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Actinomicose: Infecção por Actinomyces

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Actinomicose 
 
O Actinomyces é uma bactéria 
gram-positiva com aparência 
filamentosa, semelhante às hifas 
dos fungos, daí a origem do nome 
da doença: actinomicose. Ela 
pertence à ordem 
Actinomycetales, 
família Actinomycetaceae, gênero 
Actinomyces. 
Actinobactérias: Actinomyces sp., 
Dermatophilus sp. 
• Gram positivos 
• Filamentosos 
• Alguns formam esporos 
• Saprófitas: solo interação 
com raízes de plantas 
(simbiose) 
• Compostagem 
• Biodegradação do petróleo 
• Alguns causam doenças 
(oportunistas) 
• Bastonetes retos e 
filamentosos 
• Formam ideogramas 
(caracteres chineses) 
• Gram positivo 
• Não formam esporos 
• Imóveis 
• Anaeróbios facultativos 
(podem se desenvolver com 
O2 também) 
• Oportunistas da cavidade 
oral (imunossuprimidos) 
• Edema gengival, supuração 
(abscessos) e granulomas 
Características 
 
• Bactéria da microbiota (oral, 
principalmente*) 
• Inoculação por 
trauma/procedimento 
 
• Infecção com grânulos de 
enxofre (pus) no local 
• Drenagem para superfície 
* Infecções pulmonares de 
orofaringe ou aspiração de 
secreções 
Cultivo 
 
• Agar sangue 
• Agar chocolate 
• Agar triptose 
• Agar BHI 
• Agar Mueller-Hinton 
(antibiograma) 
*Actinomyces sp cresce dentro do 
halo! 
Diagnóstico 
• Coleta de pus de feridas 
• Citologia de nódulos 
• Biopsia (histopatologia) de 
nódulos 
• Leite (mastites em suínos) 
 
A actinomicose é uma infecção 
anaeróbia hematogênica ou 
localizada crônica causada 
por Actinomyces israelii e outras 
espécies de Actinomyces. Os 
achados são abscesso local com 
múltiplas loculações de drenagem, 
pneumonite semelhante à 
tuberculose e sintomas sistêmicos 
de grau leve. O diagnóstico é feito 
pelo aparecimento típico 
combinado com identificação 
laboratorial. O tratamento é feito 
com antibióticos por períodos 
prolongados e cirurgia. 
Os agentes causativos, espécies 
de Actinomyces (mais 
comumente, A. israelii), estão 
muitas vezes presentes de maneira 
comensal em gengivas, tonsilas e 
dentes e podem estar presentes 
nos intestinos e na vagina. Porém, 
muitas infecções, se não a maioria 
delas, são polimicrobianas, com 
outras bactérias (anaeróbios orais, 
estafilococos, 
estreptococos, Aggregatibacter [a
ntigamente, Actinobacillus] actino
mycetemcomitans, 
Enterobacteriaceae) 
frequentemente cultivadas das 
lesões. 
A actinomicose ocorre com mais 
frequência em adultos do sexo 
masculino e apresenta-se de várias 
formas: 
• Cervicofacial (mandíbula 
cheia de protuberâncias): a 
porta de entrada mais 
comum é doença 
periodontal. 
• Torácica: a doença pulmonar 
resulta da aspiração de 
secreções orais. 
• Abdominal: a doença resulta 
presumivelmente de uma 
ruptura na mucosa de um 
divertículo ou do apêndice 
ou durante trauma. 
• Uterina: esta forma pélvica 
localizada de actinomicose é 
uma complicação de certos 
tipos de dispositivos 
intrauterinos (DIU). 
• Generalizada: a 
disseminação de locais 
primários raramente ocorre, 
presumivelmente por via 
hematogênica. 
 
Sinais e sintomas 
 
A lesão característica da 
actinomicose é uma região 
endurecida formada por vários 
pequenos abscessos que se 
comunicam, envoltos em tecido 
de granulação. As lesões tendem a 
formar áreas de loculação que se 
comunicam com a pele e drenam 
uma secreção purulenta contendo 
grânulos de “enxofre” 
(arredondados ou esféricos, 
normalmente amarelados e 
com ≤ 1 mm de diâmetro). 
Grânulos de enxofre, que não 
contêm enxofre, são assim 
denominados por causa da sua 
aparência amarela; eles consistem 
em uma massa emaranhada de 
filamentos ramificados 
de Actinomyces. A infecção 
dissemina-se aos tecidos contíguos, 
mas raras vezes 
hematogenicamente. 
 
• A forma 
cervicofacial normalmente 
se inicia como um edema 
pequeno, duro, achatado, 
com ou sem dor, sob a 
mucosa oral ou a pele do 
pescoço, ou como um 
edema subperiósteo da 
mandíbula. 
Subsequentemente, áreas 
amolecidas aparecem e 
seios e fístulas se 
desenvolvem, drenando os 
grânulos de enxofre 
característicos. Podem ser 
afetados bochecha, língua, 
faringe, glândulas salivares, 
ossos cranianos, meninges 
ou cérebro, normalmente 
por extensão direta. 
• Na forma abdominal, os 
intestinos (em geral o ceco e 
o apêndice) e o peritônio 
são infectados. Dor, febre, 
vômitos, diarreia ou 
constipação intestinal e 
emagrecimento são 
característicos. Surgem uma 
ou mais massas abdominais 
que provocam sinais de 
obstrução intestinal parcial. 
Pode haver drenagem de 
seios e fístulas intestinais 
estendendo-se para a 
parede abdominal externa. 
• Na forma pélvica localizada, 
as pacientes que utilizam 
DIU têm secreção vaginal 
juntamente com dor pélvica 
ou na região inferior do 
abdome. 
• Na forma torácica, o 
envolvimento pulmonar se 
assemelha à tuberculose. 
Invasão extensa pode 
ocorrer antes do surgimento 
de dor torácica, febre e 
tosse produtiva. Como 
resultado, pode haver 
perfuração da parede do 
tórax, com seios de 
drenagem crônicos. 
• Na forma generalizada, a 
infecção se dissemina 
hematogenicamente para 
corpos vertebrais, cérebro, 
fígado, rins, ureteres e (em 
mulheres) órgãos pélvicos. 
Podem ocorrer sintomas 
diversos relacionados com 
estes locais, como dor 
dorsal, cefaleia e dor 
abdominal. 
 
Diagnóstico 
 
• Microscopia 
• Cultura 
A suspeita da actinomicose é 
clínica, sendo confirmada pela 
identificação de A. israelii ou 
outros Actinomyces spp por 
microscopia e cultura de escarro 
(idealmente obtido por 
endoscopia), pus ou amostra de 
biópsia. Exames de imagem (p. ex., 
radiografias de tórax, TC de 
abdome ou tórax) são muitas vezes 
feitos dependendo dos achados. 
No pus ou tecido, o microrganismo 
aparece como grânulos de enxofre 
característicos ou como massas 
aglomeradas de filamentos 
bacterianos ondulados ramificados 
e não ramificados, células 
inflamatórias e debris, circundados 
por uma zona externa de 
filamentos brilhantes hialinos 
radiantes e refratários na forma de 
bastão que incorporam a 
coloração por hematoxilina-eosina 
no tecido, mas são positivos na 
coloração de Gram. Notificar o 
laboratório sobre a suspeita de 
actinomicose porque são 
necessários procedimentos 
especiais para isolar e identificar 
esses organimos. 
Nódulos em qualquer local podem 
simular crescimentos malignos. 
Lesões pulmonares devem ser 
distinguidas de tuberculose e 
câncer. A maioria das lesões 
abdominais ocorre na região 
ileocecal e são de difícil 
diagnóstico, exceto durante 
laparotomia ou quando há 
drenagem na parede abdominal. 
Prognóstico 
A actinomicose tem evolução 
lenta. O prognóstico relaciona-se 
diretamente ao diagnóstico 
precoce e é muito favorável na 
forma cervicofacial e 
progressivamente pior nas formas 
torácica, abdominal e 
generalizada, especialmente se 
houver envolvimento do sistema 
nervoso central. 
Tratamento 
• Altas doses de penicilina 
A maioria dos pacientes com 
actinomicose responde a 
antibióticos, mas a resposta 
costuma ser lenta por causa da 
extensa enduração tecidual e da 
natureza relativamente avascular 
das lesões. Portanto, o tratamento 
deve ser continuado por pelo 
menos 8 semanas e 
ocasionalmente por ≥ 1 ano, até 
que sinais e sintomas se resolvam. 
Doses altas de penicilina G (p. ex., 
3 a 5 milhões de unidades por via 
intravenosa IV], a cada 6 horas) 
são geralmente eficazes. Penicilina 
V (1 g por via oral], 4 vezes ao dia) 
pode ser substituída após 
aproximadamente 2 a 6 semanas. 
Tetraciclina, 500 mg, por via oral, a 
cada 6 h, ou doxiciclina, 100 mg a 
cada 12 horas pode ser dada em 
vez de penicilina. Minociclina, 
clindamicina e eritromicina são 
também eficazes. Os antibióticos 
podem ser ampliados para cobrir 
outros patógenos cultivados de 
lesões. 
O tratamento da actinomicose 
pélvica associadaa DIUs também 
envolve a remoção do DIU. 
Doença pélvica extensa pode 
exigir a drenagem dos abscessos 
intra-abdominais, às vezes com 
histerectomia e salpingo-
ooforectomia. 
Alguns relatos informais sugerem 
que terapia hiperbárica com 
oxigênio ajuda. 
Podem ser requeridos 
procedimentos cirúrgicos extensos 
e repetidos. Algumas vezes, 
pequenos abscessos podem ser 
aspirados; os grandes são 
drenados e as fistulas são resolvidas 
cirurgicamente. 
• Doença branda: 2-6 meses 
• Doença grave: 6-12 meses 
Em bovinos: 
• Iodeto de sódio 10% (1g/12kg 
p.v.), i.v. 
(dose única) 
• Isoniazida (10-20mg/kg), 
p.o., 30 dias 
• Incisão cirúrgica e 
drenagem (abscessos) 
Pontos chave 
• A actinomicose geralmente 
envolve múltiplos abscessos 
pequenos que se comunicam 
por meio de fístulas que 
drenam uma secreção 
purulenta. 
• A infecção tipicamente 
envolve o pescoço, a face, 
os pulmões ou os órgãos 
abdominais e pélvicos. 
• Microscopicamente, 
o Actinomyces aparece 
como grânulos distintivos de 
"enxofre" (partículas 
arredondadas ou esféricas, 
geralmente amareladas 
com ≤ 1 mm de diâmetro) ou 
como massas emaranhadas 
de filamentos bacterianos 
ondulados ramificados e não 
ramificados. 
• Dose alta de penicilina 
geralmente é eficaz, mas 
deve ser dada a longo prazo 
(8 semanas a 1 ano). 
• Pode ser necessáriao fazer 
cirurgia para drenar os 
abscessos e excisar as fístulas.

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