Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AMANDA RODRIGUES MAMOGRAFIA A mamografia é o único exame utilizado para rastreamento, com capacidade de detectar lesões não palpáveis e causar impacto na mortalidade por câncer de mama, sendo por isso o exame de imagem recomendado para o rastreamento do câncer de mama no Brasil. Apesar da insuficiência de evidências, a ressonância magnética tem sido utilizada em conjunto com a mamografia como modalidade de rastreamento em pacientes de alto risco, tais como: mulheres portadoras da mutação nos genes BRCA 1 ou BRCA 2, mulheres com história de câncer de mama, mulheres com história familiar de câncer de mama em parentes de primeiro grau na pré-menopausa, mulheres com história de neoplasia lobular in situ, hiperplasia ductal atípica, hiperplasia ductal atípica e mulheres que fizeram radioterapia torácica antes de 30 anos. De um modo geral, as integrantes do grupo de risco, notadamente as com história familiar ou com mutação dos genes BRCA, são jovens, com mamas densas e parênquima mamário muito sensível à radiação ionizante, situação em que a capacidade de detecção da mamografia é reduzida. No grupo de alto risco, a ultrassonografia pode ser utilizada em conjunto com a mamografia, com a finalidade de melhorar o desempenho do rastreamento. A mamografia é realizada em um aparelho de raio-x desenvolvido especificamente para a exposição das mamas: o mamógrafo. Pode ser realizada com a paciente sentada ou de pé. A maioria das clínicas prefere a posição ortostática. Na modalidade de rastreamento, o exame é realizado em 2 incidências ortogonais em cada mama: a incidência mediolateral-oblíqua (MLO) e a incidência craniocaudal (CC). A projeção craniocaudal permite observar a maior parte do tecido mamário, exceto a porção alta dos quadrantes superiores e o prolongamento axilar. A projeção oblíquo-externa inclui toda a mama, o prolongamento axilar e parte da região axilar. A mamografia apresenta maior sensibilidade no diagnóstico do câncer de mama em mulheres com predomínio adiposo. Em contrapartida, o diagnóstico mamográfico costuma ser mais difícil em mulheres com mamas em que há o predomínio do parênquima fibroglandular. IDADE A recomendação para as mulheres de 50 a 69 anos é a realização de mamografia a cada dois anos e do exame clínico das mamas anual. Embora a USPTF tenha expandido a recomendação de rastreamento para as mulheres na faixa etária de 70 a 74 anos, há menos evidências sobre os benefícios nessa faixa etária. Para as mulheres de 40 a 49 anos, a recomendação brasileira é o exame clínico anual e a mamografia diagnóstica em caso de resultado alterado. Além desses grupos, há também a recomendação para o rastreamento de mulheres com risco elevado de câncer de mama, cuja rotina de exames deve se iniciar aos 35 anos, com exame clínico das mamas e mamografia anuais. LIMITAÇÃO Em relação à composição e à distribuição do tecido fibroglandular, a mama pode variar desde predominantemente adiposa até acentuadamente densa. Essa variação está relacionada à sensibilidade da mamografia, pois se sabe que o câncer de mama é normalmente radiodenso e tem caracterização prejudicada dependendo da constituição mamária. AMANDA RODRIGUES A taxa global de falso-negativo da mamografia varia de 10% a 22%, nas pacientes com mamas densas elevando para 30% a 35% (ICSN, 2012). A mamografia deve ser realizada sempre em duas projeções, que rotineiramente deve incluir a craniocaudal e a oblíqua externa. A classificação de BI-RADS, de acordo com a densidade mamária, se divide em quatro categorias: Predominantemente adiposa; Densidades fibroglandulares esparsas; Heterogeneamente densa; Acentuadamente densa. A sensibilidade mamográfica é menor à medida que aumenta a densidade. AUTOEXAME O autoexame das mamas não é recomendado como forma de rastreamento do câncer de mama. Não há efeito de tal prática sobre a redução da mortalidade por câncer de mama. A prática ocasional da observação e da autopalpação das mamas, no contexto do conhecimento do próprio corpo, podendo ser realizadas de forma sistemática e com periodicidade fixa, mas não deve ser confundida com a aplicação do método como rastreamento padronizado, como ocorre no autoexame das mamas. EXAME CLÍNICO DAS MAMAS O exame clínico das mamas, realizada pelo profissional de saúde, demonstrou reduzir a mortalidade por câncer de mama, entre 50 e 60 anos, em virtude da lipossubstituição adiposa, que aumenta a sensibilidade na palpação. BI-RADS O American College of Radiology recomendou o uso do Breast Imaging Reporting and Data System (BI-RADS) para padronização da descrição de lesões mamográficas. 0: Inconclusivo, radiologista não compreendeu bem, com necessidade de outros exames complementares. 1: Negativo. 2: Achado benigno. 3: Provavelmente benigno, repetir a mamografia com 6 meses. 4: Achado suspeito, precisa de amostra física para biopsia. 5: Altamente sugestivo de neoplasia maligna, aqui já aparece retração de pele, é necessário tomar medida apropriada. 6: Malignidade comprovada (categoria usada com frequência para acompanhamento de uma lesão submetida a tratamento neoadjuvante). Ao ofertar exames de mamografia à população assintomática, os efeitos negativos incluem a indução do câncer de mama por radiação; a taxa de resultados falso-positivos que implicam nos exames complementares e maior ansiedade nas mulheres; o sobrediagnóstico (overdiagnosis) e sobretratamento (overtreatment) de lesões malignas de comportamento indolente que serão identificadas e tratadas sem a certeza de sua evolução. Alguns ensaios clínicos demonstraram que o sobrediagnóstico e o sobretratamento podem chegar a 30%. PAPANICOLAU AMANDA RODRIGUES A estratégia mais adotada é a realização periódica do exame citopatológico. Prioridade: mulheres 25-64 anos 1x ao ano. O intervalo dos exames pode ser de 3 anos, após 2 exames negativos por 2 anos consecutivos. Após os 64 anos, os exames podem ser interrompidos quando a mulheres tiver pelo menos 2 exames consecutivos nos últimos 5 anos. Incidência em mulheres de até 24 anos é muita baixa e o rastreamento é menos eficiente para detecção do câncer. Ferramentas utilizadas: Espéculo Espátula de Ayre Escova de canal O uso dessas ferramentas aumenta 3x vezes a chance de obtenção de células endocervicais Células que devem estar presentes na amostra: Células escamosas Células glandulares (não inclui epitélio endometrial) Células metaplásicas: indicador da qualidade da coleta RESULTADOS POSSÍVEIS: 1º negativo: refazer após 1 ano. 2º negativo: refazer após 3 anos. Positivo pra HPV ou lesão de baixo grau: refazer após 6 meses. Lesão de alto grau: orientações do médico + colposcopia (aplicação de um ácido ou iodo que cora a região, ao corar colhe-se um pedaço do mucosa pra fazer biópsia). Amostra insatisfatória: a quantidade de material foi insuficiente, refazer o mais rápido possível. CLASSIFICAÇÃO DE BETHESDA AMANDA RODRIGUES Em 1988, o primeiro seminário do National Cancer Institute (NCI), ocorrido em Bethesda, Maryland, resultou na criação do Sistema Bethesda de laudo citológico. Um método padronizado de laudo citológico facilitou a revisão por pares e garantiu a qualidade. A terminologia foi aperfeiçoada no Sistema Bethesda III (2001), segundo o qual as lesões escamosas com potencial pré-maligno são divididas em três classes: (i) células escamosas atípicas (ASC); (ii) lesões intraepiteliais escamosas de baixo grau (LSIL); (iii) lesões intraepiteliais escamosas de alto grau (HSIL). A classe ASC é subdividida em duas: aquelas de significado indeterminado (ASC-US) e aquelas nas quais é preciso que se excluam lesõesde alto grau (ASC-H). As LSIL são NIC 1 (displasia leve), e as alterações do HPV, denominadas atipia coilocitótica. A classe HSIL inclui NIC 2 e NIC 3 (displasia moderada, displasia grave e carcinoma in situ). CONDUTA Conduta se ASC-US e H: 1º: colposcopia: se biopsia de colo >> NIC 1, 2 ou 3 para classificar a histologia >> tratamento: eletrocauterização ou cirurgia alta frequência (CAF) ou traquelectomia (amputação de colo), conização de colo 2º: repetir exame se não fizer colposcopia Classe 3 ou LSIL Refazer em 6m ou até 1a se >30a Classe 4 ou HSIL Colposcopia: compatível com NIC 2 e 3 Carcinoma ou adenocarcinoma Acionamento do centro de oncologia Conforme o estadiamento, é realizado a conduta idade Limitação autoexame exame clínico das mamas Bi-rads Resultados possíveis: conduta
Compartilhar