desafio Introdução à elaboração de projetos e planos para UC

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Desafio
A criação e a implantação de UCs constituem a principal política de conservação da diversidade biológica, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Entretanto, gerir um sistema de UCs de modo a garantir sua sustentabilidade a longo prazo é um grande desafio.
Além dos inúmeros problemas relativos à área da própria unidade, como a regularização fundiária, a fiscalização e a implantação da infraestrutura, os gestores enfrentam diversas dificuldades de relacionamento com a população lindeira e de controle dos impactos das atividades socioeconômicas desenvolvidas no entorno da UC.
Considerando que você será o principal gestor de uma UC a ser criada na Amazônia, após consultar estudos técnicos sobre a área de preservação, são identificados aspectos que podem num futuro próximo criar impasses com a comunidade, principalmente relacionados a aspectos econômicos. A principal questão envolve a extração de produtos da floresta, majoritariamente castanhas, e como equilibrar essa atividade de renda das comunidades locais permitindo que a UC cumpra seu papel.
Dessa forma, e tendo em vista a tomada de decisão com respeito à implantação do sistema de extração sustentável de castanha na UC, você realiza uma pesquisa acerca do assunto e conclui o seguinte:
Você então precisa concluir sua análise e indicar ou não a realização do projeto. Além disso, esboce um pequeno projeto (pequena introdução e caracterização do problema, objetivos, método e resultados esperados) tendo em vista o diagnóstico da atividade na UC.
Padrão de resposta esperado
Conforme apresentado, o projeto é indicado à UC e para subsidiá-lo é necessário elaborar um Plano de Manejo Florestal Sustentável com base na exploração da castanha-do-pará. Esse Plano de Manejo Sustentável deve seguir três etapas principais (preparação do plano de manejo; implementação do plano e monitoramento e revisão do plano).
Para o esboço do projeto, ele deve inicialmente definir a área da UC, ou seja, do total da área concedida à exploração florestal, deve‐se subtrair as áreas em que não será permitida a exploração (área de preservação permanente e zona de conservação de espécies endêmicas, por exemplo) ou mesmo seja inviável, em virtude das características físicas e biológicas da área (como as áreas com afloramentos rochosos e corpos d’água).
Com base no exposto anteriormente, você pode expor suas conclusões buscando a valorização positiva de forma com que a UC contribua para a manutenção da atividade econômica pela extração da castanha-do-pará e, da mesma forma, que essa atividade seja sustentável, envolvendo a população nos projetos e planos da UC.
Alguns dos impactos positivos que poderão ser gerados com essa atividade são:
- a geração de empregos diretos e indiretos nos municípios;
- incremento da atividade econômica local;
- aumento da fiscalização da floresta pelo concessionário.
Essa situação pode gerar maior combate à exploração predatória dos produtos florestais. O potencial da atividade pode ser ainda incrementado se observadas as seguintes condições:
a) aumento no preço de comercialização dos produtos florestais em função de medidas como a certificação florestal ou a manutenção de uma política de preço mínimo pelo governo federal que valorize esses produtos;
b) beneficiamento dos produtos florestais, como a produção de óleos e derivados da castanha‐do‐pará, e processamento da madeira para geração de derivados com maior valor agregado;
c) aumento da eficiência da cadeia produtiva;
d) inclusão de outras categorias de áreas protegidas de uso sustentável nos diferentes cenários, entre outros.
Além do benefício econômico estimado, é importante também ressaltar os benefícios ecológicos e sociais decorrentes da exploração sustentável dos recursos florestais.
Nesse sentido, a manutenção da biodiversidade é garantida além de outros serviços ecossistêmicos. Do ponto de vista social, a integração das comunidades tradicionais no processo produtivo (extração, transporte, beneficiamento, plantio, entre outros) pode gerar o incremento na renda familiar e diminuir a extração ilegal e a degradação dessas áreas, conferindo maior proteção dos recursos naturais.