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POLÍTICAS-PÚBLICAS-E-PODER-JUDICIÁRIO

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POLÍTICAS PÚBLICAS E PODER 
JUDICIÁRIO 
 
2 
2 
 
 
 
1. SUMÁRIO 
 
 
1. Introdução...........................................................................................................................................3 
2. Direitos Fundamentais........................................................................................................................5 
2.1 Estado libera .................................................................................................. 6 
2.2 Estado social .................................................................................................. 8 
2.3 Estado Democrático ..................................................................................... 12 
2.3.1 Estado Democrático no Brasil...............................................................................................15 
3. Políticas Públicas................................................................................................................................18 
3.1 Legitimidade do judiciário no controle das políticas públicas ........................... 20 
3.2 Teoria da escolha pública ................................................................................ 22 
4.Considerações finais...........................................................................................................................23 
5. Referências Bibliográficas..................................................................................................................25 
 
 
 
3 
3 
 
 
1. Introdução 
 
Inicialmente é necessário salientar a distinção entre Estado e governo. O 
primeiro, trata-se da federação de um povo, posta em determinado local e que possui 
o poder originário de administrar. Já o segundo, trata-se o impulsionamento da vida 
pública, ou seja, são as iniciativas tomadas, os regulamentos definidos e aplicados. 
Dito isso, as políticas públicas trata-se de ações e programas necessários 
para tornar efetivo as providências determinadas pelo poder judiciário que precisam 
antes dos atos do Estado. 
O Estado possui tanto o lado social, como o jurídico e o político. A política 
deve visar a necessidade/possibilidade, os indivíduos/coletividade e por fim 
autoridade/liberdade. Além de visar o princípio da supremacia da vontade popular. 
Santos (2011, p.14) também disse que é importante mencionar que: 
[...] o ato da autoridade pública não é ato político, mas sim ato com 
fundamento político; “o ato político não passa de um ato de governo, 
praticado discricionariamente por qualquer dos agentes que compõem os 
Poderes de Estado”; assim, a “lei é um ato legislativo com fundamento 
político; o veto é um ato executivo com fundamento político; a suspensão 
condicional da pena é um ato judiciário com fundamento político. 
As políticas públicas são as escolhas dos atos do governo cuja finalidade é o 
interesse público. 
Ao se falar sobre as políticas públicas e o Poder Judiciário, insta salientar que 
foi por meio do princípio da separação dos poderes que ficou submetido ao Poder 
Judiciário o dever de solucionar lides intersubjetivos, assim como salienta Salles 
(2005, p. 39): "segundo o paradigma liberal de Direito e de Estado, ao Judiciário cabe 
a solução de conflitos entre sujeitos individuais, não se cogitando, nessa perspectiva, 
de qualquer alargamento da função jurisdicional do Estado". 
Dessa forma, cabia ao legislador o dever de elaborar o direito em abstrato e 
ao administrador o dever de elaborar as políticas públicas competentes a atender as 
determinações legais e o ato concreto sobre o interesse público por meio dos atos 
administrativos. 
4 
4 
 
 
No nosso país, o fato do Estado fazer parte das políticas públicas está 
embasado no direito positivo como mecanismo de aplicação de políticas públicas. 
Desse modo, o Estado, com base na competência e força atribuída pela Constituição 
Federal interfere na realidade através das políticas públicas. 
 
 
5 
5 
 
 
2. Direitos Fundamentais 
DICA: 
Vide “Resumo de Gerações dos Direitos Fundamentais” - Direito Legal. Disponível 
no link https://direito.legal/direito-publico/direito-constitucional/resumo-de-
geracoes-dos-direitos-fundamentais/ 
 
 
6 
6 
 
 
2.1 Estado libera 
O grande desejo são as de mudanças políticas capazes de colocar a nova 
classe capitalista estabelecida, em uma posição social de privilégios, mudando-a da 
posição de uma classe social menos favorecida e de pouca influência para uma classe 
mais favorecida. 
Desse modo, foi a partir da Revolução Francesa que se iniciou o Estado 
Liberal em 1780, onde as finalidade eram os ideais de liberdade, igualdade e 
fraternidade. Então, o Estado Liberal, a base de um regime jurídico-político, dando um 
novo escopo às relações sociais, o que colocava a classe burguesa em uma posição 
de maior vantagem, em detrimento aos senhores feudais. 
Nessa época, os burgueses viviam em um regime absolutista em que a 
soberania estatal e o regime social caracterizado pela exploração dos camponeses 
pelos senhores feudais, inviabilizava os interesses mantidos pela classe capitalista 
recém-inserida no contexto social. 
Além de outras coisas, as ideias principais que os revolucionários buscavam 
eram a prevalência da igualdade para todos, além da divisão dos poderes, como meio 
de promover o equilíbrio entre os três poderes. 
Os direitos individuais baseados na liberdade e igualdade, seriam a base para 
a criação de um novo Estado que possibilitasse a distribuição de direitos que não 
foram criados, mas que sejam reconhecidos pela sociedade. 
Desse modo, o conceito de Estado seria mais que um conjunto de pessoas 
reunidas em um território, sob a égide de um governo soberano. Para que os 
capitalistas pudessem conseguir ministrar os mercado de maneira satisfatória, 
precisavam deter maior poder político, que antigamente somente quem era da 
nobreza, possuía. 
Na era feudal, existe diversas classes sociais e estes possuíam, de modo 
confuso, os dispositivos normativos, o que acarretava em insegurança social. Por esse 
motivo, se tornou necessário criar uma estrutura de governo estabelecido pela 
Constituição, onde fosse possível estabelecer as bases jurídicas do Estado. 
A partir daí, a ideia de um Estado de Direito, com base no exercício ativo do 
7 
7 
 
 
Poder Legislativo e à supremacia da Constituição onde todas as pessoas teriam 
igualdade diante do ordenamento jurídico. 
O Poder Legislativo então, passou a possuir um valor inestimável durante este 
período. Em razão disso, nota-se que a burguesia passou a representar uma séria 
ameaça à hegemonia política da nobreza, uma vez que o objetivo dos capitalistas era 
conquistar o poder político. 
DICA: 
Veja o vídeo Estado Liberal de Direito disponível no link 
https://www.youtube.com/watch?v=4hfE3E8Mi74 
 
 
8 
8 
 
 
2.2 Estado social 
Depois de ter se formado o Estado Liberal, o capitalismo se tornou o foco 
principal do exercício da função dos detentores de poder. Nessa época a igualdade 
adquirida era apenas formal. 
Com a Revolução Industrial nasceu a classe de aristocratas, que eram 
pessoas que detinham maior aparato social e as melhores condições de vida e 
consequentemente impunham aos trabalhadores, condições ruins e miseráveis, 
dando início a Revolução Russa em 1917, onde se buscava condições sociais mais 
dignas. 
Por causa desses movimentos os burgueses e os grandes proprietários 
começaram a tomar medidas de cunha satisfativo e direcionados aos operários, 
buscando conter os movimentos. Com isso, surgiu o Estado Social, fundamentado na 
manutenção dos direitos sociais. 
O Estado Social se baseia no “dever-ter” e não no “dever-ser” como era no 
Estado Liberal. Desse modo, surgiu a imagem do Estado como intervenção cujo 
objetivo é editar políticas públicas para garantir que a sociedade alcance agora um 
novo patamar de direitos e garantiassociais. 
A partir desse momento, o Estado Social faz com que o Poder Executivo 
passe a atuar de modo mais ativo, ao estabelecer políticas públicas. O surgimento 
desse Estado Social, fez com que a burguesia visse a necessidade de alterar não só 
a definição, mas também a aplicação da igualdade. 
Surgiu assim a ideia de igualdade material, que buscava não somente um 
tratamento igualitário, mas também isonômico, tratando os desiguais na medida de 
suas desigualdade. Desse modo, a igualdade passou a ser medida com base no 
contexto fático-social de cada indivíduo. 
O Estado do Bem-Estar Social toma por base a aplicação de direitos 
subjetivos. Assim, com a assunção e preponderância do Estado de Bem-Estar Social, 
nascem os chamados “direitos de segunda geração”, também conhecidos como 
“direitos de segunda dimensão”. 
 
9 
9 
 
 
Silva aduz que: 
Assim, podemos dizer que os direitos sociais, como dimensão dos direitos 
fundamentais do homem, são prestações positivas proporcionadas pelo 
Estado direta ou indiretamente, enunciadas em normas constitucionais, que 
possibilitam melhores condições de vida aos mais fracos, direitos que tendem 
a realizar a igualização de situações sociais desiguais. São, portanto, direitos 
que se ligam ao direito da igualdade. Valem como pressupostos do gozo dos 
direitos individuais na medida em que criam condições materiais mais 
propícias ao auferimento da igualdade real, o que, por sua vez, proporciona 
condição mais compatível com o exercício efetivo da liberdade. (SILVA, 2012, 
p. 288-289). 
Percebe-se assim, que a função do Estado é de garantir ao menos um mínimo 
de coeficientes materiais que assegurassem aos cidadãos o mínimo existencial para 
uma condição boa de vida. 
 
 
10 
10 
 
 
Figura 1: Estado Liberal x Estado Social 
 
Fonte: (POLITIZE, 2020) 
11 
11 
 
 
 
DICA: 
Veja o vídeo Transição do Estado Liberal para o Estado Social - José Luiz Quadros 
de Magalhães disponível no link https://www.youtube.com/watch?v=jeLnBtpDmmk 
 
 
 
12 
12 
 
 
2.3 Estado Democrático 
Como forma de fazer com que a população pudesse participar do 
gerenciamento da elaboração e materialização das normas, foi criado o Estado 
Democrático de Direito, passando assim, o povo a ter legitimidade ativa sobre a ordem 
jurídica e legalismo. 
Esse novo modelo é derivado da junção de dois modelos anteriores, sendo 
que os direitos individuais e sociais passariam a ser o principal foco político e 
normativo vivido até então. Contudo, ainda havia a insuficiência da concretude 
material. 
A partir desse momento, surge os direitos de terceira dimensão, cujo objetivo 
desse novo modelo é a manutenção de direitos, tais como a proteção do meio 
ambiente, a autodeterminação dos povos, a fraternidade, e o desenvolvimento. Aqui, 
os direitos difusos e coletivos se tornaram autênticos bens jurídicos de proteção 
material imprescindível. 
Importante ressaltar que os direitos alcançados durante o processo de 
evolução dos modelos de Estado, não inibe aqueles já existentes que sofreram 
alteração. Com base nessas argumentações, Bonavides (1997) preferia utilizar o 
termo “dimensão”, tratando não sobre uma exclusão de direitos ultrapassados, mas 
em um grau de abrangência e restrições os valores normativos ao qual se pretende 
proteger: 
[...] o vocábulo ‘dimensão’ substitui com vantagem lógica e qualitativa o termo 
‘geração’, pois, ‘os direitos da primeira geração, direitos individuais, os da 
segunda, direitos sociais, e os da terceira, direitos ao desenvolvimento, ao 
meio ambiente, à paz e à fraternidade, permanecem eficazes, são infra 
estruturais, Formam a pirâmide cujo ápice é o direito à democracia’. 
(BONAVIDES, 1997, p. 518-519 apud AMARAL, 2010, p. 37). 
A Carta Magna em seu texto, estabeleceu como forma de restrição do Estado 
a esfera particular do cidadão. A segurança jurídica e a identidade normativa do 
Estado aprofundando no próprio corpo social. Assim, Cléve (1999, p.210 apud 
AMARAL, 2010, p.37): 
 
13 
13 
 
 
[...] trata-se de uma ‘viragem paradigmática [que] envolve a ideia de que a 
Constituição não existe apenas para limitar a atuação do Poder Público’, mas 
uma ‘renovada abordagem constitucional, elaborada a partir da perspectiva 
segundo a qual o Estado, sobre sofrer contenção pela norma constitucional, 
haverá, igualmente de ter seu papel elastecido para converter-se em aliado 
do cidadão’. (CLÈVE, 1999, p. 210 apud AMARAL, 2010, p. 37). 
Com o novo modelo de Estado Democrático houve um avanço organizacional 
onde se refletia o desenvolvimento da sociedade que antes representava uma casta 
de domínio e exploração e agora o poder emana do povo e para o povo. Assim, é 
possível observar a ligação entre o princípio da soberania popular e o princípio da 
legalidade. 
Desse modo, Silva (2012, p.127-128): 
Democracia é conceito histórico. Não sendo por si um valor-fim, mas meio e 
instrumento de realização de valores essenciais de convivência humana, que 
se traduzem basicamente nos direitos fundamentais do homem, 
compreende-se que a historicidade destes a envolva na mesma medida, 
enriquecendo-lhe o conteúdo a cada etapa do evolver social, mantido sempre 
o princípio básico de que ela revela um regime político em que o poder 
repousa na vontade do povo. Sob esse aspecto, a democracia não é um mero 
conceito político abstrato e estático, mas é um processo de afirmação do povo 
e de garantia dos direitos fundamentais que o povo vai conquistando no correr 
da história. 
A partir desse novo modelo político derivado de um desenvolvimento marcado 
pela superação social que sofria com um governo escravocrata, para então chegar a 
um nível de um Estado Social, onde as pessoas eram tratadas como cidadãos 
possuidores de direitos sociais em foco na igualdade material como requisito para a 
distribuição de justiça. 
Por causa da ascensão do Estado Democrático de Direito, a norma jurídica 
passou a se posicionar por meio das leis e dos princípios, trazendo aos profissionais 
da área jurídica a necessidade de se usar os “atributos de Hércules” para solucionar 
as celeumas de forma permanente. A hermenêutica jurídica nesse ponto se tornou o 
principal mecanismo para a eficácia da distribuição da justiça. 
A partir do momento que a democracia passou a vigorar nesse novo regime 
jurídico, a população passou a cobrar do Estado (Poder Judiciário) a aplicação das 
14 
14 
 
 
normas derivadas do próprio corpo social, passando assim o Poder Judiciário a ter 
mais preponderância na mesma proporção em que o não cumprimento da norma fazia 
surgir para o jurisdicionado o direito subjetivo de postular em juízo a medida protetiva 
que lhe era cabível. 
Foi a partir desse momento que o Poder Judiciário passou a atuar mais 
ativamente no sentido de aplicar a soberania constitucional em todo o território 
nacional. 
 
15 
15 
 
 
2.3.1 Estado Democrático no Brasil 
Com a criação e vigor do Estado Democrático de Direito no país, a 
Constituição Federal de 1988, em seu artigo 1º estabelece que: 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a 
cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do 
trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. (BRASIL, 1988). 
 
Assim, a Carta Magna, ao estabelecer o regime democrático, possui a 
finalidade de garantir ao cidadão brasileiro uma participação mais efetiva no processo 
político, onde o poder emerge do povo através de seus representantes, seja por meio 
direto ou indireto. Por meio dessa representação as ideias diversificadas e a 
pluralidade de princípios e valores aprofundados da pessoa, se tornam parâmetro 
para delimitar e formatar as normas legais que formam o ordenamento jurídico. 
Osdireitos fundamentais, principalmente os individuais, tiveram mais ênfase 
com o advento da Constituição de 1988, onde é previsto o rol de direitos e garantias 
fundamentais para que o cidadão possa ter uma vida digna. Desse modo, pode-se 
conceituar direitos fundamentais como: 
Direitos fundamentais do homem constitui a expressão mais adequada a este 
estudo, porque, além de referir-se a princípios que resumem a concepção do 
mundo e informa a ideologia política de cada ordenamento jurídico, é 
reservada para designar, no nível do direito positivo, aquelas prerrogativas e 
instituições que ele concretiza em garantias de uma convivência digna, livre 
e igual de todas as pessoas. No qualificativo fundamentais acha-se a 
indicação de que se trata de situações jurídicas sem as quais a pessoa 
humana não se realiza, não convive e, às vezes, nem mesmo sobrevive; 
fundamentais do homem no sentido de que a todos, por igual, devem ser, não 
apenas formalmente reconhecidos, mas concreta e materialmente efetivados. 
Do homem, não como o macho da espécie, mas no sentido de pessoa 
humana. Direitos fundamentais do homem significa direitos fundamentais da 
pessoa humana ou direitos fundamentais. É com esse conteúdo que a 
expressão direitos fundamental encabeça o Título II da Constituição, que se 
completa, como direitos fundamentais da pessoa humana, expressamente, 
no art. 17. (SILVA, 2012, p. 181). 
16 
16 
 
 
Importante mencionar que esse modelo de Estado não esta resumido apenas 
na efetiva participação do povo na esfera política não, cabe também ao Estado 
garantir a integridade dos direitos fundamentais do ser humano que se encontram 
estabelecidos na Constituição. 
Assim, a Constituição Federal se tornou a restrição da atuação do Estado no 
âmbito individual. Podendo ser considerado também como Estado Social-
Democrático de Direito, onde junto com os direitos individuais, o Estado também 
possui a responsabilidade de gerenciar as políticas públicas buscando garantir a 
efetivação dos direitos sociais. 
Desse modo, percebe-se que a Carta Magna se torna um amálgama dos 
modelos de Estados apresentados anteriormente, onde ainda possui resquícios do 
Estado Liberal ao ser determinado a soberania da Carta Magna como forma de balizar 
e fixar o Poder do Estado como garantia da efetividade dos direitos fundamentais. 
Já do Estado Social, manteve-se no fato de que ao Estado é incumbido o 
exercício de Estado intervencionista, onde se é exigida a atuação positiva para dar 
concretização aso direitos sociais insculpidos, conforme previsto no artigo 6º e 
seguintes da Constituição Federal. 
Com base na evolução dos modelos de Estados, algumas normas deixaram 
o “dever-ser” para apenas o “ser” e a partir daí, um novo desafio começou para os 
profissionais da área jurídica, uma vez que apenas a interpretação literal será 
insuficiente, devendo utilizar métodos interpretativos de forma a dar mais concretude 
e maior efetivação das normas. 
Os princípios, desse modo, se tornaram uma espécie de gênero da norma 
jurídica, onde, mesmo não estando escritos na legislação, derivam do respeito aos 
valores estabelecidos pelo ordenamento jurídico. Desse modo, os princípios podem 
ser opostos, sem que sejam contraditórios. 
O Estado Democrático de Direito, atual modelo nacional, apresenta uma 
amalgamação de princípios baseados nos valores individuais e sociais estabelecidos 
ao longo do tempo, durante o processo evolutivo que melhorou as condutas sociais e 
a atuação do Estado. 
17 
17 
 
 
Pode-se dizer que chegamos a um nível de um Estado fraterno, onde todos 
os cidadãos são mutuamente considerados e os seus direitos e deveres chocam de 
maneira atribulada, de modo que a solução das lides exorbita da proteção e disciplina 
das regas jurídicas. Desse modo, procura-se ajuda nos princípios fundamentais 
derivados de valores sociais válidos que conduzem a sociedade atual. 
Atualmente, nos encontramos em um período pós-positivista, cujo marco foi o 
fato de que um Estado Democrático passou a vigorar com base na Constituição 
Federal de 1988. Assim sendo, os princípios passaram a ter mais importância para o 
processo político-jurídico atual, tornando-os como escapatória para a solução de 
todas as celeumas complexas que são apresentadas em juízo. 
Todo caso concreto que é apresentado em juízo não é algo comum e fácil de 
se resolver, por isso, os profissionais jurídicos devem se ater a todos os métodos de 
aplicação da hermenêutica para reduzirem possíveis lides pelo confronto de bens 
jurídicos igualmente importantes. 
ATENÇÃO: 
Os bons profissionais da área jurídica são tem tanta importância quanto a boa 
elaboração das normas. 
Dito isso, pode-se afirmar que os princípios detentores de um grau elevado 
de abstração, diferente do que acontece com as regras, podem ser contrários, mas 
não contraditórios, assim, os princípios não se excluem mutuamente, por meio do tudo 
ou nada. 
 
 
18 
18 
 
 
3. Políticas Públicas 
De modo simplificado, pode-se dizer que a política pública são as escolhas 
dos atos do governo cuja finalidade é o interesse público. Assim, Mancuso (2001) 
estabelece que: 
(...) a política pública pode ser considerada como a conduta comissiva ou 
omissiva da Administração Pública, em sentido largo, voltada à consecução 
de programa ou meta previstos em norma constitucional ou legal, sujeitando-
se ao controle jurisdicional amplo e exauriente, especialmente no tocante à 
eficiência dos meios empregados e à avaliação dos resultados alcançados. 
Bucci (2002) reafirma e complementa dizendo que as “Políticas públicas são 
programas de ação governamental visando a coordenar os meios à disposição do 
Estado e as atividades privadas, para a realização de objetivos socialmente relevantes 
e politicamente determinados”. 
Assim, podemos dizer então que as políticas públicas devem ser 
determinadas pelo possuidor da competência jurídica e somente depois de formulada 
é que dará início aos programas, planos, projetos, bases de dados, sistema de 
informação, etc. que serão futuramente implantados. 
Lembrando que a política voltada para o interesse público que é importante, 
devendo ser observado também os limites previstos pela variedade de atores que 
fazem parte dessa área. 
Insta ainda salientar a distinção entre Estado e governo. O primeiro, trata-se 
da federação de um povo, posta em determinado local e que possui o poder originário 
de administrar. Já o segundo, trata-se o impulsionamento da vida pública, ou seja, são 
as iniciativas tomadas, os regulamentos definidos e aplicados. 
Dito isso, as políticas públicas tratam-se de ações e programas necessários 
para tornar efetivo as providências determinadas pelo poder judiciário que precisam 
antes dos atos do Estado. 
É importante frisar a ligação entre o ato estatal e a política pública, uma vez 
que essa última precisa dos gastos públicos. Destarte, o início das políticas públicas 
se dá com as leis e diretrizes orçamentárias e os planos plurianuais. 
 
19 
19 
 
 
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: 
I - o plano plurianual; 
II - as diretrizes orçamentárias; 
III - os orçamentos anuais. (BRASIL, 1988) 
 
ATENÇÃO: 
O Poder Executivo apenas controla os valores. 
Com base nessas definições, nota-se que as políticas públicas se trata de um 
mecanismo que visa atender ao interesse público. As políticas públicas, assim, são 
divididas por áreas em busca de atender aos direitos fundamentais coletivos ou 
difusos, tais como: educação, saúde, transporte, econômica, ambiental, etc. 
DICA: 
Veja o vídeo O que são políticas públicas? - Brasil Escola disponível no link 
https://www.youtube.com/watch?v=PvWo10xHYrs 
 
 
20 
20 
 
 
3.1 Legitimidade do judiciário no controle das políticas públicas 
Muito se tem discutido quanto a legitimidade do Poder Judiciário em controlar 
as políticas públicas. O PoderJudiciário é considerado hoje como um guardião final 
dos direitos fundamentais previstos na Constituição, quando estes se encontram 
ameaçados. 
É importante analisar a democracia e a Carta Magna sob duas perspectivas, 
assim como aponta Pamplon e Mesquita (2015, p.16): 
 
Exsurge interessante necessidade de avaliar a democracia e a constituição 
sob duas perspectivas: democracia como valor inspirador da constituição 
integral e como princípio inserto na constituição, ou seja, princípio jurídico. 
Sem pretender descer a minúcias sobre tema tão caro e complexo, não se 
pode deixar de encarecer a importância de separar democracia 
contemporânea (na qual a maioria não expressa a força anteriormente 
presente naquele conceito, a ponto de concebê-la como governo da maioria), 
constituição e princípios constitucionais. 
 
Um conjunto de normas institucionais que determina a pessoa competente 
para tomar as decisões é, atualmente, o acelerador da democracia. Saber quem deve 
decidir sobre a coletividade e quais medidas cabíveis, pode-se dizer que é a tradução 
do que é a atual democracia. 
Pamplon e Mesquita (2015, p.17) também dizem que: 
 
A técnica da proporcionalidade é criticada por alguns autores em razão da 
possibilidade de subjetivismos do intérprete (juiz), mas não se pode contestar 
que se revela como a metodologia mais bem acabada da interpretação 
sistemática. Ademais, no aparente conflito entre uma regra e um princípio, 
poderia prevalecer a regra, numa perspectiva inicial, porque, em primeiro 
lugar, a distinção que faz entre um e outro não está na fundamentalidade, 
mas sim em sua estrutura normativa e, em segundo lugar, uma das ideias 
subjacentes aos princípios é a pretensão de correção. Com efeito, na 
ocorrência de conflito entre um princípio e uma regra18, a solução deve vir 
21 
21 
 
 
da ponderação entre este princípio e o princípio que fundamenta a regra 
colidente. 
 
Se os princípios apresentam as regras e ambos sejam com pretensão de 
correção, estes deveriam possuir um poder maior de clareza e correção. Entretanto, 
não é bem assim que funciona, pois pode ocorrer alguns conflitos entre o princípio e 
a regra, devendo prevalecer o princípio sobre a regra. 
Assim, Klatt (2012, p. 42) determina que: 
 
[...] o Judiciário, ao aplicar o teste da proporcionalidade, balanceando 
princípios aparentemente conflitantes no caso concreto, pode efetuar uma 
escolha (por exemplo, aplicar o princípio da dignidade da pessoa humana em 
detrimento do princípio da separação de funções de poder e do princípio da 
reserva do possível, outorgando um medicamento a uma determinada pessoa 
que dele necessita, mas de custo muito caro e fora das listas de 
medicamentos de distribuição pública e gratuita) e, com isso, afetar a 
competência que seria do executivo ou do legislativo, atingindo o princípio do 
estado democrático de direito. 
 
O autor acredita que as reverberações quanto a isso são complexas de se 
evitar de ante de casos difíceis e verificar a proporção em relação as críticas que 
poderá vir a sofrer, ainda é o meio ideal a ser aplicado de modo a garantir a harmonia 
do sistema jurídico em razão de um caso concreto. 
 
CURIOSIDADE: 
Veja a aula do Estratégia Concursos sobre Controle das Políticas Públicas pelo 
Judiciário: https://www.youtube.com/watch?v=dDlGDuXqeIU 
 
 
22 
22 
 
 
3.2 Teoria da escolha pública 
A teoria da escolha pública foi criada por Buchanan em 1960, onde alegava 
que se tratava de uma teoria das falhas governamentais na democracia. Santos (2011, 
p.14) completou dizendo que: 
Essas falhas governamentais também foram notadas pelo jurisfilósofo 
Norberto Bobbio, quando indica seis promessas que não foram cumpridas 
pela democracia: a de posicionar o indivíduo como protagonista da vida 
política; de viabilizar a representação política perseguindo os interesses da 
nação; de proporcionar a derrota do poder oligárquico; de posicionar a 
democracia nos espaços de tomada de decisões vinculantes para todo grupo 
social; de proporcionar a eliminação do poder invisível (máfia, camorra, 
serviços secretos etc); e a de impulsionar a educação para cidadania. 
Essa teoria é uma ligação entre a relação econômica e política que apresenta 
elementos necessários para compreender sobre o processo de decisão coletiva dos 
governos democráticos. Essas regras determinam os limites de participação das 
pessoas envolvidas na decisão, o conjunto das instituições políticas do país, sua 
relação com os cidadãos e com os mais diversos grupos de interesse. 
Na teoria, o processo não garante sozinho o bem estar coletivo, uma vez que 
o que leva em conta são os interesses dos próprios governantes, empresários, etc., 
além de seu comportamento racional e a relação político/voto. 
Santos (2011, p. 15) por fim aduz que: 
Nessa organização, o(s) representante(s) eleito(s) que detém o poder de 
“decidir as matérias a serem votadas e sua ordem de apreciação pelo 
plenário”, tem grande influência no resultado da votação de determinada 
matéria, pois detém o poder de influenciar nas negociações das preferências 
dos legisladores (votos), no intercâmbio de votos entre eles e, portanto, de 
viabilizar a aprovação de leis ou emendas que expressem o maior ou menor 
grau de preferências dos legisladores. 
 
DICA: 
Veja o vídeo Teoria da Escolha Pública (Diogo Costa) disponível no link 
https://www.youtube.com/watch?v=5cl9-81Tgqs 
23 
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4. Considerações finais 
 
A presente apostila buscou-se abordar sobre as políticas públicas e Poder 
Judiciário, mas antes de adentrar nesse assunto, fez-se necessário apresentar os 
direitos fundamentais estabelecidos pela Constituição Federal de 1988, frisando 
também a evolução dos modelos de Estado. 
O grande desejo são as de mudanças políticas capazes de colocar a nova 
classe capitalista estabelecida, em uma posição social de privilégios, mudando-a da 
posição de uma classe social menos favorecida e de pouca influência para uma classe 
mais favorecida. 
Depois de ter se formado o Estado Liberal , o capitalismo se tornou o foco 
principal do exercício da função dos detentores de poder. Nessa época a igualdade 
adquirida era apenas formal. 
Por causa dos movimentos dos trabalhadores em busca da qualidade de vida, 
os burgueses e os grandes proprietários começaram a tomar medidas de cunha 
satisfativo e direcionados aos operários, buscando conter os movimentos. Com isso, 
surgiu o Estado Social, fundamentado na manutenção dos direitos sociais. 
Como forma de fazer com que a população pudesse participar do 
gerenciamento da elaboração e materialização das normas, foi criado o Estado 
Democrático de Direito, passando assim, o povo a ter legitimidade ativa sobre a ordem 
jurídica e legalismo. 
Com o novo modelo de Estado Democrático houve um avanço organizacional 
onde se refletia o desenvolvimento da sociedade que antes representava uma casta 
de domínio e exploração e agora o poder emana do povo e para o povo. 
Assim, a Carta Magna, ao estabelecer o regime democrático, possui a 
finalidade de garantir ao cidadão brasileiro uma participação mais efetiva no processo 
político, onde o poder emerge do povo através de seus representantes, seja por meio 
direto ou indireto. 
Em seguida foi apresentado a definição das políticas públicas que devem ser 
determinadas pelo possuidor da competência jurídica e somente depois de formulada 
24 
24 
 
 
é que dará início aos programas, planos, projetos, bases de dados, sistema de 
informação etc. que serão futuramente implantados. 
Lembrando que a política voltada para o interesse público que é importante, 
devendo ser observado também os limites previstos pela variedade de atores que 
fazem parte dessa área. 
O Poder Judiciário é considerado hoje como um guardião final dos direitos 
fundamentais previstos na Constituição, quando estes se encontram ameaçados e por 
isso possuem a legitimidadedo Poder Judiciário em controlar as políticas públicas. 
Por fim, mas não menos importante, foi apresentada a teoria da escolha 
pública de Buchanan que se tratava de uma ligação entre a relação econômica e 
política que apresenta elementos necessários para compreender sobre o processo de 
decisão coletiva dos governos democráticos. 
É importante frisar que este assunto não se esgota nas páginas deste trabalho 
e há muito que pesquisar e produzir de conhecimento sobre esta área tão importante. 
 
 
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5. Referências Bibliográficas 
 
ALEXY, Robert. Colisão de direitos fundamentais e realização de direitos 
fundamentais no Estado de Direito Democrático. Revista de Direito Administrativo, 
Rio de Janeiro, n. 217, p. 67-69, jul./set. 1999. 
BARROS, Sérgio Resende de. As políticas públicas ante o Poder Judiciário. Revista 
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1997 
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Vade Mecum OAB e Concurso. Obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a 
colaboração de Luiz Roberto Curia, Lívia Céspedes e Juliana Nicoletti – São Paulo: 
2019 
BUCCI, Maria Paula Dallari. Direito administrativo e políticas públicas. São Paulo: 
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London: Oxford University Press, 2012. 
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Revista dos Tribunais. 2001 
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Disponível em https://www.politize.com.br/estado-de-bem-estar-social-e-estado-
liberal-diferenca/ Acesso em ago. 2020 
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difusos e coletivos”. Revista de Processo 121. 2005 
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SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 36. ed. São Paulo: 
Malheiros, 2012. 
SILVA, Virgílio Afonso da. O proporcional e o razoável. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2002.

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