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REVISÃO DE SISTEMAS – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Pérola Luara Cavalcanti Gomes de Oliveira 1 SISTEMA CARDIOVASCULAR Os exames de imagem mais utilizados na rotina clínica de cardiologia de pequenos animais são: radiografia do tórax e ecodopplercardiografia. A radiografia simples do tórax fornece muitas informações a respeito da anatomia do coração e dos grandes vasos, já a ecodopplercardiografia, por ser uma técnica de diagnóstico baseado no uso do ultrassom associado ao doppler, oferece também uma avaliação quantitativa e qualitativa da função cardíaca, tendo se tornado uma das mais importantes ferramentas de diagnostico e investigação. Porém, vale ressaltar que a ecodopplercardiografia é uma técnica complementar da radiografia, mas não a substitui. Pois, as radiografias fornecem mais informações a respeito do tamanho e do formato anatômico do coração, também propiciando a avaliação dos pulmões. OBS: a ecodopplercardiografia possibilita a avaliação minuciosa das valvas cardíacas e do movimento do miocárdio. A radiografia torácica objetiva analisar a posição anatômica do coração, demonstrando se a imagem de silhueta cardíaca se encontra aumentada (cardiomegalia) ou em tamanho dentro dos valores de referência, além de demonstrar os contornos das diferentes câmaras cardíacas. Inclusive, esse exame permite uma avaliação panorâmica do tórax, abrangendo a imagem do coração e do pulmão no mesmo quadro. OBS: nos casos de cardiomegalia, onde há um aumento generalizado da sombra cardíaca, é importante distinguir entre a verdadeira cardiomegalia e a simples distensão do saco pericárdico adjacente (sombra cardíaca globoide). A técnica radiográfica para o coração exige a realização do exame em, ao menos, duas projeções radiográficas: laterolateral e ventrodorsal (ou dorsoventral). Além disso, para melhor resolução das estruturas de tecidos moles, há a necessidade de empregar uma alta kilovoltagem (kVp) e uma baixa miliamperagem (mAs). Idealmente, o exame deve ser realizado no momento REVISÃO DE SISTEMAS – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Pérola Luara Cavalcanti Gomes de Oliveira 2 exato do pico da inspiração e o paciente deve estar posicionado de forma reta (com costelas alinhadas entre si) uma vez que a interpretação correta da forma e do tamanho cardíaco depende desses fatores. A ecodopplercardiografia é uma ultrassonografia cardíaca e serve para avaliar a dimensão anatômica das câmaras cardíacas, a espessura e a movimentação de paredes, a configuração e o movimento valvar e a porção proximal de grandes vasos. As vantagens do ecodopplercardiograma são que, com o ultrassom, as relações anatômicas podem ser determinadas, inclusive derivando informações sobre a função cardíaca também. Além disso, o método é muito sensível na detecção de líquido pericárdico e pleura. O preparo para o ecocardiograma exige: a) tricotomia na área de posicionamento do transdutor a fim de melhorar o contato com a pele e a qualidade da imagem; b) uso de gel para promover uma área de contato livre de ar entre a pele e o transdutor; c) emprego de uma mesa com orifício para permitir o posicionamento e a manipulação do transdutor pelo lado do decúbito. REVISÃO DE SISTEMAS – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Pérola Luara Cavalcanti Gomes de Oliveira 3 Clinicamente, interpreta-se este exame em três modalidades: modo M (monodimensional), modo bidimensional e com doppler (pulsátil e contínuo, além do mapeamento de fluxo em cores). Os artefatos ecocardiográficos podem mimetizar uma anormalidade cardíaca e, por isso, qualquer em anormalidade suspeita o clínico deve avaliar os múltiplos planos para uma melhor verificação e delineamento do exame. Assim, se é possível visualizar uma lesão suspeita em mais de um plano, é bem possível que esta seja então verdadeira. ➢ Projeções recomendadas: • Lateral direita e dorso-ventral/ventrodorsal; • Distância foco-filme: 1m – 1,2m; REVISÃO DE SISTEMAS – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Pérola Luara Cavalcanti Gomes de Oliveira 4 • Em pacientes de pequeno porte, a distância foco-filme pode ser mantida em 90cm; • Dentre os parâmetros avaliados na radiografia torácica, a mensuração do tamanho cardíaco pelo método VHS (Vertebral Heart Size) permite ao clínico fazer uma boa análise do tamanho cardíaco; • Observação: coração – avalia apenas sombra; ➢ Mensuração – VHS: • Raio X: posição latero – lateral; • Vertebras torácicas: identificar a vertebra torácica número 4 ou T4 (a medida iniciará na borda cranial desta vértebra); • Medida L: eixo longo da silhueta cardíaca (da carina do brônquio até o ápice do coração); • Medida S: eixo curto, ou seja, a parte mais larga da silhueta cardíaca (perpendicular à medida do eixo longo L); • VSH: transferir cada uma das medidas (L e S) para as vértebras, iniciando a contagem pela borda cranial da T4 e fazer a somatória das medidas (VHS = L + S); ▪ OBS: nos cães, o VHS não deve ser superior a 10,5. ➢ Mensurações Gerais: • Cão: ▪ Projeção LLD: comprimento ápico-basilar – 2/3 (70%) da profundidade torácica; ▪ Largura empírica: 2,5 – 3,5 -> espaços intercostais; ▪ Projeção VD: 2/3 – largura da cavidade em seu ponto mais largo (quinto par de costelas); • Gato: ▪ Menor variação que no cão; ▪ LLD: 2 – 2,5 -> espações intercostais; REVISÃO DE SISTEMAS – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Pérola Luara Cavalcanti Gomes de Oliveira 5 ▪ 2/3 da profundidade torácica; ▪ VHS: 7,5 +- 0,3 ➢ Alterações: • Dilatação cardíaca generalizada: quando o coração apresenta aumento generalizado, ou seja, ambos os lados estão afetados (o coração tomará maior porção da cavidade torácica). ▪ Em projeção lateral: deslocamento dorsal da traqueia que, no lugar de se apresentar formando um ângulo agudo com a coluna torácica, estará paralelo a ela; ▪ Maior contato do lado direito do coração com o esterno (lado esquerdo cardíaco perpendicular ao esterno em vez de arredondado); ▪ Em projeção DV (Dorso Ventral): a silhueta cardíaca aproxima- se da parede costal bilateralmente; ▪ O aumento cardíaco generalizado pode ser resultado de várias condições, incluindo velhas lesões valvulares e doença do miocárdio; • Dilatação cardíaca direita: ▪ Em caso de dilatação ventricular direita, na projeção DV, a borda direita estará mais arredondada e próxima à parede torácica, apresentando, às vezes, a característica imagem de D invertido; ▪ Na projeção lateral, a borda cranial do coração se apresentará arredondada e a maior parte do ventrículo direito estará em contato com o esterno; ▪ Dilatação do átrio direito geralmente está associada à dilatação do ventrículo e desloca a traqueia dorsalmente; • Dilatação cardíaca esquerda: REVISÃO DE SISTEMAS – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Pérola Luara Cavalcanti Gomes de Oliveira 6 ▪ Em projeção lateral a borda caudal do coração apresenta-se perpendicular ao esterno (dilatação ventricular); ▪ O aumento do átrio esquerdo faz com que os grandes brônquios não apareçam sobrepostos na radiografia, uma vez que desloca o esquerdo dorsalmente; ▪ Em projeção DV observa-se aumento da região caudal esquerda do coração, com diminuição do espaço entre este e a parede costal. Nesta incidência o átrio esquerdo muito aumentado pode produzir dupla sombra onde se sobrepõe ao ventrículo direito; • Dilatação da aorta: em projeção lateral aparece como uma proeminência na região do átrio direito. Na DV causa um aparente aumento no comprimento do coração; • Dilatação da artéria pulmonar: diagnosticada na projeção DV, onde se observa uma proeminência na porção cranial esquerda do coração; • Hérnia peritônio-pericárdica: alteração congênita na qual há comunicação entre a cavidade peritonial e o saco pericárdico, proporcionandoque estruturas do abdome se insiram entre o coração e o pericárdio; • Efusão pericárdica: o coração apresenta-se globoso pela presença de líquido no interior do saco pericárdico, consequente a tumor; SISTEMA RESPIRATÓRIO ➢ Anatomia • Cavidade nasal: dividida pelo septo nasal; • Seios paranasais; REVISÃO DE SISTEMAS – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Pérola Luara Cavalcanti Gomes de Oliveira 7 • Laringe: estrutura que se segue a faringe, sendo identificada radiologicamente pela imagem da epiglote e, muito discretamente, das cartilagens tiroide, aritnoide e cricoide, contrastando com o ar contido na luz do órgão; ▪ Alterações: Calcificação da laringe ou deslocamento e compressão por massas adjacentes; • Traqueia: Estrutura tubular preenchida por ar, radiolucente, que se estende da laringe a carina, ponto onde se bifurca, originando os grandes brônquios. Ao penetrar no tórax a traqueia inclina-se ventralmente em direção a base do coração; ▪ Cervical/torácica; ▪ Alterações: Deslocamento de traqueia, Colapso traqueal; ▪ Da altura de C2 até o 4° ou 5° EIC; ▪ Se bifurca dorsalmente à base do coração; ▪ Mediana: na porção mais caudal, se desloca para a direita; • Pulmões: proporcionam bom contraste para a visualização das estruturas intratorácicas. Dividido em lobos: ▪ Direito: cranial, médio, caudal, acessório; ▪ Esquerdo: cranial – porção cranial - cranial e porção caudal - caudal; ▪ Posicionamento do paciente, incidência lateral, com os membros anteriores tracionados cranialmente. O esterno deve ficar no mesmo plano das vertebras torácicas, evitando a rotação. O feixe de raios x e centrado na altura da 5° costela; ▪ O posicionamento DV, o paciente e colocado em decúbito esternal, com os membros anteriores puxados para a frente e os cotovelos abduzidos; REVISÃO DE SISTEMAS – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Pérola Luara Cavalcanti Gomes de Oliveira 8 ▪ Os membros posteriores são flexionados apoiando os joelhos sobre a mesa. As vertebras devem se sobrepor ao esterno. A cabeça mantida baixa entre os membros anteriores e o feixe de radiação centrado na altura da 6° costela; ▪ Dependendo da afecção pulmonar, se observara padrão pulmonar correspondente; OBSERVAÇÕES: 1. A radiografia do tórax deve ser feita no final da inspiração; 2. Qualquer alteração pulmonar que produza perda de ar, fara com que os vasos se tornem menos evidentes; 3. Quando feita a radiografia durante a inspiração, o diafragma alcançará 7° ou 8° costela, quando na expiração, 5° ou 6° costela; ➢ Raio X Traqueal: • Facilmente visualizada; • Projeção lateral (melhor); • Projeção VD: sobreposição da coluna e do esterno; • Diâmetro normal: 3x a largura do terço proximal da 3° costela; ➢ Colapso traqueal: • Congênito ou adquirido; • Mais comum em raças pequenas, animais adultos e/ou mais velhos; • Sinais clínicos: tosse seca; • Traqueia cervical (inspiração); • Traqueia torácica (expiração); • Menor diâmetro da traqueia (projeção lateral); • Diferencial: sobreposição do esôfago, tecidos moles, flacidez do musculo traqueal e gordura de animais obesos; ➢ Hipoplasia: REVISÃO DE SISTEMAS – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Pérola Luara Cavalcanti Gomes de Oliveira 9 • Defeito congênito: desenvolvimento incompleto dos anéis traqueais; • Mais comuns em raças braquicefálicas; • Diminuição do diâmetro do lúmen traqueal em toda a sua extensão; ➢ Pulmões: • Lobos separados por fissuras interlobares; • Alto mA e baixo tempo; • Ideal: pico da inspiração; • Posicionamento: membros torácicos estendidos; • Projeções: laterais e VD; • Alterações: ▪ Classificação de acordo com as estruturas envolvidas; ▪ Considerar o histórico, exame clínico e resultados laboratoriais; ▪ Quadros semelhantes podem representar afecções diferentes; ➢ Componentes: vasos, brônquios, bronquíolos, alvéolos e tec. Intersticial, etc. • Ar na árvore brônquica e alvéolos: contrates em vasos; • Alvéolos preenchidos por liquido não possuem ar – ausência de contraste; ➢ Raio X pulmonar e componentes: • Maior radiopacidade pulmonar; • Não há contraste com vasos; • Broncogramas aéreas: brônquios contendo ar contrastando com o restante do tecido pulmonar (corte longitudinal x transversal); • Sofre alterações rápidas; • Consolidação pulmonar: brônquios também sem ar; • Alveograma aéreo: alvéolos com o ar junto à alvéolos com liquido; • Pode-se visualizar fissuras interlobares; REVISÃO DE SISTEMAS – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Pérola Luara Cavalcanti Gomes de Oliveira 10 • Visualiza-se na presença de: edema pulmonar, hemorragia, pneumonia, granuloma, atelectasia, infarto; ➢ Intersticial: • Interstício mais espessado (estruturas de suporte pulmonar); • Presença de liquido, exsudado, fibrose ou massa no interstício; • Pode evoluir para o padrão alveolar; • Não atinge porções aéreas; • Forma linear: aspecto reticulado; • Forma nodular: nódulos de tamanhos variados; ➢ Raio X Intersticial: • Aumento da radiopacidade intersticial; • Padrão não estruturado: aparência rendilhada; • Padrão estruturado: milhares (0,3 – 0,5 cm), nodulares (0,5 – 0,3 cm), massas (>3cm); • Visualiza-se na presença de: edema intersticial, pneumonia intersticial, neoplasia, granuloma, fibrose pulmonar; • Influencias: exposição do filme, atelectasia posicional, expiração; ➢ RX Brônquico: • Parede brônquica espessada; • Mineralização da parede brônquica: raças condrodistróficas e animais idosos; • Brônquios visíveis; • Bronquiectasia; • Visualiza-se a presença de bronquite, asma dos felinos, etc; • Baixa sensibilidade; ➢ RX Vascular: • Hipervascularização: maior número e calibre dos vasos (ex: dirofilariose) – maior radiopacidade pulmonar; REVISÃO DE SISTEMAS – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Pérola Luara Cavalcanti Gomes de Oliveira 11 • Hipovascularização: menor número e calibre de vasos (ex: choque hipovolêmico, hipoadrecorticismo, estenose, etc) – menor radiopacidade pulmonar; • Vasos tortuosos (dirofilariose: dilatação e tortuosidade das artérias pulmonares); • LL: QQ e veia lombar cranial esquerda – o diâmetro não pode ultrapassar o diâmetro da 4° costela; • VD: QQ e veias lombares caudais – o diâmetro não pode ultrapassar o diâmetro da 9° costela; ➢ Misto: • Presença de dois ou mais padrões simultaneamente; • Laudo: definir o quadro e considerar os aspectos clínicos; ➢ Afecções: • Pneumonia Bacteriana: E uma infecção que ocorre pelas vias respiratórias, instalando-se o agente na luz destas vias, determinando produção de secreção. Neste caso o padrão pulmonar será a alveolar, que se distribuirá em todos os lobos ou, o que é mais comum, em maior concentração a partir do hilo, podendo afetar um lobo mais que outros; • Pneumonia Viral: Este tipo de infecção determina um padrão intersticial linear ou reticulado. Bactérias oportunistas podem se instalar nas vias aéreas de um pulmão já debilitado pela pneumonia viral, determinando um padrão misto na imagem radiográfica, isto e, intersticial e alveolar. • Pneumonia Fúngica: os pulmões apresentarão um padrão intersticial nodular, que poderá levar a confusão com metástases pulmonares de pequeno diâmetro e em grande número. Cultura de lavado traqueal e a história do paciente (presença ou não de tumorações em outros órgãos), auxiliarão no diagnóstico. • Parasitaria: alveolar, intersticial ou brônquico; REVISÃO DE SISTEMAS – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Pérola Luara Cavalcanti Gomes de Oliveira 12 • Bronquite: Esta alteração, quando crônica, determinara padrão bronquial e/ou intersticial. • Edema Pulmonar: Usualmente associado com insuficiência cardíaca esquerda, determina o padrão pulmonar alveolar; • Neoplasia Pulmonar: neoplasia pulmonar primaria é relativamente rara em cães. Pode ocorrer como um nódulo único ou multifocal,como o carcinoma bronquíolo-alveolar multifocal. Outras condições podem causar densidades nodulares solitárias, como abscesso, infarto, cisto ou granuloma. ▪ Padrão intersticial nodular (tamanhos variados); ▪ Metástase de osteossarcoma: grandes; ▪ Metástase de tumor de mama: muitos, pequenos e amplamente distribuídos; ▪ Padrão intersticial linear: linfoma; ▪ Carcinoma broncogênico (primaria): lobo caudal direito; ▪ OBS: Metástases pulmonares se caracterizam por múltiplas densidades, com tamanhos variados distribuídas pelo pulmão. • Cardiogênico: aumento da silhueta cardíaca –> misto, peri-halar; o Cães: simétrico, dorsal e caudal; o Gatos: assimétrico, médio; o Não cardiogênico (silhueta cardíaca normal): alveolar, lobos caudais, mais difuso, não peri-hilar; ➢ Padrões radiológicos: • Pulmonar: Dependendo da afecção pulmonar, se observara padrão pulmonar correspondente; • Alveolar: E produzido por fluidos ou secreções que preenchem os espaços aéreos, determinando imagem de manchas radiopacas nos pulmões ou radiopacidade homogeneamente distribuída em todo o REVISÃO DE SISTEMAS – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Pérola Luara Cavalcanti Gomes de Oliveira 13 campo pulmonar. Pneumonia bacteriana, hemorragia, edema pulmonar e afogamento são exemplos de afecções que proporcionam padrão alveolar. • Intersticial: ▪ Quando alguma afecção faz com que o parenquima se torne espesso ou edemaciado ou, ainda, com formações nodulares, este passa a ser evidente; ▪ Pneumonia viral, pneumonia micótica, edema intersticial (fase inicial do edema pulmonar) e neoplasia ou metástases pulmonares, determinam o padrão intersticial. • Vascular: ▪ Os vasos pulmonares tem uma superfície uniforme e um diâmetro compatível com o tamanho do animal. ▪ Em alterações que determinam congestão dos mesmos, como cardiomiopatia e insuficiência da válvula mitral, os vasos tornam-se ingurgitados e tortuosos, determinando o chamado padrão vascular aumentado. ▪ Quando, ao contrário, os vasos tornam-se menos calibrosos, como em caso de hipovolemia, tetralogia de Fallot e desidratação, determinam o padrão vascular diminuído. • Bronquial: Os brônquios, assim como o parênquima pulmonar, não se distinguem na imagem radiográfica. Quando ocorrer espessamento da parede bronquial, como em casos de bronquite crônica ou em animais muito velhos, essa se tornara evidente, como estrutura radiopaca circular ou linear, conforme o corte, transversal ou longitudinal. ➢ Pneumotorax: Alteração, em geral, determinada por trauma, se caracteriza por ar no interior da cavidade torácica, ao redor dos pulmões. E possível visualizar as bordas dos REVISÃO DE SISTEMAS – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Pérola Luara Cavalcanti Gomes de Oliveira 14 lobos pulmonares devido a retração dos mesmos em relação a parede costal e diafragma. Na projeção lateral há um afastamento do coração em relação ao esterno, e, isto se deve ao espaço proporcionado pelo colabamento pulmonar, fazendo com que o coração se desloque. O pneumotórax pode ser aberto (quando há solução de continuidade da parede, entrando o ar exterior para o tórax) ou fechado (o ar contido no tórax é proveniente dos pulmões). ➢ Enfisema Pulmonar: • Em caso de enfisema pulmonar a radiolucencia estará exacerbada devido ao excesso de ar contido nos pulmões. • O tórax torna-se distendido, o espaço intercostal aumentado, determinando imagem semelhante a um barril na radiografia DV e o diafragma deslocado caudalmente, melhor evidenciado na incidência lateral. ➢ Efusão Pleural: Caracteriza-se pela presença de liquido na cavidade torácica determinando radiopacidade homogênea ao redor dos lobos pulmonares radiolucentes. • Em caso de dúvidas, deve-se fazer a radiografia lateral com o paciente em estação, proporcionando que o liquido desça e incidindo o raio no sentido horizontal. • Como causa de efusão pleural, pode-se citar a insuficiência cardíaca congestiva, piotorax, mediastinite, quilotorax, entre outras. ➢ Hérnia Diafragmática: • O musculo diafragma não é visualizado, mas constata-se a sua integridade pelo limite bem definido entre cavidade torácica e abdominal, graças a diferença de densidade entre pulmões radiolucentes e fígado radiopaco. • Quando houver ruptura do diafragma, se desfará a pressão negativa presente no tórax, fazendo com que as vísceras do abdome, como REVISÃO DE SISTEMAS – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Pérola Luara Cavalcanti Gomes de Oliveira 15 fígado, estomago ou alças intestinais, sejam sugadas para o interior daquele, caracterizando a hérnia diafragmática. • Na maioria das vezes ocorre um hemotórax, melhor identificado em projeção VD ou DV. SISTEMA URINÁRIO ➢ Informações iniciais: • Componentes: rins, ureteres, bexiga e uretra; • Raio-X: rins e bexiga; • Exames contrastados; • Urografia excretora: preparo do paciente com dieta hídrica por 24h, laxante suave e enema morno 6h do exame para limpeza completa do trato digestório (se necessário); • Via endovenosa: administrar o composto orgânico especifico para vias urinarias (em geral, à base de diatrizoado sódico e diatrizoato de meglumina – 3ml/kg); • Ao finalizar a administração do controle, deve-se efetuar a primeira radiografia nas incidências lateral e VD, seguindo-se de outas aos 2-5- 10min; • Na radiografia, observa-se os rins opacificados. Logo, os ureteres aparecem como duas linhas radiopacas, estendendo-se da pelve renal até o trígono da bexiga, onde se inserem (a urina aparece em contraste); ➢ Pneumocistografia: Exame radiográfico da bexiga após introdução de ar ou de um gás no seu interior. • Ar ou óxido nitroso na dose de 6 – 12ml/kg é injetado para o interior da bexiga via cateter adaptado a uma seringa, até que o órgão esteja moderadamente distendido; REVISÃO DE SISTEMAS – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Pérola Luara Cavalcanti Gomes de Oliveira 16 OBS: é importante a remoção de toda a urina presente na bexiga antes da administração do contraste negativo. ➢ Cistografia: qualquer teste que capture imagens da bexiga após a introdução de um agente de contraste radiopaco na bexiga (por exemplo, através de um cistoscópio ou cateter na uretra). A cistografia é usada mais comumente para detectar um orifício na bexiga, que poderia ocorrer depois de uma lesão ou cirurgia. • O contraste orgânico é diluído a 5% em solução fisiológica e introduzido na bexiga por meio de uma sonda uretral até que o órgão esteja moderadamente distendido, o que requer em torno de 6 – 10ml/kg; ➢ Cistografia com duplo contraste: • O contraste positivo é introduzido na bexiga em quantidade suficiente para envolver a mucosa vesical; • O excesso é removido, administrando-se ar ou óxido nitroso até obter moderadamente distensão do órgão; • Este exame proporciona boa avaliação da mucosa; ➢ Alterações: • Litíase: ocorre quando os cálculos renais se formam e impedem a passagem da urina. Esses cálculos são formados pelo excesso de precipitação de cristais, podendo acontecer por fatores diversos, como problemas genéticos, metabólicos, ingestão de poucos líquidos, sedentarismo e má alimentação. REVISÃO DE SISTEMAS – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Pérola Luara Cavalcanti Gomes de Oliveira 17 • Processo infiltrativo: Que penetra num tecido orgânico ou nos tecidos que o rodeiam (ex.: carcinoma infiltrante). • Dilatação da pelve renal (dilatação pielocalical): é um aumento de volume da pelve renal, que é a porção mais interna do rim que tem a função de coletar a urina e levá-la para os ureteres em direção à bexiga, e é causada, geralmente, por uma obstrução de um ou ambos os ureteres que leva ao bloqueio da passagem de urina, ficando acumulada; REVISÃO DE SISTEMAS – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Pérola Luara Cavalcanti Gomes de Oliveira 18 SISTEMAREPRODUTOR ➢ Informações gerais: • Ovários F: 1 cm; • Ovários C: 1 a 2 cm; ➢ Gestação: • 21 – 29 dias: batimentos cardíacos (15 – 17 em felinos); • 33 – 35 dias: movimentos fetais; • 30 – 35 dias: início da mineralização óssea; • 35 dias: diferenciação em cabeça em tronco; • 45 dias: sombra acústica formada pela calcificação óssea; • 50 – 60 dias: redução acentuada dos líquidos extra fetais; REVISÃO DE SISTEMAS – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Pérola Luara Cavalcanti Gomes de Oliveira 19 ➢ Próstata: ➢ Testículos: REVISÃO DE SISTEMAS – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Pérola Luara Cavalcanti Gomes de Oliveira 20 ULTRASSONOGRAFIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO ➢ Estomago REVISÃO DE SISTEMAS – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Pérola Luara Cavalcanti Gomes de Oliveira 21 ➢ Intestinos REVISÃO DE SISTEMAS – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Pérola Luara Cavalcanti Gomes de Oliveira 22 ➢ Baço ➢ Ruptura ➢ Nódulo REVISÃO DE SISTEMAS – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Pérola Luara Cavalcanti Gomes de Oliveira 23 ➢ Adrenal ➢ Pâncreas
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