Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Governo do Estado do Ceará Secretaria da Ciência Tecnologia e Educação Superior Universidade Estadual do Ceará - UECE Centro de Estudos Sociais Aplicados – CESA Coordenação do Curso de Administração 1) A partir da expressão M = Km . B (onde M refere-se aos meios de pagamento; Km diz respeito ao multiplicador dos meios de pagamento; e B corresponde a base monetária) demonstre a derivação algébrica utilizado pelo setor bancário para se chegar no volume de meios de pagamento que está circulando na economia em determinado período (Km = 1 / [1 - d(1 – r)]. Explique ao longo do modelo as variáveis de comportamento dos meios de pagamento da economia (exemplo de variáveis de comportamento: d e r) e identifique a reação do Km quando essas variáveis se modificam (2,5). Multiplicador bancário M = Km.B Km = M/B Onde: Km = multiplicador dos meios de pagamentos M = meios de pagamentos = PMPP + Depósitos a vista B = base monetária = PMPP + Encaixes Bancários d = DV/M (mostra a proporção dos meios de pagamentos que o público prefere manter sob a forma de moeda escritural) c = PMPP/M (indica o percentual dos meios de pagamento que o público prefere manter sob a forma de moeda manual) r = R/DV (indica o quanto os encaixes bancários representam do total de DV) Derivando-se a expressão do multiplicador bancário (km), sendo M (meio de pagamento), DV (depósito à vista) e PMPP (papel-moeda em poder do público): c = PMPP/M ; d = DV/M ; r = encaixe total dos bancos comerciais (R)/ Depósitos a vista (DV) c + d = PMPP/M +DV/M = (PMPP + DV)/M = M/M ou seja: c + d =1 c = 1- d O multiplicador será: Km=M/B Km =M/(PMPP+R) dividir por M = (M/M)/(PMPP+R)/M = 1/(PMPP/M)+(R/M) = 1/c+(R/M) R/M dividido por DV = (R/DV)/(M/DV) = (R/DV) x (DV/M) = r x d Logo: Km = 1/ c +(r x d), como c = 1- d Km = 1/ (1 – d + r x d) Colocando em evidência Km = 1/[1 –d (1 – r)] Caso 1: d aumenta gera um aumento em Km. Quanto maior a propensão do público a utilizar moeda escritural (d = DV/M) maior será a expansão dos meios de pagamentos (maior será o multiplicador). O coeficiente d depende do grau de desenvolvimento do sistema bancário, exemplo: maior número de agências, menor custo de ida aos bancos. Caso 2: r aumenta causa uma redução em Km Quanto maiores os encaixes bancários, menos recursos disponíveis os bancos comerciais têm para emprestar, reduzindo a expansão da moeda (reduz o multiplicador) Já o r depende da política do Bacen, das condições macroeconômicas e institucionalidade financeira. 2) Como ocorre o processo de criação e destruição de moeda na economia? Quais agentes econômicos são responsáveis pela criação e destruição de moeda? (1,5) Criação de moeda ou meios de pagamento Troca entre um ativo não monetário (liquidez não imediata) do setor não bancário por um ativo monetário (liquidez imediata) do setor bancário. Por exemplo: Se um banco compra ações de empresas em poder do público; um banco comercial adquire divisas de um exportador; Resgate de recurso aplicado em caderneta de poupança. Destruição de meios de pagamento Seria a troca entre um ativo monetário do setor não bancário por um ativo não monetário do setor bancário. Exemplo: O banco vende ações ao público; um indivíduo efetua um depósito na caderneta de poupança; uma pessoa adquire cota de um fundo de ações; um banco comercial vende divisas a um importador. Simplificando, há criação de moeda quando: Uma empresa (setor não-monetário) desconta duplicatas (ativo não-monetário) num banco comercial (setor monetário), recebendo um crédito (ativo monetário) correspondente em sua conta corrente neste banco. Dando exemplos: O Banco do Brasil (setor monetário) compra dólares (ativo monetário) de um exportador (setor não-monetário), creditando em sua conta corrente (ativo monetário). Se uma pessoa (setor não-monetário) deposita papel-moeda em sua conta corrente na Caixa Econômica Federal (setor monetário), não há nem criação, nem destruição de meios de pagamento, pois a transação envolve a troca de um ativo monetário (moeda manual) por outro (depósito à vista). Há destruição de moeda quando: Se a pessoa tivesse feito um depósito em sua caderneta de poupança, haveria destruição de meios de pagamento, pois trocaria um ativo monetário (moeda manual) por um ativo não-monetário (depósito de poupança). Os agentes econômicos responsáveis pela criação e destruição de moeda: Banco Central e os Bancos Comerciais. O Banco Central: há criação de moeda toda vez que o BC compra ativos domésticos ou internacionais; há redução, quando o BC vende ativos domésticos ou internacionais. Os Bancos Comerciais: há criação quando fazem empréstimos; há redução, quando resgatam empréstimos 3) O mercado monetário é formado pelo equilíbrio entre as forças de demanda por moeda e oferta de moeda. Sabe-se que a oferta de moeda é uma variável exógena (predeterminada), ou seja, definida pelas autoridades monetárias (valor fixo e dado). A demanda de moeda, por sua vez, depende de três fatores importantes. Com base nessas informações, mostre o modelo (algébrico e teórico) detalhado de equilíbrio de mercado monetário com essas duas forças. Explicite os tipos de demanda por moeda (incluir comportamento gráfico) (2,5). Em seguida responda aos seguintes questionamentos: O equilíbrio do mercado monetário ou mercado monetário é o ponto de mercado que ocorre como consequência do cruzamento da oferta monetária com a demanda monetária. Como resultado dessa equivalência, obteremos o nível ótimo de taxas de juros no curto prazo. A demanda por dinheiro é definida como a proporção da riqueza que as pessoas desejam manter na forma de dinheiro. No entanto, a oferta de moeda é definida como o dinheiro em poder do público mais os depósitos mantidos em contas bancárias. A condição de equilíbrio desse mercado é medida por meio da relação entre as taxas de juros e a receita, que é a curva LM. Um excesso de demanda (de oferta) no mercado monetário está associado a um excesso de oferta (de demanda) no mercado de títulos e é conhecido como Lei de Walras. • A condição de equilíbrio no mercado monetário é: M s = M d • A condição de equilíbrio no mercado monetário pode ser expressa em termos da demanda e oferta agregada real de moeda como: 𝑡 𝑝 M s /P = L (R,Y ) Os principais motivos que fazem as pessoas demandarem moeda. A teoria a seguir refere-se aos motivos apresentados por Keynes (DORNBUCH; FISCHER: STARTZ, 2011): Transação: para efetuar as despesas com bens e serviços de que necessitam no período, como alimentação, transporte, matérias-primas, aluguéis, luz, água, salários, etc., assegurando a transição entre recebimentos e pagamentos. A demanda, neste caso, é decorrente de sua utilização para fazer pagamentos regulares. Segundo Montella (2009), a demanda por moeda por motivo de transação é uma função direta da renda, ou seja, quanto maior a renda, mais transações serão realizadas e maior será a demanda por moeda. Transação (𝑀𝑑) A moeda é vista como meio de troca. Varia diretamente com o nível de renda. M= F(Y), Md>0 Precaução: para enfrentar as despesas inesperadas do período, bem como para poder realizar compras vantajosas", devido aos custos ou à impossibilidade de obter dinheiro por meio de empréstimos, quando necessário. Esse tipo de demanda serve para atender as contingências imprevistas. A demanda também é uma função direta da renda, isto é, quanto maior for a renda, maior será a quantidade de moeda guardada por precaução. Precaução (𝑀𝑑) Guardar moeda para uso futuro (varia diretamente com o nível de renda) M= F(Y), M > 0 𝑠 Especulação: os indivíduos e empresas deixam disponível determinada quantia de dinheiro para aplicações financeiras novas, de curtíssimo prazo, em função da expectativa de realização de ganhos extraordinários."O motivo especulação surge das incertezas sobre o valor monetário de outros ativos que um indivíduo pode reter" (DORNBUCH; FISCHER: STARTZ, 2011, p. 369). A demanda por especulação tem um motivo especulativo, motivo medido pela taxa de juros da seguinte maneira: Quando a taxa de juros está alta, o custo de reter moeda torna-se alto, as pessoas preferem desfazer-se dela, comprando outros ativos. Quando a taxa de juros está baixa, o custo de reter moeda torna-se baixo e a rentabilidade dos ativos também fica baixa. Assim, a demanda por moeda para especulação é uma função da taxa de juros (i): Especulação (𝑀𝑑) A moeda rende e é considerado ativo financeiro. Md = F(i), Md <0 A) Sabendo que a Oferta de moeda é de $ 20.000 e que o nível de renda seja de $5.500. Encontre o valor da taxa de juros que equilibra o mercado monetário dada a seguinte função de demanda: Md = 200 + Y – 3.000i, sendo i a taxa de juros anual do mercado (1,5). 4) Sabendo que o crescimento da economia é dado pelo comportamento do PIB (PIB = C + I + G +X -M). Quais são os benefícios do mercado financeiro para o crescimento da economia? Quais variáveis afetam diretamente no PIB devido a um maior crédito dado as famílias e empresas? Quais críticas que se pode fazer sobre essa relação? Sabendo que: C = consumo das famílias; I = investimento das empresas; G = gastos do governo; X – M = saldo da balança comercial do país (2,0). O mercado financeiro em si tem alguns Benefícios, são eles: 1. Intermediação financeira: Maior agilidade e rapidez no processo. Canalizam os recursos dos agentes superavitários para os deficitários. 2. Redução da Situação de risco: O acesso simultâneo de um grande número de agentes (superavitários e deficitários) dilui o risco de não pagamento. 3. Especialização: Os agentes superavitários podem contratar serviços especializados na análise de crédito dos tomadores. Proporciona criação de serviços sofisticados que atendam às necessidades. 4. Definição clara do preço do dinheiro: Torna o processo mais eficiente, pois concilia a maior remuneração possível ao agente superavitário e o menor custo possível para o deficitário. Os benefícios do mercado financeiro para o crescimento da economia são: - Facilitar o acesso das empresas a recursos mais baratos - Estimular a produção - Aumentar o consumo das mercadorias (insumos) - As famílias tem mais acesso a recursos com juros mais baixos Existem algumas variáveis que afetam diretamente no PIB devido ao maior credito dado as famílias e empresas. O crédito funciona como catalizador do processo de crescimento econômico de um país/região. Contudo vai depender: A) do volume e dos termos que são negociados e disponibilizados no mercado B) marco regulatório adequado capaz de responder aos riscos que a atividade bancária gera C) políticas de crédito (política monetária) comprometida com o crescimento e desenvolvimento do país. Principais críticas à relação do PIB: 1. O mensurador não mensura. O cálculo do PIB tem o propósito de mensurar a atividade econômica. Só que ele não mensura a qualidade, a lucratividade, a amplitude, as melhorias e os avanços dos bens e serviços produzidos. E é isso o que realmente importa para uma economia. 2. Gastos, de qualquer tipo, aumentam o PIB. A equação do PIB não distingue as transações econômicas que beneficiam a saúde da economia do país daquelas que apenas a enfraquecem. Atividades destruidoras de riqueza são incluídas em pé de igualdade com atividades produtoras de riqueza. 3. Atribui importância exagerada ao consumismo. Variações no investimento e nas cadeias produtivas influenciam muito mais a economia do que variações no consumo. 4. Os gastos do governo impulsionam o PIB, sendo que são maléficos para a economia. Ele inclui os gastos do governo como se fossem um componente tão legítimo quanto os outros. Para começar, os gastos do governo só são possíveis porque ele tem o poder de extrair dinheiro do setor produtivo: dos trabalhadores assalariados e dos empreendedores. Consequentemente, as receitas do governo são auferidas de maneira coercitiva, e advêm do setor produtivo da economia. 5. As importações são subtraídas das exportações. O cálculo do PIB considera que as importações subtraem riqueza da economia
Compartilhar