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As micobactérias são bacilos aeróbicos em forma de bastonete que se multiplicam lentamente, a cada de 18 a 24 horas in vitro. Suas paredes celulares contêm ácidos micólicos, que lhes conferem a denominação do gênero. Os ácidos micólicos são ácidos graxos β-hidroxilados com cadeias muito longas. As micobactérias produzem paredes celulares altamente lipofílicas, que coram mal com a coloração de Gram. Uma vez corados, os bacilos não descoram facilmente com solventes orgânicos acidificados. Por isso, são denominados ácido-resistentes. As infecções micobacterianas resultam na formação clássica de lesões granulomatosas de crescimento lento, que causam destruição de tecidos em qualquer lugar do organismo. Tuberculose • A Mycobacterium tuberculosis pode causar infecção tuberculosa latente (ITBL) e a doença conhecida como tuberculose (TB) • O M. tuberculosis cresce lentamente e exige tratamento que pode durar de meses a anos. • A ITBL pode ser tratada por 9 meses com monoterapia por isoniazida ou com 12 doses (uma por semana) de isoniazida (900 mg) e rifapentina (900 mg). • Já a TB ativa precisa ser tratada com vários fármacos. • O tratamento contra a TB suscetível aos fármacos dura no mínimo 6 meses, ao passo que o tratamento da TB multiresistente (TBMR) geralmente dura 2 anos. Primeira escolha • Etambutol • Isoniazida • Pirazinamida • Rifabutina • Rifampicina • Rifapentina Segunda escolha • Ácido paraminossalicílico • Aminoglicosídeos • Bedaquilina • Capreomicina • Ciclosserina • Etionamida • Fluoroquinolonas • Macrolídeos • A quimioterapia padrão de curta duração contra a TB inclui isoniazida, rifampicina, etambutol e pirazinamida por 2 meses (fase intensiva), seguida de isoniazida e rifampicina por 4 meses (fase de continuação) • O tratamento de segunda linha contra a TBMR (TB resistente pelo menos a isoniazida e rifampicina) inclui, normalmente, um aminoglicosídeo (estreptomicina, canamicina ou amicacina) ou capreomicina (todos fármacos injetáveis), uma fluoroquinolona (geralmente levofloxacino ou moxifloxacino), qualquer fármaco de primeira linha que permaneça ativo e um ou mais dentre ciclosserina, etionamida ou ácido paraminossalicílico. • Contra a TB ainda mais resistente (XTBMR) podem ser empregados, empiricamente, clofazimina, linezolida e outros fármacos ISONIAZIDA • Mecanismo de ação o A isoniazida é um pró-fármaco ativado pela catalase-peroxidase micobacteriana (KatG). o Atinge as enzimas proteína transportadora acilredutase (InhA) e β-cetoacil-ACP sintetase (KasA), essenciais para a síntese do ácido micólico. o Bloqueio da síntese do ácido micólico RIFAMICINAS: RIFAMPICINA, RIFABUTINA E RIFAPENTINA • Tem atividade antimicrobiana mais ampla do que a da isoniazida e pode ser usada como parte do tratamento contra diferentes infecções bacterianas. • Como rapidamente surgem cepas resistentes no monotratamento, ela nunca é usada como único fármaco para tratar a TB ativa. • Mecanismo de ação o A rifampicina liga-se à subunidade β da RNA-polimerase de-pendente do DNA bacteriano e, assim, inibe a síntese de RNA. • A resistência resulta de qualquer uma das várias mutações puntiformes possíveis em rpoB, o gene para a subunidade β da RNA-polimerase. • A rifampicina é bem absorvida após administração oral e é excretada principalmente no fígado pela bile. PIRAZINAMIDA • A pirazinamida é um fármaco sintético, ativo por via oral, de curso curto, usado em associação à isoniazida, à rifampicina e ao etambutol. • A pirazinamida precisa ser hidrolisada pela pirazinamidase a ácido pirazinoico, que é a sua forma ativa. • Mecanismo de ação • Atua contra micobacterias presente nos lisossomos • A resistência pode decorrer de comprometimento da captação da pirazinamida ou de mutações no pncA que comprometem a conversão da pirazinamida na sua forma ativa. • É bem absorvida no trato gastrintestinal com ampla distribuição nos tecidos orgânicos, inclusive nas meninges inflamadas. • A meia-vida é de 8 a 11 horas. ETAMBUTOL • O etambutol é um bacteriostático específico contra micobactérias. • Ele inibe a arabinosiltransferase, enzima importante para a síntese da parede celular das micobactérias. • É bem distribuído pelo organismo. • A penetração no SNC é mínima • O etambutol e seus metabólitos são excretados principalmente na urina. • O efeito adverso mais importante é a neurite óptica, resultando em diminuição da acuidade visual e perda da capacidade de diferenciar o verde e o vermelho. RESISTÊNCIA • Falta de adesão do paciente ao tratamento; • Multidroga resistente; • Extensivamente resistente. Hanseníase • Mycobacterium leprae sobrevive até 7 dias no ambiente • Tratamento o Paucibacilares - 6meses o Multibacilares- 12meses Medicamento Mecanismo de ação Dapsona Inibe a síntese do folato Rifampicina Inibe a síntese de RNA Clofazimina Ligação ao DNA. Desconhecido Os vírus são parasitas obrigatoriamente intracelulares. Eles são desprovidos tanto de parede celular quanto de membrana celular, e não realizam processos metabólicos. Os vírus usam muito do mecanismo metabólico do hospedeiro, e poucos fármacos são suficientemente seletivos para evitar a multiplicação viral sem lesar as células hospedeiras. Vírus de DNA: o poxvírus (varíola), herpesvírus (catapora, herpes-zóster, herpes labial, febre glandular), adenovírus (dor de garganta, conjuntivite) e papilomavírus (verrugas). Vírus de RNA: o ortomixovírus (gripe), paramixovírus (sarampo, caxumba, infecções do trato respiratório), vírus da rubéola (rubéola), rabdovírus (raiva), picornavírus (resfriado, meningite, poliomielite), retrovírus (AIDS, leucemia de células T), arenavírus (meningite, febre Lassa), hepadnavírus (hepatite sérica) e arbovírus (várias doenças transmitidas por artrópodes, como, p. ex., encefalite e febre amarela). REPLICAÇÃO DOS VIRUS • Vírus de DNA o O DNA entra no núcleo da célula do hospedeiro, onde a transcrição em RNAm ocorre catalisada pela RNA-polimerase da célula do hospedeiro. o Ocorre, então, a translação do RNAm em proteínas virais específicas. Algumas dessas proteínas são enzimas que sintetizam mais DNA viral, bem como proteínas estruturais que compõem a capa e o envelope virais. o Após a montagem das proteínas da capa em torno do DNA viral, os vírions completos são liberados por brotamento ou depois da lise da célula do hospedeiro. • Vírus de RNA o As enzimas dentro do vírion sintetizam seu RNAm a partir do modelo de RNA viral ou, algumas vezes, o RNA viral funciona como seu próprio RNAm. Isso é traduzido pela célula do hospedeiro em várias enzimas, incluindo a RNA-polimerase (que dirige a síntese de mais RNA viral), e também em proteínas estruturais do vírion. o A montagem e a liberação dos vírions ocorrem como explicado anteriormente. o O núcleo da célula do hospedeiro não está usualmente envolvido na replicação dos vírus de RNA, embora alguns (p. ex., ortomixovírus) repliquem-se exclusivamente no interior do compartimento nuclear do hospedeiro. • Retrovírus o O vírion nos retrovírus contém a enzima transcriptase reversa (DNA-polimerase dependente do RNA viral), que faz uma cópia DNA do RNA viral. Essa cópia DNA é integrada ao genoma da célula do hospedeiro, sendo, então, denominada provírus o O provírus de DNA é transcrito tanto no novo genoma RNA viral quanto em RNAm para translação no hospedeiro das proteínas virais, e os vírus completos são liberados por brotamento. o Muitos retrovírus podem replicar-se sem destruir a célula do hospedeiro. HERPES SIMPLES, VARICELA-ZOSTER E CITOMEGALOVÍRUS Aciclovir • A biodisponibilidade do aciclovir oralé baixa (15 a 20%) e não é afetada pela presença de alimento. • Dispõe-se de uma formulação intravenosa. • As formulações tópicas produzem altas concentrações nas lesões herpéticas, porém as concentrações sistêmicas do fármaco são indetectáveis por essa via. • O aciclovir é depurado principalmente por filtração glomerular e secreção tubular. • Meia-vida o Paciente normal = 2,5 a 3 horas o Paciente com função renal comprometida = 20 horas • O aciclovir sofre rápida difusão na maioria dos tecidos e líquidos orgânicos o As concentrações no líquido cerebrospinal são de 20 a 50% dos níveis séricos. • O aciclovir é geralmente bem tolerado, embora possam ocor-rer náuseas, diarreia e cefaleia. A infusão intravenosa pode estar associada à toxicidade renal reversível (i.e., nefropatia cristalina ou nefrite intersticial) ou efeitos neurológicos Ganciclovir • Sua atividade contra o CMV é até 100 vezes maior do que a do aciclovir • O ganciclovir é administrado por via intravenosa; • A biodisponibilidade do ganciclovir oral é baixa • A meia-vida de eliminação é de 4 horas, e a intracelular é prolongada até 16 a 24 horas. • A admiração por via intravenosa retarda a progressão da retinite por CMV em pacientes imunocomprometidos. • Efeitos Adversos o O efeito colateral mais comum do tratamento com ganciclovir por via intravenosa consiste em mielossupressão, que, embora seja reversível, pode limitar a dose − A mielossupressão pode ser aditiva em pacientes em uso concomitante de zidovu-dina, azatioprina ou micofenolato de mofetila o Outros efeitos colaterais potenciais incluem náuseas, diarreia, febre, exante-ma, cefaleia, insônia e neuropatia periférica. • O ganciclovir é mutagênico em células de mamíferos e carcinogênico e embriotóxico em altas doses em animais e resulta em ausência de espermatogênese. RETROVÍRUS Inibidores nucleosideos e nucleotídeos da transcriptase reversa (NRTI) Inibidores NÃO nucleosídeos da transcriptase reversa (NNRTI) Inibidores da protease Inibidores de entrada Inibidores da integrase Inibidores nucleosideos e nucleotídeos da transcriptase reversa (NRTI) Inibidores NÃO nucleosídeo s da transcriptase reversa (NNRTI) Inibidores da protease Inibidores de entrada Inibidores da integrase Tenofovir Lamivudina Zidovudina Efavirez Nevirapina Ritonavir Enfurvitida Maraviroque Raltegravir Dolutegravir Competição na adição dos trifosfatos da cadeia de DNA em formação Ligação à transcriptase reversa → Bloqeio da DNA polimerase DNA e RNA-dependente → Inibição da formação da cadeia de DNA RNAm viral → poliproteínas → Ativação. Bloqueio da protease Impede a fusão das membrana viral e celular Liga-se à subunidade gp41 e liga-se seletivamente à CCR5 Bloqueia a integração do genoma viral Excreção renal Meia-vida: 25 - 55 horas Meia-vida: 3-5 horas Náuseas, cefaleia Náuseas, cefaleia Náuseas, vômitos Náuseas, insônia, cefaleia Náuseas, cefaleia, insônia, diarreia PROTOCOLO CLÍNICO Situação Terapia antirretroviral Dose Diária Adultos em início de tratamento TDF (b)/3 TC + DTG (c) 300mg/300mg) ‘’ 2 x 1’’ + 50mg 1x/dia Tenofovir (TDF) → NRTI Lamivudina (3TC) → NRTI Dolutegravir (DTG) → inibidor de integrase VÍRUS DA HEPATITE Hepatite B → Vírus de DNA; Hepatite C → vírus de RNA. • As terapias atuais suprimem a replicação do HBV sem erradicar o vírus • Objetivos da terapia o Supressão do DNA do HBV para níveis indetectáveis o Soroconversão o Redução dos níveis elevados de transaminase hepática VÍRUS INFLUENZA Oseltamivir • Pró-fármaco → ativado por esterases hepáticas; • Biodisponibilidade oral → 80%; • Ligação às proteínas plasmáticas → baixa; • Meia-vida: 6 a 10 horas; • Excreção → Filtração glomerular e secreção tubular na urina o Modificar a dose em pacientes com insuficiência renal • Reação adversa o Náuseas, vômitos → Pode ser amenizado com a ingestão de alimentos 1. Diminuição da velocidade de progressão da doença hepática; 2. Impedir a ocorrência de complicações; 3. Reduzir a necessidade de transplante de fígado CORONAVÍRUS SINAIS E SINTOMAS MANEJO TERAPÊUTICO DA SÍNDROME GRIPAL NA APS, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020 RECOMENDAÇÃO DE USO DA CLOROQUINA - INDICAÇÕES NA TERAPIA ADJUVANTE NAS FORMAS GRAVES
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