Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
BACHARELADO EM ENFERMAGEM – UNP – 1º SEMESTRE – 2022.2 MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO SISTEMA IMUNOLÓGICO E ÓRGÃOS LINFÓIDES SLIDE 02 – AULA DE TERÇA – 16/08 OBJETIVOS • Identificar as células e estruturas que compõe o sistema imunológico. • Descrever os princípios básicos de funcionamento do Sistema Imunológico. CONCEITUAÇÃO INICIAL O sistema imunológico, trabalhando de forma harmoniosa, atua continuamente como uma orquestra sinfônica, um sistema imunológico não harmonioso pode causar distúrbios que se manifestam como autoimunidade, câncer ou inflamação crônica. O surgimento da imunologia é atribuído ao médico inglês Edward Jenner pela elucidação do primeiro processo de imunização no final do século XVIII. Jenner comprovou que a varíola bovina, também chamada de vacínia, doença relativamente branda, conferia proteção contra a varíola humana, comumente fatal. Louis Pasteur, químico e microbiologista francês, também deixou sua contribuição para a imunologia, especialmente para os estudos de vacina. A palavra imunidade (do inglês, immunity), que se refere a todos os mecanismos utilizados pelo corpo como proteção contra agentes ambientais que são estranhos ao corpo, surgiu do termo latino immunis, que significa “isento”. Esta imunidade pode ser NATURAL OU ADQUIRIDA. IMUNIDADE INATA OU INESPECÍFICA • Presente desde o nascimento; • Combate todos os patógenos da mesma forma e não apresenta um componente de memória. • Entre os componentes da imunidade inata estão a primeira linha de defesa (as barreiras físicas e químicas da pele e das túnicas mucosas) e a segunda linha de defesa (as substâncias antimicrobianas, as células exterminadoras naturais [NK, natural killer], os fagócitos, a inflamação e a febre) IMUNIDADE ADQUIRIDA OU ESPECÍFICA • Se refere às defesas que envolvem o reconhecimento específico de um microrganismo uma vez que ele passou pelas defesas da imunidade inata. • Baseia-se em uma resposta específica a um microrganismo específico; ou seja, ela se adapta ou se ajusta para lidar com um microrganismo específico. • A imunidade adaptativa envolve os linfócitos (um tipo de leucócito) T e B. O SISTEMA IMUNOLÓGICO BASEIA-SE NA RELAÇÃO ANTÍGENO X ANTICORPO • ANTÍGENO Antígeno pode ser definido como qualquer substância que pode ser especificamente ligada a uma molécula de anticorpo. Qualquer substância que possa desencadear uma resposta imune é considerada imunogênica sendo chamada de imunógeno. • ANTICORPO Proteína do soro que reage especificamente a um antígeno: globulinas ou imunoglobulinas. Produzidas por linfócitos B. Podem ser secretados ou permanecerem ligados à membrana. CÉLULAS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO As células do sistema imune nascem de um único tipo de célula, as chamadas células tronco hematopoiéticas – são células que se multiplicam e se transformam em qualquer célula do sangue. IMUNIDADE Mecanismo de defesa do organismo contra substâncias estranhas (antígenos) SISTEMA IMUNOLÓGICO Responsável por desencandear o processo de defesa; mantendo o equilíbrio e bom funcionamento do organismo RESPOSTA IMUNE Reação do sistema imunológico a um antígeno. BACHARELADO EM ENFERMAGEM – UNP – 1º SEMESTRE – 2022.2 LINFÓCITOS Essas células são tipos específicos de glóbulos brancos, também chamados de leucócitos, subdivididos em: • Linfócitos B: responsáveis pela memória; • Linfócitos T auxiliares (CD4+): coordenam a resposta imune; • Linfócitos T citotóxicos (CD8+): destroem as células infectadas. • Natural Killers: matadoras naturais – não precisam de estímulo para atacarem. No nosso sangue existem três tipos de células diferentes: hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas. HEMÁCIAS Também chamadas de eritrócitos ou glóbulos vermelhos, elas são células compostas por moléculas de hemoglobina, proteína responsável pela cor vermelha do sangue. Sua função é transportar o oxigênio para o corpo. As hemácias correspondem a cerca de 42 a 47% do volume do sangue. PLAQUETAS (TROMBÓCITOS) São agentes importantes na coagulação do sangue e correspondem a menos de 1% do volume do sangue. O organismo humano possui cerca de 300 mil por milímetro cúbico. No caso de um ferimento as plaquetas são ativadas e aderem ao local da lesão liberando a enzima tromboplastina, que resulta no coagulo do sangue. Têm formato irregular e desempenham funções como a interrupção de fluxo sanguíneo por um vaso, promovendo reparação de lesões vasculares e impedindo a ocorrência de hemorragias – desempenham função hemostática. LEUCÓCITOS Conhecidos como glóbulos brancos, os leucócitos são células responsáveis por defender o organismo contra microrganismos invasores e correspondem a 1% do volume do sangue no corpo. Em condições normais há entre quatro e 12 mil leucócitos em cada milímetro cúbico de sangue humano. • NEUTRÓFILOS Responsáveis pela proteção contra infeções bacterianas. Quando ocorre uma infeção bacteriana a medula é estimulada, produzindo mais neutrófilos para eliminarem (fagocitarem) os agentes infeciosos. • EOSINÓFILOS Responsáveis pela defesa contra parasitas multicelulares e pelo fenômeno da alergia. • BASÓFILOS Tipo menos comum. Representam 0 a 2% dos leucócitos. Sua elevação normalmente acontece em processos alérgicos e estados de inflamação crônica • LINFÓCITOS Responsáveis pela produção de anticorpos. Mais envolvidos na resposta à infeção por vírus. Existem os linfócitos T e os linfócitos B. • MONÓCITOS Responsáveis pelo fenômeno de fagocitose de microrganismos e destruição de células mortas. Uma enorme variedade de células e moléculas compõe o sistema imunológico e são capazes de reconhecer e eliminar invasores. Elas são geradas pela medula óssea e se diferenciam em tipos celulares diferentes, cada qual com sua função específica. A partir de uma célula progenitora pluripotente, surgem duas linhagens específicas, a mieloide e a linfoide. Os mecanismos de defesa do organismo são divididos em duas frentes de resposta, a imunidade inata, responsável pela proteção inicial contra infecções e a imunidade adquirida, responsável pela defesa mais específica e eficaz contra os patógenos O sistema do corpo responsável pela imunidade adaptativa (e alguns aspectos da imunidade inata) é o sistema linfático. Este sistema está intimamente ligado ao sistema circulatório, e também atua com o sistema digestório na absorção de alimentos gordurosos. RESPOSTA IMUNE INATA Proporcionam uma defesa inicial efetiva contra infecções. RESPOSTA IMUNE ADAPTATIVA Atuam após a resposta imune inata. BACHARELADO EM ENFERMAGEM – UNP – 1º SEMESTRE – 2022.2 SISTEMA LINFÁTICO Objetivos: • Drenar o excesso de líquido intersticial, • Transportar lipídios oriundos da dieta, • Desempenhar respostas imunes. O Sistema Linfático faz o transporte de produtos residuais do metabolismo celular dos locais onde foram produzidos até os órgãos encarregados da eliminação. Uma vasta rede de vasos que se distribuem por todo o corpo –os vasos linfáticos- recolhem o líquido intersticial e transportam até os linfonodos. Nos linfonodos são filtrados e após isso são reconduzidos a circulação sanguínea. SISTEMA LINFÁTICO Formado pelos vasos condutores de linfa (capilares linfáticos, vasos linfáticos e troncos linfáticos) e por órgãos linfoides. Os vasos condutores de linfa-vasos linfáticos estão conectados com os linfonodos (gânglios linfáticos) que funcionam como filtros para substâncias nocivas ao organismo. As principais funções dos órgãos linfoides, como componentes do sistema imunológico, é proteger o corpo contra patógenos ou antígenos invasores (bactérias, vírus, parasitas). Órgãos Linfoides Primáriose Órgãos Linfoides Secundários. ÓRGÃOS LINFOIDES PRIMÁRIOS • Também conhecidos como órgãos linfoides centrais; • Produzem os componentes celulares do sistema imunológico. Eles são: Medula Óssea e Timo. ÓRGÃOS LINFOIDES SECUNDÁRIOS São os locais onde as respostas imunológicas são iniciadas. • Linfonodos; • Baço; • Tonsilas; • Agregados de linfócitos e células apresentadoras de antígenos presentes nos pulmões (tecidos linfoides associados aos brônquios); • Mucosa do trato digestório (tecido linfoide associado ao tubo digestivo). BAÇO Órgão linfoide situado no lado esquerdo da cavidade abdominal com a função de reter partículas estranhas como vírus, bactérias e parasitas e produzir anticorpos. Está localizado na região do hipocôndrio esquerdo, entre o estômago e o diafragma. TIMO Órgão linfoide localizado na porção antero-superior da cavidade torácica, no mediastino, em frente ao coração e atrás do esterno. Sua principal função é a maturação dos linfócitos T. LINFONODOS • Agregados de tecido linfoide (tecido que contém linfócitos) que realizam a filtragem da linfa. • Agem como uma barreira contra a penetração de organismos invasores, toxinas, e substâncias estranhas ao organismo. • Produzem anticorpos. • São palpáveis na axila e região inguinal. Como reação a uma inflamação o linfonodo pode intumescer e se tornar doloroso ou não. (íngua) MECANISMOS EFETORES DA RESPOSTA IMUNE INATA E REAÇÃO INFLAMATÓRIA SLIDE 03 – AULA DE SEGUNDA – 22/08 OBJETIVOS • Descrever os receptores de padrões associados à patógenos (PAMP’s) e os mecanismos efetores do Sistema imune inato; • Explicar o funcionamento do Sistema Completo; BACHARELADO EM ENFERMAGEM – UNP – 1º SEMESTRE – 2022.2 • Descrever a cadeia de eventos imunológicos que culminam na reação inflamatória. DEVERÁ CONHECER • O papel do Sistema Imune Inato na defesa do organismo • Células que participam da resposta imunológica DEVERÁ COMPREENDER • Mecanismos efetores da resposta imune inata • Cascata de eventos que levam à reação inflamatória O QUE É IMUNIDADE INATA? Consiste em vários tipos de células e molécula que constantemente previnem microrganismos de entrarem e estabelecerem infecções. Se os microrganismos se estabelecerem, as respostas imunes inatas fornecem a defesa inicial, antes que as respostas imunes adaptativas possam se desenvolver. As funções podem se resumir em duas funções básicas • Reconhecimento de substâncias estranhas e microrganismos que penetram em nossas defesas externas (epitélio da pele, mucosa do intestino e dos sistemas genital e respiratório) • Eliminação desses agentes por um conjunto diversificado de células e moléculas, que atuam para neutralizar a ameaça. FUNÇÕES E REAÇÕES DAS RESPOSTAS IMUNES INATAS • Promove resposta inicial aos microrganismos, controla ou elimina a infecção do hospedeiro por muitos patógenos; • Eliminam células danificadas e inicial reparo tecidual; • Estimula as respostas imunes adaptativas e influencia as respostas para torna-las efetivas contra diferentes tipos de microrganismos. PRINCIPAIS TIPOS DE RESPOSTA IMUNE INATA QUE PROTEGE CONTRA MICRORGANISMO A imunidade inata e adaptativa são parceiras, se complementam ou trabalham de forma individualizada PADRÕES MOLECULARES ASSOCIADOS AO PATÓGENO O sistema imune inato reconhece estruturas moleculares produzidas por patógenos microbianos. PAMPS – Substâncias microbianas que estimulam a imunidade inata. PADRÕES MOLECULARES ASSICIADOS AO DANO – DAMPS • O sistema imune reconhece produtos microbianos que são essenciais para sobrevivência dos microrganismos • O sistema imune inato reconhece moléculas endógenas liberadas de células danificadas. • Os receptores do sistema imune inato são codificados por genes herdados. Os receptores da imune adaptativa são gerados de genes em linfócitos maduros. IMUNIDADE INATA É COMPOSTA POR: Barreiras: Pele (Evita entrada de microrganismos e presença ácidos graxos e substâncias microbicidas no suor que impedem a sobrevivência dos mesmos); Superfícies mucosas (O muco aprisiona microrganismos, além de possuir substâncias microbicidas); Microbiológicas (Microbiota normal presente no intestino que compete por espaço e nutrientes com microrganismos patogênicos, além de produzir substâncias antibacterianas. COMPONENTES CELULARES As células da imunidade inata são representadas por: Fagócitos (neutrófilos, monócitos e macrófagos), células dendríticas e células NK (natural killer) COMPONENTES CELULARES • Os neutrófilos contêm enzimas microbicidas importantes para eliminação dos agentes infecciosos. Têm meia-vida curta • Os macrófagos possuem maior capacidade fagocítica e, ao contrário dos neutrófilos, multiplicam-se e sobrevivem por mais tempo na infecção. • As células dendríticas, caracterizam-se por longas projeções de membrana, quando estimuladas atuam na pinocitose e na fagocitose. Importantes na integração imunidade inata-adaptativa. BACHARELADO EM ENFERMAGEM – UNP – 1º SEMESTRE – 2022.2 • As células NK são células circulantes originárias de progenitor linfoide. Ao serem liberadas, induzem morte da célula-alvo por citotoxicidade. Compreendem: • Citocinas: Medeiam respostas circulares (Ativação, inibição, diferenciação e crescimento). Variedade de forma autócrina, parácrina ou endócrina, ligando-se a receptores específicos presentes na superfície das células. • Quimocinas: Proteínas de baixo peso molecular, finalidade exclusiva de recrutar leucócitos para locais de infecção e tecidos linfoides. Também atuam ligando-se a receptores específicos presentes na superfície das células. • Proteínas do complemento: São plasmáticas e atuam na amplificação da fagocitose. • Proteínas de fase aguda: Sintetizadas no fígado, auxiliam na fagocitose e na ativação do sistema de complemento. MECANISMOS EFETORES: FAGOCITOSE E INFLAMAÇÃO INFLAMAÇÃO (SEQUÊNCIA DE EVENTOS) Consiste no recrutamento celular com a finalidade de amplificar a resposta imunológica no local infeccioso. Macrófagos reconhecem agente infeccioso por PPR > produção de citocinas (IL-1, TNF e IL-6) > estimula células do endotélio vascular > expressa moléculas de adesão (selectinas). As selectinas são responsáveis por receptores nos leucócitos circulantes. Devido à força do fluxo sanguíneo em conjunto com a fraca adesão, os leucócitos circulantes deslizam sobre o endotélio. Quimiocinas produzidas no local da infecção por células residentes e endoteliais ativadas, auxiliam no recrutamento e na adesão dos leucócitos ao endotélio. A interação intensifica a adesão destas células ao endotélio e inicia o processo de migração (Leucócitos passam da parede endotelial por diapedese), alcançando o local de infecção. As células residentes no local infeccioso (fagócitos, mastócitos), também produzem células mediadoras que aumentam o fluxo sanguíneo (rubor e calor), causam vasodilatação e aumento da permeabilidade do endotélio vascular > causando acúmulo de fluidos provenientes da circulação > formando edema (inchaço) > alteração causa sensibilidade em receptores neurais levando a dor e causando perda de função. • Sinais clínicos da inflamação: Calor, rubor, inchaço, dor, perda de função. A inflamação também é importante para remoção de células e tecidos lesados, inativação de toxinas e reparo tecidual. BACHARELADO EM ENFERMAGEM – UNP – 1º SEMESTRE – 2022.2 A infecção, como dito anteriormente, diz respeito à penetração, multiplicação e/ou desenvolvimento de um agente infeccioso no organismo humano ou de outro animal. A inflamação já diz respeito à reação do organismo aos danos causados por agentes químicos, físicos ou biológicos. IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DA IMUNIDADEINATA: Choque Céptico QUIZZ 1. Descreva os principais mecanismos da imunidade inata. 2. Quais células participam da resposta inflamatória? 3. Qual a sequência de eventos que ocorre na inflamação? 4. Diferencie infecção e inflamação. Qual a relação de PAMPS e DAMPS com a inflamação e infecção? 5. Como as células migram dos vasos para os tecidos? BACTÉRIAS SLIDE 04 – AULA DE SEGUNDA – 29/08 OBJETIVOS • Descrever estruturas bacterianas e principais fatores de virulência; Diferenciar tipos de bactérias e característica morfotintorial BACTÉRIAS. • Seres unicelulares e procariontes • Aeróbios ou anaeróbicos • Autotróficos ou heterotróficos • Estrutura de locomoção: Cílios e flagelos A célula dos pertencentes ao Reino Monera tem presença de parede celular, composta pela substância química Mureína. E algumas bactérias além de ter membrana plasmática e parede celular, possuem uma cápsula que lhe fornece mais resistência. Os cílios servem para locomoção e também formam a pili que serve para trocar material genético quando ocorre reprodução sexuada, conjugação. ESTRUTURA DAS BACTÉRIAS Além do nucleóide, pode haver moléculas adicionais de DNA circular: Plasmídeos. A presença de plasmídeos ajuda a defender da ação dos antibióticos, pois contém genes resistentes. REPRODUÇÃO DAS BACTÉRIAS • Principal forma: divisão binária. Outras: • Conjugação: Ligam-se através de fímbrias passando o DNA para outra; • Transdução: O vírus se reproduz em uma bactéria e quando a mesma se reproduzir, multiplica o vírus. • Transformação: Absorção de DNA extracelular e incorpora o mesmo no seu DNA. OUTRAS CARACTERÍSTICAS DAS BACTÉRIAS • Única organela que se encontra dentro de uma bactéria é o ribossomo; • Possuem mesossomos: Mesma função das mitocôndrias, já que não as possuem. Resp. pela respiração. • O antibiótico age atacando suas estruturas: parede celular (enfraquecendo as células) ou a síntese proteica (impossibilitando-a de fazer proteínas. BACHARELADO EM ENFERMAGEM – UNP – 1º SEMESTRE – 2022.2 FATOES DE VIRULÊNCIA: ADESÃO, INVASÃO E SIDERÓFOROS São estratégias das bactérias para driblar o sistema de defesa do hospedeiro e causar uma infecção. ADESÃO Se adere nas células e nos tecidos do organismo. INVASÃO As bactérias penetram nas células dos organismos basicamente por fagocitose. A fagocitose é processo normal do organismo, mediada pelo sistema de defesa. SIDERÓFAROS • Substancias que apresentam afinidade pelo ferro, elemento importante para crescimento e metabolismo das bactérias. • Os siderófaros são capazes de retirar o ferro das proteínas carregadoras (hemoglobina, transferrina e lactoferrina) e transportar para o citoplasma. COLORAÇÃO DE GRAM Através da coloração é possível identificar e diferenciar os dois principais grupos de bactérias: Gram- positivas e gram-negativas. • Gram-positivas: Retém o cristal violeta, devido presença de peptidoglicano em suas paredes celulares. Apresentando-se na cor roxa. • Gram-negativas: Possuem parede de peptidoglicano mais fina e não retém cristal violeta. Recebem a cor vermelha no processo de coloração final. EXEMPLOS DE BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS: Bacillus, Nocardia, Clostridium, Propionibacterium, Actinomyces, Enterococcus, Cornyebacterium, Listria, Lactobacillus, Gardnerella, Mycoplasma, Staphylococcus, Streptomyces, Streptococcus EXEMPLO DE BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS Escherichia, Helicobcater, Hemophilus, Neisseria, Klebsiella, Enterobacter, Chlamydia, Pseudomonas, Salmonella, Shigella. QUIZZ 1. Quais as diferenças entre as células procariontes e eucariontes? Com base nessas informações, como as bactérias são classificadas? 2. Identifique as principais estruturas da célula bacteriana e descreva suas funções. 3. O que são fatores de virulência? 4. Descreva como as bactérias se dividem e como ocorre a transferência de informação genética entre elas? 5. Indique quais os principais sítios de ação dos antibióticos nas bactérias. 6. Como as bactérias se tornam resistentes aos antibióticos RESUMO: BACTERICIDA – Destrói a bactéria BACTERIOSTÁTICO – Congela a ação da bactéria BACTÉRIA > SISTEMA IMUNE INATO (pele, mucosa, microbiológica) > LINFÓCITOS T CD4+ (Leva informação da BACHARELADO EM ENFERMAGEM – UNP – 1º SEMESTRE – 2022.2 bactéria) > LINFÓCITOS T CD8+ (Citotoxinas – proteínas para enfraquecer a bac.) > LINFÓCITOS B (Anticorpos e memória imunológica) PRINCIPAIS BACTERIOSES HUMANAS SLIDE 05 – AULA DE TERÇA – 30/08 OBJETIVOS • Associar algumas doenças humanas às bactérias; • Conhecer principais sintomas manifestados durante a evolução das doenças bacterianas; • Identificar formas de combate, medidas profiláticas e as formas de tratamento de algumas doenças bacterianas. INTRODUÇÃO Muitas doenças que acometem o homem e outros seres vivos são causadas por bactérias patogênicas. Grau de patogenicidade = Virulência Para que um parasita consiga se instalar num hospedeiro é preciso que: ele seja capaz de realizar seu metabolismo e sua reprodução nos tecidos do hospedeiro e deve resistir às defesas do corpo durante um período suficiente para que seu número possa ocasionar doença clínica. ACNE VULGAR • É uma doença inflamatória crônica da unidade pilo- sebácea, sendo a mais comum em dermatologia. • Afeta 95% dos adolescentes do gênero masculino e 85% do feminino, e 50% continuam apresentando acne na fase de adultos jovens. • Acomete as regiões com maior número de glândulas sebáceas: face, tronco anterior e dorso, e região superior dos braços. Agente etiológico: P. propicionicus Proliferam com facilidade em meio oleoso (triglicerídeos) Sintomas: Pápulas com pus, podendo resultar em cicatriz. Tratamento: Antissépticos e antibióticos específicos. Profilaxia: Higiene cuidadosa da face e do cabelo. HANSENÍASE • A micobactéria parasita os macrófagos e as células de Schwann que formam a mielina dos nervos periféricos. • A destruição da mielina leva à disfunção dos nervos. • Esta bactéria sobrevive à fagocitose e multiplica-se inclusivamente dentro dos macrófagos. • A neurite hansênica não apresenta dano neural demonstrável, contudo, sem tratamento e com evolução pode ocasionar o surgimento de manchas na pele de cor pálida. Nesse local não nascem pelos (alopecia), não transpira (anidrose), não há sensibilidade térmica, dolorosa, tátil. • Pode ocorrer demência e perda do tônus muscular. • Sintomas: Aparecimento de manchas na pele, ulcerações e deformidades, lesões nas terminações nervosas causando perda de sensibilidade (nervos sensitivos afetados), alterações motoras. • Forma de transmissão: Contato direto com pessoas doentes, pela pele ou pelo ar, após contatos íntimos e prolongados com o portador. • Avaliação: sensibilidade térmica, tátil e dolorosa + avaliação neurológica. BACHARELADO EM ENFERMAGEM – UNP – 1º SEMESTRE – 2022.2 HANSENÍASE Considera-se neurite quando: • Dor à palpação associada à diminuição de sensibilidade; O dano sensitivo precede o dano motor. • Tratamento: Uso de antibióticos específicos (há cura se for diagnosticado e tratado nas fases iniciais). Poliquimioterapia – PQT (Associação de Rifampicina, Dapsona e Clofazimina), na apresentação de blíster. Supervisionado no âmbito da ESF. • Profilaxia: Educação sanitária, tratamento imediato dos doentes, vacinar todos os familiares e pessoas que convivem intimamente com o doente (vacina BCG). TÉTANO É uma doença infecciosa grave, não contagiosa, causada por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium tetani. Essa bactéria é encontrada nas fezes de animais e de seres humanos, na terra, nas plantas, em objetos e pode contaminar as pessoas que tenham lesões na pele(feridas, arranhaduras, cortes, mordidas de animais etc.), pelas quais o microrganismo possa penetrar, provocando o tétano acidental. Sintomas: A toxina produzida pela bactéria ataca, principalmente, o sistema nervoso central, provocando: • Rigidez muscular em todo o corpo, mas principalmente no pescoço; • Dificuldade para abrir a boca e para engolir; • Riso convulsivo, involuntário, produzido por espasmos dos músculos da face. A contratura muscular pode atingir os músculos respiratórios e pôr em risco a vida da pessoa. POSTURA DE OPISTÓTONO – Contratura generalizada • Tratamento: antibióticos, relaxantes musculares, sedativos, imunoglobulina antitetânica e, na falta dela, soro antitetânico. Pode evoluir a morte. • Cuidados: manter o esquema vacinal atualizado; cuidados higiênicos com os ferimentos para evitar a penetração da bactéria; não são apenas pregos e cercas enferrujadas que podem provocar a doença. A bactéria do tétano pode ser encontrada nos mais diversos ambientes. TÉTANO NEONATAL • Acomete o RN nos primeiros 28 dias de vida, tendo como sintoma inicial dificuldade de sucção, irritabilidade e choro constante. • Causada pela mesma bactéria do tétano acidental e pode ser evitada pela vacinação adequada da mãe (DTPa a partir da 20ª semana). • Os filhos de mães vacinadas nos últimos cinco anos com três doses da vacina apresentam imunidade até os dois meses de idade. TURBECULOSE Agente etiológico: Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch. O principal sintoma: tosse na forma seca ou produtiva. Por isso, recomenda-se que todo sintomático respiratório (a pessoa com tosse por três semanas ou mais), seja investigado para tuberculose. Há outros sinais e sintomas que podem estar presentes, como: febre vespertina, sudorese noturna, emagrecimento, cansaço/fadiga. Transmissão: aérea e se instala a partir da inalação de aerossóis oriundos das vias aéreas, durante a fala, espirro ou tosse das pessoas com tuberculose ativa (pulmonar ou laríngea), que lançam no ar partículas em forma de aerossóis contendo bacilos. Calcula-se que, durante um ano, em uma comunidade, um indivíduo que tenha baciloscopia positiva pode infectar, em média, de 10 a 15 pessoas. A tuberculose não se transmite por objetos compartilhados, como talheres, copos, entre outros Tratamento Diretamente Observado (TDO) - rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. BACHARELADO EM ENFERMAGEM – UNP – 1º SEMESTRE – 2022.2 A ingestão dos medicamentos pelo paciente é realizada somente sob a observação de um profissional de saúde ou de outros profissionais capacitados na APS. MÉTODOS DIAGNÓSTICOS: GONORREIA Agente etiológico: Neisseria gonorrhoeae; Habita o trato respiratório superior do homem, sendo responsável pela gonorreia – infecção sexualmente transmissível (oral, vaginal e anal) e consequentemente pela conjuntivite gonocócica. É uma IST comum, que afeta tanto a homens quanto a mulheres. É uma das ISTs que mais tem crescido e tornando cada vez mais resistente à antibióticos. Transmitida em qualquer contato sexual, seja penetração vaginal ou anal, sexo oral e pode ter manifestações em outros órgãos, como na pele, olhos e articulações. Gestantes com gonorreia podem infectar seus bebês durante o parto. Além disso, pode aumentar o risco de prematuridade. Em geral, os bebês infectados apresentam conjuntivite. Os sintomas costumam ser: olhos vermelhos e inchaço das pálpebras, que surgem entre dois a quatro dias após o nascimento. NO SEXO MASCULINO • Dor e ardência ao urinar; • Secreção abundante de pus pela uretra • Dor ou inchaço em um dos testículos. NO SEXO FEMININO • Aumento do corrimento vaginal – cor amarelada e odor desagradável; • Dor e ardência ao urinar • Sangramento fora do período menstrual; • Dores abdominais e dor pélvica SINTOMAS GERAIS • Reto: os sintomas comuns da gonorreia na região anal são coceira, secreção purulenta e sangramentos; • Olhos: dor, sensibilidade à luz e secreção de pus em um ou nos dois olhos; • Garganta: dor e dificuldade em engolir, presença de placas amareladas na garganta • Articulações: se a bactéria afetar alguma articulação do corpo, esta poderá ficar quente, vermelha, inchada e muito dolorida. • Tratamento: antibioticoterapia (Ceftriaxona, Azitromicina, Ceprofloxacino) SÍFILIS Causada pela bactéria treponema pallidum. Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária). Por meio de relações sexuais (vaginal, anal ou oral) desprotegidas (sem camisinha) com pessoa infectada, de mãe soropositiva, sem tratamento, para o filho durante a gestação ou parto. SÍFILIS PRIMÁRIA • Ferida única no local de entrada da bactéria, aparece de 10 a 90 dias após contágio. • Não dói, ñ coça, ñ arde e não tem pus, podendo está acompanhada de caroços na virilha e desaparece sozinha. SÍFILIS SECUNDÁRIA • Sinais e sintomas aparecem de 6 sem. a 6 meses após cicatrização da ferida inicial; • Podem surgir manchas no corpo, nas palmas das mãos e na planta dos pés. Manchas desaparecem após algumas semanas. • Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça. SÍFILIS LATENTE – FASE ASSINTOMÁTICA • Não aparecem sinais ou sintomas. • É dividida em: latente recente (até um ano de infecção) e latente tardia (mais de um ano de infecção). • A duração dessa fase é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária. SÍFILIS TERCIÁRIA • Pode surgir entre 1 e 40 anos após o início da infecção. • Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.
Compartilhar