Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Uma perfuração cortical inferior à inserção do bucinador em um molar superior levará ao envolvimento do espaço vestibular. Quando a perfuração cortical for inferior à inserção do bucinador na mandíbula, o espaço vestibular será envolvido. As infecções odontogênicas, como o termo indica, surgem de fontes endodônticas ou periodontais relacionadas ao dente. Independentemente da origem, quando tratada de modo inadequado, uma infecção vai progredir e se disseminar pelo caminho de menor resistência pelos espaços potenciais. A localização da destruição óssea depende, em grande parte, da localização vestibulolingual da fonte da infecção, bem como da espessura do osso cortical Ex: uma infecção odontogênica decorrente de uma polpa necrótica de um molar inferior geralmente atravessa a cortical lingual, pois os ápices dentários tendem a estar na face lingual da mandíbula e a cortical lingual tende a ser mais fina. A localização do espaço potencial envolvido depende principalmente da localização da trepanação óssea com relação aos ligamentos musculares adjacentes. Quando a trepanação for superior à inserção do músculo bucinador, a infecção vai envolver o espaço vestibular na mandíbula e o espaço vestibular na maxila, se a perfuração cortical ocorrer vestibularmente. Quando a trepanação vestibular for inferior (ou caudal, ou apical) à inserção do bucinador, a infecção vai envolver o espaço bucal na mandíbula e o espaço vestibular na maxila. Quando a trepanação for lingual, irá ocorrer o envolvimento do espaço palatino (maxila) ou espaço sublingual (mandíbula). Para a mandíbula, uma perfuração lingual superior ao músculo milo-hióideo levará ao espaço sublingual, e ao espaço submandibular se for inferior ao músculo milo- hióideo. Tais infecções, invariavelmente, progredirão para espaços mais profundos se não tratadas imediata e adequadamente. As infecções de origem periodontal raramente envolvem uma perfuração óssea grave e, em geral, irão se espalhar diretamente por meio desses espaços potenciais. A- Incisivo superior com a ápice radicular próximo da cortical vestibular resulta em abscesso vestibular. B. Incisivo superior com ápice radicular mais próximo da cortical palatina, aumentando a probabilidade de erosão cortical palatina e abscesso palatino. Enquanto as infecções dos molares superiores geralmente evoluem por meio da fina cortical vestibular. Na mandíbula: A perfuração lingual superior à inserção do milo-hióideo resultará no envolvimento do espaço sublingual (em laranja). Quando a perfuração cortical for inferior à inserção do milo-hióideo, o espaço submandibular estará envolvido (em verde). Molares geralmente lingual. TRATAMENTO DAS INFECÇÕESTRATAMENTO DAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICASODONTOGÊNICAS São causadas principalmente pela microbiota bacteriana bucal normal, que inclui cocos aeróbios e anaeróbios gram-positivos, além de bastonetes anaeróbios gram-negativos. Quase invariavelmente polimicrobianas, envolvendo inúmeras bactérias. Microbiologia Sensíveis: penicilina, cefalosporinas e clindamicinas pois possuem anel b-lactâmico e elas não produzem b- lactamazes 70% presentes na cavidade bucal 70% são produtores de b-lactamases Sensíveis: clindamicina (intermediário), amoxicilina com ácido clavulâmico. Aeróbias Streptococcus tipo viridans (Facultativas) Estafilococus aureus Polpa necrótica de um MS tende a atravessar a cortical vestibular porque o o. facial é fino, com menor resistênciaona de necrose no interior da cavidade do abscesso. Aeróbio preferencial e anaeróbio facultativo Presentes nas lesões periapicais crônicas e insucessos de tratamento endodôntico Produz azorredutase em algumas condições, efeito similar a nitrorredutase Produz b-lactamase. Resistência natural a penicilina, cefalosporina, macrolídeos e clindamicina. (in vitro é sensível; in vivo é resistente) Sensíveis: Amoxicilina com ácido clavulânico e linezolida. Mais comum na cavidade bucal?? Anaeróbio estrito Produzem a nitrorredutase* Não produz b-lactamase Sensíveis: penicilinas, cefalosporinas e metronidazol Mecanismo de resistência: Altera as proteínas ligantes de penicilina (PLP) inibindo a fixação da penicilina diminuindo a eficácia do antibiótico Cefalexina é a única que atua contra Clindamicina para alérgicos a penicilina Estreptococus faecallis (enterococos)= Anaeróbias Bacteroides spp., seguidas por Prevotella e Peptostreptococcus spp. Peptostreptococcus= Destrói o grupamento nitro do metronidazol que gera produtos tóxicos que destrói o DNA dessa bactéria Uma vez infiltradas nos tecidos moles mais profundos, as penetram nos espaços fasciais e se espalham por meio da produção de hialuronidase e possibilita a propagação da infecção pelos tecidos subcutâneos. Os subprodutos do metabolismo bacteriano criam um ambiente ácido, o que facilita o crescimento de anaeróbios. Como os anaeróbios predominam, existem ainda a quebra do tecido e a necrose por liquefação, assim como a quebra dos leucócitos. Isso resulta em microabscessos, que podem coalescer e manifestar-se clinicamente como um abscesso. A expansão do abscesso eleva a pressão hidrostática sobre os vasos sanguíneos adjacentes, comprometendo o fluxo sanguíneo que leva à isquemia, e, assim, aumenta ainda mais a zona de necrose no interior da cavidade do abscesso. Edema vermelho difuso, mole e pastoso, moderadamente macio. (flora aeróbica) Edema vermelho firme, difuso e mal definido extremamente doloroso à palpação. (a flora mista estreptocócica aeróbica) Inoculação (edema): Fase em que as bactérias invasoras começam a colonizar e as S.milleri sintetizam hialuronidase, ocorre, tipicamente, durante os primeiros 3 dias após o início dos sintomas. Sensibilidade é, em geral, leve e difusa Celulite: Ocorre entre o 3º e o 5º dia e indica a resposta inflamatória intensa provocada pela microbiota mista infectante. Endurecimento é uma característica da celulite e delicadamente macio à palpação. À medida que a infecção evolui e os anaeróbios começam a predominar, síntese de colagenases e liquefação dos tecidos ocorre formação de microabscessos com a formação de pus, que é o marco da próxima fase... Abscesso: Quando se forma a purulência, o edema e a vermelhidão ficam mais bem definidos e localizados, e a consistência muda de firme para flutuante (coleção de fluidos) Quando uma infecção é drenada, tanto espontaneamente quanto por meio de cirurgia, o mecanismo de defesa do hospedeiro destrói as bactérias envolvidas e a cura começa a ocorrer. É o início da fase de resolução. Quando as infecções atingem os tecidos moles, isso costuma se manifestar em quatro fases: O próximo passo é obter uma história completa da queixa principal (história da doença atual) As perguntas comuns são: “Você teve alguma dor ou outros sintomas antes de isso ocorrer?” “Você passou por algum tratamento dentário ou teve lesões antes de esses sintomas aparecerem?” Pistas quanto à origem da infecção. Exemplo, se o paciente tinha uma história de dor dental crônica na área da queixa principal, necrose ou doença periodontal grave desse dente podem ser a causa suspeita. “Há quanto tempo você tem esses sintomas?” A duração dos sintomas pode ajudar a determinar a agressividade da infecção. Em geral, os sintomas constantes e persistentes por um longo período (> 30 dias) indicam uma infecção crônica que está sendo contida pelo sistema de defesa do hospedeiro. Por outro lado, os sintomas de início agudo com exacerbação rápida costumam indicar uma infecção mais agressiva, comprometimento do sistema de defesa do hospedeiro ou ambos. “A dor mudou de característica, intensidade ou localização?” Mudanças podem indicar a progressão da infecção. Exemplo, se a dor a partir de um molar inferior mudou para dor no maxilar e no pescoço, o profissional deve ter uma elevada suspeita de disseminação para um espaço mais profundo. "Você buscou qualquer tratamento para esse problema? Em caso afirmativo, qual tratamento?” A história de tratamento anterior também fornecepistas importantes sobre a agressividade da infecção. Se um paciente apresenta uma infecção, mesmo com a causa desta resolvida e/ou com drenagem, isso pode indicar uma agressividade que exige um tratamento mais intensivo. O tratamento de infecções odontogênicas envolve três fatores: (1) controle da fonte da infecção - Remoção da etiologia (2) drenagem - Incisão cirúrgica (3) mobilização do sistema de defesa do hospedeiro. Antibióticos não devem ser considerados como a forma principal ou única de tratamento para infecções. O papel predominante do profissional é maximizar o controle dos dois primeiros fatores para que o sistema de defesa do hospedeiro domine e combata a infecção. Isso envolve eliminar a fonte da infecção e proporcionar a drenagem de qualquer infecção acumulada. Enquanto a fonte da infecção (ou seja, dente envolvido de maneira endodôntica ou periodontal) estiver presente, nunca ocorrerá a resolução permanente. Da mesma maneira, se uma carga bacteriana significativa existir sob a forma de um conjunto de pus ou celulite, o sistema de defesa do hospedeiro pode não ser capaz de superar a infecção. Por isso, é de suma importância entender que o tratamento de infecções odontogênicas se mostra de natureza, sobretudo, cirúrgica. Com isso em mente, os seguintes princípios universais devem ser usados no tratamento de infecções odontogênicas, independentemente da gravidade da infecção: História completa, seguida de exame físico e quaisquer testes auxiliares necessários (p. ex., exames radiográficos, exames laboratoriais). Princípio 1: Determinação da gravidade da infecção As infecções odontogênicas podem variar de rotineira e localizada para grave e potencialmente fatal. Detalhes como a localização, a gravidade, a duração e a qualidade da dor e/ou do edema. Sintomas são febre e mal-estar, dificuldade respiratória (dispneia), dificuldade ou dor na deglutição (disfagia ou odinofagia), mudança na voz (disfonia) e abertura limitada da boca (trismo) estão associados a infecções graves com envolvimento de espaços mais profundos e portanto levantam preocupações imediatas, deve diminuir o limiar para a consulta rápida ou de emergência. Princípios de tratamento Princípio 4: tratamento cirúrgico da infecção Paciente com infecção do espaço canino esquerdo com extensão do espaço periorbital, com mal-estar e “aparência tóxica” característica, indicando defesas do hospedeiro comprometidas. Embora a dor e a ansiedade possam elevar tais sinais vitais, esses achados devem trazer preocupações para o profissional. Uma temperatura elevada a 38,3°C ou mais indica bacteriemia e envolvimento sistêmico e, invariavelmente, exige a intervenção imediata, normalmente por um cirurgião bucomaxilofacial. Além dos sinais vitais, a saturação do oxigênio (SpO2) deve ser determinada com a oximetria de pulso para assegurar a oxigenação adequada dos tecidos. As saturações de oxigênio abaixo de 95% em um paciente saudável devem levantar preocupações para a possibilidade de comprometimento ou obstrução das vias respiratórias. Princípio 3: determinação de quando o paciente deve ser tratado por um clínico geral ou um cirurgião bucomaxilofacial Uma vez estabelecido o diagnóstico de infecção odontogênica (com a devida identificação da origem), o primeiro componente do tratamento cirúrgico envolve a eliminação da causa, também conhecido como controle da origem. O método de controle da origem depende da etiologia específica (endodôntica ou periodontal), assim como da gravidade. Endodôntica por natureza, controle da origem envolve a extirpação da polpa com tratamento subsequente do canal radicular. Periodontal, então a raspagem e o alisamento radicular com desbridamento seriam os métodos de tratamento típico. Em qualquer caso, se o(s) dente(s) não for(em) considerado(s) passível(is) de salvação, o paciente não estiver disposto a se submeter ao tratamento restaurativo definitivo ou se a infecção for determinada como agressiva, a extração proporciona o controle da origem mais definitivo. Sempre que possível, o controle da origem deve ser realizado imediatamente. No entanto, certas situações o impedem: Trismo significativo que não possibilita acesso adequado ao dente(s) problemático(s), devido ao acesso limitado à cavidade bucal. Nesses casos pode-ser empregar terapia antibiótica empírica ou realizar a incisão e a drenagem primeiro para melhorar a abertura mandibular antes de eliminar a fonte de infecção. Quando uma infecção for considerada grave e agressiva, o paciente deve ser tratado sob anestesia geral em uma sala de operação controlada para o tratamento cirúrgico imediato. Após o controle de origem, a drenagem cirúrgica da infecção é o segundo componente do tratamento cirúrgico. A incisão e a drenagem facilitam a cura por dois mecanismos principais.: Diminuição da carga bacteriana: Possibilita que o sistema de defesa do hospedeiro atue para remover qualquer infecção residual. Muitas vezes, os pacientes com infecções odontogênicas têm frequência cardíaca elevada de mais de 100 bpm (taquicardia), uma taxa respiratória de mais de 20 respirações/minuto (taquipneia) e aumento da pressão arterial (hipertensão). Princípio 2: avaliação do estado dos mecanismos de defesa do paciente 2- Antissepsia do sítio cirúrgico com bochecho de solução de clorexidina a 0,12%, deve-se 3- Escolher o método de analgesia e controle da dor. Para infecções vestibulares odontogênicas, a analgesia adequada pode ser obtida com técnicas de anestesia local padrão. (Infiltrativa ou BNAI, que é o de 1º escolha) Testes laboratoriais não são muito comuns de serem pedidos, mas se necessários: 4- Nos casos de exames laboratoriais obtém-se uma amostra de cultura, normalmente por meio de uma pequena seringa estéril (em geral, de 3 ml) conectada a uma agulha de calibre grande (em geral, de calibre 18). Insere-se a agulha no edema e aspira-se o pus ou o fluido tecidual. Transfere-se o conteúdo para os tubos estéreis para culturas aeróbias e anaeróbias (e, às vezes, fúngicas) e envia-se para o laboratório. Testes microbiológicos devem ser reservados para circunstâncias especiais, como infecções rapidamente progressivas, osteomielite, infecções não responsivas ou recorrentes e defesas do hospedeiro comprometidas. 5-Incisão. Em geral, ela é feita diretamente sobre a área de edema máximo para tornar a drenagem possível. OBS: evitar a incisão na região de estruturas vitais, como o feixe neurovascular mentual na região dos pré-molares inferiores. Além disso, convém considerar a colocação da incisão na face inferior de uma infecção vestibular superior para possibilitar o máximo de drenagem dependente da gravidade. Para procedimentos de incisão e drenagem extrabucais em infecções odontogênicas complexas, há outros fatores que devem ser considerados, como cicatriz facial e possível lesão do nervo vestibular e facial. O comprimento da incisão – pelo menos 10 a 15 mm – e a profundidade devem ser suficientes para atravessar as camadas dos tecidos mucosos e submucosos. Em seguida, pinças hemostáticas curvas podem ser utilizadas para interromper as loculações dentro da cavidade do abscesso. Redução da pressão dos tecidos infectados: fornecimento de sangue local melhora, e isso possibilita que o sistema de defesa do hospedeiro e os antibióticos adjuvantes alcancem melhor a área infectada. Pode ser na forma de: Acesso endodôntico através do dente Quando uma infecção de origem pulpar se localiza no processo alveolar e o paciente é imunocompetente, a drenagem da infecção através de um acesso endodôntico padrão e do forame apical geralmente proporcionará drenagem suficiente da infecção. Tal fato vai exigir que o dente seja aproveitável (caso contrário, a extração fornecerá a “drenagem”, além da remoção definitiva da origem da infecção). Incisão mucosa ou cutânea Infecção tiver se estendido depois do processo alveolar e no espaço vestibular ou outros espaços do tecido mole, ou quando um paciente for considerado imunocomprometido, indicam-sea incisão cirúrgica e a drenagem. A incisão e a drenagem não são apenas reservadas para abscessos, mas podem facilitar a cura da celulite por meio do mesmo mecanismo. As situações clínicas que não necessitam de um procedimento de incisão e drenagem são a ausência de edema ou a fase da inoculação inicial, em que o edema é mole, difuso e apenas levemente sensível. A maioria das outras situações com uma infecção odontogênica requer drenagem cirúrgica. A descrição da técnica de incisão e drenagem a seguir é para um abscesso vestibular – de longe, a infecção odontogênica mais comumente encontrada. 1- Determinar a via mais adequada de acesso cirúrgico para incisão e drenagem. Quando o acesso for considerado insuficiente, analgésicos e ansiolíticos poderão ser usados, pois a limitação da abertura mandibular com infecção do espaço vestibular é quase sempre decorrente da proteção contra a dor. Se tais medidas não melhorarem o acesso intraoral, o paciente deve ser logo encaminhado para um cirurgião bucomaxilofacial. 6- Consegue-se isso por meio da inserção das pinças bem dentro da cavidade do abscesso e da abertura do instrumental em várias direções.Deve-se ter cuidado para evitar fechar as pinças hemostáticas dentro dos tecidos, pois essa manobra pode danificar estruturas importantes (nervos, vasos) ao esmagá-las. 7- Irrigar a cavidade do abscesso com soro fisiológico normal estéril usando uma seringa de ponta fina 8- Um dreno também pode ser colocado (pedaços de luvas estéreis ou diques de borracha também estéreis) 9- Sutura-se o dreno aos tecidos adjacentes à incisão (ou próximo da borda da incisão) com um material de sutura não reabsorvível Como regra geral, o dreno deve ser colocado profundamente da cavidade do abscesso e suturado aos tecidos de aspecto razoavelmente saudável para evitar rasgar os tecidos ao passar a agulha. O dreno deve permanecer no lugar até a epitelização do sistema ou quando o paciente melhorar clinicamente e a drenagem cessar. Isso costuma ocorrer dentro de 2 a 5 dias, após o procedimento de incisão e drenagem. Uma vez removido o dreno, deixa-se a ferida cicatrizar por segunda intenção. Princípio 5: suporte clínico ao paciente Hidratação, melhora da nutrição, controle da dor, terapia antiinflamatória com AINE ou corticosteróide e a antibiótica adjuvante e controle da glicose no sangue. Princípio 6: escolha e prescrição dos antibióticos apropriados (1) a gravidade da infecção; (2) a capacidade para tornar o tratamento cirúrgico; e (3) o sistema de defesa hospedeiro do paciente determinar a a necessidade- Uso empirico Espectro reduzido Os antibióticos de amplo espectro podem alterar consideravelmente a microbiota bacteriana normal de vários sistemas orgânicos, como a pele e o sistema gastrintestinal (GI), o que pode levar a efeitos indesejáveis, como o desenvolvimento de superinfecções ou infecções oportunistas (p. ex., fúngicas) que, em geral, seriam controladas pelas bactérias existentes. Os antibióticos de amplo espectro também podem levar ao desenvolvimento de resistência bacteriana aos antibióticos. Uso de antibiótico com menor incidência de toxicidade e efeitos colaterais Uso de antibiótico bactericida, se possível, exemplos de bacteriostaticos são a azitromicina e a clindamicina (em doses baixas; em doses elevadas, a clindamicina é bactericida) Conhecimento do custo dos antibióticos. Penicilina, Amoxicilina, Cefalosporina (cefalexina e cefamox), Clindamicina, Metronidazol* (associado) são 1º escolha para casos de: Edema limitado ao processo alveolar e espaço vestibular Primeira tentativa de tratamento Paciente que não está imunocomprometido. Amoxicilina com ácido clavulânico, Azitromicina (bacteriostático), Tetraciclina e Moxifloxacino (infecções graves)= Edema estendendo-se além do espaço vestibular Insucesso de tratamento prévio Paciente imunocomprometido, exceto azitromicina. Azitromicina não atinge concentrações bucais para matar bactérias da boca. É ineficaz em infecções ósseas. Combinações: Bacterecida x bactericida Bacteriostático x bacteriostáticos (alguns) Bactericida x inibidor de b- lactamase Em doses e dias adequados: Estudos demonstraram, que para infecções odontogênicas, um curso de três ou quatro dias de penicilina, combinado com cirurgia apropriada, é tão eficaz quanto um curso de sete dias de antibiótico. Príncipio 7 Acompanhamento Na maioria dos casos de infecções odontogênicas em indivíduos imunocompetentes, a cura ocorre sem complicações dentro de 1 semana. O período de acompanhamento típico é de 2 a 3 dias após o tratamento cirúrgico. Nesse momento, um paciente respondendo de maneira apropriada terá melhora significativa da dor, do edema intrabucal e do bem-estar em geral. Se o edema e o endurecimento diminuírem e não houver drenagem persistente, nenhum dreno colocado cirurgicamente deve ser removido. Além disso, a ferida deve poder cicatrizar por segunda intenção. Se o paciente tiver edema persistente, dor, drenagem e até mesmo sintomas sistêmicos, o profissional deve avaliar cuidadosamente a causa da resposta clínica inadequada, que pode ser por: • Cirurgia inadequada • Comprometimento das defesas do hospedeiro • Corpo estranho • Problemas relacionados com os antibióticos: • Falta de colaboração do paciente • O medicamento não atingindo o local ou incorreto • Dosagem muito baixa do medicamento . Angina de Ludwig Fasceíte necrotizante Abscesso do espaço infraorbitário Trombose do seio cavernoso Infecções dos espaços fasciais profundos São altamente perigosas e suceptíveis a obtruir as vias aereas e espaços vitais. Infecções que se estendem aos espaços fasciais profundos do pescoço podem resultar em edema importante, disfonia, disfagia, incapacidade de lidar com secreções, sintomas sistêmicos e, nos casos mais graves, comprometimento das vias respiratórias. A invasão bacteriana no osso esponjoso causa inflamação do tecido mole e edema nos espaços medulares. Em geral, o processo inicia-se na cavidade medular, envolvendo o osso esponjoso, estendendo-se e disseminando-se à cortical óssea e, eventualmente, ao periósteo. A inoculação de bactérias nos espaços medulares costuma causar edema da medula e, como esse espaço é confinado pelas paredes ósseas corticais, a pressão hidrostática aumenta, tal como uma polpa dentária infectada; uma vez que essa pressão é maior que a da alimentação de vasos arteriais, geralmente ocorrem necrose dos tecidos moles e dor. A falha da microcirculação dos ossos esponjosos dos maxilares é crucial no desenvolvimento da osteomielite, pois o oxigênio e os nutrientes necessários para a cura não conseguem alcançar o espaço medular. Além disso, o sistema imunológico transmitido pelo sangue do corpo inibe o transporte para o espaço medular, o que resulta na proliferação e na disseminação do organismo agressor. Associada à produção de pus. Isso costuma ser visto na osteorradionecrose (ORN) ou na osteonecrose dos maxilares relacionada à medicação (MRONJ), em que microrganismos colonizam áreas de osso necrótico. Um ponto-chave aqui é que os organismos tendem a colonizar a superfície do osso inicialmente, antes de e Infecções Complexas Osteomielite A osteomielite supurativa aguda entrarem no espaço medular, o que provavelmente também é necrótico em alguns casos. Os achados clínicos podem ser edema, movimento restrito da área afetada, eritema e dor. A maioria dos pacientes não desenvolve manifestações sistêmicas a partir desse processo. Nas fases iniciais, a osteomielite supurativa aguda é tratada cirurgicamente com desbridamento agressivo do osso necrótico afetado para expor o sangramento normal, assim como o uso de antibioticoterapia empírica adjuvante. A etiologia da infecção também deve ser abordada, e isso costuma ser um dente cariado, um tratamento de canal radicular falho, um implante dentário ou, no caso de ORN ou MRONJ, o osso necrótico precipitante. Muitas vezes, se o processo da doença progrediu o suficiente, a mandíbula pode fraturar na área do osso necrótico(fratura patológica). Quando possível, tal fratura de mandíbula deve ser reduzida e fixada, mas, devido ao baixo potencial de cicatrização nesses casos, outros procedimentos de reconstrução podem ser necessários Pouca ou nenhuma alteração radiográfica, porque são necessários 10 a 12 dias para que a perda óssea seja detectável radiograficamente. As osteomielites crônicas exigem não somente antibioticoterapia agressiva e prolongada, mas também tratamento cirúrgico agressivo. A aparência é de um aumento da radiolucência, que pode ter um padrão uniforme ou salpicado, como o aspecto de “roído de traça”. Pode haver algumas áreas de radiopacidade dentro das áreas radiolúcidas. Essas áreas radiopacas representam ilhas de osso que não são reabsorvidas e são conhecidas como sequestros. O tratamento padrão da osteomielite supurativa crônica deve incluir o teste de cultura e sensibilidade de uma biopsia óssea, o desbridamento agressivo de osso necrótico (pode incluir grandes segmentos da mandíbula) e a alta dosagem de antibioticoterapia intravenosa. Antibióticos IV empíricos em altas doses devem ser Osteomielite Supurativa Crônica iniciados, com administração mais seletiva, uma vez que a especiação e a sensibilidade tenham sido estabelecidas. A duração da administração de antibióticos (em geral, um mínimo de 6 semanas de antibióticos IV em regime ambulatorial) é mais longa do que a utilizada para infecções odontogênicas comuns, pois a penetração óssea do antibiótico e a resolução da colonização óssea são mais difíceis. Para tipos mais crônicos e não responsivos de osteomielite, a cobertura pode requerer até 6 meses ou mais de administração de antibiótico IV para evitar a progressão do processo da doença. TÔ MEDICADA É um processo infeccioso crônico, mas relativamente incomum, que afeta o esqueleto maxilofacial. Em geral, os organismos específicos envolvidos são Actinomyces israelii ou A. naeslundii, A. odontolyticus, A. meyeri ou A. viscosus. Actinomyces são bactérias anaeróbias endógenas encontradas na cavidade oral. A infecção costuma envolver os tecidos moles, mas também pode envolver ossos (osteomielite por Actinomyces). Os achados clínicos na actinomicose cervicofacial são endurecimento e fibrose nodulares e tratos de drenagem espontânea intermitente. No início, a actinomicose cervicofacial afetará os tecidos moles, e um dos principais achados durante a investigação diagnóstica será a falta de respeito pelos planos anatômicos normais da cabeça e do pescoço. A infecção formará um pseudotumor irregular que dará origem a uma fístula na superfície da pele acompanhada por um grânulo de enxofre, como secreção. Como resultado dessa drenagem espontânea, muitas vezes o paciente não experimenta dor grave. O diagnóstico é frequentemente obtido com base no exame histopatológico da secreção purulenta, em razão da presença de colônias típicas de actinomices que se parecem com grânulos sulfurosos dentro do exsudato. O tratamento exige não somente antibioticoterapia agressiva e prolongada bem como remoção dos trajetos fistulosos e sequestros ósseos. O antibiótico preferível é uma penicilina intravenosa na fase aguda seguida por penicilina oral a longo prazo. O paciente com actinomicose cervicofacial frequentemente terá recorrência ou persistência da doença. Portanto, recomenda-se a terapia com penicilina oral a longo prazo. Actinomicose
Compartilhar