do sítio da C1, C1q se 
liga ao anticorpo e vai ativar C1r e C1s que irão ativar 
o restante do sistema complemento. C4 é carreado 
até o local (pois foi atraído pela ativação do C1) e 
encontra o C1r e C1s ativados, o qual será clivado por 
eles formando C4a (ação inflamatória - vai para o 
endotélio - edema; linfa; continua na parte líquida) e 
C4b (vai para a superfície do microorganismo). C1 
ajuda a iniciar a quebra do C2 e quem conclui é o C4b 
gerando C2a e C2b. C4b unida ao C2a (na superfície) 
ganha a função de C3-convertase (de tipo C4b2a 
com barra) que inicia a ação do complemento. A 
C4b2a cliva C3 em C3a (ação solúvel) e C3b (fica na 
superfície e será somado ao PAMP’s para reconhecer 
mais fácil a bactéria - Opsonização). 
 
OBS: O que é importante para ativar a cascata da via 
clássica: C1 e complexo anticorpo-antígeno. 
 
 
 
OBS: 
Quem ativa o Complemento: C1 (‘’Ligar o carro’') 
 
Quem induz as funções do Complemento: C3b 
gerado pela C3-convertase (‘’Andar com o carro’’). Se 
desligar o C3, desliga o complemento – Sem função. 
 
 
 
IMUNOLOGIA MÉDICA LUIZA LOPES CARVALHO 
 
OBS: ‘’Uma pessoa que nasce sem C3 e gera C3- 
convertase, não vai ter função do complemento, mas 
ativou o complemento. Pois C1 foi ativado e formou 
a C3-convertase.’’ 
 
2- VIA DAS LECTINAS: Reconhecimento específico de 
açúcares presentes na bactéria. Estrutura inicial de 
ativação é o que diferencia a via da lectina da 
clássica. Não depende de anticorpos. Proteínas 
MBLMASP, C4 e C2. 
 
-MBL (Lectina ligante de Manose) reconhece 
estrutura de açúcares que envolve manose, ou seja, 
não depende de anticorpos e C1. Nesse MBL há 
moléculas de MASP1 (cliva C4 e C2; faz a função de 
C1) e MASP2 (cliva C3 diretamente). 
 
-MBL quando reconhece o açúcar presente na 
bactéria se liga e ativa o MASP1, o qual cliva C4, 
originando C4a e C4b, além de clivar o C2 em C2a e 
C2b, promovendo a união do C2a com o C4b, 
formando a C3-convertase do tipo C4b2a. Enquanto 
que o MASP2 ativado, quando MBL se liga, é a C3 
convertase direta. Ou seja, a Via da Lectina ativa 
dois C3 simultaneamente - C4b2a é formado e o 
MASP2 é ativado. 
A C3 convertase cliva C3 e gera a C3a e C3b 
(Opsonina). 
 
-Quanto mais C3-convertase, mais quebraC3 e mais 
rápido a ação do complemento. Se com 1 bactéria 
consegue ativar as 3 vias, opsoniza melhor → 
Sistema de Redundância 
(Várias vias para a mesma coisa - Ser mais efetivo). 
 
-Resumo da Via das Lectinas: MBL reconhece 
açúcares em bactérias, levando a ativação de MASP1 
que promove a formação da C3-convertase do tipo 
C4b2a. MASP-2 ativado é C3-convertase direta. 
 
 
3- VIA ALTERNATIVA: Espontânea na presença de 
bactérias Gram +. Produtos da via clássica podem 
servir para ativar a via alternativa. Independe de 
anticorpo. Pode ativar sozinha ou amplificação das 
duas outras vias. Proteínas C3, B e D. 
 
-Precisa de C3b para começar a funcionar. Ele pode 
aparecer de duas maneiras: Das outras vias do 
complemento e advindo do C3 hidratado (da 
circulação sanguínea) na parede celular de algumas 
bactérias gram+ que pode ser clivado em C3a e C3b 
(autoclivagem). 
 
-Após a chegada do C3b, há a interação dele com o 
Fator B (estava no plasma). O Fator D interage com o 
complexo C3b-Fator B, o qual cliva o Fator B, 
formando duas subunidades: Ba e Bb. Há a união do 
C3b e a subunidade Bb → C3 convertase do tipo 
C3bBb com barra. 
 
-Resumo da Via Alternativa: Fator B se liga a um C3b 
(proveniente de autoclivagem em Bac Gram + ou das 
vias do complemento). Fator D cliva fator B 
formando a C3 convertase do tipo C3bBb. 
 
 
 
 
TODAS AS VIAS JUNTAS: 
 
 
 
 
 
 
 
IMUNOLOGIA MÉDICA LUIZA LOPES CARVALHO 
 
Consequências do Sistema: 
 
• OPSONIZAÇÃO: 
 
- C3b é uma importante opsonina. 
 
-Reveste o microrganismo e se liga aos receptores 
(CR1-4) nos macrófagos e neutrófilos. 
 
• RECRUTAMENTO CELULAR E ATIVAÇÃO: 
 
-C4a, C3a, C5a (anafilotoxinas-desgrunalização) 
 
-C3a, C5a (quimiotáticos) 
 
• REMOÇÃO DOS COMPLEXOS IMUNOLÓGICOS: 
 
-C3b-Ac-Ag liga-se aos receptores CR1 nos 
eritrócitos, passam pelo fígado, baço onde são 
capturados pelos macrófagos. 
 
Lise bacteriana: Via Lítica 
 
-C4b2a ou C3bBb (C3-convertases), as quais clivam 
C3 em C3a e C3b (vai para a superfície da bactéria). 
Porém o C3b pode se ligar a C3-convertase, o que o 
faz mudar de função → Formando C4b2a3b e 
C3bBb3b (C5-convertase = C3b + C3-convertase), a 
que leva ao início da Via Lítica. A C5-convertase cliva 
a C5, gerando C5a e C5b. O objetivo é formar um 
poro na membrana da bactéria → MAC (Complexo 
de ataque à Membrana). 
 
-C5b é atrativo para a molécula C6 e se liga a ele. 
C5b6 atrai o C7 → C5b67 se adere à superfície da 
bactéria ou célula (C7 permite adesão, mas para isso 
precisa estar unido ao C5 e C6). Ao se aderir, C5b67 
serve de modelo para a entrada de C8, o qual 
atravessa a membrana, não vai para dentro da 
célula, permanecendo na superfície 
(transmembrana). C8 serve de guia para a formação 
do poro. Esse conjunto (C5b678) faz a polimerização 
de C9, ou seja, encaixa moléculas de C9 uma do lado 
da outra, até o fluxo de C9 gerar um poro na 
membrana. Esse poro dará a Lise da bactéria: 
Material intracelular vai sair, dá a possibilidade de 
entrada de outras substâncias, desequilíbrio 
eletrolítico. Neutrófilo irá ‘’lutar’’ contra a bactéria 
já não estando 100%. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Proteínas inibitórias: Controle 
-É realizado por proteínas solúveis e ligadas a 
membrana de diferentes tipos de células. 
 
-As proteínas regulatórias inativam vários 
componentes do S.C. 
 
-C3b que pode se ligar em células do hospedeiro 
sofre hidrólise espontânea se se difundir a distâncias 
superiores a 40mm da C4b2a ou C3bBb. 
 
-Algumas proteínas de membrana impedem a 
formação do poro se os componentes do S.C forem 
da mesma espécie que a célula alvo. 
 
-No momento que a proteína do Sistema 
Complemento atua, a proteína inibitória já a inibe, 
para evitar que afetem células saudáveis. Ativa mais 
do que a quantidade de inibitória consegue segurar. 
A taxa positiva é maior que a negativa. 
 
-Inativando C4b inativou a C3-convertase, já, se 
inativar o C3b, inativa o complexo de ataque à 
membrana, ativação de complemento por desligar a 
via alternativa. 
 
-Inibidor de C1 - Tira o C1r e C1s ou tira o MASP do 
MBL. Logo, simultaneamente ao desligar o C4b, 
inibe-se o C1rs (C1 para de funcionar). 
 
-CD59 bloqueia o complexo de ataque a membrana 
(Se liga ao C5b678 e impede a polimerização do C9). 
 
-Ou seja, inibe principalmente o início, a geração de 
C3-convertase e a atuação do C5b678. 
 
 
 
 
 
IMUNOLOGIA MÉDICA LUIZA LOPES CARVALHO 
 
 
 
OBS: Por que há a necessidade de um Sistema que 
inibe o complemento? Pois, se não desligado, pode 
atacar o próprio corpo. 
 
 
Subunidades: 
 
C5a - Inflamatório 
C5b- Inicia o complexo de ataque a membrana 
C6- Se liga a C5 e forma o aceptor para a C7 
C7- Se liga ao C6, se o mesmo estiver ligado ao C5b, 
permite a ligação a membrana 
C8- Se liga ao C5b67 e começa a polimerização de C9 
C9- Promove a Lise 
 
C1q- Se liga ao antígeno 
C1r- Ativa o C1s 
C1s- Clivagem do C4 e C2 
C4b - Se liga ao C2 e termina a clivagem 
C4a- Mediador da inflamação 
C3b- Ligação a superfície, opsonina, ativação da via 
alternativa e ativação de ataque a membrana 
C3a - Mediador da inflamação 
 
 
Receptores do S.C: 
CR1- Eritrócito, macrófago, monócito, linfócito B, Nk 
e outros. Capturar o que for opsonizado por C3b e 
C4b; Estimula a fagocitose e Transporte de imuno-
complexo pelo eritrócito. 
 
CR2- Linfócito B. C3d, C3b inativo. 
 
CR3- Macrófagos, monócitos. C3b inativo. Mesmo 
inativo serve como opsonina. 
 
CR4- Macrófagos, Monócitos. C3b inativo. Mesmo 
inativo serve como opsonina. 
 
C1q- Linfócitos B, macrófagos, monócito. C1q.

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