Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Influências da escola de relações humanas no desenvolvimento organizacional Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 SST Ardigo, Rafaela Mota Influências da escola de relações humanas no desenvol- vimento organizacional / Rafaela Mota Ardigo Ano: 2020 nº de p.: Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. 11 Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 3 Influências da escola de relações humanas no desenvolvimento organizacional Apresentação Caro(a) estudante, você já parou para pensar na importância que os seres humanos possuem dentro das organizações? Apesar disso, você já notou que cada profissional é único? Diante desse contexto, qual a importância de um líder no ambiente de trabalho? Ao longo deste material, encontraremos respostas para esses questionamentos. Para isso, iniciaremos com um breve histórico a respeito da escola de relações humanas. Na sequência, estudaremos as principais teorias de motivação e veremos o papel da liderança e a influência de um líder no ambiente de trabalho. Por fim, estudaremos as principais teorias sobre liderança. Vamos lá? Trajetória da escola de relações humanas A escola de relações humanas apresentou uma quebra de paradigma com relação à visão que predominou no mundo nos últimos 200 anos. De uma visão predominantemente negativa do comportamento humano, passamos a ter uma visão positiva do ser humano. A partir dessa dualidade de pensamentos que existia na época, McGregor criou uma teoria conhecida como teoria X e Y. A teoria X pode ser relacionada à visão de mundo que predominava na escola clássica da administração, ou seja, uma visão negativa do ser humano, que para essa escola era considerado preguiçoso, indisciplinado e sem motivações individuais. Já a teoria Y está relacionada à visão pregada pelo desenvolvimento organizacional. Para o desenvolvimento organizacional, inspirado na escola de relações humanas, o comportamento humano é avaliado de forma positiva. As pessoas são vistas como indivíduos com personalidade própria e motivações diferentes. Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 4 A escola de relações humanas teve uma ênfase muito grande na questão do ambiente psicológico da organização, a partir dos resultados dos experimentos de Mayo, portanto, ela é muito conhecida pelas suas teorias de motivação humana. Atenção As principais teorias da motivação desenvolvidas na escola de relações humanas foram a hierarquia das necessidades, de Maslow, e a teoria dos dois fatores, de Herzberg. Segundo Maslow, a motivação humana se organizaria em um nível hierárquico, ou seja, para que um nível de motivação fosse alcançado, as pessoas deveriam primeiro alcançar o nível imediatamente anterior na hierarquia. Para ele, nem todas as pessoas conseguiriam alcançar todos os níveis da hierarquia, por isso, a figura da pirâmide representa sua teoria. Na teoria desenvolvida por Maslow, existem as necessidades primárias, que são aquelas relacionadas a necessidades fisiológicas e de segurança, e as necessidades secundárias, relacionadas às necessidades sociais, de estima e de autorrealização. Hierarquia de necessidades, de Abraham Harold Maslow Necessidades fisiológicas Necessidades de segurança Necessidades primárias Necessidades secundárias Necessidades sociais Necessidades de estima Necessidades de autorreal- ização Fonte: Adaptada de Chiavenato (2003). Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 5 Por sua vez, a teoria dos dois fatores de Herzberg se baseia na ideia de que no contexto organizacional, o ser humano orienta seu comportamento a partir de duas perspectivas chamadas por ele de fatores higiênicos e fatores motivacionais. 1. Fatores higiênicos: são relacionados ao comportamento extrínseco ao indivíduo. Isso quer dizer que se relacionam a questões materiais necessárias para a sobrevivência humana e aquelas sobre as quais as pessoas não têm controle. 2. Fatores motivacionais: são aqueles intrínsecos às pessoas, ou seja, relacionam-se às coisas sobre as quais o indivíduo possui controle e às suas características pessoais. Aqui estão incluídas questões como sonhos, expectativas, aceitação social, afeto e autorrealização. Para Herzberg, os fatores higiênicos não geram a motivação, apenas a satisfação das pessoas. A linha de raciocínio dele é de que ninguém é capaz de motivar ninguém, afinal, as pessoas são únicas. Porém, isso não impede a empresa de adotar estratégias de motivação. Portanto, segundo a teoria de Herzberg, é completamente possível que as pessoas estejam satisfeitas, mas não estejam motivadas. A partir dessa quebra de paradigma, foram desenvolvidas estratégias de gestão nas organizações com o intuito de tornar o ambiente de trabalho mais dignificante para as pessoas. No quadro a seguir, veja as principais características relacionadas à teoria das necessidades e à teoria dos dois fatores. Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 6 Principais teorias da motivação na escola de relações humanas e suas características Teoria das necessidades, de MASLOW Teoria dos dois fatores, de HERZBERG Necessidades humanas são hierárquicas. Necessidades humanas são complementares. Uma necessidade não emerge se a anterior não foi alcançada. Existem os fatores higiênicos e os fatores motivacionais. As necessidades primárias são as fisiológicas e de segurança. Os fatores higiênicos podem ser relacionados às necessidades primárias de Maslow e os motivacionais às secundárias. As necessidades secundárias são as sociais, de estima e de autorrealização. Os fatores higiênicos geram somente a satisfação. Fonte: Adaptado de Chiavenato (2003). Como observado no quadro, é possível traçar convergências entre as duas teorias, aliando os fatores higiênicos às necessidades primárias, e os fatores motivacionais às necessidades secundárias. O papel da liderança Para Chiavenato (2003), a liderança é um fenômeno que acontece em todas as organizações humanas, independentemente da vontade dos indivíduos. Ela pode se dar em uma empresa, em uma igreja, em um esporte ou na própria família. Líder é a pessoa que conseguiu legitimar o poder que possui frente ao grupo de trabalho que comanda. O líder é aquele que consegue motivar e fazer com que as pessoas o obedeçam sem precisar ser autoritário, pois respeita e é respeitado pelo grupo. O desenvolvimento organizacional busca construir a autoridade por meio da liderança e não da chefia. Você já assistiu ao filme “Os estagiários”? O filme é uma comédia americana lançada em 2013. Nele, há dois personagens principais que são pessoas com mais idade e que desejam melhorar a sua carreira profissional. Apesar das limitações tecnológicas que os dois enfrentam, eles acabam exercendo um papel de liderança informal devido à sua experiência de vida. Saiba mais Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 7 A visão da liderança no desenvolvimento organizacional foi amplamente influenciada pela escola humanista. Para essa escola, o papel do administrador dentro das organizações é saber conduzir o desenvolvimento pessoal de cada indivíduo e não atuar como uma figura autoritária e fechada às relações com os outros. Conforme Chiavenato (2003), influenciada por esse pensamento, a liderança pode ser observada como um fenômeno que desempenha papel importante de influência interpessoal, como um processo de redução da incerteza do grupo, como uma relação entre autoridade e subordinados dentro da organização ou como um processo situacional. O papel da liderança Influência interpessoal Redução de incerteza no grupo Relação de autoridade Fator Situacional (Papel da liderança informal) Fonte: Adaptada de Chiavenato (2003). O líder podeexercer uma função de autoridade que pode ser formal ou informal. Quando essa relação é formal, há uma cadeia de comando definida, ou seja, você sabe quem é a pessoa que tem mais poder dentro daquela relação. Quando é informal, o líder nem sempre será aquele que tem o poder concedido pela organização. Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 8 Teorias sobre liderança A partir do surgimento da escola de relações humanas no mundo organizacional, diversas teorias sobre liderança foram desenvolvidas. Chiavenato (2003) apresenta três das principais teorias desenvolvidas nas últimas décadas: as teorias dos traços de personalidade, as teorias sobre estilos de liderança e as teorias situacionais de liderança. Conheça as características de cada uma delas na figura a seguir. Teorias da liderança e suas características • O líder possui características de personalidade marcantes. • O líder nasce líder. TEORIAS DE TRAÇOS DE PERSONALIDADE • Estilo de comportamento do líder. • Os estilos mais conhecidos são o autoritário, o liberal e o democrático. TEORIAS SOBRE ESTILOS DE LIDERANÇA • O comportamento do líder irá depender da situação. • Não existe um estilo de liderança único dentro da organização. TEORIAS SITUACIONAIS DE LIDERANÇA Fonte: Adaptada de Chiavenato (2003). As teorias dos traços de personalidade foram as primeiras a surgirem quando esse tema começou a interessar os estudiosos da administração. Segundo elas, a figura do líder possui algumas características marcantes em sua personalidade que o diferenciam das pessoas comuns. Para utilizarmos uma expressão popular, segundo tais teorias, o líder já nasce pronto. Elas pregam, ainda, que os líderes possuem certos traços de personalidade característicos, que podem ser físicos, intelectuais, sociais ou relacionados com a tarefa de liderança. Ao contrário das teorias de traços de personalidade, que estão preocupadas em estudar o papel dos traços na liderança, as teorias sobre estilo de liderança focam suas energias no comportamento do líder, ou seja, aquilo que o líder faz é mais importante do que aquilo que o líder é. A teoria de estilos de liderança mais conhecida é a teoria dos três traços de personalidade, desenvolvida por White e Lippit. Esses pesquisadores acreditavam Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 9 que existiam três estilos de liderança natos: a liderança autoritária, a liderança liberal e a liderança democrática. 2. Liderança liberal: a liderança liberal é aquela que delega todas as funções e responsabilidades para a decisão do grupo. Nesse caso, falta a presença de um líder para orientar as demais pessoas. 3. Liderança democrática: os líderes democráticos são aqueles que atuam como incentivadores e orientadores do trabalho, sendo legitimados pelo grupo pela inspiração que proporcionam. 1. Liderança autoritária: a liderança autoritária ou autocrática é aquela em que o poder é centralizado na figura do líder formal. Finalmente, as teorias situacionais da liderança vêm complementar as teorias dos estilos de liderança. De acordo com elas, o líder pode assumir diversos estilos de comportamento dependendo da situação em que estiver envolvido. Esses comportamentos irão depender não somente de suas características pessoais, mas também do momento pelo qual a empresa está passando no seu ambiente, do tipo de atividade a ser liderado e do perfil dos colaboradores que irão sofrer a influência do líder. Cada tipo de situação irá exigir um tipo de liderança, o que Chiavenato (2003) chama de continuum de padrões de liderança. Isso implica dizer que conforme essas teorias, a liderança não é algo estático e não depende exclusivamente da pessoa que lidera. Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 10 Continuum dos padrões de liderança Liderança centralizada no chefe Liderança descentralizada nos subordinados Área de autoridade do administrador Área de liberdade dos subordinados 1 Administrador toma a decisão e a comunica 2 Administrador vende sua decisão 3 Administrador apresenta suas ideias e pede perguntas 4 Administrador apresenta sua decisão. Tentativa sujeita à modificação 5 Administrador apresenta o problema, recebe sugestões e toma sua decisão 6 Administrador define os limites e pede ao grupo que tome uma decisão 7 Administrador permite que subordinados funcionem dentro de limites definidos por superior Autocrático Consultivo Participativo Par�cipa�vo Fonte: Chiavenato (2003, p. 127). Conforme você pôde observar na figura anterior, se a situação for a de um líder com grande poder de autoridade, se o estilo da organização for mais autocrático ou se os funcionários tiverem tarefas rotineiras e repetitivas, mais próxima a liderança estará do lado esquerdo do continuum. Por outro lado, se o nível de autonomia dos colaboradores for elevado e a empresa e o líder tiverem um estilo democrático de gestão de pessoal, mais o continuum de liderança se aproximará do lado direto da figura. Fechamento Ao longo deste material, vimos que com a escola de relações humanas, houve uma quebra de paradigmas em relação ao olhar lançado sobre os trabalhadores: no passado, havia uma visão predominantemente negativa do comportamento humano; ao longo dos anos, porém, passamos a ter uma visão positiva do ser humano. Estudamos também as principais teorias de motivação – a hierarquia das necessidades, elaborada por Maslow, e a teoria dos dois fatores, proposta por Herzberg – e as principais teorias sobre liderança – teorias dos traços de personalidade, teorias dos estilos de liderança e teorias situacionais de liderança. Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 11 Referências CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração nas organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06
Compartilhar