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Resumão Saúde e Comunidade 1. História da medicina a) Medicina pré-histórica: modelo xamânico-religioso b) Medicina egípcia: mumificação (prática mística); trepanação do crânio; papiro de Ebers (tratado médico); médico Imhotep c) Medicina greco-romana: semideus Asclépio; primeiras escolas de medicina; Hipócrates estabeleceu uma percepção racional da medicina ⇒ modelo observacional; teoria humoral (sangue, fleuma, bílis amarela e bílis escura) e dos 4 elementos; Galeno estabeleceu o primeiro tratado de medicina ○ Medicina medieval: relação fé = saúde; conhecimento restrito aos monges cristãos em mosteiros; médicos-barbeiros e Avicena (persa) difundiam conhecimento médico ○ Medicina no renascimento: dissecações; prensa = difusão do conhecimento ○ Fase cientificista: Galileu = pai da ciência moderna; Semmelweis; Pasteur e Robert Koch; desenvolvimento de ambulâncias, da enfermagem ○ Período de guerras: cirurgias com anestesia; psicanálise; atendimento de emergência - tratamento de choques, transfusão de cristalóides, contenção de hemorragia… 2. Conceito de saúde e doença ○ Conceito saúde OMS: “saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças” ○ Medicina social: políticas sanitaristas e higienistas durante o desenvolvimento do capitalismo a) Polícia médica: medidas compulsórias de controle de doenças. Alemanha b) Medicina urbana: analisar circulação. França c) Medicina da força de trabalho: sanitarista/higienista → separar ricos de pobres. Lei dos pobres: manutenção da saúde do proletariado. Inglaterra ○ Atualmente: transição de modelo unicausal para multifatorial; saúde como a capacidade de se ter uma vida satisfatória e proveitosa 3. História das políticas de saúde pública ○ Descobrimento: curandeiros e Santas Casas da Misericórdia, mantidas pela Igreja ○ Período joanino: vinda de médicos, mas apenas a corte possuía acesso; desenvolvimento de escolas de medicina ○ Primeira república: epidemias (varíola, tuberculose e febre amarela); políticas higienistas/Reforma Sanitária de Oswaldo Cruz e Emílio Ribas; saúde individual continuava precarizada a) CAP (caixas de aposentadoria e pensão): lei Elói Chaves, fundos de aposentadoria mútuos ○ Era vargas: investimento na saúde como forma de propaganda política a) IAP (institutos de aposentadoria e pensão) - 1930: unificação das CAPs, gestão governamental, dinheiro usado para empréstimos a grupos privados de saúde b) SESP (serviço especial de saúde pública): política criada em aliança com EUA; atendimento para pessoas em regiões isoladas da amazônia ○ Redemocratização: assistência à saúde continuava focada em campanhas para problemas coletivos, IAPs focadas em assistência individual (carteira assinada) a) Ministério da Saúde ○ Ditadura militar: empobrecimento da população e prejuízo para o setor da saúde pública, desenvolvimento de hospitais particulares financiados pelo governo com dinheiro das IAPS a) INPS (instituto nacional de previdência social) - 1966: unificação das IAPs; assistência médica individual voltada para trabalhadores c. carteira assinada b) SNS (sistema nacional de saúde): a previdência social continuava responsável pela assistência médica individual e curativa, o Ministério da Saúde e as secretarias estaduais e municipais se responsabilizavam pelos cuidados preventivos. c) SINPAS (sistema nacional de previdência e assistência social) d) INAMPS (instituto nacional de previdência e assistência social) - 1977: responsável pelo atendimento médico ambulatorial e hospitalar e) Movimento pela Reforma Sanitária - 1970: ampla mobilização popular, no sentido de resistir a perdas no setor da saúde e propor outra estrutura para a sociedade e para a organização do governo, no campo da saúde ○ Contemporaneidade: a) CONASP (conselho administrativo nacional de assistência da saúde previdenciária) b) VIII Conferência da Saúde - 1986 DEMOCRACIA É SAÚDE!: ampliou conceito de saúde pública no Brasil, propôs mudanças baseadas no direito universal à saúde; valorizou ações de de saneamento, medicina preventiva, distribuição de riquezas, descentralização dos serviços e participação popular; relatório serviu de base para a criação do SUS c) Constituição de 1988 ⇒ saúde como um direito. SUS: foi regulamentado pelas Leis n. 8.080/90 e n. 1.142/90 4. SUS: leis, funcionamento e diretrizes ○ Princípios doutrinários do SUS a) Universalidade: todo o cidadão é igual perante o SUS e será atendido conforme suas necessidades até o limite que o sistema pode oferecer para todos b) Integralidade: cada pessoa é um todo indivisível e integrante de uma comunidade c) Equidade: assegura que a disponibilidade dos serviços de saúde considere as diferenças entre os diversos grupos de indivíduos ○ Princípios organizativos do SUS a) Comando único: cada esfera do governo é autônoma e soberana em suas decisões e atividades b) Descentralização: descentralizar e redistribuir poder e responsabilidades entre os três níveis de governo c) Hierarquização: ordena o sistema de saúde por níveis de atenção; organizar em níveis crescentes de complexidade - setor primário (representando a atenção básica) ⇒ setor secundário (cuidado ambulatorial especializado) ⇒ setor de alta complexidade tecnológica e de alto custo d) Regionalização: distribuir os recursos assistenciais no território, com base na distribuição da população e) Participação popular: garantia constitucional de que a população pode participar do processo de formulação das políticas nacionais de saúde e do controle da sua execução → fundamentado em: Conselhos de Saúde (municipais, estaduais e nacionais), participação em colegiados de gestão nos próprios serviços de saúde ○ Sistema de referência e contrarreferência a) Ex.: João, um homem de 57 anos, dá entrada em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) queixando-se de fortes dores no peito e cansaço frequente. Após uma avaliação médica, foi constatado que o paciente sofria de um grave problema cardíaco e que precisava ser encaminhado para realizar uma cirurgia complexa em um hospital de maior porte - a esse processo damos o nome de referência. Feita a cirurgia, João recebeu alta e, então, foi encaminhado novamente para a UBS, onde deverá realizar acompanhamentos regulares e frequentes para acompanhar sua recuperação - a esse processo damos o nome de contrarreferência. ○ Leis Orgânicas da Saúde: a) Lei 8.080/1990 – funcionamento do SUS. dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. b) Lei 8.142/1990 – dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde, e dá outras providências c) “Registro do SUS” consta nos artigos 196 a 200 da CF ○ Responsabilidades nas 3 esferas do governo a) União: planejar e fiscalizar; gerir serviços de alta complexidade b) Estados: gerir serviços de alta complexidade regionais; aplicar recursos próprios e repassar verbas para municípios; criar políticas c) Municípios: serviços de atenção básica; aplicar recursos próprios; planejar laboratórios e hemocentros; criar políticas ○ Participação popular: o Controle Social se organiza nas Conferências, assim como os Conselhos de Saúde, permanentes e integrante do SUS que representam uma verdadeira reforma na condição de funcionamento democrático do Estado a) Composição de ambos órgãos: 50% usuários, 25% agentes de saúde e 25% representantes do governo e prestadores de serviços privados → paritário b) Conselho de Saúde: é órgão colegiado, deliberativo e permanente do SUS em cada esfera de Governo, integrante da estrutura básica do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; controlador; deliberativo c) Conferências: acontecem de 4 em 4 anos; avalia situação da saúde; convocada pelo conselho ou pelopoder executivo ○ Comissões intergestores: a) CIB: onde representantes do MS, das Sec. Estaduais por meio do CONASS e as Sec. Municipais de Saúde por meio do CONASEMS se reúnem b) CIR: de âmbito regional, é vinculada à Sec. Estadual de Saúde para efeitos administrativos e operacionais, e deve observar as diretrizes da CIB c) CIT: de âmbito estadual, onde representantes da Sec. Estadual de Saúde e representantes dos Sec. Municipais de Saúde por meio do COSEMS se reúnem 5. Família ○ Segunda Kaslow, as famílias podem ser classificadas como: a) Nucleares incluindo duas gerações com filhos biológicos b) Extensas – várias gerações na mesma unidade doméstica c) Adotivas d) Casais e) Monoparentais f) Homoafetiva g) de Reconstituição 6. Relação médico-paciente ○ Barreiras na comunicação: linguagem médica, diferenças socioculturais (idade, classe social, etnia, gênero, etc.), estado emocional do paciente devido a doença, limitações cognitivas do paciente ○ Necessário: foco no doente e não na doença 7. Crença na medicina ○ Em caso de recusa de uma transfusão de sangue: a) Promover outros tratamentos disponíveis, em acesso a essas alternativas deve evitar o conflito moral e ético. Se não houver risco de morte o paciente deve dar o consentimento b) Em menores: se houver risco de morte pode se ajuizar uma ação de suspensão do poder familiar ou se amparar pelo ECA 8. Medicina Integrativa a) Medicina alternativa: negligencia a medicina tradicional e contempla práticas que não são aprovadas pela comunidade científica b) Medicina complementar: também atua como terapias associadas à medicina convencional; geralmente é uma prática à parte, buscada pelo próprio paciente c) Medicina integrativa: integra a medicina convencional a terapias que têm um certo embasamento científico; costuma ser oferecida em consonância com o tratamento tradicional pelas instituições de saúde a. Pontos positivos: baixo custo; conforto e alívio das aflições do tratamento; sensação de estar fazendo algo a mais por si mesmo; auxílio nos efeitos colaterais – ex: acupuntura para diminuir náusea no período de quimioterapia. b. Pontos negativos: interações conflitantes entre as variadas práticas terapêuticas; alguns especialistas acreditam que as PICs podem impactar a opinião pública acerca da importância da medicina convencional ○ A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) foi publicada em 2006. A política traz as diretrizes gerais para a incorporação das práticas. Compete ao gestor a inserção na rede municipal de saúde ○ Em 2006 eram ofertados apenas 5 tratamentos, em 2017 foram incorporadas 14 práticas integrativas, outras 10 foram incluídas em 2018 9. Sistemas de Saúde Comparados ○ Tipos de proteção social: a. Seguro social ou meritocrático: universal garantidos a quem contribui com a previdência social, controlado pelo estado, como em países frança, alemanha. b. Seguridade: universal financiado solidariamente por toda a sociedade, como ocorre no Canadá. c. Assistência ou residual: comprovadamente pobres teriam acesso esse sistema a) Alemanha: obrigatório ter seguro de saúde; desempregados e crianças são cobertos pelo governo. feito por meio de taxas sobre os salários da população. b) Brasil:SUS: universal, gratuito, descentralizado; setor privado com caráter complementar. população paga impostos, que são repassados até chegarem à esfera municipal c) Canadá: acesso universal e gratuito, com aprovação de 85% da população. através de impostos pagos ao governo d) China: privado; 3 opções de planos de saúde: a. Emprego formal, nos centros urbanos; b. Centros urbanos sem plano de saúde pelo emprego; c. Zonas rurais. planos de saúde custeados pelo cidadão e) Estados Unidos: Privado; sem acesso universal; programas públicos para idosos (Medicare) e pessoas comprovadamente pobres (Medicaid); tecnologia de ponta e profissionais qualificados. gasto com a saúde é custeado pelo cidadão f) França: obrigatório ter plano de saúde; o governo arca com 75% dos custos, o restante é da responsabilidade do cidadão. fundos geridos pelo governo; cada cidadão contribui de acordo com a renda que recebe. g) Reino Unido: universal; NICE regula tratamentos que são ou não cobertos pelo país. através de impostos
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