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TRABALHO E DEFICIÊNCIA – REFLEXÕES SOBRE A DIFICULDADE DA INCLUSÃO SOCIAL
Acadêmico(s)
Danilo Pereira Lima
Misaelle Cris Santos Amorim
Pedricia Neves Figueredo
Rosângela de Jesus Santos
Professor (a) - Thais Michele Santos Ribeiro
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
ADMINISTRAÇÃO (ADG0719) – MODULO III
17-05-2017
RESUMO	
Este Trabalho tem por objetivo mostrar as dificuldades da inclusão do deficiente no mercado de trabalho, a partir de pesquisas teóricas e de campo.A Constituição Federal de 1988,foi a primeira legislação responsável por conceder direitos básicos as PCDs e permitir a inclusão destes no mercado de trabalho através da reserva de vagas em empregos públicos. Os anos 1990 foram marcados pelas legislações que abrangeram de forma mais completa os deficientes, aplicando a Lei das Cotas, sendo seguido pela legislação que adequou as obras arquitetônicas e transportes, a previdência e a criação do Estatuto da Pessoa Com Deficiência em 2015. Vários países criaram medidas discriminatórias para assegurar direitos iguais para pessoas com deficiência, a “discriminação positiva”, que está prevista na lei, ela trata com desigualdade de maneira que venha trazer o mínimo de igualdade para os menos favorecidos na sociedade.A deficiência é uma característica da condição humana como tantas outras. Todas as pessoas com deficiência tem direito a igualdade de condições e oportunidades, ou seja, todos devem ter direitos garantidos e preservados que tragam justiça e igualdade socialVista como uma grande aliada a APAE desenvolve seu trabalho de apoio e implantação na inclusão social.
Palavras-chave: Inclusão social, preconceito, pessoa com deficiência, trabalho.
1. INTRODUÇÃO
Segundo a Fundação Odorina, deficiência é qualquer perda ou anormalidade da estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica. Representa a exteriorização de um estado patológico e, em princípio, reflete distúrbios no nível do órgão.
Desde a formação da sociedade, as pessoas com deficiência tiveram obstáculos a ultrapassar, sejam eles físicos ou morais. Dentro da vida profissional, essas pessoas também possuem um histórico marcado por muitas dificuldades, em relação a uma legislação condizente a sua condição, como para o reconhecimento como uma força de trabalho.O que percebemos é que falta divulgação e informação sobre o processo de inclusão também no mercado de trabalho e não somente na educação.No processo de inclusão social, cabe ao empregador e ao trabalhador desenvolver uma parceria objetivando eliminar os obstáculos para assim então iniciar uma criação de oportunidade e satisfação para ambas às partes. O direito ao trabalho é um direito de todos e impedir que alguém trabalhe por causa de sua deficiência é crime de descriminação. A lei protege e defende os portadores os quais sofrem descriminação. A Delegacia Regional do Trabalho é o órgão responsável pela fiscalização. As PCDpodem ser divididas entre três grandes grupos: física, sensorial (Auditiva e visual ) e intelectual.
Deficiência física é a alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções.
A deficiência sensorial se caracteriza pelo não-funcionamento (total ou parcial) de algum dos cinco sentidos. Classicamente, a surdez e a cegueira são consideradas deficiências sensoriais, mas déficits relacionados ao tato, olfato ou paladar também podem ser enquadrados em tal categoria.
Pessoas com deficiência intelectual ou cognitiva costumam apresentar dificuldades para resolver problemas, compreender ideias abstratas (como as metáforas, a noção de tempo e os valores monetários), estabelecer relações sociais, compreender e obedecer a regras, e realizar atividades cotidianas - como, por exemplo, as ações á sociedade na qual está inserida. Há, no entanto, muitas barreiras para aqueles que são portadores em relação a este processo de inclusão.Geralmente, as pessoas com deficiência ficam a margem do convívio com grupos sociais, sendo privado de uma convivência cidadã.
No Brasil a Lei Federal nº 7853, de 24 de Outubro de 1989, assegura os direitos básicos dos portadores de deficiência. Em seu artigo 8º constitui como crime punível com reclusão (prisão) de 1 a 4 anos e multa, quem :
Recusar, suspender, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa, a inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, porque é portador.Impedir o acesso a qualquer cargo público.Negar trabalho ou emprego.
2.INCLUSÃO SOCIAL E POLITICAS PUBLICAS
A originalidade da política pública surgido nos Estados Unidos, tendo por sua vez a expectativa de planejamento, reconhecimento, e soluções para problemas através de uma ação estratégica envolvendo sociedade e estado.
A deficiência é um fenômeno global geralmente associado a pobreza, com impactos políticos, culturais, econômico e social.
Estimativas apontaram que 15,3% da população em 2004 possuíam deficiências graves ou moderadas, enquanto 2,9% enfrentavam deficiências graves. No ano de 2010 dados do IBGE apontaram que havia no Brasil cerca de 45,6 milhões de pessoas com deficiência.
2.1 A LEI DE INCLUSÃO SOCIAL
A legislação brasileira determinou que as empresas cumprissem com as exigências estabelecidas em lei a fim de preencher a cota de deficientes prevista no artigo 93, da Lei 8.213/91. A regra, embora em vigor há mais de 15 anos, é desconhecida por muitos empresários. Há algumas empresas que até conhecem a legislação, desconhecendo, porém, qual a melhor forma de se adaptar às regras.
A legislação determina uma cota de 2% a 5 % dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiências nas empresas com 100 ou mais empregados, nas seguintes proporções: até 200 empregados, 2%; de 201 a 500, 3%; de 501 a 1.000, 4%; e de 1.001 em diante, 5%.
2.2 SEGURANÇANO CUMPRIMENTO DA LEI
Um deles prevê que a empresa somente pode dispensar um empregado inserido no sistema de cota se ocorrer a contratação de um substituto em condição semelhante. Ocorre que muitas empresas têm encontrado dificuldade em contratar profissionais especializados com deficiência ou até mesmo com o mínimo de preparação paras as vagas disponíveis. Outras, de forma bastante desonesta, se baseiam neste mesmo argumento para não contratá-los.
2.3 CAPACITAÇÃO
A baixa escolaridade e a falta de qualificação profissional são apontadas como as principais causas da não contratação de pessoas com deficiência, além da adaptação necessária na estrutura física das organizações, para que os espaços possam ser adequados ao trabalho e ao deslocamento dos profissionais.
2.4 OPORTUNIDADES DE QUALIFICAÇÃO
O governo federal está disponibilizando 150 mil vagas do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) para qualificação de pessoas com deficiência, justamente para que elas possam acessar as vagas que a Lei de Cotas assegura e estarem qualificadas para serem inseridas no mercado de trabalho, se sentindo mais seguras com relação as sua capacitação e atividades desenvolvidas no ambiente de trabalho.
3 PRECONCEITO
De acordo com Crochík (2006, p.14) o motivo pelo qual um individuo possui ou não sentimento de preconceito, pode estar ligado ao seu processo de socialização, na sua cultura ou na sua historia. Pessoas portadoras de algum tipo de deficiênciaé realidade na sociedade, costumam ser ignorados, principalmente no mercado de trabalho. Para muitos é como se esse grupo não fizesse parte do convívio social.
É fundamental equiparmos as oportunidades para que todas as pessoas,
incluindo portadoras de deficiências, possam ter acesso a todos
os serviços, bens, ambientes construídos e ambientesnaturais em busca
da realização de seus sonhos e objetivos.( SASSAKI, 2013).
Historicamente o ser humano que possui alguma deficiência sempre foi pauta de discussão. Na era Pré-Cristã, maltratar deficientes era quase que uma regra. Como não existia uma consciência cientifica fundamentada ou ainda um meio de explicar "tais diferenças", quem nascia "com problemas" era drasticamente submetido às situações humilhantes e a morte.
Após o Cristianismo, a coisa mudou um pouco e aconteceu uma espécie de proteção celestial, mas focada na piedade. A partir daí, nos séculos XVIII e XIX, criaram-se as famosas instituições ou depósitos de gente, com a proposta de servir de escola e formação profissional. Um século depois, a suposta aceitação camuflada de respeito e cidadania, esconde a falsidade e o assistencialismo barato empregado por diversas empresas, que contratam deficientes apenas para constar legalmente em seu quadro de funcionários/ associados/ colaboradores.
3.1 OBSTÁCULOS QUE OS DEFICIENTES ENFRENTAM
Um dos maiores obstáculos é o preconceito, muitos sofrem antes e depois de serem contratados, a oferta de empregos é muito baixa e muitas empresas não estão preparadas para receber PcDs, seja em estrutura, treinamento ou até mesmo o entendimento da necessidade de inclusão social. Alguns só cumprem com lei por obrigação e não por entender de inclusão social e confiar na capacidade de pessoas com deficiência.
3.2 PRECONCEITO NO AMBIENTE DE TRABALHO
Alguns colaboradores sofrem preconceito por sua deficiência dentro do próprio ambiente de trabalho, as pessoas acham que PcDs são incapazes de realizar qualquer função dentro de uma empresa, olham com olhar de piedade e acham.
4. A DIVISÃO DOS EMPREGADOS
A Lei de Cotas, define que todas as empresas privadas com mais de 100 funcionários devem preencher entre 2 e 5% de suas vagas com trabalhadores que tenham algum tipo de deficiência. As empresas que possuem de 100 a 200 funcionários devem reservar, obrigatoriamente, 2% de suas vagas para pessoas com deficiência; entre 201 e 500 funcionários, 3%; entre 501 e 1000 funcionários, 4%; empresas com mais de 1001 funcionários, 5% das suas vagas. 
5. PESSOAS COM DEFICIENCIA E O MERCADO DE TRABALHO 
Como toda medida afirmativa, a lei vem causando grande polêmica e seu cumprimento ainda não é uma realidade para a maior parte das empresas.A questão da inclusão de deficientes no mercado de trabalho é um desafio que pode ser visto pelas empresas como uma crise ou como uma oportunidade incrível. Muitos estudos mostram que promover a diversidade no mercado de trabalho trás muitos benefícios para as empresas. Pessoas com formação diferente, com visões diferentes sobre os mesmos problemas, com origens, idades orientações políticas e religiosas diferentes, reunidas em um mesmo ambiente proporcionam uma visão mais holística e promovem a criatividade e a inovação.
6. O PAPEL DA APAE
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais ( APAE ) é uma associação civil beneficente cuja missão é a atuação na área de assistência social como: educação, trabalho, saúde, lazer, esporte, cultura, estudo, profissionalização e sob tudo defender e garantir os direitos. É uma associação sem fins lucrativos, seu principal papel é promover articulação de ações em defesa dos direitos e prevenção, também orienta e presta serviços e apoia a família. Seu foco é desenvolver a igualdade, buscando qualidade de vida de pessoa com deficiência, visando sempre uma sociedade mais justa e solidaria.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sabemos que as atuais leis que protegem as pessoas deficientes representa um avanço para a inclusão social, nos mostrando que tem que haver reconhecimento das necessidades das minorias, fazendo valer os direitos humanos. Porém as leis voltadas para PcDs ainda refletem um certo preconceito.As empresas tem sim que cumprir a lei, mas não só cumpri-las por obrigação, mas sim pela necessidade da inclusão social, de trazer dignidade para o ser humano, para uma classe que é minoria e que ainda pode ser produtiva para a economia do país. Também vimos que a obrigação legal das empresas em contratar as PcDs pode significar apenas uma inclusão formal,dadas as condutas organizacionais que terminam por excluí-las. Isso remete à necessidade de uma discussão mais ampla sobre as políticas de empregabilidade das pessoas com deficiência.Vale ressaltar que para o bom desenvolvimento no ambiente de trabalho é indispensável a preparação de pessoas com deficiência, seja essa preparação no ambiente familiar, escolas, órgãos, ou associações como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais ( APAE ). 
A APAE é uma grande aliada na inclusão social, além do apoia dado à família e os portador de deficiência presta serviço de assessoria às organizações, afim de criar uma ponte entre empresa e portadores de deficiência.
8. REFERÊNCIAS
http://www.deficienteonline.com.br/mercado-de-trabalho-veja-a-realidade-para-deficientes_news_184.htmll
http://www.catho.com.br/carreira-sucesso/sem-categoria/o-deficiente-fisico-e-o-mercado-de-trabalhoo
http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2012/07/lei-que-regula-a-contratacao-de-pessoas-com-deficiencia-completa-21-anoss
http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2012/07/lei-que-regula-a-contratacao-de-pessoas-com-deficiencia-completa-21-anoss
SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997.
http://portal.mec.gov.br/ultimas-noticias/205-1349433645/18019-pronatec-reserva-20-mil-vagas-para-pessoas-com-deficiencia
Info jovem. Pessoas com deficiências. <http://www.infojovem.org.br/infopedia/descubra-e-aprenda/diversidade/pessoas-com-deficiencia/> Acesso em: 02 Mai. 2017.
Sassaki, R., K. Inclusão – Construindo uma sociedade para todos. (5a. ed.). Rio de
Janeiro: WVA, 2013.
CROCHIK, J. L. Preconceito, Individuo e Cultura. São Paulo: Casa do Psicólogo. 3ª Edição, 2006.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Disponível em: <http://www3.mte.gov.br>. Acesso em: 13 Mai. 2017.

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