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Direitos Humanos

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alfaconcursos.com.br 
MUDE SUA VIDA! 
1 
 
 
Sumário 
1. TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS .................................................................................................. 2 
1. 1 Conceito de direitos humanos: ............................................................................................................... 2 
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MUDE SUA VIDA! 
2 
 
 
 1.TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS 
 
 
APRESENTAÇÃO DO CURSO E DA MATÉRIA 
 
Fala ai parceiro (a)! Sou Diogo Medeiros, professor de Direitos Humanos, Delegado de 
Polícia do Estado de Santa Catarina. Sim! Isso mesmo! Policial e professor de direitos humanos. 
Ao longo da matéria, vamos desmistificar essa visão reducionista que os direitos humanos 
seriam “direito dos manos”. 
 
Qualquer dúvida, estarei a disposição, no Instagram @diogodbm. Podem mandar 
perguntas por lá. 
 
O curso é divido em 07 pontos principais, os quais abarcam a grande totalidade dos 
concursos atinentes às carreiras policiais. Vejamos os pontos: 
 
 
➢ PONTO 1: Teoria Geral dos Direitos Humanos; 
➢ PONTO 2: Afirmação Histórica dos Direitos Humanos; 
➢ PONTO 3: Direitos Humanos e Responsabilidade do Estado; 
➢ PONTO 4: Direitos Humanos na Constituição Federal 
➢ PONTO 5: Política Nacional de Direitos Humanos; 
➢ PONTO 6: A Constituição Brasileira e os tratados internacionais; 
➢ PONTO 7: Regra Mínima para tratamento dos presos. 
 
 
 
 
1.1 CONCEITO DE DIREITOS HUMANOS: 
 
Segundo André de Carvalho Ramos, os Direitos Humanos são um conjunto de direitos 
considerado indispensável para uma vida pautada na liberdade, igualdade e dignidade da 
pessoa humana. 
 
Para Antônio Peres Luño: Direitos Humanos é o conjunto de faculdades e instituições que, 
em cada momento histórico, concretizam as exigências de dignidade, liberdade e igualdade 
humanas, as quais devem ser reconhecidas positivamente pelos ordenamentos jurídicos em 
nível nacional e internacional. 
 
Para Valério Mazzuoli, Direitos Humanos é expressão intrinsecamente ligada ao direito 
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MUDE SUA VIDA! 
3 
 
 
internacional público. Assim, quando se fala em direitos humanos, está-se tecnicamente a 
referir a proteção que a ordem internacional guarda sobre esses direitos. 
 
São, portanto, os direitos essenciais e indispensáveis à vida digna – expressão da 
dignidade humana. 
 
Não há um rol predeterminado desse conjunto mínimo de direitos, tendo em vista que as 
necessidades humanas variam e, de acordo com o contexto histórico de uma época, novas 
demandas sociais são traduzidas juridicamente e incluídas na lista de direitos humanos. Há um 
movimento pendular: avanços e retrocessos na conquista de direitos. 
 
Uma sociedade dita democrática e pautada em direitos fundamentais reconhece, 
primeiramente, que o primeiro direito de todo indivíduo é o “direito a ter direitos” (expressão 
utilizada por Hannah Arendt e mencionada no discurso da Ministra do STF Rosa Weber, 
presidente do TSE na diplomação do presidente Jair Bolsonaro). 
 
No estudo do direito, verificamos que para cada um direito corresponde um dever 
correlato, portanto temos, basicamente, a seguinte estrutura: 
 
➢ Direito de liberdade → Dever de Abstenção; 
 
➢ Direito de pretensão → Prestação (Políticas Públicas); 
 
➢ Direito poder → Incompetência; 
 
➢ Direito Imunidade → Interferência; 
 
Adotamos, o seguinte conceito de direitos humanos: 
 
➢ Conjunto de direitos (ideias de dignidade da pessoa humana, liberdade e igualdade); 
 
➢ Previstos em tratados internacionais; 
 
➢ Protegidos e promovidos pelo Estado (e também pelos particulares). 
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MUDE SUA VIDA! 
1 
 
SUMÁRIO 
1.TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS ....................................................................................................... 2 
1.2 TERMINOLOGIA: ....................................................................................................................................... 2 
 
 
https://www.alfaconcursos.com.br/
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MUDE SUA VIDA! 
2 
 
1.TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS 
1.2 TERMINOLOGIA: 
Atenção para as terminologias que são muito cobradas em prova. 
O estudo dos direitos humanos se dá em três eixos de proteção internacional: direito 
internacional dos humanos (DIDH), direito internacional humanitário (DIH) e direito 
dos refugiados (DIR). 
O primeiro subgrupo refere-se ao estudo específico das matérias, direito humanitário e 
direitos dos refugiados são áreas específicas. 
Direito humanitário não se confunde com direitos humanos, em que pese a similaridade da 
expressão, trata-se do estudo do direito de conflitos armados (guerra), e direito dos refugiados 
refere-se à proteção internacional dada aos refugiados, desde a saída do seu local de residência, 
trânsito de um pais a outro e concessão de refúgio. 
 
Direito internacional 
dos humanos (DIDH) 
Direito internacional 
humanitário (DIH) 
Direito dos refugiados 
Lei Geral. Incumbe a 
proteção do ser humano em 
todos os aspectos. 
 
Subvertentes: Direito 
das minorias; 
Direito Penal 
Internacional. 
Lei Especial. Situação 
específica de conflitos 
armados (internacionais e 
não internacionais). 
Surgimento da Cruz 
Vermelha em 1863 
(organização não 
governamental que dá 
assistência às vítimas de 
guerra) 
Lei especial. Proteção 
do refugiado. 
Tratados/convenções/
pactos internacionais. 
Tem previsão nas 
convenções de 
Genebra, Haia e Nova York. 
Lei 9474/1997 – 
estatuto dos refugiados. 
 
Registre-se que são áreas independentes, mas não excludentes entre si, só são voltadas 
para situações específicas – guerra e direito dos refugiados. O CESPE julgou errada a seguinte 
questão: A aplicação das normas de direito internacional humanitário e de direito internacional 
dos refugiados impossibilita a aplicação das normas básicas do direito internacional dos 
direitos humanos. 
Cuidado com as diferenças entre as terminologias. Direitos Humanos e Direitos 
Fundamentais assumem conotação distinta no que se refere ao plano de positivação, muito 
embora ambos têm o mesmo significado: direitos inerentes ao ser humano, ligados a um 
conjunto mínimo que dá expressão a dignidade da pessoa humana. 
 Quando o plano de proteção advém de norma internacional: direitos 
humanos; 
 Quando o plano de proteção advém de norma interna/doméstica: direitos 
fundamentais; 
 
 
 
 
 
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MUDE SUA VIDA! 
3 
 
Direitos Humanos Direitos Fundamentais 
Previsão em ordem 
externa/internacional – tratados e 
convenções internacionais. A diferença 
está somente no plano de positivação. 
Protegido pela ordem internacional. 
Previsão em ordem 
interna/doméstica – Constituição Federal 
de determinado país. A diferença está 
somente no plano de positivação. 
Protegido pela ordem interna. 
 
São mais amplos que os dir. 
fundamentais. Podem ser reclamados por 
todos os cidadãos do planeta e em 
quaisquer condições, bastando que 
ocorra a violação de um direito seu 
reconhecido em norma internacional 
aceita pelo Estado em cuja jurisdição se 
encontre. 
Mais restritos, englobam tão 
somente a Constituição Federal de 
determinado país. O direito fundamental 
pode ser restringido pela Constituição 
Federal, por exemplo, o voto que não é 
extensível aos estrangeiros e conscritos. 
(art. 14) 
Para reclamar a violação aos 
direitos humanos, vale-se de órgãos 
internacionais de proteção (Exemplo: 
Corte interamericana de direitos 
humanos prevista no Pacto de São José da 
Costa Rica). 
 
Nos temos três grandes blocos em 
direitos humanos: 
 
Direitos Civis e políticos (direitos de 
1ª geração); 
Direitos economicos, sociais e 
culturais (direitos de 2ª geração); 
Direito dos povos, da humanidade 
(direitos de 3ª geração) 
Para reclamar a violação aos 
direitos fundamentais, utilizam-se 
garantias judiciais previstas na própria 
Constituição Federal (exemplo: Habeas 
Corpus para tutelara liberdade de 
locomoção – art. 5, LXIX da CF). 
 
Na CF, os direitos e as garantias 
individuais estão localizados do art. 5º ao 
17, muito embora existam direitos 
fundamentais fora desse lapso de artigos 
e direitos fundamentais implícitos. 
 
A distinção deve ser feita na prova, se assim for cobrada, mas há uma crítica doutrinária 
acerca dessa diferenciação. Há uma Intersecção entre o Direito Constitucional e o Direito 
Internacional dos Direitos Humanos. Há uma aproximação entre o direito internacional e o 
direito nacional, ainda mais pelo fato de que um tratado internacional pode ser incorporado ao 
ordenamento nacional (art. 5º, §3º CF). 
Além do mais, no âmbito da União Europeia, convencionou-se a utilizar a expressão 
“direitos fundamentais” para se referir tanto aos direitos garantidos pela ordem interna como 
pela ordem internacional, tanto é que o principal instrumento se chama Carta dos Direitos 
Fundamentais da União Europeia. 
Direitos humanos e Direitos do Homem são expressões sinônimas (no sentido 
ontológico/da essência), mas com diferentes pontos de vista. 
 
 
 
 
 
 
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MUDE SUA VIDA! 
4 
 
Direitos Humanos Direitos do homem 
Expressão utilizada no cenário 
internacional. Refere-se a direitos 
previstos em normas internacionais, 
especialmente em tratados e convenções. 
Concepção jusnaturalista (corrente 
do pensamento jurídico que indica um 
direito que provém da natureza – direito 
natural - existente antes do surgimento do 
estado, não positivados e válidos em todos 
os tempos). 
Conceito atual. Caráter histórico. Exemplos: 
Declaração Francesa dos direitos do 
homem e do cidadão – 1789, Declaração 
americana dos direitos e deveres do 
homem (Bogotá, 1948). Obs.: O STF já 
entendeu que o direito a fuga seria um 
direito natural a despeito da ausência de 
previsão legal. “A fuga é um direito natural 
dos que se sentem, por isso ou por aquilo, 
alvo de um ato discrepante da ordem 
jurídica, pouco importando a 
improcedência dessa visão." RHC 
84.851/BA, rel. Min. Marco Aurélio. (Nem 
todos os ministros compartilham a 
existência de um “direito natural a fuga”)1. 
 
Um bom exemplo é o direito à vida, que é considerado um direito do homem (não precisa 
de positivação). É natural que todo mundo entenda que a vida é o bem jurídico mais importante 
que temos. Tem previsão no art. 5º, CRFB/88, sendo um direito fundamental à vida. E, como 
tem previsão em tratado internacional, é também considerado um direito humano à vida. 
O direito natural serviu também para ampliar direito previsto na Constituição Federal. O 
art. 5º, LXIII prevê o direito ao silêncio, o qual foi transformado, jurisprudencialmente, ao longo 
do tempo, para um direito a não autoincriminação. “O direito natural afasta, por si só, a 
possibilidade de exigir-se que o acusado colabore nas investigações. A garantia constitucional 
do silêncio encerra que ninguém está compelido a autoincriminar-se.” (HC 83.943.MG. Rel. Min. 
Marco Aurélio, j. 27-4-2004). 
No que se refere, ainda, à terminologia, utilizam-se as expressões direitos individuais, 
liberdades públicas e direitos públicos subjetivos. Todavia, as três expressões se mostram 
incompletas, pois não abarcariam toda a gama de direitos humanos. 
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MUDE SUA VIDA! 
1 
 
SUMÁRIO 
1.TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS ............................................................................................................ 2 
1.3 CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS ............................................................................................... 2 
A) UNIVERSALIDADE .................................................................................................................................... 2 
B) ESSENCIALIDADE ..................................................................................................................................... 3 
C) RELATIVIDADE ......................................................................................................................................... 3 
D) HISTORICIDADE ....................................................................................................................................... 3 
E) INDIVISIBILIDADE E INTERDEPENDÊNCIA ............................................................................................... 4 
F) IMPRESCRITIBILIDADE ............................................................................................................................. 4 
G) INALIENABILIDADE .................................................................................................................................. 4 
H) IRRENUNCIABILIDADE ............................................................................................................................. 5 
I) INEXAURABILIDADE/ABERTURA/NÃO EXAUSTIVIDADE .......................................................................... 5 
J) VEDAÇÃO AO RETROCESSO ..................................................................................................................... 5 
 
 
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MUDE SUA VIDA! 
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1.TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS 
1.3 CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS 
A) UNIVERSALIDADE 
Os direitos humanos conferem titularidade de gozo às pessoas tão somente por ostentarem 
a condição humana, independentemente de sexo, raça, cor, religião, etnia ou outra condição. A 
universalidade surge no pós-segunda guerra mundial (se contrapondo à ideia de superioridade 
de raças proveniente do nazismo), mormente em 1948, com a edição da Declaração Universal de 
Direitos Humanos (“Declaração de Paris”) que dispõe que basta a condição humana para a 
titularidade de direitos – “ todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”. 
(Art. 1° DUDH). 
Há uma relativização da soberania dos países. 
Para alguns doutrinadores, transnacionalidade consiste no reconhecimento dos direitos 
humanos onde quer que o indivíduo esteja. 
A ideia de inerência, ou seja, qualidade de pertencimento à natureza humana, decorre da 
universalidade. 
A tese da universalidade é contrariada pelo relativismo cultural: esta tese se contrapõe ao 
universalismo e defende que os direitos humanos não são universais, eis que o direito é produzido 
de acordo com o sistema político, econômico, cultural, social e moral, vigentes em determinada 
sociedade. 
Para o relativismo cultural, cada cultura possui seu discurso próprio de direitos 
fundamentais e que se relaciona com as específicas circunstâncias culturais e históricas de cada 
sociedade. 
Para além dessa divergência, a doutrina entende por um forte universalismo e fraco 
relativismo cultural, ou seja, a cultura não pode servir de óbice ao desrespeito a direitos humanos 
que são consenso no mundo. 
Veja a Convenção de Viena que fala sobre o forte universalismo e fraco relativismo: 
 
“Convenção de Viena, 1993  item 5: Todos os direitos humanos são 
universais, indivisíveis interdependentes e inter-relacionados. A 
comunidade internacional deve tratar os direitos humanos de 
forma global, justa e equitativa, em pé de igualdade e com a mesma 
ênfase. Embora particularidades nacionais e regionais devam ser 
levadas em consideração, assim como diversos contextos históricos, 
culturais e religiosos, é dever dos Estados promover e proteger todos os 
direitos humanos e liberdades fundamentais, sejam quais forem seus 
sistemas políticos, econômicos e culturais.” 
 
 
 
 
 
Obs.: A proteção à universalidade não contraria a ideia de que determinados 
grupos vulneráveis (minorias) precisam de maiores doses de proteção do Estado, por 
intermédio da igualdade material. Por exemplo, com o estabelecimento de cotas para 
ingresso em universidades públicas. 
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MUDE SUA VIDA! 
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B) ESSENCIALIDADE 
São direitosessenciais, necessários à existência do ser humano. No que se refere ao plano 
formal, estão previstos no topo do sistema normativo de cada país – constituição federal e no plano 
material refere-se aos direitos mais importantes para o convívio social, valores supremos do ser 
humano e a prevalência da dignidade humana. 
Deriva da essencialidade a superioridade normativa. Os tratados internacionais de direitos 
humanos estão acima da legislação ordinária, equiparados às emendas constitucionais, quando 
aprovados na forma do Art. 5°, §3° da Constituição Federal ou quando não aprovados por esse 
quórum especial têm a natureza supralegal, conforme já decidiu o Supremo Tribunal Federal. 
 
 
C) RELATIVIDADE 
Por relatividade, entende-se que não há direito absoluto. No caso concreto, os direitos irão 
colidir. Exemplo: Direito a imagem x direito a informação jornalística. Estão sujeitos à ponderação, 
sopesamento entre eles, sendo que um irá prevalecer sobre o outro em situações específicas, 
diante de critérios de razoabilidade e proporcionalidade. 
O direito à vida, um dos mais importantes bem jurídicos da sociedade, não é absoluto. 
Falamos de relativização, por exemplo, no caso previsto constitucionalmente de guerra declarada 
e, também, no instituto penal da legitima defesa. 
No direito constitucional, essa característica é conhecida como princípio da convivência das 
liberdades públicas. 
 
 
 
No sentido de que a vedação a tortura seria um direito absoluto, o Art. 2° da Convenção da 
ONU contra Tortuta aduz: 
 
Art. 2. Item 2: Em nenhum caso poderão invocar-se circunstâncias 
excepcionais tais como ameaça ou estado de guerra, instabilidade 
política interna ou qualquer outra emergência pública como justificação 
para tortura. 
 
 
D) HISTORICIDADE 
Os direitos humanos são históricos, construídos ao longo do tempo, em um movimento 
pendular de avanços e retrocessos. Segundo Hanah Arendt, os direitos humanos não são um dado, 
mas um construído. 
CUIDADO: Para alguns doutrinadores, a vedação à escravidão e à vedação a 
tortura seriam direitos absolutos, eis que, em casos concretos, nunca são relativizados. 
Obs.: Nos direitos humanos, utiliza-se a expressão “normas de Jus Cogens” 
significando, basicamente, normas imperativas que são aceitas e conhecidas pela 
comunidade internacional e inderrogáveis, salvo por outra norma de igual hierarquia. 
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MUDE SUA VIDA! 
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Com o fim da Segunda Guerra e com o nascimento da Organização das Nações Unidas, a partir 
de 1945, que os direitos humanos começaram a se efetivar no plano internacional. A partir desse 
momento – pós 2ª Guerra Mundial –, fala-se em Internacionalização dos Direitos Humanos ou 
Direitos Humanos contemporâneos. 
 
 
 
 
 CUIDADO: Quando se estuda o fundamento jusnaturalista, verificamos que os direitos 
humanos são decorrentes da natureza, fixos, absolutos, imutáveis e preexistente ao 
surgimento do Estado. No entanto, atualmente, não subsiste mais o fundamento 
jusnaturalista, prevalece que os direitos humanos são mutáveis – a sociedade demanda 
do Estado novos carecimentos e o Estado, por vezes, reconhece essa demanda criando 
um novo direito, sobretudo pela introdução desse direito na Constituição Federal. 
 
 Ex.: As emendas constitucionais que criaram novos direitos sociais (espécie de direitos 
fundamentais): transporte, alimentação e moradia e foram introduzidas no art. 6° da 
Constituição Federal. 
 
 E) INDIVISIBILIDADE E INTERDEPENDÊNCIA 
Os direitos humanos possuem mesma hierarquia. São incindíveis entre si e, por 
consequência, não é possível proteger alguns direitos e esquecer os outros. Não adiantaria 
garantir os direitos de 1º geração, as liberdades públicas, sem efetivar direitos sociais (art.6º 
CF – 2ª Geração). Portanto, são interdependentes, ou seja, todos os direitos contribuem para 
a realização da dignidade da pessoa humana, de modo que o conteúdo de um direito depende 
e se vincula ao conteúdo de outro. 
 
F) IMPRESCRITIBILIDADE 
Os direitos em abstrato não se perdem pelo decurso do tempo. O que pode existir é a 
prescrição do direito decorrente do exercício dos direitos humanos. É possível, portanto, 
desenvolver relações negociais a partir dos direitos humanos (por exemplo, cedendo o direito à 
imagem na realização de uma propaganda de televisão). 
 
G) INALIENABILIDADE 
Os direitos (em abstrato) não podem ser objetos de contrato. Direitos humanos não podem 
ser transferidos ou cedidos (onerosa ou gratuitamente) a outrem, sendo, portanto, indisponíveis 
e inegociáveis. No entanto, o exercício de direitos pode ser facultativo, sujeito à negociação. 
Segundo Bobbio (A era dos direitos), os direitos humanos são históricos, nascidos 
em certas circunstâncias, caracterizadas por lutas em defesa de novas liberdades 
contra velhos poderes, e, nascidos de modo gradual, não todos de uma vez nem de 
uma vez por todas. 
Direitos humanos são mutáveis, adaptáveis, dinâmicos, e não são estacionários. 
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MUDE SUA VIDA! 
5 
 
O art. 14, do código civil, por exemplo, prevê que a disposição do corpo após a morte, seja 
com objetivo científico ou com sentido altruístico, somente será possível de forma gratuita. 
 
Art. 14. Código Civil. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a 
disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois 
da morte. 
 
H) IRRENUNCIABILIDADE 
A irrenunciabilidade significa que nem mesmo o consentimento do titular pode validar a 
violação de seus direitos. Não é possível, por exemplo, determinada pessoa dispor do próprio 
corpo, quando isso importar a diminuição permanente da integridade física, conforme se extrai do 
art. 13 do código civil. 
 
 
Art. 13. Código Civil. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de 
disposição do próprio corpo, quando importar diminuição
 permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. 
 
I) INEXAURABILIDADE/ABERTURA/NÃO EXAUSTIVIDADE 
Os direitos humanos não constituem um rol taxativo de direitos. Há sempre a possibilidade 
de expansão em razão do surgimento de novas demandas sociais. A expansão de novos direitos é 
desdobramento da característica da historicidade. O art. 5º, §2º da Constituição Federal estabelece 
uma cláusula de abertura material de direitos e garantias expressos na Constituição. 
 
Art. 5, § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não 
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, 
ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil 
seja parte. 
 
J) VEDAÇÃO AO RETROCESSO 
 Também chamados de “efeito cliquet”, princípio da proibição da evolução reacionária ou 
entrincheiramento. Significa que a proteção conquistada na concretização dos direitos não pode 
ser suprimida por nosso legislador. É vedado que os Estados diminuam ou amesquinhem a 
proteção já conferida aos direitos humanos. Pode-se afirmar, portanto, que a proteção aos direitos 
humanos é expansiva. 
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MUDE SUA VIDA! 
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SUMÁRIO 
1.TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS ............................................................................................................ 2 
1.4 ESTRUTURA NORMATIVA .............................................................................................................................. 2 
1.5 FUNDAMENTAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS.............................................................................................. 2 
A) CORRENTE NEGATIVISTA ......................................................................................................................... 2 
B) CORRENTE JUSNATURALISTA .................................................................................................................. 2 
C) CORRENTE JUSPOSITIVISTA\POSITIVISTA ................................................................................................3 
D) CORRENTE EXISTENCIALISTA ................................................................................................................... 3 
E) CORRENTE DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA – PÓS-POSITIVISTA .................................................... 3 
 
 
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MUDE SUA VIDA! 
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1.TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS 
1.4 ESTRUTURA NORMATIVA 
Os direitos humanos que se positivam em normas internacionais podem provir do sistema 
global (pertencente à ONU e por isso chamado de “onusiano”) ou de sistemas regionais de proteção 
(sistema interamericano, europeu e africano). 
Os sistemas de proteção possuem normas, órgãos e mecanismos. 
Os sistemas de proteção são dotados dos princípios da coexistência, subsidiariedade, livre-
escolha e cooperação. 
 
1.5 FUNDAMENTAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
Fundamentar os direitos humanos é buscar as razões que legitimam e motivam o 
reconhecimento dos direitos humanos, buscar essa genealogia. Investigar o porquê dos direitos 
humanos. 
“Os direitos humanos nascem como direitos naturais universais, desenvolvem-se como 
direitos positivos particulares para finalmente encontrar a plena realização como direitos 
positivos universais”. (Norberto Bobbio) 
 
A) CORRENTE NEGATIVISTA 
A corrente negacionista é defendida por Norberto Bobbio, o qual entende que a grande 
questão dos direitos humanos diz respeito à sua efetividade, e não à sua fundamentação. Para o 
autor, não existe relação entre a proteção e a fundamentação dos direitos humanos. Nesse sentido, 
Bobbio afirma que “o problema fundamental em relação aos direitos do homem, hoje, não é tanto 
o de justificá-los, mas o de protegê-los. Trata-se de um problema não filosófico, mas político”. 
A expressão direitos humanos é vaga e desprovida de consenso quanto ao seu significado e 
varia conforme a evolução histórica. Portanto, existem 03 dificuldades na busca pelo fundamento 
dos direitos humanos: 
 
 
 
B) CORRENTE JUSNATURALISTA 
O jusnaturalismo é uma corrente do pensamento jurídico que defende a existência de um 
conjunto de normas vinculantes anterior e superior ao sistema de normas fixadas pelo Estado 
(direito posto). Para a doutrina jusnaturalista, é direito o que é natural, isto é, a juridicidade é um 
dado eterno, imutável e universal, que provém e deve ser descoberto da “natureza”. 
Os direitos naturais podem ser oriundos de uma divindade superior (escola de direito 
natural de razão divina) ou da natureza do ser humano (escola de direito natural moderno). 
 
Direitos humanos é expressão vaga; 
Direitos humanos constituem em classe variável – direitos mutáveis; 
A Classe dos direitos humanos é heterogênea. 
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C) CORRENTE JUSPOSITIVISTA\POSITIVISTA 
Com a consolidação do Estado constitucional (séculos XIX e XX), os direitos humanos tidos 
como naturais foram inseridos no corpo da Constituição e das leis, passando a ser considerados 
direitos positivados. 
A Escola positivista traduziu a ideia de um ordenamento jurídico produzido pelo homem de 
forma coerente e hierarquizada, que teria em seu topo a Constituição (pressuposto de validade de 
todas as demais normas). Os direitos humanos foram inseridos na Constituição, obtendo, com isso, 
um estatuto normativo superior. 
Surge o positivismo nacionalista, ou seja, o indivíduo tem direitos porque é nacional de 
determinado Estado, de modo que é o Estado que confere direitos as pessoas sujeitas ao seu 
ordenamento. Portanto, são válidos somente nos Estados que o reconhecem. 
 
D) CORRENTE EXISTENCIALISTA 
O existencialismo pode ser entendido como o conjunto de filosofias que se valem da análise 
da existência, ou seja, que analisam a existência do homem, a vida. 
Diferentemente do jusnaturalismo, para quem os direitos humanos são descobertos, e do 
positivismo, para quem os direitos são aplicados, a fundamentação existencialista defende que 
os direitos humanos são construídos, isto é, são aquilo que nós fizermos com que eles sejam. 
 
 
E) CORRENTE DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA – PÓS-POSITIVISTA 
Os direitos humanos decorrem da dignidade da pessoa humana. 
Corrente adotada no pós-segunda guerra mundial e, segundo a qual, a condição de pessoa 
(ser humano) é o único requisito para a titularidade de direito, independentemente de qualquer 
outra condição. O pós-positivismo gera, no plano interno, o que se 
denominou como Neoconstitucionalismo. 
O Neoconstitucionalismo decorre da ideia de Estado Democrático de Direito. Após as 
atrocidades cometidas na segunda guerra mundial, o direito se aproxima da moral, a dignidade da 
pessoa humana é o valor central da Constituição Federal, há uma filtragem constitucional, ou seja, 
uma interpretação das leis conforme os valores constitucionais e aplicação da eficácia horizontal 
dos direitos e, por fim, um fortalecimento do poder judiciário, sobretudo com um ativismo judicial, 
conferindo direitos e garantias fundamentais aos casos a ele submetido. 
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SUMÁRIO 
1.TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS .............................................................................................................2 
1.6 CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS ....................................................................................................2 
A) GERAÇÃO/DIMENSÃO/FAMÍLIA DE DIREITOS FUNDAMENTAIS OU DIREITOS HUMANOS......................2 
 
 
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1.TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS 
1.6 CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
A) GERAÇÃO/DIMENSÃO/FAMÍLIA DE DIREITOS FUNDAMENTAIS OU 
DIREITOS HUMANOS 
Teoria desenvolvida por Karel Vasak em 1979. Classificou os direitos humanos em três 
gerações associando-as aos lemas da revolução francesa: 
 Liberdade: direitos de 1º geração  Direitos Civis e Políticos; 
 Igualdade: direitos de 2º geração Direitos econômicos, sociai e culturais; 
 Fraternidade ou solidariedade: direitos de 3ºgeração Direito dos povos, da 
humanidade. 
Apresentamos, também, os direitos de 4º e 5º geração, em que pese terem sido reconhecidos 
por outros doutrinadores e sob esses não há consenso sobre suas características: 
 
1ª Geração/Dimensão 2ª Geração/Dimensão 3ª Geração/Dimensão 
Palavras-chave: 
 
Liberdades públicas. Direitos 
civis e políticos. 
Palavras-chave: 
 
Igualdade. Direitos 
econômicos, sociais e 
culturais. 
Palavras-chave: 
 
Solidariedade/Fraternidade. 
Direito dos povos. 
São prestações negativas por 
parte do Estado. 
Não interferir em direitos 
individuais. 
São prestações positivas por 
parte do Estado. 
 
Assegurar o princípio da 
igualdade material. 
São direitos difusos/ 
transindividuais. 
 
Pertencentes a todos 
indistintamente. 
ireitos de defesa/direitos 
negativos. 
Direito à vida, igualdade formal, 
liberdade, propriedade, 
segurança, privacidade, 
personalidade, acesso à justiça, 
nacionalidade, direitos 
Direitos de prestação/direitos 
positivos. 
Direito a educação, trabalho, 
saúde, moradia, alimentação, 
assistência social, lazer, 
cultura. Referem-se à 
igualdade material. 
Direito a paz, meio ambiente 
equilibrado, 
autodeterminação, direito 
do consumidor, direito a um 
serviço público eficiente. 
 políticos: votar, ser votado. 
Direitos humanos penais: 
vedação à prisão arbitrária, 
individualização da pena, direito 
ao silêncio. 
 
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3 
Momento histórico: Passagem 
do estado absolutista para o 
liberal. 
Fase do constitucionalismo 
clássico. Séc. XVII a séc. XIX. 
Momento histórico: 
Passagem do estado liberal 
para o estado social frente às 
desigualdades sociais 
existentes. Séc. XX. 
Momento histórico: Fim da 
segunda guerra mundial. 
1945. 
Documentos históricos: Carta 
Magna (1215), Habeas Corpus 
Act, 
Bill of Rights(1689), Declaração 
Americana de Independência do 
Estado da Virgínia (1776), 
Declaração Francesa dos direitos 
do homem e do cidadão (1789). 
No Brasil: CF de 1824 (império) e 
1891 (república). 
Documentos históricos: 
Constituição 
Mexicana (1917), 
Constituição de Weimar 
(1919), OIT (1919). No Brasil: 
CF de 1934. 
Documentos históricos: No 
Brasil: CF de 88. 
Teóricos: Iluministas do Séc. 
XVIII – Grócio, Locke, Rousseau, 
Montesquieu 
Téoricos: Marx e Engels 
– Manifesto Comunista. 
Teóricos: Pesquisas sobre a 
importância de se preservar 
gerações futuras no que se 
refere ao direito ao meio 
ambiente sadio e 
equilibrado. 
Existem, ainda, os direitos de 4ª e 5ª geração, em que pese não serem consenso doutrinário 
e que a teoria clássica de Vasak abrange tão somente as três gerações supramencionadas. 
4º Geração/Dimensão 5º Geração/Dimensão 
Para Paulo Bonavides: Resulta da globalização 
dos direitos humanos, de sua expansão e 
abertura além-fronteiras. Ex: direito a 
democracia, informação e pluralismo. Direitos 
da solidariedade. 
Para Paulo Bonavides: direito a paz em toda 
humanidade (a paz era classificada por Karel 
Vasak como sendo direitos de terceira geração). 
São chamados pelo doutrinador de Direito da 
esperança. São enaltecidos depois do 
 
Para Norberto Bobbio: direito a manipulação 
genética. Engenharia Genética 
Para Bobbio, os chamados direitos de quarta 
dimensão se referem aos efeitos traumáticos da 
evolução da pesquisas biológica, que permitirá a 
manipulação do patrimônio genético do 
indivíduo de modo cada vez mais intenso. 
 
ataque às torres gêmeas em Nova York, no 11 de 
setembro de 2011. 
Momento histórico: Pós Modernidade. 
Séc. XXI. 
Momento histórico: Séc. XXI. 
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Alguns autores classificam a 5ª Geração como o direito eletrônico (direito de acesso e 
convivência num ambiente salutar no ciberespaço - Patrícia Peck e Luis Carlos Olivo). 
O termo gerações indica uma ideia errada de que uma substitui a outra, de sucessão. No 
entanto, diante das características estudadas de indivisibilidade e interdependência dos direitos 
humanos, não é possível admitir a substituição de direitos, razão pela qual a doutrina tem utilizado 
o termo dimensão ao invés de geração, que dá a ideia de que os direitos coexistem, dialogam e 
acumulam ente si. 
Portanto, gerações, dimensões ou famílias são termos sinônimos, mas o contexto histórico 
de integração desses conceitos é diferente. 
Gerações: Denota algo estanque, ou seja, algo que foi abandonado e deixado de 
usar. 
Dimensões: Noção mais moderna dos direitos humanos, ou seja, refere-se a algo 
que já existe e que eu carrego para outro momento histórico. Direitos indivisíveis. 
Há doutrinadores que ainda citam a 6º Geração/dimensão de direitos fundamentais: Luta e 
acesso a água potável. 
 ATENÇÃO À CRÍTICA: O professor Cançado Trindade critica a teoria geracional no 
plano internacional, tendo em vista que, historicamente, no plano internacional é 
incorreta: os direitos sociais surgem primeiro que os direitos civis e políticos. A OIT foi 
instituída como uma agência da Liga das Nações após a assinatura do Tratado de 
Versalhes (1919), que deu fim à Primeira Guerra Mundial. A sua Constituição 
corresponde à Parte XIII do Tratado de Versalhes. Em 1919, nasce a Organização 
Internacional do Trabalho (OIT – direitos sociais trabalhistas), para só depois – em 
1948 (DUDH) e 1966 (PIDCP), surgirem direitos civis e políticos. 
 
 Registra, ainda, que a teoria é juridicamente infundada, pois não há que se separar os 
direitos em categorias, tendo em vista que um depende do outro, estão relacionados, 
ligados. São indivisíveis e interdependentes. 
Resumindo, para o doutrinador Cançado Trindade, a teoria geracional é historicamente 
incorreta e juridicamente infundada. 
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Liga_das_Na%C3%A7%C3%B5es
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Versalhes_(1919)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Versalhes_(1919)
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Guerra_Mundial
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SUMÁRIO 
TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS ......................................................................................................... 2 
1.7 OUTRAS CLASSIFICAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS ................................................................................ 2 
b) STATUS DE JELLINEK .............................................................................................................................. 2 
c) CLASSIFICAÇÃO DE ANDRÉ DE CARVALHO RAMOS ............................................................................... 2 
D) EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS............................................................................................. 2 
E) DIMENSÕES OBJETIVAS E SUBJETIVAS DOS DIREITOS HUMANOS/FUNDAMENTAIS: .......................... 3 
F) DIREITOS HUMANOS/ DIREITOS FUNDAMENTAIS DE ACORDO COM AS FUNÇÕES: ............................ 3 
G) DIREITOS HUMANOS/DIREITOS FUNDAMENTAIS DE ACORDO COM A FINALIDADE: .......................... 4 
H) DIREITOS HUMANOS/FUNDAMENTAIS DE ACORDO COM A FORMA DE RECONHECIMENTO: ............ 4 
 
 
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2 
 
TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS 
1.7 OUTRAS CLASSIFICAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 
B) STATUS DE JELLINEK 
É uma classificação importante e, às vezes, cobrada nas provas. Tem origem no final do 
século XIX. O autor Georg Jellinek repudia a ideia do jusnaturalismo, reconhecendo o caráter 
positivo dos direitos. 
Na sua classificação, relaciona o indivíduo em quatro situações perante o Estado. 
 Status passivo/status subjectionis: o indivíduo encontra-se em posição de 
sujeição/subordinação com o Estado, o qual goza de prerrogativas, notoriamente 
pela supremacia do interesse público sobre o particular; 
 Status negativo/status libertatis: Nesse status, há a prevalência das liberdades 
públicas, de modo que o Estado não pode interferir em direitos individuais. É a 
resistência do indivíduo contra o Estado. Trata-se do surgimento dos direitos civis. 
 Status positivo/status civitatis: Nesse ponto, enfatizam-se os direitos sociais, 
econômicos e culturais, ou seja, a necessidade de o Estado realizar 
assistência/prestações positivas para assegurar a isonomia material. 
 Status ativo/status activus: Por fim, o doutrinador expressa os direitos políticos, o 
indivíduo que participa da formação da vontade do estado, além do direito de 
asceder aos cargos em órgãos públicos. 
C) CLASSIFICAÇÃO DE ANDRÉ DE CARVALHO RAMOS 
André de Carvalho Ramos explica que os direitos humanos podem ser divididos em quatro 
espécies, quais sejam, (i) direito-pretensão; (ii) direito-liberdade; (iii) direito-poder; e (IV) 
direito-imunidade. 
 (i) direito-pretensão: consiste na busca de algo e, consequentemente, no dever 
gerado a outrem de prestar. Como exemplo, temos o direito à educação fundamental, 
que gera para o Estado o dever de prestá-la gratuitamente; 
 (ii) direito-liberdade: trata-se da faculdade de agir que gera a ausência de direito 
de qualquer outro ente ou pessoa. Cite-se, a título de exemplo, a liberdade de credo 
(o Estado não possui direito de exigir que a pessoa tenha determinada religião); 
 (iii) direito-poder: implica uma relação de poder de uma pessoa de exigir uma 
sujeição do Estado ou de outra pessoa. Exemplo: uma pessoa ao ser presa tem o 
poder de requerer a assistência da família e do advogado, o que sujeita a autoridade 
pública a providenciar esse contato; 
 (iv) direito-imunidade: consiste na autorização dada por uma norma a uma 
determinada pessoa que impede que outra interfira de qualquer modo. Exemplo: 
uma pessoa é imune à prisão, salvo nas hipóteses previstasem lei. 
D) EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
Eficácia vertical: 
Foi pensado para equilibrar a relação do Estado e particular, porque o Estado está acima 
do particular. O Estado goza de supremacia em razão de prevalecer o interesse público. A 
eficácia vertical se assemelha com o status de sujeição da teoria de Jelinek. 
 
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ESTADO 
 
 
PARTICULAR 
 
 
Eficácia horizontal: 
Aqui os direitos fundamentais devem ser observados entre os particulares, já que estes 
estão em igualdade. Na eficácia horizontal, não há a presença do Estado. 
 
PARTICULAR PARTICULAR 
 
 
Eficácia diagonal: 
A eficácia diagonal se refere a uma relação entre particulares, muito embora um deles 
encontra-se em posição de superioridade, mas não é o Estado. A doutrina fala em eficácia 
diagonal nas relações trabalhistas e nas consumeristas. 
 
PARTICULAR A 
 
 
PARTICULAR B 
E) DIMENSÕES OBJETIVAS E SUBJETIVAS DOS DIREITOS 
HUMANOS/FUNDAMENTAIS: 
 Objetiva: Eficácia irradiante, ou seja, os direitos fundamentais irradiam em todo o 
ordenamento jurídico, existem para estar presente em todos os direitos, alcançando 
os poderes públicos em suas atividades. 
 
 Subjetiva: É a possibilidade que todos os indivíduos têm de exigir a prestação dos 
direitos fundamentais. O “fazer estatal” e o “não fazer estatal” pode ser exigido pelo 
indivíduo. Como o indivíduo exigir do Estado a prestação do direito à saúde, que é 
direito de todos. 
F) DIREITOS HUMANOS/ DIREITOS FUNDAMENTAIS DE ACORDO COM 
AS FUNÇÕES: 
Os direitos humanos podem ser classificados, conforme doutrina de André de Carvalho 
Ramos: 
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4 
 
 Direitos de defesa: Transformação dos direitos em uma espécie de escudo contra o 
poder estatal, concretizando exigências de abstenção, derrogação ou até mesmo de 
anulação dos atos do Estado. Os direitos de defesa geram três subespécies: 
• Direito ao não impedimento (liberdade de expressão, por exemplo); 
• Direito ao não embaraço (direito a privacidade, por exemplo); 
• Direitos a não supressão de determinadas situações jurídicas (defesa da 
propriedade, por exemplo). 
 Direitos a prestações: exigem uma obrigação estatal de ação para assegurar a 
efetividade dos direitos humanos. Instrumentaliza-se por prestações jurídicas ou 
materiais: 
• Prestações jurídicas: Elaboração de normas jurídicas que disciplinam 
determinado direito. 
• Prestações materiais: Concessão de direitos na prática. Ex.: fornecimento gratuito 
de medicamentos. 
• Direitos a procedimento e instituições: Exigir do Estado que se estruture 
órgãos e corpo institucional aptos a oferecer bens ou serviços indispensáveis à 
efetivação dos direitos humanos. 
G) DIREITOS HUMANOS/DIREITOS FUNDAMENTAIS DE ACORDO COM 
A FINALIDADE: 
 Direitos propriamente ditos (visam ao reconhecimento jurídico de pretensões 
inerentes à dignidade de todo ser humano); 
 Garantias fundamentais (asseguram os direitos propriamente ditos). 
As garantias fundamentais se subdividem em: 
• a) garantias em sentido amplo - são as chamadas "garantias institucionais", 
consistem em um conjunto de meios de índole institucional (MP, Defensoria 
Pública etc) e organizacional (Imprensa livre) que visa a assegurar a efetividade 
e observância dos direitos humanos. 
• b) garantias em sentido estrito - consistem no conjunto de mecanismos 
processuais ou procedimentais destinada a proteger os direitos essenciais dos 
indivíduos. Essas garantias são de ordem nacional e internacional (ex.: remédios 
constitucionais e o direito de petição na esfera internacional). 
H) DIREITOS HUMANOS/FUNDAMENTAIS DE ACORDO COM A FORMA 
DE RECONHECIMENTO: 
 Direitos expressos: explicitamente mencionados na CF; 
 Direitos implícitos: São extraídos de normas gerais previstas na CF e que decorrem 
da dignidade da pessoa humana. Ex: direito à busca da felicidade; 
 Direitos decorrentes de tratados de direitos humanos: Como exemplo, os direitos 
previstos na Convenção das Nações Unidas sobre os direitos da pessoa com 
deficiência, de estatura constitucional, eis que aprovado na forma do Art. 5°, §3° da 
CF. 
 
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1 
 
SUMÁRIO 
4. A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA E OS TRATADOS INTERNACIONAIS ................................................................ 2 
ANÁLISE DO ART. 1° AO 2° DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL .............................................................................. 2 
 
 
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2 
 
4. A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA E OS TRATADOS 
INTERNACIONAIS 
Nesse ponto, iremos abordar os principais tópicos de menção aos direitos humanos na 
Constituição Federal. Aqui, há um ponto forte de interseção com a disciplina de direito 
constitucional. Não trataremos de toda a extensão dos direitos e garantias fundamentais na 
Constituição Federal, apenas daqueles pontos considerados específicos da matéria de direitos 
humanos. 
A Constituição Federal de 1988 surge no período de redemocratização após 21 anos de 
ditadura militar - 1964 a 1985. A chamada Constituição Cidadã instaura um Estado Democrático 
de Direito, trazendo o mais longo catálogo de direitos fundamentais e a dignidade da pessoa 
humana como fundamento do Estado e valor central do nosso Ordenamento Jurídico. 
Trouxe uma autonomia e independência funcional do Ministério Público e uma missão de 
defesa de direitos humanos. A Defensoria Pública inserida como função essencial à Justiça 
aceita a internacionalização dos direitos humanos, adere a tribunais internacionais e expõe 
princípios nas relações internacionais. 
Há um movimento constitucional pós-segunda guerra mundial que modifica o 
fundamento positivista para um pós-positivismo, o qual é chamado de neoconstitucionalismo. 
Segundo Flávia Piovesan, intenta-se a reaproximação da ética e do direito, e, neste esforço, 
surge a força normativa dos princípios, especialmente do princípio da dignidade humana. Há 
um reencontro com o pensamento kantiano, com as ideias de moralidade, dignidade, direito 
cosmopolita e paz perpétua. Para Kant, as pessoas devem existir como um fim em si mesmo e 
jamais como um meio, a ser arbitrariamente usado para este ou aquele propósito. 
Com o Neoconstitucionalismo temos, também, o fortalecimento do Poder Judiciário pela 
judicialização das políticas públicas, garantindo o mínimo existencial. 
ANÁLISE DO ART. 1° AO 2° DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
PREÂMBULO 
 
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia 
Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, 
destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a 
liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade 
e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, 
pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e 
comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução 
pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a 
seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. 
 
TÍTULO I 
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui- 
se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
I - a soberania; 
 II - a cidadania; 
III- a dignidade da pessoa humana; 
IV- os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
 
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Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio 
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta 
Constituição. 
 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
O art. 1º da Constituição Federal já trata da forma de governo republicana que se 
caracterizapelo caráter eletivo, representativo e transitório dos detentores do poder político, 
além de responsabilidade dos governantes. 
Trata, também, da forma federativa do Estado, com a divisão do poder político em 
entidades federativas, todas com autonomia. 
O Estado Democrático de direito é o regime político adotado e garantia de uma sociedade 
pluralista em que todas as pessoas se submetem as leis e ao direito que são criadas pelo povo, 
por representantes eleitos. 
A democracia é semidireta ou participativa, de modo que há um regime híbrido entre 
democracia representativa (regra) e democracia direta, por exemplo, em um referendo, 
plebiscito. 
Os fundamentos da República (art. 1º CF – soberania, cidadania, dignidade da pessoa 
humana e valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa) convergem para uma proteção global 
dos direitos humanos. 
No que se relaciona aos fundamentos: 
A soberania relaciona-se à independência na ordem externa e a supremacia na ordem 
interna. O movimento pós-segunda guerra mundial trouxe a ideia de relativização da soberania 
pela inscrição dos Países a uma serie de tratados internacionais. 
A cidadania refere-se à participação política do cidadão na formação da vontade do 
Estado, votando, sendo votado ou fiscalizando os atos do poder público. 
A dignidade da pessoa humana é o valor central do nosso Ordenamento jurídico e se refere 
à qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano. A dignidade pode ser entendida em um 
sentido negativo – vedação ao tratamento desumano, arbitrário e degradante e, também, em 
um sentido positivo – assegurar condições materiais mínimas de sobrevivência. Trata-se do 
chamado mínimo existencial. 
A dignidade da pessoa humana pode ser utilizada para: 
 Fundamentar a criação de novos direitos; 
 Interpretação adequada de um determinado direito; 
 Limite a atuação do Estado; 
 Juízo de ponderação entre direitos fundamentais que estão colidindo entre si; 
O valor social do trabalho refere-se à relação capital-trabalho. 
O pluralismo político é traço do pensamento liberal, desdobramento do princípio 
democrático, autorizando em uma sociedade a existência de uma série de convicções de 
pensamentos, de planos e projetos de vida, todos devidamente respeitados. Respeito a 
alteridade. 
A CF determinou que o Brasil deveria cumprir nas suas relações internacionais o princípio 
da “prevalência dos direitos humanos” (art. 4º, II CF), assim como a formação de um tribunal 
internacional de direitos humanos (art. 7º ADCT – Ato das disposições constitucionais 
transitórias). 
Cumprindo esse comando constitucional, o Brasil celebrou diversos tratados 
internacionais e reconheceu em 1998 a jurisdição da Corte Interamericana de Direitos Humanos 
(julga Estados – sistema regional) e, em 2002, a jurisdição do Tribunal Penal Internacional – 
Estatuto de Roma (julga pessoas que cometeram graves violações a direitos humanos). 
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SUMÁRIO 
ANÁLISE DOS PARÁGRAFOS DO ART. 5° DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL ...................................................................... 2 
INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA (FEDERALIZAÇÃO DOS CRIMES CONTRA OS DIREITOS 
HUMANOS) ................................................................................................................................................................ 3 
 
 
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 Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do 
Brasil: 
I - Construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o 
desenvolvimento nacional; 
- Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais 
e regionais; 
- Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade 
e quaisquer outras formas de discriminação. 
 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas 
relaçõesinternacionais pelos seguintes princípios: 
- independência nacional; 
- prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; 
- não-intervenção; 
- igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; 
- solução pacífica dos conflitos; 
- repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
- cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão 
de asilo político. 
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração 
econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando 
à formação de uma comunidade latino-americana de nações. 
 
 No que se relaciona aos art.s 3º e 4º da CF, basta uma leitura atenta da lei seca. 
ANÁLISE DOS PARÁGRAFOS DO ART. 5° DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
• Art. 5º, §1º da Constituição Federal: 
As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação 
imediata. 
O que seria ter aplicação imediata? Segundo André Carvalho, esses direitos são tendencialmente 
completos, ou seja, aptos a serem invocados desde logo pelo indivíduo que teve o direito violado. 
A doutrina majoritária, portanto, entende que o dispositivo acima é uma norma-princípio, 
estabelecendo uma ordem de otimização, uma determinação para que se confira a maior eficácia 
possível aos direitos fundamentais. 
• Art. 5º, §2º da Constituição Federal: 
Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte 
 
É a chamada cláusula de abertura material dos direitos fundamentais, o que expressa, inclusive, 
a característica de inexaurabilidade dos direitos humanos. 
Os direitos são demandas sociais que podem surgir ao longo do tempo, daí a necessidade de se 
abrir o catálogo de direitos fundamentais para abranger outras possibilidades de acordo com a 
evolução social. 
• Art. 5°, §4° da Constituição Federal: 
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja 
criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
45, de 2004) 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art1
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A CF determinou que o Brasil deveria cumprir nas suas relações internacionais o princípio da 
“prevalência dos direitos humanos” (art. 4º, II CF), assim como a formação de um tribunal 
internacional de direitos humanos (art. 7º ADCT – Ato das disposições constitucionais transitórias) 
→ Cumprindo esse comando constitucional, o Brasil celebrou diversos tratados internacionais e 
reconheceu em 1998 a jurisdição da Corte Interamericana de Direitos Humanos (julga Estados – 
sistema regional) e, em 2002, a jurisdição do Tribunal Penal Internacional – Estatuto de Roma. (julga 
pessoas que cometeram graves violações a direitos humanos). 
 O Direito Internacional Penal é ramo do Direito Internacional Público. Rompe-se com a 
barreira de que só os Estados podem ser responsabilizados e cria condições para a cidadania 
universal do indivíduo, sendo sujeito de direitos no plano internacional. 
 Vejamos os antecedentes históricos na formação do tribunal internacional: 
 
• Tratado de Versalhes em 1919 previa a criação de um tribunal especial para julgar o 
Kaise Guilherme da Alemanha, responsabilizando-o pelo início da primeira guerra 
mundial; 
• Tribunal de Nuremberg de 1945 julgou os crimes praticados por nazistas na segunda 
guerra mundial; 
• Tribunal de Tóquio de 1946 julga integrantes do núcleo militar e civil do governo 
japônes; 
• Resoluções do Conselho da ONU criando tribunais penais para a ex-Iuguslavia e Ruanda; 
• Tribunal Penal Internacional – Estatuto de Roma em 1998  Personalidade Jurídica 
Internacional. Julga os crimes de genocídio, crimes contra humanidade, crimes de 
guerra e de agressão. Os crimessão imprescritíveis e possuem a possibilidade de prisão 
perpétua e entrega de um nacional para ser julgado. 
INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA (FEDERALIZAÇÃO 
DOS CRIMES CONTRA OS DIREITOS HUMANOS) 
Trata- se de incidente de deslocamento da competência, da justiça estadual para a justiça 
federal. (art.109, §5º, CRFB/88– incluído pela Emenda constitucional n° 45/04). 
O art. 109, §5º da CF dispõe que: 
Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador- Geral 
da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações 
decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o 
Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em 
qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de 
competência para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
45, de 2004) 
A competência poderá ser deslocada da justiça estadual para a justiça federal em qualquer fase 
do inquérito ou do processo judicial, quando estiver diante de caso de grave violação aos direitos 
humanos. 
A competência para suscitar o incidente será do Procurador Geral da República - PGR e será 
julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (aqui a prova vai tentar te enganar trocando STJ por STF). 
Registre-se que há um requisito implícito, muito importante, que pode cair na sua prova: 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art109
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Vamos sintetizar os requisitos do IDC previsto no art. 109, §5º CF: 
 Legitimidade exclusiva do Procurador Geral da República para provocar o IDC; 
 Competência privativa do STJ para julgamento; 
 O caso se refira à grave violação a direitos humanos (ex.: violação à vedação da tortura); 
 Abrangência cível ou criminal; 
 Deslocamento pode ocorrer na fase pré-processual (investigação) ou processual (ação 
penal ou cível); 
 Relaciona-se ao cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de 
direitos humanos celebrados pelo Brasil; 
 Fixa a competência da Justiça Federal uma vez julgado procedente pelo STJ; 
 Conduta negligente das autoridades estaduais ou demora injustificada (requisito 
implícito) 
CASOS DE IDC JÁ JULGADOS PELO STJ: 
1º caso: Caso da Irmã Doroty Stang. O STJ não aceitou o incidente, pois não havia provas de que a 
Justiça Estadual estava inerte no julgamento do caso. 
2º caso: Manoel bezerra de matos – deferido em 2010. Advogado humanista executado na fronteira 
de Pernambuco e Paraíba. 
3º Caso: Caso de grupo de extermínio e violência policial em Goiás. Julgado parcialmente procedente; 
4º Caso: Homicídio do promotor de justiça Thiago Faria Soares julgado procedente. 
Não basta que ocorra uma grave violação de direitos humanos para falarmos em 
deslocamento de competência, é preciso estar evidenciada uma conduta das autoridades 
estaduais reveladora de falha proposital por negligência, imperícia ou imprudência na 
condução de seus atos que maculem o direito protegido ou ainda que revele demora 
injustificada na investigação ou na prestação jurisdicional gerando risco de 
responsabilização internacional. 
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SUMÁRIO 
4.3 ANÁLISE DO ART. 5°, § 3º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL .......................................................................... 2 
FASES DOS TRATADOS INTERNACIONAIS (ITER DOS TRATADOS) .................................................................. 3 
CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE........................................................................................................... 4 
 
 
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4.3 ANÁLISE DO ART. 5°, § 3º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
Art. 5º, §3º da Constituição Federal: Os tratados e convenções 
internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em 
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos 
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas 
constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 
2004) Internalização de tratados internacionais sobre direitos 
humanos, os quais terão status de EC, nos moldes do art. 60 da CF. 
Acreditamos que pelo menos uma questão sairá desse ponto. Não podemos errar!! 
Inicialmente, cabe destacar que os tratados internacionais têm igual hierarquia no âmbito 
internacional. Por exemplo, o pacto internacional de direitos civis e políticos (PIDCP – 1966 – 
sistema global) tem a mesma hierarquia da convenção americana de direitos humanos (pacto 
de São José da Costa Rica – sistema americano OEA). 
No Brasil, no entanto, a depender do conteúdo do tratado e a forma como é incorporado 
no ordenamento jurídico, temos diferentes graus de hierarquia do tratado. A Carta de 1988 
acolhe um sistema misto que combina regimes jurídicos diferenciados, um aplicável aos 
tratados internacionais de proteção dos direitos humanos e o outro aplicável aos tratados 
tradicionais. 
A regra geral é que os tratados internacionais, ditos tradicionais, tenham o status de lei 
ordinária (art. 59 da Constituição Federal), quando incorporados ao sistema jurídico brasileiro. 
A diferença principal se refere aos tratados internacionais que versem sobre direitos 
humanos. 
O art. 5º § 3º diz que: Os tratados e convenções internacionais sobre 
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos 
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). 
Portanto, os tratados internacionais de direitos humanos que forem aprovados sob o 
mesmo rito formal (votação em dois turnos nas duas casas do Congresso, com maioria de três 
quintos) daquele previsto para as Emendas Constitucionais (ver art. 60, §2º CF) serão 
EQUIVALENTES às emendas. 
E os tratados internacionais de direitos humanos que não forem aprovados sob esse rito 
formal? E os tratos internacionais de direitos humanos incorporados ao ordenamento antes da 
EC nº 45/2004? 
Nesse caso, o STF decidiu que, para todos os demais tratados internacionais de direitos 
humanos, que sejam anteriores a EC n. 45 ou que tenham sido aprovados pelo rito comum 
(maioria simples, turno único em cada casa do Congresso), terão natureza SUPRALEGAL, 
estariam acima da legislação ordinária, mas abaixo da Constituição Federal. 
 
4. DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art1
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Dessa forma, o Brasil adota a teoria 
do duplo estatuto dos tratados 
internacionais: natureza constitucional 
no caso do art. 5º, §3 CF e natureza 
supralegal para os demais. Tratados 
internacionais que versam sobre direitos 
humanos aprovados sob o rito do art. do 
art. 5º, §3 CF - votação em dois turnos nas 
duas casas do Congresso, com maioria de 
três quintos: 
Tratados internacionais que versam 
sobre direitos humanos aprovados pelorito 
comum - maioria simples, turno único em 
cada casa do Congresso ou àqueles 
incorporados antes da EC n. 45: 
 
 
Status Constitucional. Serão 
equivalentes às emendas 
constitucionais. 
Status supralegal. 
Há três tratados internacionais 
equivalentes à EC: Convenção 
Internacional sobre os direitos da pessoa 
com Deficiência, Protocolo Facultativo da 
convenção dos direitos da pessoa com 
deficiência e Tratado de Marraqueche 
(Facilitar o Acesso a Obras Publicadas às 
Pessoas Cegas, com Deficiência Visual ou 
com outras Dificuldades para Ter Acesso 
ao Texto Impresso). 
Exemplo: Pacto de São José da Costa 
Rica. 
Os tratados internacionais de direitos humanos não podem ser denunciados, ou seja, 
retirados do Ordenamento Jurídico em virtude da proibição do retrocesso e por se constituir 
como uma cláusula pétrea. 
FASES DOS TRATADOS INTERNACIONAIS (ITER DOS TRATADOS) 
São as fases em que os tratados passam até serem incorporados no ordenamento jurídico 
brasileiro. A base está na Convenção de Viena. Temos quatro principais fases. 
1ª FASE: NEGOCIAÇÃO + ASSINATURA 
É a fase inicial em que o Estado Brasileiro olha o tratado e verifica se as premissas ali 
postas têm relação com os objetivos do país. Análise da forma e do texto do tratado. Firmam 
um compromisso. A Constituição de 1988, no art. 84, diz que a competência para a assinatura é 
privativa do Presidente da República, dessa forma, outras pessoas podem assinar o 
compromisso (porque não é assinatura exclusiva). A carta é assinada pelo Presidente da 
República e referendada pelo Ministro das Relações Exteriores. 
 
Como é um compromisso, o aceite é precário, indica, tão somente, que o tratado é 
autêntico e definitivo. 
2ª FASE: REFERENDO CONGRESSUAL/PARLAMENTAR 
Após a assinatura internacional, o tratado passa pela análise do congresso nacional (art. 
49, I CRFB/88), podendo deliberar por sim ou não, com a emissão de um decreto 
legislativo. 
 
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3ª FASE: RATIFICAÇÃO 
Trata-se da fase de confirmação do tratado. A ratificação é a confirmação formal por um 
Estado de que está obrigado a cumprir o tratado. 
A competência é exclusiva do Presidente da República, ou seja, somente o Presidente 
poderá fazê-lo, não podendo repassar a terceiro. Para fazê-lo, o Presidente se pauta no princípio 
da discricionariedade (conveniência e oportunidade). 
Com a ratificação, o Estado assume o compromisso perante a esfera internacional, e não 
na ordem interna (nessa fase, a ratificação obriga o Estado em relação às esferas internacionais, 
 ou seja, perante o mundo). 
4ª FASE: PROMULGAÇÃO + PUBLICAÇÃO NO DIÁRIO OFICIAL. 
Passa a produzir efeitos internos no ordenamento jurídico brasileiro. 
CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE 
É a aferição do parâmetro de validade de uma norma com referência ao tratado 
internacional na qual o Brasil se obrigou (duplo controle vertical ou duplo controle de 
verticalidade), em que de um lado a norma deve obediência à constituição e de outro lado deve 
obediência ao tratado internacional. 
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SUMÁRIO 
5. POLÍTICA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS .............................................................................................. 2 
5.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 2 
5.2 PROGRAMAS NACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS ................................................................................. 2 
 
 
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5. POLÍTICA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS 
5.1 INTRODUÇÃO 
A política nacional brasileira surge na democratização do país com o advento da CF/88. A 
partir dessa época, houve a necessidade de o governo brasileiro tomar como sua a 
responsabilidade em dirigir uma política voltada à proteção de direitos humanos. 
A política nacional tem por finalidade orientar ações governamentais futuras 
relacionados ao tema direitos humanos. 
O principal mecanismo utilizado para exteriorizar e planejar a Política Nacional de 
Direitos Humanos é o Programa Nacional de Direitos Humanos. 
5.2 PROGRAMAS NACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS 
A origem do programa nacional encontra-se assentada na Declaração e Programa de Ação 
da Conferência Mundial de Direitos Humanos de Viena de 1993, organizada pela ONU. 
O art. 71 da Conferência Mundial de Viena recomenda que cada Estado pondere a 
oportunidade da elaboração de um plano de ação nacional que identifique os passos através 
dos quais esse Estado poderia melhorar a promoção e a proteção dos Direitos Humanos. 
No Brasil, a competência administrativa comum para realizar políticas públicas de 
implementação de direitos humanos é comum a todos os entes federados (art. 23, X, CF). 
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios: 
X - Combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, 
promovendo a integração social dos setores desfavorecidos; 
Portanto, é possível termos programas de direitos humanos em âmbito federal, estadual 
e municipal. 
A missão dos programas em nível nacional, estadual e municipal é mapear os problemas 
referentes aos direitos humanos e, simultaneamente, estipular e coordenar os esforços para 
a superação das deficiências e implementação dos direitos. 
Os programas de direitos humanos não possuem força vinculante, pois advêm de mero 
decreto regulamentar (dar fiel execução às leis e às normas constitucionais), editado à luz do 
art. 84, IV, da CF., contudo, serve como orientação para as ações governamentais, podendo o 
legislador ou administrador ser questionado por condutas incompatíveis com os termos do 
PNDH. 
Atualmente, o Brasil está no PNDH 3, mas existiram o PNDH 1 e o PNDH 2. 
• O PNDH-1 (1996 – Governo Fernando Henrique Cardoso) teve como foco a 
proteção de direitos civis, especialmente no tocante à impunidade e à violência 
policial. Adotou como meta a adesão brasileira a tratados internacionais. 
• O PNDH-2 (2002 – Governo Lula), por sua vez, concentrou-se nos direitos sociais, 
acerca das desigualdades e carência do mínimo existencial para grande parte da 
população brasileira. Mencionou grupos vulneráveis (GLTTB) e 
afrodescendentes. Propostas voltadas para educação e sensibilização de toda 
sociedade brasileira para a cristalização de uma cultura de respeito aos direitos 
humanos. 
• O PNDH-3 (2009 – Governo Lula) atualmente em vigor e mais importante para 
sua prova. 
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SUMÁRIO 
5. POLÍTICA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS ....................................................................................... 2 
5.3 PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS N° 03 .......................................................................... 2 
 
 
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5. POLÍTICA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS 
5.3 PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS N° 03 
O PNDH 3 está previsto no Decreto Federal 7.037/2009, estruturado em 06 eixos 
orientadores, subdivididos em 25 diretrizes, 82 objetivos estratégicos e 521 ações 
programáticas. 
As medidas previstas devem ser implementadas a partir de uma visão de 
transversalidade, ou seja, deve ser levada em conta a atuação de diversos órgãos e poderes 
estatais, além da efetiva participação da sociedade civil. Elaboração e monitoramento conjunto. 
A elaboração do Programa contou com a articulação do governo com a sociedade civil para 
se chegar a uma redação comum. 
O PNDH-3 inovou em sua forma redacional, aproximando seus enunciados da linguagem 
adotada pelos movimentos de direitos humanos no Brasil e pela sociedade civil, em geral. 
Assim, a técnica de escrita empregada no programa causou a impressão de afastamentoda 
abstratividade própria de recomendações, favorecendo a interpretação de implementações 
iminentes. Essa sensação gerou ampla reação negativa na mídia e inclusive de alguns juristas 
mais conservadores. 
Os temas que mais geraram polêmica foram: 
 Descriminalização do aborto; 
 Laicização do estado (proibição de símbolos religiosos em repartições públicas); 
 Responsabilidade social dos meios de comunicação (protestos contra ranking de 
emissoras comprometidas (ou não) com os direitos humanos), penas de perda de 
concessão do serviço público. 
 Conflitos sociais no campo (na reforma agrária o inconformismo foi em relação a 
exigência de mediação com os ocupantes antes do pronunciamento judicial nas 
ordens de reintegração de posse). 
 Repressão política na ditadura militar. 
A resposta do Governo Federal foi a edição do decreto 7.177/2010. Diante das críticas, o 
governo voltou atrás e determinou a eliminação de duas ações estratégicas no PNDH-3 
(abolição de símbolos religiosos e ranking das emissoras de comunicação) e, nas demais críticas, 
alterou os enunciados, neutralizando seus efeitos. 
O PNDH-3 assumiu o compromisso do Estado e da sociedade civil (eixo interação 
democrática) de instituir um Conselho Nacional de Direitos Humanos (em substituição ao 
Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), obedecendo aos Princípios de Paris, para 
fins de credenciamento junto ao Alto Comissariado das Nações Unidas. 
Para sua prova, ficar os seis eixos orientadores com especial atenção no EIXO IV, 
memorizando as diretrizes 11 a 17: 
 
Eixo n° 1: Interação democrática (Estado x Sociedade Civil)  agentes públicos e 
cidadãos são responsáveis pela consolidação dos direitos humanos no Brasil. Instrumento de 
fortalecimento da democracia participativa (uma das características do Estado Constitucional 
Democrático), criação de um Conselho Nacional de Direitos Humanos. 
Eixo n° 2: Desenvolvimento e Direitos Humanos  Garantia do exercício amplo 
da cidadania, efetivação do modelo de desenvolvimento sustentável, caracterizado pela 
inclusão social e econômica, desenvolvimento ambientalmente equilibrado e tecnologicamente 
responsável, cultural e religiosamente diverso, participativo e não discriminatório. 
 
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Eixo n° 3: Universalizar direitos em um contexto de desigualdade  dialoga 
com as intervenções desenvolvidas no Brasil para reduzir a pobreza, erradicação da fome e da 
miséria, fomento à aquisição da cidadania plena (Defensoria Pública como importante 
instrumento de emancipação do cidadão). 
 
 
 
Eixo n° 5: Educação e cultura em Direitos Humanos fortalecimento de uma cultura 
em direitos (serviço público, escolas, família e demais instituições formadoras da personalidade 
dos cidadãos). 
 
Eixo n° 6: Direito a memória e verdade  Preservar a memória histórica e a 
construção pública da verdade. Posteriormente, cria-se a comissão nacional da verdade, 
destinada a apurar violações aos direitos humanos ocorridos entre 1946 e 1988. 
Quanto à implementação do PNDH-3, verifica-se que cada ação estratégica incumbe a um 
ou mais de um órgão governamental, o que evita que o programa seja visto como mera carta de 
intenções. 
 
Inclusive, foi criado um Comitê de Acompanhamento e Monitoramento do PNDH-3, 
presidido pelo Secretário de Direitos Humanos e estabelecida a possibilidade de criação de 
subcomitês temáticos. 
OBS.: O Comitê foi revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019). 
 
Chamo a atenção para os seguintes artigos: 
Art. 3o As metas, prazos e recursos necessários para a 
implementação do PNDH-3 serão definidos e aprovados em Planos de 
Ação de Direitos Humanos bianuais. 
 
Art. 5o Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e os órgãos do 
Poder Legislativo, do Poder Judiciário e do Ministério Público, serão 
convidados a aderir ao PNDH-3. 
 
Veja o Decreto 7.037 com os eixos e diretrizes. 
 
(ATENÇÃO PARA PROVA) 
Diretriz 11: Democratização e modernização do sistema de segurança pública; 
Diretriz 12: Transparência e participação popular no sistema de segurança 
pública e justiça criminal; 
Diretriz 13: Prevenção da violência e da criminalidade e profissionalização da 
investigação de atos criminosos; 
Diretriz 14: Combate à violência institucional, com ênfase na erradicação da 
tortura e na redução da letalidade policial e carcerária; 
Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas de crimes e de proteção das 
pessoas ameaçadas; 
Diretriz 16: Modernização da política de execução penal, priorizando a aplicação 
de penas e medidas alternativas à privação de liberdade e melhoria do sistema. 
penitenciário; e 
Segurança pública, acesso à justiça e combate à violência Eixo n° 4.: 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D10087.htm#art1
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Art. 2o O PNDH-3 será implementado de acordo com os seguintes 
eixos orientadores e suas respectivas diretrizes: 
 
- Eixo Orientador I: Interação democrática entre Estado e sociedade 
civil: 
Diretriz 1: Interação democrática entre Estado e sociedade civil como 
instrumento de fortalecimento da democracia participativa; 
Diretriz 2: Fortalecimento dos Direitos Humanos como instrumento 
transversal das políticas públicas e de interação democrática; e 
Diretriz 3: Integração e ampliação dos sistemas de informações em Direitos 
Humanos e construção de mecanismos de avaliação e monitoramento de 
sua efetivação; 
 
- Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos Humanos: 
 
Diretriz 4: Efetivação de modelo de desenvolvimento sustentável, com 
inclusão social e econômica, ambientalmente equilibrado e 
tecnologicamente responsável, cultural e regionalmente diverso, 
participativo e não discriminatório; 
Diretriz 5: Valorização da pessoa humana como sujeito central do processo 
de desenvolvimento; e 
Diretriz 6: Promover e proteger os direitos ambientais como Direitos 
Humanos, incluindo as gerações futuras como sujeitos de direitos; 
 
- Eixo Orientador III: Universalizar direitos em um contexto de 
desigualdades: 
 
Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de forma universal, indivisível e 
interdependente, assegurando a cidadania plena; 
Diretriz 8: Promoção dos direitos de crianças e adolescentes para o seu 
desenvolvimento integral, de forma não discriminatória, assegurando seu 
direito de opinião e participação; 
Diretriz 9: Combate às desigualdades estruturais; e 
Diretriz 10: Garantia da igualdade na diversidade; 
 
- Eixo Orientador IV: Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate 
à Violência: 
 
Diretriz 11: Democratização e modernização do sistema de segurança 
pública; 
Diretriz 12: Transparência e participação popular no sistema de segurança 
pública e justiça criminal; 
Diretriz 13: Prevenção da violência e da criminalidade e profissionalização 
da investigação de atos criminosos; 
Diretriz 14: Combate à violência institucional, com ênfase na erradicação da 
tortura e na redução da letalidade policial e carcerária; 
Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas de crimes e de proteção das 
pessoas ameaçadas; 
Diretriz 16: Modernização da política de execução penal, priorizando a 
aplicação de penas e medidas alternativas à privação de liberdade e 
melhoria do sistema penitenciário; e 
Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça mais acessível, ágil e efetivo, 
para o conhecimento, a garantia e a defesa de direitos; 
 
- Eixo Orientador V: Educação e Cultura em Direitos Humanos: 
 
Diretriz 18: Efetivação das diretrizes e dos princípios da política nacional de 
educação em Direitos Humanos para fortalecer uma cultura de direitos; 
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Diretriz 19: Fortalecimento dos princípios da democracia e dos Direitos 
Humanos nos sistemas de educação básica, nas instituições de ensino 
superior e nas

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