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ATUAÇÃO NO CREAS - PSI COMUNITÁRIA

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N3 – PSICOLOGIA COMUNITÁRIA – PROFESSORA POLIANA FREITAS 
Alunos: Camila Rodrigues, Ivanete Alves, Julia Mayara, Samara Mendes E Vanessa Thais De 
Moura. 
ATUAÇÃO DO PSICOLOGO COMUNITÁRIO NO CREAS 
1. INTRODUÇÃO 
Segundo Góis (1988), a Psicologia Comunitária vem estudar todo o processo de uma vida em 
comunidade, visando o desenvolvimento da consciência dos indivíduos como sujeitos 
participantes da sociedade. Uma ciência comprometida com a realidade de um povo. 
O trabalho do psicólogo dentro de uma comunidade ou instituição, como CREAS, CRAS, 
CAPS, etc., devem levar em consideração toda a história de vida daquela população que está 
de fato inserido naquela realidade sócio-histórica-cultural, tratando com respeito as suas 
vivências e conhecimentos, devendo agir como um integrante daquela população, orientando 
e ajudando-os na tomada de consciência e como produto e produtor de sua própria história. 
O Centro de Referencia Especializado em Assistência Social é uma instituição pública que 
possui como objetivo oferecer o trabalho especializado no Sistema Único de Assistência 
Social (SUAS) para famílias que estão em situações consideradas de risco pessoal ou social 
através da violação de direitos, que são caracterizados por violência física, psicológica e 
sexual, negligência abandono, etc. A instituição possui amparo para crianças, adolescentes, 
mulheres, idosos, portadores de necessidades especiais, moradores de rua e adolescentes sobre 
medida protetiva, que se enquadram nas violações de direitos citadas acima. A instituição 
conta com uma equipe multidisciplinar para auxiliar nas resoluções das questões apresentadas 
pelos indivíduos excluídos da sociedade. 
 
2. OBJETIVO 
Conhecer o trabalho desempenhado pelo psicólogo dentro da Instituição CREAS - Centro de 
Referencia Especializado em Assistência Social. Através da entrevista buscamos uma melhor 
compreensão a respeito das ações e da assistência oferecida pelo psicólogo dentro daquela 
instituição. Buscando alcançar informações práticas e teóricas sobre a função do psicólogo na 
Assistência Social através de observação e entrevista, e assim, procuramos relacionar as 
informações coletadas na instituição com o conteúdo. 
 
 
 
4. TRANSCRICÃO DA ENTREVISTA 
Roteiro de Entrevista e Observação 
CARACTERIZAÇÃO DO PARTICIPANTE 
Nome: M.G.M. 
Idade: 63 anos. 
Formação profissional: Psicóloga, psicoterapeuta. 
Entrevista via online, Whatsapp, via gravação de áudio. 
 
Experiência profissional: Tempo de trabalho na assistência social, eu estou indo para 12 anos, 
e dentro destes 12 anos eu fiz especialização em violência doméstica pela USP e fiz também 
uma formação de mediadores do Sinase que é o Serviço Nacional de Atendimento 
Socioeducativas, para o comprimento de medidas socioeducativas, pela UnB. São duas 
especializações que tem que ter dentro de um CREAS, que é um centro especializado. Estou 
há 12 anos no CREAS, desde que foi implantado o serviço no município, eu fui uma das 
implantadoras. O CREAS anteriormente veio de um projeto social que se chamava... Que só 
trabalhava com exploração sexual, que ai se formatou de outra forma para todo o Brasil, era 
Sentinela, Projeto Sentinela, ai eu implantei esse serviço fazendo pesquisas depois a gente 
conseguiu implantar o CREAS. 
1) Descreva o (seu) trabalho (do psicólogo) na instituição: 
Então, atualmente estou como coordenadora da equipe tem um educador social, um assistente 
social, dois educadores na verdade, mas ela também tem formação de psicóloga, e a gente faz 
atendimento individualizado, escuta qualificada por causa de abusos, relatórios judiciários 
para delegacia, conselho tutelar. A gente faz pesquisa mês a mês que chama relatório mensal 
de atividades, pro MDS (Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome), esse 
relatório consta todo serviço quantitativo, e qualitativo de casos novos e casos que damos 
continuidade no trabalho, como por exemplo, esse CREAS que é pequeno porte, a gente tem 
que ter até 50 atendimentos no mês, às vezes ultrapassa e às vezes também tem menos, mas 
porque sempre os casos antigos a gente da continuidade até as pessoas se desvincularem do 
serviço ou estar em outra situação mais agradável. Nós fazemos visita domiciliar, realizamos 
palestra, trabalhamos com grupos de criança, adolescentes e mães e grupos, porque aqui o 
atendimento não é individual ele é um atendimento psicossocial, então a gente atende, eu e a 
assistente social, ela chega às 10 horas, às vezes eu atendo sozinha também, mas nesse 
atendimento a gente tem que fazer uma orientação, as vezes é só orientação ou emitir uma 
guia de referencia contra referencia para outro serviço, para outro profissional, como CRAS, 
como setor social, como saúde, como CBO, todas as unidades ou até mesmo para o fórum, 
quando é guarda compartilhada que não deu certo, que tem muito aqui no município. Quando 
é o trabalho com o idoso, que os filhos não atende as exigências, a gente vai umas duas vezes 
e permanecem na mesma situação, a gente faz relatório para o fórum e encaminha né, então a 
gente não é bem visto porque incomoda todo mundo. 
Então, fazer um enfrentamento, ofertar serviços de proteção e atendimento especializado a 
família e indivíduos, então a gente também faz abordagem social que é do serviço social, 
busca ativa que eu também acompanho medidas socioeducativas com os menores infratores 
que é tudo direcionado ao fórum. 
2) Quem e como se financia a instituição? 
Aqui em SP é uma parceria entre o município e o governo federal. 
3) Qual a Função do psicólogo nesta instituição? 
Mediação, acolhimento, olhar critico, orientação para ter melhor qualidade de vida, para sair 
de situações que causa danos, inclusive, também trabalhamos como orientação contra álcool e 
drogas, porque todo cidadão que chega aqui que a gente sabe que tem um contexto com álcool 
e drogas, vitimiza toda a família né, vitimiza porque some objetos, é o que está acontecendo 
muito aqui com pessoas idosas, mesmo que não são idosas. Famílias perdem todo seu vinculo 
pelo álcool e drogas, então também fazemos essa orientação e um acompanhamento para 
familia né, que a gente orienta o cidadão, aconselha uma internação ou solicita ao fórum, 
orienta para família requisitar esse serviço ao fórum, então são os direitos, a garantia dos 
direitos, a gente tem que garantir isso ao cidadão. Álcool e drogas é uma política que nós 
estamos implantando no município que não existe um protocolo, vamos dizer assim, então 
tem que fazer primeiro um conselho, nós estamos formatando esse conselho esse ano ainda, 
desde que estou aqui o serviço sempre atendeu essa necessidade, então, por exemplo, o 
cidadão veio para cá, anteriormente a gente encaminhava para o AMI que era o procedimento, 
agora não tem mais esse convenio com o AMI então é direto com a coordenação de saúde do 
município. Existe o cartão Recomeço então a família tem que se deslocar a fazer esse trabalho 
com a saúde, levar a documentação necessária e saindo uma vaga ele com esse cartão, o 
próprio sistema de saúde, SUS, autoriza a internação para onde tiver vagas aqui na região, 
então se a pessoa é fumante e na instituição que não permite fumar, ele não vai para lá, ele vai 
para uma instituição que permite o uso de tabaco. Tem instituição que não permite, já corta 
tudo né. E basicamente é isso, antes a gente até fazia internação. Tem a instituição Só Por 
Hoje, eu trabalhei nove meses lá, tenho experiência também com álcool e drogas, e eu fiz 
também um curso do SENAD, que é o Serviço Nacional de Álcool e Drogas, de combate ao 
álcool e drogas, que é ofertado para todos os profissionais que trabalham na área da 
assistência para dar esse suporte, porque não chega o serviço da assistência, of trabalho da 
assistência é com os familiares. Com o drogadito, que a gente nem usa mais esse termo, com a 
pessoa consumidora de álcool e drogas seria a internaçãoou a ambulatorial, se a pessoa não 
consegue ficar em uma convivência saudável, porque se ela não tiver disposta ao tratamento 
não adianta tomar medicação, e se ela não consegue parar por si mesma, ai é necessário a 
internação, que isso é avaliado na saúde, embora nós tenhamos recursos parar fazer uma 
avaliação, esse não é o serviço do CREAS. 
4) Na sua opinião, qual a importância do psicólogo na instituição? 
A importância do psicólogo eu acho assim, fantástica, o olhar do psicólogo, ele é político, 
critico, acolhedor, ele é estratégico, ele consegue fazer uma linha do tempo do ser humano 
como está aqui agora, como veio, porque está aqui agora, pois atrás teve um repertorio de 
comportamentos que deixou assim. E ai a gente faz um olhar critico, que é uma terapia breve 
praticamente, de um espaço que ele pode dar de um projeto de vida mais satisfatório, mais 
adaptado ao familiar, a sociedade em geral e a si mesmo, porque a pessoa que não está de bem 
com ela, não está bem com ninguém. Então ele é imprescindível na assistência e nas demais 
coordenadorias que precisam do serviço, porque a gente vê muito o psicólogo só como um 
senso de ajuda, mas essa ajuda, eu na minha pratica, na minha experiência profissional, ela é 
provocativa também. É uma ajuda sim, mas uma ajuda com alfinete, você tem que por alfinete 
para pessoa dar um passo a mais, não é ficar acolhendo, acolhendo e não exigir nada da 
pessoa, porque eu não transformo ninguém, é uma pretensão achar que a gente transforma 
alguém. Então a gente tem que fazer essa provocação, que é bem dialética né, de acordo com 
a vivência de cada um, porque tem uma pessoa que não tem muita cultura, como você vai 
provocar? Então de acordo com os sentimentos dela, de acordo com o que ela deseja para vida 
dela, se a gente conseguir dialogar sobre isso, é um dialético mesmo, você tem que fazer a 
provocação. Meu sonho era ter feito psicologia social, quando eu estava na universidade, que 
eu fiz na UEL lá no Paraná, e eu me encantei com a área social, é uma provocação mesmo, e a 
professora minha fazia na época mestrado na USP falou para eu ir pra lá, mas no ultimo ano 
eu fiquei grávida ai meus planos mudaram, mas eu sou apaixonada, eu consegui me realizar 
no CREAS, vamos dizer assim. 
 
5) Como é, especificamente, seu trabalho? Qual a principal atividade? 
Então, a principal atividade são todas essas, porque a gente é o atendimento, acolhimento, 
elaboração de relatório, porque é um serviço complexo, de alta complexidade, ele não é só de 
ficar aqui, guardar o prontuário do sujeito lá. Eu tenho que articular toda demanda que cada 
cidadão necessita, então é articulação, primeiro é um bom atendimento de contato, de dialogo, 
eu acho que são as duas coisas tanto a recepção quanto a elaboração, quanto a articulação né? 
Com o sistema e a vida pessoal, porque não tem uma, cada família é de uma forma, cada 
questão, cada contexto de violência requer uma leitura, não tem como você falar, é assim!! É 
uma coisa que você tem que articular mesmo, se é uma coisa, por exemplo, um serviço que 
um deficiente está sendo mal cuidado, que a família só quer o cartão dele da aposentadoria, 
mas não cuida dele, então a gente tem que fazer reunião familiar. É outro esquema que a gente 
sempre faz reunião familiar, contato telefônico, solicitação de relatório para outro 
atendimento de rio preto, porque às vezes chega de rio preto pra cá, às vezes está em outros 
municípios aqui perto, Mirassolândia.. Enfim, então tem que solicitar fazer essa articulação 
junto com outros profissionais porque você não realiza nenhum trabalho sozinho. No caso do 
deficiente, que eu estava falando, fazer essa reunião familiar muito seriamente, dizer qual que 
é a função protetiva deles, e dar um prazo, porque você sabe que aquela pessoa se incomoda 
se você passa algo para eles fazerem e permaneceu a mesma situação, vamos modificar isso 
ai, com quem o deficiente poderia ficar reunir a família, quem gostaria de ficar com ele, quem 
poderia dar uma dignidade como ele merece, porque o deficiente não pode fazer a barba 
sozinha. Ai então você faz a visita está cheio de presto barba no banheiro, ninguém lavou o 
banheiro, então quer dizer, deixou a cena do crime lá para a gente ver que ele é mal cuidado. 
Deficiente está fora da casa, então a família mora na casa, fizeram um quartinho pra ele no 
fundo com banheiro, ele está excluído, então não é esse papel de proteção da família, então a 
gente tem esse papel de proteção com muito jogo de cintura para não pegar ar em ninguém 
porque você tem que falar: então quem que dorme fora de casa? Nem cachorro, tem cachorro 
que dorme dentro de casa né, ai você vê os maus tratos com as pessoas, chegam nesse ponto 
das pessoas que deveriam cuidar do deficiente excluírem ele, de repente põem até em cárcere 
privado. Eu já atendi um caso assim aqui no município que me chocou, porque nunca tinha 
visto né, ai acionei a policia na hora, mas o coordenador não deixou porque a mente não está 
pronta ainda para demanda desse serviço, ele nãos querem que venham a tona, querem abafar. 
Violência contra a mulher? A delegacia não atendia, precisava pegar o sujeito e levar lá na 
delegacia, e falar: eu vim aqui fazer um B.O., ela está correndo risco de vida. Já pedi a medida 
preventiva, tem que pedir a medida protetiva no fórum, para promotoria, agora eu quero 
realizar um boletim de ocorrência, porque a policia não tem medida protetiva aqui nesse 
município, é muito difícil, então as mulheres perdem tudo que compraram porque eles 
vendem, ameaçam ela acaba tendo que sair da casa, então é complexo né. Você vê, o 
deficiente é uma coisa, a mulher é outra. Nós já atendemos aqui casos tão fortes que 
envolviam cinco crianças e um adolescente, não, quatro crianças na verdade a mulher estava 
grávida, e ela pediu proteção, ai eu falei: "olha precisa ter separação para poder proteger você 
porque você quatro filhos está grávida, se permanecer na casa a policia não vai tirar ele da 
casa porque ele tem controle de droga, ele é violento, ele vai acabar te matando, você quer ir 
para um abrigo, tem um abrigo em rio preto, vou acionar esse abrigo, mas você tem que 
querer, é uma mudança de vida da água pro vinho, você vai ser assistida por vários 
profissionais", ela disse que queria e daqui a pouco não quis mais porque estava para dar a 
luz, deu à luz ele fez violência novamente, aí falei: agora você quer? Conseguimos articular 
esse abrigamento para ele, permaneceu seis meses nesse abrigamento, ela e os filhos 
estudando, com uma casa.. Então foi muito bacana esse trabalho. Depois nós conseguimos 
com a prefeitura, nós solicitamos, não é uma coisa que a prefeitura teria que fazer, mas nós 
solicitamos o conselho de proteção para ela por mais seis meses de aluguel ai a prefeita da 
época concedeu pra gente, então ela permaneceu um ano abrigada em São José do Rio Preto e 
hoje ela está em uma família, ela trabalha, as crianças estão estudando, entendeu? Resgatamos 
mesmo essa dignidade, e ele está preso graças a Deus, mas a prisão que a gente pediu.. Quer 
quer o cartão dele do BPC, mas não cuida dele, então a gente tem que fazer reunião familiar. 
É outro esquema que a gente sempre faz reunião familiar, contato telefônico, solicitação de 
relatório para outro atendimento de rio preto, porque às vezes chega de rio preto pra cá, às 
vezes está em outros municípios aqui perto, Mirassolândia.. Enfim, então tem que solicitar 
fazer essa articulação junto com outros profissionais porque você não realiza nenhum trabalho 
sozinho. No caso do deficiente, que eu estava falando, fazer essa reunião familiar muito 
seriamente, dizer qual que é a função protetiva deles, e dar um prazo, porque você sabe que 
aquela pessoa se incomoda se você passa algo para eles fazerem e permaneceu a mesma 
situação, vamos modificar isso ai, com quem o deficiente poderia ficar reunir a família, quem 
gostariade ficar com ele, quem poderia dar uma dignidade como ele merece, porque o 
deficiente não pode fazer a barba sozinha. Ai então você faz a visita está cheio de presto barba 
no banheiro, ninguém lavou o banheiro, então quer dizer, deixou a cena do crime lá para a 
gente ver que ele é mal cuidado. Deficiente está fora da casa, então a família mora na casa, 
fizeram um quartinho pra ele no fundo com banheiro, ele está excluído, então não é esse papel 
de proteção da família, então a gente tem esse papel de proteção com muito jogo de cintura 
para não pegar ar em ninguém porque você tem que falar: então quem que dorme fora de 
casa? Nem cachorro, tem cachorro que dorme dentro de casa né, ai você vê os maus tratos 
com as pessoas, chegam nesse ponto das pessoas que deveriam cuidar do deficiente excluírem 
ele, de repente põem até em cárcere privado. Eu já atendi um caso assim aqui no município 
que me chocou, porque nunca tinha visto né, ai acionei a policia na hora, mas o coordenador 
não deixou porque a mente não está pronta ainda para demanda desse serviço, ele nãos 
querem que venham a tona, querem abafar. Violência contra a mulher? A delegacia não 
atendia, precisava pegar o sujeito e levar lá na delegacia, e falar: eu vim aqui fazer um B.O., 
ela está correndo risco de vida. Já pedi a medida preventiva, tem que pedir a medida protetiva 
no fórum, para promotoria, agora eu quero realizar um boletim de ocorrência, porque a policia 
não tem medida protetiva aqui nesse município, é muito difícil, então as mulheres perdem 
tudo que compraram porque eles vendem, ameaçam ela acaba tendo que sair da casa, então é 
complexo né. Você vê, o deficiente é uma coisa, a mulher é outra. Nós já atendemos aqui 
casos tão fortes que envolviam cinco crianças e um adolescente, não, quatro crianças na 
verdade a mulher estava grávida, e ela pediu proteção, ai eu falei: "olha precisa ter separação 
para poder proteger você porque você quatro filhos está grávida, se permanecer na casa a 
policia não vai tirar ele da casa porque ele tem controle de droga, ele é violento, ele vai acabar 
te matando, você quer ir para um abrigo, tem um abrigo em rio preto, vou acionar esse abrigo, 
mas você tem que querer, é uma mudança de vida da água pro vinho, você vai ser assistida 
por vários profissionais", ela disse que queria e daqui a pouco não quis mais porque estava 
para dar a luz, deu à luz ele fez violência novamente, aí falei: agora você quer? Conseguimos 
articular esse abrigamento para ele, permaneceu seis meses nesse abrigamento, ela e os filhos 
estudando, com uma casa.. Então foi muito bacana esse trabalho. Depois nós conseguimos 
com a prefeitura, nós solicitamos, não é uma coisa que a prefeitura teria que fazer, mas nós 
solicitamos o conselho de proteção para ela por mais seis meses de aluguel ai a prefeita da 
época concedeu pra gente, então ela permaneceu um ano abrigada em São José do Rio Preto e 
hoje ela está em uma família, ela trabalha, as crianças estão estudando, entendeu? Resgatamos 
mesmo essa dignidade, e ele está preso graças a Deus, mas a prisão que a gente pediu.. Quer 
dizer quem somos nós para pedir prisão né, mas eu peço, ah eu sou violenta nesse ponto, a 
violência que me fizer eu devolvo com todas as grafias do sistema judiciário, você tem que se 
impor sabe? Se não eles pensam que você está brincando, mas eu estou saindo esse ano 
também, se Deus quiser, chega né de brigar com o sistema, desculpa, falei muito. 
 
6) Qual a sua relação com outros profissionais na instituição? 
Tem que ser bem amigável, bastante comunicativa, cada saber sua função, porque se chegar 
alguém violento aqui, eu posso estar aqui atendendo sozinha, eu e você no caso, mais o 
educador que é homem pode invadir a sala e nos ajudar que já houve também coisas assim. 
Tinha uma senhora que veio com questão de separação e o rapaz não aceitou, ela era mais 
velha e eles tinham alguns bens, terrenos começando a construir, um caminhão. Ela disse: "eu 
não quero sair dessa relação sem nada né", eu falei essa questão é judicial, você vai procurar 
seus direitos no fórum, você tem que fazer por você, eu não posso fazer, o que eu posso fazer 
é mediar essa questão de violência, tem uma criança envolvida de cinco anos de idade, e ele 
era o pai. Se essa criança estiver sofrendo, eu vou pedir o afastamento dele, ai ela falou: ele 
não vai não sei o que, parecia meio transtornada, mas se ele não for você tem que sair da casa, 
você tem que proteger seu filho, ai um dia, final de semana, em uma sexta-feira ela apareceu 
aqui com um garoto em pânico, nunca tinha visto ele se agitar tanto e estava em pânico, 
totalmente mal, ai eu atendi a criança, depois falei com ela, acalmamos, dei joguinhos até ele 
se recompor, ai eu vi que estava insustentável, não tinha tempo de informar um judiciário pra 
que tirasse a criança ou ele da casa, falei sabe o que você faz, você não deixa ver a criança 
hoje, acabou, ai o que aconteceu ele foi a casa buscar a criança, ela não deixou, ai ele veio 
brigar comigo ai falei: o senhor senta, por favor e se acalma, ele: não quero sentar, não vou 
me acalmar não sei o que, quem a senhora pensa que é? Ai falei: É ordem judicial, menti, 
assim mentirinha saudável, depois falei para o juiz: Doutor eu tive que fazer isso ele estava 
ameaçando ela de pegar a criança e levar para Pernambuco, pensou se faz isso com o menino 
que já estava em pânico. Então são situações que é na hora você tem que ter um filtro muito 
bom, consciente do seu papel, do que você pode fazer e do que você deve fazer, porque eu 
não vou esperar autorização e esperar acontecer o pior com a criança porque tem pais que são 
capazes de para se vingar da mulher matar a criança ou prejudicar a criança, igual muitos 
casos que a gente vê por ai. 
 
7) Quais os Aspectos positivos e negativos (problemas) da atuação do psicólogo? 
Positivos, eu acho que é essa intervenção, esse olhar que tende a ser justa a situação de cada 
um, a gente não tem essa pretensão de "ai vou fazer isso porque vai ser melhor", você tem que 
deixar amadurecer a ideia no momento certo. Tem situações que requerem sim essa 
intervenção imediata que são garantidos os direitos e a gente pode acionar o conselho tutelar 
ou a policia, então essa intervenção assim eu acho que é uma coisa tão sensível que não da 
para.. Não é qualquer pessoa, acho que nós assim psicólogos, temos uma sensibilidade, um 
intuito bacana de respeito de dignidade de valorização do ser humano, acho que tudo isso é 
muito positivo né, e também dessa construção de projeto de vida, acho que a gente consegue 
colocar tijolinho por tijolinho nas relações, visualizar mesmo o que aquela família necessita e 
dar uma nova dignidade uma nova dimensão mais humana. 
Negativo, eu acredito assim nós temos pouca proteção aqui dentro, não se paga insalubridade 
que a gente trabalha com pessoa que tem HIV, TB, teve atendimento nosso que cansou de 
fazer intervenção na família e como o rapaz era presidiário, ele vivia em uma família que 
tinha muitas crianças, irmãos, muita gente, muitos familiares, então a gente articulou com a 
saúde para que ele permanecesse usando mascara e fazendo o tratamento, porque a gente sabe 
que eles não fazem, infelizmente pode ser novo, pode ser velho, não importa se for para o 
presidiário eles voltam muito sem condições de se reerguer. Foi um caso e o rapaz não 
acatava o que a saúde e o que a gente falava, então teve momentos de ter que atender ele sem 
mascara, e eu fiquei preocupada, e às vezes aqui fazendo a entrevista o sujeito está sem 
mascara tá com TB, com HM. O HIV eu não tenho medo, mas o TB eu tenho. Negativa essa 
situação de fazer visita. Teve visita que a gente já foi ameaçada, porque nosso papel é esse, 
fazer a intervenção para os familiares, colocar em uma casa abrigo, é uma baita de uma 
intervenção, então, a pessoa, o marido no caso perdeu os filhos ai ele fica com ódio mortal,ai 
você vai lá a casa dele porque tem que ir, porque sobrou uma pessoa ainda que a gente tenha 
que fazer intervenção que é álcool e droga, ai ele olhou pra mim "eu sei que foi o papel de 
vocês que tirou minha família de mim", ai você percebe a violência, as crianças tacam pedras 
ás vezes, tem coisas negativas. Você vai a casa, às vezes a pessoa é tão negativa que ela não 
quer te receber, fala o que você está fazendo ali, o que você pensa que tem que mexer com a 
vida dela, então tem muita, alguns casos assim, mas a maioria não está à negatividade também 
é em função da pouca administração, porque esse serviço aqui não sai do jornal, tem que 
manter sigilo, não pode expor as medidas. As medidas não são compreendidas na sociedade, 
então a gente trabalha com um público muito fragmentado, muito sofrido e o olhar das 
pessoas comuns não é nosso, por exemplo, morador de rua é outro serviço que aqui no 
município não é compreendido ainda. Existe o protocolo de atendimento do morador de rua 
que é de acolhimento, o CREAS do município não tem um centro de acolhimento, não tem 
nada nesse município que pode oferecer para esse cidadão, nosso papel é acolher, dar um café 
da manhã, mandar tomar banho, ter uma tolha, um sabonete, uma pasta de dente, é fazer todo 
esse trabalho. Então nós temos aqui uma toalha porque nós exigimos, se tiver um morador de 
rua de São José do Rio, eu vou entrevistar, saber o porque dele estar na rua, acolher de 
qualquer forma, se tem contexto de presidiário, porque não está com o família, se está muito 
desvinculado, se tem como retornar a família, e a gente teve casos assim que a administração 
não entende quando a gente solicita, ele tem que dar, fornecer a assistência, tem que fazer 
isso, mas a gente tem que fornecer passagem de volta se o cidadão precisar, só que tem que 
fazer toda uma leitura primeiro, um depoimento, isso o CREAS tem que fazer, pode ser na 
rua, eu mesma já atendi na rua, porque o sujeito não queria vir aqui porque está 
envergonhado, é uma pessoa do bem se for ver, não estava totalmente desvinculado da 
família, então a partir do dialogo que a gente pode identificar qual que foi o motivo que levou 
ele para rua, ele começa a chorar e começa a se soltar, se abrir, e a gente pode perceber que 
ele está vinculado, diferente daquele cidadão que escolheu morar na rua, que é direito do 
cidadão também. No mundo inteiro existe morador de rua, todos os projetos sociais do 
morador de rua, já li bastante a respeito, não é só dar casa, comida e roupa lavada e alimento, 
não é só isso, é o meu papel na sociedade, é a interjeição que esse sujeito fez de si mesmo, se 
tem algum transtorno que pode estar relacionado. Em alguns casos, álcool e drogas outros 
não, são contexto familiares que foram desfiando aquele vinculo, que foi até a pessoa não 
querer mais aquela família, ela fica totalmente desvinculada, e já ela não se importa mais. É 
bonito né, o trabalho do morador de rua, mas é penoso, mas ai no caso desse rapaz que eu 
acabei de falar é um senhor, ele tinha família, tinha emprego, foi um roupante, uma explosão 
emocional, então ele conseguiu ter uma reparação daquele dano que ele fez com a família e 
com ele mesmo e conseguiu voltar para o município dele, mas antes de voltar o senhor toma 
um banho, corta o cabelo, fica daquele jeito que você gostaria de ficar para mostrar para sua 
família o seu retorno, então pessoas que acolhem isso tem outros que não, tem outros que não 
querem a mudança, têm outros que arrumam emprego, você tem que levantar as 
possibilidades dele, construir esse projeto para ele. Você pode trabalhar na lavoura? Você tem 
vontade de trabalhar? Ele foi, ele está trabalhando no sitio, ai de vez em quando ele vem 
trazer abobrinha e manga pra gente, todo feliz da vida. Então eu falo você não salva todo 
mundo, não é nem essa pretensão do trabalho, mas é resgatar a dignidade, tirar dessa situação 
de risco que ele está se impondo, ele que se põem às vezes no caso do morador de rua, do 
álcool e drogas também, porque a droga você tem que depender de traficante e correr da 
policia então qualquer usuário está em uma situação de risco, e eu tenho adolescente de 14 
anos lá no crack, grávida, então pelo porte do município que você fala: "ah, são 50 
atendimentos no mês", mas cada caso é um caso. Então eu já tive que fazer intervenção com 
uma família, nós tivemos a equipe, fomos fazer a visita, ver que o rapaz e a moça estavam 
com dois filhinhos, ela amamentando, um de dois anos e outro ainda no peito e eles estava 
vendendo tudo por causa de crack, e a criança na visita chupando um negocio assim 
quadradinho, fui ver o que era, era um caldo de carne, cheio de sódio, de fome. Então ficou 
uma situação insustentável, naquela época tínhamos o convenio com o AMI, eu liguei e falei 
"Olha, como eu devo proceder? No meu ponto de vista, tenho que tirar a criança do peito", ele 
falou tem que tinha que tirar, a criança podia estar com algum dano porque a mãe está 
fazendo uso, tinha que investigar isso também, ele falou pra mandar a criança também que 
vamos fazer a triagem, porque fica lesada gente, ela usou na gravidez, usou na amamentação. 
Bom, suspendeu o peito e internamos os dois. Dói né? Mas hoje eles estão bem, o pai foi 
resgatado, está com as crianças, e ela está presa, ela continuou na droga. Aquilo que eu te 
falei, colocando a vida em risco, mesmo com filho, não conseguiu ter um projeto de vida. 
 
CONCLUSÃO 
Atualmente no Brasil, a situação dos Direitos Humanos encontra-se ainda em fase de 
consolidação. As principais violações aos Direitos Humanos no nosso país devem se a 
miséria, a pobreza, ao racismo, desigualdade social e etc. Age-se como se fosse natural o 
convívio entre a riqueza e a pobreza ou que as regalias de poucos coexistam com a supressão 
dos direitos da maioria. 
Conforme foi feita a entrevista, o CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência 
Social) surge para dar auxílio para famílias e indivíduos em situações de ameaças ou 
violações de direitos como violência física, psicológica, sexual, tráfico de pessoas, 
cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto, pessoas em situações de rua, 
abandono, trabalho na infância, discriminação em decorrência de orientação sexual e/ou 
raça/etnia, entre outras. E há o objetivo de conceder a estes indivíduos que já tiveram os seus 
direitos violados, uma busca de fornecer condições para que o mesmo tenha condições e 
conhecimentos para melhoria de sua situação. 
 
É muito importante ressaltar a importância do Psicólogo neste contexto em que atua. Muitas 
pessoas, inclusive estudantes de Psicologia desconhecem e não valorizam a relevância de um 
Psicólogo no meio comunitário e o que eles realmente fazem, fornecendo suporte para estes 
indivíduos e famílias e a busca pela compreensão de qual a decorrência provem esta retirada 
de direitos. 
Por fim, pudemos perceber que o trabalho realizado pelo psicólogo dentro deste contexto, é 
exercido de forma muito diferente de como ocorre no contexto clinico. Por ser uma área 
relativamente nova, está em constante expansão e aprimoramento dentro das necessidades de 
cada sociedade/individuo, exigindo então do psicólogo, uma pensar empático e a 
sensibilização para com a dor do outro. 
Concluímos que lidar com estas questões de vulnerabilidade destes grupos/indivíduos, seja 
uma tarefa árdua, aparenta ser a que mais nos coloca a par da verdadeira realidade que muitas 
vezes tapamos os olhos para não ver, assim nos inserindo na comunidade e auxiliando na 
nossa sensibilidade e compreensão.

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