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Farmacologia | Camyla Duarte 1 Vírus Parasitas intracelulares obrigatórios que se replicam e possuem o tamanho nanométrico. A partícula viral é chamada de vírion Estrutura simples o Ácido nucleico o Revestimento proteico (capsídeo) o Espículas (enzimas) o Envelope Infecções virais podem variar de um simples resfriado até uma patologia de muita gravidade Patologia viral com risco de morte: o AIDS o Ebola o Síndrome da angústia respiratória (SARS) o Câncer Transmissão o Gotículas inaladas o Alimentos contaminados o Contato direto com o hospedeiro o Inoculação direta por vetores Mutações Provocam mudanças na estrutura viral ou em suas enzimas Fármacos antivirais Os agentes antivirais devem bloquear a entrada ou a saída do vírus na célula, ou ser ativos no interior da própria célula hospedeira. Assim, os inibidores não seletivos da replicação viral podem interferir na função da célula hospedeira e resultar em toxicidade São alvos complicados para a terapia farmacológica. Utilizam a célula do hospedeiro para produzir novas partículas virais. A destruição farmacológica torna-se difícil sem que ocorra prejuízos a célula humana. Toxicidade seletiva comprometida. Tratar farmacologicamente a virose de forma precoce seria fundamental. Porém, é quase impossível, pois quando os sinais e sintomas da doença estão se manifestando, o pico da carga viral já é grande. A melhor forma de prevenção de uma virose é a possibilidade vacinal O uso de medicamentos antivirais também precisa contar com a atividade imunológica normal, e assim a doença será controlada A supressão imunológica pode prolongar a doença Na atualidade, dispõe-se de terapia antiviral para herpes-vírus, vírus da hepatite C (HCV), vírus da hepatite B (HBV), papilomavírus, vírus da influenza, vírus da imunodeficiência humana (HIV) e vírus sincicial respiratório (VSR) Os agentes antivirais compartilham a propriedade comum de serem virustáticos, mostram-se ativos apenas contra o vírus em replicação e não afetam os vírus latentes Atuação dos antivirais O alvo dos fármacos deve ser os vários estágios da replicação viral. Os agentes antivirais podem atuar potencialmente contra qualquer uma das seguintes etapas: 1) Inserção do vírus e entrada na célula hospedeira 2) Desencapsulamento do ácido nucleico viral 3) Síntese das enzimas regulatórias virais 4) Síntese dos ácidos nucleicos RNA e DNA e integração no genoma nuclear 5) Síntese proteica tardia 6) Montagem (maturação) das partículas virais 7) Liberação do vírion Principais locais de ação dos farmacos antivirais Farmacologia | Camyla Duarte 2 Terapia farmacológica combinada o Atua em mais de uma fase da replicação viral. o Diminui a possibilidade de resistência o Inibe a replicação viral Mecanismo de replicação catalisado pela DNA- polimerase Tratamento da herpes – HSV e CMV o HSV: infecções por herpes-vírus simples o CMV: infecção pelo citomegalovírus Aciclovir (acicloguanosina): é fosforilado, inibe a síntese de DNA viral por competir com o GTP e pela DNA polimerase viral, interrompendo a cadeia de DNA viral. Ganciclovir: inibe competitivamente a DNA- polimerase viral e provoca o término do alongamento do DNA viral (CMV) e (HSV). Pode provocar mielossupressão. Foscarnete: inibe a DNA polimerase, RNA polimerase e também, a transcriptase reversa sem exigir ativação por fosforilação. Pode ser neurotóxico e apresentar sintomas como dor de cabeça, alucinações e convulsões Cidofovir: inibe competitivamente a síntese de DNA e incorpora -se na cadeia de DNA viral Cidofovir e o foscarnet podem causar nefrotoxicidade Farmacologia | Camyla Duarte 3 Tratamento contra influenza Os inibidores da neuraminidase, o oseltamivir e o zanamivir, que são análogos do ácido siálico, interferem na liberação da progênie de vírus influenza das células hospedeiras infectadas, detendo, assim, a disseminação da infecção dentro do trato respiratório. Esses fármacos interagem de modo competitivo e reversível com o sítio enzimático ativo, inibindo a atividade da neuraminidase viral em baixas concentrações nanomolares. A inibição da neuraminidase viral resulta em agregação dos virions influenza recentemente liberados entre si e com a membrana da célula infectada. Diferentemente da amantadina e da rimantadina, o oseltamivir e o zanamivir apresentam atividade contra ambos os vírus influenza A e influenza B. Zanamivir pode induzir broncoespasmo Amantadina: inibe o desencapsulamento do RNA viral dentro da célula hospedeira infectada, impedindo, assim, a sua replicação. São ativas apenas contra a influenza A. Pode provocar tontura e ataxia Amantadina e oseltamivir podem provocar distúrbios gastrintestinal Tratamento contra HIV Atualmente, dispõe-se de seis classes de agentes antirretrovirais: os inibidores nucleosídeos/nucleotídeos da transcriptase reversa (INTR), inibidores não nucleosídeos da transcriptase reversa (INNTR), inibidores da protease (IP), inibidores da fusão, antagonistas do correceptores CCR5 (também denominados inibidores da entrada) e inibidores da integrase de transferência de filamento (IINTF) do HIV A diminuição da carga viral circulante por meio de terapia antirretroviral está correlacionada com um aumento da sobrevida e uma redução da mortalidade. Além disso, evidências recentes sugerem que, além de proporcionar benefícios clínicos ao paciente, o uso da terapia antirretroviral reduz acentuadamente o risco de transmissão heterossexual do HIV. Mecanismo de ação: inibem a replicação do HIV em diferentes partes do ciclo Muitos provocam desconforto intestinal, mal-estar, fadiga e disfunção do SNC. INNTR e IP são metabolizados pelo citocromo P-450, aumentando a interação com outro fármaco. Alimentos reduzem a biodisponibilidade de alguns INTR (didanosina e zalcitabina) e IP indinavir. O jejum reduz a biodisponibilidade de alguns INNTR (efavirenzo) e IP (ritonavir, saquinovir nelfivavir e lopinavir). Antiácidos reduzem a biodisponibilidade da zalcitabina, delavirdina e amprenavir. Inibidores nucleosídeos/nucleotídeos da transcriptase reversa (INTR) Mecanismo de ação: inibição competitiva da transcriptase reversa do HIV-1. A sua incorporação na cadeia de DNA viral em crescimento provoca a interrupção prematura da cadeia, devido à inibição da ligação ao nucleotídeo Todos os INTR, inclusive o tenofovir, estão associados ao risco de acidose láctica, com esteatose hepática como evento colateral potencial. Fármacos: Abacavir; Didanosina; Entricitabina; Estavudina; Zidovudina Farmacologia | Camyla Duarte 4 Zidovudina (anteriormente, azidotimidina - AZT), pode provocar mielossupressão. A didanosina, zalcitabina e estavudina podem provocar pancreatite dose dependente polineuropatia. Inibidores não nucleosídeos da transcriptase reversa (INNTR) Mecanismo de ação: ligam-se diretamente à transcriptase reversa do HIV-1, resultando em inibição alostérica da atividade da DNA-polimerase dependente de RNA e DNA. Ao contrário dos INTR, os INNTR não competem com trifosfatos de nucleosídeos nem necessitam de fosforilação para a sua atividade. Tende a produzir exantema e no caso da nevirapina, pode apresentar risco de morte. Fármacos: delavirdina; efavirenz; etravirina; nevirapina; rilpivirina Inibidores da protease (IP) Mecanismo de ação: impedem a clivagem pós- tradução da poliproteína Gag-Pol, impossibilitando o processamento das proteínas virais em conformações funcionais, resultando na produção de partículas virais imaturas e não infecciosas. Ao contrário dos INTR, os IP não necessitam de ativação intracelular Todos os IP, com a possível exceção do fosamprenavir, estão associados ao risco de hiperlipidemia, má distribuição de gordura, hiperglicemia e resistência à insulina como efeitos colaterais potenciais. Associados a náuseas leves a moderadas e diarreia. Fármacos: atazanavir; indinavir; ritonavir Lesão Renal (indinavir) Paresetesias (ritonavir e amprenavir) Amprenavir - risco de morte Tratamento contra hepatite Fármacos: Análogos de nucleosídeos/nucleotídeos; Interferonas; Inibidores da protease; Inibidor da polimerase o IFN α: inibidor de síntese proteica por bloquear os ácidos nucleicos. o Lamivudina: inibidor da TR. o Ribavirina: inibe a replicação de DNA análogo da guanosina Interferonas As interferonas são citocinas do hospedeiro que exercem complexas ações antivirais, imunomoduladoras e antiproliferativas. Realizam defesa inata. São 15 glicoproteínas que tem ação em receptores da célula hospedeira. Tem como dinâmica aumentar a formação de proteínas antivirais. São classificadas em alfa, beta e gama. Interferona - α Atua ativando a enzima RNAribonuclease que irá promover a destruição do RNA viral. Estimula a formação do linfócito NK Indicada para: o HBV, HCV - injeções SC, IM, IV ou intralesional, 3 vezes por semana. o Câncer como leucemia. o Células Papilomatosas o Sarcoma de Kaposi Mecanismo de ação: indução de sinais intracelulares após ligação a receptores específicos da membrana celular, resultando em inibição da penetração, tradução, transcrição, processamento de proteína, maturação e liberação dos vírus, bem como em aumento da expressão de antígenos do complexo principal de histocompatibilidade do hospedeiro, maior atividade fagocítica dos macrófagos e aumento da proliferação e sobrevida das células T citotóxicas. Há preparações injetáveis de interferona-a para o tratamento das infecções por HBV e HCV Farmacologia | Camyla Duarte 5 A associação da α interferona com polietilenoglicol, aumenta o tamanho da molécula, que será chamada de peguilada. Biotransformação é hepática e renal. Efeitos Adversos: o Sintomas semelhantes a resfriado o Febre o Calafrios o Mialgia o Artralgia o Fadiga o Depressão o Tireoidite o Supressão da medula óssea (anemia) o Hipotensão e sintomas neuropsiquiátricos graves o Ribavirina em aerossol pode provocar irritação conjuntiva e brônquica Peguinterferona 2a Retarda a absorção local o que prolonga seu tempo de efeito e diminui a sua depuração. Injeções SC ou IM 3 vezes por semana a fórmula Permite uma injeção 1 vez por semana Adefovir Análogo nucleotídeo (adenosina) O adefovir é ativo in vitro contra uma ampla variedade de vírus de DNA e de RNA, incluindo HBV, HIV e herpes-vírus. Inibe por competição a enzima DNA polimerase do HBV. Entre os agentes orais, o adefovir pode ser o mais lento na supressão dos níveis de DNA do HBV e o que tem menos probabilidade de induzir soroconversão do HBeAg. Causa melhora de cirrose em um ano. Administrado por via oral. Ao término da terapia pode haver nova manifestação viral. Nefrotóxico, acidose e hepatomegalia. Inibidor da síntese de ácidos nucleicos lamivudina A lamivudina é um fármaco antirretroviral. Usado como parte do arsenal de diversos medicamentos. Seu mecanismo de ação consiste basicamente na inibição da síntese de ácidos nucléicos. Ribavirina Fármaco antiviral análogo sintético da guanosina frequentemente usado em combinação com interferon o peginterferon alfa-2a ou 2b para tratar HCV por via oral. COVID Remdesivir, um prodrug nucleotídeo que inibe a polimerase RNA viral, foi o único antiviral recebendo aprovações da FDA e da EMA em maio e junho de 2020, respectivamente, para o tratamento de pacientes hospitalizados com COVID-19 moderado, grave ou crítico. Recentemente, no entanto, houve uma mudança de paradigma no tratamento antiviral SARS-CoV-2 com o objetivo de tratamento muito precoce para pacientes ambulatoriais (primeiros 5 a 7 dias do início dos sintomas) com COVID-19 leve a moderado, mas com fatores de risco para progressão, para evitar internação hospitalar e óbito.
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