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HUMANIZA.SUS.MAYRA.PROCOPIO

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Prévia do material em texto

AUTORES: 
 
 
MAYRA SOARES PROCÓPIO 
JAIR JOSÉ GASPAR JÚNIOR 
ADRIANA FERREIRA DA SILVA 
LETÍCIA NAKAMURA 
LEONARDO DOS SANTOS TEIXEIRA 
IZABELA RODRIGUES DE MENEZES 
AMANDA DOS SANTOS FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAMPO GRANDE, 2014 
3 
PREFÁCIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a mesma forma dinâmica do corpo humano o sistema único de saúde 
SUS nos revela neste livro suas analogias com o corpo humano, trazendo numa didática 
comparativa mais compreensível assimilação aos acadêmicos e profissionais na área de 
saúde. 
O termo anatomia refere-se ao estudo da estrutura e das relações entre estas 
estruturas. Sendo neste intuito, que neste livro procuramos detalhar as estrutura do SUS, 
de forma a conhecer as estruturas micro e macroscópicas deste sistema único de saúde. 
Portanto, nossa proposta é literalmente de HUMANIZAR o SUS. 
SUMÁRIO 
 
 
 
1. O que é SUS? .................................................................................................... 6 
2. Por que o SUS foi criado? ............................................................................ 11 
3. Quais os princípios e diretrizes do SUS? ................................................... 16 
4. Leis e normas do SUS? ................................................................................. 21 
5. O que mudou com a criação do SUS? ........................................................ 28 
6. Quais os níveis de atenção á saúde no SUS .............................................. 33 
7. Atenção primaria, média, complexidade e alta complexidade ................ 37 
8. Estratégia de saúde da família e NASF ....................................................... 45 
9. Como é a formação de profissionais para o SUS? ................................... 54 
10. Como e onde o fisioterapeuta interfere no SUS ...................................... 59 
11. Como podemos melhorar o SUS e a saúde no Brasil ............................. 63 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicamos toda esta obra ao Criador de toda humanidade, e que por sua graça enviou JESUS 
como a resolução do pecado do mundo, sendo, no princípio o Verbo: o Deus auto-revelado 
(Luz) e a redenção (Vida), para proporcionar a todos nós a dádiva da “Sabedoria de Deus" 
(I Coríntios 1:21). 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARTE 
❶ 
• O que é o SUS? 
6 
O que é o SUS? 
 
Mayra Soares Procópio1 
Adriana Ferreira da Silva2 
O Sistema Único de Saúde do Brasil que é reconhecido pela sigla SUS é uma 
instituição publica dos três níveis de governo: federal, estadual e municipal, com a 
participação complementar do setor privado. Cabendo unicamente ao setor publico dispor, 
nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle da gestão e 
financiamento do sistema único de saúde1, 2. Assim, da mesma forma, que o crânio abriga 
o encéfalo com um sistema nervoso central que controla as demais redes do sistema 
corporal; o SUS também dispõe de um sistema central dos três poderes primordiais para 
os demais setores da saúde do Brasil. 
Figura 1. Três níveis de governo cada um autônomo e apenas fundido como poderes do 
estado democrático. 
 
 
 
 
1 Graduada em Educação Física UFMS/2008 
Especialista Pedagogia Critica UFMS/2010 
Graduanda em Fisioterapia UFMS/2015 
 
2Graduando em Fisioterapia -UFMS/2016 
7 
Assim, um Sistema universal e hierárquico, o conjunto de ações dos Estados, 
Distrito Federal e Municípios que integra o SUS em prol de um mesmo objetivo: a saúde 
pública, ao mesmo tempo, cada uma destas esferas de gestão dos três níveis de governo 
possui funções e competência especifica. Entretanto, devem estar articuladas entre si, 
para propor as três doutrinas ideológicas do SUS: universalidade, equidade e 
integralidade á nível da saúde nacional 2, 3, 5. 
O SUS tem como objetivo principal em atender o direito social, previsto no art. 6º 
da Constituição Federal de 1988, sendo considerado o maior programa de inclusão social 
no mundo. Por sua vez, o artigo 198 da Constituição brasileira inclui a participação da 
comunidade entre os itens que tratam das ações e serviços públicos integrantes de uma 
rede regionalizada e hierarquizada pelo sistema único de saúde 1, 5. 
Assim, o SUS tem como gestão publica e gerencia a administração de unidades ou 
órgãos de saúde (ambulatório, hospital, instituto, fundação, etc..) que se caracterizam 
como prestadores de serviço do SUS. E a própria gestão pública que pode decidir sobre a 
contratação de serviço de setor privado de saúde, sendo proibida a destinação de 
recursos públicos para auxílios as instituições privada com fins lucrativos e também 
proibido capitais financeiros dos estrangeiros na assistência a saúde do Brasil 2, 3. Do 
mesmo modo, o cérebro tem a capacidade de processar e mandar informações especifica 
para atender a necessidades dos órgãos e funções orgânicas. 
Já, os Conselhos de Saúde e as Conferências de Saúde são instâncias de 
participação social presentes em todos os níveis de gestão do SUS. O primeiro reúne-se 
em caráter permanente, é composto por representação de vários segmentos - governo, 
prestadores de serviços, profissionais de saúde e usuários do SUS, e atua na formulação 
de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância 
correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões são 
8 
homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído, ou seja, na esfera do governo 
federal, o Ministro da Saúde 2,4. 
Portanto, como a cabeça possui estruturas ósseas que se articulam e protege o 
sistema central, nesta mesma analogia os 3 níveis de governo atuam de forma articulada, 
para manter o foco do SUS e sua relação com os demais rede do SUS. 
 
 
Figura 2. Três níveis de governo articulado em uma mesma proposta de Saúde no Brasil, 
foco do SUS e a democratização do SUS. 
 
 
 
 
 
Atualmente, o SUS completa 25 anos, é notável reconhecer que houve melhora no 
acesso à atenção básica à saúde prestada por Unidades Básicas de Saúde (UBS) 
espalhadas por todo o território nacional; o avanço obtido pela cobertura vacinal que 
oferece proteção a todas as crianças do País, assim como do sistema de assistência pré- 
natal realizado pelas UBS (Unidade Básica de Saúde) como também, os benefícios 
9 
decorrentes de um programa de transferência de rendas que permitiu diminuir o índice de 
pobreza no País, que, nos anos 1970, simulava 68% da população, e, no início de 2008, 
reduziu-se a 31% da população. Embora, tenham as vitórias a comemorar, é preciso 
reconhecer que ainda existam metas a serem cumpridas desde a criação do Sistema 
Único de Saúde, muitas vezes, por falta de empenho das autoridades federais é o da 
destinação de recursos públicos para o pagamento de serviços prestados pelo setor 
privado 4. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
1. DE SOUZA, Maria do S. e CABRAL, Ivone E. 25 anos de regulamentação do SUS e a 
15º Conferência Nacional de Saúde. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem Rev. 
Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal. 18(3) Jul-Set 
2014;18(3):376-378, 2014. 
 
2. MENDES, José D. V. e BITTAR, O. J. N. V. Perspectivas e desafios da gestão pública 
no SUS. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba, v. 16, n. 1, p. 35 - 39, 2014. 
 
3. PETTA, Helena Lemos. Formação de médicos especialistas no SUS: descrição e 
análise da implementação do programa nacional de apoio à formação de médicos 
especialistas em áreas estratégicas (Pró-Residência). Rev. bras. educ. med. [online], 
vol.37, n.1, pp. 72-79, 2013. 
 
 
4. SIQUEIRA, José E. 25 anos do SUS: o que há para comemorar?. Rev.O Mundo da 
Saúde, São Paulo;37(1):56-64,2013. 
 
 
5. VALENCA, Cecília Nogueira and GERMANO, Raimunda Medeiros. O que é SUS. 
Cad. Saúde Pública [online], vol.26, n.6, pp. 1262-1263, 2010. 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARTE❷ 
• Por que o SUS foi 
criado? 
11 
Por que o SUS foi criado? 
 
Leonardo dos Santos Teixeira1 
 
Assim como o coração funciona como um dos principais órgãos do nosso 
organismo o contexto histórico do Brasil antes desse sistema de saúde é a base e o 
impulsionador da vida do SUS, além de tudo isso serve como fonte de ideologias e 
exemplos de luta1,2. 
O Brasil traz consigo um atraso desde a época de colônia, afinal foi um dos últimos 
países da América do sul a se tornar independente e no quesito saúde não foi diferente, 
nessa época a existência de médicos era extremamente escassa e não existia nenhum 
tipo de saneamento básico, o que trazia para a população pobre muitas doenças, e 
consequentemente mortes, afinal a única coisa que existia na época eram boticários, 
curandeiros e hospitais filantrópicos que faziam somente o mínimo2,3. 
Com a chegada da família real vieram também às primeiras escolas de medicina 
que deu um maior enfoque aos profissionais dessa área, e iniciaram-se as discussões das 
práticas em saúde. Porém pra realidade da época isso não foi suficiente2. 
O inicio do século XX trouxe consigo muitas pestes, trazendo uma visão ruim do 
Brasil perante os outros países, mostrando a face da saúde péssima existente, 
prejudicando muito as indústrias, afinal muitas pessoas morriam num período muito curto 
de tempo. Havia assim a necessidade de uma reforma sanitária que se iniciou com 
Oswaldo cruz, e com as politicas públicas de tirar os pobres das regiões centrais para o 
saneamento básico e também as vacinas obrigatórias para tentar diminuir as pestes que 
ainda assombravam o nosso país. Ainda nessa época houve através de trabalhadores 
influentes a institucionalização dos CAPs (Caixas de Aposentadorias e Pensões), que 
davam algum amparo ao trabalhador, mas somente aos que tinham carteira assinada, 
não abrangendo nem mesmo um por cento da população brasileira2,3,4. 
1 Graduando de Fisioterapia –UFMS/2018 
12 
Com a crise de 29 e a implantação do estado novo com um governo populista os 
trabalhadores conseguiram certa voz no governo, conquistando alguns ministérios, 
inclusive entre eles o Ministério da Saúde e Educação, porém isso não mudou a visão 
perante a saúde do povo, pois ainda assim somente uma pequena parte da população era 
abrangida pelo novo sistema que eram os IAPs (Institutos de Aposentadorias de Pensões) 
de cada classe, que dava direito a aposentadoria e saúde para os trabalhadores de 
carteira assinada que estavam nas classes trabalhadoras determinadas3,4. 
O inicio da ditadura trouxe consigo a mudança dos IAPs para o INPS (Instituto 
Nacional de Previdência Social) e através de um governo extremamente autoritário e 
elitista trouxe um maior enriquecimento aos ricos e tirou muitos recursos dos pobres. 
Além disso, o governo militarista foi marcado por uma gestão fraudulenta na qual se tirou 
muito fundo da previdência social para obras extremamente custosas no país, o que 
gerou uma indignação muito grande na população, além de tudo isso a saúde era 
centrada na visão médico-privatista, completamente hospitalocêntrica e com uma 
medicina superespecializada, tudo isso com o objetivo de agradar as elites e promover 
maior lucro para estas. O decreto 200/1967 trouxe a priorização da contratação dos 
serviços privados para a saúde pública, o que deixou a saúde pública sem nenhum 
desenvolvimento, ficando estagnada quiçá ainda pior do que antes2,5. 
A saúde estava caótica, a população descontente, doenças novamente 
acometendo a população, tudo isso serviu como instrumento de revolta para a população 
contar o militarismo e o mal que esse governo estava trazendo para a população, a partir 
daí se tem movimentos para lutar contra a ditadura, esses movimentos servem como o nó 
sinoatrial em nosso coração, afinal este dá estímulo ao batimento cardíaco, e também faz 
com que o este estímulo chegue ao todo e assim surta resultado3,4. 
13 
 
 
As revoluções não pararam aí e ainda tivera um aditivo, o conceito de saúde 
coletiva chegou e consigo trouxe mais mobilização para que este fosse colocado em 
prática, desde o ambiente universitário até as grandes massas, esse conceito em 
analogia com o coração seria o miocárdio, afinal da estruturação, base e contorno se 
obtém daí1. 
 
 
 
14 
A partir do movimento sanitário que foi feito por diversas classes conseguiu a 
participação civil nas conferências de saúde, dentre estas a participação mais notória foi 
na 8ª Conferência Nacional de Saúde que contou com cerca de quatro mil pessoas, e 
conquistou uma reforma do sistema de saúde, para que este fosse de acesso a todos 
sem distinção e totalmente livre do sistema privado, que funcionaria somente como 
complementar, tudo isso na constituição brasileira. E assim em mil novecentos e noventa 
foi criado o SUS2,5. 
O SUS foi criado por uma necessidade de uma saúde pública de qualidade para 
todas as pessoas e não somente a trabalhadores ou as elites através do sistema privado, 
o que serviu de motivo de descontentamento da população por muito tempo, até que esta 
conseguiu se juntar e lutar pelo que as pessoas enxergavam como um direito, e assim 
conquistaram e garantiram na constituição o direito da saúde a todos sendo dever do 
estado 1,2,5. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
1. PIRES, Adriane Batiston e De Moraes, DOS SANTOS, Mara Lisiane. Capacitação de 
Profissionais dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) do Mato Grosso do 
Sul. 2013. 
2. CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE SAÚDE. SUS: avanços e desafios. – 
Brasília : CONASS, p. 23-28, 2006. 
3. NETTER, MD Frank H. Atlas de Anatomia Humana. Ed. Elsevier. 5ª edição –p. 205- 
223, 2011. 
 
4. BRASIL, Ministério da Saúde, Portaria Nº 154 de 24 de janeiro de 2008. 
15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARTE 
❸ 
• Quais os princípios e 
diretrizes do SUS? 
16 
 
Quais os princípios e diretrizes do SUS? 
 
Amanda dos Santos Ferreira 1 
Izabela Rodrigues de Menezes2 
 
 
Assim como os dedos das mãos, os princípios e diretrizes são divididos para que 
sua união possa resultar em um Sistema Único de Saúde preparado para atender a toda 
a população com qualidade, interagindo uns com os outros como os próprios dedos e 
sabendo que cada um tem sua importância e utilidade para o melhor funcionamento da 
máquina humana1,2. 
 
 
1. UNIVERSALIDADE 
 
Fazendo uma analogia com o dedo indicador, a universalidade é o principio norteador 
do SUS, pois como previsto na Constituição Federal “Saúde é um direito de todos”4,5. 
Acesso à saúde e serviços do SUS para todo o cidadão garantido pela Constituição. E 
tem por objetivo o fim das barreiras jurídicas que foi conquistado com a Constituição de 
1, 2 Graduando de Fisioterapia –UFMS/2018 
17 
 
88, das barreiras econômicas (dificuldade de acesso, p. ex. meio de transporte, das 
barreiras socioculturais (barreira da linguagem, comunicação entre prestadores de 
serviços e usuários), que acabam por impedir a população de ter uma qualidade de vida 
desejada1,2,3. 
2. EQUIDADE 
 
Seguindo a analogia com os dedos, a equidade representa o 3º dedo. Ela garante o 
cuidado do cidadão, tratando desigualmente os desiguais1. Cuidar ou tratar de cada 
cidadão de acordo com sua necessidade, reconhecer as desigualdades e atende-las de 
forma justa, garantindo saúde qualidade de vida igualmente a todos. Para isso o fluxo de 
investimentos e a orientação das ações devem ser organizados a fim de suprir as 
necessidades da população. Esse princípio se interage com o princípio da 
integralidade3,4,5. 
3. INTEGRALIDADE 
 
O dedo anelar é muito utilizado para a ornamentação, com anéis e alianças, 
representando assim um compromisso. A integralidade é também um compromisso com 
os usuários do sistema, atendendo-os de forma completa7. Refere-se à promoção, 
prevenção, tratamento e reabilitação do indivíduo por meio de unidades de prestação de 
serviçoequipadas e bem estruturadas, pessoas capacitadas e recursos necessários à 
produção de saúde, envolvendo desde a promoção da saúde de modo inespecífico até a 
vigilância ambiental, sanitária e epidemiológica2,3,4. 
4. DESCENTRALIZAÇÃO 
 
Assim como o dedo mínimo, sendo o menor e não menos importante, a descentralização 
tem seu papel, tornando a gestão do sistema mais eficiente1.É a divisão da gestão do 
sistema, gerando autonomia nos níveis federal, estadual e municipal sobre as funções e 
responsabilidades de cada nível1,4. 
18 
5. PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS 
 
Novamente no dedo indicador, se faz analogia à participação dos cidadãos nas políticas 
de saúde. Sendo de extrema importância para que o sistema se desenvolva com 
competência1. É direito de o cidadão participar da formulação de políticas de saúde, com 
representação nos conselhos de saúde e nas conferências de saúde. É direito de a 
população receber informações e conhecimento sobre as questões de saúde através das 
instituições1,2,6. 
6. REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO 
 
O dedo médio, como o próprio nome diz, está no meio dos demais dedos. Ou seja, faz a 
intermediação do sistema com a população assim, estão correlacionados e dizem respeito 
à forma com que o sistema se organiza entre si e com a população e a regionalização se 
refere à delimitação de um espaço territorial para o sistema, levando em conta a divisão 
político administrativa do país e suas subdivisões, enfim aHierarquização é a organização 
das unidades do sistema de saúde segundo o grau de complexidade de serviço, utilizando 
o sistema de referência e contra referência1,4. 
7. RESOLUBILIDADE 
 
Assim como o compromisso de um casamento, o SUS tem seu compromisso na 
resolução dos casos que chegam até as unidades de saúde e tendo uma porcentagem 
mínima de resolubilidade assegurada normativamente e corresponde à resolução de toda 
necessidade de saúde do indivíduo ou do coletivo segundo a competência da instituição5. 
8. COMPLEMENTARIDADE DO SETOR PRIVADO 
 
Não menos importante que os demais princípios e diretrizes, essa é uma forma de não 
afogar o sistema, utilizando de meios privados para atender a população, assim foi 
definido segundo a Constituição que quando o serviço do setor público tiver a 
necessidade por insuficiência, será feita a contratação de serviços privados, se dando por 
três condições: 
19 
1. Celebração de contrato conforme as normas do sistema público; 
 
2. A instituição privada deverá agir e estar de acordo com os princípios básicos e 
normas técnicas do SUS; 
3. A integração dos serviços privados deverá se dar na mesma lógica organizativa do 
SUS. Em cada região, deverá estar claramente estabelecido, considerando-se os 
serviços públicos e privados contratados, quem vai fazer o que, em que nível e em 
que lugar1,2,3. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
1. SECRETARIA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE, Ministério da Saúde. ABC DO 
SUS-Doutrinas e Princípios. Brasília/DF, 1990. 
 
 
2. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de 
Vigilância Epidemiológica. Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, 
Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – 7. ed. – 
Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 
3. LANCMAN, Selma; MÂNGIA, Elisabete F. Núcleos de Apoio à Saúde da Família: 
integralidade e trabalho em equipe multiprofissional. Departamento de Fisioterapia, 
Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade de São 
Paulo, ed. da Revista de Terapia Ocupacional da USP. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, 
v. 19, n. 2, p. i, maio/ago. 2008. 
 
4. BRASIL, Ministério da Saúde, Portaria Nº 154 de 24 de janeiro de 2008. 
 
5. FIGUEIREDO, Elisabeth Niglio de - Estratégia Saúde da Família e Núcleo de Apoio 
à Saúde da Família: diretrizes e fundamentos. Modelo Político Gestor. Especialização 
em Saúde da Família. UNA-SUS / UNIFESP, 2011. 
 
6. ROSA , Walisete de Almeida G; LABATE , Renata Curi. Artigo de Revisão. Programa 
saúde da família: a construção de um novo modelo de assistência. Universidade de São 
Paulo, Centro Colaborador da OMS para o desenvolvimento da pesquisa em 
enfermagem. Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.13 n.6 Ribeirão Preto Nov./Dec. 2005. 
20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Leis e normas do SUS? 
PARTE 
❹ 
21 
Leis e normas do SUS 
 
 
Letícia Nakamura1 
Jair José Gaspar Júnior2 
 
 
 
O pescoço sustenta a cabeça, assim como, as leis e normas são a base para o 
funcionamento do SUS que foi idealizado e planejado para a construção de uma saúde 
melhor e para todos. O processo de implantação do SUS, que começou anatomicamente 
na cabeça, começou a ser pactuada da forma do Ministério da Saúde a partir de 
definições legais estabelecidas pela Constituição Federal e Lei Orgânica de Saúde. 
Sendo, orientado pelas Normas Operacionais do Sistema Único de Saúde, instituídas por 
meio de portarias ministrais. As normas definem a competência de cada esfera do 
governo e as condições necessárias aos Estados e municípios para assumir as novas 
implantações no processo de implantação do SUS³. 
O tronco protege a maior parte dos órgãos que compõem o corpo humano. Desta 
forma, as normas e leis protegem um órgão primordial, o coração, onde se deu a criação 
do Sistema por uma causa nobre. Além de, contribuir para a sustentação da cabeça e do 
pescoço, o tronco protege de fragilizações. Por isso, as Normas Operacionais definiram 
critérios para que os Estados e Municípios se habilitassem para receber repasse de 
recursos do Fundo Nacional de Saúde, sendo compromisso assumir o conjunto de 
responsabilidade referente à gestão do sistema de saúde¹. 
 
 
 
 
 
1, 2 Graduando de Fisioterapia –UFMS/2018 
22 
 
 
As Normas Operacionais Básicas foram instrumentos utilizados para a definição 
de estratégias e movimentos tático-operacionais que reorientavam a operacionalidade do 
SUS, a partir da avaliação periódica de sua implementação e desempenho¹. 
Tendo alguns objetivos principais¹: 
 
• Induzir e estimular mudança no Sistema Único de Saúde; 
 
• Aprofundar e reorientar a implementação do SUS; 
 
• Definir objetivos estratégicos, prioridades, diretrizes e movimento tático-operacional; 
 
• Regular as relações entre os gestores, 
 
• Normatizar o SUS. 
 
NOB 91 RES Nº 258/91: Normaliza a assistência à saúde no SUS; estimula a 
implantação, o desenvolvimento do sistema e dar forma concreta e instrumentos 
operacionais à efetivação dos preceitos constitucionais da saúde². 
NOB 92 PRT Nº 234/92Fornece instruções aos responsáveis pela implantação e 
operacionalização do SUS (mecanismos de financiamento do SUS - recursos repassados 
pelo INAMPS aos municípios e/ou estados)². 
23 
NOB 01/93 PRT Nº 545/93 Estabelece normas e procedimentos reguladores do 
processo de descentralização da gestão das ações e serviços de saúde, através da 
Norma Operacional Básica - SUS 01/93. PRT Nº 545/93². 
NOB 96 PRT Nº 2203/96 Redefine o modelo de gestão do SUS, constituindo, por 
conseguinte, instrumento imprescindível à viabilização da atenção integral à saúde da 
população e ao disciplinamento das relações entre as três esferas de gestão do Sistema². 
As duas principais leis que garantem o funcionamento do SUS são 8.080 que dispõem 
sobre promoção, proteção e recuperação da saúde e a 8.142, que fala sobre o controle 
social, foram baseada no artigo 196 da Constituição Federal de 1.988. Nesse sentido, 
podem ser comparadas ao osso esterno. Ele é considerado um dos ossos mais 
resistentes do corpo; assim com a lei 8.080 e 8.142, para os usuários do sistema, pois 
protege e ampara o sonho de milhares de brasileiros que, no passado, lutaram pela sua 
criação3. 
 
 
24 
Nesse sentido, outra estrutura importante é a caixa torácica. Assim como essa 
estrutura abriga órgãos vitais e serve escudo para os mesmos, pode-se fazer uma 
analogiacom a Constituição Federal de 1.988, pois é ela que seria o todo, ou seja, é o 
que sustenta, fornece base5,6. 
 
Segundo o artigo 196 da Constituição de 1.988, a saúde é direito de todos e dever 
do Estado com políticas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos, 
além disso, deverá proporcionar o acesso igualitário e universal promovendo a proteção, 
promoção e recuperação da saúde. Nesse sentido, o SUS é de importância pública e 
cabe a mesma regulamentação, controle das ações e ainda fiscalizar tudo o que 
acontece. Ou seja, se fortaleceu e cresceu de modo que ganharam resistências as 
críticas, infidelidades, corrupções que desviam dinheiro para o seu funcionamento, 
aumentando a cada dia a acessibilidade do povo brasileiro e hoje possui muito vigor 
contra qualquer tipo de corrupção que venha tentar afetá-lo. Assim como o osso esterno 
que precisa até de uma serra especial para cortá-lo durante uma autópsia, não é qualquer 
tipo de acontecimento que poderá abalar o seu funcionamento5,6,7. 
A Lei 8.080 de 19 de setembro de 1.990, é considerada a lei mais importante da 
saúde e ela marcou o fim da ditadura militar. A partir dela foi criado o SUS, isso fez com 
que a saúde brasileira tomasse outro rumo, partindo agora para o sentido da equidade. 
25 
Nesse sentido, o controle social foi introduzido, ou seja, a cabe também a população 
fiscalizar as ações5. 
Além disso, a Lei 8.080 garantiu a universalidade, em todos tem direito a saúde; 
igualdade, ou seja, todos os brasileiros, independente de qualquer característica, tem 
direito a saúde, baseado no artigo 5º da Constituição Federal5,6.Ademais, há de de 
ressaltar as competências e atribuições do SUS, tendo portando as três esferas de 
governo como mediadores: federal, estadual e municipal. Porém a principal é a municipal, 
pois é nela que está mais evidente a realidade da população e também a responsável por 
distribuir as verbas vindas das outras esferas. Para isso é preciso que estejam 
organizadas e adequadas as exigências5,6. 
Outra lei que compõem o SUS e contribui para o seu funcionamento é a 8.142, 
criada em 29 de dezembro de 1.990 e tem o controle social como destaque. Com isso, 
pode-se fazer uma comparação com as costelas que compõem a caixa torácica, pois são 
elas que ligam vértebras e esterno percorrendo todo um trajeto. Assim, cabe a 
comunidade participar e fiscalizar todo esse percurso garantindo que todos os recursos 
disponibilizados sejam repassados, ou seja desde a esfera Federal até a Municipal5,6. 
Nesse sentido, a população é peça chave, pois através das Conferências de Saúde 
e Conselhos de Saúde, na qual há uma divisão em que os usuários tem papel 
fundamental, pois 50% da composição pertence a eles, é que se tem controle e 
fiscalização das ações realizadas. E isso garante uma estabilidade e proteção para o 
SUS, assim como as costelas firmam o tronco permitindo o bom funcionamento dos 
ógãos internos5,7. 
As Conferências de Saúde são estâncias colegiadas onde há a possibilidade da 
participação popular. Para proporcionar essa participação, as Conferências acontecem a 
cada quatro anos na qual é discutidos diversos assuntos ligados a saúde; já os Conselhos 
de Saúde tem caráter permanente e tem representações do governo, prestadores de 
26 
serviço, profissionais da saúde e usuários. É aqui que são criados estratégias e controle 
da efetuação das políticas de saúde na instância correspondente e, também, a questão 
financeira e econômica. Nesse sentido, o Conselho Nacional de Saúde terá 
representações do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde –Conass; e do 
Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde -Conasems. Além disso, a 
representação dos usuários nos Conselhos serão de carácter paritário, comparando com 
os outros segmentos5,6,7 . 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
1. Sistema Único de Saúde / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília : 
CONASS,.291 p. (Coleção Para Entender a Gestão do SUS 2011, 1), 2011. 
 
 
2. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Legislação Estruturante do SUS / 
Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília : CONASS, 534 p. (Coleção Para 
entender a gestão do SUS 2011, 13), 2011. 
 
 
3. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Para entender a gestão do SUS / 
Conselho Nacional deSecretários de Saúde. - Brasília : CONASS, 248 p, 2003. 
 
4. BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. 
Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituição.htm>. 
 
5. BRASIL. Diário Oficial da União. Lei nº 8080/90. Dispõe sobre as condições para 
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o financiamento dos 
serviços correspondentes e da outras providências. Brasília • DF, 19 de setembro de 
1990. 
6. BRASIL. Diário Oficial da União. Lei 8142/90. Dispõe sobre a participação da 
comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências 
intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. 
Brasília • DF, 28 de dezembro de 1990. 
7. PIRES, Adriane Batiston e De Moraes, Mara Lisiane dos Santos. Capacitação de 
Profissionais dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) do Mato Grosso do 
Sul, 2013. 
27 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituição.htm
PAR
TE 
❺ 
• O que mudou 
com a 
criação do SUS? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
O que mudou com a criação do SUS? 
 
 
Izabela Rodrigues de Menezes1 
 
 
A região dorsal é o suporte para postura ereta, as modificações no SUS procuram 
manter o sistema renovador com postura cada vez mais direcionada a questão da 
qualidade de saúde da população brasileira. Assim, a partir dos anos 70, começaram as 
lutas e organizações em busca da reforma sanitária, a defesa da saúde como uma 
questão social e política. Sindicatos e associações foram formados, como por exemplo, a 
ABRASCO- Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. O movimento 
foi crescendo e em 1980 criou-se o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde 
(CONASS). A 8º Conferência Nacional de Saúde, contemplou a aprovação de um 
conceito de saúde para todos e também os fundamentos do SUS. Em 1988, foi 
proclamada a nova Constituição, estabelecendo o SUS. Numa época de instabilidade 
econômica e num momento em que as empresas de saúde se preparavam para atender a 
demanda no setor privado1. 
O Sistema Único de Saúde aumentou o acesso ao cuidado com a saúde para uma 
parcela considerável da população brasileira em uma época em que o sistema vinha 
sendo progressivamente privatizado. Ainda há muito a fazer para que o sistema de saúde 
brasileiro se torne universal. Nos últimos vinte anos houve muitos avanços, como 
investimento em recursos humanos, em ciência e tecnologia e na atenção básica, além de 
um grande processo de descentralização, ampla participação social e maior 
conscientização sobre o direito à saúde1. 
 
 
 
1 Graduando de Fisioterapia –UFMS/2018 
29 
 
 
 
 
A SAÚDE PÚBLICA HOJE NO BRASIL 
 
A implementação do SUS começa em 1990, nesse momento a reforma sanitária teve uma 
trégua devido ao não interesse do então Presidente da República Fernando Collor de 
Melo, mas ela seguiu sua revolução em 1992 logo após o impeachment do presidente. 
Em 1990, foi aprovada a Lei orgânica do SUS 8.080/90, pela qual se organiza o SUS. E 
logo foi lançado o Programa Saúde da Família (PSF), com o então Presidente Fernando 
Henrique Cardoso. Foram lançadas várias iniciativas, como um programa nacional de 
controle e prevenção de HIV/AIDS, maiores esforços para o controle do tabagismo, a 
criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o estabelecimento da Agência 
Nacional de Saúde Suplementar e também a criação de um modelo de atenção para 
atender a população indígena1. 
 
O PROCESSO HISTÓRICO DA ORGANIZAÇÃO DO SETOR DE SAÚDE E O 
ANTECEDENTE PARAO SISTEMA BRASILEIRO DE CUIDADO DA SAÚDE1 
30 
 
Criação do SUS 
 
• Descentralização do sistema de saúde; 
9ª Conferência Nacional de Saúde 
• Extinção do INAMPS (1993); 
 
• Criação do Programa de Saúde da Família (1994); 
 
• Crise de financiamento e criação da Contribuição Provisória sobre a Movimentação 
Financeira (1996); 
• Tratamento gratuito para HIV/AIDS pelo SUS; 
 
• Financiamento via Piso da Atenção Básica (1998); 
 
• 10ª e 11ª Conferências Nacionais de Saúde; 
 
• Normas Operacionais Básicas (NOB) e de assistência à saúde (regionalização); 
 
• Regulamentação dos planos de saúde privados; 
 
• Criada a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (1999); 
 
• Criada a Agência Nacional de Saúde Suplementar para regulamentar e supervisionar os 
planos de saúde privados (2000); 
• Criada a lei dos medicamentos genéricos; 
 
• Lei Arouca institui a saúde do indígena como parte do SUS; 
 
• Emenda Constitucional 29 visando à estabilidade de financiamento do SUS definiu as 
responsabilidades da União, estados e municípios (2000); 
• Aprovada a Lei da Reforma Psiquiátrica (2001); 
 
• Expansão e consolidação do PHC; 
 
• Criado o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU(2003); 
 
• Estabelecido o Pacto pela Saúde (Pacto de Defesa do SUS, Pacto de Gestão, Pacto 
pela Vida; 2006); 
• Política Nacional de Atenção Básica (2006); 
31 
• Política Nacional de Promoção da Saúde (2006); 
 
• 12ª e 13ª Conferências Nacionais de Saúde; 
 
• Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde e Política Nacional de Saúde 
Bucal (Brasil Sorridente; 2006); 
• Unidades de Pronto-Atendimento (UPA 24h) criadas em municípios com populações 
 
>100·000 (2008); 
 
• Criação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) junto ao PSF (2008)1. 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
1. PAIM, Jairnilson; Travassos, Claudia; Almeida, Celia; Bahia, Ligia; Macinko, James; 
Saúde no Brasil 1-O sistema de saúde brasileiro: história, avanços e desafios. Publicado 
Online em 9 de maio de 2011/ www.thelancet.com acessado: 18/11/2014. 
32 
http://www.thelancet.com/
PAR
TE 
❻ 
• Quais os níveis de 
atenção á saúde no 
SUS? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
Quais os níveis de atenção á saúde no SUS 
 
 
 
Jair José Gaspar Júnior1 
 
 
O sacro articula-se de cada lado com os ilíacos, enquanto os ilíacos unem-se 
anteriormente pela sínfise púbica. Existe muito pouco movimento entre os ossos ilíacos e 
o sacro. A pelve comporta-se como uma unidade em todos os movimentos do corpo, que 
por sua vez estão intimamente relacionados aos movimentos da coluna vertebral. Deste 
modo, os níveis de atenção de saúde no SUS estão articulados de acordo com a 
prioridade do usuário do SUS, envolvendo ações e serviços de promoção, prevenção, 
reabilitação e tratamento1,3. 
Nesse sentido, pode-se destacar os níveis de atenção que compõem essa estrutura, 
que são a base do SUS, assim como a cintura pélvica sustentando o corpo humano. Isso 
faz com que esses nível sirvam para organizar, programar e planejar melhor as ações e 
serviços do sistema, assim como a cintura pélvica que apoia e da mobilidade para o 
corpo1,2. Os níveis de atenção, são: 
Figura 1- os níveis de atenção de saúde no SUS estão articulados de acordo com a 
prioridade do usuário do SUS. 
 
 
1 Graduando de Fisioterapia –UFMS/2018 
34 
• Básica: engloba um conjunto de ações de caráter individual ou coletivo, que envolvem a 
promoção da Saúde, a prevenção de doenças, o diagnóstico, o tratamento e a 
reabilitação dos pacientes1; 
 
• Média complexidade: procedimentos especializados realizados por profissionais 
médicos, outros de nível superior e nível médio; cirurgias ambulatoriais especializadas; 
procedimentos traumato-ortopédicos; ações especializadas em odontologia; patologia 
clínica; anatomopatologia e citopatologia; radiodiagnóstico; exames ultra-sonográficos; 
diagnose; fisioterapia; terapias especializadas; prótese e órtese; anestesia1,. 
 
• Alta complexidade: assistência ao paciente portador de doença renal crônica (através 
dos procedimentos de diálise); assistência ao paciente oncológico; cirurgia cardiovascular; 
cirurgia vascular; cirurgia cardiovascular pediátrica; procedimentos da cardiologia 
intervencionista; procedimentos endovasculares extra-cardíacos; laboratório de eletro- 
fsiologia; assistência em traumato-ortopedia; procedimentos de neurocirurgia; assistência 
em otologia; cirurgia de implante coclear; cirurgia das vias aéreas superiores e da região 
cervical; cirurgia da calota craniana, da face e do sistema estomatognático; 
procedimentos em fissuras lábio palatais; reabilitação protética e funcional das doenças 
da calota craniana, da face e do sistema estomatognático; procedimentos para a 
avaliação e tratamento dos transtornos respiratórios do sono; assistência aos pacientes 
portadores de queimaduras; assistência aos pacientes portadores de obesidade (cirurgia 
bariátrica) cirurgia reprodutiva; genética clínica; terapia nutricional; distrofia muscular 
progressiva; osteogênese imperfecta; fibrose cística e reprodução assistida1. 
Pensar nos níveis de atenção significa uma união, não havendo a possibilidade de 
considerar um mais relevante que o outro, da mesma forma dizer que o osso pélvico 
35 
direito é melhor que o esquerdo. Todos trabalham em conjunto para que alcance melhor 
resultado, seja no cuidado com o paciente ou no movimento corporal 1,2. 
Entretando, nem sempre um município necessita que todos os níveis de atenção estejam 
presentes na sua localidade, basta haver um dinamismo e planejamento em conjunto com 
outras cidades próximas de modo que supra essa falta, garantindo então, o atendimento 
integral aos pacientes1,2.Ademais há de ressaltar que, mesmo dividindo as ações de 
servições por níveis de atenção, promover a saúde do usuário através de educação em 
saúde que, teoricamente seria de baixa complexidade, pode ser executada em todos eles, 
dando assim autonomia ao mesmo buscando a melhora na qualidade de vida1. 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
1. BRASIL, Ministério da saúde. O SUS de A a Z: garantindo saúde nos municípios / 
Ministério saúde, Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde. Brasilia: 
Ministério da Saúde, 2005. 
 
2. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. SUS: avanços e desafios. – Brasília : 
CONASS, p. 23-28, 2006. 
 
3. NETTER, MD Frank H. Atlas de Anatomia Humana. Ed:Elsevier. 5ª edição – 2011 p. 
205- 223. 
36 
PAR
TE 
❼ 
• Atenção Primária, 
Atenção 
Média, 
Complexidade e 
Alta 
complexidade? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
Atenção Primária, Atenção Média, Complexidade e Alta complexidade? 
 
 
Adriana Ferreira da Silva1 
 
 
 
 
O equilíbrio pélvico mantém á região pélvica sem sobrecarregar determinadas 
musculatura, assim cada setor de atenção mantém o equilíbrio de não sobrecarregar o 
atendimento do SUS.Assim, a organização do SUS em nosso país está assentada em 
três pilares, que sustentam o modelo de atenção à saúde1,2: 
1. Rede (integração dos serviços). 
 
2. Regionalização (região de saúde) 
 
3. Hierarquização (níveis de complexidade dos serviços). 
 
O modelo do sistema de saúde brasileiro é centrado na hierarquização das ações e 
serviços de saúde por níveis de complexidade. Isto significa dizer que ele se estrutura em 
níveis de maior ou menor complexidade de ações e serviços de saúde, conforme dispõe, 
ainda, os arts. 8º e 7º, II, da Lei 8.080/901,2,3. 
Nesse sentido, o modelo de atenção à saúde, deve ser estruturado pela atenção básica, a 
qual deve ser a sua ordenadora. A hierarquização se compõe da: 
1. Atenção primária ou básica; 
 
2. Atenção secundária ou de média complexidade. 
 
3. Atenção terciária ou de alta complexidade (ou densidade tecnológica)1,2. 
 
 
 
 
 
 
 
1Graduando em Fisioterapia- UFMS/2016 
38 
39 
Figura 1- Equilibrio de acesso ao atendimento ao SUS.A atenção primária deve atuar como se fora um filtro inicial, resolvendo a maior 
parte das necessidades de saúde (por volta de 85%) dos usuários e ordenando a 
demanda por serviços de maior complexidade, organizando os fluxos da continuidade da 
atenção ou do cuidado. Este papel essencial da atenção primária, tanto na resolução dos 
casos, quanto no referenciamento do usuário para outros níveis, torna-a a base 
estruturante do sistema e ordenadora de um sistema piramidal1,3. 
Este modelo piramidal, de base alargada, densa, em razão de a atenção primária 
ser a principal porta de entrada do sistema e responsável pela resolução da maioria da 
necessidade de saúde da população, deve ser estruturada qualitativamente, com fixação 
de metas e a atribuição de garantir o acesso do usuário ou o seu caminhar na rede de 
atenção à saúde. Os serviços denominados de ‘regulação’ devem ser, na realidade, 
serviços que se integram à atenção primária, ordenadora de todo o modelo assistencial 
do SUS1,3. 
Há uma discussão a respeito da denominação da atenção à saúde: primária ou 
básica. Na Europa, a denominação que prevalece é atenção primária que dá ensejo a 
pensar em prioritária, em essencial. Contudo, a EC 29/2000, dispõe que 15% dos 
recursos das transferências da União para os demais entes federativos deve ser para o 
custeio de ações e serviços básicos de saúde. Se entender serviços básicos como 
atenção básica, esta, então, seria a denominação a ser utilizada1,2. 
A atenção básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito 
individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de 
agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde.É 
desenvolvida por meio do exercício de práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e 
participativas, sob forma de trabalho em equipe, e dirigidas a populações de territórios 
bem delimitados, pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a 
dinamicidade existente no território em que vivem essas populações. Utiliza tecnologias 
de elevada complexidade e baixa densidade, que devem resolver os problemas de saúde 
de maior freqüência e relevância em seu território2,3. 
É o contato preferencial dos usuários com os sistemas de saúde. Orienta-se pelos 
princípios da universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e 
da continuidade, da integralidade, da responsabilização, da humanização, da equidade e 
da participação social.A atenção básica tem a Saúde da Família como estratégia 
prioritária para sua organização de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde. 
Na infra-estrutura necessária para a atenção básica, destaca-se a unidade básica de 
saúde, com ou sem saúde da família, com equipe multiprofissional composta por médico, 
enfermeiro, cirurgião-dentista, auxiliar de consultório dentário ou técnico em higiene 
dental, auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde, 
entre outros1,3. 
Média complexidade ambulatorial é composta por ações e serviços que visam 
atender aos principais problemas e agravos de saúde da população, cuja complexidade 
da assistência na prática clínica demande a disponibilidade de profissionais 
especializados e a utilização de recursos tecnológicos, para o apoio diagnóstico e 
40 
tratamento. Em acréscimo a esta definição, temos uma relação dos grupos que compõem 
os procedimentos de média complexidade do Sistema de Informações Ambulatoriais 
(SIA)1,3: 
• procedimentos especializados realizados por profissionais médicos, outros profissionais 
de nível superior e nível médio; 
• cirurgias ambulatoriais especializadas; 
 
• procedimentos tráumato-ortopédico; 
 
• patologia clínica; 
 
• anatomopatologia e citopatologia; 
 
• radiodiagnóstico; 
 
• exames ultra-sonográficos; 
 
• diagnose; 
 
• fisioterapia; 
 
• terapias especializadas; 
 
• próteses e órteses; 
 
• ações especializadas em odontologia; 
 
• anestesia. 
 
Alta complexidade é o conjunto de procedimentos que, no contexto do SUS, envolve 
alta tecnologia e alto custo, objetivando propiciar à população acesso a serviços 
qualificados, integrando-os aos demais níveis de atenção à saúde (atenção básica e de 
média complexidade)1,3. Principais áreas que compõem a alta complexidade do SUS, 
organizadas em redes são: 
• assistência ao paciente portador de doença renal crônica (por meio dos 
procedimentos de diálise); 
• assistência ao paciente oncológico; 
 
• cirurgia cardiovascular; cirurgia vascular; cirurgia cardiovascular pediátrica; 
41 
• procedimentos da cardiologia intervencionista; 
 
• procedimentos endovasculares extracardíacos; 
 
• laboratório de eletrofisiologia; 
 
• assistência em tráumato-ortopedia; 
 
• procedimentos de neurocirurgia; 
 
• assistência em otologia; 
 
• cirurgia de implante coclear; 
 
• cirurgia das vias aéreas superiores e da região cervical; 
 
• cirurgia da calota craniana, da face e do sistema estomatognático; 
 
• procedimentos em fissuras lábio-palatais; 
 
• reabilitação protética e funcional das doenças da calota craniana, da face e do 
sistema estomatognático; 
• procedimentos para a avaliação e o tratamento dos transtornos respiratórios do 
 
sono; 
 
• assistência aos pacientes portadores de queimaduras; 
 
• assistência aos pacientes portadores de obesidade (cirurgia bariátrica); 
 
• cirurgia reprodutiva; 
 
• genética clínica; 
 
• terapia nutricional; 
 
• distrofia muscular progressiva; 
 
• osteogênese imperfecta; 
 
• fibrose cística e reprodução assistida. 
 
Os procedimentos da alta complexidade encontram-se na tabela do SUS, em sua 
maioria no Sistema de Informação Hospitalar e também no Sistema de Informações 
Ambulatoriais em pequena quantidade, mas com impacto financeiro extremamente alto, 
como é o caso dos procedimentos de diálise, quimioterapia, radioterapia e hemoterapia. A 
42 
citação dessas definições não tem o objetivo de fixar uma “relação definitiva” de média e 
alta complexidade de atenção à saúde, mas, antes, demonstrar as dificuldades que essas 
áreas de atenção representam para os gestores do SUS: sua visão foi desde sempre 
fragmentária, um conjunto de procedimentos relacionados nas tradicionais “tabelas de 
procedimentos do sistema”, ambulatorial ou hospitalar, sendo procedimentos que “não 
cabem” nas unidades básicas de saúde e na atenção primária em saúde, pelos custos ou 
densidade tecnológica envolvida1,3. 
As ações e procedimentos considerados de média e alta complexidade ambula- 
torial e hospitalar constituem-se para os gestores um importante elenco de respon- 
sabilidades, serviços e procedimentos relevantes para a garantia da resolutividade e 
integralidade da assistência ao cidadão. Além disso, este componente consome em torno 
de 40% dos recursos da União alocados no Orçamento da Saúde (Média e Alta 
Complexidade – MAC e Fundo de Ações Estratégicas e Compensação – Faec).No ano de 
2005, as transferências de recursos federais do SUS para média e alta complexidade no 
Brasil representaram R$ 12,82 bilhões, o dobro das transferências para atenção básica 
(R$ 6,07 bilhões), conforme se observa nos dados do Departamento de Informática do 
SUS 4. 
Outro ponto complexo é a delimitação das funções das esferas de governo (federal, 
estadual e municipal) no planejamento, no financiamento e na execução das ações e dos 
procedimentos de média e alta complexidade, pois esta divisão não foi estabelecida nas 
normas legais maiores que constituíram o SUS. Entretanto, é atribuído ao Ministério da 
Saúde (MS) definir e coordenar os sistemas de redes integradas de assistência de alta 
complexidade e de rede de laboratórios de saúde pública (Art. 16, Inciso III)1,2. 
43 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
1. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Assistência de Média e Alta 
Complexidade no SUS / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília :CONASS,2007. 
 
2. MS, Define média e alta complexidade em saúde, em seu site na internet 
(http://portal.saude.gov.br/portal/sas/mac/default.cfm), conforme se segue(artigo em 
azul)http://blogs.bvsalud.org/ds/2011/09/15/o-modelo-de-atencao-a-saude-se- 
fundamenta-em-tres-pilares-rede-regionalizacao-e-hierarquizacao/ 
 
 
3. Atenção: A íntegra das portarias do MS podem ser obtidas na Internet no “site” do 
Ministério em <http://portal.saude.gov.br/saudelegis/> ou da SAS/MS em 
<http://www.saude.gov.br/sas> 
<http://www.conass.org.br> 
 
 
4. DATASUS, do Ministério da Saúde. disponíveis na internet 
(http://w3.Datasus.gov.br/Datasus/Datasus.php). 
44 
http://portal.saude.gov.br/portal/sas/mac/default.cfm)
http://portal.saude.gov.br/portal/sas/mac/default.cfm)
http://blogs.bvsalud.org/ds/2011/09/15/o-modelo-de-atencao-a-saude-se-
http://portal.saude.gov.br/saudelegis/
http://www.saude.gov.br/sas
http://www.conass.org.br/
http://w3.datasus.gov.br/Datasus/Datasus.php
PAR
TE 
❽ 
• Estratégia de 
Saúde da 
família e Nasf? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
Estratégia de Saúde da família e Nasf 
 
Amanda dos Santos Ferreira 1 
 
Izabela Rodrigues de Menezes2 
 
 
As funções básicas da coxa são a locomoção e a sustentação de um indivíduo, 
deste mesmo modo a estratégia de saúde da família e NASF, promove locomoção de 
uma equipe organizada em prol da sustentação da saúde, tendo como foco a família1,2. 
 
 
 
ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA 
 
Vamos começar com o conceito de vigilância epidemiológica, que está amplamente 
ligado à estratégia de saúde da família, sendo um conjunto de ações que proporciona o 
conhecimento, a detecção ou a prevenção de qualquer mudança nos fatores 
determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de 
recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos, assim 
 
 
1, 2 Graduando de Fisioterapia –UFMS/2018 
46 
 
Vigilância à saúde é uma proposta de redefinição das práticas sanitárias que se 
fundamenta no principio de integralidade 3. 
 
O QUE É ESF? 
 
É uma estratégia criada pelo Ministério da Saúde, para reorientar a promoção da 
qualidade de vida da população, com as práticas da promoção da saúde, prevenção de 
agravos e reabilitação.Esta estratégia faz uso da inter e multidisciplinaridade e a 
integralidade do cuidado, previstas na vigilância à saúde. Deve estar amparada nos 
conhecimentos e técnicas vindos da epidemiologia, do planejamento e das ciências 
sociais2,3. 
Como objetivo está a prestação da assistência integral e contínua de boa 
qualidade; a intervenção sobre os fatores de risco a que a população esta exposta, 
humanizando as práticas de saúde, estabelecendo confiança para o conhecimento do 
processo saúde-doença2,3. 
A ESF também se estabelece pelos princípios do SUS e se estrutura pela Unidade 
de Saúde da Família (USF): 
• Integralidade e Hierarquização: a USF está inserida na atenção básica à saúde. Suas 
equipes realizam o diagnóstico, reconhecendo os problemas e elaboram um plano local 
para o enfrentamento dos problemas. 
É utilizado o sistema de referência e contra-referência, onde a referência se dá do nível 
de menor para o nível de maior complexidade sendo a contra-referência o inverso. 
• Territorialização e Adscrição da Clientela: a USF trabalha com território de abrangência, 
cadastramento e acompanhamento desta população. Equipe com no máximo 4000 
pessoas do território. 
47 
• Equipe Multiprofissional: composta por um enfermeiro, um médico generalista ou de 
família, um auxiliar de enfermagem e agentes comunitários de saúde (ACS). Odontólogos, 
assistentes sociais e psicólogos, dentre outros, poderão fazer parte das equipes ou formar 
equipes de apoio, de acordo com as necessidades locais. 
• Caráter Substitutivo: substituição das práticas tradicionais de assistência, com foco nas 
doenças, por um novo processo de trabalho, centrado na Vigilância à Saúde. 
A ESF exige para sua consecução, profissionais com formação generalista, 
capazes de atuar de forma efetiva, na complexa demanda de cuidados da Atenção 
Básica, estando, desta forma, na contramão da medicina intervencionista e sofisticada 
dos dias de hoje. As USF trabalham com a atuação de uma ou mais equipes de 
profissionais que devem se responsabilizar pela atenção à saúde da população, cada 
equipe atende o máximo de 4000 pessoas por área, as equipes realizam o cadastramento 
das famílias por meio das visitas domiciliares. As informações obtidas levam ao 
conhecimento da realidade daquela população, seus problemas de saúde e seu modo de 
vida3,4. 
A partir de então, o gestor e sua equipe elaboram medidas de como atuar nessa 
população. As informações ficam armazenadas no SIAB- Sistema de Informações da 
Atenção Básica1,2 
 
PRINCIPAIS PROGRAMAS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SEREM EXECUTADAS PELAS 
ESTRATÉGIAS SAÚDE DA FAMÍLIA 
Atenção à Saúde da Criança: 
 
• Vigilância nutricional com acompanhamento do crescimento e desenvolvimento, promoção 
ao aleitamento materno; 
• Imunização - realização de esquema vacinal básico e busca ativa de faltosos; 
48 
• Assistência às doenças prevalentes entre elas as diarréicas em crianças menores de cinco 
anos; 
• Assistência e prevenção das patologias bucais com foco no desenvolvimento 
neurolinguístico e no processo de socialização da criança. 
 
 
Atenção à Saúde da Mulher: 
 
• Pré-natal - diagnóstico de gravidez, cadastramento das gestantes com e sem riscos 
gestacionais, na primeira consulta. Vacinação antitetânica, avaliação no puerpério e 
atividade educativa de promoção à saúde; 
• Planejamento familiar com fornecimento de medicamento e orientação quanto a métodos 
anticoncepcionais; 
• Prevenção de câncer de colo e útero; 
 
• Prevenção de problemas odontológicos e levantamento de doenças bucais especialmente 
cáries e doenças gengivais. 
 
Controle de hipertensão e diabetes: 
 
• Diagnóstico de caso e cadastramento dos portadores; 
 
• Busca ativa dos casos com medição de pressão arterial e/ou dosagem dos 
níveis de glicose; 
• Tratamento dos casos com fornecimento de medicação e acompanhamento do 
paciente; 
• Diagnóstico precoce de complicações; 
 
• Ação educativa para controle de risco como obesidade, vida sedentária, 
tabagismo além da prevenção de patologias bucais. 
 
 
Controle de Tuberculose: 
49 
• Busca ativa de casos e identificação de sintomáticos respiratórios; 
 
• Diagnóstico clínico dos comunicantes, vacinação com BCG e quimioprofilaxia quando 
necessário; 
• Notificação e investigação dos casos; 
 
• Tratamento supervisionado dos casos positivos e busca de faltosos; 
 
• Fornecimento de medicamentos; 
 
• Ações educativas. 
 
 
Eliminação da Hanseníase: 
 
• Busca ativa de casos e identificação dos sintomáticos dermatológicos e de seus 
comunicantes; 
• Notificação e investigação dos casos; 
 
• Diagnóstico clínico dos casos com exames dos sintomáticos e classificação clínica dos 
casos multi e palcibacilares; 
• Tratamento supervisionado dos casos com avaliação dermato-neurológica e fornecimento 
de medicamento; 
• Controle de incapacidades físicas; 
 
• Atividades educativas. 
 
 
Ações de saúde bucal: 
 
• Cadastramento de usuários, planejamento e programação integrada às demais áreas de 
atenção do ESF; 
• Alimentação e análise dos sistemas de informação específicos; 
 
• Participação do processo de planejamento, acompanhamento e avaliação das ações 
desenvolvidas no território de abrangência; 
• Desenvolvimento de ações intersetoriais. 
50 
 
É importante destacar que todas essas ações estão diretamente ligadas ao processo de 
Vigilância em Saúde1,4. 
 
NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA (NASF) 
 
Em 2008 o ministério da saúde criou o Núcleo de Apoio à Saúde da Família 
(NASF) a fim de ampliar a abrangência da Atenção Básica, o NASF procura ampliar e 
aprimorar a atenção é a gestão da saúde na ESF, constituindo-seem apoio às equipes de 
Saúde da Família1,6. 
A principal diretriz a ser praticada pelo NASF é a integralidade, que deve estar 
presente nas atitudes do profissional, além disso, este núcleo tem como foco a 
participação social na gestão participativa, a educação permanente em saúde também faz 
parte dos princípios a serem seguidos, buscando a transformação das praticas 
profissionais e da organização do trabalho. Um grande desafio que é apresentado aos 
profissionais do NASF e da ESF é o trabalho em equipe, que deve ser realizado em 
espaços coletivos2,3. 
 
ORGANIZAÇÃO DO NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA 
 
O núcleo se divide em duas modalidades sendo estas o NASF 1 e o NASF 2, se 
diferenciando entre si pelo número de profissionais e ao número de equipes que estão 
vinculadas. No NASF 1 deve ter cinco profissionais com formação universitária e deve ser 
vinculado à no mínimo oito e no máximo vinte equipes de Saúde da Família, sendo os 
estados da Região Norte uma exceção, onde o número mínimo passa a ser cinco. Os 
profissionais dessa modalidade são: psicólogo, assistente social, farmacêutico, 
fisioterapeuta, fonoaudiólogo, médico ginecologista, profissional da educação física, 
51 
médico homeopata, nutricionista, médicos acupunturistas, médico pediatra, psiquiatra e 
terapeuta ocupacional2,3. 
No NASF 2 o número mínimo de profissionais é de três e deve estar vinculado à no 
mínimo três equipes da Saúde da Família. Tendo como profissionais dessa modalidade: 
psicólogo, assistente social, farmacêutico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, profissional da 
educação física, nutricionista e terapeuta ocupacional1. 
No NASF 3, deve ser composto por no mínimo três profissionais com formação 
universitária e estar vinculado à no mínimo três equipes de Saúde da Família, sendo os 
profissionais desta modalidade: psicólogo, assistente social, farmacêutico, fisioterapeuta, 
fonoaudiólogo, profissional da educação física, nutricionista e terapeuta ocupacional3. 
 
RESPONSABILIDADES QUE SÃO ATRIBUÍDAS AOS PROFISSIONAIS QUE COMPÕE 
O NASF 
• Identificar as atividades e ações a serem praticadas nas áreas de abrangência. 
 
• Identificar o público alvo de cada ação. 
 
• Acolher os usuários e humanizar a atenção. 
 
• Desenvolver ações intersetoriais para integrar a saúde a outras políticas sociais como: 
educação, esporte, cultura, trabalho, lazer, etc. 
• Promover a gestão integral e a participação dos usuários nas decisões, por meio de 
conselhos Locais e Municipais de Saúde. 
• Elaborar estratégias para divulgação e sensibilização das atividades dos NASF. 
 
• Avaliar juntamente com as ESF e os Conselhos de Saúde, o desenvolvimento e a 
implementação das ações e a medida de seu impacto sobre a situação de saúde por meio 
de indicadores previamente estabelecidos. 
52 
Elaborar projetos terapêuticos individuais realizando ações multiprofissionais e 
transdisciplinares, pelas ESF e os NASF desenvolvendo a responsabilidade 
compartilhada1. 
FERRAMENTAS UTILIZADAS PELO NASF 
 
Diversas ferramentas são utilizadas para o desenvolvimento do processo de 
trabalho do NASF, como por exemplo, o Apoio Matricial, que propõem o trabalho em 
equipes de referência, que produz apoio educativo com e para a equipe. A Clínica 
Ampliada, que significa dar enfoque teórico à necessidade de cada usuário, a existência 
do espaço para discussão dos casos clínicos é muito importante para o trabalho dos 
profissionais do NASF. O projeto terapêutico singular (PTS) é uma versão diferente da 
discussão do caso clínico, geralmente casos mais complexos, onde a equipe 
multidisciplinar discute e busca propostas para ajudar a entender o sujeito. E o Projeto de 
Saúde no Território (PST), que auxilia na integralidade do cuidado, com ações de 
vigilância e promoção da saúde4,5. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
1. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância 
Epidemiológica. Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria 
de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – 7. ed. – 
Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 
2. Mângia, Elisabete F. et al. Núcleos de Apoio à Saúde da Família: integralidade e 
trabalho em equipe multiprofissional.Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, v. 19, n. 2, p. i, 
maio/ago, 2008. 
 
3. Brasil, Ministério da Saúde, PORTARIA Nº 154 DE 24 DE JANEIRO DE 2008. 
 
4. FIGUEIREDO, Elisabeth Niglio de - Estratégia Saúde da Família e Núcleo de Apoio à 
Saúde da Família: diretrizes e fundamentos. Modelo Político Gestor. Especialização em 
Saúde da Família. UNA-SUS / UNIFESP. 
 
5. ROSA, Walisete de Almeida G. et al. Programa saúde da família: a construção de um 
novo modelo de assistência.Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.13 n.6 Ribeirão 
Preto Nov./Dec. 2005. 
53 
PAR
TE 
❾ 
• Como é a formação 
de 
profissionais para o 
SUS? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
54 
Como é a formação de profissionais para o SUS 
 
Leonardo dos Santos Teixeira1 
 
 
O joelho é uma articulação sinovial complexa. Na verdade ele possui duas 
articulações separadas: A articulação fêmoro-patelar e articulação fêmoro-tibial. Deste 
modo, o SUS possui uma formação profissional também complexa, no qual aborda os 
diversos sentidos da integralidade. Esta articulação referida é de fundamental importância 
para a movimentação do corpo, assim como a formação de profissionais para o SUS é de 
sumo valor para que o sistema seja adequado às suas propostas e diretrizes1. 
A formação de profissionais da saúde tinha um caráter unicamente biológico, que 
via o ser humano como um conjunto de engrenagens que quando funcionando bem 
estava saudável, e qualquer disfunção que ocorreria nesse processo traria como 
consequência uma doença, se subentende então que esse modo de ver o paciente visava 
a sua divisão em diversas partes focado única e exclusivamente na doença de um ser. O 
problema que viria junto com esse sistema seria justamente uma das doutrinas pregadas, 
a de superespe-cialização tanto dos profissionais como também dos exames e 
tratamentos requeridos, o que traz um altíssimo custo, além de não se obter certeza na 
manutebilidade da saúde das pessoas que viriam a utilizar desse modelo de saúde2. 
A nova formação dos profissionais de saúde veio após a implantação do SUS afinal 
esse sistema de saúde veio inovando a maioria das praticas em saúde buscando 
principalmente se alterar o modo de ver o paciente, afinal como defende as doutrinas do 
sistema único de saúde o usuário deve ser tratado integralmente, e a saúde deve ter uma 
gestão coletiva. Para tanto foi perpetuada essa necessidade de profissionais que 
entendessem e utilizassem dessa ideologia, e por consequência foram criadas as 
diretrizes curriculares nacionais que defendia tudo que acima foi descrito, caracterizando 
1 Graduando de Fisioterapia –UFMS/2018 
55 
56 
assim uma nova era dos profissionais de saúde1,2. 
 
 
 
 
 
 
Os profissionais do SUS devem agir de forma a fazer com que efetivamente se 
possa ter a visão de que este sistema e a integralidade, sendo assim dever ser o agente 
ligante, tal qual na articulação do joelho os ligamentos cruzados exercem essa função 
caso contrario as partes se moverão fazendo com que as duas partes não permaneçam 
da maneira que devem permanecer1. 
A formação dos novos profissionais de saúde segue um plano pedagógico para 
que assim forme profissionais segundo o chamado currículo integrado, que defende uma 
aprendizagem abrangendo todas as formas de conhecimento podendo assim mesclar o 
conhecimento produzido com o técnico, fazendo com que o profissional se torne de certa 
maneira mais critico e reflexivo, fazendo com que ele mesmo produza o conhecimento 
segundo a sua visão e não somente dependente de técnicas1. 
Além do que foi exposto há a necessidade da política nacional de educação 
permanente, afinal precisa-se de profissionais que sejamfeitos pra realidade atual e 
também para as particularidades de cada região sendo assim esse processo de 
adequação tem que ser de maneira continua para que assim possa ter um profissional 
que atinja a população sendo assim resolutivo nas ações do cotidiano. Em analogia as 
estruturas anatômicas a educação permanente se compararia aos ligamentos colaterais, 
pois dá estabilidade a toda articulação assim como da estabilidade à formação de novos 
profissionais para o sistema, e também juntamente com as outras estruturas faz com que 
esse processo seja necessário para o a continuidade do sistema2. 
 
 
 
Através de uma metodologia ativa na graduação que se busca uma estimulação 
crítica dos alunos para que eles sejam capazes de construir novos conhecimentos e 
novas teorias para que assim agreguem ao sistema e consequentemente a população. O 
que se busca é desmistificação de que a universidade seria a única detentora de 
conhecimento e as técnicas lá apreendidas sejam os únicos recursos, sendo assim a 
aliança entre a pratica e a teoria seja exercida de maneira ativa no sistema, para que ao 
mesmo tempo em que aprenda na teoria se situe na prática1,2. 
57 
 
 
 
Em analogia à anatomia essa metodologia ativa e essa nova maneira de formar os 
profissionais de saúde seria tais quais os músculos que se encontram nessa região, pois 
são as estruturas que dão a funcionalidade à todas as outras estruturas e fazem 
efetivamente o profissional ser formado para esse sistema e que por conseguinte traz 
toda a movimentação que esse sistema exige1. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
1. ARAUJO, Dolores; Gomes, Maria Claudina de Miranda e Brasil, Sandra L.. Formação 
de profissionais de saúde na perspectiva da integralidade. Revista baiana de saúde 
pública, 2007. 
2. BARROS, Karina Calife Batista e Simões, Otília Janeiro Gonçalves. Formação de 
profissionais de saúde para o SUS: significado e cuidado. Saúde Soc. São Paulo, v.20, 
n.4, p.884-899, 2011 
3. SOBOTTA, Johannes. Atlas de anatomia humana volume. Editora Guanabara 
koogan. 21º edição. v2. 2000. p.288- 289 
4. NETTER, MD Frank H. Atlas de Anatomia Humana. Editora Elsevier. 5ª edição – 2011 
p. 494-500 
58 
PAR
TE 
❿ 
• Como e onde o 
Fisioterapeuta 
interfere no SUS? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
59 
 
Como e onde o Fisioterapeuta interfere no SUS? 
 
 
Mayra Soares Procópio1 
 
 
Assim como a panturrilha interfere no retorno venoso, sendo denominada de 
segundo coração, assim a fisioterapia promove novos impulsos para sua atuação, 
permitindo se adequar no moderno perfil epidemiológico e os novos modelos assistenciais 
da saúde1,2. 
Com a aproximação entre a fisioterapia e o nível primário no sistema único de 
saúde , na incorporação da fisioterapia na saúde da família, surgi uma oportunidade 
capaz de fortalecer a atenção básica e aumentar a resolutividade do sistema e 
cooperando para a garantia da integralidade na assistência1,3. Embora, ao longo dos 
tempos, a fisioterapia tenha se mantido no nível da reabilitação e cura, entretanto, possui 
proficiência e habilidades suficientes para a atuação em outros níveis na saúde de forma 
qualitativa da saúde coletiva, tanto na atuação preventiva como na promoção da saúde1,6. 
 
1. Figura: antes a fisioterapia era mutilada, apenas vista como reabilitadora no controle 
de danos. 
 
 
1 Graduada em Educação Física UFMS/2008 
Especialista Pedagogia Critica UFMS/2010 
Graduanda em Fisioterapia UFMS/2015 
60 
 
Enquanto a fisioterapia reabilitadora concentra sua atuação em casos pontual de 
cada paciente, quase que exclusivo, no controle de danos físicos, isto é, seja na cura de 
determinadas patologias que restringem a locomoção humana, ou na reabilitação 
sequelas na capacidade funcional de indivíduos que tiveram lesões crônicas de 
determinadas funções, a fisioterapia coletiva possibilita e incentiva a atuação também no 
controle de risco, ou seja, no controle de fatores que potencialmente e que podem 
contribuir para o desenvolvimento da doença epidemiológica de uma determinada 
população 1,4. 
 
2. Figura: com a coletividade da saúde, a fisioterapia assumiu sua função na qualidade 
da motricidade humana assumindo sua forma preventiva e na promoção da saúde. 
 
 
 
 
No entanto, deve ser destacado que os fisioterapeutas enfrentam dificuldades para 
atuação na atenção básica e no desenvolvimento de atividades preventivas e 
promocionais, sendo a maior demanda por assistência em reabilitação para o 
61 
fisioterapeuta, contribuindo como fator limitante para o exercício em outros níveis da 
saúde coletiva1,5. Outro fator limitante é a dificuldade de acesso dos usuários aos níveis 
secundários de assistência da fisioterapia, desencadeando um aumento no percentual 
população com debilidade motora, assim, o atendimento a essa demanda refreada na 
primeira instância, tende a uma barreira para possibilidades de desenvolvimento da 
fisioterapia de outras atividades no nível primário1. 
Mediante esta problemática, cabe ao fisioterapeuta em concordância com a equipe 
de saúde e com os gestores locais, planejar e desenvolver estratégias para contemplar 
tanto as ações de reabilitação, que são de relevância, quanto as ações de promoção da 
saúde e prevenção de doenças que condiz a qualquer profissional de saúde, sendo 
proposto desta forma uma atuação profissional no seu âmbito global1,3,5. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
1. BISPO JÚNIOR, José Patrício. Fisioterapia e saúde coletiva: desafios e novas 
responsabilidades profissionais, Ciência & Saúde Coletiva, 15(Supl. 1):1627-1636, 2010. 
 
2. FORNAZIERO, Célia C. et al. O Ensino da Anatomia Humana Rev. Brasileira de 
Educação Médica, Rio de Janeiro, 34 (2) : 290 – 297 ; 2010. 
 
 
3. GALLO, Douglas Luciano Lopes. A Fisioterapia no Programa Saúde da Família: 
percepções em relação à atuação profissional e formação universitária. Dissertação 
(Mestrado em Saúde Coletiva) – Universidade Estadual de Londrina. 2005. 
 
 
4. MACHADO N.P, NOGUEIRA L.T. Avaliação da satisfação dos usuários de serviços de 
Fisioterapia. Rev Bras Fisioter, São Carlos, v. 12, n. 5, p. 401-8, set./out. 2008. 
 
 
5. NAVES, Cristiane R, BRICK, Vanessa de S. Análise quantitativa e qualitativa do nível 
de conhecimento dos alunos do curso de fisioterapia sobre a atuação do fisioterapeuta em 
saúde pública. Ciência & Saúde Coletiva, 16(Supl. 1):1525-1534, 2011. 
62 
PAR
TE 
⓫ 
• Como podemos 
melhorar 
o SUS e a saúde no 
Brasil? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
63 
Como podemos melhorar o SUS e a saúde no Brasil? 
 
Letícia Nakamura1 
 
 
 
 
Da mesma forma que o corpo necessita de movimento, o SUS de acordo com 
avaliações do serviço encontra com muitas ideias teóricas e poucas ações resolutivas 
para ganhar movimento e acesso a esta saúde. O SUS, tem sido estruturado e vem 
conseguindo se consolidar um sistema público de saúde de grande relevância, sendo os 
benefícios gerados são inquestionáveis para a população brasileira1,2. 
Com os resultados obtidos é inegável a progressão do SUS, mas algumas 
posturas devem ser tomada para resolução de problemas que precisam ser solucionados 
para que o sistema único de saúde possa manter em completo bem estar o 
funcionamento de todo o seu corpo e mantê-lo em movimento, sem que nenhuma 
estrutura seja prejudicada e para que a população tenha uma saúde de qualidade1,3. 
 
 
 
1 Graduando Fisioterapia- UFMS/2018 
64 
Alguns desafios a serem resolvidos sai citados abaixo: 
 
• Universalização: consiste em uma saúde para toda a população, sem excessão e 
restringimento ao acesso, um direito e dever a ser comprido pelo Estado, dando ênfase 
não apenas a um único corpo, mas para todos os corpos que juntos são capazes de 
formar um sistema público universal de saúde com qualidade. Para isso, o SUS não pode 
ser segmentado, não se pode cuidar e tratar apenas de algo específico,mas sim do ser 
humano como todo. A segmentação do serviço vem sendo um desafio para a 
consolidação da universalização4. 
▪ Financiamento: O desafio do financiamento da Saúde no Brasil pode ser analisado em 
vários aspectos. O mais comum é o da insuficiência dos recursos financeiros para se 
construir um sistema público universal. É verdade que se gasta pouco em Saúde no país, 
especialmente no que concerne ao gasto público. Todavia, também, gasta-se mal. É 
importante criar uma consciência interna no SUS de que se deverá melhorar a qualidade 
do gasto. Portanto, o desafio do financiamento na Saúde tem de ser enfrentado em duas 
vertentes, a da quantidade e a da qualidade do gasto. Haverá que se aumentar o gasto 
em Saúde, mas, ao mesmo tempo, melhorar sua qualidade2. 
• Educação em saúde: este, encontra-se em constante movimento, porém é preciso que 
continue o incentivo de uma educação permanente em saúde (EPS), para que os 
profissionais estejam abertos a novos aprendizados, agregando e aperfeiçoando 
conhecimentos e experiências do cotidiano. Desta forma, é possível a educação em 
saúde ser mais presente em todos os campos de convivência, capacitando e 
conscientizando os profissionais, acadêmicos e toda a população para o aprimoramento 
da atenção primária e dando a sua devido importância, promovendo saúde2. 
 
O Brasil precisa investir mais na saúde para se obter um sistema de saúde universal e 
de qualidade, com isso, políticas que sejam capazes de pensar economicamente na 
65 
saúde são necessárias. Além de, uma gestão comprometida, que dê a real importância, 
sabendo que é necessário no século XXI ter em hospitais equipamentos tecnológicos 
mais avançados e centro de pesquisas com instrumentos que possam auxiliar em um 
trabalho mais eficaz3,4,5. 
“O Brasil tem sete mil hospitais. Cerca de 70% são privados. Apenas algo em torno de 
300 a 500 são informatizados. Como é que você consegue fazer gestão no século 21 sem 
tecnologia da informação?”, questiona o professor do Departamento de Prática de Saúde 
Pública da FSP/USP, Gonzalo Vecina. Na avaliação do especialista, é impossível desta 
maneira fazer estatísticas rápidas e confiáveis que permitam o remanejamento inteligente 
dos recursos físicos e humanos dos hospitais. (Exame Abril/ o que é preciso para termos 
um SUS de qualidade, 2012). 
O investimento na saúde básica é notável, vendo isto, podemos afirmar que é 
preciso dar maior ênfase para essa área da saúde, pois, é um processo de educação e 
reeducação, um aprender a aprender. Desta forma, investindo na base, é possível 
consolidar um Sistema Único de Saúde mais sólido e resistente, assim é preciso ensinar 
o bebê a caminhar, para que se tenha maior confiança e se aprenda mais rápido, depois 
os valores para o seu crescimento quanto cidadão e para a sua formação profissional 
serão acrescentados2,3,5. A saúde é um processo de aprendizagem e de evolução, não 
podemos pular etapas. 
 
 
66 
Os sistemas de saúde precisam se afastar do termo doença e se aproximar da 
saúde, tendo a possibilidade de diálogo com outras ciências, promovendo uma 
intersetorialidade e transversalidade, observando de uma perspectiva integradora, vendo 
o SUS como um todo e o ser humano com todas as suas necessidades3,5. 
Para melhorar a saúde no Brasil é preciso maior investimento financeiro, educar, 
reeducar, trocar experiências, comprometimento, investir na atenção primária como foi 
dito anteriormente, entre outras coisas. Mas, é de extrema importância estar em 
comunhão com a comunidade, a população, para auxiliarmos, com o objetivo de se 
tornarem pessoas capazes de promover saúde, a própria saúde. O Brasil conseguiu esse 
sistema de saúde devido à população que colaborou em 1904, Revolta da Vacina, 
buscando uma saúde acessível a todos e de qualidade. Hoje, não é diferente, pois para 
conseguir uma saúde melhor e humanizada é necessário à presença da população, em 
se manifestar, monitorar, ser também um gestor de saúde, promovendo saúde e 
exercendo a sua cidadania3,4,5. 
 
67 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
1. SUS: avanços e desafios./ Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília: 
CONASS, 164 p. 2006.. 
 
2. PRATES, Marcos, Quatro desafios que devem ser vencidos para termos um 
SUS de qualidade (http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/o-que-e-preciso-para- 
ter-um-sus-de-qualidade), 2012. 
 
3. NOTÍCIAS, SUS precisa gastar melhor para saúde melhorar, diz 
Economist(http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/07/110728_economist_s 
us_brasil_mm.shtml), 2011. 
 
4. Opinião, Estadão, Como melhorar o SUS, 
(http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,como-melhorar-o-sus-imp- 
,1107080),2011. 
 
 
5. CONASS Debate – Caminhos da Saúde no Brasil / Conselho Nacional de 
Secretários de Saúde. – Brasília : CONASS, 100 p. – (CONASS Debate, 2), 
2014.http://fisioterapeutasgp.blogspot.com.br/2013_01_01_archive.html 16/11/2014 
68 
http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/o-que-e-preciso-para-ter-um-sus-de-qualidade
http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/o-que-e-preciso-para-ter-um-sus-de-qualidade
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/07/110728_economist_sus_brasil_mm.shtml
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/07/110728_economist_sus_brasil_mm.shtml
http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral%2Ccomo-melhorar-o-sus-imp-%2C1107080)%2C2011
http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral%2Ccomo-melhorar-o-sus-imp-%2C1107080)%2C2011
http://fisioterapeutasgp.blogspot.com.br/2013_01_01_archive.html
 
 
Anatomia do SUS apresenta de maneira criativa e divertida de reforçar 
o slogan do ministério da saúde para a política nacional de humanização 
do SUS, no qual este livro procura abordar a relação do corpo humano 
com o SUS, assim mediante a dissecação anatômica do sistema 
muscular é desvelado conjuntamente o Sistema Único de Saúde, no 
qual em cada capitulo é demonstrado à trajetória do SUS em suas 
origens, estratégias, leis, diretrizes, metas e princípios no processo de 
produção de saúde, além de suas necessidades de mudanças e 
investimentos na saúde coletiva para o desenvolvimento populacional 
com qualidade de vida em todos os aspectos do termo saúde. 
	MAYRA SOARES PROCÓPIO JAIR JOSÉ GASPAR JÚNIOR ADRIANA FERREIRA DA SILVA
	CAMPO GRANDE, 2014
	SUMÁRIO
	1. O que é SUS? 6
	2. Por que o SUS foi criado? 11
	3. Quais os princípios e diretrizes do SUS? 16
	4. Leis e normas do SUS? 21
	5. O que mudou com a criação do SUS? 28
	6. Quais os níveis de atenção á saúde no SUS 33
	7. Atenção primaria, média, complexidade e alta complexidade 37
	8. Estratégia de saúde da família e NASF 45
	9. Como é a formação de profissionais para o SUS? 54
	10. Como e onde o fisioterapeuta interfere no SUS 59
	11. Como podemos melhorar o SUS e a saúde no Brasil 63
	O que é o SUS?
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	• Por que o SUS foi criado?
	Por que o SUS foi criado?
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	• Quais os princípios e diretrizes do SUS?
	Quais os princípios e diretrizes do SUS?
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	Leis e normas do SUS
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	O que mudou com a criação do SUS?
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	Quais os níveis de atenção á saúde no SUS
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	Atenção Primária, Atenção Média, Complexidade e Alta complexidade?
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	Estratégia de Saúde da família e Nasf
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	Como é a formação de profissionais para o SUS
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	Como e onde o Fisioterapeuta interfere no SUS?
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	Como podemos melhorar o SUS e a saúde no Brasil?
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS