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Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Alianças Estratégicas e Gestão Internacional Finanças Internacionais Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Marcello de Souza Marin Revisão Textual: Prof. Me. Claudio Brites Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Introdução; • Globalização; • Governança Corporativa e Objetivos Financeiros; • Sistema Monetário Internacional. Objetivos • Apresentar como as empresas devem se preocupar com as finanças e com o sistema fi- nanceiro para que possam se preparar para o processo de internacionalização. Caro Aluno(a)! Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas. Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”. No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como suges- tões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpre- tação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Bons Estudos! Finanças Internacionais Fonte: Getty Im ages UNIDADE Finanças Internacionais Contextualização O mundo atual, em 2020, está imerso em uma grande bagunça causada por um processo de adoecimento viral, a COVID-19, que chegou e derrubou diversas eco- nomias pelo mundo, trazendo caos à saúde pública e um desespero para as pessoas que sobreviverão a essa pandemia. O desespero aqui se reflete em várias questões, entre elas: como a economia sobreviverá a isso? Essa pergunta agora, na data de produção deste material, não tem resposta. Contudo, tendo em vista o tema da globalização, este cenário demonstra como a realidade da globalização é presente e não há mais como fugir dela. A COVID-19 começou na China, espalhou-se pelos países próximos e, em meados de 2020, está no auge no Brasil e nos Estados Unidos, já tendo devastado e ainda devastando Itália e Espanha. Claro que o problema de saúde pública que este assunto levanta é fundamental, mas o que sempre devemos também pensar é como a economia se manterá após tudo isso; o mundo terá que se redescobrir e encontrar maneiras de sair dessa mais uma vez. Para ajudar a construir novas respostas e ainda refletir sobre essa situação, e outras, entenderemos mais sobre o contexto da globalização e seus efeitos nesta unidade, verificando dessa maneira quais são as saídas possíveis para o caos atual e os problemas futuros. 6 7 Introdução O mundo mudou, está mais difícil de viver nele, a COVID-19 trouxe uma triste realidade a todos, uma realidade que já conhecíamos, mas que agora está mais aparente ainda: os impactos da globalização. A Globalização não é algo ruim por si, de forma alguma, é um processo sensacional que elevou as economias e muitas empresas ao redor do mundo. Contudo, do mesmo jeito que temos impactos positivos, temos outros efeitos que devem ser pensados e previstos. Um exemplo é este processo pandêmico, que se ini- ciou na China e causou impacto mundialmente; isso poderia ser evitado de alguma maneira? A Globalização realmente é boa para o mundo? Obviamente que a Globalização é boa em vários aspectos e que problemas virão com ela, é claro. Contudo, também temos que entender que a solução para tudo o que se apresenta com a pandemia será possível, veja só, graças à própria Globaliza- ção, que será o pilar para a melhora econômica, por exemplo, ou para o desenvolvi- mento ágil de vacinas. Com a Globalização, e com uma boa governança corporativa e explorando as oportunidades que surgirão, reergueremos a economia e as finanças globais; as alianças estratégicas serão primordiais para isso. Já o sistema financeiro internacional nos traz instituições como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), os quais visam à melhora contínua do mundo, incentivando investimento em avanços relacionados ao meio ambiente, rees- truturando países que passaram por guerras ou desastres naturais e que, por conta disso, necessitam de um fôlego financeiro para sobreviverem. Vamos juntos conhecer esse novo mundo e liberar a mente para esse novo co- nhecimento. Globalização Alianças estratégicas devem ser pensadas sempre dentro de nossa empresa, de nossa vida e de tudo o que fazemos. Ninguém deve estar sozinho nessa empreitada que é sobreviver dentro de um mercado tão competitivo como é o nosso mercado mundial atualmente. A Globalização não é algo novo, mas é algo que está sempre em pauta quando discutimos o assunto de empresas, de governos e como eles são impactados por todo e qualquer ponto que ocorre em qualquer parte do mundo. Trataremos e entenderemos um pouco mais sobre esse tema e demonstraremos como ele é de extrema importância para as empresas multinacionais. A seguir, aliás, a definição sobre empresa multinacional: 7 UNIDADE Finanças Internacionais A empresa multinacional (EMN) é definida como uma empresa que pos- sui subsidiá - rias, filiais, ou afiliadas em operação localizadas em países estrangeiros. Sua definição inclui também empresas em atividades de serviços como consultoria, contabilidade, construção, serviços jurídicos, propaganda, entretenimento, serviços bancários, telecomunicações e hospedagem. (EITEMAN; STONEHILL; MOFFETT, 2013, p. 3) Da mesma maneira, podemos citar as empresas transnacionais, que são as empre- sas acima das multinacionais. Normalmente empresas com ações na bolsa e que de tão pulverizado que é seu capital, não se consegue determinar o seu proprietário – e até por esse motivo, são empresas que têm foco global, e não local, em seu país de origem. Quando chegamos ao tópico Globalização, não conseguimos fugir de um tema que tem assombrado as empresas neste novo mercado mundial: o de se criar valor em meio ao caos. Muitas vezes, as empresas estão sempre lutando para conseguir ter o valor que seus acionistas buscam dentro de seus mercados. Existem três elementos básicos que devemos combinar para que se auxilie as em- presas na criação desse valor: • Um mercado aberto: Um mercado que é aberto favorece às empresas cresce- rem. O mercado aberto é aquele que tem o livre comércio, a livre concorrência, onde as empresas buscam a melhor mão de obra, o melhor preço de matéria- -prima, entre outros itens. Contudo, tal condição é extremamente complexa de se atingir e os governos e mercados buscam isso constantemente. • Gestão Estratégica: Todas as empresas devem ter em seus pensamentos a ideia de pensar no futuro, de pensar estrategicamente, e essa estratégia deve ser formada em todos os níveis da empresa. É claro que deve haver um start, o qual vem, em sua maioria, de sua diretoria ou conselho de administração, mas esse deve sim ser passado e contar com o apoio de toda a empresa, todos devem buscar o objetivo empresarial proposto ; • Acesso ao Capital: Para que toda empresa consiga trabalhar em um ambiente extremamente competitivo, é de suma importância que a empresa tenha acesso ao capital. Caso isso não ocorra, as empresas não conseguirão se manter e buscar o crescimento de forma sustentável. A Figura 1 demonstra um pouco como esses mercados são importantes e tam- bém trata um pouco do nível de maturidade que é encontrado por essas empresas nas economias. 8 9 Economias maduras Países em rápido desenvolvimento Nível III Nível II Nível I Acesso a capital Gestão estratégica Mercado aberto Construir valor para a empresa Países em mercados emergentes Figura 1 Fonte: Adaptadode EITEMAN; STONEHILL; MOFFETT, 2013, p. 3 O que se busca nos mercados atualmente é o ganho de escala, esse ganho torna as empresas cada vez mais competitivas e, com isso, mais rentáveis. O ganho de escala pode ser cada vez mais conseguido quando a empresa cresce e busca novos mercados, expandindo o seu campo de atuação. Entre os principais pontos que podem levar a esse ganho está a terceirização de diversos itens do seu ciclo opera- cional. O mais sensível, contudo, ultimamente, tem sido a questão logística, a qual, caso não seja trabalhada, pode fazer com que a empresa caminhe para trás e não se desenvolva conforme o planejado. Como falar de globalização e de empresas é algo extremamente relacionado, trataremos de como essas empresas, e por que, buscam a internacionalização. São cinco itens que explicam geralmente essa busca: • Empresas em busca de mercados: As empresas que querem buscar expandir os seus negócios diversas vezes encontram na internacionalização o caminho para esse crescimento e desenvolvimento ; • Empresas em busca de matérias-primas: As empresas se instalam em países nos quais há matéria-prima abundante para outras necessidades da empresa. É extremamente comum esse tipo de aproximação ; • Empresas em busca de eficiência produtiva: Buscam países nos quais parte do que elas precisam para produzir tem um preço muito abaixo em comparação ao restante do mercado mundial. Dessa maneira, ganham em competitividade ; • Empresas em busca de conhecimento: Tendo em vista um crescimento ope- racional, empresas de países não tão desenvolvidos buscam o conhecimento em mercados já maduros para crescerem também localmente ; • Empresas em busca de segurança política: Buscam estabilidade em países nos quais seus bens não serão tomados, com políticas claras para o desenvolvi- mento empresarial e boas para o empresário. 9 UNIDADE Finanças Internacionais No fim das contas, o processo de globalização sempre passará pelas empresas multinacionais e pelas transnacionais, que buscam novos mercados por diversas razões, como vimos anteriormente. Os governos dos diversos países do mundo bus- cam, claro, que essas empresas se instalem em seus países, isso gerará ganhos muito bons para os países em questão. Pensemos o seguinte: uma empresa se instala em um país da África, uma grande corporação monta uma grande fábrica, por exemplo, isso gerará emprego, impostos e movimentará toda aquela economia; isso é o que os governantes precisam também para que as coisas funcionem. A Globalização é um processo que está em nossas cabeças nos dias modernos. Como dito anteriormente, um problema que acontecia na China, em um primeiro momento, era tido como um processo isolado, mas já algum tempo nunca é. Atualmente, no geral, problemas em qualquer canto do mundo trazem preocupação a todo o planeta, pois não vivemos em bolhas. O mundo mudou e nos trouxe uma realidade às vezes dura de engolir, na qual devemos sim nos preocupar com o todo, e não mais somente com o nosso cantinho. Corona vírus: o fim da Globalização como a conhecemos A COVID-19 é um espinho na Globalização. O que a crise de 2008-2009 e a revolta identitá- ria não tinham conseguido em uma década, um vírus alcançou em meses. A pandemia é um cisne negro de manual, um unknown unknown que altera o curso da história. Esse é o cenário pessimista que está sobre nós. Leia o artigo na íntegra, disponível em: https://bit.ly/3hnuTtO Governança Corporativa e Objetivos Financeiros A governança corporativa deveria ser o ponto de partida para qualquer empresa. Todas as empresas, sejam elas nacionais, multinacionais ou transnacionais, deveriam se preocupar em buscar uma governança corporativa robusta e com um excelente código de ética e conduta. Mas do mesmo jeito que isso se tornou fundamental para algumas, tornou-se banal para outras. Os códigos são perfeitos com diversos processos a serem segui- dos, mas que os administradores e gestores simplesmente ignoram e fazem com que a governança corporativa caia em descrédito muitas vezes. O principal objetivo da governança corporativa para muitos é tão somente o retorno para os acionistas no longo prazo. Não deixa de ser uma realidade, mas não é só isso, a governança corporativa deve se preocupar com o todo, deve buscar o desenvolvimento e crescimento da empresa e de seus Stakeholders. Para isso, deve seguir padrões nacionais e internacionais de conduta. 10 11 3 práticas de governança corporativa essenciais às empresas: https://bit.ly/32j2lxi Um dos padrões mais aceitos dentro do mercado são os da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). A OCDE é muito bem concei- tuada no mercado sobre governança, pois preza a equidade entre todas as atividades da empresa e sociedade. • Os direitos dos acionistas: Os acionistas são aqueles que inicialmente coloca- ram dinheiro na empresa, quem assumiu o risco e por isso devem ter os seus direitos preservados ; • Tratamento equitativo dos acionistas: Todos os acionistas devem ser iguais para a governança, sejam os majoritários, os minoritários, estrangeiros ou nacionais, todos devem ser iguais para assim gerar a equidade prevista ; • O papel dos stakeholders na governança corporativa: Todos os interes- sados na empresa devem ter os seus direitos preservados dentro do contexto da governança ; • Divulgação e transparência: Todas as informações relevantes têm que ser informadas para a cadeia de interessados na empresa. Devemos nos preocupar em fazer com que a empresa busque a sua transparência a qualquer custo ; • As responsabilidades do conselho de administração: O conselho deve ser o coração da empresa, deve cuidar para que os gestores cumpram o seu papel e deve também ser cobrado e responsabilizado se houver falhas. Esses princípios que a OCDE nos coloca como princípios são também espelhados de alguma maneira pelos princípios de governança corporativa pelo mundo a fora. No Brasil, temos o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), que tam- bém tem os seus códigos e as suas colocações a respeito do que devemos nos preo- cupar em seguir. O IBGC foi criado com o intuito de tratar das questões sobre governança corpora- tiva, atuando na forma de fórum para debates, pesquisas, divulgação e capacitação. Em 1999, o IBGC elaborou o primeiro código sobre governança corporativa, como resposta à necessidade de adoção das boas práticas e de um modelo no sistema de governança. O código abrangia informações sobre os conselhos de administração e sua conduta esperada. Na Figura 2, a seguir, identificamos como o sistema de Governança Corporativa funciona na visão do IBGC. 11 UNIDADE Finanças Internacionais PARTES INTERESSADAS MEIO AMBIENTE Auditoria Independente Conselho Fiscal Auditoria Interna Diretores Administradores Secretaria de Governança* Conselho de Administração Sócios Diretor- -Presidente REGULAM ENTAÇÃO (COMPULSÓRIA E FACULTATIVA) C. Auditoria Comitês Figura 2 Fonte: Adaptado de IBGC, 2018 Os principais princípios que conhecemos para a Governança Corporativa são amplamente explorados pelo IBGC. • Transparência: Consiste no desejo de disponibilizar para as partes interessadas as informações que sejam de seu interesse, e não apenas aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos; • Equidade: Caracteriza-se pelo tratamento justo de todos os sócios e demais stakeholders; • Prestação de contas: Os agentes de governança devem prestar contas de sua atuação de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo, assumindo inte- gralmente as consequências de seus atos e omissões e atuando com diligência e responsabilidade no âmbito dos seus papéis; • Responsabilidade corporativa: Os agentes de governança devem zelar pela via- bilidade econômico-financeira das organizações no curto, médio e longo prazos. A governança deve ser o coração da empresa, mas não só ele, deve ser o cérebro também para que as coisas sejam feitas com emoção e razão ao mesmotempo. As empresas devem ser bem administradas, isso é fato, mas devem também se pre- ocupar com Stakeholders e com a sustentabilidade que o mundo atual pede. Devemos ter boas governanças, mas principalmente devemos ter boas pessoas, bons gestores, só assim conseguiremos ter um processo ético e com o intuito de se buscar o melhor para o todo. A governança nos leva a outros pontos que tratam da questão de quem realmente são os donos das empresas e os objetivos financeiros das mesmas. Empresas são criadas por pessoas que têm sonhos e visão de negócio. Muitos empreendedores nem são as pessoas mais estudadas do mundo, mas têm a ideia e lutam por ela, fazendo com que as coisas aconteçam. Maravilha, aconteceu, e agora? Como essa 12 13 empresa continuará crescendo e se desenvolvendo, como a administração dela pode ser mais profissional? Com isso, chegamos a um ponto importante, que a maioria das empresas, atu- almente, não é mais administrada pelos seus “criadores”. A maioria, quando tem um crescimento, busca o conhecimento externo para continuar crescendo, e isso, às vezes, pode trazer grandes problemas pela diferença de pensamentos, criando conflitos de agência. Conflito de agência é quando os acionistas têm ideias divergentes dos administra- dores. Os acionistas querem o retorno para o capital e os administradores podem estar preocupados em expandir os negócios comprando outras empresas. Contudo, se os administradores assim fizerem, o retorno sobre o capital será menor e a bola de neve só crescerá. O ideal para que seja minimizado esse tipo de problema é que a administração e os acionistas estejam alinhados em busca do mesmo objetivo. É claro que colocar tal tema em pauta é fácil, o complicado é realmente isso funcionar no dia a dia. O que é o conflito de agência? O conflito de agência é o confronto de interesses entre os acionistas de uma empresa e os seus gestores. Como diz o ditado: “Quem quer, vai; quem não quer, manda”. No caso das empresas, quando os proprietários do capital não são simultaneamente os gestores que lidam com as questões operacionais do dia a dia, ocorre frequentemen- te um choque entre o que uns e outros entendem ser o melhor para a empresa. Leia o texto completo, disponível em: https://bit.ly/2FtOVpe Sistema Monetário Internacional O sistema financeiro internacional se inicia com o grande número de convenções, acordos ou regras, as que estão em papel via lei, ou as que são implícitas nas relações entre os mais diversos países. Esse conjunto de regras deve servir como balizador da relação entre países em distinção à questão monetária nas relações entre eles, e devem contemplar os seguintes aspectos: • definição dos participantes; • grau de adesão de cada membro ao conjunto de regras estabelecidas; • regras para os ajustes dos balanços de pagamentos dos países-membros; • padrão monetário; • relação entre as várias moedas dos países participantes; • tipo de câmbio (fixo ou flutuante); • convertibilidade entre as moedas; • liquidez internacional; 13 UNIDADE Finanças Internacionais • financiamento dos desequilíbrios dos balanços de pagamentos; e • criação de instituições tutelares. O sistema financeiro internacional atualmente baseia-se em um tripé for- temente armado por mais de 180 países. Esse tripé é constituído pelo Banco Mundial, o FMI e os diversos bancos centrais do mundo. Cada um deles tem a sua participação nas decisões econômicas e sociais pelo mundo inteiro e tem a responsabilidade de desenvolver o mundo finan- ceira e socialmente, para aumentar o bem-estar da sociedade em geral. (PINHEIRO, 2016) Na sequência, detalharemos os principais atores dentro do processo do sistema financeiro internacional. Banco Mundial O Banco Mundial teve a sua criação durante a Segunda Grande Guerra e a sua função era ajudar na reconstrução da Europa pós-guerra. Mesmo com a reconstru- ção já finalizada, o seu caráter de ajuda em grandes reconstruções sempre esteve presente, pois os desastres naturais e as emergências humanitárias não pararam de aparecer ao longo dos anos. Contudo, com o passar do tempo, o Banco Mundial colocou como meta a redução da pobreza mundial e o desenvolvimento humanitário. O Banco Mundial atualmente ressalta para todos os seus países clientes algumas necessidades, conforme a seguir: • Investir nas pessoas, especialmente por meio da saúde e da educação básica; • Proteger o meio ambiente; • Apoiar e estimular o desenvolvimento dos negócios das empresas privadas; • Aumentar a capacidade dos governos para prestar serviços de qualidade com eficiência e transparência; • Promover reformas para criar um ambiente macroeconômico estável conducente a investimentos e a planejamento de longo prazo; e • Dedicar-se ao desenvolvimento social, inclusão, boa governança e fortalecimento institucional como elementos essenciais para a redução da pobreza. Além de financiar projetos, o Banco Mundial também oferece sua grande experi- ência internacional em diversas áreas de desenvolvimento. O Banco é baseado e conta com o apoio de cinco instituições que ficam abaixo de sua alçada: • Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD); • Associação Internacional de Desenvolvimento (AID); • Corporação Financeira Internacional (IFC); 14 15 • Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (AMGI); • Centro Internacional para Acerto de Disputas de Investimento (CIADI). Com a sua disciplina, expertise e seus dólares, o Banco Mundial se torna um dos mais importantes atores do sistema financeiro internacional em conjunto com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o qual detalharemos a seguir em nosso estudo. Fundo Monetário Internacional (FMI) O FMI foi criado em 1944 em uma conferência realizada nos Estados Unidos pelas Nações Unidas, isso se deu principalmente porque, após a quebra da bolsa de Nova York, os Estados Unidos e consequentemente o mundo mergulharam em uma grande recessão global que precisava ser pensada e controlada de alguma maneira. Viu-se então que havia uma necessidade de criação de um organismo que organi- zasse o comércio e as finanças globalmente. A Segunda Grande Guerra atrasou a implementação do FMI e suas atividades só se iniciaram em março de 1947, já com a denominação de principal instituição financeira internacional. O s principais objetivos do FMI são: • Estimular a cooperação internacional; • Facilitar a expansão e o crescimento equilibrado do comércio mundial; • Promover a estabilidade cambial; • Colaborar para o estabelecimento de um sistema de pagamentos internacionais e para a eliminação de restrições cambiais. O FMI tem como sua responsabilidade muitas vezes a de ser um “banqueiro” de países que passam por dificuldades e precisam de financiamento. Ficou extremamente conhecido durante as crises dos anos 1980, quando auxiliou alguns países a tentarem sair da crise das dívidas externas que se instaurou em muitas nações na época. Os fundos do FMI são constituídos por cotas subscritas pelos países- -membros, pagas em ouro, dinheiro e Direitos Especiais de Saque (DES). As cotas são determinadas de acordo com uma fórmula que leva em conta um conjunto de variáveis econômicas e financeiras, revistas a cada cinco anos. (PINHEIRO, 2016) Os países membros podem solicitar até 25% de empréstimo em caso de necessi- dade. Quando os valores solicitados pelos países excederem os 25%, a comissão do FMI deve analisar dois fatores: • Primeiro: O dinheiro do FMI é de todos os membros, então, o que se espera, é que depois de resolver seus problemas, o membro que pegou o empréstimo pague, e que o próximo a ter problemas possa usar; • Segundo: O país membro que solicita o empréstimo deve demonstrar como se dará o pagamento do mesmo em período de três a cinco anos, pois o FMI tem obrigação com todos os membros e deve preservar a integridade financeira em 15 UNIDADE Finanças Internacionais suas transações, emprestando fundos somente caso o membrosolicitante venha a usar esse empréstimo de forma correta e com prudência. Sendo assim, todo pedido de empréstimo que é feito junto ao FMI deve vir acom- panhado de um plano de redução de custos e de políticas públicas que serão intro- duzidas pelos seus governantes dentro do país. O FMI tem uma importante função dentro do sistema financeiro mundial, auxilia os países membros a saírem de crises via empréstimos e a cobrança de soluções para esses problemas. As suas riquezas vêm dos próprios países membros e, por conta disso, devem ser muito bem analisadas quando forem disponibilizadas para os membros. FMI vê recessão ‘pelo menos tão ruim quanto’ a da crise financeira A economia global deve ‘encolher’ em 2020, diante dos efeitos causados pela pandemia de coronavírus, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). Em comunicado, a diretora-gerente do Fundo, Kristalina Georgieva, apontou que deverá ser registrada uma recessão “pelo menos tão ruim quanto durante a crise financeira global, ou pior”. Lei a matéria na íntegra, disponível em: https://glo.bo/2Riol5i 16 17 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Governança Corporativa Internacionalização e Convergência IBGC. Governança Corporativa Internacionalização e Convergência. 1. ed. São Paulo: Saint Paul Editora, 2010. Vídeos Coronavírus e Globalização https://youtu.be/wI2vBdu6gHk Leitura O que é Globalização? https://bit.ly/3bNEDfT O FMI em síntese https://bit.ly/2FvBK7y 17 UNIDADE Finanças Internacionais Referências EITEMAN, D. K.; STONEHILL, A. I.; MOFFETT, M.l H. Administração Financeira Internacional. 12. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. KRAUSE, W. G.; MACHADO, M. A. S. W. Gestão Empresarial em Gotas – Agite depois de ler. 1. ed. São Paulo: Cengage, 2012. PINHEIRO, J. L. Mercado de Capitais. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2016. VASCONCELLOS, M. A. de; LIMA, M.; SILBER, D. Manual de Comércio Exterior e Negócios Internacionais. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. Site Visitado INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA (IBGC). Código das melhores práticas de governança corporativa. 5. ed. São Paulo: IBGC, 2016. Disponível em: <http://www.ibgc.org.br/userfiles/files/2014/files/codigoMP_5edicao_ baixa%5b1%5d.pdf>. Acesso em: 02/04/2020. 18
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