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4 Influências da escola de relações humanas no desenvolvimento organizacional

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Influências da escola 
de relações humanas 
no desenvolvimento 
organizacional
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SST
Ardigo, Rafaela Mota
Influências da escola de relações humanas no desenvol-
vimento organizacional / Rafaela Mota Ardigo
Ano: 2020
nº de p.: 
Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados.
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Influências da escola de 
relações humanas no 
desenvolvimento organizacional
Apresentação
Caro(a) estudante, você já parou para pensar na importância que os seres 
humanos possuem dentro das organizações? Apesar disso, você já notou que 
cada profissional é único? Diante desse contexto, qual a importância de um líder 
no ambiente de trabalho? Ao longo deste material, encontraremos respostas para 
esses questionamentos.
Para isso, iniciaremos com um breve histórico a respeito da escola de relações 
humanas. Na sequência, estudaremos as principais teorias de motivação e veremos 
o papel da liderança e a influência de um líder no ambiente de trabalho. Por fim, 
estudaremos as principais teorias sobre liderança. Vamos lá?
Trajetória da escola de relações 
humanas
A escola de relações humanas apresentou uma quebra de paradigma com 
relação à visão que predominou no mundo nos últimos 200 anos. De uma visão 
predominantemente negativa do comportamento humano, passamos a ter uma 
visão positiva do ser humano.
A partir dessa dualidade de pensamentos que existia na época, McGregor criou 
uma teoria conhecida como teoria X e Y. A teoria X pode ser relacionada à visão 
de mundo que predominava na escola clássica da administração, ou seja, uma 
visão negativa do ser humano, que para essa escola era considerado preguiçoso, 
indisciplinado e sem motivações individuais. 
Já a teoria Y está relacionada à visão pregada pelo desenvolvimento organizacional. 
Para o desenvolvimento organizacional, inspirado na escola de relações humanas, o 
comportamento humano é avaliado de forma positiva. As pessoas são vistas como 
indivíduos com personalidade própria e motivações diferentes.
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A escola de relações humanas teve uma ênfase muito grande 
na questão do ambiente psicológico da organização, a partir 
dos resultados dos experimentos de Mayo, portanto, ela é muito 
conhecida pelas suas teorias de motivação humana.
Atenção
As principais teorias da motivação desenvolvidas na escola de relações humanas 
foram a hierarquia das necessidades, de Maslow, e a teoria dos dois fatores, de 
Herzberg.
Segundo Maslow, a motivação humana se organizaria em um nível hierárquico, 
ou seja, para que um nível de motivação fosse alcançado, as pessoas deveriam 
primeiro alcançar o nível imediatamente anterior na hierarquia. Para ele, nem todas 
as pessoas conseguiriam alcançar todos os níveis da hierarquia, por isso, a figura 
da pirâmide representa sua teoria.
Na teoria desenvolvida por Maslow, existem as necessidades primárias, que 
são aquelas relacionadas a necessidades fisiológicas e de segurança, e as 
necessidades secundárias, relacionadas às necessidades sociais, de estima e de 
autorrealização.
Hierarquia de necessidades, de Abraham Harold Maslow
Necessidades fisiológicas
Necessidades de 
segurança
Necessidades primárias
Necessidades secundárias
Necessidades sociais
Necessidades de estima
Necessidades de autorreal-
ização
Fonte: Adaptada de Chiavenato (2003).
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Por sua vez, a teoria dos dois fatores de Herzberg se baseia na ideia de que no 
contexto organizacional, o ser humano orienta seu comportamento a partir de duas 
perspectivas chamadas por ele de fatores higiênicos e fatores motivacionais.
1. Fatores higiênicos: 
são relacionados ao comportamento extrínseco ao indivíduo. Isso quer dizer 
que se relacionam a questões materiais necessárias para a sobrevivência 
humana e aquelas sobre as quais as pessoas não têm controle. 
2. Fatores motivacionais: 
são aqueles intrínsecos às pessoas, ou seja, relacionam-se às coisas sobre 
as quais o indivíduo possui controle e às suas características pessoais. Aqui 
estão incluídas questões como sonhos, expectativas, aceitação social, afeto e 
autorrealização.
Para Herzberg, os fatores higiênicos não geram a motivação, apenas a satisfação 
das pessoas. A linha de raciocínio dele é de que ninguém é capaz de motivar 
ninguém, afinal, as pessoas são únicas. Porém, isso não impede a empresa 
de adotar estratégias de motivação. Portanto, segundo a teoria de Herzberg, é 
completamente possível que as pessoas estejam satisfeitas, mas não estejam 
motivadas. 
A partir dessa quebra de paradigma, foram desenvolvidas estratégias de gestão nas 
organizações com o intuito de tornar o ambiente de trabalho mais dignificante para 
as pessoas. 
No quadro a seguir, veja as principais características relacionadas à teoria das 
necessidades e à teoria dos dois fatores.
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Principais teorias da motivação na escola de relações humanas e suas características
Teoria das necessidades, 
de MASLOW
Teoria dos dois fatores, 
de HERZBERG
Necessidades humanas são hierárquicas. Necessidades humanas são complementares.
Uma necessidade não emerge se a anterior 
não foi alcançada.
Existem os fatores higiênicos e os fatores 
motivacionais.
As necessidades primárias são as 
fisiológicas e de segurança.
Os fatores higiênicos podem ser relacionados 
às necessidades primárias de Maslow e os 
motivacionais às secundárias.
As necessidades secundárias são as sociais, 
de estima e de autorrealização.
Os fatores higiênicos geram somente a 
satisfação.
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2003).
Como observado no quadro, é possível traçar convergências entre as duas teorias, 
aliando os fatores higiênicos às necessidades primárias, e os fatores motivacionais 
às necessidades secundárias.
O papel da liderança
Para Chiavenato (2003), a liderança é um fenômeno que acontece em todas as 
organizações humanas, independentemente da vontade dos indivíduos. Ela pode se 
dar em uma empresa, em uma igreja, em um esporte ou na própria família. 
Líder é a pessoa que conseguiu legitimar o poder que possui frente ao grupo de 
trabalho que comanda. O líder é aquele que consegue motivar e fazer com que as 
pessoas o obedeçam sem precisar ser autoritário, pois respeita e é respeitado pelo 
grupo. O desenvolvimento organizacional busca construir a autoridade por meio da 
liderança e não da chefia.
Você já assistiu ao filme “Os estagiários”? O filme é uma comédia 
americana lançada em 2013. Nele, há dois personagens principais 
que são pessoas com mais idade e que desejam melhorar a sua 
carreira profissional. Apesar das limitações tecnológicas que os 
dois enfrentam, eles acabam exercendo um papel de liderança 
informal devido à sua experiência de vida. 
Saiba mais
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A visão da liderança no desenvolvimento organizacional foi amplamente 
influenciada pela escola humanista. Para essa escola, o papel do administrador 
dentro das organizações é saber conduzir o desenvolvimento pessoal de cada 
indivíduo e não atuar como uma figura autoritária e fechada às relações com os 
outros.
Conforme Chiavenato (2003), influenciada por esse pensamento, a liderança pode 
ser observada como um fenômeno que desempenha papel importante de influência 
interpessoal, como um processo de redução da incerteza do grupo, como uma 
relação entre autoridade e subordinados dentro da organização ou como um 
processo situacional.
O papel da liderança
Influência interpessoal
Redução de incerteza no grupo
Relação de autoridade
Fator Situacional 
(Papel da liderança informal)
Fonte: Adaptada de Chiavenato (2003).
O líder podeexercer uma função de autoridade que pode ser formal ou informal. 
Quando essa relação é formal, há uma cadeia de comando definida, ou seja, 
você sabe quem é a pessoa que tem mais poder dentro daquela relação. Quando 
é informal, o líder nem sempre será aquele que tem o poder concedido pela 
organização.
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Teorias sobre liderança 
A partir do surgimento da escola de relações humanas no mundo organizacional, 
diversas teorias sobre liderança foram desenvolvidas. Chiavenato (2003) apresenta 
três das principais teorias desenvolvidas nas últimas décadas: as teorias dos traços 
de personalidade, as teorias sobre estilos de liderança e as teorias situacionais de 
liderança. Conheça as características de cada uma delas na figura a seguir.
Teorias da liderança e suas características
• O líder possui características de personalidade marcantes.
• O líder nasce líder.
TEORIAS DE TRAÇOS DE PERSONALIDADE
• Estilo de comportamento do líder.
• Os estilos mais conhecidos são o autoritário, o liberal e o democrático.
TEORIAS SOBRE ESTILOS DE LIDERANÇA
• O comportamento do líder irá depender da situação.
• Não existe um estilo de liderança único dentro da organização.
TEORIAS SITUACIONAIS DE LIDERANÇA
Fonte: Adaptada de Chiavenato (2003).
 As teorias dos traços de personalidade foram as primeiras a surgirem quando 
esse tema começou a interessar os estudiosos da administração. Segundo elas, a 
figura do líder possui algumas características marcantes em sua personalidade que 
o diferenciam das pessoas comuns. 
Para utilizarmos uma expressão popular, segundo tais teorias, o líder já nasce 
pronto. Elas pregam, ainda, que os líderes possuem certos traços de personalidade 
característicos, que podem ser físicos, intelectuais, sociais ou relacionados com a 
tarefa de liderança.
Ao contrário das teorias de traços de personalidade, que estão preocupadas em 
estudar o papel dos traços na liderança, as teorias sobre estilo de liderança focam 
suas energias no comportamento do líder, ou seja, aquilo que o líder faz é mais 
importante do que aquilo que o líder é.
A teoria de estilos de liderança mais conhecida é a teoria dos três traços de 
personalidade, desenvolvida por White e Lippit. Esses pesquisadores acreditavam 
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que existiam três estilos de liderança natos: a liderança autoritária, a liderança 
liberal e a liderança democrática. 
2. Liderança liberal: a liderança liberal é aquela 
que delega todas as funções e responsabilidades 
para a decisão do grupo. Nesse caso, falta a 
presença de um líder para orientar as demais 
pessoas. 
3. Liderança democrática: os líderes democráticos 
são aqueles que atuam como incentivadores e 
orientadores do trabalho, sendo legitimados pelo 
grupo pela inspiração que proporcionam. 
1. Liderança autoritária: a liderança autoritária ou 
autocrática é aquela em que o poder é centralizado 
na figura do líder formal.
Finalmente, as teorias situacionais da liderança vêm complementar as teorias dos 
estilos de liderança. De acordo com elas, o líder pode assumir diversos estilos de 
comportamento dependendo da situação em que estiver envolvido.
Esses comportamentos irão depender não somente de suas características 
pessoais, mas também do momento pelo qual a empresa está passando no seu 
ambiente, do tipo de atividade a ser liderado e do perfil dos colaboradores que irão 
sofrer a influência do líder. 
Cada tipo de situação irá exigir um tipo de liderança, o que Chiavenato (2003) 
chama de continuum de padrões de liderança. Isso implica dizer que conforme 
essas teorias, a liderança não é algo estático e não depende exclusivamente da 
pessoa que lidera. 
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Continuum dos padrões de liderança
Liderança 
centralizada no chefe
Liderança descentralizada 
nos subordinados
Área de autoridade do 
administrador
Área de liberdade dos 
subordinados
1
Administrador 
toma a decisão 
e a comunica
2
Administrador 
vende sua 
decisão
3 
Administrador 
apresenta suas 
ideias e pede 
perguntas
4 
Administrador 
apresenta sua 
decisão. 
Tentativa 
sujeita à 
modificação
5 
Administrador 
apresenta o 
problema, 
recebe 
sugestões e 
toma sua 
decisão
6
Administrador 
define os 
limites e pede 
ao grupo que 
tome uma 
decisão
7
Administrador 
permite que 
subordinados 
funcionem dentro 
de limites 
definidos por 
superior
Autocrático Consultivo Participativo
Par�cipa�vo 
Fonte: Chiavenato (2003, p. 127).
Conforme você pôde observar na figura anterior, se a situação for a de um líder com 
grande poder de autoridade, se o estilo da organização for mais autocrático ou se 
os funcionários tiverem tarefas rotineiras e repetitivas, mais próxima a liderança 
estará do lado esquerdo do continuum. Por outro lado, se o nível de autonomia dos 
colaboradores for elevado e a empresa e o líder tiverem um estilo democrático de 
gestão de pessoal, mais o continuum de liderança se aproximará do lado direto da 
figura.
Fechamento
Ao longo deste material, vimos que com a escola de relações humanas, houve 
uma quebra de paradigmas em relação ao olhar lançado sobre os trabalhadores: 
no passado, havia uma visão predominantemente negativa do comportamento 
humano; ao longo dos anos, porém, passamos a ter uma visão positiva do ser 
humano. 
Estudamos também as principais teorias de motivação – a hierarquia das 
necessidades, elaborada por Maslow, e a teoria dos dois fatores, proposta 
por Herzberg – e as principais teorias sobre liderança – teorias dos traços de 
personalidade, teorias dos estilos de liderança e teorias situacionais de liderança. 
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Referências
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente 
da moderna administração nas organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
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