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BACILOS GRAM- NEGATIVOS INTRODUÇÃO Bactérias de importância médica BACILOS GRAM-NEGATIVOS BACILOS GRAM-NEGATIVOS Grande grupo de MOs extremamente diversos. • Internas ao TGI • Externas ao TGI • Internas e externas ao TGI Comtemplam patógenos cujas doenças podem ser: FAMÍLIA DAS ENTEROBACTÉRIAS ENTEROBACTÉRIAS Família de bacilos Gram-negativos 1 Encontrados, em especial, no intestino grosso de humanos e animais 2 Muitos são considerados microbiota normal no intestino grosso. 3 Causam uma ampla variedade de doenças por mecanismos patogênicos diversos. 4 ENTEROBACTÉRIAS 55 GÊNEROS Possuem em comum: • Localização entérica • Anaeróbios facultativos • Fermentam glicose (fermentação de outros açúcares é variável) • Catalase-positivos • Oxidase-negativos (ausência da enzima citocromo-oxidase) • Reduzem nitrato a nitrito (parte dos processos para gerar ATP) • Motilidade + (exceto Klebsiella, Shigella, Yersinia) • Endotoxinas na parede celular – LPS de G- • Não formam esporos Principais famílias, gêneros e espécies de enterobactérias de importância clínica. ENTEROBACTÉRIAS Algumas secretam enterotoxinas que causam diarreia (ex.: Escherichia coli, Shigella) Vários membros da família possuem antígenos de superfície utilizados para identificação em laboratório clínico e investigações epidemiológicas – 3 principais • Antígeno O – Lipopolissacarídeo (LPS) • Antígeno H – flagelar – nem todos tem • Antígeno K ou Vi – capsular ou de virulência ENTEROBACTÉRIAS Exemplo: E. coli O157:H7 Causa colite hemorrágica ENTEROBACTÉRIAS • Diagnóstico Laboratorial: - Amostras com suspeita de conter enterobactérias devem ser inoculadas em 2 meios: 1. Ágar sangue 2. Meio seletivo-diferencial - MacConkey ou ágar eosina-azul de metileno (EAM) - Diferencia as enterobactérias pela capacidade de fermentação de LACTOSE – critério metabólico importante na identificação desta família. ENTEROBACTÉRIAS • Diagnóstico Laboratorial: Ágar MacConkey - Meio seletivo: contém sais biliares e cristal violeta que inibem o crescimento de gram-positivos. - Meio diferencial: ü MO fermentadores de lactose: geram ácido deixam a colônia rosa ü MO não-fermentadores de lactose: usam peptona como fonte de carbono, produzindo amônia e a colônia permanece incolor ENTEROBACTÉRIAS • Diagnóstico Laboratorial: Ágar eosina-azul de metileno (EAM ou BEM – em inglês) - Meio seletivo: contém sais biliares - Meio diferencial: colônias de E. coli apresentam verde brilhante característico Escherichia coli – árvore Klebsiella pneumoniae – tronco Bacillus subtilis - estrela. Crescimento em Ágar Eosina Azul de Metileno (EMB) a 37°C/20h. ENTEROBACTÉRIAS • Diagnóstico Laboratorial: Testes adicionais para diferenciação das espécies - Ágar tríplice açúcar (TSI) ENTEROBACTÉRIAS • Diagnóstico Laboratorial: Testes adicionais para diferenciação das espécies - Ágar ureia: determina a capacidade do MO de degradar a ureia em 2 moléculas de amônia (NH3) pela ação da enzima Urease. PATÓGENOS Shigella Salmonella Proteus Escherichia coli Klebsiella Yersinia Outros: Serratia, Enterobacter, Citrobacter Agente etiológico da: - Shigellose - enterocolite denominada disenteria bacilar e disenteria do viajante. - Caracteriza-se por diarreia aquosa com presença de sangue e muco. - Dose infectante = 100 bactérias – mais efetivas entre as enterobactérias - Não ocorre o estado de portador prolongado para Shigella. *disenteria: diarreia frequente (30x/dia) Shigella Mecanismo da doença: - Transmissão fecal-oral - Incubação = 4 dias - Invade as células do intestino grosso, gerando inflamação e ulceração local. Invadem células horizontalmente, mas poucas vezes caem na corrente sanguínea. - Sintomas = febre, cólicas abdominais, diarreia aquosa seguida por sangue e muco. - Doença mais grave em crianças e idosos (S. dysenteriae - toxina de Shiga). S. sonnei mais branda. - Não há desenvolvimento de imunidade - Resolução em 2-3 dias Shigella Mecanismo da doença: Shigella • Identificação: - Bacilos G- não-fermentadores de lactose: colônias incolores em MacConkey e EAM - TSI = superfície alcalina e base ácida, não produzem H2S, não produzem gás - Ágar SS - São Imóveis - Confirmação feita por aglutinação em lâmina • Tratamento: 1. Reposição de líquidos e eletrólitos em casos mais brandos 2. ATB (ciprofloxacino ou sulfametoxazol+trimetoprim) em casos mais graves 3. Realizar antibiograma – alta taxa de multirresistência • Prevenção: Lavagem de mãos/alimentos; coleta e tratamento de esgoto; cloração da água. Shigella • Flora normal de galinhas, gado e répteis (tartaruga pet). • Agente etiológico de: - Enterocolite (Salmonella enterica) - Septicemia e osteomielite (S. typhimurium) - Febre tifoide – Salmonella typhi (há vacina) • Transmissão: 1. Carne e ovos de galinha e laticínios - enterocolite 2. Via fecal-oral por água e portadores – febre tifoide Salmonella • Patogênese: - Provocam um “enrugamento” e rearranjo do citoesqueleto nas células epiteliais gerando vesículas fagocíticas. - Multiplicam-se nas vesículas e estas liberam as bactérias na lâmina própria. - Bacteremia transitória para as espécies entéricas. - Bacteremia persistente e disseminação para tecidos linfáticos, fígado e baço, para espécies tifoides. - Quando bactérias deixas os órgãos, paciente começa a apresentar sintomas da febre tifoide Salmonella Salmonella • Sintomas enterocolite: dores abdominais, diarreia, febre baixa e vômito. Aparecem de 12-36 horas, podendo durar até 72 horas com resolução em 2-3 dias, não necessitando de tratamento com ATB. • Sintomas febre tifoide – febre alta diária que persiste por 4 a 8 semanas, se não tratada. • Raros casos fatais. • Dose infectante: 1,0x106, são mais sensíveis ao ácido estomacal que a Shigella. • Amostras para análise: - Enterocolite – amostra de fezes - Febre tifoide – amostras de sangue, fezes e medula óssea Salmonella • Identificação: - Inocular em meio MacConkey e EAM - Não fermentam lactose - TSI: Produzem H2S e gás com superfície alcalina e base ácida - TSI para S. typhi: produz pouco H2S e nenhum gás - Ágar SS - Sorologia – antígeno K (Vi) Salmonella • Tratamento: - ATB não reduz o tempo da doença entérica e aumenta o tempo de portador e gera resistência. - ATB devem ser reservados aos pacientes que possuem doenças crônicas e tem risco de septicemia. - ATB na febre tifoide – cefalosporina • Prevenção: - Medidas de higiene - Vacinas – não disponíveis no Brasil Salmonella • Ágar SS – ótimo crescimento de Salmonella e pequeno crescimento de Shigella. • Não há crescimento de Gram-positiva devido aos sais biliares contidos no meio. Salmonella • Yersinia pestis é agente etiológico da peste negra ou peste bubônica. • Bactéria infecta roedores (ratos, esquilos, camundongos). • É transmitida ao homem através de pulgas. • No século XIV dizimou 25% da população da Europa (25 milhões de pessoas entre 1347 a 1351). • Atualmente é endêmica em ROEDOES em alguns países (Índia, Ásia, África do Sul, América do Sul, México e EUA). • Geram casos esporádicos em humanos com elevado índice de mortalidade 3mil/ano (Brasil – 01 caso em 2005 no CE) Yersinia Yersinia • Ciclo de vida da Yersinia Yersinia • Yersinia se multiplica no local da picada da pulga e se dissemina para os linfonodos regionais. • Linfonodos axila e virilha se dilatam pela resposta imunológica/inflamatória hemorrágica (bubões) de 2 a 6 dias após a picada = febre • Peste bubônica – geralmente não transmissível entre humanos. • Mortalidade de 50% Yersinia Yersinia Peste septicêmica Peste bubônica • Pode ocorrer disseminação com doença hemorrágica, septicemia e envolvimento de diversos órgãos (baço, fígado, pulmões e SNC) • Multiplicação pulmonar gera alta taxa de transmissão por perdigotos – Peste Pneumônica • Mortalidade = quase 100% • Tratamento: tetraciclina, cloranfenicol, estreptomicinaYersinia IMPORTANTE: no antibiograma, a Y. pestis aparece sensível à penicilinas e outros ATBs, porém, estes pioram a infecção e aceleram óbito. • Prevenção: - Controle de roedores - Vacinação - Quarentena em portos e navios • Identificação: - Anaeróbios facultativos - Fermentadores de lactose - Oxidase-negativos - Cápsula proteica - antifagocítica associada à virulência • Microrganismos crescem na maioria dos meios de cultura; estocagem prolongada a 4 °C pode favorecer o isolamento seletivo • Amostra – aspirado do bubão e sangue (bubônica) e LCR e sangue (pneumônica) Yersinia • Patógenos bacterianos mais versáteis: flora normal (homens e animais)(K12), patógenos intestinais e extraintestinais (trato urinário). • Cepas diarreiogênicas se diferem em seus fatores de virulência e mecanismos patogênicos – 6 grupos importantes • Diversidade de características epidemiológicas- antígenos O:H:K Escherichia coli • Tipos de E. coli e seus mecanismos patogênicos 1. E. coli enteropatogênica (EPEC) - Não produz exotoxinas - Possui fímbrias (pili/pilus): se ligam às células intestinais levando à destruição das microvilosidades e diarreia (1-2 dias). - Biopsia mostra as lesões características - A infecção em crianças, resulta em diarreia aquosa grave, geralmente autolimitada, mas que pode prolongar ou se cronificar. - Comum em países em desenvolvimento. Escherichia coli • Tipos de E. coli e seus mecanismos patogênicos 1. E. coli enteropatogênica (EPEC) Escherichia coli • Tipos de E. coli 2. E. coli enterotoxigênica (ETEC) - Produzem 2 potentes enterotoxinas: 1. semelhante à toxina colérica; 2. toxina que gera grande secreção de fluidos para o intestino - Comum em países em desenvolvimento. - Diarreia – 1-7 dias - Testes comerciais: disponíveis para identificação diferencial de ETEC Escherichia coli Microscopia eletrônica de ETEC • Tipos de E. coli 3. E. coli entrohemorrágica (EHEC) Mais importante E. coli para os humanos. - Produz toxina idêntica à Toxina de Shiga. - Destrói as microvilosidades da mesma forma que EPEC. - diarreia (1-4 dias) - Em seguida, secreta toxina que causa colite hemorrágica e síndrome hemolítica-urêmica (SHU) – O157:H7 (pode causar IRA) - Mais comum em países desenvolvidos Escherichia coli • Tipos de E. coli 3. E. coli entrohemorrágica (EHEC) Escherichia coli • Tipos de E. coli 4. E. coli enteroinvasora (EIEC) - Penetram nas células intestinais por endocitose. - Quando no interior das células, lisam os vacúolos, disseminam-se e causam destruição do epitélio, inflamação, necrose e ulceração = diarreia com muco e sangue (1-3 dias). Escherichia coli • Tipos de E. coli 5. E. coli enteroagregativa (EAEC) 6. E. coli produtora de agregação difusa (DAEC) - Causam diarreia persistente devido ao seu padrão de agregação nas células epiteliais do intestino. - Produzem toxinas semelhantes a hemolisinas Escherichia coli • Tipos de E. coli – E. coli enteroagregativa Escherichia coli • Tipos de E. coli - E. coli produtora de agregação difusa (DAEC) Escherichia coli Tipo UPEC - E. coli uropatogênicas. • Estes microrganismos produzem hemolisina, que é citotóxica e facilita a invasão de tecidos. • As cepas que causam pielonefrite expressam o antígeno K e elaboram um tipo específico de pilus. • Causam infecções do trato urinário baixo (ITU) e pielonefrite • Identificação laboratorial: • Urina – CLED • Fezes – AS e MacConkey • E. coli apresenta reações positivas para: 1. Indol – Teste SIM (sulfato, indol, motilidade) Capacidade de metabolizar o triptofano em indol. Caso haja produção de Indol, isso será evidenciado pela adição do reativo de Kovacs. Escherichia coli Teste de Motilidade QUIZ... • Qual é o resultado dos testes da figura quanto à produção de Indol, motilidade? • O que pode ser o pigmento escuro dos meios de cultura? • Identificação laboratorial: • E. coli apresenta reações positivas para: 2. Lisina descarboxilase: fermentação da glicose gera ácido – indicador de pH transforma o meio de roxo para amarelo. Caso o MO produza a enzima Lisina descarboxilase, haverá descarboxilação da lisina, com liberação de CO2 e cadaverina (composto alcalino) – pH volta a ser alcalino e o meio torna-se novamente roxo. Escherichia coli Negativo Positivo • Identificação laboratorial: • E. coli apresenta reações positivas para: - Fermentação do manitol - Produzindo gás a partir da glicose - Hemólise em ágar-sangue Escherichia coli RESUMO ENTEROBACTÉRIAS 55 GÊNEROS Possuem em comum: • Localização entérica • Anaeróbios facultativos • Fermentam glicose (fermentação de outros açúcares é variável) • Catalase-positivos • Oxidase-negativos (ausência da enzima citocromo-oxidase) • Reduzem nitrato a nitrito (parte dos processos para gerar ATP) • Motilidade + (exceto Klebsiella, Shigella, Yersinia) • Endotoxinas na parede celular – LPS de G- • Não formam esporos • Encontrada no Intestino grosso • 10% dos indivíduos sadios – trato respiratório • Patógeno responsável por diversas infecções nosocomiais: - Pneumonia: gera secreção espessa e sanguinolenta e pode progredir para necrose e formação de abcessos - ITU - Sepse • Fatores predisponentes: idade avançada, doença respiratória crônica, DM e alcoolismo - Klebsiella pneunoniae: MO importante também na comunidade Klebsiella • Possui cápsula polissacarídica bastante espessa – colônia mucoide Klebsiella • Identificação • H2S negativo • Indol negativo • Motilidade negativa • Fenilalanina negativa • Fermentação lactose e sacarose positiva Klebsiella • Encontrado no intestino • Causa infecções: - ITU tanto adquiridas na comunidade quanto no hospital - Pneumonia - Septicemia - Infecções em ferimentos - Espécies de importância clínica: Proteus mirabilis e Proteus vulgaris Proteus Identificação: - Intensamente móveis - Não fermentam lactose - Produzem HsS - Produz fenilalanina desaminase - Urease - Crescem formando anéis de expansão em alguns ágares. - Indol - P. vulgaris (+) / P. mirabilis (-) Tratamento: aminiglicosídeos As espécies Indol + são mais resistentes ao ATBs - cefalosporinas Proteus PROTEUS MIRABILIS BACILOS GRAM-NEGATIVOS NÃO FERMENTADORES Bactérias de importância médica PSEUDOMONAS • Família Pseudomonadaceae foi reorganizada em diversos gêneros: • Pseudomonas – P. aeruginosa • Burkholderia - B. cepacia, B. pseudomallei • Stenotrophomonas - S. maltophilia • Acinetobacter – A. baumanii • Xanthomonas PSEUDOMONAS • Bacilos Gram-negativos que se agrupam em pares que lembram um única célula • Patógeno Oportunista e sem exigências nutricionais • Pseudomonas aeruginosa é encontrada: 1. Na água e no solo 2. Em regiões úmidas da pele 3. No intestino de 10% dos indivíduos – não é enterobactéria!!! 4. Pode crescer em soluções aquosas simples: contamina equipamentos, fluidos intravenosos, água destilada, cremes, soro fisiológico, etc. 5. Pode colonizar o trato respiratório superior em pacientes hospitalizados – pneumonia por ventilação mecânica PSEUDOMONAS • Causa infecções: - Em queimaduras extensas - Pneumonia - Sepse e choque séptico - Otite externa - Infecção de cateter - biofilme PSEUDOMONAS Doenças PSEUDONOMAS • Características de identificação - Não fermentam açúcares! - Oxidase positivas e Catalase positivas - Móveis - Não formam esporos - Cápsula de alginato (se liga à membrana citoplasmática) - biofilme - Colônias azul-esverdeadas em ágar Nutriente – piocianina/pioverdina- biofilme - Colônia com aroma de fruta - Meio cultivo – Ágar Cetremide, CLED, MacConkey - Colônia com aspecto mucoide - Hemólise em AS São aeróbios estritos – geram energia somente por oxidação dos açúcares e não pela fermentação PSEUDOMONAS • Diagnóstico PSEUDOMONAS • Crescimento e multirresistência - Tratamento: • Imipenem • Aminoglicosídeos (gentamicina) • Fluoroquinolonas (ciprofloxacina) • Polimixinas (caso de multiresistentes) OUTROS BACILOSGRAM-NEGATIVOS VIBRIO • São bacilos gram-negativos curvos - Vibrio cholerae - Helicobacter pylori - Campilobacter jejuni – menos importante - Transmitido pela água e alimentos contaminados por fezes humanas contendo a bactéria. - Não são enterobactérias!!!! VIBRIO CHOLERAE • Causou epidemia em 1991 • Pode haver portadores assintomáticos, indivíduos no período de incubação ou no período de convalescença – Disseminação • V. cholerae coloniza o intestino delgado e secreta enterotoxina (toxina colérica). • Toxina gera grande perda de água e íons – desidratação e desequilíbrio eletrolítico – DIARRÉIA AQUOSA VIBRIO CHOLERAE • Tratamento – REPOSIÇÃO DE LÍQUIDOS E ELETRÓLITOS - Se o tratamento for instituído, doença será autolimitada em 7 dias. VIBRIO CHOLERAE - Multiplicam-se em Ágar Sangue - Multiplicam-se em MacConkey – colônias incolores - Ágar TCBS (ágar de tiossulfato, citrato, bile e sacarose) – seletivo para Vibrio - Oxidase-positivo – diferenciação das enterobactérias! - TSI – base e ápice ácidos, sem produção de H2S e sem gás - Crescem (necessitam) de NaCl para crescimento HELICOBACTER PYLORI • Bacilo gram-negativo de aparência curva • Microaerófilos – crescem em 5% de O2 - Maior responsável por gastrite e úlceras pépticas - Fator de risco para câncer de estômago - Patogenicidade aumenta com o uso de AINES. HELICOBACTER PYLORI Produz grande quantidade de amônia que gera resposta inflamatória intensa e danos à mucosa gástrica Diagnóstico: Urease-positivo – feita no momento da endoscopia Móveis HELICOBACTER PYLORI • Tratamento: Antibióticos: 1. Amoxicilina + claritromicina – 1ª escolha com alta taxa de cura Prevenção: medidas de higiene e higienização de alimentos BORDETELLA PERTUSIS Bacilo gram-negativo exigente (cocobacilo) Aeróbio estrito Sem motilidade Com cápsula BORDETELLA PERTUSSIS • Bactéria possui fortes adesinas e sintetiza uma potente toxina que penetra nos tecidos das vias aéreas superiores, matam as células e imobilizam o epitélio ciliar, provocando acúmulo de muco viscoso • Toxina sensibiliza os receptores da tosse encontrados na traqueia. Gera tosse violenta que pode causar hemorragia cerebral e na conjuntiva (olhos) • Causa Coqueluche – tosse “comprida” - transmissível BORDETELLA PERTUSSIS • Coqueluche ocorre principalmente na infância podendo ser bastante grave. • Estágio inicial, denominado estágio catarral, assemelha-se a um resfriado comum. • Acessos prolongados de tosse caracterizam o estágio paroxístico, ou segundo estágio. • Quando a ação ciliar é comprometida, o muco acumula-se, e a pessoa infectada tenta desesperadamente tossir. A violência da tosse em crianças pequenas pode resultar em costelas quebradas. BORDETELLA PERTUSSIS • A ânsia por ar entre as tosses causa um som uivante (tosse comprida). Os episódios de tosse ocorrem várias vezes por dia, durante um período de 1 a 6 semanas. • O estágio de convalescença, ou terceiro estágio, pode durar meses. • Uma vez que os lactentes são menos capazes de lidar com o esforço da tosse para manter uma via aérea, ocasionalmente eles sofrem de lesões irreversíveis no cérebro. BORDETELLA PERTUSIS • Transmitida pela tosse e muco de indivíduos contaminados • Diagnóstico: - Poucas bactérias no muco a medida que a doença progride – difícil cultivo - Swab traqueal + meio Bordet-Gengou • Prevenção: - Vacina DTaP – vacina acelular HAEMOPHILUS INFLUENZAE Principal causa de meningite em crianças (6 meses a 6 anos) Causa também: Em crianças: otite média, sinusite, conjuntivite e sepse Em adultos: pneumonia HAEMOPHILUS INFLUENZAE • H. influenzae é um bacilo gram-negativo pequeno (cocobacilo) • MO Exigente – necessita de fator X (heme) e Fator V (NAD) para seu crescimento • Transmissão: - Gotículas do trato respiratório - Possui cápsula polissacarídica – principal fator de virulência que permite penetrar no sangue e nas meninges HAEMOPHILUS INFLUENZAE • Diagnóstico laboratorial: - Isolamento do MO em ágar sangue enriquecido com fator X e V = ágar chocolate (necessita dos 2 fatores para crescer!) • Tratamento: Ceftriaxona Tratamento deve ser iniciado imediatamente aos sinais clínicos – mortalidade de 90%. • Prevenção: - Vacinação Hib (H. influenzae tipo b) – reduziu significativamente a incidência de meningite por H. influenzae COCOS GRAM-NEGATIVOS INTRODUÇÃO Bactérias de importância médica NEISSERIA Há duas espécies importantes: N. gonorrhoeae – gonococo - causador da gonorreia e conjuntivite neonatal N. meningitidis – meningococo - causador de septicemia e meningite Basicamente o único gênero de COCO GRAM-NEGATIVO patogênico. N. GONORRHOEAE • Gonococo fixa-se no epitélio da uretra masculina ou do colo uterino da mulher gerando uma acentuada resposta inflamatória. • A ascensão do gonococo para o trato reprodutor superior feminino resulta em infecção e inflamação do útero, trompas causando a Doença Inflamatória Pélvica (DIP) • DIP: gera fibrose do trato reprodutor superior e órgãos adjacentes, dor pélvica crônica, secreção vaginal purulenta (vaginite gonocócica), sangramento intermenstrual (cervicite), infertilidade • Nos homens: epididimite, disúria e descarga purulenta (uretrite gonocócica) Diplococos gram-negativos no interior dos PMN N. GONORRHOEAE • Gonococo não possui cápsula • Possui adesinas • Oxidase positiva • Fermenta glicose • Não fermenta maltose • Altamente piogênica • Crescimento é inibido no AS pela presença de metais e lipídeos – só cresce em ágar chocolate e Thayer-Martin N. GONORRHOEAE Faringite gonocócica Proctite gonocócica N. GONORRHOEAE Artrite Gonocócica N. GONORRHOEAE • Tratamento: - Ceftriaxona - Ciprofloxacino e azitromicina – para alérgicos à penicilina – alta taxa de resistência - antibiograma • Prevenção: - Preservativo - Tratamento dos pacientes E SEUS PARCEIROS - Não há vacina disponível N. MENINGITIDIS • Neisseria meningitidis - Meningococo é um diplococo gram-negativo • Possui cápsula polissacarídica proeminente que intensifica sua virulência evitando a fagocitose • Cápsula induz produção de anticorpos tipo específico • 13 sorotipos – 5 causam a maioria das meningites e meningococcemia • Segunda maior causa de meningite (1ª causa – S. pneumoniae) N. MENINGITIDIS • Meningococo é transmitido pelo ar. • Colonizam as membranas da parte nasal da nasofaringe e tornam-se microbiota transitória do trato respiratório superior. • Há portadores assintomáticos • A partir da faringe a bactéria pode alcançar a corrente sanguínea (meningococcemia) e disseminar-se para as meninges (meningite). • 5% dos indivíduos portam-se portadores crônicos sendo fonte de infecção para outras pessoas. N. MENINGITIDIS • Meningococcemia pode gerar manifestações graves e fatais: - Febre alta - Púrpura amplamente espalhada - Coagulação intravascular disseminada (CIVD) - Trombocitopenia - Insuficiência adrenal DENOMINADA SÍNDROME DE WATERHOUSE-FRIDERICHESEN N. MENINGITIDIS DENOMINADA SÍNDROME DE WATERHOUSE-FRIDERICHESEN N. MENINGITIDIS DENOMINADA SÍNDROME DE WATERHOUSE-FRIDERICHESEN N. MENINGITIDIS • Bacteremia (meningococcemia) pode colonizar diversos órgãos, em especial as meninges gerando meningite • Sintomas: - Febre - Cefaleia - Rigidez na nuca - Alta concentração de PMN no líquido cefalorraquidiano N. MENINGITIDIS • Diagnóstico: GONORREIA - Colônias de diplococos gram-negativos oxidase-positivas MENINGITE - Esfregaço (bacterioscopia) de líquor (LCR) - Crescimento em ágar chocolate a 37º C com 5% de CO2 • Diferenciação entre as espécies: - Fermentação de açúcares: ambos fermentam glicose *Gonococo – não fermenta maltose *Meningococo – fermenta maltose N. MENINGITIDIS N. MENINGITIDIS • Tratamento: - Penicilina G - Ceftriaxona Resistência à penicilina é rara • Prevenção: - Vacinação - Rifampicina como profilático após contato com pessoa doente
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