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Influência da Revolução Francesa, do Iluminismo no Estado Moderno e a influência do Código Civil Francês nas legislações que seguem o Civil Law

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Revolução Francesa e Iluminismo – Influência no Estado Moderno
 A França absolutista possuía uma estrutura de governo totalmente irracional, o sistema financeiro sempre estava prestes a colapsar, pois não aguentava tamanha despesas oriundas dos privilégios que a nobreza e o clero possuíam, entre elas principalmente a isenção de impostos. A resolução desse problema era feita como aumento da carga tributária e dos serviços estatais para aqueles que pertenciam ao 3ºEstado.
Paralelamente a essa crise financeira na França, surgia um movimento cultural que criticavam o sistema absolutista e aspiravam melhores condições políticas, além de mudanças econômicas e sociais – conhecido como Iluminismo.
O discurso iluminista pretendia no fundo impor limites aos privilégios da monarquia, reconhecimento de direitos aos demais cidadãos, participação política e fiscal igualitária, normas que garantissem a segurança da propriedade e do comércio, bem como que eliminassem qualquer tipo de maus-tratos aos trabalhadores. (Âmbito Jurídico ,2014).
Com esse pensamento foi possível viabilizar que abertura política para o capitalismo burguês com o objetivo de despatrimonialização o poder. Almejavam o que o Estado fosse despersonalizado, impessoal e geral. 
O intuito do pensamento iluminista era basicamente a substituição das vontades do rei por normas, pois são elas que regulamentam a vida social e resolvem conflitos interpessoais.
A lei é geral e impessoal, válida para todos, que nessa situação estão iguais: desta forma, todos seriam iguais perante a lei. (Âmbito Jurídico ,2014).
A Revolução Francesa foi apoiada nas ideias dos filósofos iluministas procurava legitimar outra forma de poder, através da dominação do povo pela lei, e não mais pelo rei. Com isso, o Estado ficaria longe das influências dos governantes e se basearia nas normas. 
A formação do Estado Moderno foi um dos pilares revolucionários para o século. Com o governo baseado em normas e leis, os indivíduos estavam à mercê da vontade do legislador, tal ente era composto pela vontade geral, eleito pelo sufrágio. Os fundamentos levantados na Revolução Francesa (igualdade, liberdade e fraternidade), serviram de base para a elaboração das leis da época.
Porém os pensamentos centrais da Revolução Francesa não foram suficientes para concretizar a nova forma do desenvolvimento jurídico. As limitações ao poder do Estado traziam aos indivíduos liberdades negativas, na medida em que garantiam o afastamento do poder público em relação a inúmeros direitos, entre eles, principalmente a liberdade e a propriedade privada.
As prestações jurídicas positivas, isto é, inerentes à aquisição de direitos ou mesmo de proteção na esfera privada, antes regulamentadas pelas ordenanças do monarca, nesta nova etapa política estavam sob dependência exclusiva da produção legislativa. Todo o direito individual e suas limitações deveriam estar fundamentados na lei.
	 
Código de Napoleão – Civil Law
Pós Revolução Francesa, verifica-se a edição das grandes codificações do direito, tendo como ponto de partida o Código Napoleônico, regulamentando várias situações de direito privado. Representa um novo padrão de comportamento social, estabelecendo condutas permitidas e outras proibidas pelos padrões jurídicos e morais da época. 
O sistema Civil Law (sistema de Direito romano-germânico), iniciou-se na Europa Ocidental, ressaltando que o Brasil por ter sido colonizado por Portugal, um país europeu, tem muitíssima influencia e base em matéria de Direito, por isso, o sistema adotado é o Civil Law.
O desenvolvimento desse instituto se deu em razão do ressurgimento no interesse dos estudos sobre o Direito romano se deu com o objetivo de ter a manutenção e garantia da ordem e da segurança. Logo, o Direito romano é tido como a base da Civis Law.
Entre os séculos XVII e XVIII, a Escola do Direito Natural ganhou força nas universidades de Direito do país. Para tal, o direito é a ideia universal de justiça. Já o Direito Natural é aquele que já nasce incorporado ao homem, tal como o direito à vida.
Com isso, houve a necessidade de transformar o direito natural em algo mais concreto, como o Direito positivo, do qual é dotado de princípios e regras que o regem. Fez com que a importância da sistematização e codificação das leis fossem mais importantes. 
Após a Revolução Francesa, a legislação era tida como a única maneira de manifestação da vontade do povo, o que tornou que a codificação e a documentação de tais direitos tivessem maior segurança para todos, o que ocasionou na fragmentação de vários direitos nacionais garantidos em formas de códigos. A codificação traduzia em leis escritas as opções em relação às situações da vida cotidiana do povo, de modo que as transações comerciais, os problemas familiares, a questão sucessória, a propriedade privada, enfim, toda a gama de fenômenos jurídico-sociais deveria estar contida no ordenamento jurídico.
O Código Civil de Napoleão foi um dos principais marcos que levou a criação de livros específicos para cada tema e deu preferência a aplicação da lei no lugar das decisões tomadas livremente pelos juízes da época, intituladas como jurisprudências. Segundo IURI, 2020, “A Jurisprudência representa o conjunto das decisões, aplicações e interpretações das leis, sobre uma dada matéria, realizadas por um determinado tribunal. ”.
Com isso, a jurisprudência não obriga, e sim orienta nas decisões, com o intuito de muito diferentes sobre um mesmo assunto.
Referências Bibliográficas 
BREVES notas sobre a formação do estado moderno: a origem dos novos modelos hermenêuticos. [S. l.], 1 abr. 2014. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-123/breves-notas-sobre-a-formacao-do-estado-moderno-a-origem-dos-novos-modelos-hermeneuticos/. Acesso em: 27 mar. 2022.
RESUMO DE CIVIL LAW E COMMON LAW. [S. l.], 1 nov. 2020. Disponível em: https://direito.legal/direito-privado/resumo-de-civil-law-e-common-law/#:~:text=O%20C%C3%B3digo%20Civil%20de%20Napole%C3%A3o,da%20%C3%A9poca%2C%20intituladas%20como%20jurisprud%C3%AAncias. Acesso em: 27 mar. 2022.
CORRADINI, Raphael. Revolução Francesa: etapas, causas e consequências. [S. l.], 4 nov. 2019. Disponível em: https://www.politize.com.br/revolucao-francesa/. Acesso em: 27 mar. 2022.

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