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Vida - Sentido da Vida 
Pensar para viver bem 
É sabido que viver pressupõe experienciar diversos 
momentos e sensações diferentes ao longo da 
passagem por este mundo. Não é à toa que caiu 
no uso popular a expressão “valer a pena”. Pode-se 
pensar, inclusive, que a expressão poderia ser (se é 
que já não foi) “valer as penas”, visto que muitas são 
as dores, tristezas e dificuldades pelas quais 
passamos ao longo dos anos. 
No entanto, foi justamente esta reflexão que trouxe 
a alguns teóricos uma visão relativamente positiva 
sobre a trajetória humana na terra. Sócrates, por 
exemplo, defendia a ideia de que a vida que vale a 
pena é a vida que compensa todas essas misérias 
e tristezas humanas. Mas você deve estar se 
perguntando: como se daria isso? O que fazer para 
que as coisas boas se sobressaiam às ruins? 
Portanto, o ponto central da discussão nesta aula 
está em refletir sobre aquilo que, na vida, se 
pusermos na balança equilibra as penas, as 
dificuldades, as dores, as tristezas. 
Sócrates é considerado o pai da maneira ocidental 
de pensar, por isso influencia até hoje a estrutura 
de pensamento de todos nós. Ele dizia que a 
existência humana seria uma experiência mais 
agradável tanto quanto mais se pense as ações no 
dia a dia. Ou seja, quanto mais na hora de viver você 
pensar (sobre o que está acontecendo, sobre o que 
está fazendo…) tanto mais a vida que está vivendo 
será melhor. 
No cenário atual do início do século XXI, esta é uma 
reflexão ainda mais oportuna, uma vez que temos 
sido marcados pela pressa, muito provavelmente 
em decorrência de sermos, talvez, a sociedade mais 
atarefada que já existiu. A agilidade se torna 
necessária para a sobrevivência, embora cada vez 
mais não prestemos atenção àquilo que estamos 
fazendo. Passamos pelas atividades rotineiras, por 
relacionamentos, estudos, hobbies e tantas outras 
experiências sem qualidade, sem satisfação. 
Sócrates diria que nunca antes a humanidade 
passou tão desatenta pela vida, sem aproveitá-la da 
forma como deveria. 
“O ritmo frenético em que estamos vivendo tem 
nos impedido de fazer algo essencial: pensar na vida. 
Pensar na vida é muito mais do que pensar nos 
problemas e nas dificuldades que a vida nos traz, é 
mais do que pensar no sustento da casa, no cuidado 
dos filhos, é mais do que se preocupar com o 
trabalho ou o status social. O “pensar na vida” que 
proponho, ou melhor, que Sócrates propõe, tem 
relação com o que dá sentido a todas essas coisas; 
o “pensar na vida” a que me refiro é pensarmos no 
propósito que nos leva a fazer todas essas coisas, 
refletirmos sobre os “porquês” de fazermos o que 
fazemos. 
O filósofo grego Sócrates, ao chegar ao final de sua 
defesa contra as acusações de corromper a 
juventude ateniense, disse que não se arrependia 
de ter vivido a vida examinando as coisas e as 
pessoas ao seu redor e, principalmente, examinando 
a si mesmo, afirmando que o maior bem do homem 
é se aplicar em conhecer essas coisas e buscar 
conhecer e discorrer sobre a virtude. Sócrates 
acrescenta que: “Uma vida sem esse exame não é 
digna de um ser humano” ou: “A vida sem 
investigação não é digna de ser vivida”. Sócrates 
tinha total consciência da importância de pensarmos 
e examinarmos a nós mesmos e enfatiza que a vida 
sem essa reflexão não vale a pena.”¹ 
Plenitude da alma 
As ideias socráticas se associam diretamente com a 
teorização feita por um outro grande filósofo, o 
aclamado Aristóteles. Ele falava em plenitude da 
alma, conceito muito similar ao que hoje 
conhecemos como mindfulness (plenitude da 
mente). Este termo ganhou o gosto popular, 
principalmente no ambiente empresarial, trazendo 
através do estrangeirismo, um nome moderno, que, 
no final, possui significado muito próximo ao conceito 
aristotélico. 
Em resumo, estamos falando que, 
independentemente das circunstâncias da vida, que 
ora podem ser melhores ora piores, nós podemos 
e devemos vivê-la inteiramente. Se fazendo 
presente de corpo e mente (alma), porque, de fato, 
a vida é o que acontece agora. Toda divisão significa 
fragilidade, portanto, se existe uma certa força em 
você, se existe alguma chance de você performar 
com muita qualidade, certamente será onde você 
está, com todos os seus recursos disponíveis neste 
momento. 
Assim, entendemos que mindfulness é estar com a 
mente completamente preenchida pela atividade 
realizada pelo corpo, ter a mente focada naquilo que 
se está fazendo no presente, consciente do que 
acontece em si e ao redor no agora. 
“Mindfulness ou atenção plena é um estado de 
consciência que ocorre quando intencionalmente 
colocamos nossa atenção no momento presente, 
sem julgamentos. Essa é uma das definições da 
palavra mindfulness, que muitas vezes é traduzida 
para o português como atenção plena, mas cuja 
tradução é complexa, já que o termo em inglês é 
bastante abrangente e é usado tanto para o 
conceito geral quanto para a técnica de meditação 
mindfulness.”² 
Depende de nós 
Em Epicteto ganhamos reforço na discussão sobre 
a vida plena. Ele foi um filósofo grego, estoico e 
escravizado, que refletiu sobre como viver uma vida 
plena, uma vida feliz, e também sobre como ser 
uma pessoa com boas qualidades morais. Ele se 
dedicou a tentar responder a estas duas perguntas 
fundamentais, exercendo enorme influência sobre 
as ideias dos principais pensadores da arte de viver. 
Para Epiteto, uma vida feliz e uma vida virtuosa são 
sinônimos. Felicidade e realização pessoal são 
consequências naturais de atitudes corretas. 
Pensamento que é a base do estoicismo, doutrina 
que prega a resistência persistente às dificuldades 
como forma de se adquirir virtudes. Ou seja, as 
ações humanas devem ser focadas 
incansavelmente em administrar aquilo que se pode 
controlar. É o que modernamente chamamos de 
resiliência. 
Em resumo, dedique sua atenção e seus esforços 
àquilo que depende de você até alcançar resultados, 
sucesso. Segundo os estoicos, cabe a nós “ignorar” 
a parte da vida sob a qual não temos ingerência 
(catástrofes, incidentes, etc) e nos dedicarmos ao 
que nos é permitido alterar, e assim, fazer acontecer 
o que se deseja. 
 
Atividade extra 
Nome da atividade: Faça a vida acontecer do seu 
jeito 
Link para assistir a 
atividade: https://www.youtube.com/watch?v=7SzF
4pMHaNc 
 
https://www.youtube.com/watch?v=7SzF4pMHaNc
https://www.youtube.com/watch?v=7SzF4pMHaNc
Fases da Vida 
Pra que passar de ano? 
Iniciamos esta etapa dos estudos com uma frase 
que nos guiará nesta aula: a vida tem fases. 
Nessa época da vida ouvimos a seguinte frase: 
“Crianças, vocês tem que se comportar, para poder 
passar para o segundo ano”. Essa sentença tem o 
poder de criar a expectativa de que no próximo ano 
tudo irá mudar, com novos livros, outra professora, 
outra sala de aula. Como todos os colegas que 
estudaram com você, isso era entendido como algo 
normal. 
Hoje, após esses anos, eu gostaria de perguntar 
para a professora: “A razão de fazer direito é para 
passar para o próximo e apenas no próximo será 
legal?”. Nesse momento podemos refletir: será que 
não podemos pensar diferente? Esse é o único ano, 
o outro é diferente. Este deve ter valor, deve ser 
maravilhoso e prazeroso. Ele não é melhor do que 
os outros, ele é o meu presente, esse ano é 
maravilhoso, com os livros e pessoas que me 
cercam agora. 
Conforme dito por Costa (2010), “estar presente” é 
muito mais do que “estar perto”, isto é, é necessário 
ser presença. É preciso projetar a vida, mas é 
preciso entender que a vida é agora! Quando este 
acabar, será triste, pois deixará saudades. E o 
próximo será maravilhoso também, pois estarei 
vivendo aquele presente. Não devemos viver este 
ano apenas para passar para o próximo. Podemos 
repetir nesse momento: a vida tem fases. Cada uma 
delas serão construídas por você e serão 
importantes para quevocê possa esgotar na vida 
vivida tudo o que ela pode te trazer de bom. 
Pense agora na faculdade. Você não pode viver os 
quatro anos para que possa viver o final com o 
diploma na mão. Viva plenamente os quatro anos, 
de forma inteligente. É vivendo plenamente o 
momento vivido que o futuro pode ser promissor. 
É necessário ter propósito na vida, retomando um 
conceito de Karl Marx, do século XIX, de recusa da 
alienação. Segundo Cortella (2016, p. 16) “alienado é 
aquele que não pertence a si mesmo”. 
Quer mais um exemplo? Viver o ensino médio 
apenas para poder passar no vestibular. Isso não é 
uma verdade! Existem coisas maravilhosas e 
devemos viver aqueles instantes, pois eles nos 
ensinam pontos maravilhosos. 
Aprenda a apreciar e encantar o momento que 
você está vivendo, o seu presente. Quanto mais 
intensamente o presente for vivido, mais 
provavelmente o futuro será rico. Não jogue no lixo 
o presente, esperando o futuro. A vida vale as suas 
dificuldades e devemos vivê-la no momento exato 
em que ela ocorre. 
Alegria de ser CEO 
Quanta coisa muda com o tempo, não é mesmo? 
Se pudéssemos voltar no tempo e aproveitar 
melhor determinados momentos, pois foram tão 
bons, que poderiam ser eternos. 
Novamente podemos refletir que vivemos fases e 
ciclos se encerram para que outros tenham início. 
Vamos cumprindo etapas. Mas, quando a vida é boa, 
nós não queremos mudar de fase. Podemos 
chamar de desejo de eternidade daquele momento. 
Tudo o que pensamos que poderia durar um 
pouco mais, significa que aquilo nos cativou e 
desejamos nos manter por ali. Mas sabemos que a 
realidade é que os ciclos vão se encerrar e outros 
irão ter início. 
Ao refletirmos sobre as fases da vida em um 
determinado momento chegamos na vida adulta. 
Você vai, por exemplo, sair da faculdade para ir para 
uma pós-graduação. Ao chegar na vida adulta, você 
vai começar a busca de um emprego, afinal de 
contas desde que você entrou no primário você 
está sendo preparado para isso. Aqui nos vem a 
ideia de que a vida só começa nesse ponto, o que 
não é uma verdade, afinal, ela começou lá em sua 
infância. 
Segundo Cortella (2016, p. 84) “claro, todo mundo 
gosta de fazer o que gosta. Mas é preciso ter 
consciência de que no desenrolar da vida 
profissional, para fazer o que se gosta, é necessário 
passar por etapas não necessariamente agradáveis 
no dia a dia. O caminho não é marcado apenas por 
coisas prazerosas”. 
Nesse momento, chega a entrevista de emprego e 
você vai ser apresentado ao organograma da 
empresa. E claro, a área de Recursos Humanos é a 
responsável por te apresentar esses tópicos e 
tambem por te instigar a responder o que você 
deseja neste local de trabalho. 
Ao refletir sobre a pergunta, você chega a 
conclusão de que você quer crescer dentro daquela 
empresa. Mas como fazer isso? Você precisa ter a 
consciência de que para crescer na empresa é 
necessário trazer dinheiro para aquela organização 
(de preferência, muito lucro). E, em seguida, você 
será promovido. 
Observe nesse ponto que você volta ao mesmo 
discurso de quando você era criança e estava no 
primário. Você passa a viver a posição que está 
agora apenas para chegar no próximo nível. E você 
começa a viver sempre pensando no futuro, mais 
uma vez, sem pensar no agora. 
É importante destacar que esse processo se afunila, 
ou seja, nem todo mundo chega no nível mais alto, 
no cargo de CEO. Nesse momento, uma reflexão 
passa na sua cabeça, pois era importante o trajeto 
e não o topo. 
Viver só até amanhã 
Desde o momento em que nascemos somos 
orientados que a vida é subdividida da seguinte 
forma: Primeiro você é criança (a infância). 
Posteriormente, vem a fase de transição, chamada 
de adolescência. Em seguida, vem a vida adulta, a 
maior delas. E em seguida, a melhor idade (terceira 
idade, caso queira). 
Podemos nos perguntar: o que caracteriza cada 
uma dessas fases? É o tempo de vida e experiência 
acumulada? Até que ano vai a infância? Pronto! 
Nesse momento já ficamos desorientados e a 
resposta não é tão simples. No passado, no século 
XII a criança era de um jeito e hoje é outro jeito. Ou 
seja, com o passar dos anos, esse entendimento se 
modificou completamente. 
Na literatura, o autor Costa (2000) defende que cada 
fase da vida tem o seu propósito e o seu 
protagonismo, a chamada escada de participação, 
conforme visto a seguir. 
 
 
Escada de participação do jovem 
COSTA, 2000, p. 89. 
Na fase 1 temos a participação manipulada, onde os 
adultos determinam e controlam o que os jovens 
deverão fazer. Na fase 2 existe a participação 
decorativa, onde os jovens apenas marcam 
presença em uma ação, sem influir no seu curso. 
Já na fase 3 existe a participação simbólica, onde a 
presença dos jovens em uma atividade serve 
apenas para mostrar e lembrar os adultos que eles 
existem e são importantes. Na fase 4 há a 
participação operacional e os jovens participam 
apenas da execução de uma ação. 
Chegamos à fase 5 onde há uma participação 
planejada e operacional e aqui, os jovens participam 
do planejamento e da execução de uma atividade. 
Na fase 6 há a participação decisória, planejadora e 
operacional e os jovens participam da decisão de se 
fazer algo ou não. Já na fase 7 ocorre a participação 
decisória, planejadora, operacional e avaliadora, onde 
além das anteriores, os jovens também avaliam uma 
ação. Durante a fase 8 os jovens têm participação 
colaborativa plena, participando da decisão do 
planejamento, da execução, da avaliação e da 
apropriação dos resultados. Chegamos à fase 9, 
onde existe a participação plenamente autônoma e 
os jovens realizam todas as etapas. Por fim, há a 
fase 10 e sua participação condutora, onde os jovens 
realizam todas as etapas e ainda orientam a 
participação dos adultos (COSTA, 2000, p. 89). 
Podemos pensar que podem ser características do 
corpo, que são imprecisas, assim com o tempo 
acumulado. Precisamos entender que cada pessoa 
é de um jeito, cada evolução e cada corpo tem o 
seu tempo. E a velhice? É caraterizada pelo fato de 
surgirem algum tipo de queda na mobilidade? Não 
podemos afirmar, afinal, existem inúmeros 
exemplos de pessoas que nos mostram o contrário. 
Os critérios são imprecisos e variados, criando uma 
brecha para que você possa tomar as rédeas da 
sua vida, da forma que você bem entender. 
Buscando características de cada uma das fases da 
vida, conforme você precisa e deseja. As fases da 
vida devem ser vividas com autenticidade e de 
acordo com o que é relevante para si, visto que elas 
são imprecisas. 
É necessário lembrar de um ponto: divida a vida 
conforme o seu entendimento e o seu desejo, pois 
a vida pode acabar a qualquer momento. E como 
dizia o jornalista gaúcho Aparício Torelli, o Barão de 
Itararé, “a única coisa que se leva da vida é a vida 
que se leva” (CORTELLA, 2016, p. 16). 
No ano de 2020 iniciamos uma vida diferente com 
uma pandemia. O que nos mostrou que a vida pode 
acabar a qualquer instante. A estatística nem sempre 
vai se aplicar à sua vida e por isso é importante que 
você entenda o valor do agora. O agora é o 
momento que você tem para colocar todas as suas 
forças e alegria. 
Atividade extra 
Nome da atividade: O tempo e a vida 
Link para assistir a 
atividade: https://www.youtube.com/watch?v=Ek2L
mQ5d6Jo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=Ek2LmQ5d6Jo
https://www.youtube.com/watch?v=Ek2LmQ5d6Jo
 
Autoconhecimento 
Essa é a minha praia 
"Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses 
e o universo" é um aforismo grego que revela a 
importância do autoconhecimento. E apesar de não 
se ter certeza sobre quem foi o autor desta 
máxima, vários autores atribuem a autoria da frase 
ao sábio grego Tales de Mileto, já outros, defendem 
teorias que afirmam que a frase foi dita por 
Sócrates, Heráclito ou Pitágoras. 
Mas, independentementeda autoria, a frase ficou 
famosa mesmo na sua versão encurtada: 
"Conhece-te a ti mesmo”. E traz como reflexão 
central, a ideia de que para alcançarmos o 
verdadeiro conhecimento sobre a vida e o mundo, 
precisamos antes conhecer a nós mesmos. Se 
queremos conhecer o mundo à nossa volta, 
devemos em primeiro lugar conhecer quem nós 
somos. 
O processo de autoconhecimento é contínuo e nos 
permite interagir melhor com o mundo e com as 
outras pessoas, amplia o horizonte para um mundo 
de novas possibilidades. Além disso, ao olhar para si 
mesmo, o indivíduo desenvolve sua identidade, e 
ganhando consciência de quem se é, consegue se 
mover de maneira mais produtiva na sociedade. 
Entre os grandes pensadores nesta seara do 
autoconhecimento estão Sócrates e Sêneca. O 
primeiro, dedicou muito tempo tentando entender 
a sua própria natureza, afirmando, inclusive, que 
nenhum indivíduo era capaz de praticar o mal 
consciente e propositadamente, mas que o mal era 
um resultado da ignorância e falta de 
autoconhecimento. Já o segundo, desenvolveu a 
teoria do “daimon interior”. 
“A palavra “daímôn” é de difícil entendimento devido 
às sobreposições de significados que ela recebeu 
ao longo do tempo na tradição da antiga Grécia. Na 
mitologia, pela narrativa do poeta Hesíodo (750 e 
650 a.C.) os daímones foram homens nobres 
pertencentes a uma “geração de ouro” que, por 
determinação de Zeus, foram transformados em 
seres imortais e prudentes guardiões, com a 
incumbência de vigiar as decisões e ações dos 
homens mortais.”¹ 
Mas apesar dos diversos significados aplicados à 
palavra “daímôn”, ela traz sempre o sentido de algo 
externo que influencia a conduta humana, porém 
não necessariamente a determina. Pode-se dizer 
que seria uma disposição interior, uma espécie de 
intuição a respeito da própria natureza do ser. Uma 
espécie de bússola para escolhas e sucesso 
pessoais. Como dito em aula, conhecer a si mesmo 
não basta, há de se ter coragem de apostar na 
própria natureza. 
Somos o que escolhemos para nós 
Na Grécia, na cidade de Delfos, em um templo 
originalmente dedicado a Apolo (deus da luz, da 
razão e do conhecimento verdadeiro) é que foi 
inscrita, na porta de entrada do Templo de Delfos, 
a célebre frase sobre conhecer a si mesmo. E para 
além das disputas sobre sua autoria, a tradição nos 
conta uma história interessante sobre a inspiração 
ser atribuída a Sócrates. 
Conta-se que ele, assim como muitos na Grécia 
Antiga, tinha o costume de consultar o oráculo para 
se ter acesso à verdade. Sócrates então, conhecido 
por sua vasta sabedoria e considerado o pai da 
Filosofia, dirigiu-se ao Templo a fim de saber o que 
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era um sábio e se ele próprio poderia ser 
considerado um. 
O oráculo, por sua vez, ao receber as suas dúvidas, 
teria questionado: "O que você sabe?". Sócrates teria 
respondido "Só sei que nada sei". O oráculo, ao ouvir 
a resposta do filósofo, rebateu: "Sócrates é o mais 
sábio de todos os homens, pois é o único que sabe 
que não sabe." Este diálogo tornou-se bastante 
significativo no estudo da Filosofia, pois demonstrou 
a humildade do sábio diante da vida. 
E a experiência de Sócrates nos permite entender 
que a postura assumida por uma pessoa diante da 
vida diz muito sobre ela mesma. A maneira como 
encaramos a existência dita nossas escolhas, e estas 
por si só dizem muito a respeito de nós. Quando 
nos apresentamos, falamos das nossas escolhas, ou 
seja, daquilo que é importante para nós. 
O mundo é um espelho 
Uma discussão filosófica que reflete e resume o 
tema aqui estudado, já foi objeto de análise de 
vários autores, como Espinosa, Mitchell e Freud, que 
seria o conceito chamado de espelho da vida. Trata-
se da teoria que aponta para o entendimento de 
que ao observarmos o mundo, vemos a nós 
mesmos no mundo. 
A forma como o mundo se apresenta nos permite 
descobrir coisas sobre nós mesmos, como 
afinidades (vejo alguém cantando e percebo que 
gosto de música), apetites (experimento uma maçã 
e percebo gostar desta fruta), e desejos (vejo 
pintura e desejo ser pintor), por exemplo. 
É o que podemos chamar de imediatidade da vida 
percebida, ou seja, sem o mundo como é não 
perceberíamos vários aspectos do nosso próprio 
eu. 
“A vida é a soma das suas escolhas.” 
Albert Camus 
¹“A vida é apenas um espelho” – o conceito crítico 
de vida de Schopenhauer. Link para 
leitura: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ethic/articl
e/download/1677-2954.2012v11nesp1p17/22991/86673 
 
Atividade extra 
Assistir ao vídeo: “Sócrates e o Método Socrático”. 
Link para 
acesso: https://www.youtube.com/watch?v=9vbZ9
_eBQGQ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://periodicos.ufsc.br/index.php/ethic/article/download/1677-2954.2012v11nesp1p17/22991/86673
https://periodicos.ufsc.br/index.php/ethic/article/download/1677-2954.2012v11nesp1p17/22991/86673
https://www.youtube.com/watch?v=9vbZ9_eBQGQ
https://www.youtube.com/watch?v=9vbZ9_eBQGQ
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Traços Pessoais 
O jogo da vida e as suas cestas 
Como é bonito poder refletir sobre a vida, não é 
mesmo? É uma pena que, muitas vezes, não nos 
dedicamos muito a essa atividade, como se fosse 
um piloto automático. A vida é como se fosse um 
grande jogo e existem particularidades que cada um 
de nós precisa se preocupar e entender. 
Imagine a situação de uma pessoa que jogue 
basquete, que são pessoas normalmente mais altas. 
Pense que um outro jogador, por circunstância do 
jogo, esbarra em você e você cai. Nesse ponto, 
você resolve sair do jogo, pois não concorda com 
o que ocorreu. Nesse momento, você precisa saber 
que isso é algo natural desse esporte e que se você 
se dispõe a jogá-lo, precisa saber que esse risco é 
inerente. 
Esse exemplo é uma bela metáfora para a vida. 
Estamos vivendo e de repente, podem acontecer 
inetercorrências, tal como um problema de saúde 
ou até mesmo problemas de relacionamento com 
outras pessoas. Em muitos casos, muitas pessoas 
passam a pensar que esssas situações não são 
justas de acontecerem com elas. 
Imagine se você “sai do jogo” em situações da vida? 
Não é possível fazer isso! Se você se dispôs a jogar 
o jogo da vida, que é muito complexo, você deve 
saber que essas intercorrências fazem parte. Sim, 
você deve lutar para melhorar e tentar vencer os 
obstáculos, mas não podemos nos queixar de 
justiça ou injustiça. Você, a rigor, até pode sair do 
jogo da vida, já que você tem livre arbítrio e 
liberdade para tomar decisões. 
Segundo Cortella (2016, p. 16) “Somos seres que têm 
de construir da própria realidade. E a noção de 
trabalho é tão forte entre nós que perpassa outras 
esferas da nossa vida. Até a noção que temos de 
saúde está ligada à ideia do trabalho. Você só se 
considera saudável quando pode voltar a trabalhar e 
não quando é capaz de passear, transar, cantar, 
dançar”. 
Devemos diariamente nos decidir por jogar essse 
jogo, que é complicado. Todos tem as suas forças 
e fraquezas, possuindo traços que são 
incomparáveis e são só nossos, sendo as nossas 
armas contra a agressividade no campo do mundo. 
Devemos aprender a lutar com o que temos nas 
mãos, sem se comparar com o outro e com o que 
ele tem. 
A realidade é que você possui os seus atributos e 
é com eles que você deve insistir em continuar 
jogando. O estudo auxilia e muito nesse ponto, pois 
você estará desenvolvendo as suas armas para 
poder enfrentar os desafios futuros. 
Arroz sem ovo 
A vida possui muitos valores e um dos traços que 
mais encantam as pessoas no jogo da vida são os 
prazeres. Os prazeres muitas vezes são vistos 
como algo ruim de ser compartilhado. Apesar de 
ser muito bom, as pessoas não querem saber sobre 
detalhes e dos prazeres que você gosta. 
Epicuro, sábio grego, nos dizia que o grande valor 
da vida é o prazer. Naquela época, a doutrinade 
Epicuro surgiu em um momento de grande 
insatisfação com as condições das Cidades-Estados 
da Grécia. Durante esses anos, o poder se 
concentrava nas mãos de poucos, a chamada 
arisocracia, público que entendia que os prazeres 
advinham apenas da riqueza (CABRAL, 2021). 
Epicuro criou então a sua teoria de que devemos 
ter uma reflexão interior para buscar a verdadeira 
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felicidade e não associá-la a supertições e bens 
materiais (CABRAL, 2021). Em português, a palavra 
para esse valor da vida é o hedonismo. Dessa forma 
temos uma dicotomia: Teve prazer, valeu viver; 
Não teve prazer, não valeu viver. 
Destaca-se aqui que a ideia de Epicuro não é 
incentivar você a fazer o que bem entender. Mas 
sim, obter o prazer de forma constante, para que 
você se sinta bem e com tranquilidade. “A felicidade 
é alcançada por meio do controle dos medos e dos 
desejos, de maneira que seja possível chegar à 
ataraxia, a qual representa um estado de prazer 
estável e equilíbrio e, consequentemente, a um 
estado de tranquilidade e a ausência de 
perturbações, pois, conforme Epicuro há prazeres 
maus e violentos, decorrentes do vício e que são 
passageiros, provocando somente insatisfação e 
dor” (CABRAL, 2021, s.p.). 
Não podemos nos deixar nos atormentar pelas 
mazelas do mundo e conforme Epicuro, devemos 
ter tranquilidade da alma. Dessa forma, você não se 
abala por tudo que é muito, seja muito ruim, seja 
muito bom. Conforme os ensinamentos de Epicuro, 
para alcançar a felicidade existem 4 remédios 
(CABRAL, 2021): 
1. Não se deve temer os deuses; 
2. Não se deve temer a morte; 
3. O bem não é difícil de se alcançar; 
4. Os males não são difíceis de suportar. 
O prazer não pode destruir a capacidade de ter 
prazer amanhã, pois eu preciso cuidar para que ela 
tenha frequência. Devemos ter prazer com o que 
é simples, com o que é fácil de encontrar, fazendo 
parte da vida. 
O sábio é aquele que tem prazer com o que é 
simples e que está ao seu alcance. Todos temos 
traços pessoais e cada um de nós temos prazeres 
com coisas e situações distintas, sendo próprio, ou 
seja, de cada ser humano. Nesse ponto é 
importante destacar que o seu prazer não pode (ou 
deveria poder) ser imposto ao outro. 
A virtude subordinada ao prazer pode ser alcançada 
por meio dos seguintes itens (CABRAL, 2021, s.p): 
• Inteligência: a prudência, o ponderamento 
que busca o verdadeiro prazer e evita a dor; 
• Raciocínio: reflete sobre os ponderamentos 
levantados para conhecer qual prazer é mais 
vantajoso, qual deve ser suportado, qual 
pode atribuir um prazer maior, entre outros. 
• Autodomínio: evita o que é supérfluo, como 
bens materiais, cultura sofisticada e 
participação política; 
• Justiça: deve ser buscada pelos frutos que 
produz, pois foi estipulada para que não haja 
prejuízo entre os homens. 
A oitava pamonha 
Cada um de nós temos a própria vida, de forma que 
não irá acontecer da mesma forma novamente. 
Você é o que é agora, assim como o mundo que 
o cerca e isso não se repetirá. Mesmo quando 
estamos frente a frente com outra pessoa, cada 
uma tem a sua perspectiva e cada uma vê o mundo 
da sua forma. A vida é inédita! 
Por mais que pareça que todos nós passamos pelas 
mesmas coisas e temos acesso as mesmas 
situações, cada um de nós tem as suas 
peculiaridades. Nós somos resultado das nossas 
experiências. 
Nós vamos nos transformando a cada experiência 
que passamos e não somos mais os mesmos ao 
fim de cada uma delas. Estamos sempre em 
transformação! 
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Ninguém vive no mundo como nós, somos únicos 
e estamos sempre em fluxo. Conforme Costa 
(2010), devemos ter protagonismo em nossa vida, 
pois é essa atitude que nos gera automomia, 
autoconfiança e autodeterminaçãom, auxiliando na 
construção do nosso projeto de vida. 
A sabedoria de ontem, nem sempre se encaixa 
para a vida de hoje. E é isso que torna a vida sagrada 
e maravilhosa. Não existem fórmulas para a felicidade 
e cada resultado é inédito, sendo assim, sempre 
haverá uma nova sabedoria para uma vida renovada. 
 
Atividade extra 
Nome da atividade: Por que estamos esquecendo 
de viver o presente? 
Link para assistir a 
atividade: https://www.youtube.com/watch?v=8-
cdS3uHqrM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=8-cdS3uHqrM
https://www.youtube.com/watch?v=8-cdS3uHqrM
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Valores 
Geraldo e o tre-le-lê 
Em Sócrates e Aristóteles vemos a ideia de que a 
vida que vale a pena é a vida que compensa todas 
essas misérias e tristezas humanas, através do 
pensamento e de escolhas chamadas virtuosas. É 
aquela em que, o positivo compensa o negativo, por 
meio da conduta sábia do indivíduo, encontrando 
assim valor nas coisas, nas pessoas e na própria 
existência. 
Mas o que seria este valor? 
Segundo o dicionário da Língua portuguesa, em 
termos filosóficos, podemos significar a palavra 
como “propriedade ou carácter do que é, não só 
desejado, mas também desejável”, ou ainda, 
como “as próprias coisas desejáveis, sendo os 
principais valores o verdadeiro, o belo, o bem”. O 
vernáculo traz também uma definição que é 
estimativa “valor que se calcula pelo apreço ou 
estima que se tem um objeto”. ¹ 
A Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura define: 
“Um valor é sempre uma relação entre um objeto 
e um padrão utilizado pela consciência que avalia 
uma ação realizada ou a realizar. No aspecto 
filosófico, e pela análise de nossas atitudes práticas 
(não-teoréticas) e pela reflexão sobre as mesmas 
que conseguimos atingir a consciência do valor na 
sua essência. A questão sobre a natureza da 
moralidade, da arte e da religião conduz, por esta 
perspectiva, à essência dos valores éticos, estéticos 
e religiosos.” ² 
Logo, percebemos que para esta aula, dentre todas 
as definições possíveis para a palavra valor, nos 
interessa refletir sobre aquela que expressa um 
juízo subjetivo feito pelo ser humano. Cabe 
pensarmos aqui sobre a relação que estabelecemos 
com o mundo. Sobre como o valor das coisas tem 
a ver conosco, sobre como atribuímos valor a tudo, 
independentemente de haver um valor intrínseco 
em cada coisa ou acontecimento. 
A árvore vale para um viajante porque faz sombra; 
o anel barato vale para a neta, porque lembra a avó 
que o deu; e assim vamos atribuindo valor a cheiros, 
memórias, objetos e relações, de acordo com o que 
nos importa. 
Machado "goela baixo” 
Outro ponto de reflexão que se estabelece, está 
no fato de que, apesar de atribuirmos valor de 
acordo com o que é importante para nós, não é 
sempre que conseguimos sustentar essa escolha 
perante o mundo. Temos a necessidade de nos 
enquadrarmos na sociedade em que vivemos, nos 
grupos a que pertencemos e, por vezes, o desejo 
individual é colocado de lado por isso. E então, já 
não se declara preferência, renuncia-se ao desejo, 
submete-se ao valor dos outros, do grupo. 
A História mostra que através do valor estabelecido 
socialmente é que se estrutura a dominação. O 
filósofo francês, Michel Foucault, ensina que o poder 
é uma prática social constituída historicamente. 
“As relações de poder, seja pelas instituições, 
escolas, prisões, foram marcadas pela disciplina e por 
ela que as relações de poder se tornam mais 
facilmente observáveis, pois é por meio da disciplina 
que estabelecem as relações: opressor-oprimido, 
mandante-mandatário, subordinador-subordinado 
etc. Trata-se de uma relação assimétrica que institui 
a autoridade e a obediência, e não como um objeto 
preexistente em um subordinador. Trata-se de uma 
concepção do poder que se irradia da periferia para 
o centro, de baixo para cima, que se exerce 
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nullpermanentemente, dando sustentação à 
autoridade.” ³ 
Descomplicando o complexo 
A subjetividade da atribuição de valor muitas vezes 
conflita com a realidade e o funcionamento da vida. 
Como dito em aula, em diversas situações, a nossa 
perspectiva de valoração não condiz com as regras 
e determinações sociais, como diz o professor 
Clóvis de Barros: o gabarito não bate! E como 
exemplo, podemos citar as pessoas consideradas 
excelentes em seus afazeres que, a despeito de 
seus esforços e perícia, não alcançam seus intentos, 
ou seja, o incrível técnico de futebol que perde o 
campeonato, a bailarina espetacular que perde o 
concurso de dança ou exímio aluno que não recebe 
boa nota na prova. 
Da mesma forma que é correto dizer que 
valoramos as coisas do mundo a partir da nossa 
própria perspectiva, também se pode afirmar que o 
valor extrínseco (convencionado socialmente) delas 
oscila de acordo com quem as valora. E nada mais 
coerente com uma sociedade competitiva do que 
o poder da determinação final a respeito daquilo que 
tem ou não valor. 
São muitas as perspectivas e variáveis sobre o 
assunto e, por isso, cabe destacar sua complexidade 
com a ajuda do pensador Edgar Morin: 
“Segundo Edgar Morin (Introdução ao Pensamento 
Complexo, 1991:17/19): "...a complexidade é 
efetivamente o tecido de acontecimentos, ações, 
interações, retroações, determinações, acasos, que 
constituem o nosso mundo fenomenal. Mas então 
a complexidade apresenta-se com os traços 
inquietantes da confusão, do inextricável, da 
desordem no caos,da ambigüidade, da incerteza... Daí 
a necessidade, para o conhecimento, de pôr ordem 
nos fenômenos ao rejeitar a desordem, de afastar 
o incerto, isto é, de selecionar os elementos de 
ordem e de certeza, de retirar a ambigüidade, de 
clarificar, de distinguir, de hierarquizar... Mas tais 
operações, necessárias à inteligibilidade, correm o 
risco de a tornar cega se eliminarem os outros 
caracteres do complexus; e efetivamente, como o 
indiquei, elas tornam-nos cegos." 
¹ https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-
portuguesa/valor. 
² Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura. 
³ https://cafecomsociologia.com/o-poder-em-
michael-foucault/ 
Atividade extra 
Nome da atividade: Fidelidade aos Próprios Valores 
Link para assistir a 
atividade: https://www.youtube.com/watch?v=R-
EiXK_EFnA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/valor
https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/valor
https://cafecomsociologia.com/o-poder-em-michael-foucault/
https://cafecomsociologia.com/o-poder-em-michael-foucault/
https://www.youtube.com/watch?v=R-EiXK_EFnA
https://www.youtube.com/watch?v=R-EiXK_EFnA
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Aspirações 
Rebanho Sanfran 
Continuamos as nossas reflexões sobre a vida e 
nesse momento, falaremos sobre aspirações, sobre 
propósito. A palavra propósito vem do latim e tem 
o significado de “aquilo que eu coloco ali”, isto é, 
aquilo que eu procuro. “Uma vida com propósito é 
aquela em que eu entendo as razões pelas quais 
faço e pelas quais claramente deixo de fazer o que 
não faço” (CORTELLA, 2016, p.16). 
Para iniciar nossa discussão, deixo aqui uma 
pergunta: Onde você gostaria de chegar? Para 
responder a essa pergunta é necessário que você 
pense no amanhã, repense os seus desejos e 
também as coisas que podem te impedir de 
alcançar esse objetivo. 
Após dedicar um tempo para responder à 
pergunta, é necessário destacar que se você não 
sabe qual o destino a ser seguido, fica muito mais 
difícil encontrar o caminho. Inclusive, nesse ponto 
dos nossos estudos podemos trazer à tona um 
diálogo célebre de Lewis Caroll (2002), autor de 
“Alice no País das Maravilhas”, que acontece quando 
Alice está perdida e encontra o Gato em cima de 
uma árvore: 
– O senhor pode me ajudar? Diz Alice. 
– Claro. Responde o Gato. 
– Para onde vai essa estrada? 
– Para aonde você quer ir? 
– Eu não sei. Estou perdida. 
– Para quem não sabe para aonde vai, qualquer 
caminho serve. 
Assim como acontece no diálogo, você deve saber 
o caminho a ser seguido e deve conseguir 
determinar o destino antes de se mover. Parece 
óbvio, não é mesmo? No entanto, muitas vezes não 
percebemos que essa atitude de estabelecer o 
caminho é de suma importância. 
Cada um de nós tem várias possibilidades durante o 
dia, durante o mês e durante uma vida. Nós é que 
decidimos onde queremos ou precisamos estar a 
cada momento. Assim como eu escolhi estar aqui 
escrevendo neste momento, por exemplo. Nós 
precisamos traçar estratégias para os caminhos da 
nossa vida. Você sabe o significado de estratégia? 
Segundo os autores Certo e Peter (2005, p.11) “a 
estratégia é definida como um curso de ação para 
garantir o alcance dos objetivos”. 
Saber onde se quer chegar não é fácil e muitas 
vezes enxergar essa trilha e traçar as estratégias 
corretas é ainda mais difícil. Podemos comparar a 
vida a uma escada: cada degrau alcançado é 
comemorado pela vida. Mas, podemos refletir: até 
quando essa escada vai? Você foi colocado nessa 
escada, sem saber o seu fim. 
Durante a nossa vida surgem diversos desfios e 
caminhos que vão sendo mostrados aos poucos e 
em alguns momentos, as nossas aspirações são 
construídas muito além daquilo que planejamos ou 
queremos, como se fosse a vida te mostrando o 
caminho. E você apenas sabe que está indo para 
aquele caminho. Você não precisa se limitar ao que 
a maior parte das pessoas faz, sendo necessário 
trilhar aquilo que você deseja. 
Em algum lugar do futuro 
Ao longo da nossa vida, somos guiados pelos 
desejos. Mas o que é desejo? De acordo com 
Sócrates, “desejo é sempre desejo de alguma coisa 
que não se tem, ou que se tem, mas se teme 
perder no futuro. O desejo nasce necessariamente 
da falta” (ROCHA, 2000, p.95). 
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Corroborado por Platão, que entende que o desejo 
está relacionado à falta, ou seja, o desejo é pelo que 
falta, sendo assim, o objeto de desejo é aquilo que 
falta. Mas, nem tudo que falta, faz falta. 
O desejo então pode ser definido como aquilo falta 
e que faz falta a quem deseja. Podemos dizer que 
o desejo consiste em uma energia mobilizada em 
direção àquilo que faz falta. 
Nesse momento, você pode se perguntar: De onde 
vem isso que faz falta? Essa falta vem da sua mente, 
aquilo que ela acusa como faltante. O desejo pode 
ser por alguém, por um objeto ou por uma situação. 
É necessário refletir que os desejos vão surgindo 
com o passar do tempo e você não vai sentir falta 
de algo que não existe. Como por exemplo, 
podemos citar o celular, que hoje em dia você irá 
sentir falta. Mas há anos atrás, quando ele não existia, 
ninguém sentia falta dele. 
Podemos constatar então que nós vivemos a nossa 
vida, nos cercando de valores e experiências, que 
serão utilizados para pensar nos seus objetivos. A 
partir daí, surgirão os seus desejos. Em toda 
aspiração, teremos uma falta para que algo seja 
desejado por nós e isso foi presença para alguém 
próximo a você. A partir desse momento, você 
passa a ter desejos e aspirações em determinados 
pontos da vida que você gostaria que fossem 
presença no futuro, apesar de atualmente, serem 
falta. 
No talo da perfeição 
Quando falamos em aspirações, pensamos em 
“correr atrás”, pretender e até mesmo ambição. É 
comum pensarmos que a maior parte das pessoas 
possui essas ambições para ganhar mais dinheiro, 
conforto e até mesmo glória, reconhecimento. 
Nesse momento, vamos pensar em aspiração com 
outra conotação, que é buscar o máximo de 
perfeição que a natureza permite alcançar. Sendo 
assim, estaríamos tirando mais de nós na hora de 
viver. “Esta questão sobre os propósitos tem vindo 
à superfície gradualmente. Até há algum tempo, a 
vida era muito menos complexa e a intenção 
principal era sobreviver. Isto é,obter recursos para 
criar uma família e ter um patrimônio que se 
pudesse deixar em herança” (CORTELLA, 2016, 
p.17). 
Sabemos que atualmente esse sentido foi ampliado, 
ultrapassando as barreias do trabalho. Mas o que 
preciso fazer para conseguir conquistar aquilo que 
aspiro? Explore os seus talentos, suas habilidades e 
atue no local que você se identifica. É importante ir 
atrás daquilo que você busca, treinando, repetindo, 
começando de novo, quantas vezes forem 
necessárias. Quando uma pessoa tem talento 
somado ao treinamento, as possibilidades de 
conseguir uma performance muito boa, são 
maiores. Isso é o que Aristóteles chama de 
excelência: “Viver em aretê”. 
“Em sentido amplo, por aretê, os gregos 
designavam qualquer boa qualidade conformada 
tanto com dotes e valores inerentes e/ou 
agregados aos seres e aos objetos ou coisas, 
quanto com o bem ou a excelência almejada e 
presente, por anuência ou concessão, em qualquer 
prática, ação ou conduta” (SPINELLI, 2014, p.166). 
Isso significa que você estará habitualmente (e não 
excepcionalmente), muito próximo do máximo de 
excelência que a natureza permite conseguir. Viver 
em aretê é jogar quase sempre em altíssimo nível 
e não somente às vezes. Dessa forma, você estará 
habituado a fazer o melhor. 
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Nesse ponto dos seus estudos é necessário 
destacar que a excelência é distinta para cada um 
de nós. A excelência é o máximo nos limites e nas 
condições vividas naquele instante e proporcionadas 
pela natureza daquela pessoa que está vivendo. Os 
limites da natureza são muito variáveis e cada 
pessoa precisa levar isso em consideração. 
Cada de um de nós sabe exatamente do que é 
capaz e se conhece como ninguém, sendo assim, 
somos responsáveis pelo estabelecimento de até 
onde podemos ir. Toda vez que você, mesmo sem 
ninguém ver, conseguir conquistar algo que ainda 
não tinha conseguido, estará aspirando a excelência, 
conseguindo dar o melhor de si para aquela situação. 
 
Atividade extra 
Nome da atividade: Conversa – Alice e o Gato 
Link para assistir a 
atividade: https://youtu.be/IlZlSSVlnig 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://youtu.be/IlZlSSVlnig
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Objetivos/Metas 
Cósmica como toda natureza 
A antiguidade clássica é o período da história entre 
o século VIII a.C. e o século V d.C. centrado no mar 
Mediterrâneo, abrangendo as civilizações da Grécia 
e da Roma antigas, sendo conhecido como mundo 
greco-romano. Nesse período as sociedades grega 
e romana floresceram e exerceram grande 
influência em toda a Europa, norte de África e Ásia 
ocidental. 
De um modo geral, surgiram duas formas de 
conceber o cosmos: a cosmologia antiga (gregos) e 
a cosmologia cristã (até certo ponto, latina). Novas 
teorias foram desenvolvidas a respeito do homem, 
do conhecimento e da natureza, baseadas nessas 
duas cosmologias ou visões de mundo. 
A cosmologia grega, mais especificamente, muito 
sustentada em Aristóteles e Platão, compreendia o 
mundo (o cosmos) como um todo finito e ordenado. 
Todos os seres, inclusive o homem, fazem parte do 
todo e estão sujeitos a uma lei natural imutável. 
Também são transitórios, tendo começo, meio e 
fim. Já o cosmos (o todo), era considerado imortal 
e eterno. A natureza com suas leis e limites impõe-
se às coisas e aos seres humanos, sendo estas leis 
um conjunto de princípios ou ideias superiores, 
imutáveis, estáveis, permanentes. A autoridade, 
então, provém da natureza e não da vontade do 
homem. 
Para os gregos, tudo tinha uma razão de ser e todas 
as coisas e seres cumprem o seu papel, inclusive o 
homem. Por isso, seria tão importante se conhecer, 
porque este seria o caminho para descobrir seu 
papel no mundo e a forma como poderia contribuir 
com o todo, considerado mais importante do que 
suas partes. 
Feios, tortos e encantadores 
A Eudaimonia é o termo que retrata o grande 
objetivo/meta dos gregos de cumprir o seu papel 
no cosmos, entrando em harmonia com o todo. 
Este era considerado o ideal da vida, pois, uma vez 
em harmonia com o todo, as pessoas seriam felizes 
e cada um seria o que nasceu para ser. 
“Do grego eudaimonia, felicidade. Doutrina moral 
segundo a qual o fim das ações humanas (individuais 
e coletivas) consiste na busca da felicidade através 
do exercício da virtude, a única a nos conduzir ao 
soberano bem, por conseguinte, à felicidade. É essa 
identificação do soberano bem com a felicidade que 
faz da moral de Aristóteles um eudemonismo; 
também a moral provisória de Descartes pode ser 
entendida como um eudemonismo (que não se 
deve confundir com hedonismo).”¹ 
“Qualquer doutrina que assuma a felicidade 
como princípio e fundamento da vida moral. São 
eudemonistas, nesse sentido, a ética de Aristóteles, 
a ética dos estoicos e dos neoplatônicos, a ética do 
empirismo inglês e do iluminismo. Kant acredita que 
o eudemonismo seja o ponto de vista do egoísmo 
moral, ou seja, da doutrina "de quem restringe todos 
os fins a si mesmo e nada vê de útil fora do que lhe 
interessa" (Antr., I, § 2). Mas esse conceito de 
eudemonismo é demasiado restrito, pois o mundo 
moderno, a partir de Hume, a noção de felicidade 
tem significado social, não coincidindo portanto com 
egoísmo ou egocentrismo.” ² 
“Literalmente, 'eudemonismo' significa "posse de um 
bom demônio", ou seja, gozo ou fruição de um 
modo de ser mediante o qual se alcançará a 
prosperidade e a felicidade. Filosoficamente, 
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entende-se por 'eudemonismo' toda tendência ética 
segundo a qual a felicidade é o sumo bem. 
Característica do eudemonismo é considerar que 
não pode haver incompatibilidade entre a felicidade 
e o bem. Os que se opõem ao eudemonismo, em 
contrapartida, admitem que a felicidade e o bem 
podem coincidir, mas não coincidem 
necessariamente. Para o eudemonismo, a felicidade 
é o prêmio da virtude e, em geral, da ação moral. 
Para o antieudemonismo, por outro lado, a virtude 
vale por si mesma, independentemente da felicidade 
que pode produzir.” ³ 
Em seguida, os seguidores de Jesus, mais 
especificamente representados por Agostinho e 
Tomás de Aquino, deram continuidade à reflexão a 
respeito do propósito da vida humana e de como 
alcançar a felicidade. Aspectos importantes foram 
trazidos, diametralmente opostos aos pensamentos 
gregos aristotélicos. Para os cristãos, Deus planejou 
nossas metas e objetivos para alcançarmos a 
santidade, todavia, não nos obriga a cumprir seus 
desígnios. 
Nesta nova produção filosófica, Deus nos autoriza a 
sermos livres, senhores das próprias vidas, 
conforme textos bíblicos, nos teria sido dado o livre 
arbítrio. Nosso valor e felicidade não seriam 
determinados pelo o que recebemos de antemão, 
mas sim pela maneira como investimos nossa 
natureza no auto-aperfeiçoamento e na dedicação 
às causas nobres. 
Agora é nóis, mano! 
Por fim, estudamos o Humanismo, teoria 
renascentista e europeia (a partir do século XIV na 
Itália, final do século XV e século XVI na França) que 
redescobriu as obras e os textos da Antiguidade. O 
movimento defende que é o próprio ser humano 
quem deve definir como sua vida deve ser vivida. O 
humano está acima de tudo, ele é gestor da sua 
própria trajetória. 
Cabe a cada um pensar a respeito do que quer para 
si e para o mundo. A definição do que a humanidade 
deve ser pertence ao próprio homem, portanto, 
seus objetivos e metas devem estar ligados a 
melhor humanidade possível, não só ao eu, egoísta, 
mas a tudo o que torna melhor os seres e a 
sociedade. 
“Do latim humanistas. Atitude filosófica que faz do 
homem o valor supremo e que vê nele a medida 
de todas as coisas. 
Movimento intelectual que surgiuno renascimento. 
Lutando contra a esclerose da filosofia escolástica e 
aproveitando-se de um melhor conhecimento da 
civilização grego-romana, os humanistas (Erasmo, 
Tomás Morus etc.) se esforçaram por mostrar a 
dignidade do espírito humano e inauguraram um 
movimento de confiança na razão e no espírito 
crítico. Por uma espécie de deslocamento, o termo 
"humanismo" tomou dois sentidos particulares: a) na 
filosofia, designa toda a doutrina que situa o homem 
no centro de sua reflexão e se propõe por objetivo 
procurar os meios de sua realização; b) na 
linguagem universitária, designa a ideia segundo a 
qual toda formação sólida repousa na cultura clássica 
(chamada de humanidades).” 4 
“Abordagem filosófica baseada na suposição de que 
a humanidade é a coisa mais importante que existe 
e que não pode haver conhecimento de um mundo 
sobrenatural - caso ele exista.” 5 
“Conceder importância superior ao que é humano 
e não a questões divinas ou sobrenaturais.” 6 
 
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Vale destacar que na filosofia as teses se 
complementam, logo, não se invalida uma teoria 
após surgirem outras. Todas possuem importância 
histórica e filosófica. 
Atividade extra 
Nome da atividade: Filosofia, política e cosmologia: 
ensaios sobre o renascimento. Capítulo 2: As leis do 
cosmos e a liberdade do homem: Giovanni Pico Della 
Mirandola e Leon Batista Alberti, pág. 35. Jonathan 
Molinari. 
Link para ler a 
atividade: http://books.scielo.org/id/75pz8/pdf/pinto-
9788568576939.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://books.scielo.org/id/75pz8/pdf/pinto-9788568576939.pdf
http://books.scielo.org/id/75pz8/pdf/pinto-9788568576939.pdf
Planejamento 
A areia e o caminhãozinho 
O mundo vem passando por diversas modificações 
nos últimos anos e muitas vezes, não temos 
consciência de como tudo está acontecendo de 
forma rápida. Diante dessa velocidade, é importante 
relembrar que os valores são o fazem valer a vida 
que levamos. Nós conversamos até aqui sobre 
metas e objetivos, mas você precisa pensar em 
como alcançá-los. A partir do momento que esse 
objetivo é alcançado, ele é destruído. Restando 
portanto, a definição de novas metas e novos 
objetivos. Sendo assim, podemos entender que ao 
conseguir conquistar a meta traçada, ela passa a 
deixar de existir, estando cumprida. 
O planejamento da vida é muito importante para 
todos nós, traçando sempre objetivos e metas. Os 
objetivos devem ser alvos específicos e capazes de 
serem mensuráveis. São de longo prazo e possuem 
uma finalidade. Um objetivo é composto por metas 
para onde você deve direcionar os seus esforços. 
Sendo assim, a meta corresponde aos pontos 
estipulados que se relacionam com o caminho, 
sendo de curto prazo (CERTO; PETER, 2005). 
As metas e objetivos devem ser alcançáveis, ou 
seja, estarem dentro do seu alcance, porque se não, 
você ficará sempre frustrado. Não podem ainda 
estar muito próximos ou fáceis, pois devem 
estimular o seu crescimento, busca pelo mérito e 
desenvolvimento de competências. A ideia é que as 
metas e objetivos não sejam nem tão fáceis e nem 
tão difíceis, sendo razoáveis. 
As metas e objetivos devem ser estabelecidos 
levando-se em conta o meio termo: você pode ser 
vitorioso, se e somente se houver crescimento e 
aperfeiçoamento de si. 
Raramente as metas e objetivos dependem apenas 
de você. As grandes metas e objetivos 
normalmente são construídas em equipe, de forma 
coletiva, como por exemplo, dentro das 
organizações. Os objetivos coletivos são entendidos 
como maiores do que aqueles estritamente 
individuais. 
Para planejar de forma eficaz, você deve conseguir 
estabelecer metas e objetivos de forma coletiva, 
levando-se em conta as tarefas e as expertises 
individuais. Afinal, uma meta e um objetivo serão 
mais legítimos se conquistarem o sucesso de todos. 
Amarrar para conhecer 
“Para onde vou agora? O que faço da minha vida? 
O que é essencial? Sabendo que a morte é tão 
próxima a todos, como alcançar o essencial? Você 
está realizando todo o seu potencial, a cada 
instante? Tempo rapidamente se esvai e 
oportunidade se perde” (GUIMARÃES, 2020, p. 20). 
Com essas perguntas e reflexões iniciamos esse 
estudo, sabendo que precisamos ter objetivos 
inteligentes e que possam ser alcançados. Os 
caminhos a serem escolhidos são inúmeros e o 
planejamento implica em escolhas. Essas escolhas 
requerem atribuição de valores e nem sempre o 
que é mais rápido, é mais econômico. 
Para que seja possível escolher o melhor caminho, 
você precisa definir as variáveis que podem 
interferir no percurso. A essas variáveis 
chamaremos de estudos. A eficiência a ser 
conquistada no caminho dependerá da qualidade do 
seu estudo e do conhecimento das variáveis que 
incidem sob o seu projeto de vida. O mapeamento 
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das variáveis e o estudo adequado são condição do 
sucesso de um bom planejamento. 
A raposa e o caminhar 
Um homem vinha caminhando pela floresta quando 
viu uma raposa que perdera as pernas, e 
perguntou-se a si mesmo como ela faria para 
sobreviver. 
Viu então um tigre se aproximando com um animal 
abatido na boca. O tigre saciou a sua fome e deixou 
o resto da presa para a raposa. 
No dia seguinte, Deus alimentou a raposa usando o 
mesmo tigre. 
O homem maravilhou-se da grandiosidade de Deus 
e disse a sí mesmo: 
- Também eu irei me recolher num canto, com 
plena confiança em Deus, e ele há de prover tudo 
o que eu precisar! 
Assim fez. Mas durante muitos dias nada aconteceu. 
Estava já quase às portas da morte quando ouviu 
uma voz: 
- Ó, tú que estás no caminho do erro, abre os olhos 
para a verdade! Siga o exemplo do tigre valoroso e 
pare de imitar a raposa aleijada!” 
Fonte: Revide, 2013. 
O instinto é uma resposta rápida e mecânica a um 
estímulo. Os animais são instintivos, já o homem não, 
pois não temos resposta rápida ao estímulo. Então, 
como é possível observar no texto anterior, não é 
possível que você fique esperando tudo “cair do 
céu”. 
Você é um ser humano e é convidado todos os 
dias a pensar para viver. Essa atitude é um 
planejamento, pois o nosso pensamento é para 
melhor agir em nossa vida. 
Os meios e os fins estão no planejamento e o ato 
de planejar nada mais é do que a articulação 
inteligente para interligar meios e fins. As estratégias 
são os meios e os propósitos são os fins. O 
planejamento é capaz de alinhar os meios e os fins. 
Podemos destacar nesse ponto dos seus estudos 
que não há uma única maneira de atingir objetivos 
ou de entender o mundo e resolver problemas. Há 
uma quantidade infinita delas. Como seres humanos 
que somos, saberemos mapear as possibilidades. 
O instinto oferece um caminho, mas a humanidade 
não tem um caminho pronto e estabelecido. Para o 
homem, o caminho se faz caminhando. O 
planejamento é feito planejando. A execução é feita 
executando. E a vitória se conquista ganhando. Cada 
passo que escolhemos dar, nos cria infinitas 
possibilidades, não havendo apenas um caminho a 
ser seguido. Diante da infinidade de possibilidades, 
como visto até aqui, o homem deve definir a sua, 
tomando decisões. O caminho é então feito no ato 
de caminhar. 
 
Atividade extra 
Nome da atividade: O poder de assumir nossas 
escolhas. 
Link para assistir a 
atividade: https://www.youtube.com/watch?v=xjF_5
wEQ4RI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=xjF_5wEQ4RI
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