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Glândulas mamárias O úbere é formado por 4 glândulas mamárias, equinos apresentam 2 glândulas mamárias; são estruturas anatômica e funcionalmente independentes; as glândulas anteriores são menores que as posteriores; A glândula mamária é uma glândula sudorípara modificada. Estruturas internas da glândula mamária: 1. Ductos papillaris: conduto do orifício do teto que apresenta o esfíncter na porção distal, impedindo a entrada de microrganismos na glândula. 2. Sinus papillaris: cisterna do teto; 3. Sinus lactiferous: cisterna da glândula; onde desembocam os condutos galactóforos, que veiculam o leite produzido nos alvéolos secretores. 4. Alvéolos: estruturas que secretam o leite. Células mioepiteliais contráteis envolvidas por tecido adiposo (gordura). A sustentação da mama se dá por músculos abdominais e ligamentos. Os ligamentos suspensores da glândula mamária de bovinos são ligamento suspensor lateral e medial (tecido elástico), além disso existe um tecido conjuntivo que envolve as glândulas e suportam o peso do úbere de forma difusa, chamada de fáscia superficial e a pele que protege o parênquima glandular Hormônios responsáveis pelo desenvolvimento da glândula mamária e secreção láctea: estrógenos, progesterona, prolactina, ocitocina, tiroxina e epinefrina. Lactogênese: início da lactação; estrógenos estimulam a produção de prolactina para o estímulo da produção do leite; Galactopoese: manutenção da produção do leite durante todo o período de lactação. A ocitocina atua sobre a glândula mamária, estimulando a descida do leite e a somatotropina (junto com a tiroxina) mantém a produção constante. Para exame clínico da glândula mamária: identificação do animal, anamnese, exame físico específico, exame macroscópico do leite, exames complementares do leite (bioquímico, análise microbiológica, etc); Análise microbiológica do leite: Deve-se dispensar os primeiros jatos de leite após higienização com álcool 70%. Coleta 20 ml de leite em tubo estéril e armazena em caixa isotérmica; coleta-se 1 tubo por teto, sem encostar o frasco no teto; o material deve ser avaliado dentro de 24 horas; os frascos devem ser identificados quanto ao teto em que se fez a coleta. Inspeção direta e indireta do úbere; palpação direta e indireta do úbere; Sinal de godet para avaliar edema no úbere: pressiona o dedo sobre a região, se ficar marcado – sinal de Godet positivo, ou seja, há tumefação. Se não ficar marcado – sinal de Godet negativo, não há tumefação. Quando examinar a glândula mamária? Diminuição na produção de leite, diagnosticar enfermidades da glândula mamária, avaliar a causa da recusa de leite pelas indústrias, para estabelecer profilaxia de afecções, etc. Fatores predisponentes às afecções de glândula mamária: aumento da produção de leite, dieta hipercalórica, falhas na ordenha, ausência do bezerro, má conformação dos tetos, mama grande demais (abaixo do jarrete), idade avançada, raça, ocitocina exógena, ambiente, etc. A administração de ocitocina exógena como uma tentativa de estimular a descida do leite faz com que o esfíncter do teto fique aberto por mais tempo, aumentando a predisposição a infecções, além disso, pode gerar vício, o animal fica dependente da ocitocina para liberar o leite. Afecções: 1. Rompimento ligamentar: se a ordenha não é realizada no horário adequado, há enchimento exacerbado da cisterna, podendo resultar no rompimento do ligamento lateral e/ou medial. Se for o ligamento lateral, o teto desce muito -> descarte do animal ou utilização do mesmo como doador. Se o ligamento rompido for o medial, o teto desce menos, podendo fazer uso de suspensórios. 2. Alteração na conformação do teto: o acúmulo de leite e resíduo nos tetos pode gerar mastite, alterando a conformação desse teto, as alterações são perceptíveis à palpação. Também pode ser de origem genética. OBS: em competições, alguns produtores colocam cola no teto para acumular o leite. Isso leva ao desenvolvimento de infecção (mastite gangrenosa) e problema ligamentar. 3. Mastite: inflamação da glândula mamária; resulta na diminuição da produção de leite, alterações na mama e/ou no próprio leite. Pode ser clínica (aguda*¹, subaguda*², ambiental, infecciosa*6, hiperaguda*³ e crônica*4) ou subclínica*5. *¹ edema, dor, rubor, calor e alterações no leite; *² fibrose da glândula mamária, alterações no leite; *³ febre, depressão, anorexia, septicemia, decúbito e morte. Normalmente associada a infecção por pseudomonas e E. coli *4 fibrosamento, sem sinais de inflamação; animal não produz leite; *5 diminuição da produção de leite, é diagnosticada por testes, não é perceptível a olho desarmado. *6 Principais agentes causadores: S. aureus, corynebacterium bovis, S. agalactiae. São bactérias mais resistentes! Testes realizados na mastite: direto (CCS – quantitativo) e indireto (CMT e WMT – qualitativo); teste de fundo de caneca preta – observa-se formação de grumos, pela presença de nutrientes degenerados por bactérias – e debris celulares. Tratamento: antibiótico de amplo espectro até resultado do antibiograma, intramamário e/ou sistêmico. Após a cultura com antibiograma, avaliar qual o melhor antibiótico para uso, algumas opções são: 1. Penicilina: toda a família das penicilinas (gram +); muitas bactérias já possuem resistência a essa classe. 2. Macrolídeos e lincosamida: gram + 3. Cefalosporina: pegam gram + e -. Uso intramamário SID e parenteral BID. 4. Tetraciclina: Gram + e -. 5. Sulfonaminas: G+ e – 6. Quinolonas: G+ e – 7. Aminoglicosídeos: G- 8. Polipeptídeos: G- OBS: Deve-se esgotar o quarto mamário afetado, fazer a higienização e só depois administrar o antibiótico intramamário. Tratar por pelo menos 3 dias, todos os tetos (até os não afetados). OBS²: Uso de antibiótico deixa resíduo no leite e na carne. Leite não pode ser consumido pelos humanos, nem pelos bezerros, deve ser descartado apropriadamente. OBS³: Começar sempre pelo antibiótico mais simples até o mais completo. Problemas mamários, podais e reprodutivos estão correlacionados e se confiram como as principais afecções que geram perdas econômicas.
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