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Ludmila Violeta de Moraes - Enterobactérias: Bactérias que colonizam o trato gastrintestinal, geralmente não são patogênicas, vivem na microbiota e trazem algum benefício, vão pra o intestino grosso e delgado e podem causar colite, proctite (reto), doença inflamatória intestinal. Mas algumas delas podem causar infecções no esôfago e/ou no estômago, gerando uma esofagite ou gastrite. - Infecções do trato gastrointestinal, podem ser: esofagite, gastrite (inflamação) e úlcera gástrica (lesão gástrica). No caso da gastrite existe a H-pylori, o que não significa que vai ter uma gastrite ou câncer, a menos que esteja associado à uma inflamação, que as chances aumentam. Paciente jovem com sintomas de gastrite inicia o tratamento empírico, caso não resolva faz uma endoscopia, se apresentar uma úlcera e a bactéria estiver associada, inicia- se o tratamento. - Teste de urease: caso haja inflamação ao fazer uma endoscopia, coleta-se um material para análise e faz biópsia. O pedaço do tecido vai ser colocado em um eppendorf que vai conter ureia. Caso haja mudança de cor do amarelo para vermelho é provável que exista H-pylori (não é um bacilo, não fermenta carboidrato), pois essa bactéria apresenta uma enzima chamada urease, que reagiria com a ureia. causada por micro-organismo; sintomas semelhantes, porém, apresenta febre; tratado por antibiótico; podem ser causadas por Escherichia coli, Salmonella sp. e Shigella sp. podem ser parasitas também, mas sem ser infecção comunitária. causadas por toxinas bacterianas, fúngicas ou substâncias químicas. Não apresenta febre; Sintomas até a toxina ser expelida; Em boa parte das vezes não precisa antibiótico; Podem ser causados por toxinas produzidas pela Staphylococcus aureus e Clostridium botullinum. As bactérias do trato gastrintestinal podem migrar do ânus para a uretra, podendo gerar uma uretrite (geralmente Escherichia coli), cistite (bexiga), pielonefrite (rins). • Infecção urinária de repetição, pode ser bactéria resistente ou ambiente propício para reprodução bacteriana. • Caso não tratada pode gerar uma insuficiência renal. • Tratamento empírico: paciente com suspeita de uma infecção urinária, prescrever uma ciprofloxaxina, cefalosporina de primeira ou segunda geração. (gram negativas) • Solicitação da urocultura. - Enterobactérias: 32 gêneros e mais de 130 espécies. - Bacilos gram-negativos (coloração de gram): móveis ou imóveis; não esporulados; fermentam a glicose (carboidrato). - Infecção do trato intestinal: - Infecções do trato urinário (ITU): - Intoxicação alimentar: Microbiologia Ludmila Violeta de Moraes • Vancomicina apenas pra positivas, não pode tratar nesse caso (poderia selecionar as gram-positivas). • Exemplo: paciente com infecção urinária, na coloração de gram apresenta bacilos gram negativos, enterobactérias pode começar o tratamento empírico. • Pneumonia: fez coloração de gram, coloração de gram deu negativa, vai usar antibióticos que “cubram” bactérias gram negativas. - Fermentam glicose. - Nitrito positivo: no sumário de urina tem presença de leucócito, e nitrito positivo, pensar em enterobactérias. Citrobacter: não é considerado um patógeno entérico, mas vai causar principalmente ITU (infecção no trato urinário) Klebsiella (2): causar principalmente infecção urinária, mas caso vá para o trato respiratório pode causar pneumonia. Bacilo gram negativo e nitrito positivo. Enterobacter: 11 espécies, causa infecções urinárias e respiratórias; pode gerar qualquer tipo de infecção. Escherichia coli (1): maior incidência nas infecções urinárias; podem causar pneumonia, meningite, infecções intestinais etc. em algumas regiões até 80%, principal isolada em trato urinário. Amoxilina - trata gram positivas e gram negativas se não tiver sido muito usada previamente, cefalosporina de primeira geração ou 3, ciprofloxacina (quinolona). (Não vai cobrar) Vai cobrar mais classificação. Causadoras de diarreia são divididas em ECEP, ECET, ECEI e ECEH. Para alimento pesquisa escherichia coli, para banho estafilococus aureus. Serratia: causador de ITUs, feridas cirúrgicas e pneumonias; produz 3 enzimas: DNAse, Lipase e Gelatinase. Proteus: ITUs e hospitalares. Exame de urina: pH da urina entre 4 – 8, acima de 8 pede para refazer o exame, indica crescimento de bactérias. Nitrito negativo, possivelmente não é uma enterobactéria. Exterase leucocitária, presença de leucócitos. Leucócitos numerosos, hemácias também pode indicar uma inflamação ou infecção. Urocultura: OBS.: pode ser enterobactéria mesmo que apresente nitrito negativo, pois pode não ter dado tempo a bactéria multiplicar-se. (depende da clínica). Laudo: urocultura + antibiograma. Não dá nenhum antibiótico resistente, nem intermediário, de acordo com a condição clínica do paciente. Características típicas das enterobactérias: Bacilos gram-negativos, nitrito positivo, fermentadores de carboidratos, oxidase negativo. Ludmila Violeta de Moraes Presença de lesão renal – contraindicado dar micacina que é nefrotóxico. Alérgico a penicilina – não vai dar beta lactâmicos. Exame 2.: Leucócitos numerosos ou piuria maciça. Leveduras numerosas – infecção fúngica. Urocultura: - Poucos antifúngicos, por conta da semelhança entre as células eucarióticas. Erro de coleta. Escherichia coli: algumas que são causadoras de diarreia e dividem-se em grupos: ECEPatogênica: diarreia na infância (não cobra os tipos na prova) - Duração em torno de 3 dias. - Modificação das fímbrias - Adesão de umas células às outras causando instabilidade e junção das microvilosidades (desaparecimento dessas e formação de pedestais) que vão impedir a absorção gerando um quadro diarreico. - Patogenicidade: aderência ao enterócito, ligação íntima da bactéria com a membrana celular e alteração estrutural do enterócito. - Carne crua, qualquer alimento exposto à contaminação. 30% dos casos de diarreia aguda em crianças. ECEToxigênica: apresenta enterotoxinas - Termolábil (LT): 60ºC/30 minutos e - Termestável (ST): 100ºC/15 min; - Diarreia dos viajantes, caso diarreico de 2 a 3 dias. - Patogenicidade: ingestão -> adesão ao epitélio -> colonização -> produção da toxina -> diarreia. ECEInvasiva: invasão de células do cólon - Patogenia semelhante Shigella - Clinicamente indistinguíveis, apenas por coprocultura - Sintomas: febre, câimbra abdominal, diarreia profunda e disenteria. Pico: 8 a 24 horas. ECEHemorrágica: Produtora da toxina shiga, inibe a síntese proteíca, o gene da shiguella passada pela e. coli hemorrágica. - Contaminação de carnes. - Reservatório: gado, galinhas, porcos e carneiros. - Patogenese: colite hemorrágica (adesão -> colonização -> lesão) - Síndrome hemolítico-urêmica (15%), púrpura trombocitopênica-trombótica. Shigella: infecções entéricas; causa disenteria bacilar clássica; Não faz parte da microbiota do trato gastrointestinal dos seres humanos; Existe 4 espécies: S. dysenterie, S. flexneri, S. boydii, S. sonnei; Lactose–negativas; Crescimento em temperatura ótima 37º, cresce entre 10 à 48ºC; Enterobactérias relacionadas ao trato gastrointestinal: - Diferença entre diarreia e disenteria: a primeira não apresenta sangue, a segunda sim. ATENÇÃO! Ludmila Violeta de Moraes pH 5 – 8; reservatório homens e primatas; apresenta a Shiga toxina: Inibe a síntese proteica dentro da célula humana, compromete o transporte de eletrólitos, liberação de fluídos no lúmen intestinal, destruição de células epiteliais. Apresenta uma linfocitose (aumento de linfócitos) Sintomas: depende da dose infectante, estado imune, arsenal genético. Pode causar uma diarreia leve ou disenteria (com pus e muco). Profilaxia: Melhoria da qualidade de água, saneamento básico, educação em saúde. Salmonella: presente em uma cropocultura esta associada a infecção intestinal, pode manifestar-se como febre tifoide (infecção sistêmica). Presente principalmente em ovos. Pode causa febre tifoide, principalmente em crianças menores de 5 anos, aumento paralelo de septicemia. - Patogenia: IMPORTANTE!! Penetração da bactéria após a ingestão -> penetra nas células M e células de pyer -> invade o macrófago (escapa do sistema imunológico) -> pode cair na corrente sanguínea e gerar uma sepse -> LPS gera o choque pirogênico (febre intensa). • Bactéria que está dentro do macrófago, por isso acontece a linfocitose. • LPS: Lipopolissacarídeo, pode ser dosado a presença através da corrente sanguínea. Pseudomonas e microrganismos relacionados (bacilos gram-negativos não fermentadores). Pseudomonas aeruginosa: principal relacionada a infecção em humanos (muito resistente). Habitat: solo e água. Patógeno oportunista: multiplicidade infecções, pacientes imunocomprometidos, vítimas de queimaduras, pacientes com câncer. Em hospital consegue se desenvolver em paredes, sonda, cateter e adquirir resistência (geralmente usa associação de beta-lactâmicos com aminoglicosídeos) Gram-negativos; não fermentam carboidratos; oxidase positivo; aeróbios estritos; produzem piocianina, fluoresceína e piorrubina. Possuí crescimento rápido. Consegue degradar petróleo (oxidação de hidrocarbonetos). Patogenia: fatores de virulência – Adesinas, flagelos, cápsulas de polissacarídio, endotoxina, exotoxinas e piocianina. Enterobactéria Pseudomonas Bacilo gram-negativo Bacilo gram-negativo Oxidase negativo Oxidase positivo Nitrito positivo Nitrito negativo Fermenta carboidrato N. fermenta carbo. Morte celular -> intensa proliferação -> produz toxina Shiga -> impede a síntese proteica -> causa citotoxicidade -> processo inflamatório local. Principais que podem ser cobradas (segundo o prof.): E. coli, kebisiella, citrobacter, proteus, salmonella e shiguella. REVER! Ludmila Violeta de Moraes Formadoras de biofilme: consegue fazer a colonização primárias; coloniza os pulmões (exemplo de quem tem fibrose cística). - Síndromes clínicas: infecções pulmonares, primárias de pele, vias urinárias, ouvido, oculares, endocardite. - Natural: espectro restrito -> penicilina benzatina (benzetacil) -> gram positivas. Bactrim -> gram negativas. - Adquirida: principais bactéricas com resistência adquirida – Estafilococus aureus Klebsiella penumoniae Klebsiella oxytoca Escherichia coli Acinetobacter ssp. Pseusomonas aeruginosa Proteus mirabilis Enterococcus sp. - Principais siglas de multirresistência: MRSA: estafilococus aureus resistente à meticilina ORSA: estafilococus aureus resistente à Oxacilina. VRSA: estafilococus aureus resistente a Vancomicina. VRE: enterococo resistente à vancomicina KPC: klebsiella penumoniae carbapenemase - Comunitária: quando o paciente inicia o tratamento e para, logo após os sintomas voltam e ele repete o procedimento, contribuindo para a seleção das bactérias mais resistentes. - Ambiente Hospitalar: devido ao contato de uma bactéria com outras. - Mecanismos de resistência: Betalactamase: enzima que degrada o anel betalactâmico, inativando os antibióticos betalactâmicos. Amoxicilina + clavulanato (inibe a betalactamase) de potássio, potencializa a ação da amoxilina. Betalactâmicos combinados: Amoxicilina + clavulanato Ticarciclina + clavulanato Ampicilina + Sulbactam Piperaciclina + Tazobactam Amoxicilina + Sulfobactam - Carbapenens: surgiram a carbapenemase como na Klebisiella penumoniae Carbapenemase. Encontrada atualmente na Klebsiella pneumoniae, serratia marcescens, e. coli, Proteus mirabilia, Pseudomonas aeruginosa. NDM – Nova Deli metalo-beta-lactamase-1: gene que algumas bactérias possuem e proporcionam resistência. Klebsiella pneumoniae e E. coli. Outros mecanismos: bomba de efluxo, alteração da permeabilidade, mecanismo enzimático e alteração no sítio de ação. - Conjugação: através do pili a bactéria transmite para outra um gene duplicado que possibilita causar a resistência. - Transdução: o bacteriófago infecta a bactéria e lança o material genético e o gene de resistência. - Transformações e transposições que podem gerar mutações espontâneas. - Biofilmes: conjunto de bactérias resistentes: proteção contra radiações UV, predadores, desidratação, fagocitose, antimicrobianos. Resistência bacteriana: Ludmila Violeta de Moraes Na microbiota normal estão presentes na pele, cavidade oral (cárie), trato respiratório, trato genital feminino, intestino. Geralmente endógenas; mistas (mais de uma espécie gerando infecção); não apresenta fatores de virulência evidentes, mas sim fatores predisponentes; dados clínicos sugestivos. Predisponentes que favorecem a insuficiência vascular periférica. Dados clínicos sugestivos: odor fétido, necrose tecidual desproporcional a lesão, produção de gás em tecidos moles, próximo a superfície de mucosas, coloração negra, com secreções contendo sangue. bastonetes gram-positivos esporulados. Endósporos (método witz). Normalmente móveis (peritríqueos). Cápsula (C. perfringens) Cultivo em anaerobiose (técnicas especiais). Patogênicas em meio que favoreça a anaerobiose. Não invasivos: toxinfecção (C. tetani e C. botuinum). Invasivos: infecções regionais ou sistêmicas. - Clostridium tetani: solo (doença telúrica); transitório no intestino. Se a incubação for mais longa, pode produzir anticorpos contra a toxina. Vacina 3 doses e soro concentrado de anticorpos. Toxinas: tetanolisina e tetanospasmina. Esporo (lesão) -> Forma vegetativa -> toxina (tetanospasminas, espasmos) -> SNC -> impede a liberação glicina e/ou ácido gama- aminobutírico -> paralisia espástica -> morte. Duas frações da toxina: Amostras: biopsias teciduais. (o swab não pode ser recolhido pois faz contato com oxigênio e mata a bactéria). Coleta: aspirar com agulha e seringa. - Clostridium: Microbiologia de anaeróbios: Ludmila Violeta de Moraes - A - leve, efeito tóxico, gera os sintomas, ativada no estômago; peptídeo. B – Pesada, fixação. Diagnóstico: bacterioscopia, cultura. Tratamento: antitoxina (soro) Sensibilidade: penicilinas, cefalosporinas, metronidazol. - Clostridium botulinum: toxina potente x termolábil Diminui a contração. Botulismo clássico: indústria Infantil: multiplicação in vivo da bactéria, os lactentes ingerem esporos do solo ou da poeira caseira, mas não a toxina pré-formada. Feridas: produção das toxinas in vivo. Patogenia: esporo no alimento -> forma vegetativa -> toxina (tipos A à E) -> Intestinos -> circulação -> Nervos -> inibe liberação de acetilcolina -> paralisia flácida -> morte (18 a 36 horas) Resistente a pepsina e sensível a tripsina. Ação: toxina, impede a liberação da acetil colina e a contração respiratória. Diagnóstico: toxina no plasma ou em tecidos antes da morte Tratamento: soroterapia para toxina livre e guanidina e aminopiridina para aumentar a liberação de acetilcolina. - Clostridium perfringens (tipos A – E): invasivo, no trato intestinal de humanos, animais e presente no solo. pode causar a gangrena gasosa. patogênia: esporo-> invade tecido -> toxinas e enzimas necrozantes -> necrose -> bacteremia -> toxemia -> morte do indivíduo. Na sinapse, acetilcolina contrai, glicina relaxa, quando na presença da toxina, impede a liberação da glicina e fica liberando apenas acetilcolina, gerando a contração contínua. Gerando o riso sardônico, a paralisia espástica, o trismo, por exemplo.