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1 Dificuldades de inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho em Imperatriz/MA A inclusão tem como objetivo que todos os indivíduos tenham acesso aos seus direitos de modo igualitário. Este conceito aborda a ideia de que não é tolerado qualquer tipo de discriminação ou exclusão, seja por conta da cor, raça, classe social, condições físicas e psicológicas distintas. A inclusão de pessoas com deficiência vem crescendo cada vez mais, porém ainda há vários obstáculos a serem superados. O tema vem ganhando cada vez mais relevância e com isso gera novos debates. Como afirmado por Pinheiro e Dellatorre (2015), “a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho formal é um tema complexo e que vem conquistando espaço no cenário atual”. De acordo com a Lei n° 13.146, de 6 de julho de 2015, art. 2°: Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. (BRASIL, 2015). Do total da população brasileira, 23,9% da população, o que corresponde a 45,6 milhões de pessoas, declararam ter algum tipo de deficiência. Entre as deficiências declaradas, a mais comum foi a visual, atingindo 3,5% da população. Em seguida, ficaram problemas motores (2,3%), intelectuais (1,4%) e auditivos (1,1%) (UNIVERSIA, 2020). O desconhecimento da Libras pela sociedade dificulta o processo de inclusão do surdo, os indivíduos que possuem essa deficiência são excluídos diversas vezes pelo fato das pessoas não possuírem domínio da Libras. O autismo não tem cura, um indivíduo que é diagnosticado com TEA irá ser autista por toda a sua vida. É possível estabelecer o diagnóstico de TEA desde os 3 anos de idade. Assim que ocorre o diagnóstico, é necessário buscar acompanhamento médico e psicológico, quanto mais cedo o autismo for detectado e for trabalhado, mais eficiente será o tratamento. Todas as pessoas que possuem autismo apresentam sintomas em comum como dificuldades de comunicação, interação e comportamento social, além de terem, na maioria das vezes, comportamentos rotineiros e repetitivos. Em relação a 2 interações sociais permanecem um déficit na reciprocidade social e emocional, interferindo em seu modo de se relacionar com outras pessoas. “Historicamente, os processos de exclusão das pessoas com deficiência intelectual impostos pela sociedade, têm dificultado o acesso desses indivíduos a determinados bens essenciais como saúde, educação e trabalho” (TOLDRÁ; MARQUE; BRUNELLO, 2010). As oportunidades de acesso ao trabalho das pessoas com deficiência ocorrem de forma lenta e começam a ser incentivadas por meio de fiscalização mais efetiva do Ministério Público do Trabalho (Decreto nº 3299/99), mediante punições às empresas que não vêm cumprindo com a lei (FERRONATTO et al., 2008 apud TOLDRÁ; MARQUE; BRUNELLO, 2010). Toldrá, Marque, Brunello (2010), destacam que é necessário “repensar as relações e as práticas protecionistas e adotar iniciativas que fomentem a inclusão social, equiparação de oportunidades e defesa dos direitos, em conjunto com as famílias e a sociedade”. Uma das dificuldades da inclusão se dá devido ao “pouco esclarecimento das empresas sobre as legislações relativas à inclusão das pessoas com deficiência no trabalho formal e informal” (TOLDRÁ; MARQUE; BRUNELLO, 2010), além disso, se tem a “desinformação sobre as potencialidades e capacidades desta população, contribuíam para a manutenção de sua imagem como indivíduos incapazes e dependentes” (TOLDRÁ; MARQUE; BRUNELLO, 2010). Gimenes et al. (2014) apresenta que “o emprego das pessoas com deficiência no Brasil está amparado pela Lei 8.213/91, conhecida como lei de cotas”, contudo, “a lei vigora a mais de 20 anos, porém, algumas empresas não a cumprem e têm como uma das justificativas a falta de mão de obra qualificada” (GIMENES et al., 2014). No Brasil, toda empresa com 100 funcionários ou mais é obrigada por lei a ter de 2% a 5% dos seus cargos preenchidos por pessoas com deficiência. É o que prevê o artigo 93 da Lei nº 8.213/91, também conhecida como Lei de Cotas, que apesar de seus quase 30 anos ainda não é plenamente cumprida. Em se tratando de mercado de trabalho, as pessoas com deficiência ainda enfrentam muitos desafios (NETO, 2020). Como destacado por Neto (2020), “apesar da importância da Lei de Cotas para a garantia de direitos, ainda existem desafios para que a inclusão aconteça em todos os contextos no mundo do trabalho”. 3 “Um deles é a própria variedade do mercado, que vai de supermercados e escritórios até fábricas e unidades de mineração” (NETO, 2020). Além disso, “a pouca especificidade da legislação também é um problema: a Lei de Cotas não define a quantidade de pessoas a serem contratadas em relação ao tipo de deficiência (auditiva, visual, física, intelectual) ou à sua gravidade” (NETO, 2020). Na ótica dos gestores, a proteção social amparada pela Constituição Federal para as pessoas com deficiência que recebem um salário mínimo como auxílio também se torna um dos problemas encontrados para a inserção destas pessoas no mercado de trabalho (PINHEIRO; DELLATORRE, 2015). Verifica-se que “a própria sociedade cria problemas e barreiras para as pessoas com deficiência, causando-lhes incapacidades ou desvantagens no desempenho de papéis sociais” (GIMENES et al., 2014). A maior parte das Empresas estão preparadas para receber apenas um tipo de deficiência, as mesmas não tem estrutura física e tecnológica para abranger a todas as deficiências, faltando desde rampas até sinalização em braile, conhecimento em libras, leitores de telas para cegos, etc (GIMENES et al., 2014). “Outro aspecto desafiador para os gestores é a possibilidade de conhecer o perfil da pessoa com deficiência, suas habilidades e capacidades e adequar isso à função” (PINHEIRO; DELLATORRE, 2015). Além disso, destaca-se que “não basta apenas contratar a pessoa com deficiência para que aconteça a inclusão. É necessário qualificá-la e adaptar seu trabalho para que seu potencial seja aproveitado de maneira produtiva” (NETO, 2020). Na pesquisa realizada por Pinheiro e Dellatorre (2015) conclui-se que “os gestores destacaram a percepção deles de que as pessoas com deficiência sentem-se inferiores aos demais no contexto de trabalho o que faz com que elas próprias se excluam em alguns momentos”. Se tem uma importante afirmação realizada por Ribas (2015) apud Gimenes et al. (2014), “se é fato indiscutível que os PcD não estão capacitados para o mercado de trabalho, é fato também que a capacidade desses depende da oportunidade”. 4 REFERÊNCIAS BRASIL. Estatuto da Pessoa com Deficiência. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Lei n° 13.146, de 6 de julho de 2015. Brasília: Presidência da República, Secretaria- Geral, Subchefia para Assuntos Jurídicos, 2015. GIMENES, A. M. et al. A DIFICULDADE DA INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO. Revista INESUL, 2014. NETO, S. R. S. A difícil inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. 23 set. 2020. Disponível em: <https://www.unicamp.br/unicamp/ju/noticias/2020/09/23/dificil-insercao-de-pessoas- com-deficiencia-no-mercado-de-trabalho>. Acesso em: 15 de dezembro de 2022. PINHEIRO, L. R. S.; DELLATORRE, R. DESAFIOS DA INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO: UM ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DOS ENVOLVIDOS. PERSPECTIVA, Erechim. v. 39, n.148, p. 95-109, 2015. TOLDRÁ, R. C.; MARQUE, C. B.; BRUNELLO, M. I. B. Desafios para a inclusão no mercado de trabalho de pessoas com deficiência intelectual: experiências em construção. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, v. 21, n. 2, p. 158-165, maio/ago. 2010. UNIVERSIA. Esboço histórico da educação especial e inclusão no Brasil. [online]. 2020. Disponível em: <https://www.universia.net/br/actualidad/orientacion-academica/esboco-historico-da-educaco-esp ecial-e-incluso-brasil-1164931.html>. Acesso em: 15 de dezembro de 2022.
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